terça-feira, 24 de dezembro de 2013

FanFic: "A Menina Circense" (Livre)



 Autora: Leh Chaplin Michael'Jackson

Prólogo: O que uma pessoa não faz por amor a outra? As atitudes de uma alma nobre pode fazer coisas que talvez a sociedade não compreenda, mas sempre fará mudança na vida de alguém as boas atitudes que foram realizadas. Por mais que o mal sempre esteja na frente o bem sempre vence no final. Nem tudo na vida é só sofrimento, pois sempre haverá alguém de bom coração para nos ajudar. E foi isso que aconteceu com a pequena menina circense.



Capítulo 1

– Mamãe mamãe, tia Paris chegou. Escuto a doce voz de minha menina pela casa.

Ela me viu sentada na sala a ler um livro e veio até mim. Peguei em sua mãozinha e fui com ela até a porta.

– Vamos mamãe! Falava correndo na frente.

– Calma pequena Sophie, cuidado com seu irmãozinho. Escuto a voz de meu amor vir até mim.

Olho para trás e o vejo vir sorrindo para mim. Me abraça por trás e beija meu pescoço.

– Vamos papai! Titia Paris espera na porta. Sophie dizia pegando na mão de seu pai e o puxando até a porta.

Ele sorria bobo para ela e naquele momento lembrei de seu pai. Ele abre a porta e minha pequena corre e abraça sua tia. Paris, eu a considerava como minha irmã mais velha, aquela que me ensinou tudo sobre uma menina durante minha adolescência. Dou um abraço nela e ela beija minha testa e acaricia meu ventre.

– Essa daqui já é mais preguiçosa. Falou sorrindo.

– É um menino Paris. Blanket disse fingindo estar bravo, é meu garoto queria um menino.

– Que nada! É outra menina, meninos já temos quatro para nos incomodar. Falou rindo da cara dele.

– Escutei falar de meninos... por acaso é dos Jacksons que falam? Prince chegou lindo e sorridente ali com sua esposa e sua pequena menina.

– Estão dizendo que o próximo Jackson é uma menina! Mas eu tenho certeza de que é um menino, dança como papai quando converso com ele. Falou cumprimentando Prince e logo beijando a face da esposa de Prince e sua filha que logo saiu a correr pela casa com Sophie.

Todos entramos e vejo o pequeno de Paris ir brincar com minha pequena e a de meu quase irmão. Sentamos na sala e nos colocamos a conversar ali assistindo as crianças a brincarem em nosso meio.

– Sophie é a sua cara de quando você era criança, Susie. Prince disse olhando uma antiga foto que tinha na sala, eu e meu papai que morreu tão cedo, mas nunca o esqueceria.

– É mesmo... me lembro ainda de como tudo aconteceu. Blanket disse pegando em minha mão e dando um selinho em meus lábios.

Todos riram dele ali naquele momento com sua cara de bobo. Pequena Sophie veio até seu pai que sorria como bobo e ele a colocou em seu colo.

– Papai como você conheceu a mamãe? Sophie perguntou mexendo nos cabelos do pai.

– É uma longa história, meu amor. Blanket falou sorrindo para mim.

– Conta, por favor. Sophie falou olhando todos ali.

– Vai mamãe conta. Paris disse rindo e olhando para mim.

– Está bem... Falei pensativa me lembrando de tudo.

Fecho meus olhos e me lembro de tudo o que havia acontecido naquela época. Escutamos a campainha tocar e Prince vai até lá abrir a porta.

– Não é sempre que vejo todos assim unidos. Disse meu primeiramente pai e depois sogro: Michael.

– Vovô! Sophie disse saindo do colo do pai e correndo até o avô, mesmo estando com aquela idade toda ele ainda conseguia ser lindo e charmoso.

Vejo ele sorridente pegar Sophie nos braços e beijá-la em sua bochecha. Ela estava com seus bracinhos envolta de seu pescoço e deitava sua cabeça em seu ombro. Com seus gestos tão doces ali para com seu avô me lembrei da primeira vez que vi Michael. Me levanto e vou abraçá-lo e beijá-lo com saudade.

– Oh minha pequena Susie como sua barriga cresceu. Meu neto não irá demorar muito para chegar. Falou tocando meu ventre tão bobo quanto Blanket.

– É sim. E o senhor? Sempre lindo. Falei beijando sua bochecha e sentindo seu doce cheiro de baunilha me invadir por dentro e lembrar dos velhos tempos.

Logo vejo a pequena de Prince que era uma cópia de Paris e o pequeno de Paris irem abraçar o avô, Michael amava aquelas crianças e via um brilho em seus olhos, era o mesmo brilho de quando nós éramos pequenos e ele brincava conosco, ou quando sentávamos fazendo uma roda na sala perto da lareira nos dias de frio e ele contava sua historinhas de contos de fada.

– Vamos vovô sente aqui. Mamãe vai nos contar como conheceu o papai. Sophie disse apontando para o sofá.

Michael sentou se lá e como todos pediram sentei na poltrona, que como Sophie chamava “a poltrona do papai”, me sentei lá no colo de Blanket. Olhei para as crianças sentadas no chão me olhando curiosas, aquela lareira que esquentava e iluminava a sala, pois como normal aquele Natal estava nevoso e frio.

– Tudo começou no ano de 2009... Disse fechando os olhos e um filme veio a minha cabeça...

Capítulo 2

Era começo de semana e estávamos chegando em L.A, eu olhava pela janela e sorri para meu querido papai que sentava ao meu lado.

– Papai vai demorar muito para chegar? Perguntei sorrindo, não via a hora dos trailers pararem e chegarmos lá.

– Não minha menina, logo estaremos parando no lugar onde o circo será montado. Falou acariciando meus cabelos cor de mel, como eu costumava chamar.

Fico ali sentada, mas não tirava o olho da janela. Aquele lugar era demais eu estava doida para ver como eram as coisas lá. Viajávamos pelo mundo todo, mas era em L.A que eu sempre sonhei ir. Segurava na mão de meu papai e ele estava tão feliz quanto eu, via um brilho de seus olhos. Fazia tempo que não o via feliz, pois com a morte de mamãe as coisas se tornaram mais difíceis, e também não era sempre que senhor Riley estava de bom humor.

Os trailers pararam e eu sorri para meu papai. Ele pegou em minha mão e nos ajeitamos para sair do trailer.

– Vamos papai! Vamos. Dizia eufórica.

– Acalme-se pequena. Teremos tempo para admirar tudo aqui. Falou sorrindo ao me ver ali completamente doida para descer e respirar o ar de Los Angeles.

Papai desceu primeiro que eu e me pegou nos braços me ajudando a descer do trailer, logo me colocou no chão e eu sorri. Fechei meus olhos e suspirei fundo ali. Meu sonho se realizava. Eu teria o resto da tarde livre para explorar ali o lugar onde o circo seria montado. Subi em uma árvore ali e fiquei sentada observando meu pai junto com os outros começarem a montar o circo e alguns dos brinquedos que tinha.

– O que faz ai Su? Escutei Anthony gritar em baixo da árvore.

Fiz sinal o chamando para que ele subisse ali, ele subiu e se sentou ao meu lado e viu o que eu fazia.

– Não é linda essa visão? Perguntei o olhando e vi que ele estava hipnotizado ali.

Ele não me respondeu então passei meu dedo em uma das folhas que estava molhada e passei em seu nariz. Ele olhou para mim e rimos.

– É sim... é maravilhoso. Falou ainda rindo quando eu imitei suas reações ali.

Anthony e eu éramos amigos desde muito pequenos, meu pai sempre trabalhou no circo, porém eu só comecei a me apresentar quando mamãe morreu, eu tinha quatro anos de idade e no ano seguinte quando vi as bailarinas dançarem e os palhaços fazerem suas brincadeiras fazendo com que a plateia vibrasse eu escolhi que era aquilo que eu queria fazer.

Descemos daquela árvore e colocamo-nos a rir e correr por ali. Estava dando gargalhadas quando senhor Riley passou e nos encarou bravo, na hora ficamos sérios e abaixamos a cabeça, era assim que papai havia me ensinado sempre ter respeito por ele, mas na verdade o que eu tinha era medo.

Mais tarde papai me chama para o trailer, ele estava exausto podia ver isso em seus olhos. Tomo meu banho e o vejo terminar a janta. Jantamos juntos e depois papai foi comigo até minha cama.

– Papai, por que senhor Riley é tão bravo? Perguntei enquanto ele penteava meus longos cabelos.

– Eu não sei meu anjo, deve ser o cansaço do dia a dia. Disse cheirando meus cabelos.

– Entendo. Falei abraçada a meu urso.

Papai me olhou sério e começou a fazer cócegas em mim, comecei a rir alto e pedia para que ele parasse, mas na verdade estava gostando. Ele me pegou em seus braços e me abraçou.

– Eu te amo, papai. Disse abraçada a seu pescoço.

– Te amo mais meu amor. Falou me colocando em minha cama e logo me cobrindo.

Deu um beijo em minha testa e sorriu.

– Boa noite pequena. Falou sorrindo.

– Boa noite papai. Falei me virando para o lado e me abraçando a Teddy meu urso.

Papai desligou a luz e foi para sua cama, fiquei ali alguns minutos agradecendo por mais um dia e depois de ter pensado em quão feliz eu estava por estar agora em L.A, acabei dormindo.

Capítulo 3


Estava sentada naquela mesma árvore naquele mesmo lugar, junto a Anthony já aquela hora da manhã dávamos gargalhadas.

– Su, você sabia que tem um parque bem aqui pertinho? Falou me olhando sorridente.

– Mesmo? Como você sabe? Você nem mora aqui. Falei mostrando a língua para ele.

– Mas eu vi quando a gente passou em frente. Disse rindo da minha cara de boba.

– Pena que não podemos ir, apenas quando seu Riley não está que podemos sair escondidos do circo. Falei com cara de tristeza.

– Mas se ele não estiver aqui, nós podemos ir. Disse me dando um ideia.

Olhei para ele com cara sapeca e desci correndo e fui até meu pai.

– Papai, papai! Gritava correndo.

– Oh Su cuidado minha pequena. Falou me avistando.

Eu corri até ele e o abracei.

– Papai, Anthony disse que tem um parque aqui perto. Falei pulando de alegria.

– É tio, é bem pertinho. Falou rindo.

– Por favor papai, deixe a gente ir. Falei implorando e com um sorriso enorme em minha face.

Ele nos olhou sério e nós fizemos aquela cara de quem iria se comportar.

– Só irei deixá-los ir se prometerem voltar antes que o senhor Riley chegue. Falou se agachando ali em nossa frente.

– Está bem. Falamos juntos.

Colocamos uma roupa limpa e Anthony pegou sua bicicleta e eu fui em sua garupa. O segurava firme e ria sozinha enquanto ele se arrumava para sairmos dali.

– Cuidado crianças. Papai disse acenando para a gente.

– Tchau papai! Falei alto.

Logo estava fora do terreno do circo e andava pelas ruas sentindo o vendo agitar meus cabelos. Nunca estive tão feliz como aquele dia, parecia um pássaro que acabava de sair de sua gaiola.

Chegamos no enorme parque. Anthony parou para que eu pudesse descer da bicicleta, eu corri e me joguei naquela grama fofinha e verde, era tudo tão lindo. Aquelas árvores enormes fazendo sombra, via as crianças brincarem nos balanços, as pessoas passeando com seus cachorros e algumas caminhando por ali. Era maravilhoso, muito diferente de tudo o que eu já havia presenciado no circo.

Corri sem destinos para dentro daqueles jardins no meio das árvores, fechava os olhos e abria meus braços, girava e ria alto, parecia um sonho.

– Olha Su! Anthony disse girando e eu o olhei e comecei a fazer como ele, em instantes caímos no chão e demos muita risada.

– Su vou pegar minha bicicleta, me espere aqui. Falou me lembrando de que infelizmente ainda teríamos que voltar para o circo.

– Está bem. Falei piscando para ele.

Vejo ele sumir no meio daquelas árvores e fico ali cantarolando algo baixinho. Estava tudo perfeitamente bem, até eu escutar um relâmpago e logo depois sentir a chuva fina cair. Porém a chuva começou a engrossar e eu não tive escolha, tive que sair dali e corri para uma árvore que fosse mais fácil de ele me achar.

– Anthony? Gritei passando as mãos em meus pequenos bracinhos sentindo frio.

Eu não via mais sinal de ninguém, estava um deserto aquele belo parque, e eu em meio aquela chuva. Não conseguia achar Anthony não o avistava de jeito algum. Comecei a chorar alto e a chamar por Anthony.

Me sentei e me encolhi perto de uma árvore e chorava alto. Queria que alguém me achasse ali.
Sinto alguém se aproximar de mim, mas eu cobria meu rosto com medo. Alguém toca meu braço e me faz erguer a cabeça e olhar. Eu fiquei um tanto com medo, pois não conhecia aquele homem. Ele sorriu docemente para mim e tocou meus cabelos.

Capítulo 4


– O que faz aqui criança? Falou carinhosamente.

– Eu estou perdida. Falei choramingando.

– Estava com seus pais? Perguntou tocando meu queixo.

– Eu estava com meu amigo, mas eu não o encontro mais. Falava tentando esconder minha face, eu era muito tímida. Por mais que vivesse me apresentando no circo eu era tímida.

Havia mais dois homens altos e fortes junto com esse homem que estava ali a falar comigo.

– Senhor, não é bom ficarmos aqui. Alguém pode lhe reconhecer. Falou um dos homens, eles eram estranhos.

Usavam um negócio no ouvido e óculos escuros, mas para que? Estava chovendo.

– Só um momento Charles. Não posso deixar essa criança aqui. Falou o olhando.

Eu apenas os observava, estava tomada pelo medo.

– Criança como é seu nome? Perguntou me olhando.

– É Susie e o seu? Falei chorando.

Ele me olhou um tanto assutado.

– Não me conhece? Meu nome é Michael. Vou levar você para minha casa, e tentarei entrar em contato com seus pais. Falou sorrindo.

Pegou em minha mão e me levou até seu carro. Eu fiquei com um pouco de medo, mas ele sorria para mim e me deu até seu casaco para eu vestir, pois tremia de frio. Eu quase não via nada, pois os vidros de seu carro eram escuros e chovia cada vez mais forte. Enquanto víamos a chuva pelo lado de seu carro ficar cada vez mais forte ele me perguntou o que eu fazia ali, e expliquei para ele que eu não era de L.A, estava apenas com o circo. Ele se surpreendeu quando eu falei que me apresentava para multidões e multidões de pessoas.

Logo chegamos em sua casa, era enorme e naquele momento me lembrei do circo, era bem maior que o circo onde eu morava. O grande carro parou e ele me ajudou a descer, eu fiquei um pouco receosa e até tímida quando ele me convidou para entrar na sua linda casa.

– Venha Susie, não fique com vergonha. Falou pegando em minha mão e me levando para dentro da casa.

Ele me levou até uma enorme sala, pediu a uma mulher uma toalha para que eu me enrolasse. Logo posso escutar risos de crianças virem da escada e rapidamente me escondo atrás de uma poltrona ali.

– Papai, papai! Uma voz um tanto feliz dizia e eu ficava apenas ali espiando atrás daquela poltrona morrendo de vergonha.

Espera ai? Era uma menina com roupa de menino? Por que ela estava usando roupas de meninos? – Pensava vendo ela abraçando seu pai.

Logo depois mais dois descem, outra menina e um menino já um pouquinho maiores do que aquela que estava ali. Vejo eles abraçarem seu pai e sorrirem feliz.

– Crianças, quero que conheçam alguém. Aquele tal Michael disse me procurando ali pela sala.

– Quem papai? A menina loira perguntou olhando e estranhando o jeito do pai procurar algo.

– Ela estava bem aqui. Falou passando a mão nos cabelos e olhando para os olhos curiosos das crianças em sua frente.

Todos olharam para seu redor e não acharam ninguém e eu dei uma risada baixinha ao ver seus olhos curiosos, era como olhar por trás das cortinas do circo o que acontecia no palco.

– Papai ela está lá. O menino apontou para onde eu estava e eu rapidamente me sentei ali atrás me encolhendo com vergonha.

– Oh Susie, não tenha vergonha são crianças como você. Michael falou quando me achou ali escondida e encolhida.

Eu o olhei e o vi sorrir para mim, pegou em minha mão e me levou até eles, eu fui meio acanhada até lá e me escondia atrás de Michael.

– Bom crianças, quero que conheçam essa linda menininha que encontrei no parque hoje, ela se chama Susie. Ele falou enquanto eu olhava para eles e sorria timidamente.

Eles me olharam dos pés a cabeça e até estranharam o jeito como eu me vestia. Eu acenei para eles e os vi sorrirem, era engraçado o jeito deles também.

– Vamos crianças, se apresentem. Michael falou sorrindo para nós ali naquela situação estranha.

– Olá Susie, meu nome é Prince e eu tenho 12 anos. Falou apertando minha mão, era engraçado nunca havia feito aquilo.

– Olá, meu nome é Paris e eu tenho 11 anos. Falou a menina dos olhos azuis e deu um beijo em minha bochecha.

– Oi Su, posso te chamar assim? Meu nome é Blanket e eu tenho sete anos. Falou a menin... espera ai? Era um menino? Ele apertou a minha mão assim como o outro havia apertado.

– Pode sim, e eu tenho sete anos também. Disse sorrindo ainda com um pouco de vergonha.

Logo após nos apresentarmos Michael me levou até o quarto de Paris e pegou roupas delas que servissem em mim, foi meio difícil, pois ela era mais alta que eu. Paris ficou ali e me deu um shampoo e sabonete para que eu pudesse tomar um banho, pois eu tinha pegado toda aquela chuva. Ela era simpática e tinha um belo sorriso, sem falar em seus lindos olhos azuis, que acabaram me lembrando dos olhos de mamãe.

Lavei meus longos cabelos e coloquei um pijama dela, bom na verdade só coloquei a blusa do pijama, porque a calça ficou muito grande e tive que pegar uma do tal Blanket, é aquele que eu pensei que era uma menina.

Mais tarde jantamos e fiquei admirada com tudo aquilo, a casa daquele Michael era enorme, tinha tantas coisas belas e engraçadas lá. A mesa era enorme e a comida cheirava tão deliciosa, um tanto diferente do que eu já havia presenciado até agora.

– Vamos Su, papai vai contar a história agora. O menino mais velho falou sorrindo para mim.

Me sentei ali ao lado deles no chão perto da lareira, alguns minutos depois vejo Michael vir já com seu pijama e um livro, se sentou na poltrona ali de frente para nós e começou a ler para nós. Não me lembro de ter escutado o final da história, só me lembro de ter sentido alguém beijar minha testa e desejar boa noite.

Capítulo 5


– Bom dia dorminhoca! Escutei uma voz bem em meu ouvido.

Abro meus olhos e vejo o menino dos cabelos compridos, aperto meus olhos para ver se estava vendo bem, mas realmente era ele ali. Ele deu risada de mim quando me viu bocejar e virar para o lado manhosa.

– Blanket, deixe ela descansar. O pai do menino falou entrando no quarto.

– Mas eu vi ela abrir os olhinhos papai, olhe. Falou apontando para mim ali toda encolhida debaixo daquelas cobertas.

– Bom dia, Michael. Falei sorrindo para ele e ele me respondeu.

Me levantei e fui lavar meu rosto, peguei um vestido de Paris que havia deixado de servir nela e o coloquei, mas ainda assim ficava grande em mim. Para mim foi estranho quando me chamaram para tomar café junto com eles, pois lá no circo tínhamos o costume de acordar cedo e não esperar. Papai sempre deixava meu café na mesa para que eu apenas me servisse e me alimentasse.

Tomamos café e depois me chamaram para brincar com eles no enorme jardim de sua casa. O sol resplandecia pelo lugar, era tudo tão lindo!

– A Su não pega ninguém. Blanket dizia correndo e me mostrando a língua.

– Ah você vai ver! Falei correndo atrás dele dando risadas altas.

Os outros dois também corriam, nos sentíamos tão livres iguais a pássaros que voam pelo céu. Era maravilhoso aquele lugar, era muito mais encantador do que aquele parque, muito mais.

Corria despreocupada e feliz, alguma vez me senti exatamente igual a quando estávamos no palco do circo, apenas sendo iluminados por algumas poucas luzes e poder dançar sem ninguém dizer que estava fazendo certo ou errado, e livre de qualquer coisa. Ali naquele momento não tinha o senhor Riley para brigar e nem para dar umas broncas ou palmadas por estarmos rindo alto.

– Su cuidado! Escutei a menina falar para mim e apontar para algo, mas antes mesmo de eu poder ver o que era eu bati em uma árvore e acabei caindo.

Eu comecei a chorar, pois sentia minha cabeça doer e senti meu joelho arder.

– Su você está bem? Paris perguntou se agachando ao meu lado, enquanto eu desesperada chorava ali.

– O que aconteceu? Prince perguntou quando me viu ali a chorar.

– Ela caiu, vá chamar papai. Ela falou enquanto Blanket vinha ali até ao nosso encontro.

Vejo Prince ir correndo para chamar seu pai, Blanket se agacha ali ao meu lado e acaricia minha cabeça. Eles ficavam ali me olhando aflitos sem saber o que podiam fazer.

Prince corre ao encontro de seu pai, que estava na sala a falar com seu advogado e amigo: John Branca.

– Eu não sei John, ela disse que é do circo. Falava no telefone com seu amigo.

– Papai, papai venha. Falava aflito e mesmo não querendo atrapalhava o pai na sua ligação.

– O que foi meu pequeno? Perguntou tampando o alto-falante do telefone com a mão.

– Papai, Su caiu e está chorando. Disse olhando triste para Michael.

– John, preciso desligar. Mais tarde conversamos. Falou desligando o telefone e já perguntava a Prince o que havia acontecido.

Prince segurou na mão do pai e foram correndo até nos encontrar. Paris segurava em minha mão e as vezes dizia para que eu não chorasse, pois seu pai já estaria ali logo logo. Enquanto isso Blanket olhava ao longe para ver se eles estavam vindo.

Cada vez que eu olhava para meu ferimento em meu joelho eu chorava, não que estivesse doendo tanto, mas parecia que cada vez que eu olhava doía.

– Calma Su, papai e Prince estão vindo. Blanket falou quando avistou seu pai.

– O que aconteceu com você? Michael perguntou me vendo ali a chorar e vi seus olhos preocupados para mim.

– Eu não vi a árvore e acabei batendo minha cabeça, cai e ralei meu joelho.

Ele me pegou em seus braços e fomos todos para dentro de casa.

– Já vai passar Su, vou passar um remedinho. Falou me sentando em uma pequena mesa.

Eu estava com os olhos tristes e soluçava por ter chorado tanto. Na verdade me senti bem mais segura quando eu o vi. E naquele momento lembrei de meu papai, o que me fez ficar triste, pois eu queria ele ali naquele momento. Ele iria amar conhecer meus novos amigos, principalmente Michael.

– Está ardendo? Michael perguntou quando começou a passar um soro e limpar o ferimento com uma gaze.

– Está. Falei o olhando e mesmo sem eu querer uma lágrima caiu de meus olhos.

Blanket viu e olhou para mim.

– Segura em minha mão Su, e assim passa. Falou sorrindo para mim.

Michael olhou para ele e sorriu parecia dizer “esse é meu garoto”.

– Papai sempre segura minha mão quando estou com medo. Falou olhando o curativo que seu pai terminava de fazer.

Minutos depois eu nem mais me lembrava daquela dorzinha chata. Michael beijou minha testa e me colocou no chão para que eu voltasse a brincar com eles ali.

Capítulo 6

Estava alguns dias ali naquela casa maravilhosa, e com uma família um tanto diferente da pequena e humilde que eu tinha. Não que eles não fossem humilde, mas era de uma forma diferente, pois tinham tudo o que queriam. Confesso que estar ali era como um sonho, eu tinha agora roupas tão belas quanto as da Paris e estava aprendendo algumas coisas. Eu nunca havia entrado em uma escola, tudo o que eu tinha aprendido até ali foi meu pai que me ensinou.

– Oh não Su, pegue com o garfo. Michael disse limpando minhas mãos com guardanapos.

Como no circo sempre comíamos depressa nunca nos importávamos com a forma que fazíamos, quase nunca comia com garfos e facas, era geralmente apenas com colheres e as vezes alguns tipos de carne pegávamos com a mão, era nosso jeito. Eu nunca sabia como deveria pegar em uma faca ou um garfo. As vezes deixava a comida cair do prato, as vezes os talheres escorregavam de minhas mãos e faziam barulho sobre a mesa.

– Não me importo de que você coma com a mão, mas gostaria que tentasse comer com os garfos, pois queria lhe levar para conhecer meus pais e irmãos. Michael falou limpando minha boca que estava completamente suja com o molho.

Mais tarde Michael ligou para seu advogado, pois sabia que não deveria ficar muito comigo ali em sua casa.

– Cara, já entrei em contato com o Circo e tentarão ir buscar ela. Falava o advogado para Michael.

– Eu não tenho problemas em deixá-la aqui, o problema é se eu me apegar a essa criança e depois nós sofrermos quando ela for. Então, quando mais rápido melhor. Falou nos olhando pela janela a correr pelo jardim.

– Eu sei cara... mas é melhor assim. Falou o amigo do outro lado, já sabendo que seu colega se entristecia ao saber que eu deveria ir embora.

No jantar tudo estava indo bem, mas como dizem o que é bom sempre se vai cedo.

Lá estava eu, no meio dos Jacksons jantando normalmente, na verdade tinha eles como quase minha segunda família, pois querendo ou não sempre fui de me apegar rápido com as pessoas. Jantava sem preocupação alguma, apenas tinha saudade de meu pai.

– Eu quero mais um pouco. Falei erguendo meu prato para colocarem mais.

– Vejo que está com fome essa noite, pequena. Michael falou me servindo com um belo sorriso nos lábios.

– Senhor Jackson? Estão lhe chamando no interfone. Falou uma das empregadas dele.

Michael se levantou e foi ver o que era, minutos depois apareceu na sala de jantar com o olhar triste e parecia ter recebido uma notícia triste.

Como eu dizia nada dura para sempre, e foi o que eu pensei quando vi Riley entrar pela porta sem ao menos bater ou falar algo. Ele veio ao meu encontro, mas eu fui mais rápida do que ele essa vez, me levantei e fui correndo para o lado de Michael.

– Ei garota, vamos logo! Não tenho tempo para perder com você. Falou pegando em meu braço.

– Tio Michael, por favor não deixe ele me levar! Falava segurando na perna de Michael.

– Esse cara é um estranho, não o chame de tio! E vamos logo sua pestinha, fica nas casas alheias como se fosse órfã. Gritava comigo e Michael se assustava ali com o seu jeito.

– Senhor, acho que não é necessário isso. Se quiser posso levá-la amanhã, pois está chovendo... Ele tentou terminar de falar, mas senhor Riley o cortou.

– Não estamos de a pé! E por favor a solte, não tenho tempo. Falou cruzando os braços e nos olhando bravo.

Michael olhou para mim triste, me deu um beijo na testa e me deu nas mãos de Riley. Eu sabia que ele não poderia ficar comigo, mas eu temia senhor Riley por tudo o que ele já havia feito comigo. Ele me pegou em seus braços com força, pois sabia que eu faria de tudo para sair.

– Senhor, cuidado com o machucado dela e também comprei umas roupas novas para ela. Estão aqui. Michael falou levando as roupas até ele, pois a babá das crianças havia pegado.

– Não iremos levar nada. Essa menina tem pai! E só se faz de pobre, pois tem muitas roupas lá no circo. Falou grosseiramente jogando as coisas no chão e saindo dali rapidamente.

Eu olhei para trás e vi Michael acenar para mim e se eu não me engano ele chorava, assim como eu também.

– Eu odeio você! Falei quando saímos pelo portão a fora.

– E eu estou muito preocupado com isso! Você tem é que me respeitar pirralha e fazer o que eu mando! Falou abrindo a porta de sua caminhonete e me jogando lá como se eu fosse uma coisa qualquer.

Comecei a chorar quando sem querer meu joelho bateu e começou a doer.

– Cale a boca! Sua voz me irrita. Falou ligando o carro e saindo dali cantando pneus.

Finalmente chegamos no circo, ele abriu a porta do carro e me pegou pelos cabelos me levanto até a porta do trailer.

– Aqui está a sua filha! E espero que tenha entendido que não quero mais ninguém saindo do circo! Disse me jogando para dentro do trailer aos pés de meu pai.

Meu pai se agachou e me pegou em seus braços enquanto senhor Riley já saía por ali chutando as coisas pelo caminho. Quando eu olhei para o rosto de papai vi que ele chorava assim como eu, mas eu sorri para ele e o abracei fortemente, pois estava com muitas saudades.

– Estava com tanta saudade de você papai. Falei abraçada em seu pescoço.

– Eu também pequena, não sabe como eu me preocupei com você. Amanhã você vai me contar tudinho. Falou acariciando meus cabelos.

– Está bem. Disse sorrindo.

Ele me ajudou a colocar meu pijama e me fez dormir aquela noite. Eu nunca iria esquecer do que Michael havia feito por mim, nunca jamais! E nem daquelas três crianças que brincaram e se divertiram comigo aqueles poucos dias que passamos juntos.

Capítulo 7


Algumas semanas do acontecido haviam se passado, as vezes Michael ia me visitar escondido quando senhor Riley não estava. As vezes vinha até nos shows que haviam de noite, amava ver ele lá na plateia sorrindo e acenando para mim. Algumas vezes ele levava até Paris, Prince e Blanket para me assistirem, mas geralmente costumávamos ir na roda gigante ou no carrossel.

Hoje eu ensaiaria para o show que haveria mais tarde, estava naquele enorme palco com poucas luzes acesas a ensaiar alguns passos da minha dança quando papai vem com seu celular na mão.

– Su, Michael quer falar com você. Falou me entregando o celular.

– Olá tio Michael! Falei sorridente e feliz.

– Olá pequena, como estão as coisas por aí? Me desculpe por não ter ido mais visitar você, ando muito ocupado ultimamente. Perguntou um tanto alegre e me lembrei de seu sorriso.

– Estamos bem, já estou com saudade de você. Vai vir no show de hoje a noite? Perguntei já com saudades de suas risadas.

– Farei o máximo que puder criança. Falou docemente.

– Tio Mike, se der traga as crianças. Hoje teremos uma apresentação especial, pois são nossos últimos dias na cidade. Falei um tanto triste, pois sabia que depois não o veria mais.

Ele não prometeu que iria levá-los, mas disse que tentaria. Eu sabia agora o porquê que aqueles caras altos e com ternos estavam sempre perto dele, era porque Michael era uma celebridade e quando as pessoas o viam sempre queriam ter algum contato com ele.

A noite logo chegou, estrelada feliz. Com a ajuda de Rose me arrumei e ela passou uma leve maquiagem em minha face, um belo vestido e sapatos brilhosos, os vesti e me olhei no espelho sorrindo.

Papai estava cansado aquela noite e disse que não veria o show, eu não fiquei triste com isso, afinal não era sempre que ele me assistia, mas fazia o possível. Olhava em seus olhos cansados e brilhavam para mim. O abracei e dei um beijo de boa sorte, como sempre fazia antes de cada apresentação.

– Boa sorte pequena. Falou acenando para mim de longe.

Olhei por trás das cortinas e vi Anthony apresentando um de seus truques de mágica, era engraçado e misterioso ver aquilo, ele havia me ensinado alguns, mas havia um que ele nunca me dizia.

Não demorou muito para o show dele acabar e logo a minha música começar a tocar suavemente já me fazendo mover os pés. Comecei a dançar delicadamente e prestava atenção no que eu fazia, pois uma pouca falta de concentração e eu estaria no chão.

Assim que terminei minha dança fiz aquele gesto agradecendo e procurei por Michael na plateia, não foi fácil achá-lo, pois estava com uma máscara para que ninguém o visse. Mas logo o conheci quando acenou para mim e mandou um beijo. Sempre que acabava, nos encontrávamos perto da roda gigante ou do carrossel, ele amava passear no carrossel e eu ria, pois ele parecia uma criança pequena diante daquilo tudo.

– Michael! Falei correndo ao seu encontro com os braços abertos.

– Minha pequena dançarina! Disse me pegando em seus braços e beijando minha bochecha.

– Pensei que não viria. Falei abraçada ao seu pescoço.

– Oh meu anjo apenas me atrasei um pouco, mas estava com muitas saudades de você. Dançou muito bem hoje, parabéns. Falou me colocando de volta no chão e se agachando em minha frente.

– Obrigado. Vamos na roda gigante? Perguntei acanhada diante de seus elogios.

Ele pegou em minha mão e fomos até a roda gigante, mas antes deu a mim um saco de pipocas doce, para que eu come-se enquanto íamos na roda gigante.

– Bom pequena, agora eu devo ir. As crianças estão em casa me esperando. Mandaram beijos e abraços para você. Falou me abraçando novamente.

– Tudo bem... pena você não pode ter trago eles. Falei triste por saber que ele já iria embora.

Se despedimos e o observei até desaparecer ali de perto do circo. Poucas luzes do circo estavam acesa então decidi ir logo para o trailer antes que escurecesse tudo. Vi um pequeno tumulto perto do trailer e estranhei aquilo, passei pelo meio daquelas pessoas que trabalhavam no circo que estava ali formando aquilo e entrei.

Fui até a cama de papai onde tinha mais pessoas entre eles, Anthony seus pais e Rose sentada aos pés da cama.

– Papai? Perguntei preocupada ao vê-lo ali deitado com a respiração faltando.

– Su... Falou fraco.

Eu me ajoelhei perto da cama e segurei em sua mão.

– Papai o que há? Perguntei o olhando fixadamente.

– Su, vamos para lá. Rose disse pegando em minha outra mão para me tirar dali.

Papai não conseguia me responder tamanha sua agonia ali. A mãe de Anthony disse para Rose me deixar ali, passar meus momentos com meu pai, eu não entendi aquilo direito, mas entendi minutos depois.
Capítulo 8


– Su, me desculpe por não ter criado você como uma criança normal. Por sempre ter que ficar viajando de um lado para o outro, só quero que saiba que eu te amo muito. Espero que lembre de mim onde quer que você vá. Falou tocando meu rosto e com os olhos quase fechados.

– Papai eu te amo e sempre te amarei. Falei abraçada a ele e chorando encostada em seu peito.

– Papai? Papai? Papai por favor, fala comigo! Falei quando percebi que ele havia fechado os olhos e sua mão estava gelada.

– Su, por favor vamos para lá. Rose falou pegando em minha mão.

– Não! Eu quero meu pai! Eu quero meu papai, por favor papai, não me deixe sozinha. Falava tocando em seu rosto desesperada, por mais pequena que eu fosse eu sabia que meu pai havia falecido, pois vi minha mãe morrer na minha frente e naquele momento me senti sozinha nesse mundo tão grande.

Rose me pegou em seus braços eu chorava como um bebê e pedia meu pai de volta. Ela me levou até a cozinha e me serviu a janta, e me deixou ali sozinha comendo e foi até o quarto quando senhor Riley chegou. Eu não queria ficar ali, pois sabia que iria sofrer na mão dos outros. Então peguei apenas minha única lembrança com meu pai e com minha mãe: nossa foto que tiramos juntos perto do carrossel. Peguei a foto e sair a correr por aquelas ruas escuras e frias de Los Angeles.

Chego na frente da casa de Michael, os portões estavam fechados e uma fina chuva começou a me molhar ali. Não via os seguranças, então comecei a chorar. Eu me encolhi ali na frente daqueles enormes portões e eu esperaria até que me vissem para que me deixassem entrar. Mas naquela noite eu tive sorte, estava ali encolhida quando ergo minha cabeça vejo aquela luz alta do farol do carro e deduzi que Michael deveria estar ali.

– O que está fazendo aqui criança? O grande e enorme segurança me perguntou quando me viu ali.

– Preciso falar com tio Michael. Falei correndo até a porta do carro que se abria.

– Su? O que faz aqui? Entre. Michael falou pegando em minha mão e me ajudando a entrar no carro.

Eu estava completamente molhada, mas mesmo assim ele nem ligou para isso e me aqueceu em um abraço. Eu comecei a chorar em seus braços e ele me perguntava o que havia acontecido, mas eu apenas não tinha forças para explicar.

Ele me deu seu casaco e quando chegou na sala me sentou no sofá, e me deu uma bebida quente eu tremia de frio e de nervosismo.

– Vamos, respire fundo e me diga o que aconteceu. Ele falou olhando em meus olhos e tocando meus braços.

– Tio Michael, meu papai... meu papai, ele... ele... ele morreu! Falei gaguejando e desabei em seus braços a chorar novamente.

Ele me abraçou e tocou minha cabeça.

– Oh meu anjo, meus pêsames. Falou tocando meu rosto com carinho.

– Por favor, me deixe morar com você. Eu não quero voltar para o circo. Não quero que senhor Riley mande em mim. Dizia chorando abraçada a ele e escondia minha face em seu peito, como quando estava assustada e meu pai me abraçava.

– Eu não irei deixar ninguém ferir você, meu pequeno anjo. Jamais alguém tocará em você. Falou olhando em meus olhos e colhendo minhas lágrimas com seu polegar.

Eu soluçava de tanto que havia chorado, eu não queria largar Michael. Parecia que nele eu encontrava a mesma segurança que eu tinha em papai. Ele me fez dormir, segurava minha mão, cantava em meu ouvido e as vezes beijava minha testa. Ele estava fazendo apenas tudo por carinho e amor por mim.

No outro dia acordei, triste é claro. Pois agora sabia que meu querido papai não estava mais comigo, porém feliz por saber que senhor Riley não poderia tocar mais em mim, sabia que agora Michael cuidaria de mim assim como meu querido pai fez.

– Vamos Su joga no Prince. Paris gritava para mim, estávamos brincando daquela tal “guerra de bexigas de água”.

Era engraçado e estava me divertindo muito, éramos eu e Paris contra Prince e Blanket, e nós todos contra Michael. O mais engraçado de tudo ali era que Michael nunca perdia uma! Ele sempre escapava, porém sempre conseguia acertar uma em nós. Por isso nós quatro devíamos acertar nele, o que era quase impossível.

Blanket estava rindo de mim, pois eu era a única que já estava toda molhada. E sem ele perceber Paris acerta uma nele, ele parou de rir e nos olhou sério, eu comecei a rir dele e ai percebi que quem rir por último é melhor!

– Olá pequenos. Ei espera ai Michael! Senhor John, o amigo de Michael, falava entrando na mansão e nos via correndo pelo jardim tentando acertar Michael. Colocava sua mão na cabeça e pedia para que ninguém o acertasse.

As bexigas haviam acabado, estávamos todos molhados, quer dizer, quase todos. Na verdade, Michael era o único que estava sequinho da silva! Ele estava de costas para nós e conversava com John e naquele momento acabei tendo uma ideia.

– Gente, gente! Venham cá. Falei chamando eles para perto de mim e fazendo uma rodinha.

– Diga Su. Prince falou com cara de curioso assim como todos os outros estavam.

– Que tal, nós pegarmos um balde, encher de água e jogar no tio Michael? Falei sapeca e sorrindo para eles.

Eles me olharam, sorriram e correram para procurar um balde. Não seria apenas um balde cheio de água que jogaríamos nele e sim quatro! Enchemos e andando devagarzinho para ninguém perceber. E foi quando Michael menos imaginou Prince jogou água nele. E assim depois foi Paris, Blanket e por fim eu.

– Oh my God! Seus danadinhos! Falou nos abraçando e rindo completamente molhado.

Mais tarde a babá nos chamou para almoçar, mas o dia foi assim cheio de brincadeiras e folia.
– Boa noite papai. Paris falou abraçando Michael e o beijando no rosto.

– Boa noite minha princesa. Michael a correspondeu.

Logo vejo os outros dois descerem e virem abraçar e beijar o pai. Senhor John estava ali do lado e sorria perante o carinho das crianças para com o pai e até me senti tímida novamente.

– Oh Su venha cá. Michael falou quando me viu escondia ali a olhá-los.

Eu fui meio acanhada olhando para o chão e sorrindo tímida. Ele percebeu minha vergonha e me abraçou apertado e me beijou a testa.

– Não fique assim, saiba que te amo muito! Falou em meu ouvido baixinho me fazendo sorrir.

– Eu te amo mais! Disse abraçando seu pescoço e beijando sua bochecha.

Ficamos cerca de uns dez minutos abraçados ali.

– Bom, agora vá dormir. Amanhã você vai estudar com Blanket. Falou me colocando no chão e sorrindo lindamente.

Eu apenas sorri e peguei na mão de Paris, subimos todos juntos e cada um foi para o seu quarto. Com certeza nunca esqueceria daquele dia.
 Michael decidiu ir as compras naquela manhã, levou todos nós juntos. Eu estranhei aquilo, pois tivemos que usar máscaras em nossos rostos. Muitas pessoas viam atrás de nós, eram flashes para todos os lados para mim era estranho, pois nunca havia vivido aquela situação.

– Su segura em minha mão. Michael falou para mim quando saíamos de uma loja.

Ficávamos todos juntos para não nos perder naquele enorme shopping. O que mais me irritava eram aqueles flashes toda hora, tinham pessoas que pediam fotos, outras pediam autógrafos, outras queriam apenas um abraço. Será que ninguém entendia que ele estava ali para fazer compras? Acho que as vezes esqueciam que Michael era um ser humano e precisava ter sua vida como homem, não só como artista.

Senti uma pessoa diferente tocar meu braço e quando olhei para trás era Riley!

– Você não vai me escapar criança! Falou com aquela cara nojenta e aquela voz irritante.

Mas antes que ele me fizesse algo um dos seguranças de Michael pegou em minha mão e me direcionou até o carro, e eu fiquei vendo aquele idiota rir. Eu sabia que algo ele faria, mas teria certeza que de Michael ele não me tiraria.

– Você está bem? Está pálida. Michael perguntou me olhando docemente como um pai preocupado.

– Estou. Falei sorrindo, não seria certo dizer para ele que havia visto senhor Riley lá. Só o preocuparia mais.

Voltamos para casa cantando uma música juntos. Acho que o nome era “The Lost Children”, não demorei muito para aprender. E a letra com certeza era muito linda e uma lágrima escorreu de meus olhos quando lembrei de meu pai.

– Papai, agora Su vai morar com a gente? Blanket perguntou sorrindo para Michael.

– Estou fazendo o máximo que posso meu amor, querem uma nova irmãzinha? Falou fazendo cócegas em mim.

Todos nós demos risadas, tanto eu quanto eles queríamos ficar juntos. Uma parte de mim se sentia como a mais nova irmã deles e a outra parte de mim estava morta.

Capítulo 9


Alguns dias haviam se passado, estava difícil para mim viver sem meu papai, mas Michael me dava a atenção que eu precisava. Chorava todas as noites com saudades dele e em silêncio eu orava e pedia para que Deus guardasse a mim e a minha mais nova família.

e agora lá estava eu, no jardim junto com Paris brincando de Barbie, é de Barbie algo que eu nunca havia brincado antes. Eu era moleca, como dizem por ai. Eu subia em muros, subia em árvores, soltava pipa com Anthony, corria toda hora, mas aquela coisa de brincadeiras de meninas como casinha, boneca e etcs eu nunca havia brincado.

– Agora nós vamos para a floresta.Paris falava com a boneca em minhas mãos.

Estávamos distraídas brincando ali tranquilamente quando Blanket e Prince nos acertam com as pistolas de água. Começamos a gritar e a rir, sem falar que Paris saiu correndo, mas mesmo assim Prince conseguia a acertar.

– Para Blankie! Para. Socorro. Dizia rindo das cócegas que Blanket fazia em mim.

– Só se você dizer que sou lindo. Falava me olhando de cima e rindo convencido para mim.

– Oras me largue, seu convencido. Falava já com o ar faltando.

– Diga... se não eu não irei parar. Vamos diga, Blanket você... Falava pausadamente para que eu repetisse.

– Está bem! Blanket, você... Dizia repetindo conforme ele dizia.

– É muito lindo. Falava ainda fazendo cócegas em mim.

– Você é muito... lin... feio! Falei mostrando a língua para ele.

Ele parou de me fazer cócegas e fez aquela cara que só ele sabe fazer, aquela cara danada pela qual me apaixonei um dia. Voltou a fazer cócegas em mim, e realmente só parou quando eu falei o que ele queria.

– Olha Prince! Olha só como estou agora! Vou contar tudo para o papai. Paris falava brava e irritada por estar completamente molhada.

– A Paris não sabe brincar! Lá lá lá não sabe brincar! Prince cantarolava rindo dela.

Ela se sentou ali onde nós duas estávamos brincando e pegou um pano que havia ali para se enxugar. Os meninos começaram a brincar com a gente, estávamos distraídos e completamente concentrados na brincadeira.

– Gente, olha lá. Aquele carro não é daqui. Prince falou nos tirando a atenção do que fazíamos nos voltando para onde seu dedo estava apontado.

Quando eu vi o carro eu fiquei meio assustada, e já tinha medo do que poderia ser.

– Será que é visitas? Paris perguntou se levantando e olhando melhor.

– Acho que não. Prince falou quando viu dois homens descerem do carro.

Os dois vestiam ternos escuros e óculos de sol, traziam em suas mãos maletas e na outra alguns papéis, não me parecia nada agradável.

Nos levantamos e fomos um atrás do outro curiosos ver quem eram os homens. Eles entraram no escritório de Michael e nós ficamos ali escutando do outro lado da porta sem fazer barulho, o que aqueles homens falariam.

Dentro de seu escritório Michael temia o que aqueles homens falariam...

– Então o senhor está escondendo a pequena Susie Brunelli, senhor Jackson? Perguntou o homem o olhando firme em seus olhos após tirar seus óculos de sol.

– Não estou a escondendo. Estou cuidando dessa pobre criança órfã. Falou o olhando sério, nada o faria desistir de mim.

– Bem, mas pelo que sei não é responsável pela guarda dela. Acredito que é o mesmo que sequestrá-la se o senhor não sabe. O outro homem ao lado falou um tanto desafiador para ele.

– Meu advogado está cuidando disso para mim, e até agora soube que ela não tem nenhum parente por aqui. E ninguém mais próximo veio saber sobre ela, então eu mesmo estou dando abrigo e sustento á ela. Falou analisando aqueles dois homens a sua frente, ele sabia que John estava cuidando da papelada da minha guarda, mas o que ele não sabia era que John não havia conseguido uma resposta concreta.

– Senhor Jackson, sinto muito, mas precisamos levar sua pequena menina circense para o conselho tutelar. Ela não pode ficar aqui. O senhor ainda não tem a guarda dela. Falou parecendo ter ganho uma aposta.

– Como assim? Ela não vai sair daqui! Eu irei adotar essa criança. Falou se alterando ao ouvir aquilo.

– Acho que não gostaria de ser tachado de sequestrador de crianças não é mesmo. É bom que a levamos para onde ela já deveria estar faz tempo. Falou dando um papel para Michael mostrando á ele que o único destino era deixar eles me levarem.

– Por que vocês fazem isso? Não vê que essa criança irá sofrer? Já perdeu o pai, agora ficará longe de quem ela ama. Não podem levá-la! Falou olhando aquele papel e seus olhos já começavam a encher de água.

– Senhor, por favor, não seja teimoso. As coisas tem que ser como devem, agora me diga onde está a garota. Falou se levantando e arrumando sua roupa.

Michael viu os dois homens se levantarem e sacudirem a roupa, pegaram suas maletas e o esperaram abrir a porta.

Ele nos viu ali sentados no chão da sala, pois a babá não nos deixou ouvir a conversa deles. Michael olhava para mim docemente e chorava por dentro ao saber que eu teria que sair dali.

– Está ali. Apontou para mim.

Vejo aquele homem enorme e assustador em pé ao meu lado e o olho já temendo. Ele sorriu amarelo para mim e se agachou ao meu lado.

– Vamos passear criança? Tenho um lugar para lhe mostrar. Tem muito mais crianças do que aqui. Falou olhando ao seu redor.

– Mas eu gosto daqui. Eu não quero sair daqui, só se for com tio Michael. Falei me levantando e o olhando.

– Tio Michael, precisa trabalhar. E você tem que ir para sua casa, não pode ficar aqui. Mas não se preocupe, lá também tem crianças que vão brincar com você. Vai ir todos os dias para a aula e aprender coisas novas. Falou o outro homem, com uma voz irritante.

Ele pegou em minha mão e foi me levando até a porta.

– Mas eu não quero ir embora. Tio Michael disse que eu poderia morar com ele. Falei tentando me soltar da mão dele.

– Vamos criança. Não temos tempo a perder. Na hora que aquele homem disse aquilo eu lembrei das palavras de Riley.

Chorando eu corri até Michael e abracei sua perna me escondendo deles, e chorando pedia que ele me ajudasse.

– Tio Michael, eu não quero ir embora. Não deixem me levarem. Por favor. Falava abraçada a perna dele.

Michael se agachou na minha frente e olhou em meus olhos que já estavam cheio de água. Olhei para seus olhos também e ele também chorava.

– Eu tentei criança, infelizmente não posso impedi-los. Falou me abraçando e chorando junto comigo.

– Você disse que não deixaria ninguém me levar. Você falou que ia cuidar de mim! Por favor, eu não quero ir embora. Falava soluçando em seus braços.

– Eu lhe prometo ir lhe visitar sempre que puder. Falou enxugando minhas lágrimas.

Eu olhei para Prince, Paris e Blanket e todos eles também choravam. Abracei cada um deles e chorei, disse a eles o quanto eu os amava. Abracei Michael de novo e ele me pegou em seus braços, e me deu nos braços daquele homem que estava ali me assustando. Ele me colocou no chão e segurava minha mão a apertando na sua.

– Ela tem algum pertence? Perguntou o outro cara.

Michael pediu a babá para que pegasse minhas coisas. Deu para o outro homem e assim fomos, foi duro de mais para mim sair daquele lugar onde para mim tudo parecia encantador. Com lágrimas rolando em meu rosto eu sai dali e Michael ficou com seu coração despedaçado em suas mãos.

Capítulo 10


Eles me colocaram naquele enorme carro e saíram comigo dali. Eu ainda chorava e orava pedindo para que não me fizessem mal. Acabei dormindo ali encolhida chorando, e quando acordei eu não conhecia o lugar onde estava. Escutava vozes de crianças e até alguns choros de bebês.

– Como é o nome dela? Escutei a voz simpática de uma mulher.

– Susie Brunelli. A voz daquele nome eu sabia que conhecia.

– Quer dizer que ela estava na mansão do rei do pop? Perguntou um tanto assustada pelo tom da voz.

– Sim, eu não sei o que ele queria com essa criança lá. Disse que não tem parentes por aqui. Falou o homem já com a voz baixinha. Pareciam se afastar dali.

Eu temi abrir os olhos, mas eu tive curiosidade em saber onde eu estava. Abri os olhos lentamente e em seguida os esfreguei com minhas mãos. Bocejei e olhei bem o lugar onde eu estava, haviam fotos de crianças espalhadas pelas paredes, e em cima de cada cama havia o nome de cada criança. Enfeites coloridos e vi uma pequena menininha de aproximadamente uns dois anos de idade ali com seu dedo polegar na boca a me olhar, logo vejo uma outra menina um pouco maior, de pele escura e olhos claros entrar ali naquele dormitório e se assustar comigo.

– A menina do circo acordou. Escutei ela falar alto como se eu não estivesse ali.

Vejo uma mulher entrar ali no quarto e vir sorrindo. Eu me encolhi na cama com medo, eu já tinha passado por tantas coisas na minha vida, que já estava começando até a ficar com medo de pessoas estranhas.

– Olá, oh não se assuste. Não irei machucar você. Falou quando me viu se encolher e abraçar as pernas e esconder meu rosto.

– Meu nome é tia Paula, estarei aqui para lhe ajudar no que precisar e cuidar de você. Falou tocando minha cabeça.

Eu me lembrei do dia que conheci Michael, aquele dia que estava perdida no parque e ele veio docemente, tocou minha cabeça e me levou junto com ele até a sua casa. Mesmo com os olhinhos cheios de água eu olhei para ela e sorri, ela sorriu também para mim e perguntou se eu estava com fome, e é claro que eu estava. Me deu comida e eu fui tomar banho, me apresentou para as outras crianças, mas eu não via nenhuma que eu conhecia ali, na verdade eu queria era estar com Michael agora.

Mesmo triste eu brinquei com aquelas crianças e de noite nos arrumamos e fomos todos a igreja, eu quase nunca ia a igreja, acho que na verdade aquela era a minha segunda vez na igreja.

Os dias foram se passando e eu ia me acostumando lentamente com aquele modo de vida, era tudo novo para mim, mas ainda assim tendo aquela vida diferente e fazendo as mesmas coisas que as outras crianças faziam, eu me sentia vazia e sozinha no mundo. Meu pai não estava mais comigo e Michael não poderia ficar comigo.

Estávamos todos sentados assistindo TV quando aparece na notícia algo que me tirou a atenção. Era Michael! Ele estava tão lindo. E pelo que eu percebi ele planejava fazer uma nova turnê.

– Tia o que é uma turnê? Perguntei olhando para a tia que estava ali dando comida para a pequena menina.

– É uma série de apresentações ao vivo de um artista em diferentes lugares e locais de apresentação. Falou olhando para mim.

Olhei de volta para a TV e ele dizia “Vejo vocês em Julho”, e logo saiu do palco.

Naquele momento fiquei comigo pensando o porquê dele ter feito aquilo, será que tinha se esquecido de mim? E as vezes que ele disse que iria me visitar? Ele só estava me ligando e já fazia quase uma semana que não me ligava. Eu corri para o quarto, pois minha vontade de chorar era enorme, me encolhi na cama e chorei cada vez mais me sentindo pior.


Capítulo 11


– Su, está na hora de ir para a aula. Escutei Paula me chamar pela manhã.

Eu abri meus olhos e a olhei, comecei a tossir e vi ela me olhar assustada.

– Nossa, como você está pálida. Falou tocando minha testa.

– O que foi Paula? A outra mulher que ajudava a cuidar das crianças perguntou a ela.

– Su está queimando de febre. Falou preocupada para a outra que me observava.

Eu sentia uma coisa ruim em minha barriga e sem forças de me levantar acabei vomitando ali mesmo.

– Essa criança não pode ir a aula hoje. Paula falou tirando minhas cobertas que eu havia sujado.

A outra moça me ajudou a tomar banho e me ofereceu algo para comer, porém eu estava sem fome. Eu acabei ficando lá mesmo e não sai o dia inteiro para lugar algum, não brinquei, não assisti e não fui a igreja. Apenas fiquei ali doente e cada vez mais triste ao lembrar de meu pai e de Michael.

– Vamos criança coma, se não não vai ficar bem. Paula falava com a colher para me dar comida.

– Não obrigado. Falei rejeitando comer.

Elas pensavam que aquilo era uma simples gripe ou sei lá o que, e que aquilo passaria, mas na verdade nós não sabíamos que aquilo só estava começando.

Como eu falava, os dias foram passando e eu não comia e não me levantava para nada. Não ia mais a escola e muito menos saía para brincar. Eu estava cada dia mais doente e sem forças para nada. Meu semblante era de total tristeza e angustia.

– Criança o que você tem? Paula perguntou acariciando meus cabelos.

Eu me recusava a falar qualquer coisa, eu queria perguntar por que Michael havia me abandonado ali, por que então ele sempre me dizia que estaria sempre comigo? Por que ele então sempre disse que cuidaria de mim? Eu queria saber se ele disse isso só por dizer ou se realmente fazia sentido.

Mas certo dia eu me surpreendi, Paula estava tentando fazer com que eu come-se algo, mas eu não tinha apetite já a dias e sempre que eu comia eu vomitava depois. Estava encolhida na cama chorando e lembrando dos dias na casa de Michael, e por mais que tudo aquilo estivesse em minha mente eu comecei a sentir um cheiro doce, aquele cheiro de baunilha que só Michael tinha, mas aquilo estava tão real e tão cheiroso para estar só em meus pensamentos, ergui minha cabeça e quando olhei para porta eu parecia estar sonhando, mas eu vi Michael lá.

Sem pensar duas vezes, eu me levantei depressa e corri até a ele, que abriu seus braços e me abraçou. Eu escondi meu rosto em seu pescoço e o abracei forte.

– Tio Michael, nem acredito que você está aqui. Falei já chorando e sentindo aquele cheiro maravilhoso que só ele tinha.

– Oh meu anjo, estou com tantas saudades de você. Falava acariciando minhas costas e meus cabelos.

Eu tinha muitas perguntas para fazer a ele, mas eu esqueci até daquela tristeza que havia dentro de mim quando eu o vi. Eu estava triste por ele ter me esquecido ali, mas procuraria saber o porquê daquilo.

Ele me colocou sentada na cama e se agachou na minha frente, me olhava preocupado, mas sorria para mim. Vejo Paula chamar ele, e ele pediu uns minutinhos. Saiu e demorou um pouquinho, mas logo voltou.

– Vamos comer essa comida para ficar forte? Perguntou vindo com um prato de comida nas mãos.

É claro que eu comeria com ele!

– Vamos abra a boquinha... um aviãozinho. Dizia levando a colher ao alto e me fazendo rir.

E naquela brincadeira eu acabei comendo tudinho o que havia no prato, e minutos depois eu não sentia vontade de vomitar e sim vontade de brincar com ele.

Me ajudou a trocar de roupa e fez tranças em meus cabelos cantando. Fomos a sala de brinquedos e brincamos com as outras crianças. Ele passou o dia ali comigo e tudo para mim parecia ser tão mágico quanto quando estávamos na sua casa.

– Agora você precisa ir para a cama. Falou comigo em seus braços e eu já bocejava aquela hora.

– Mas já? Perguntei um tanto triste, pois sabia que ele não poderia ficar ali.

Ele me levou até minha cama e se sentou ao meu lado.

– Tio Michael, por que você não me visitou durante esse tempo todo? E por que eu tive que vir para cá? Você não disse que eu iria morar com você? Perguntei vendo ele me cobrir.

– Sabe criança, eu tenho feito de tudo para vir aqui. Mas eu tenho tido uma vida corrida ultimamente, mas acredite eu vou conseguir tirar você daqui. Eu queria ter vindo visitar você antes, mas com meu trabalho estava chegando em casa muito tarde. Falou tocando minha face.

– É verdade que você vai fazer uma turnê? Por quê? Pensei que você tinha se esquecido de mim, sabia? Falei acariciando sua mão.

– Como pensou isso? Sabe que eu lhe amo muito, não sabe? Eu só não pude vir lhe visitar. E quanto a turnê eu estou ainda em planejamentos. Falou sorrindo para mim.

Só a forma dele sorrir já me deixava em paz e feliz, por isso eu temia que ele fosse embora e eu ficasse ali sem ninguém novamente.

– Bom, agora está na hora de você dormir. Falou pegando em minha mão.

– Mas eu sei que quando eu acordar você não vai mais estar aqui comigo. Falei já chorosa.

– Eu lhe prometo que voltarei quando menos você esperar. E esse dia você vai voltar comigo lá para minha casa. Falou beijando minha mão.

– Tio Michael? Falei olhando em seus olhos e sabia que ele falava a verdade.

– Sim?! Perguntou já se levantando para sair.

– Eu te amo. Falei quando ele tocou minha testa.

– Eu te amo mais criança. Muito mesmo, você ainda vai voltar para minha casa. Agora boa noite. Falou beijando minha testa.

Eu não sei o que aconteceu depois, pois só me lembro de virar para o lado e dormir tranquilamente aquela noite.

Capítulo 12


Dias se passavam e eu ia melhorando, já tinha voltado a ir para a aula e me sentia melhor e confiável. Voltei a ir na igreja com as outras crianças e cantava no coral, fazia tudo e eu tinha certeza que Michael ia voltar um dia ainda para me buscar, ele havia me prometido e eu estava com fé de que aquilo iria acontecer.

As tias que cuidavam de nós se surpreendiam da forma de como eu havia melhorado com a simples visita de Michael. Eu agora estava entendendo que tudo era apenas questão de tempo e ele voltaria.

– Su, está com fome? Tia Paula perguntou quando chegamos da escola.

– Sim. Falei colocando minha mochila em seu devido lugar.

Fui ao refeitório e comi, pois mais tarde iriamos á um teatro. Estava feliz, cantava ABC, The Lost Children e Heal The World toda hora, Michael havia me ensinado essas músicas e eu cantava de coração assim como ele fazia.

Compramos pipocas e nos sentamos nas poltronas para assistir a peça, eu estava cada dia mais feliz, pois sabia que em breve eu estaria de volta a brincar com Prince, Paris e aquele chato do Blanket.

Tinha uma música que eu queria cantar no coral da igreja, e estava tentando convencer tia Paula de me deixar. Era Heal The World, queria cantar para homenagear Michael, pois como ele havia me dito alguns dias aconteceria sua turnê e eu estava feliz por isso, e queria lhe homenagear.

– Tia Paula, por favor, vamos cantar Heal The World hoje? Pedia fazendo uma cara que eu sabia que a convenceria.

– Está bem! Falou sorrindo para mim.

Eu a abracei e a agradeci. Quando voltamos do teatro aproveitamos para ensaiar e cantaríamos naquela noite. É obvio que eu coloquei minha melhor roupa e meu melhor calçado, arrumei meus cabelos e fui feliz para a igreja.

– Tia Paula, quero que grave um vídeo. Tenho que mostrar para Michael. Falei sorrindo para ela.

– Okay, primeiro vamos tirar uma foto. Vamos todos sorrindo. Falou alto e sorridente.

Nos arrumamos todos para a foto e eu sorri felizmente, pois cantaria uma das músicas de Michael que eu mais gostava.

Logo depois o culto começou, nos sentamos todos juntos e esperamos ansiosos para cantar. Enquanto cantávamos acabei me emocionando e chorei, olhei para as pessoas ali e vi que muitas também choravam com a bela letra da música e também por ser crianças carentes de um orfanato que cantavam.

Talvez muitas pessoas pensasse que era uma simples música cantada por um coral de crianças, mas para mim era mais do que isso. Aquela música de Michael tocava em meu ser. Eu cantava com a alma e a sentia, pessoas que meditaram na letra com certeza fariam o que estava escrito, porém nem todos são assim. Algumas pessoas apenas ignoram.

Naquela noite eu fui dormir novamente feliz, eu sabia que Michael ficaria muito feliz ao ver o video que havia sido gravado. Eu sentia Michael próximo a mim quando eu cantava alguma de suas músicas e me lembrava de sua doce voz dizendo que me amava e que estaria sempre comigo.

No dia seguinte eu acordei disposta para ir para aula, haveria uma pequena prova e eu sabia tudo o que haveria de conteúdo. Estava feliz e fui até a escola cantando com algumas das crianças. Meu dia estava perfeito, almocei e me sentei na sala de vídeo para descansar e ver desenhos.

– Oh Gabi, faça silêncio. Não consigo escutar. Falei quando o desenho parou e foram para os comerciais, mas o estranho é que foi direto para o jornal.

Eu vi uma foto de Michael e escutei falarem em seu nome. Fiquei atenta naquela notícia, mas o que eu ouvi acabou com minha alegria e tornando meu dia escuro e frio.

Agora eu não entendia o motivo daquilo.

Capítulo 13


“O Rei do Pop Michael Jackson foi levado as pressas ao hospital, não resistindo o cantor morreu antes de chegar lá.”

Era isso o que a mulher da TV falava, e aquelas palavras ficaram gravadas em minha mente.

Eu não sei lhe dizer o que aconteceu comigo, mas meu corpo gelou, meus olhos se fecharam e eu não consegui mais me acordar. Escutei pessoas falarem, mas logo apaguei de vez. Sentia alguém correr comigo em seus braços e falar algo, mas não tinha sentido e nem conseguia me acordar daquilo.

Apenas me lembrei depois daquilo tudo de acordar e sentir um gosto amargo na boca, sabia que haviam pessoas a minha volta, pois escutava falarem baixinho. Abri meus olhos e olhei as pessoas ao meu redor, Paula era uma. Senhor John? O que senhor John estaria fazendo ali?

– Oh meu anjo, ainda bem que acordou. Paula falou vindo até mim.

– Como está? John perguntou me olhando sério me fazendo lembrar do que eu havia visto na TV.

– Tio John, ele se foi! Falei chorando.

– Eu sei meu anjo, eu sei. Mas nós estamos aqui para cuidar de você. Falou me abraçando.

Eu chorei e vi que ele por ser amigo de Michael não estava tão triste quanto eu pensaria que deveria estar.

Eu vi tia Paula pegar minha mala com as coisas e estranhei aquilo.

– Onde vamos? Perguntei me sentando na cama.

– Você vai embora. Tio Michael adotou você, mas como ele... bom é, você vai ficar com tio John. Falou dando minha mala para John.

Eu não sabia se chorava ao se eu sorria, mas naquele momento eu comecei a chorar de alegria e tristeza, estava completamente confusa. Havia um homem muito estranho ali com senhor John ele pegou em minha mão. Eu me despedi de todos ali e finalmente eu saberia que não moraria mais ali naquele lugar.

– Esse carro não é do tio Michael? Perguntei quando entramos no carro e eu estava sentindo o cheiro dele desde que eu vi aquele homem.

– Sim. O homem estranho falou.

– Acho que já podemos falar para ela. John disse olhando para o tal homem.

– Falar o que? Perguntei confusa olhando para eles.

Aquele homem abriu sua jaqueta, tirou suas luvas e um terno que usava. Quando eu olhei para seus calçados e suas mãos eu não pode entender o que eu via. Foi ai mesmo que eu me confundi mais ainda.

– Tio Michael?! Perguntei olhando para os olhos dele.

– O próprio minha pequena. Falou me abraçando.

– Mas... mas... mas você?! Falava gaguejando o olhando assustada.

– Sim, eu morri para o mundo, mas estou aqui para você. Ele me abraçou mais forte ainda e beijou minha testa.

No caminho para casa ele me contou o motivo de ter feito tudo aquilo, e ai eu compreendi e entendi que sua vida não era nada fácil. Fomos para uma casa diferente, era maior que a que ele tinha antes e muito mais bonita.

Desci do carro correndo e fui de encontro com as crianças, abracei eles e demos risadas. O restante do dia foi de brincadeiras e festa, não por Michael Jackson ter morrido, mas por ele ter deixado de existir para o mundo e existir agora para si mesmo.

Agora sim, eu estava feliz, sabia que ninguém mais poderia me tirar daquela casa. Michael agora seria meu segundo pai.

Capítulo 14


Bom, essa foi boa parte de minha história que muitos não sabiam. Eu me lembro de que quando eu e Blanket estávamos na puberdade nada foi fácil para nós. E me lembrei do dia em que virei mocinha.

Eu havia acordado aquela manhã e me espreguicei na cama como de costume. Senti algo no meio de minhas pernas, passei a mão e quando olhei eu me assustei!

– Aaah! Sangue! Gritei alto sozinha.

Eu me levantei e percebi o que era e de onde aquele sangue vinha. Me lembrei das palavras de Paris, ela sempre me dizia que um dia eu viraria moça e ela estaria para tirar minhas duvidas em tudo o que eu tivesse curiosidade.

– O que foi, Su? Perguntou me olhando preocupada.

– Paris, aconteceu. Eu estou menstruando. Falei a olhando assustada e tentando esconder aquele sangue do lençol.

– Oh mana, não se preocupe. Já venho um minuto. Falou me deixando ali cada vez mais nervosa e sem saber o que fazer.

– O que aconteceu sua boba? Por que acordou gritando? Blanket perguntou olhando da porta, mas eu não o deixei entrar fechando a porta na sua cara.

– Sai daqui! Não te interessa! Gritei nervosa.

– Saía Blanket, é assunto de menina! Paris falou o tirando dali e entrando com uma pequena caixa de plástico na mão.

– Venha. Falou me chamando no banheiro de meu quarto.

– O que é isso? Perguntei estranhando o que ela tirava da caixa.

– São absorventes, você deve usá-los quando estiver nos seus dias. Falou me entregando um.

Foi difícil para eu me acostumar com aquilo e eu sempre tinha vergonha quando algum menino chegar perto de mim. Blanket sempre reclamava que eu ficava agressiva nesses dias.

Mas não demorou muito para chegar a vez dele. E por mais que tenha sido meio constrangedor para nós, hoje em dia damos risadas dessas coisas.

Era dia dos pais, tínhamos combinado de acordar cedo para fazer o café de Michael e levar na cama.

– Blankie? Perguntei baixinho.

Ele não abriu a porta, então decidi eu mesma entrar e chamá-lo.

– Blanket? Chamei ele cutucando suas costas.

– O que foi? Perguntou se virando para mim.

Eu me assustei quando ele se virou para mim, havia algo fazendo um certo volume em seu lençol.

– Blanket, o que é isso? Perguntei apontando para seu... será que aquilo era o... dele?

– Ah é meu... aff você sabe. Ele vive ficando assim agora, não sei porquê. Falou se sentando e colocando a mão no meio de suas pernas.

– Deixe eu ver. Falei levantando o lençol.

– Não! Você está maluca?! Sai já daqui! Falou se levantando rapidamente e pegando o lençol, mas mesmo assim eu ainda notava o volume de seu **** nele.

Eu comecei a rir e sai dali.

Naquele tempo eu e Blanket tínhamos um ciúmes do outro, pois sempre apareciam aquelas meninas patricinhas da escola para quererem namorá-lo, e sempre meninos dos times para me pedir em namoro também, mas no fim um não escapou do outro. Caindo assim um de paixão pelo outro.
Capítulo 15 (Último Capítulo)


Voltando aos dias atuais...

– Eu me lembro de tudo isso. Blanket falou comigo ainda em seu colo tocando meus cabelos.

– É... acho que a janta já está pronta! Falei sorrindo e me levantando.

– Opa, já estava na hora essa história ai me deixou com fome. Prince falou se levantando e já indo em direção a mesa na sala.

Nos reunimos todos na mesa, é claro que antes nós oramos de mãos dadas com Michael e nos sentamos.

– Hm... está maravilhosa. Prince falava dando um gole em seu vinho.

– Meu querido, o que minha esposa faz que não fica maravilhoso? Blanket falou todo bobo me dando um selinho.

– Mamãe, você não contou para o vovó sobre seu casamento com papai. Sophie falou olhando para o avô que a mimava e nos fez rir com seu comentário.

– Seu avô estava lá meu amor. Quem você acha que me levou até o altar? Foi seu avô, mas poucos sabiam. Falei olhando para Michael e me lembrando de tudo.

– É pequena, a história do casamento é para outro dia. Paris falou sorrindo para mim.

A noite se foi em um piscar de olhos. Pedi licença a eles para ir no banheiro e percebi algo, sabia que meu bebê estava para vir a qualquer momento, mas não sabia que ele viria no natal. Percebi que a bolsa havia estourado, me deixando nervosa e feliz ao mesmo tempo.

– Amor, acho que nosso bebê quer conhecer o mundo. Falei olhando para eles ali na sala e vi todos me olharem de uma vez só.

– Mas já? Não sabia que essa minha sobrinha se apressaria tanto. Paris falou vindo até mim e tocou meu ventre, percebeu que ela ou ele se agitava ali.

– Paris pare com isso, é um menino eu já disse! Blanket falou vindo ao meu encontro.

Ele beijou minha boca e antes que terminássemos o beijo seu pai decidiu falar.

– Acho que já deveríamos ter ido a maternidade não é mesmo? Blanket pegue as coisas do bebê vamos eu e você com ela na maternidade. Prince fique cuidando de Sophie. Michael disse fazendo eu e Blanket nos assustarmos.

– Vovô, mas eu vou ir junto. Sophie falou chamando a atenção do avô.

– Oh meu anjo, você não pode ir. Precisa descansar. E o papai noel vai vir, você precisa ficar para receber nossos presentes. Michael falou no ouvido dela.

– Está bem. Mamãe, boa sorte com meu maninho ou maninha não sei. Falou ainda nos braços de Michael.

– Maninha! Paris falou.

– Maninho! Blanket disse no mesmo momento que ela, nós ríamos com aquilo.

Em poucos minutos já estávamos dentro do carro, Michael usando sua máscara e Blanket todo bobo parecia ser seu primeiro filho. Paris me ajudava a manter as pernas abertas. Michael então nem se fala, eu já via que se fosse um menino seria muito mimado por Blanket, se bem que dizem que as meninas sempre são mais apegadas aos pais e os meninos as mães.... eu não sei.

Blanket acabou entrando comigo na sala de parto, foi difícil, pois aquela criança parecia ser grande que nem o pai. Depois de todo aquele sofrimento para ganhar meu bebê, eu vi lágrimas nos olhos de meu amor.

– Su, olha Su! É um menino. Falou chorando e trazendo meu bebê até mim para que eu visse seu rostinho.

– Oh Blankie! Olha como é lindo. Falei chorando já sem forças para nada.

Ele saiu com o bebê para limpá-lo e voltou algumas horas depois quando eu já estava no quarto. Eu acabei pegando no sono e quando acordei vi Michael com ele nos braços.

– Oh Blankie, parece que eu pego você nos braços novamente. Falou beijando a testa de meu bebê.

– Agora deixa eu ver esse menino aqui com cara de Blanket e jeito de Michael. Paris falou pegando ele nos braços, mas parece que o malandrinho adivinhou que eu estava acordada, pois abriu sua boquinha e começou a chorar.

– Eu sei sua tia é feia né?! Vem com o papai vem. Blanket falou pegando ele em seus braços, mas ele chorava mais alto ainda.

Paris ria da cara dele, por não conseguir dar jeito naquela criaturinha tão pequena.

– Eu sei qual é o mal dele, está com fome. Vem com a mamãe meu amor, esses bobos não sabem cuidar de você. Falei chamando a atenção deles para mim.

Blanket deu ele em meus braços e eu dei mama para ele.

No dia seguinte fui libera para voltar para casa, estava tão feliz que dava pulos dentro de mim. Sophie então quando viu o irmão nem se fala, beijou ele e deu cheirinhos várias vezes. Abrimos nossos presentes e assim passamos o dia juntos.

Hoje como todos podem ver tenho Michael como meu segundo pai. Ele fez tantas coisas por mim, não só ele como aquela família inteira. É isso que eu vi e percebi que devemos acreditar e ter fé, ele fez apenas por amor a mim e hoje só tenho a agradecê-lo.

Obrigado Michael, por tudo o que você fez por mim. Que Deus te abençoe. Te amo muito.
Feliz Natal a todos e um próspero ano novo!

Por Susie Brunelli.


Fim!!

11 comentários:

  1. Amei, amei e amei
    continuaaa please, please rsrsrs

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  2. Desculpem a demora, vou postar agora mesmo , ando muito ocupada e não da tempo de vir á internet... continuando a fic em 3...2...1... :) Boa Leitura

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  3. UAU Q LINDO
    NEM PRECISO DIZER QUE CHOREI RIOS NESSA FIC NÉ srsrs
    PARABENS

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    1. Obrigado por ter acompanhado Stefany :D God Bless You <3

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  4. Lindo!!! Quando vc vai postar mais fanfics?? São maravilhosas,parabens!!

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    1. Amanhã terá uma nova ;) Porque vc sempre escreve como anônimo????

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