segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Mini-FanFic: " O Professor" (+18)

Autora: TatahJacksonMania

Sinopse

Ele era diferente de tudo o que eu já havia conhecido.
Começava por ser o melhor professor que eu já tive a oportunidade de ter. Depois passou a ter o sorriso mais bonito, o melhor senso de humor, a incrível capacidade de me ensinar coisas novas.
E então ele me deu o melhor beijo do mundo.
E eu me apaixonei.



Capítulo 1 - Melissa

Me olhei mais uma vez no espelho, sentindo-me bonita e confiante. Estar no último período da minha tão sonhada faculdade de música era um sonho que, um dia, achei inalcançável.
Meu pai sempre foi contra. Segundo ele, música e dinheiro eram coisas que não andavam juntos para seres mortais e normais como a nossa família. Em sua opinião, apenas alguém que era nascido em berço de ouro, consegue crescer nesse mundo.
Como ele estava enganado.
Com sua morte no final do meu ensino médio, me senti segura para seguir em frente com minha escolha. Minha mãe, que sempre esteve ao meu lado, me apoiou e hoje, com dezenove anos, prestes a fazer vinte, estava caminhando para o último período.
Meu sonho não era ser uma cantora famosa e renomada. Eu queria ser uma professora, queria ser a pessoa que estava por trás das cortinas, descobrindo talentos. E pra isso, eu sabia que precisava ter uma boa formação.
Eu estava no caminho certo.
- Falta pouco agora, Mel. Falta muito pouco. - murmurei para minha imagem no espelho, sentindo-me contente e confiante.
Terminei de passar o gloss nos meus lábios e desci, logo saindo de casa. Minha mãe já havia saído de casa e isso me permitiu sair sem tomar o desjejum, coisa que era impossível de se conseguir com dona Penélope em casa.
Dirigi rapidamente até a faculdade, ouvindo meu celular vibrar de cinco em cinco minutos. Carly, com toda a certeza, já estava na faculdade, esperando ansiosamente pela minha chegada.
Aliás, ansiedade era o nome do meio de Carly Lestarn.
Cheguei ao Campus e estacionei meu carro, ouvindo o burburinho de alguns grupinhos ali próximo. Peguei meu celular e comecei a andar, lendo a ultima mensagem de Carly.
"Estou na sala 205, junto com Paul e Alexa. Acabamos de descobrir que essa é a nossa nova sala e ta correndo um boato de que temos um novo professor.VENHA LOGO, SÓ FALTA VOCÊ!"
Ignorei suas letras gritantes e passei pelo campus, cumprimentando de longe alguns conhecidos. Passei pelos corredores movimentados, me apegando a informação de Carly.
Um novo professor... Não, eu não gostava nada daquilo. Contava pegar Rachel como professora, ela era maravilhosa, dócil e amável, confiava muito nela para terminar o meu último período com louvor.
Trabalho de Conclusão de Curso, o famoso TCC, era algo que me dava um nó no estômago só de ser mencionado, mas eu confiava muito em Rachel e sabia que ela ia me orientar muito bem em meu trabalho, para apresentar algo incrível para a banca no final do semestre.
Agora, com essa notícia de novo professor, meu nervosismo subiu a níveis alarmantes. Suspirei. Bela maneira de começar o último período.
Parei em frente a porta de número 205, pensando seriamente em voltar para o meu carro e ir embora. Eu estava insegura, realmente com medo daquele boato ser verdade.
- Está se sentindo mal?
Uma voz doce e ao mesmo tempo máscula adentrou meus ouvidos. Só precisei virar de lado para vê-lo.
Alto, corpo esbelto, pele branca, cabelos lisos, escuros e curtos. Seus olhos negros e expressivos me fitavam com curiosidade e preocupação, me fazendo prender a respiração automaticamente. Ele era bonito, muito bonito.
Mas quando ele franziu a sobrancelha e arregalou os olhos, ficando mais preocupado, me lembrei que deveria procurar a voz e falar alguma coisa.
- Eu... - pigarreei, desviando o olhar. - Sim, eu estou bem. Só estava olhando para o número da porta, tentando me lembrar se estou na sala certa.
Ele sorriu, simpático, mostrando-me que era ainda mais bonito quando sorria. Rapidamente esticou a mão para mim e eu a apertei, sentindo a quentura de sua palma na minha.
- Ah sim, prazer, Michael Jackson. - ele disse, olhando-me rapidamente de cima a baixo.
- O prazer é meu. Melissa Winstow. - respondi, sorrindo de leve. - Obrigada pela preocupação, aliás.
- De nada. Você já descobriu se esta é a sua sala?
- Sim, é a minha sala. É a sua também?
- Sim. - ele sorriu e abriu a porta. - Primeiro as damas.
Sorri, agradecida e passei, achando Carly, Paul e Alexa rapidamente, sentados na primeira fileira. Fui até eles, sentando-me no lugar que guardaram pra mim. Olhei ao redor, procurando por Michael. Minha intenção era chama-lo para se sentar conosco, mas foi só olhar para frente que eu entendi que isso não poderia acontecer.
Simplesmente porque Michael tomou a mesa em frente ao quadro, mostrando a todos que ele era o nosso novo professor.
- Poxa, Mel! Era pra ter chegado mais cedo, agora não dará para conversarmos... Pelo visto, o novo professor chegou. - Carly murmurou ao meu lado, revirando os olhos.
- Chegou e é lindo! Que deus é esse? - ouvi Paul suspirar ao meu lado, abanando-se discretamente.
A risada de Alexa e Carly invadiram meus ouvidos, mas eu não consegui responder. Meu olhar estava fixo em Michael, que organizava algumas folhas em cima da sua mesa. Ele era muito novo para ser professor. Quer dizer, não queria desmerecê-lo, mas se ele tinha trinta anos era muito. Quando o vi ao meu lado, na porta da sala, pensei que ele era tudo, menos o novo professor.
Ainda estava com esse pensamento rondando minha mente, quando ele levantou a cabeça e me pegou olhando-o. Senti-me constrangida e quase desviei o olhar, mas seu sorriso doce para mim me fez continuar a olhá-lo. Sorri de leve pra ele, virando-me a contra gosto para Carly, que me cutucava insistentemente.
- O que foi, Carly? - perguntei, impaciente.
- Como "o que foi"? Estamos te chamando a horas e você não escuta! - ela revirou os olhos, dramática. - Vamos tentar por o papo em dia enquanto o professor não se apresenta. Como vai o lance com Andrew?
- Jura que você vai querer estragar minha manhã falando sobre Andrew, Carly?
- Hm... Pelo visto o amor desandou... - Alexa comentou.
- Eu falei que não daria certo. Andrew não é homem pra você, Mel. Ele pode ser o boy magia mais desejado da faculdade, mas é um galinha convicto! - Paul disse, suspirando. - Se ele me desse mole, apenas um pouquinho, eu o colocaria na linha em dois tempos, pode apostar!
Sorri, mesmo a contra gosto. Paul tinha o dom de me fazer rir nas horas mais improváveis, como sempre.
- Você tem razão, Paul, ele é um galinha. Foi exatamente por isso que eu aproveitei o recesso que coloquei um ponto final na nossa... "Relação".
- Está certa, amiga! - Carly disse, sorrindo pra mim.
Quando ela abriu a boca para falar mais alguma coisa, escutamos uma pessoa pigarreando. Em poucos segundos a sala ficou em completo silêncio, enquanto todos voltavam sua atenção para Michael, que estava apoiado na frente da mesa e olhava a todos com atenção, sorridente.
- Primeiramente, quero desejar um ótimo dia a todos e um excelente final de período. - ele começou, sua voz forte imperando por toda a sala. - Meu nome é Michael Jackson, sou o novo professor de vocês. Muitos devem estar se perguntando quem sou eu, pois sou novo na faculdade, mas antes de falar sobre mim, vou explicar o porquê da professora Rachel Summer não estar aqui. Bem, infelizmente, ela se acidentou no final de semana. Não sei bem o que aconteceu, mas me informaram que ela teve um acidente de carro e quebrou o pé e o braço, e ficará afastada durante todo o semestre.
Ele ficou em silêncio, esperando que o nosso susto e indignação passasse. Que coisa mais triste! Rachel não merecia isso, com toda a certeza. Muitos alunos começaram a comentar sobre a notícia, mas eu só conseguia pensar naquele mulher de sorriso doce, envolvida em um acidente de carro. Era muito difícil de imaginar.
- Por favor, pessoal, por favor... - Michael chamou a nossa atenção, fazendo todos ficarem em silêncio mais uma vez. - Não é preciso se preocupar, apesar dela ter quebrado o braço e o pé, ela está bem e fora de perigo. Se não me engano, ela terá alta na próxima semana. Acho que vocês conseguirão mais informações na secretária. - ele fez uma pausa e voltou a sorrir. - Bom, como já disse, meu nome é Michael e vocês não precisam me tratar com formalidade, pode me chamar pelo meu nome. Tenho trinta e três anos e comecei a dar aula de música quando fiz doutorado, aos meus vinte e três anos. Desde então, me mudei para o Canadá e lá fiz minha vida acadêmica no corpo docente da na FMTC, Faculdade de Música e Tons do Canadá.
"No começo desse ano eu retornei aos Estados Unidos, com o intuito de voltar para minha família. Pode ter certeza que não é tão fácil ficar longe de pai e mãe, como se imagina e então, coloquei meu currículo aqui na faculdade. Por conta disso, fui chamado para dar aula nesse semestre, mas jamais pensei que pegaria uma turma tão adiantada, uma das melhores da faculdade, pelo o que ouvi dizer. Então, quero que saibam que eu estou aqui para ajudá-los a fazer o melhor Trabalho de Conclusão de Curso possível! Vocês podem me perguntar sobre tudo o que tiverem dúvida, dar ideias e, principalmente, contar comigo para todas as coisas. Estou aqui única e exclusivamente para ajudá-los. Tenho certeza que todos vocês terão um futuro brilhante e eu ficarei orgulhoso de entregar o canudo de formandos para vocês, no dia da formatura."
Levou apenas dois segundos para que uma salva de palmas rompesse na sala. Todos alunos estavam felizes em escutar aquilo e eu estava mil vezes aliviada. Rachel não estaria ali, mas Michael estava e ele tinha se mostrado um ótimo e simpático professor.
Estava ansiosa para conhecê-lo melhor e aprender tudo o que ele tivesse disposto a me ensinar.



Capitulo 2 - Melissa

Minha semana se consistia em três coisas: ir para faculdade todas as segundas, quartas e sextas, passar a tarde trabalhando exclusivamente no meu trabalho de conclusão de curso e passar o final de semana na casa de Paul, ajudando-o a cuidar de sua priminha, Lily.
Nada demais, eu sei, mas precisou passar apenas um mês para me ver totalmente atolada. Michael, assim como eu previra, era um excelente professor. E por ser um excelente professor, havia passado para cada aluno, exercícios vocais baseados em grandes músicos contemporâneos.
E caiu, justamente para mim, um cantor chamado Andrea Bocelli, um cara excepcional, que consegue cantar uma musica lírica com a mesma facilidade que consegue respirar.
Justamente pra mim, que tinha uma imensa dificuldade de não alcançar notas tão agudas. Eu estava ferrada, literalmente.
E o pior é que precisaria me apresentar para toda a turma daqui a dois dias.
Desespero era pouco para definir o que eu sentia, visto que por mais que tentasse, não conseguia alcançar a nota certa. Liguei para Paul ele não soube como me ajudar, assim como Alexa e Carly, que também estavam engajadas em seus próprios temas.
O que me restou foi deixar a vergonha de lado e enviar um email para Michael, implorando por ajuda. Agora eu estava sentada em minha cama, olhando fixamente para a tela do meu notebook, esperando meu email avisar que eu tinha uma nova mensagem.
Tudo bem, eu sei que ele iria responder, mas estava nervosa. Michael era um cara legal, simpático, bonito e sempre que me via, me dava aquele mega sorriso que eu descolori que tinha a capacidade de me deixar com as pernas bambas. Por que? Não me pergunte, eu não sei porquê dele me deixar com frio na barriga, mas acho que sua inteligência e sua forma fácil de se trabalhar me deixam fascinada.
Meu email apitou, me fazendo dar um pulinho em cima da cama por conta do susto. O email de Michael apareceu na minha caixa de entrada, fazendo com que o famoso frio se apossasse de minha barriga.

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De: michaelj@iga.com
Para: melissawtom@iga.com
Assunto (resposta): Professor, preciso de sua ajuda!

Olá, Melissa.
Confesso que quando vi o assunto de sua mensagem, fiquei curioso. Precisa da minha ajuda? Certo, estou aqui para ajudá-la.
Realmente, tons líricos não são fáceis de acertar e achei incrível o modo como você abordou o assunto comigo, sendo sincera e expondo suas dúvidas (muitos alunos se acham experts em notas musicais e por conta disso, tiram notas baixas por erros bobos, que poderiam ser facilmente consertados com uma boa conversa de "tira dúvidas").
Bem, eu estou na escola hoje e gostaria de ajuda-la pessoalmente, pois por email, jamais conseguiria te explicar como ajustar sua voz a determinada nota.
Estou aqui por toda a tarde, usando a sala de som.
Espero por você.
Michael Jackson.

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Ótimo, Michael estava por perto e iria me ajudar. Sorri de leve e cliquei em responder.

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De: melissawtom@iga.com
Para: michaelj@iga.com
Assunto (resposta): Professor, preciso de sua ajuda!

Muito obrigada, Michael!
Estou indo para Faculdade agora mesmo, nos vemos em breve.

Melissa.

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Me levantei da cama e fui em direção ao banheiro. Levei exatamente meia hora para me arrumar - sim, por incrível que pareça, o frio na barriga tinha dado lugar a ansiedade.
Desci as escadas correndo e minha mãe se virou pra mim, olhando-me com o cenho franzido.
- Para onde vai com tanta pressa?
- Para faculdade. - falei, pegando a chave do carro de cima da mesinha perto da porta de entrada.
- Faculdade? Como assim, Mel? Vai fazer o que na faculdade a essa hora?
- Eu estou com dificuldade em um trabalho e o meu professor disse que me ajudará se eu for lá agora. - fui até ela e dei um beijo em seu rosto. - Volto mais tarde, mãe.
- Certo, tome cuidado, querida.
Ela me soprou um beijo e fui embora. O percurso até a faculdade foi rápido e logo eu estava transitando pelos corredores. A sala de som ficava no segundo andar e era um ótimo lugar para ensaios. Quando cheguei na porta, dei duas batidas, escutando passos em direção a porta.
- Melissa! - Michael me saudou, sorrindo e abrindo espaço para mim. - Entre, por favor.
- Com licença... - murmurei, passando por ele.
Michael fechou a porta atrás de mim e eu olhei ao redor, vendo que estávamos sozinhos. Era a primeira vez que eu ficava sozinha com ele e aquele tremor leve em minhas pernas se fez presente.
- E então, me explique no que posso ajudá-la?
Ele passou por mim e indicou a poltrona para que eu pudesse sentar. Obedeci, enquanto o via ir até as aparelhagens de som, pausando a música que eu nem havia percebido que estava tocando. Logo depois, virou-se para mim se sentou a minha frente.
- Bem... Eu não estou conseguindo alcançar a nota que a música está pedindo...
- E que música você escolheu?
- The Prayer.
- Nossa, é uma bela musica e muito difícil também. - ele comentou, olhando-me fixamente. - Por que não canta a música pra mim? No final, falarei o que achei e onde precisa melhorar.
- Ok.
Certo, cantar na frente dele. Tudo bem, eu conseguia fazer isso, já havia cantado na frente de várias pessoas e de profissionais, que sempre eram chamados pela faculdade para apreciar o trabalho dos alunos.
Respirei fundo e comecei, pulando sabiamente as estrofes em italiano. Sabia que estava errando as notas mais altas, mas não parei de cantar até o final. Michael continuava me olhando, me analisando e ouvindo a tudo com atenção, balançando a cabeça lentamente ao ritmo da música. Quando terminei, ele sorriu.
- Sua voz é surpreendente. Incrível, parece a voz de um anjo... - ele me olhou, entortando de leve a cabeça. - Aliás, você se parece um anjo. Alguém já disse isso?
Seu elogio me pegou desprevenida, mas mesmo assim, sorri, sentindo meu rosto ficar quente.
- Não... Já me chamaram de muita coisa, mas de anjo... Isso é novidade.
- Fico honrado em ser o primeiro... - ele murmurou, como se falasse mais para si mesmo do que para mim. Segundos depois, ele balançou a cabeça e sorriu de leve. - Bem, vamos ao que interessa. Eu vi que você realmente não está conseguindo atingir as notas mais altas, mas isso não é um pecado mortal, Mel... Posso te chamar assim? - assenti, concordando. - Então, um cantor, para ser um bom profissional, precisa saber adequar a música para o seu tom de voz, atingir uma nota confortável, onde ele saiba que terá confiança e não vai errar. Entende?
- Hm... Mais ou menos.
- Vou explicar. Você, por exemplo, quando chega na parte mais aguda da música, sua voz oscila e você sai do tom, errando a nota. Porém, se você subir a nota até onde alcança, sem querer ultrapassar esse limite, não vai errar a nota. Sendo assim, você estará adaptando a música ao seu tom de voz. Por mais que essa seja uma música lírica, você sabe e tem a consciência de que você não é uma cantora lírica. Não colocar a nota em um tom agudo, não fará de você menos cantora e nem tirará a beleza que a música tem, só mostrará que você tem a capacidade de fazer a música se ajustar perfeitamente ao seu tom de voz.
- Nossa, Michael... - murmurei, sem saber o que dizer. Como não havia pensado daquela forma antes? - Incrível. Não como não pensei dessa forma.
- Eu sei porque. - ele respondeu, chamando minha atenção. - Foi porque o destino quis dar uma forcinha, fazendo-a precisar de minha ajuda, para nos conhecer melhor.
Ele sorriu e encostou-se na poltrona, me olhando.
- Me conte um pouco sobre você. A única coisa que sei é que seu nome é Melissa Winstow e que você estava perdida no primeiro dia de aula.
- Hm... Eu não tenho muito o que contar, Michael.
- Todo mundo tem uma história, Mel. Eu quero saber sobre a sua.
Ele ainda estava com aquele sorriso doce nos lábios, que cismava em me chamar para perto. Quer dizer, ele tinha um sorriso tão bonito, que chegava a ser hipnotizador. Será que ele sabia disso?
Provavelmente sim.
- Ok. Bom, eu tenho dezenove anos, faço vinte anos em daqui há dois meses. Nasci e sempre vivi aqui em Miami, moro com a minha mãe no bairro vizinho à faculdade e... Só.
- E seu pai?
- Morreu quando eu tinha quinze anos.
- Ah... Sinto muito. - murmurou.
- Não sinta. Foi difícil no começo, mas eu já me conformei.
- E depois da faculdade? O que pretende fazer?
- Começarei meu doutorado em música e pretendo me tornar uma professora tão boa quanto a todos os profissionais que trabalham aqui. Se eu chegar a metade do profissional que você é, já estarei mais do que satisfeita.
Seu sorriso se abriu ainda mais e seus brilharam.
- Fico lisonjeado, Melissa. - ele me olhou. - Então quer dizer que não quer se tornar uma mega estrela?
- Não... Mas acho que um musical na Broadway não seria nada mal. - falei, rindo.
- Com certeza não. Bem, você é muito bonita, canta muito... Acho que se souber dançar, passará em um teste para Broadway.
- Bom, eu sou formada em balé... Será que conta?
- Jura? - ele arqueou uma sobrancelha e eu assenti. - Então, pode ter certeza que sim, você passará. Não esqueça de convidar o seu professor para sua apresentação. - ele riu, junto comigo. - Sua mãe e seu namorado devem ter muito orgulho de você.
- Minha mãe tem sim, com certeza, mas namorado... Não, eu não tenho namorado. - suspirei, pensando em Andrew e em todo o tempo que perdi tentando fazer aquele relacionamento dar certo. - Quem sabe um dia eu não encontre alguém que realmente queira um compromisso sério, porque hoje em dia... Está bem difícil.
- Qual é o homem que é louco de não ter um relacionamento sério com você? - ele perguntou, parecendo chocado.
Franzi o cenho. Aquilo não parecia mais ser uma conversa entre uma aluna e seu professor. Ele ficou alguns segundos em silêncio e quando percebeu que eu não tinha o que responder, pareceu ter acordado de um transe.
Em um momento ele estava com o rosto tomado por uma confusão que me pareceu estranha. Um segundo depois, ele já tinha se recomposto.
- Desculpa. - ele murmurou, sorrindo sem graça. - Eu só fiquei um pouco chocado... Você é uma garota muito bonita e doce para não ser levada a sério. Essa geração está criando homens com cérebro de meninos. Eles não evoluem conforme a idade avança, o que é triste. Se evoluissem, com toda a certeza, você não estaria solteira.
- Isso eu tenho que concordar com você... - murmurei, voltando a pensar em Andrew.
Eu não o amava, com toda a certeza não o amava. Mas gostava dele. Ele era bonito e no começo de tudo, me tratava como uma princesa. Havia até mesmo me apresentado para seus amigos e sua mãe... Mas aí, o seu lado cafajeste falou mais alto e ele começou a dar em cima de várias garotas na minha frente.
Terminar com ele fora a melhor coisa que eu já havia feito.
Só percebi que Michael havia se levantado quando uma música adentrou meus ouvidos. Olhei pra ele, vendo-o mexer na aparelhagem de som, aumentando a música. Logo a reconheci. The Prayer tocava livremente pelo espaço.
- Vamos lá, garota. Vamos colocar toda aquela teoria de transformar a música, em prática. - ele disse, sorrindo.
Me levantei e fui até ele, sabendo que aprenderia bastante escutando todos os seus ensinamentos.


Capitulo 3 - Melissa

Percebi que estar ao lado de Michael era algo fora do comum, uma experiência nova, que eu estava adorando vivenciar.
Ele tinha uma humor incrível, assim como a delicadeza em me alertar quando eu estava errando e o sorriso gigantesco para comemorar quando eu acertava uma nota. Era impossível se sentir inferior estando ao seu lado, pois, ao contrário de alguns professores que eu tive a infelicidade de ter em meu caminho acadêmico, ele não se colocava em cima de mim como se fosse um ser da supremacia máxima dos incríveis professores.
Ele era apenas... Michael. E sendo ele mesmo, conseguia tirar o melhor de mim.
Sai daquela sala de som com um sorriso tão gigante em meu rosto, que tinha certeza que minha face poderia se partir ao meio rapidamente. Estava feliz, satisfeita, me sentindo capaz de conseguir tudo o que, um dia, já almejei em minha vida. E tudo isso por causa dele.
Michael, o professor mais incrível do mundo!



* * * * *

Uma salva de palmas explodiu por toda a sala, quando Saly terminou sua apresentação. Ela era uma garota bonita, tinha os olhos puxados, descendência de seus pais orientais. Havia acabado de interpretar uma das canções de Elvis Presley e tinha arrebentado.
Sorri quando ela passou por mim, demonstrando que todo o nervosismo que estava sentindo  quando parou ao lado de Frank, no piano, tinha ido embora.
- Agora você, Melissa. - escutei Michael falando.
Paul piscou pra mim e me empurrou para frente, como se eu realmente precisasse de ajuda. Sorri pra ele, sentindo-me mais do que confiante. Parei ao lado de Frank, que ficou durante toda a manhã ensaiando comigo, como sempre ficava quando eu precisava apresentar algum trabalho. Ele me deu um sorriso confiante, ele era ótimo e estava domiando a parte de Andrea Bocelli como ninguém.
Escutei os primeiros acordes de The Prayer e logo comecei a cantar, lembrando-me de todas as dicas de Michael e provando não só pra ele, mas para mim também, que eu havia aprendido tudo o que ele havia me ensinado.







Quando terminei, ouvi a sala romper o silêncio com as palmas. Alexa, Paul e Carly sorriam abertamente pra mim, assim como Michael, me dava um olhar e um sorriso orgulhoso. Mordi o lábio, me sentindo subtamente agraciada pela famosa sensação de "eu consegui", e me afastei, dando lugar a Paolo, que logo começou a interpretar uma canção de Freddy Mercury.
- Você arrasou, bicha! - Paul sussurrou pra mim, agarrando minha cintura e beijando meu rosto.
Sorri pra ele, sentindo meu rosto esquentar. Perto de Paolo, vi Michael olhar para nós dois com o cenho franzinho e Paul riu ao meu lado, largando minha cintura.
- Pelo visto o professor gostoso não gosta de ver sua aluna preferida agarrada com alguém...
- O que? De onde tirou isso, Paul?
- Ah, vai dizer que não está percebendo, Mel? - Alexa sussurrou, chamando minha atenção.
- Percebendo o quê?
- Que o professor Delícia Jackson está de olho em você, querida. - Carly completou.
- De olho em mim? Por favor, não sejam loucos. Ele é o meu professor, aliás, o nosso professor. Jamais me olharia desse jeito que estão insinuando. - falei, voltando meu olhar pra ele rapidamente. Ele olhava para Frank com seriedade, seu famoso sorriso longe do rosto.
- Mel, durante todo o mês ele ficou olhando pra você. Todas as vezes que você correspondia o olhar, ele sorria. E pelo o que nos contou, o encontro que vocês tiveram antes de ontem os deixou ainda mais intímos. Ele não parou de olhar pra você, desde o momento em que você chegou. Confesso que até quando eu estava cantando, ele alternava o olhar entre você e eu. - Paul disse, passando o braço pelos meus ombros. - Querida, ele quer você. Talvez esteja inseguro por ser nosso professor, mas ele quer você, e sei reconhecer quando um bofe delícia como ele, está gostando de alguém.
- Paul tem razão, Mel. - Carly concordou, sorrindo. - Eu, se fosse você, já teria me atirado nele. Fala sério, ele é muito lindo!
- Completamente lindo. - Alexa se abanou.
- Parem com isso! Não sabem que relacionamento entre aluno e professor é proibido? Não quero nem pensar se a coordenação descobre que ele e eu... Eu e ele... Não, nem pensar! Sem contar que vocês estão viajando. Isso nunca vai acontecer, nunca!
- Baby, o que o os olhos não vê...
- O coração não sente! - Alexa completou a frase de Paul. - Ou seja, você pode fazer tudo escondido, aliás, vocês podem... Vocês não seriam os primeiros e, nem serão os últimos, a ter uma relação assim.
Suspirei, vendo Paolo acabar de cantar. Aplaudismo, mas confesso que fiz tudo mecanicamente. E se eles tivessem razão? E se Michael realmente estivesse... Interessado em mim?
Não, ele não estava, claro que não estava. Ele apenas gostava de mim, assim como gostava dos demais alunos, não tinha razão para isso, não mesmo.
- Bom, pessoal, por hoje é só. - ele disse, capturando totalmente a minha atenção. - Quero dizer que estou super contente com tudo o que me foi apresentado hoje, vocês são incríveis e eu não consigo ver outro futuro, a não ser algo brilhante para todos vocês. Na próxima aula irei dizer a conclusão que tirei de cada apresentação e contarei a ideia que tive para o TCC de vocês. Tenho novidades e creio que irão gostar. - ele sorriu, entretanto, não me olhou. - Estão liberados.
Um falatório tomou conta de toda a sala e eu já estava me preparando para dar um sorriso para Michael, como de costume, mas ele simplesmente me virou as costas, começando a recolher os papéis que havia deixado em cima da sua mesa. Achei estranho e confesso que sua atitude mexeu comigo, mas resolvi ignorar. Depois do que Paul, Alexa e Carly havia me falado, talvez fosse realmente bom me afastar dele.
Peguei minha bolsa e estava pronta para sair, quando Paul se inclinou ao meu ouvido.
- Vamos ver se o professor realmente não está interessado em você, amiga. - ele sussurrou, animado. - Esperem, meninas, eu já volto! - falou mais alto, para que Alexa e Caly pudessem ouvir.
- Espera, Paul, o que você vai... - ele se afastou. - Fazer... - murmurei, desistindo.
Minha vontade era de sair correndo pela sala, mas minhas pernas estavam fincadas ao chão. Meu coração batia acelerado, com medo do que Paul pudesse aprontar, mas meu cérebro não cooperava, me deixando parada ali, como uma mera espectadora.
- Professor Michael? - Paul o chamou, parando perto dele.
Michael se virou, sério como nunca antes e olhou Paul de cima a baixo.
- Sim?
- Eu gostaria de fazer um convite ao senhor... - ele disse, se virando pra mim. - Hoje é sexta-feira, não é?
- Segundo o calendário, sim. - ele respondeu, seco.
Nossa... O que estava acontecendo com Michael? Nunca o vi ser tão... Rude. Mas Paul pareceu adorar o modo como ele estava falando e abriu um sorriso ainda maior.
- Então, toda a sexta-feira, Carly, Alexa, Melissa e eu, vamos ao Club Machine, um pub bem descontraido, onde bebemos, conversamos e cantamos. - ele disse. - E hoje a noite, Carly e Melissa farão uma apresentação especial! E como gostamos bastante do senhor, por ser um dos professores mais descontraidos que já tivemos, gostaríamos de lhe convidar para comparecer ao Club Machine hoje a noite, ás nove horas.
O que?!
Não, não, não e não! Paul só podia estar louco! Onde ele queria chegar com tudo aquilo? Pude escutar Alexa e Carly abafarem um gritinho ao meu lado, enquanto eu estava sem reação. Michael se virou pra mim e arqueou uma sobrancelha, me analisando, ainda sério.
- Você quer que eu vá, Melissa?
- Eu... É...
- É claro que ela quer! - Paul me cortou, sorrindo de orelha a orelha.
Tinha certeza que ele estava sambando em vitória em cima da minha cara de assustada.
- Quer ou não, Melissa? - Michael enfatizou a pergunta, sem desviar o olhar do meu.
- É claro... Claro que sim, Michael. - respondi, encontrando a minha voz no meio de toda aquela bagunça.
- Club Machine, não é? - ele perguntou, voltando-se para Paul, que assentiu, sorrindo abertamente. - Eu estarei lá.


Capítulo 4 - Melissa

- Você sabe que eu poderia te matar, não é mesmo, Paul?
- Ah sim, eu sei... Agora pare de falar e me deixe passar o batom em você! - ele me repreendeu.
Revirei os olhos, sentindo-o passar o pincel em meus lábios. Aquilo era tão... Constrangedor! Como ele teve a coragem de convidar Michael, o nosso professor, na cara de pau, depois ter colocado todas aquelas coisas na minha cabeça?
E o pior é que Michael iria. Ele realmente iria ao Club Machine, para ver Carly e eu cantando. Pelo menos eu não estaria sozinha no palco. A sensação de não saber o que esperar daquele encontro, era o que mais me aterrorizava. Sou do tipo de pessoa que gosto de saber tudo antecipadamente, ser pega de surpresa não é o meu forte, apesar de adorar surpresas, como um presente inesperado, por exemplo.
Ser induzida a convidar meu professor para me ver cantar, não estava incluído na minha listas de surpresas que eu adoraria receber.
- Pronto, você está linda! Vai arrasar com o coração do professor hoje, tenho certeza!
Me olhei no espelho, vendo meus cabelos soltos até abaixo do ombro. A maquiagem era simples, com o destaque para o batom vinho em minha boca. Meu vestido prateado, curto, me deixava com cara de devassa. Eu gostei.
- Eu sei, eu sei, eu opero milagres, querida. - ele falou, revirando os olhos. - Se você está bonita assim, é graças a mim. Acho que Michael pode me agradecer pessoalmente, se é que me entende... - ele riu.
Revirei os olhos pela enésima vez naquela noite, me permitindo rir no final. Apenas Paul para me meter naquela confusão e mesmo assim, conseguir arrancar uma risada de mim.
- Acho melhor nós irmos logo, antes que Carly comece a encher meu celular com aquelas mensagens desesperadoras...
- Espera, Mel. - ele murmurou, ficando sério de repente. - Quero te falar uma coisa e espero que me escute com atenção. Se por um acaso vier a acontecer algo entre você e o professor essa noite... Permita-se a se envolver. Ele me parece ser um cara bom, e apesar de vocês se conhecerem a pouco mais de um mês, a química entre vocês é algo inacreditável. Todos aqueles sorrisos e olhares querem dizer alguma coisa, eu tenho certeza! Então, não tenha medo. Pare de pensar um pouco e permita-se viver uma aventura, pelo menos uma vez na vida.
Mordi o lábio, sentindo-me nervosa. Uma coisa que sempre presei na minha vida, foi a segurança. O lance de arriscar em algo me tirava da minha zona de conforto, mas mesmo assim, decidi enfrentar aquilo. Talvez um pouco de aventura fosse mesmo me fazer bem.
- Certo. Prometo parar de pensar e deixar que aconteça o que tiver que acontecer.
- Perfeito, baby, é assim que se fala! - ele riu, batendo palmas. - Agora vamos, porque não podemos nos atrasar de forma alguma! Com certeza o Delícia Jackson já está a sua espera.

* * * * *

Ao contrário do que Paul fez questão de falar e repetir durante todo o trajeto da minha casa até o Club Machine, Michael não estava lá. Não havia nem mesmo sinal dele, ou de seu famoso sorriso, o que, confesso, me desapontou um pouco. Ao mesmo tempo em que eu não queria que ele fosse, eu queria que ele já estivesse ali, para me ver cantar.
Mas pelo visto, com toda a certeza, ele tinha algo melhor para fazer. Até porque, um homem tão bonito como ele, aparentemente solteiro, não ia perder seu precioso tempo vindo a um pub apenas para ver duas de suas alunas cantando. O que me levou a crer que, definitivamente, meus amigos estavam loucos e ele não estava interessado em mim.
Também, como ele poderia estar interessado? Nos conhecíamos a pouco mais de um mês e mesmo assim, nossa relação era restrita a professor/aluno. Nada demais, ele jamais me olharia com outros olhos.
- Droga, eu queria tanto que ele viesse. - Paul lamentou, cruzando os bracinhos e fazendo biquinho - Agora você vai lá cantar e ele nem estará aqui para te ver. E toda a história de amor proibida que eu tracei milimetricamente pra vocês, na minha cabeça, não acontecerá. Odeio quando as coisas não saem como eu planejo!
- Paul, por favor, não exagera. Era meio óbvio que ele não viria. Então, deixa de drama. - falei, me levantando.
A banda já estava se posicionando no palco e Carly estava praticamente pulando ao meu lado de tão eufórica. Ela estava linda com seus cabelos loiros presos em um coque baixo e seu vestido branco brilhante.
- É a sua história de amor, baby, então, não reclame por eu querer um gostoso como o Jackson para ser o seu par! - ele disse, se levantando e a Carly e eu ao mesmo tempo. - Eu amo tanto vocês, suas peruas, vocês não imaginam. Estou muito orgulhoso por vocês nessa noite, mostraram que o karaokê que tinha aqui era muito pouco para todo o glamour de vocês duas!
- Hei, não está faltando uma pessoa nesse abraço não? - ouvimos Alexa perguntar.
Nos afastamos e ela deixou sua bebida em cima da mesa, entrando no nosso abraço. Eu poderia falar com todas as letras, que eu tinha os melhores amigos do mundo inteiro.
Nos afastamos e eu olhei discretamente ao redor, percebendo que não, Michael realmente não estava ali e nem viria, o que era um fato. Carly pegou em minha mão e subimos ao palco, ouvindo o pessoal começar a gritar pela gente. Ela se posicionou ao microfone e eu fui falar com o pianista, falando que ele poderia começar.



Cantar ao lado de Carly sempre era sinônimo de diversão. A intimidade que tínhamos nos permitia brincar no palco, sem medo de demonstrar a nossa felicidade, muito menos a forma descontraída que dávamos a determinada a música.
Por isso, cantei sem reservas, brincando com ela, dançando com ela, e olhando para o público apenas para ver se nossa felicidade havia se expandido para eles também, o que eu vi que sim, tínhamos contagiados a todos. Entretanto, foi só no final da música que eu percebi uma pessoa em especial, olhando-me de longe, sentado em uma mesa mais afastada.
Ele tomou um gole de sua bebida e passou os dedos pelo queixo, sério, mas com um sorriso divertido no rosto. Finalizei a última estofre com o coração quase intalado em minha garganta. Michael estava lá. E ele me observava de uma maneira nada discreta. Por sorte, não errei a nota, mas os aplausos não entraram pelos meus ouvidos, o sorriso que dei foi forçado, e meus olhos não saíram de cima dele.
Carly me puxou para fora do palco e Paul e Alexa logo nos cercaram, rindo e nos abraçando. Meus olhos ainda estavam em Michael e eu observei quando ele se levantou e sorriu pra mim, logo saindo do pub.
Mas eu não perderia a oportunidade de falar com ele, não mesmo.
- Eu já volto. - avisei, saindo dos braços deles.
Passei pelo público, sendo elogiada a cada passo que dava. Tentei dar meu melhor sorriso a todos, mas a única coisa que eu realmente queria, era chegar de uma vez por todas a porta do pub, que nunca me pareceu tão longe.
Quando enfim coloquei meus pés do lado de fora, o vento gelado arrepiou a minha pele. A rua estava movimentada, mas não demorei muito para avistar Michael andando tranquilamente pela calçada, indo em direção a um carro cinza. Andei rápido, com a intenção de alcançá-lo, mesmo ele estando a muitos a minha frente.
- Michael! - chamei, passando por algumas pessoas e finalmente, chegando mais perto dele. - Michael, espera!
Ele parou e se virou pra mim. Ele estava lindo, vestindo uma calça jeans e uma camisa social vermelha, um look despojado, mas social que ele sempre mantia. Ele sorriu de leve e me olhou de cima a baixo, e de repente, eu não sabia o que iria dizer.
- Melissa. - ele saudou, balançando a cabeça de leve.
- Por que estava fugindo de mim? - me ouvi perguntar, me arrependendo logo depois.
"Que raios de pergunta descabida é essa, Melissa?!"
- Eu não estava fugindo. - ele disse, se aproximando. - Eu apenas vim ver apresentação, como prometi que viria e agora estou indo embora. Aliás, você estava maravilhosa e Carly também. Estão de parabéns.
- Obrigada. Mas... Por que não foi falar conosco? Se eu não tivesse te visto, nem iria saber que você esteve aqui.
- Eu não queria atrapalhar. Vi que você estava com Alexa e seu namorado, então... - ele deu de ombros e eu franzi o cenho.
- Namorado?
- É. Paul, ele é seu namorado, não é?
- Paul? - eu quis rir, mas me segurei. - Não, não mesmo! Paul é gay, ele jamais seria meu namorado.
Michael franziu o cenho e olhou para o chão, parecendo confuso.
- Mas ele estava praticamente te agarrando na sala. Eu pensei que você tinha desistido de ficar solteira e que tinha dado uma chance a ele.
- Paul gosta de demonstrações públicas de carinho, mas ele é gay, na verdade, acho que ele adoraria namorar com você, ao invés de namorar comigo. - falei, arregalando os olhos logo depois. - Merda, desculpa!
Pensei que levaria um belo esporo depois disso, até porque, meu cérebro nunca filtrava o que minha boca deveria falar e sempre saiam merdas como aquela. Mas ao contrário do que imaginei, Michael riu.
Não, ele gargalhou, jogando a cabeça pra trás e pondo a mão na frente da boca. E eu percebi que sua risada era o som mais bonito que eu já tinha tido a oportunidade de ouvir. Em um momento eu estava envergonhada e no outro eu estava rindo com ele, não sabia ao certo de quê, apenas ria, me sentindo leve e alegre por tê-lo por perto.
Quando ele parou, segundos depois, voltou a me encarar e o seu sorriso foi morrendo aos poucos, dando lugar a uma expressão séria.
- Mas ele deveria ser seu namorado, Mel.
- O que? - perguntei confusa. - Por que?
Michael se aproximou e eu dei dois passos para trás, entrando em um pequeno beco que ficava a lado do pub. A música alta se perdeu, não percebi que se tinham mais pessoas ao nosso redor, pois apenas Michael e eu eramos os únicos habitantes do Planeta Terra naquele momento.
- Porque se ele fosse o seu namorado, me impediria de fazer isso.
E então, seus lábios estavam colados aos meus.


Capítulo 5 - Melissa

Senti seus lábios fazerem uma leve pressão sobre os meus e logo sua língua me pedia passagem, que dei de bom grado. Todo o meu senso e minha capacidade de raciocinar foram por terra, quando sua língua tocou a minha e uma explosão de prazer tomou conta de todo o meu corpo.
Em um momento eu estava sendo pressionada na parede pelo corpo dele, no outro, minhas mãos já estavam em seu cabelo, pedindo por mais daquele beijo que estava colocando meu mundo de cabeça para baixo. Eu já sentia o ar me faltando, mas mesmo assim, queria continuar.
Um gemido rouco escapou pela garganta dele e senti suas mãos passearem pelo meu corpo, contornando meus quadris e puxando minha cintura em sua direção, pressionando meu corpo ao seu, me fazendo sentir todo o seu calor e algo duro pressionar de leve minha barriga. Dessa vez fui eu quem gemi, ao tomar conhecimento daquilo.
Ele estava excitado. Estava excitado porque estava me beijando e, certamente, minha situação não era muito diferente. Outro gemido rompeu por sua garganta e logo em seguida ele parou de me beijar, encostando a testa na minha. Estávamos ofegantes, suados e excitados e eu não queria nem ver como deveria estar meu rosto naquele momento, todo manchado pelo batom escuro que Paul cismou de passar em mim.
- Cristo, eu... Eu não posso fazer isso, Anjo, não posso. - ele murmurou de olhos fechados, balançando a cabeça de um lado para o outro.
- Não pode ou não quer?
- Não posso. - me olhou, passando de leve o polegar pelos meus lábios. - Você é linda, está dominando meus pensamentos desde a primeira vez que te vi naquele corredor, eu quero estar com você, quero estar próximo, mas não posso. Você é minha aluna, Melissa. E eu não quero acabar com a sua vida, apenas porque quero me envolver com você.
- Mas você não acabaria com a minha vida, Michael. De onde tirou isso?
- Eu sou seu professor, Anjo. A faculdade não permite relação entre professor e aluno e se por um acaso alguém sequer sonhar que isso aqui está acontecendo, a nossa carreira acaba. Não estou preocupado comigo e sim com você, que ainda tem uma vida inteira pela frente. Não posso nem pensar em arriscar.
- Mas ninguém precisa saber... - me ouvi murmurando.
Michael sorriu e se aproximou. Seus lábios roçaram aos meus de leve, sua respiração cadenciada em meu rosto, me fazendo arfar em satisfação e ao mesmo tempo me segurar para não agarrá-lo novamente.
- Ficar com você é o que eu mais quero, Melissa...
- Então fique. - sussurrei, passando os braços pelo seu ombro.
Seu corpo encostou ao meu novamente e pude sentir sua ereção ainda mais dura em minha barriga. Me esfreguei lentamente nele, sentindo a excitação tomar conta da minha mente, me impedindo pensar com coerência. Aquele tipo de necessidade nunca havia tomado conta do meu corpo antes e a única coisa que eu queria, era satisfazê-la com ele.
- Não faça isso, Anjo, por favor... - ele murmurou entre meus lábios, pressionando seu corpo ainda mais no meu. - Porra, Melissa!
Logo seus lábios estavam sobre os meus novamente, me beijando com ainda mais ímpeto do que na primeira vez. Suas mãos escorregaram para minhas costas e desceram até minha bunda, apertando minhas nádegas com força. Com um impulso, minhas pernas estavam enroscadas em sua cintura e sua ereção estava posicionada diretamente em meu clitóris.
Um gemido alto escapou pela minha garganta, enquanto eu sentia seus lábios descerem pelo meu pescoço, seus dentes se arrastando pela minha pele sensível, causando-me um arrepio que perpassou por toda a minha espinha. Quando sua boca voltou a minha, arranhei suas costas, tentando descontar naquele ato, toda a excitação que me assolava por inteira.
Sua ereção roçou em meu clitóris, enviando uma corrente de prazer por todo o meu corpo. Gememos juntos e eu me movi, esfregando-me nele com mais ímpeto. Podia sentir meu orgasmo se formando e Michael apertou minha bunda, puxando-me de encontro ao seu corpo, roçando sua dura ereção contra minha intimidade.
Meu gemido alto foi abafado pela sua boca, enquanto meu corpo tremia em meio a explosão que foi meu orgasmo. Michael me sustentou durante todo o tempo em que eu vagava entre a realidade e o paraíso. Quando viu que eu estava melhor, ele me desceu do seu colo e me beijou lentamente, passando as mãos pelo meu rosto.
- Pode ter certeza que cena estará guardada na minha memória para sempre, Anjo. - ele murmurou, afastando-se logo em seguida.
Só quando o calor do seu corpo abandonou o meu, foi que tive coragem de abrir os olhos. Encontrei-me sozinha, no começo daquele beco e só tive tempo de vê-lo entrar no carro e logo depois arrancar com toda a velocidade.
Levei os dedos aos meus lábios, sentindo-os inchados. Minhas pernas ainda tremiam um pouco e minha calcinha estava encharcada, mas mesmo assim, eu tive forças de sair do beco e correr até a calçada, a tempo ver o carro dele virando no final da rua.
Michael havia ido embora. E tudo indicava que, quando a segunda-feira chegasse, ele voltaria a ser o meu professor e eu, sua mísera aluna.
- Melissa? - Paul gritou. Me virei, a vendo-o andar rapidamente em minha direção. - Melissa, onde você estava? Por que sumiu? - ele perguntou de uma só vez, mas quando olhou atentamente pra mim, uma expressão de horror tomou conta de seu rosto. - Meu Jesus Cristo, misericórdia, o que houve com você? Está a cara da destruição! Quem ousou acabar com a obra prima que eu fiz no seu rosto? Não, nem me responda! Esconde essa cara com a mão e vamos ao banheiro do pub, vou ver se consigo melhorar isso daí.
Quis rir do seu desespero, mas a cena de Michael indo embora não saia da minha mente por um única minuto. Andamos até o pub novamente e passamos pela multidão, até chegar ao banheiro feminino, que estava vazio. Me olhei no espelho, tomando um susto com a minha imagem. Estava muito ruim, na verdade, estava péssima.
Meu batom escuro se espalhou ao redor dos meus lábios, meus cabelos estavam bagunçados e meu pescoço estava vermelho. Sem contar que minhas bochechas estavam em um tom máximo de rosa, me deixando corada de uma maneira esquisita.
"É o efeito Michael Jackson no seu corpo, querida" - meu subconsciente disse, de maneira deslumbrada.
- Santo Deus, vira pra mim, Melissa e desembucha! Quem foi o boy magia que te atacou e te deixou com essa cara de pós-foda sem nem ter te fodido de verdade? - ele perguntou, começando a passar um pedaço de papel higiênico molhado em um líquido cheiroso, por todo o meu rosto.
- Michael.
Ele parou, o papel pressionado em meu queixo, sua boca aberta em estado de choque. Dessa vez eu me permiti sorrir.
- O que? Você tá brincando, né?
- Não.
- Mas... Como? Ele nem estava aqui, eu não o vi em lugar algum!
- Eu só o avistei quando estava terminando de cantar... Ele estava sentando em uma mesa quase escondida. Quando a apresentação terminou, ele saiu e eu fui atrás dele.
- Eu não posso acreditar que perdi a oportunidade de ver aquele deus grego em êxtase te assistindo cantar! Não, eu me recuso! - ele cruzou os braços e bateu o pé no chão. - Eu não montei todo esse circo não pra não assistir a atração principal!
- Não seja exagerado, Paul. - falei, rindo.
- Eu sou exagerado por natureza, querida! - revirou os olhos. - Mas me diga... Ele tem pegada forte, né? Pra te deixar assim, com certeza ele tem uma forma máscula e selvagem!
- Sim, ele é bom... Ele é perfeito. - murmurei, sentindo-me deslumbrada. A excitação começando a voltar. - Mas ele disse que não poderemos ter nada.
- Como é que é? - ele gritou, colocando as mãos na cintura. - Ele é louco? Depois de te deixar com cara de pós-foda só com um beijo, ele não diz que não pode ficar com você?
- Na verdade, não foi só um beijo... Ele me deu um orgasmo também. - sussurrei no final, sentindo-me envergonhada, mesmo Paul sendo o meu melhor amigo.
- Ele te fez gozar? Deus amado, por que um homem desses não aparece na minha vida? Eu daria tudo, qualquer coisa! - ele choramingou e logo depois sorriu. - Isso é questão de tempo, não fica assim, Mel. Ele vai te pegar de jeito de novo, porque ele está de quatro por você e não é só de sexo que estou falando... Para ele ter vindo até aqui apenas para te ver cantar, ter se escondido de você, é porque ele gosta de ti. Eu sei do que estou falando, logo, logo ele vai te cercar de novo.
- Será? - perguntei, olhando-me no espelho e vendo em meus olhos que aquilo era o que eu mais queria no mundo.
- Eu tenho certeza, Mel! - ele bateu palmas, animado. - Agora volte a olhar pra mim que eu vou consertar o estrago que o Delícia Jackson fez em você.
Virei-me e Paul recomeçou a limpar meu rosto, ainda murmurando sobre como Michael era espetacular. Já eu, fiquei apenas relembrando do que acontecera há minutos atrás e torcendo para que aquilo se repetisse em breve.


Capítulo 6 - Melissa

O final de semana se passou se arrastando. Eu tinha a sensação de que era capaz de chegar o próximo ano, mas não a bendita segunda-feira. Ás dez da noite de domingo eu já estava deitada, olhando para o teto e me lembrando de Michael - para variar. Seu beijo não saia da minha cabeça e tudo o que eu queria era saber como ele iria reagir no dia seguinte, ao me ver.
Nenhum dos acontecimentos daquele mês me deixaram prever que ficaríamos juntos. Ás vezes a gente parava para conversar nos corredores, ele me perguntava se eu estava com alguma dúvida na matéria, mas era só. Tudo bem, eu não conseguia parar de olhá-lo e ele sempre correspondia o meu olhar, com aquele sorriso lindo no rosto e os olhos brilhando. Mas era só.
Estar com ele, beijá-lo, sentir todo aquele desejo insano... Isso nunca havia passado pela minha cabeça. Mas agora, era tudo o que eu mais queria. Era cedo para afirmar, mas eu estava me apaixonando pelo meu professor e eu não sabia definir se era bom ou ruim. O que eu poderia esperar de uma relação assim, caso viesse a acontecer? Não seria um namoro normal, até porque, a faculdade nunca poderá descobrir sobre nosso romance.
Não sei se minha mãe aceitaria. Ela é mente aberta, mas tem certas que mãe não aceita. Talvez um namoro com o meu professor fosse uma dessas coisas. Nunca namorei as escondidas, mas por Michael... Talvez valesse correr esse risco.
Quer dizer, isso se nosso romance vier a acontecer.
Passei a metade da noite em claro, pensando nos prós e contras de um relacionamento como esse e no final, cheguei a conclusão de que eu tinha que esperar as coisas acontecerem e não ficar sofrendo por antecipação. Quando finalmente consegui dormir, o despertador tocou, tirando-me do meu sono atrasado. Mas eu não reclamei.
Enfim, era segunda-feira! Nunca fiquei tão feliz, por ser segunda-feira.

* * * * *

Uma semana depois

- Baby, você está assim desde a segunda-feira passada, por favor, vamos levantar esse astral! - Paul sussurrou no meu ouvido, mas fui incapaz de responder.
Michael estava me ignorando completamente. Durante toda a semana passada, ele sequer dirigiu o olhar para mim, não me deu um sorriso, era como se eu não existisse. Ele ainda agia como o professor maravilhoso e bem humorado de sempre, para todos os alunos tudo estava normal, mas para mim, estava tudo péssimo.
Eu não entendia, quer dizer... Tudo bem se ele não quisesse continuar comigo, mas por que tinha que me ignorar tanto? Por que não podia ser como antes, quando me olhava e dava aquele mega sorriso, que me deixava de pernas bambas? Será que tudo aquilo fora por causa do beijo?
Ele tinha se arrependido, com toda a certeza, era a única explicação para tudo aquilo. E talvez eu tivesse que sentir o mesmo, me arrepender, parar de me importar com ele e seguir em frente com a minha vida. Mas o meu coração não entendia aquilo e sempre que Michael virava a cabeça e olhava para frente, ele batia mais rápido, implorando por um simples olhar, nunca chegava até a mim.
- Entenderam? A nota musical é um instrumento persuasivo, mas você pode dominá-la e fazer dela o que quiser...
Sua voz doce entrava por um lado e saia pelo o outro. Eu não absorvia nada, nenhuma das suas explicações, apenas ficava observando-o como uma idiota. Talvez eu realmente fosse uma idiota.
O sinal tocou, fazendo-me despertar da letargia. Alexa e Carly e se despediram, pois iriam resolver algo sobre o trabalho que elas arrumaram em uma loja do shopping e logo se misturaram a todos os alunos que saiam da sala. Arrumei minhas coisas, e me levantei, com Paul ao meu lado. Ele passou o braço pelo meu ombro, me passando força e me ajudando a sair. Paul era, realmente, o melhor amigo que alguém poderia ter.
- Melissa?
Meu coração deu um salto no peito e minhas pernas travaram no chão no momento em que a voz dele adentrou meus ouvidos.
- Você não precisa falar com ele se não quiser, Mel. - Paul sussurrou no meu ouvido, apertando meu ombro.
- Melissa... Eu gostaria de conversar com você, por favor.
Respirei fundo e me virei. Michael estava parado próximo a mesa e me olhava com atenção.
- Tudo bem, professor. Estou ouvindo.
Minha voz soou muito mais determinada do que eu realmente me sentia e eu quase sorri por isso. Michael olhou para Paul, que ainda estava parado ao meu lado, com o braço sobre meus ombros.
- A sós.
- Tudo o que tiver que falar pode ser na frente do meu amigo, professor. Não vejo mal algum nisso.
Michael suspirou e passou as mãos pelos cabelos, antes de andar até a mim. Ele parou na minha frente, com os punhos cerrados.
- Anj... Melissa, por favor. - seus olhos suplicaram, me fazendo conter um suspiro.
- Tudo bem, Mel, eu vou indo... Qualquer coisa, me ligue. - Paul sorriu pra mim, totalmente relaxado.
Nem parecia que ele esteve com tanta raiva de Michael durante a última semana. Antes que eu pudesse me despedir, Paul saiu e fechou a porta da sala. Agora erámos apenas Michael e eu, sozinhos.
Ele continou a me olhar nos olhos, os punhos ainda cerrados ao lado do corpo. Parecia estar lutando contra algo, mas eu não sabia dizer o que era.
- Michael, o que quer falar comi...
Não consegui completar a frase, muito menos tomar um fôlego, pois Michael atacou minha boca com a sua em um beijo selvagem. Eu quase podia sentir o gosto metálico de sangue, tamanha a urgência e fome que ele atacou-me. Primeiramente, eu fiquei surpresa. Logo depois, minha mão já estava em sua nuca, enquanto ele andava comigo pela sala e me encostava na sua mesa.
Com sua ajuda, tomei impulso e me sentei sobre a madeira, empurrando para o chão qualquer objeto que estivesse nos atrapalhando. Sua boca ainda estava colada a minha, mas suas mãos passeavam livremente pelo meu corpo, levantando minha saia enrolando-a na cintura. Um gemido rouco escapou por sua garganta, quando ele tocou a lateral da minha calcinha de renda.
- Eu não consigo me controlar, não consigo mais... Mel, você está me enolouquecendo! - ele rugiu, descendo os lábios pelo meu pescoço. Seu dedo passeou pela minha calcinha e eu ofeguei, sentindo-o tocar levemente o meu clitóris. - Por que está fazendo isso comigo, Anjo? Por que?!
- Por que você fez isso comigo durante toda a semana, Michael? Por que me ignorou desse jeito? - perguntei, ofegante, abrindo mais as minhas pernas para ele.
Michael parou de beijar meu pescoço e me olhou. Ele também estava ofegante e eu percebi que não era apenas eu que perdia o controle ali.
- Porque eu queria evitar problemas na sua vida, Melissa. - sua mão livre afagou meu rosto com carinho. - Eu não quero te colocar em risco, eu disse isso naquela noite. Eu não deveria arriscar, mas sou muito egoísta, não aguentava mais te ver triste pelos cantos, não aguentava mais suportar toda essa distância, não quando eu já provei o sabor dos seus lábios e te fiz gozar... - seus dedos tocaram meus lábios lentamente. - Eu preciso de você. Realmente preciso de você.
- Você já me tem, Michael. - murmurei, beijando a ponta do seu dedo. - Eu prometo que vou manter tudo em segredo, não vou falar para ninguém, quer dizer... Apenas para Paul, nem Alexa e Carly saberão, eu juro!
Ele assentiu, aproximando seu rosto do meu. Seus lábios passearam por cima dos meus, tão leve quanto uma pluma.
- Não é por mim que peço isso e sim por você. Se alguém da faculdade descobre que estamos juntos... Sua carreira estará acabada antes mesmo de começar.
- Cristo, Michael! - me sobressaltei, empurrando-o e abaixando a minha saia. - Meu Deus, olha onde nós estamos! Todas as salas tem câmeras, meu Deus, vão descobrir tudo, Michael e agora?
Ele sorriu, divirtando-se com o meu espanto.
- Onde está a graça? - perguntei, cruzando os braços.
- Em você. - ele riu baixinho e voltou a se aproximar. Quando tentou entrar no meio das minhas pernas novamente eu as fechei, ele sorriu ainda mais. Merda, eu amava aquele sorriso. - Anjo, a faculdade está mudando o sistema de segurança. Por enquanto, todas as salas de aula estão sem câmeras. - ele tocou minhas pernas, subindo minha saia novamente. - Ou você acha que eu te colocaria em risco de propósito? - suas mãos afastaram minhas coxas e seus dedos colocaram minha calcinha de lado. Gemi quando ele tocou minha entrada e subiu para meu clitóris. - Acha, Mel? Puta merda, você tá molhadinha, querida.
Abri mais minhas pernas, olhando para seu dedo que brincava com meu clitóris em movimentos circulares. Deus, era maravilhoso. Mordi meu lábio para reprimi um gemido e Michael continuou a me acariciar, aproximando-se ainda mais de mim. Sua calça jeans estava esticada por conta de sua ereção, fazendo-me ficar ainda mais excitada.
- Você é virgem, não é? - ele perguntou baixinho no meu ouvido, mordendo o lóbulo logo depois.
- Sim... - gemi, segurando sua mão e mantendo-a no meio das minhas pernas. - Não para, Michael, por favor.
- Jamais conseguiria te sentir tão molhadinha desse jeito e não te fazer gozar, Anjo. - ele me olhou, mordendo o lábio. - Sua necessidade em primeiro lugar, sempre.
Gemi, sentindo-o acelerar os movimentos de seus dedos. Meus quadris moviam-se com vontade própria, querendo mais fricção, enquanto minha intimidade começava a pulsar, mostrando que eu estava muito, muito próxima da libertação.
- Eu sei, baby, você tá quase lá... Goza pra mim, Mel. - ele mandou, beijando meus lábios com toda a posse que só ele tinha.
Meus gemidos foram engolidos pelo seu beijo, enquanto o orgasmo explodia lá embaixo, me deixando fora de órbita por incontáveis segundos. Meu corpo tremia e quando seu toque se tornou incomodo, fechei as pernas, ouvindo sua risadinha em meio aos meus lábios. Olhando em meus olhos, Michael se afastou e levou o dedo sujo de excitação na boca, chupando-o lentamente.
- Você é deliciosa, Anjo. - murmurou, voltando a sorrir. - Tenho um convite para te fazer.
- E o que seria? - perguntei, sentindo minhas bochechas ficarem quentes.
Ele passou os dedos pelo meu rosto, acariciando de leve.
- Janta comigo no meu apartamento e... Passa a noite comigo?
Suspirei, olhando pra ele sem saber o que dizer. Com certeza a minha cara de boba já era resposta o suficiente.
- Eu prometo que não vou fazer nada que você não queira, Melissa. Eu vou acompanhar o seu ritmo, sempre.
- É claro que eu aceito. - sorri, saindo da mesa e passando os braços pelos ombros dele. - Eu confio em você, Michael.
Sorrimos e nos beijamos mais uma vez, enquanto eu me esquecia totalmente de toda a semana ruim que havia passado.


Capítulo 7 - Melissa

Eu não gosto de mentir para minha mãe. Na verdade, acho que nunca menti pra ela, pois nunca tive motivos. Minha mãe é minha melhor amiga, sabe tudo sobre a minha vida, sempre me apoia em tudo, mas acho que nenhuma mãe, no mundo inteiro, apoiaria a filha em um relacionamento amoroso com seu professor.
Exatamente por esse motivo, eu menti. Disse que dormiria na casa de Paul, pois, depois de ajudá-lo a cuidar de sua priminha, Lily, iríamos fazer um trabalho da faculdade que nos tomaria a noite toda. Me doeu ver que minha mãe ao menos hesitou em dizer sim, confiando cegamente em mim, mas eu tinha certeza de que essa mentira valeria a pena. Em breve, assim que terminasse o curso e pegasse meu diploma, eu contaria tudo a ela e tinha certeza de que ela adoraria Michael.
Bem, pelo menos eu esparava que sim. Ela nunca gostou de Andrew, mas tinha seus motivos para isso. Mas Michael era um homem encantador, eu tinha certeza de que ela gostaria dele e de seu sorriso. Ok, talvez eu seja a única que realmente ame o sorriso dele, pois sou apaixonada por ele, mas Michael tinha outros atributos além de um sorriso perfeito.
Pensar nisso me fez sorrir. Segundos depois, ouvi a risada de Paul ao meu lado, chamando minha atenção.
- O que foi?
- Você.
- O que tem eu?
- Está engraçada. - ele riu, balançando a cabeça. - Sorri a cada cinco segundos e eu sei muito bem quem é o dono desses sorrisos.
- Sabe é?
- Sei sim. Tem nome, sobrenome... E nome do meio também: Michael Delícia Jackson!
- Eu poderia brigar com você, sabia? Fica aí, falando desse jeito do meu homem!
- Oh, sim... Seu homem, todo seu! - ele sorriu, apontando pra janela. - E pelo visto, ele acabou de chegar.
Senti meu coração tremeluzir em meu peito, enquanto o carro prata de Michael parava em frente a casa de Paul. Ele nem precisou bater na porta, pois Paul, sempre apressado, me puxou e a abriu com um gigantesco sorriso no rosto, que logo foi apagado com o sorriso brilhante que Michael deu pra mim.
- Paul. - ele disse, apertando a mão de Paul.
Era incrível como a informação de que Paul era gay, fez com que a antipatia que Michael sentia por ele, desaparecesse.
- Professor! - Paul saudou, sorrindo. Logo depois ele puxou minha mão, colocando-me na frente do seu corpo. - Cuide bem da minha amiga, você sabe, ela é como minha irmã caçula.
- Eu sei, pode deixar que vou cuidar muito bem dela. - Michael disse, aproximando-se de mim. Beijou meus lábios calmamente, sorrindo ao ouvir o suspiro de Paul atrás de nós. - Tudo bem? - apenas assenti, sorrindo feito uma boba. Ele me beijou novamente e voltou a olhar para Paul. - Obrigado por guardar nosso segredo, Paul.
- Não há de que, Michael. Aproveitem a noite!
Nos despedimos e Michael abriu a porta do carro pra mim, como o perfeito cavalheiro que era. Eu me perguntava se ainda existia mesmo homens assim, ou se ele era uma excessão a regra.
- Como você está, Anjo? - ele perguntou, começando a colocar o carro em movimento.
- Estou ansiosa! - respondi, animada e sincera.
- Ansiosa?
- Sim.
- Pelo o quê? Pelo jantar, pela minha companhia ou pela noite que temos pela frente?
Senti meu baixo-ventre tremer de leve em antecipação. O que havia comigo e suas falas que vinham acompanhadas por uma conotação sexual intensa? Ele sabia como mexer comigo.
- Estou ansiosa por tudo, professor. - respondi, olhando pra ele.
Seu sorriso se alargou.
- Fico feliz com sua expectativa. - ele desviou o olhar da direção e piscou pra mim. - Tenha certeza de que não vai se arrepender.
Ah, eu tinha. Com toda a certeza, eu tinha!
Nossa viagem foi feita em uma conversa leve e agradável e logo estávamos no prédio onde ele morava. Confesso que fiquei assustada com toda a riqueza que aquilo exalava. A nossa conversa estava tão boa que eu não prestei atenção no caminho. Quando ele parou o carro e ficou esperando a portão de garagem abrir, depois de colocar uma senha, foi que eu percebi que estávamos em um bairro nobre de Miami.
O elevador parou no décimo quinto andar, ou melhor, no último andar. Michael não só morava em um bairro nobre e em um prédio chique. Ele morava na cobertura e eu não tinha ideia de quanto dinheiro aquilo custava, a única coisa que tinha certeza, era de que um salário de professor, mesmo sendo de uma faculdade de renome como a que ele trabalhava, não conseguiria sustentar tudo aquilo.
Olhei discretamente ao redor em seu apartamento, observando a decoração masculina que ele ostentava. A sala era grande, plana, com móveis modernos, dispostos em lugares estratégicos. Ao longe dava para ver um corredor e do lado direito, próximo as janelas que iam do chão ao teto, havia uma escada.
- Seja bem-vinda ao meu lar, Anjo. - ele murmurou, abraçando-me por trás e beijando meu pescoço. - Ok, eu sei o que está se passando nessa cabecinha.
- E o que está se passando na minha cabeça?
- Sobre como eu posso morar nesse lugar, sendo apenas um professor. - ele pegou minha mão e começou a me levar pelo apartamento, que ia se iluminando conforme avançávamos. - O apartamento tem um sensor de movimento que ajusta a iluminação por onde passamos, isso diminui o custo de energia e é um grande avanço tecnológico. - ele me olhou brevemente. - Sou um amante da tecnologia, não assuste.
Continuamos a andar e atravessamos o corredor, entrando na sala de jantar. Uma luz se ascendeu quando entramos no ambiente, deixando o clima agradável. A mesa já estava posta e ao nosso lado, havia uma cozinha moderna, totalmente feita de inox, divida da sala de jantar por um balcão de marmore preto.
Michael arrastou a cadeira e eu me sentei, vendo-o sentar na minha frente em seguida.
- Vinho branco ou tinto? - perguntou, apontando para as duas garrafas em cima da mesa.
- Hm... Eu não sou muito de beber, então, eu não faço ideia do que escolher. - murmurei, tímida.
Minha mente vagava com várias ideias tomando conta de mim. O que era tudo aquilo? Além de estar intimidada com toda aquela luxúria ao meu redor, eu ainda estava tentando encontrar um motivo para Michael ser dono daquele lugar. Escolher entre vinho branco ou tinto não era algo que eu pudesse lidar no momento.
- Paul me disse que você gosta de frutos do mar, então, tomei a liberdade de escolher salmão para o nosso jantar. Creio que vinho branco seria o mais adequado. Você aceita?
Apenas assenti, vendo-o encher a sua taça e logo depois, a minha.
- Quando eu morava no Canadá, Mel, eu virei sócio de uma grande gravadora de música. Tudo na minha vida estava em perfeita ordem, eu ganhei muito, muito dinheiro, fiz com que a gravadora crescesse ainda mais, porém, por conta de roubos por parte de outros sócios, a gravadora foi a falência. - falou, colocando o vinho no aparador novamente. - Eu comprei esse apartamento na época que tinha dinheiro. Eu me desfiz da minha casa no Canadá, e voltei para Miami. Foi realmente uma sorte eu ainda ter esse apartamento. Sei que não estava preparada para isso, mas você é a minha garota, então, tem que saber sobre tudo. Eu lhe devia isso, tinha que contar a você.
Sorri de leve, bebendo um pouco do vinho que ele colocou em minha taça. Era bom, muito bom.
- Eu sinto muito por isso, Michael. Pela gravadora ter ido a falência.
- Não sinta, isso aconteceu já tem um tempo e eu já superei. - ele sorriu, mas não alcançou seus olhos, como de costume. - Voltei a Miami para recomeçar, Mel. Deus foi bom comigo e te colocou na minha vida. Creio que isso é um sinal de que será um bom recomeço pra mim.
- Eu espero que seja, Michael. Você é um homem bom e não digo isso porque gosto de você, ou porque estou apaixonada... Digo isso pelas suas ações, pelo modo como você está sempre disposto a ajudar seus alunos, pelo seu bom humor, por ter se preocupado comigo ao ponto de ter se afastado... Isso só mostra o quão bom você é.
Michael sorriu timidamente, olhando para sua taça, me pegando de surpresa.
- Michael, por favor, não precisa ficar envergonhado... - murmurei, sorrindo de leve. Levei minha mão a dele, apertando-a com carinho. - Não precisa ficar assim.
Ele riu e assentiu, levantando-se para pegar o nosso jantar. A comida estava deliciosa e ele confidenciou que havia comprado em um restaurante perto da sua casa. Logo toda minha surpresa ao entrar em seu apartamento super chique foi deixada para trás e eu me permiti relaxar ao lado dele, em meio a uma conversa relaxante, onde a música imperava.
- Venha aqui, quero te amostrar uma coisa. - ele disse, depois de retirar o nosso prato da mesa. - Traga sua taça.
Me levantei e ele pegou minha mão livre, começando a andar comigo pelo apartamento. Passamos novamente pelo extenso corredor, as luzes sempre se ascendendo por onde passávamos. Andamos pela sala, fomos de encontro a escada e a cada degrau que subíamos, meu coração acelerava um pouco mais. Eu pensei que já estava preparada, que não ficaria nervosa quando chegasse a hora, mas saber que dali á poucos minutos eu iria perder a virgindade, fez com que um nó de ansiedade se aperta-se em meu estômago.
Entretanto, para minha surpresa, não foi em um quarto que entramos e sim em uma gigantesca sala, onde um piano branco brilhava sobre um foco de luz dourado, que se ascendeu assim que entramos. Ao lado direito, um pouco afastado, haviam dois sofás marrons, que contrastavam perfeitamente com a luz dourada que iluminava o piano e os pisos claros. Assim como no andar de baixo, haviam janelas do chão ao teto e o mar enegrecido pela noite dava para ser visto ao longe. Eu estava sem fôlego, era tudo muito, muito bonito.
- Acho que você gostou mais da sala do que de mim. - ouvi Michael murmura com uma voz bem humorada.
- Devo confessar que seu gosto para decoração é expetacular, professor. - sorri, voltando meu olhar para ele. - Mas não é nada que disperse a sua beleza.
- Fico muito honrado com sua opinião, Melissa.
Ele sorriu pra mim e me puxou pela sala, parando em frente ao piano. Tomou minha taça em suas mãos e a colocou junto com a sua em cima do lindo piano de cauda, pegando seu celular no bolso em seguida. Em poucos segundos "Fly me to the moon", de Frank Sinatra, começou a soar pela sala.
- Dança comigo? - ele perguntou, estendendo sua mão para mim.
Toquei em sua mão com a minha e ele me puxou levemente, levando meu corpo para junto do seu. Sua mão direita tomou a minha cintura e logo ele me levou junto consigo, em uma dança mágica por toda a sala. Um sorriso idiota de felicidade não saia do meu rosto, assimo como um sorriso lindo não saia do dele. Eu via a fascinação em seus olhos, o desejo e um sentimento quente. Paixão, assim como eu sentia por ele.
Frank Sinatra apenas traduzia nosso sentimento com seu jazz quente e dançante. A mão de Michael passeava pelo meu quadril e a outra, que segurava minha mão, estava próxima ao meu rosto, seus dedos acariciando minha bochecha, deixando um rastro de fogo por onde passava. De repente, toda aquele nervosismo que eu estava sentindo quando subimos a escada, desapareceu e o que restou foi apenas uma excitação e desejo incontroláveis de ser dele. Toda dele. Para sempre.
- Faça amor comigo, Michael. - murmurei em meio a música, colando meu corpo ao dele.
Michael sorriu e me girou de leve. Quando voltei, ele segurou com força a minha cintura e passou o outro braço por minhas pernas, pegando-me em seu colo. Uma risada de surpresa escapou por minha garganta e Michael mordeu o lábio, me olhando com doçura.
- Com todo o prazer, Anjo.



Capítulo 8 - Melissa


Não consegui prestar atenção em mais nada no caminho da sala de piano até o o seu quarto. Não saberia nem mesmo dizer se as luzes se ascenderam quando passamos, ou se a luz do seu quarto já estava ou não acesa quando ele me colocou deitada em sua cama, que aliás, tinha o seu cheiro marcante impregnado nos lençóis. Tudo isso porque Michael não desgrudou sua boca da minha durante todo o percurso.
Seu beijo começou doce, mas nosso beijo nunca terminava do jeito que começava, por isso, quando minha cabeça tocou a montoeira de travesseiros atrás de mim, eu já estava ofegante e necessitada de tudo o que ele poderia me dar.
Mordi o lábio, sentindo seus dedos descerem pelo interior das minhas pernas, tocando de leve minhas panturrilhas, até chegar a minha sandália. Desabotoou uma e logo depois a outra, jogando-as no chão. Seus dedos voltaram a subir por minhas pernas, chegando a barra do meu vestido, levantando-o lentamente.
Fechei os olhos, deleitando-me com a sensação de seus dedos sobre minha pele, arrepiando em cada lugar que passava. A próxima coisa que meu cérebro registrou, foi o farfalhar do meu vestido caindo ao chão. Ouvi um suspiro vindo de Michael e abri os olhos, curiosa para observá-lo. Seu olhar quente queimava meu corpo e a timidez que eu achei que iria sentir, evaporou totalmente com seu olhar desejoso.
- Você é linda, Anjo. - sussurrou, descendo a ponta dos dedos pelo meu pescoço, colo, raspando-o em cima do meu mamilo desnudo. Suspirei, remexendo-me em prazer. - Você tem certeza disso, Mel? Eu não quero apressá-la em nada e...
Me sentei, tocando seus lábios com a ponta dos dedos, fazendo-o parar de falar.
- Eu tenho certeza, Michael. - peguei em sua mão e a coloquei em cima do meu sexo ainda coberto pela calcinha. Coloquei o pano para o lado e fiz seu dedo tocar minha abertura molhada. Um sorriso ousado se abriu em meus lábios. - Sinta... Eu quero tanto você, eu nunca desejei tanto alguém, como desejo você, Michael.
- Mel... - ele gemeu, começando a me tocar levemente.
Seu dedo circundou meu clitóris, começando devagar. Seu toque era tão leve quanto o de uma pluma, mas mesmo assim eu sentia o prazer que ele queria me proporcionar. Gemi baixinho e levei minha mão a blusa social branca que ele usava, desabotoando-a rapidamente. Seu peitoral foi revelado pra mim e eu reprimi um suspiro, levando minha mão até sua calça.
Michael apenas me observava, deixando-me a vontade para despi-lo. Seus movimentos continuavam leves em meu sexo e eu gemi um pouco mais alto. Não pelo só pelo seu toque, mas sim para o seu membro que pulou para fora assim que abaixei sua calça e cueca.
- Michael... - murmurei baixinho e mordi o lábio, sem saber o que dizer.
Ele sorriu e parou de me tocar, tirando sua calça por completo. Logo sua blusa também estava no chão fazendo companhia ao resto de nossas roupas.
- O que foi, Mel? - ele perguntou, tocando minha coxas de leve.
- Você é... Muito grande!
Cristo, eu não acreditava que eu tinha falado aquilo! Quer dizer, onde eu estava com a cabeça?
Maldita mania de falar tudo o que se passa em sua mente, Melissa!
Senti meu rosto esquentar até meu último fio de cabelo e Michael riu de mim, colocando a mão na frente da boca.
- Não ria de mim! - reclamei, cruzando os braços. Mas a verdade era que até eu queria rir.
- E isso é bom ou ruim?
- O que? Você rir de mim?
- Não, Mel. - ele balançou a cabeça, mostrando aquela fileira de dentes brancos pra mim. - Eu ser muito grande.
- Ah... - murmurei, sem saber o que dizer. - Bem, é uma ótima visão, professor. Essa é a única coisa que eu sei.
Ele pegou minha mão e a beijou docemente, abaixando-a logo depois. Se eu a movesse apenas um pouco, tocaria em seu sexo rígido, que chegava até o seu umbigo facilmente.
- Toque.
Michael soltou minha mão e eu mordi o lábio, indecisa. Bem, eu nunca havia feito aquilo antes, mas aquela era uma noite de primeira vezes e eu estava mais do que disposta a arriscar. Passei a ponta do meu dedo pela cabeça, sentindo um líquido incolor molhar minha pele. Observei que Michael ofegou e achando que aquilo era algo bom, passei meu dedo em círculos sobre a glande, descendo logo depois por todo o seu comprimento.
De repente, parecia que eu já sabia exatamente o que fazer. Peguei seu membro em minha mão e o toquei de cima para baixo, devagar, sentindo a pele sensível e quente entre meus dedos, as veias pulsantes em minha palma. Michael gemeu mais alto dessa vez, ajoelhado a minha frente.
- Imagine tudo isso dentro de você, Mel... - ele ofegou baixinho, olhando para o movimento de minha mão em seu sexo. - É bom ou ruim?
Meu sexo pulsou, praticamente sentindo-o dentro de mim, ocupando cada espaço.
- É bom. É muito bom. - sussurrei, passando a língua pelos meus lábios. - Na minha boca deve ser muito bom também, não é?
- Com certeza. - ele passou a ponta do polegar pelos meus lábios.
- Eu quero experimentar, professor. - sondei, sorrindo de leve.
Eu estava prestes a abaixar minha cabeça e colocá-lo todo na minha boca, quando Michael me pegou de surpresa, colocando seu corpo em cima do meu, fazendo-me deitar nada cama.
- Nós teremos todo o tempo do mundo para isso, Anjo. Mas hoje eu quero você na minha boca. - seus beijos desceram pelo meu queixo, passeando e descendo pelo meu pescoço. - Quero sentir o gosto dessa bocetinha e te fazer gozar bem gostoso.
Um gemido rouco escapou por meus lábios ao ouvir aquilo e o outro ainda mais alto se sucedeu quando senti sua língua circundar meu mamilo. Fechei meus olhos e joguei minha cabeça para trás, arqueando meu tronco pra ele. Seus lábios se fecharam em meu seio e ele começou a sugar com força, apertando e amassando meu outro bico, me levando a loucura. A sensação era estranhamente prazerosa, incrivelmente arrebatadora. Era como se minha mente estivesse ligada apenas para absorver todas aquelas sensações que ele estava me dando.
Sua língua rodeou meu outro mamilo, mas ele não se demorou muito ali, fazendo seus lábios descerem pelo meu corpo, um toque tão suave quanto uma pluma. Senti cada pelo do meu corpo se arrepiar, mas logo a sensação foi substituída por uma ainda mais forte. A língua de Michael tocou levemente meus pequenos lábios e logo depois, tocou meu clitóris indo de cima a baixo. Gemi alto, realmente gritei, sentindo-o começar a chupar meu nervo pulsante, espalhando um prazer desconhecido, mas simplesmente fantástico, por todo o meu corpo.
Meu sexo pulsava cada vez mais e ele não parava, sugando, lambendo e até mesmo mordiscando meu clitóris sem parar. Senti meu baixo ventre oscilar em prazer, minha intimidade ficar cada vez mais molhada, enquanto ele fazia mágica com sua boca.
- Michael... - gemi, segurando sua cabeça no meio das minhas pernas. - Michael, eu vou... Por favor, não para, eu vou gozar!
Ele sorriu com a boca ainda cobrindo o meu sexo e continuou o que fazia, colocando ainda mais pressão em sua língua, lambendo cada vez mais rápido. Senti o quarto girar, meu corpo começou a tremer e um grito ecoou pelo quarto, enquanto eu começava a gozar pra ele.
Fiquei aérea por vários segundos, minutos ou talvez horas. Meu cérebro só voltou a ativa quando as lambidinhas de Michael se tornaram incomodas e eu o empurrei de leve pelos ombros. Ele subiu com beijos pelos meu corpo e quando chegou ao meu rosto, sorriu de leve. Acho que ele queria falar alguma coisa, mas não permiti, puxando sua cabeça para mim e atacando seus lábios com todo o meu amor.
Podia sentir seu gosto em minha boca e sua ereção pulsando em minha barriga, molhando minha pele com o líquido pré-gozo. Ele gemeu baixinho em minha boca e se afastou.
- Você é deliciosa... Eu poderia passar o resto da minha vida chupando você.
- Obrigada. - murmurei, sorrindo pra ele. - Mas agora eu quero você dentro de mim, Michael.
- Você quer?
- Sim, eu preciso... - olhei pra ele, confusa. - Você não?
Um sorriso grande se abriu em seus lábios, quando ele pegou seu pau em sua mão e o levou a minha intimidade, passeando do meu clitóris a minha entrada, lentamente.
- Olha o quanto eu estou duro pra você, Anjo. Acha mesmo que eu não te quero? - ele beijou meu pescoço e subiu até minha orelha, forçando a glande de leve na minha entrada. - Estar dentro de você é que eu mais quero ainda, tenho certeza de que você deve ser ainda mais gostosa por dentro, Melissa.
Abri mais minhas pernas, acomodando-o no meio delas e ofeguei, sentindo-o morder o lóbulo da minha orelha.
- Então me faça sua, Michael.
Seus olhos encontraram os meus e apesar do seu sorriso ter diminuído, seus olhos estavam repletos de desejo e paixão. Lentamente ele começou a se movimentar, entrando devagar em mim, abrindo espaço para se acomodar. Eu estava relaxada, feliz e excitada e foi impossível não gemer quando sua glande adentrou completamente. Um desconforto tomou conta de tudo lá embaixo, mas eu resisti, sentindo-o entrar e entrar devagar.
Um choque se instalou no meu corpo e Michael gemeu junto comigo quando ele forçou e rompeu meu hímen. Estaria mentindo se dissesse que foi a coisa mais maravilhosa do mundo, doeu, mas um sentimento reconfortante tomou conta do meu corpo e um gemido de prazer saiu pela minha garganta quando ele chegou até o fundo, tocando um nervo dentro de mim que eu nem sabia que existia.
Ele ficou alguns segundos parado, sem fazer qualquer movimento, enquanto eu me acostumava com todo o seu tamanho dentro de mim. Senti meu sexo pulsar repetidas vezes e me mexi, levando meu quadril para baixo, movimentando-o dentro de mim.
- Hei, espere por mim, não seja apressada. - ele murmurou, rindo pra mim. Uma mão sua segurou meu quadril com força para impedir o movimento e a outra acariciou o meu rosto lentamente. - Está tudo bem?
- Sim. - gemi, sentindo sua pélvis roçar meu clitóris. - Mas eu acho que se você se mexer, eu vou gozar.
Ele sorriu ainda mais e eu fiquei tímida, sentindo meu rosto esquentar. Suavemente, ele me beijou.
- Vamos ver se isso procede, Anjo.
E então, ele começou a se mover, primeiro lentamente e depois mais rápido, me fazendo gemer alto. Meu sexo pulsou ainda mais, um estranho prazer tomando conta do meu corpo, forte e intenso.
- Porra, Mel, tão apertada, tão gostosa... Isso, baby... - ele gemeu em meu ouvido e eu gozei, gritando seu nome. - Porra, Mel, goza assim...
Não sabia mais quem estava gemendo mais alto, se eu o apertava ou se era ele quem ocupava todo o meu espaço, tirando-me completamente de órbita. A única coisa que sei é que, quanto mais ele se mexia, mais prazer eu sentia.
- Mais rápido, Michael... - gemi, arranhando suas costas.
Ele me atendeu, ajoelhando-se no meio das minhas pernas e começando a meter pra valer, indo até o fundo e voltando repetidas e incansáveis vezes. Já sentia tudo começar a rodar de novo e Michael jogou a cabeça pra trás. Acho que senti seu membro crescer ainda mais em mim, me alargando compeltamente.
- Vem comigo, Mel... Goza muito comigo, Anjo.
Gritei seu nome, agarrando os lençóis com força, levando meu quadril de encontro a ele e gozei, explodindo em milhares de pedaços. Segundos depois, senti Michael gozando dentro de mim, me marcando totalmente como sua, misturando seu prazer ao meu.
Ofegante, ele caiu em cima de mim, sua cabeça acomodada nos meus seios. O abracei, respirando fundo e sentindo seu cheiro entranhado em minha pele. Poderia ficar assim para sempre e já sentia meu corpo começar a se acalmar em meio a todo aquele fogo que havia tomado conta de nós dois.
- Anjo? - ele levantou a cabeça e me olhou nos olhos.
- Sim?
- Eu amo você.



Capítulo 9 - Melissa

- Você... O que? - murmurei, sem fôlego.
- Eu amo você. - acariciou meu rosto - E não há nada no mundo inteiro que vá mudar isso.
- Oh, Michael... Eu também te amo muito. Isso tudo parece loucura, não é?
Ele riu e saiu de dentro de mim lentamente, me fazendo soltar um suspiro.
- Loucura de amor, Anjo.
Deitando-se ao meu lado, Michael passou a mão lentamente pelo meu rosto e me puxou para o seu peito. Sorri solenemente, sentindo-me, hm... Cremosa, lá embaixo. Uma prova de toda a loucura que havíamos acabado de fazer.
- Michael!
Ele me olhou, assustado e acho que sua expressão era igual a minha. Cristo, o que havíamos feito?
- O que foi?
- Nós não usamos camisinha! Meu Deus, não podíamos ter esquecido de algo tão importante... - falei, alarmada, querendo levantar da cama. Mesmo tendo a certeza que não poderia fazer muita coisa para reverter aquilo aquela hora da noite.
- Hei, tudo bem, fica calma... - ele disse, agarrando minha cintura quando ameacei levantar.
- Calma? Michael, por favor! E se eu ficar grávida? Deus, não quero nem pensar em uma coisa dessas...
- Mel, acalme-se. Você não vai engravidar.
- Como pode ter tanta certeza?
Ele soltou um suspiro de lamento e piscou algumas vezes, antes de me olhar com seriedade.
- Eu não posso ter filhos, Melissa. - falou, desgostoso.
Senti meu coração afundar. Como assim ele não podia ter filhos? Ele era um homem novo, saudável... Deus, não!
- O que? Michael... Como sabe disso?
- Houve uma época em que eu tive uma ideia maluca de querer doar sêmen para uma clínica especializada em fecundação... Você sabe, para as mulheres que querem ter a famosa "produção independente". Eu fui até lá e me cadastrei como doador, fiz todos os procedimentos e doei o sêmen. Menos duas semanas depois eles disseram que todos os meus espermatozóides estavam mortos e me chamaram para fazer um exame, onde deu que eu sou estéril.
- Oh meu Deus, Michael... - murmurei, sem saber o que dizer. Tudo aquilo era tão... Triste. - Eu sinto muito. Realmente sinto muito. Não tem tratamento?
Ele balançou a cabeça, negando. Seus olhos estavam tristes, mas também tinha aquela pitada de amor e paixão que ele sempre demonstrava ao olhar pra mim.
- Eu queria muito poder te dar um filho um dia, Mel... - ele acariciou meu rosto. - Um bebê de nós dois, eu tenho certeza que seria a criança mais linda do mundo. Mas eu não posso. Sou eu quem sente muito e vou entender se você não quiser se prender a um homem que não poderá te dar uma família.
- Não, Michael! Por favor, não fale assim. Um dia nós vamos formar a nossa família, existe tantas crianças em orfanatos que precisam de um lar... Nós poderemos adotar várias e serão nossos filhos também. - falei, acariciando seu pescoço. - Jamais te deixaria por isso ou por qualquer outro motivo. Eu te amo.
- Jura que nunca vai me deixar?
- Juro.
- Realmente, Anjo... Você promete?
Olhei em seus olhos, sentindo sua apreensão e medo em cada palavra. Sua angustia me deixou ainda mais apaixonada. Ele não quer me deixar ir e pode ter certeza, eu nunca iria.
- Eu prometo. Prometo com todo o meu coração, Michael.
Um sorriso se abriu em seus lábios e ele me puxou para aind mais perto de si, colocando minha coxa envolta do seu quadril. Senti a ponta dos seus dedos passear por toda a minha espinha, descer pela minha bunda, até parar no meio das minhas pernas, onde ele acariciou minha entrada lentamente.
- Ainda que eu não possa fazer um filho, Anjo, você sabe o que isso aqui - ele me amostrou seu dedo sujo com seu orgasmo, antes de levá-lo para o meio das minhas pernas novamente. -, significa?
Banlancei a cabeça, sentindo minha excitação voltar com força total.
- Significa que eu te marque e que, agora, você é toda minha.
Mordendo o lábio, ele levou sua mão a minha bunda e acariciou lentamente, antes de subi-la e descê-la com força em minha pele, me dando um tapa ardido. Gemi, primeiro de surpresa, depois de prazer, sentindo uma onda de excitação absurda se espalhar por todo o meu corpo.
- Vire-se de costas pra mim.
Obedeci, tirando minha perna de seu quadril e me virando, minhas costas encostada no seu peitoral, sua ereção firme na minha bunda. Michael levantou minha coxa e a deixou suspensa, voltando a acariciar minha entrada melada. Ele circundou o dedo ali e logo depois me penetrou, empurrando seu líquido para dentro de mim.
- Toda vez que terminarmos de fazer amor, eu vou colocar todo o meu gozo dentro de você de novo... - ele lambeu minha nuca até chegar a meu ouvido. - Eu quero encher sua bocetinha com a minha porra e nada vai escapar, Mel. Entendeu?
- Sim... - gemi, sentindo seu dedo trabalhar mais rápido dentro de mim.
Ele continuou a empurrar seu orgasmo para dentro de mim e a lamber todo o pedaço de pele que poderia alcançar, elevando minha líbido ao limite máximo. Ele rugia baixinho ao meu ouvido, parecendo um predador e quando terminou de me beijar, lamber e mordiscar, tirou seu dedo de dentro de mim e colocou a cabeça do seu pau, quase me penetrando.
- E logo depois, eu vou te comer de novo. - falou ao meu ouvido, penetrando-me todo o seu pau, até suas bolas baterem no meu clitóris. - E você vai gozar gostoso pra mim, Anjo.
Era uma contradição. Palavras sujas com o romantismo do apelido que ele colocou em mim, mas mesmo assim, era a contradição mais deliciosa que eu já havia escutado.
Ele realmente me comeu. Toda a paciência e delicadeza ficaram para trás, enquanto ele metia seu pau grande em mim, dando-me um prazer que eu nunca pensei que fosse possível alcançar. Seu dedo acariciava meu clitóris, sua boca ora me mordia, ora sussurrava palavras obscenas pra mim e tudo o que eu conseguia fazer era gemer, sentindo seu membro tocar aquele nervo antes desconhecido e que agora, fazia sua marca no meu corpo.
- Goza, Anjo... Goza pra mim. - ele rugiu, metendo ainda mais rápido.
Não pude fazer outra coisa que não fosse gemer e obedecer, sentindo um tremor forte passar pelo meu corpo. Michael também me acompanhou naquela explosão e quando nos acalmamos, ele saiu de dentro de mim e seu dedo tomou o lugar, me acariciando.
Senti meu corpo relaxar, seu dedo me invadindo em uma carícia languida, quase distante.
- Durma, meu Anjo...
Foi a última coisa que ouvi, caindo em um sono profundo, sonhando com imagens de Michael e eu brincando com uma menininha de cabelos negros em um lindo e grandioso jardim, enquanto eu sentia um tremor dentro da minha enorme barriga de grávida.

Capítulo 10 - Melissa

Um mês depois.

Realmente, é incrível o que paixão, companheirismo, amor e bom sexo pode fazer com você. Eu estava no limite da felicidade, mais pouquinho eu iria estourar, tinha certeza! Paul ficava rindo da minha cara de idiota, as meninas ficavam perguntando o por quê de tantos sorrisos e tanta alegria, enquanto eu apenas desconversava.
Mas não tinha como ser diferente, não quando meu namorado era o homem mais perfeito do mundo. Michael me levava pra jantar, me levava a um bar na divisa da cidade, onde nos acabávamos em dançar - ah sim, ele era um ótimo dançarino, só pra constar -, era meu companheiro inseparável, havia me ensinado mil e uma loucuras na cama e fazia de tudo pra me ver sorrir. Eu poderia pedir algo melhor? Obviamente, não.
Soltei um longo suspiro, vendo-o sentado em sua mesa, concentrado, analisando um papel. Minha vontade era de ir até ele e beijar sua boca, mas, me contive. Paul, Alexa e Carly conversavam algo sobre um filme que iria lançar, e quando eu estava disposta a parar de babar pelo meu professor e entrar na conversa deles, meu celular vibrou no meu colo. Contive um sorriso escancarado, ao ver o dono da mensagem.

Michael:
Gostaria de saber o que tanto se passa dentro dessa cabecinha. Está muito quieta, Anjo, aconteceu alguma coisa?

Dei uma olhada rápida pra ele e vi que continuava olhando para seus papéis, entretanto, suas mãos estavam escondidas embaixo da mesa. Ele me deu uma olhada rápida e piscou, um resquício de sorriso no canto dos seus lábios e logo depois, voltou sua atenção mentirosa para suas anotações. Olhei ao redor e vi que ninguém prestava atenção em mim, então, comecei a responder.

Melissa:
Aconteceu uma coisa sim.
Michael:
O que? Está me deixando preocupado.
Melissa:
É que eu tenho um professor muito lindo, amoroso, dedicado e gostoso e eu não consigo me concentrar em mais nada, a não ser ele.

Olhei de relance pra ele e vi um pequeno sorriso surgir em seus lábios, enquanto olhava para o seu celular, embaixo da mesa. Logo o meu vibrou em minha mão.

Michael:
Lindo, amoroso, dedicado e gostoso, é? Talvez eu possa passar esse recado pra ele, Anjo.
Melissa:
Faça isso, por favor. E avise a ele também que estou sem calcinha, louca pra dar pra ele. Louca para fazê-lo gozar intensamente dentro de mim, ou da minha boca.

Esperei uma resposta, esperei por segundos, talvez alguns minutos, mas ela não veio. Quando levantei minha cabeça na direção dele, vi seu olhar todo em cima de mim. Começou em meu rosto, depois desceu pelo meu corpo, até se concentrar em minha intimidade coberta pelo meu vestido. Senti minha boceta pulsar e cruzei as pernas, tentando aplacar o tesão.
De repente, Michael se levantou, pediu licença e saiu rapidamente da sala. Os alunos não se importaram, mas eu me importei ao ponto de me segurar para não correr atrás dele. Será que eu tinha ido longe demais? Droga, onde estava com a cabeça de vir sem calcinha para faculdade e provocá-lo dessa maneira? Michael iria me matar, com toda a certeza!
Senti meu rosto esquentar de tanta vergonha e olhei pro meu celular, esperando alguma resposta, até mesmo um esporo vindo da parte dele, mas nada aconteceu. Respirei fundo, resolvendo parar de pensar naquilo, iria esperar o seu esporo mais tarde, algo que, com toda a certeza, aconteceria. Segundos depois, a porta da sala foi aberta e Michael apareceu entre ela, seus olhos percorreu toda a sala, como se procurasse alguém e logo depois pararam sobre mim.
- Melissa? Meredith está te chamando na secretária. - falou, abrindo a porta para que eu pudesse passar. Não esperei um segundo sequer, apenas me levantei e sai da sala, me perguntando o que diabos aquela mulher queria comigo. Pude ouvir Michael falar: - Pessoal, aguente as pontas um pouco, pois vou procurar um documento na minha pasta, na sala dos professores. Volto em alguns minutos.
Ouvi a porta ser fechada e continuei a andar lentamente pelo corredor vazio. Pude sentir seu olhar em minhas costas e meu rosto esquentou ainda mais, com vergonha. Droga, mil vezes droga! Ele iria me matar, tinha certeza. Ouvi seus passos atrás de mim e andei mais rápido, de cabeça baixa, mas era óbvio que ele era bem mais rápido do que eu e me alcançou. Segurou meu braço, me fazendo parar e logo depois, voltou a andar.
- Michael! O que está fazendo? - sussurrei, evitando de olhar pra ele.
- Quietinha, Anjo, quietinha. - sussurrou de volta, parando em frente a sala onde ficava os produtos de limpeza.
Levou a mão ao bolso e pegou uma chave, destrancando a porta e entrando comigo na sala razoavelmente pequena. Trancou a porta novamente e ascendeu as luzes, voltando seu olhar pa mim, enquanto voltava a guardar a chave dentro do bolso da calça. Naquele momento, eu entendi o que ele queria. Meredith não havia me chamado, ele não iria procurar documento algum, apenas iria brigar comigo por conta da minha cara de pau.
- Michael... - comecei, desviando o olhar para minhas mãos. - Me desculpa, eu não deveria ter falado aquilo na mensagem, eu não sei onde estava com a cabeça e...
- Mostre.
Levantei a cabeça, parando abruptamente de falar. Franzi o cenho, vendo sua postura altiva na minha frente, seu olhar fixo em minha intimidade.
- Mostrar o que?
- Que está sem calcinha. Levante o vestido pra mim, Melissa.
Mordi o lábio, nervosa e levantei o vestido lentamente, até a minha cintura. Fiquei segurando o pano leve com os dedos, enquanto sentia o olhar de Michael concentrado em minha intimidade, que voltava a pulsar miseravelmente. Ele começou a dar passos em minha direção, me fazendo encostar na parede que estava logo atrás de mim. Parou apenas quando a ereção que quase perfurava sua calça, quase tocou em meu ventre.
- Afaste as pernas. - ordenou, sua voz ficando rouca por conta da excitação.
Obedeci, afastando minhas pernas, respirando com dificuldade. Suas mãos moldaram minha cintura, mas seus dedos da mão direita começaram a passear, descendo até meu monte de Vênus, acariciando minha pele até chegar a meu clitóris molhado e inchado de tesão. Gemi baixinho quando ele começou a me masturbar em movimentos circulares, seus lábios começando a espalhar beijos pelo meu pescoço.
- Você quer me enlouquecer, Anjo? Já não basta ter que segurar uma ereção toda vez que eu olho pra você? - ele sussurrou em meu ouvido, seu dedo começando a me penetrar. - Porra, você está tão pronta, Melissa! Molhadinha, apertada, sua boceta me enlouquece.
- Eu quero você, Michael... Por favor! - me ouvi implorar, gemendo enquanto seu dedo trabalhava rapidamente dentro de mim.
- Eu também quero você, Anjo. - ele tirou seu dedo de dentro de mim e se afastou um pouco. - Vire-se de costas e empine essa bunda gostosa pra mim, Mel.
Fiz o que pediu, me virando, segurando meu vestido com uma mão e me apoiando na parede com a outra. Ouvi o barulho do zíper de Michael ser aberto e empinei mais minha bunda, como se só fazendo isso, já pudesse senti-lo dentro de mim. Alguns segundos depois, senti sua ereção quente tocar a minha bunda, uma mão segurar firme em minha cintura e a outra vir ao meu pescoço, me acariciando.
- Meu pau está doendo de tanta vontade de comer você, Melissa. Não vou ser carinhoso e vou tampar sua boca para ninguém ouça seus gritos. Você vai gozar muito, entendeu, Anjo? - sussurrou em meu ouvido, chupando meu lóbulo logo depois.
- Sim... Por favor, Michael, por favor! - implorei louca de tesão, mas logo depois senti sua mão tampar minha boca.
Meu gemido alto foi totalmente abafado quando ele me penetrou de uma só vez, indo até o fundo. Seu gemidinho rouco em meu ouvido me enlouqueceu ainda mais, enquanto ele começava a meter sem dó dentro de mim, rápido e profundo, alcançando aquele nervo que tanto me dava prazer.
- Você vai gostar tanto disso, que sempre vai vir sem calcinha pra faculdade, Anjo! - ele gemeu, se movimentando rapidamente dentro de mim. Senti meus olhos se revirarem de tanto prazer. - Porra de boceta gostosa, eu amo tanto isso, Mel, amo tanto você!
Eu queria responder também, mas, além de ter sua mão em minha boca, eu não conseguia formar nenhuma palavra com coerência, apenas gemer alto e quase não ouvir o som da minha voz. Michael continuou a meter em mim, até que parou e ficou apenas rebolando, fazendo círculos inteiros em meu interior. Minha boceta chorou, latejou, meu orgasmo me atingindo com força total, enquanto eu gritava, me debatia e gemia.
Minhas pernas ficaram na consistência de uma gelatina, mas Michael segurou firme em meu quadril e voltou a meter, o som alto da penetração molhada invadindo meus ouvidos, fazendo-me ficar excitada novamente. Meu interior o apertou e Michael gemeu, abraçando minha cintura e levando o dedo médio ao meu clitóris, circundando-o.
- Eu amo essa bocetinha, Mel... Sei o quanto gosta do meu pau dentro de você, te comendo, te fazendo minha, só minha. Nenhum outro homem vai ter o que é meu, ouviu? Você, seu corpo, sua boceta, seu coração, tudo é meu, assim como eu sou apenas seu. - ele falou, metendo mais rápido, seu pau inchando dentro de mim, seu dedo bulinando meu clitóris. - Goza comigo, vou encher essa bocetinha de porra, Anjo, meu Anjo, meu amor...
Gemi, meus olhos se reviraram de prazer, delirei junto com Michael em uma explosão. Gozei intensamente, tendo Michael gemendo baixo e rouco em meu ouvido, metendo sem parar, gozando alucinadamente dentro de mim. Quando seus movimentos pararam, ele destampou minha boca e enfiou seu dedo médio dentro dela:
- Chupa. - pediu, afastando meu cabelo e começando a lamber minha nuca.
Chupei, sentindo sua pele sedosa em minha língua. Segundos depois, ele tirou o dedo da minha boca e saiu de dentro de mim, recolhendo com o dedo molhado por minha saliva, todo o creme que escapava da minha intimidade. Segundos depois, ele me penetrava com o dedo encharcado, mordiscando a pele do meu ombro, lambendo e gemendo baixinho junto comigo.
- Eu te amo tanto, Michael. - murmurei, levando minha mão ao seu cabelo. - Não sei mais viver sem você.
Ele me virou, voltando a colocar seu dedo dentro de mim. Seus lábios tocaram os meus e eu agarrei seu pescoço, beijando-o como se não houvesse amanhã, percebendo que, realmente, eu não sabia mais viver sem ele, sem seu amor, sem seu pau dentro de mim, eu era como uma dependente e ele, minha droga.
- Eu também não sei mais viver sem você, Mel. - ele sussurrou entre meus lábios. - Mal vejo a hora desse semestre acabar, pra poder gritar para o mundo que você é minha. Eu te amo, Anjo e é só com você que eu sou capaz de cometer uma loucura como essa.
Rimos e nos beijamos uma última vez, antes de nos afastar e nos recompor. Não queria sair daquela sala por nada, mas já havíamos arriscado demais, então, Michael abriu a porta e quando constatou que o corredor estava vazio, me mandou sair. Antes de ir pra sala, fui ao banheiro e agradeci aos Céus por estar vazio também. Eu estava descabelada, suada, o rosto vermelho... Aparência típica de "pós-foda". Lavei o rosto e consertei meu cabelo.
Quando voltei a sala, Michael já estava explicando alguma coisa no quadro, bem mais recomposto do que eu, como se não tivesse acabado de me comer, lamber e gemer em meu ouvido há apenas poucos minutos. Quando me sentei, Paul sorriu pra mim, cúmplice, e eu voltei a olhar para meu lindo e maravilhoso professor, que era o centro de todo o meu mundo.



Capítulo 11 - Melissa

- Até que enfim! Está ficando mais velha, vinte aninhos, deixou de ser uma bebêzinha... - Paul gritou assim que abri a porta da minha casa, logo depois dele quase ter estuprado minha campainha. Me abraçou forte. - Parabéns amiga, sua sortuda, linda, maravilhosa! Se eu fosse homem, não ia te deixar escapar nunca, mas como sou viado, não vou te deixar escapar nunca como minha irmãzinha. 
Ri alto, retribuindo seu abraço forte, que quase me esmagava. Ele poderia ser gay, mas era alto e forte, malhava e cuidava muito do corpo. Seria uma perdição para qualquer mulher. 
- Paul, você vai deixar a minha filha sem ar, seu doido! - minha mãe disse, rindo também.
Por fim ele me largou e me olhou de cima a baixo, entortando a boca. Sem entender, acabei me olhando também, percebendo que não estava mal vestida. Usava uma blusa branca e uma saia verde-água que ficava no meio das coxas e um par de sapatilhas. 
- O que foi? - perguntei. 
- Você.
- O que tem eu? 
- Não vou deixar que passe seu aniversário assim! - falou, balançando a cabeça. 
- Assim como? 
- Assim, sem ir a um SPA com seu melhor amigo! - falou, puxando-me pela mão. - Tia Penélope, vou roubar sua filha pelo dia todo, mas a noite ela estará aqui mais linda do que nunca! Confia em mim? 
Minha mãe olhou pra nós dois, um sorriso enorme se abrindo em seu rosto. 
- Confio de olhos fechados, querido. Divirta-se, filha. 
Nos abraçamos e nos despedimos. Logo estava no carro de Paul e cantávamos alto uma canção animada que tocava na rádio. Seria um dia divertido ao lado dele, ele me animaria, já que eu sabia que não tinha como ver Michael naquele dia tão importante. Um dia no SPA com Paul era sinônimo de diversão na certa, ele era um cara de pau e fazia questão de fazer amizade com todas as clientes do SPA onde íamos. 
Mas foi só olhar pra estrada que eu percebi algo estranho. Estávamos cada vez mais afastados do centro de Miami, onde ficava o SPA e seguíamos por um lugar onde eu nunca tinha ido. Tudo aquilo estava estranho demais. 
- Paul, para onde estamos indo? 
- Não posso falar, é surpresa! 
- Ah, pare com isso, eu exijo saber. Se você vai me sequestrar no dia do meu aniversário, eu quero ao menos saber para onde iremos, caso eu precise de ajuda para fugir de você. 
Ele riu e eu acabei rindo também, sabendo que nunca precisaria de ajuda para escapar de Paul. Mas, infelizmente, ele continuou em silêncio, abrindo a boca só para cantar. Não consegui mais relaxar, ficando nervosa a cada rua que percorríamos, até que vi um carro conhecido um pouco mais adiante, parado no acostamento da estrada parcamente movimentada. 
- Michael! - gritei ainda dentro do carro, virando-me para Paul. - Seu cretino, por que não me contou? Ah meu Deus, Paul! 
Ele sorriu.
- Eu disse que era surpresa. Você vai passar o dia com o seu príncipe encantado, não comigo, sua boba. - ele me olhou e logo depois voltou a atenção para estrada. - Pode começar a me agradecer. 
- Eu vou te dar um mega abraço quando você parar o carro! - falei, eufórica, quase pulando em cima do banco.
Em poucos minutos Paul levou o carro ao acostamento e parou logo atrás do veículo do Michael, que saia lindamente de dentro do carro, vestindo uma calça jeans e um blusão branco. Não consegui esperar um segundo a mais e abri a porta, saindo na correndo na sua direção, agarrando-o pelo pescoço.
Michael riu alto e retribuiu meu abraço, me rodopiando antes de me colocar no chão e beijar minha boca: 
- Feliz aniversário, meu Anjo. 
- Ah, Michael, você e Paul querem acabar comigo! - murmurei, ficando emocionada. - Pensei que não te veria hoje, estava tão triste... 
- Você realmente achou que não iria vê-la no dia do seu aniversário? - ele me de um sorriso maroto secou uma lágrima boba que havia caído dos meus olhos. - Eu te amo, Anjo, preferia morrer do que ficar longe de você em um dia tão especial. 
- Não diga uma besteira dessas, por favor! E eu também te amo, seu bobo. - falei, puxando seu rosto para mim, beijando-o mais uma vez. 
- Hei, alguém falou que ia me dar um mega abraço quando descesse do carro... 
Sorri e me afastei de Michael, indo em direção a Paul. Abracei-o fortemente, agradecendo a Deus por ter um amigo tão especial. 
- Obrigada, Paul. Eu amo você. 
- Eu também te amo. Agora vá e aproveite. Não volte muito tarde, pois ainda tenho que te deixar linda para convencer a sua mãe que passamos o dia em um SPA chiquérrimo.
- Mas isso não será difícil, Pau, até porque a minha garota já belíssima por si só. - ouvi Michael dizer. 
Paul suspirou e eu me afastei dele, rindo. 
- Homem apaixonado é cego, baby. - Paul disse, me dando mais um beijo antes de se afastar. - Mas nesse caso ele está certo. Você é linda! 

*****

Não sabia para onde estávamos indo, mas nem prestei atenção no caminho, tendo olhos e ouvido apenas para Michael. Só quando ele parou o carro foi que eu vi onde estávamos. Era uma mansão, os portões de ferro se abriram automaticamente quando Michael colocou a senha em um painel eletrônico e ele colocou o carro para andar novamente. 
Um lugar lindo, com um jardim enorme, adornava a frente da mansão toda de vidro. Era lindo demais, de tirar o fôlego. 
- Meu Deus, Michael... Que lugar é esse? - perguntei, quando ele me ajudou a sair do carro. 
- É a casa de um amigo. Ele está viajando, mas pedi que me emprestasse por uns dias. Eu ia te trazer semana passada, mas como Paul me disse que seu aniversário era hoje, decidi te trazer agora. Você gostou? 
- Está brincando? Eu amei! - falei, agarrando-o pelo pescoço. - Na verdade, eu adoraria ir para qualquer lugar, desde que fosse com você. 
Ele rodeou minha cintura com um braço e me impulsionou para cima, fazendo minhas pernas contornarem seu corpo. Me deu um beijo lento e gostoso, deixando sua língua passear livremente sobre a minha, me amando com a sua boca. Sem que eu pudesse controlar, um arrepio se apossou da minha cintura e senti minha calcinha umedecer. 
- Hm... Qualquer lugar, é? - perguntou, escondendo o rosto no meu pescoço, começando a andar pelo lugar. 
- Sim... - gemi, fechando os olhos. 
Michael passou a língua pela minha pele, mordiscou e chupou e não pude fazer nada, a naõ ser ficar entregue a ele. 
- Não abra os olhos. - ele pediu, enquanto me acomodava deitada no chão umido.
Obedeci, sentindo seus beijos descerem pelo meu pescoço, enquanto sua mão subia e arrancava minha blusa. Cada peça da minha roupa foi tirada lentamente e suspirei ao sentir o sol fraco esquentar minha pele, até que eu estava totalmente nua. Michael contornou meus mamilos com a língua, sem pressa, adorando cada um e então, começou a sugá-los para dentro de seus lábios. 
- Ah... Michael... - gemi, sem controle e ele continou com a sua tortura, descendo os lábios pelo meu corpo até chegar a minha intimidade que já pulsava de desejo. Quando sua língua tocou ali, senti o mundo desabar aos meus pés. - Oh, isso... 
Seu dedo começou a me penetrar, riscando círculos perfeitos lá no fundo, massageando aquele ponto que ele sabia que me deixava louca, enquanto sua língua brincava com meu clitóris, acariciando o nervo rapidamente. Senti tudo dentro de mim estremecer, meu orgasmo se aproximando, criando um espiral de sensações dentro do meu corpo, até que Michael parou. 
Quase abri meus olhos para reclamar, mas senti o peso do seu corpo sobre o meu, seu pau duro e quente nas minhas dobras molhadas, me penetrando lentamente, acariciando minha intimidade cheia de desejo. 
- Olhe pra mim, Anjo. - ele pediu e eu olhei, o sol fraquinho em cima dele, seu corpo nu sobre o meu. - Eu amo você. 
- Eu te amo mais, Michael. - gemi, puxando seu rosto para mim, atacando sua boca com a minha. 
Logo ele começou a se mover mais rápido, seu pau batendo dentro de mim, me deixando sedenta por mais, totalmente viciada nele. Em pouco tempo o mundo pareceu se limitar a ele e eu, nosso desejo se fundindo, suas arremetidas longas e rápidas dentro de mim. 
Senti meu interior se apertar e sugá-lo, o pau de Michael pareceu inchar em meio as minhas paredes molhadas e um grito alto rompeu minha garganta quando comecei a gozar, sentindo seu prazer se fundir quente ao meu. Gozamos juntos, em meio a um prazer que era muito mais do que carnal, nosso amor estava tão implícito ali, em cada toque, cada olhar, cada suspiro, que poderia ser palpável. 
Ele me olhou, um sorriso enorme cravado em seu rosto, e então, começou a me beijar. Seus lábios tocaram tudo, minha boca, meus olhos, minhas bochechas, testa e nariz e quando acabou, ele saiu de dentro de mim e seu dedo ocupou o mesmo lugar, sem deixar que nada nosso escapasse lá de baixo, sua língua brincando com meu pescoço. 
- Feliz aniversário... - sussurrou, começando a mordiscar minha orelha. - Você é a mulher da minha vida, grave isso na sua mente, eu amo você acima de tudo, você entrou no meu coração, fez com que eu perdesse a minha cabeça e foi o melhor presente que Deus já poderia ter colocado na minha vida. - quando olhou pra mim seus olhos estavam repletos d'água, assim como os meus. - Você é tudo pra mim, Mel. 
- Ah, Michael... Você também é tudo pra mim, também é o homem da minha vida e eu agradeço a Deus todos os dias por ter me dado você. - murmurei, mais do que emocionada, gratificada, por tê-lo para mim. - Eu te amo. 
- Eu também te amo muito. - murmurou, se ajoelhando no meio das minhas pernas. 
Só assim eu consegui olhar ao redor, vendo que estávamos na beirada da piscina de marmore branco, nossas roupas espalhadas pelo chão, os jardins próximos de nós dois. Michael mexeu em algo dentro do bolso da sua calça que estava ali perto de tirou uma caixinha de dentro, estendendo pra mim. 
- Abra. 
- Michael... Não precisava de presente! 
- Não diga nada, apenas abra. 
Mordi o lábio, nervosa e abri a caixinha. Uma fina corrente de ouro estava ali dentro, com um pingente também de ouro em forma de asas de anjo, cravejado de pequenos diamantes na ponta. Meu coração deu um salto no peito, enquanto minha boca se abria. Eu estava sem palavras diante de um presente tão lindo.


- Meu Deus, Michael... 
- Você gostou? - ele perguntou, sua voz soando um pouco insegura. 
- Eu amei! Mas, Michael, por Deus, isso deve ter custado uma fortuna, eu não posso...
- Nem termine. - ele disse, colocando dois dedos na ponta dos meus lábios. - Não importa o preço, o que importa é o amor que sinto por você, o sentimento impresso nesse cordão, que é apenas a forma palpável do que você é pra mim. Você é um anjo que veio iluminar a minha vida, Melissa. 
Não tive palavras para responder, um nó enorme se formando em minha garganta depois de uma declaração tão linda. Sem condições de falar nada, apenas o abracei e o beijei até ficar sem fôlego, agradecendo a Deus pela milésima vez por ter colocado um homem como Michael na minha vida.


Capítulo 12 - Melissa

Um mês depois

Faltava pouco! Muito pouco! Apenas três meses para que o semestre, enfim, acabasse. No começo, minha ansiedade era apenas pelo fato de eu estar prestes a me formar, de pegar meu diploma e sentir o orgulho de estar, realmente, formada em música. Mas agora, além disso tudo, havia um motivo ainda mais especial pelo final do meu período: ficar com Michael sem ter que esconder de ninguém.
Estava cansada de ter que fingir que o motivo dos meus sorrisos era porque estava terminando a faculdade. Estava cansada de ter que mentir sempre que Michael me dava algum presente, como o colar de asas de anjo no meu aniversário, que eu disse que tinha sido um presente de Paul e um anel de ouro branco, que eu disse que me apaixonei quando o vi na vitrine de uma loja e gastei minha economia comprando-o.
Sem contar que não conseguria mentir para sempre. Minha mãe estava começando a desconfiar que eu estava escondendo algo dela, até porque, eu nunca havia "dormido" tanto na casa de Paul, como nos últimos dois meses. Também tinha o fato de Carly e Alexa estarem desconfiadas de que Paul e eu tínhamos um segredo que não queríamos contar a elas.
Ficar com Michael era a melhor parte do meu dia. E mentir por conta disso, era a pior parte do meu dia também. Mas nada me faria desistir dele, essa era uma certeza que eu carregava dentro de mim. Passaríamos e enfrentaríamos tudo, juntos. E enquanto não podíamos gritar o nosso amor para o mundo, vivíamos escondidos, mas felizes.
Era sábado e estávamos em um shopping afastado do centro da cidade. Andava de mãos dadas com Michael, que queria comprar tudo o que eu olhasse por mais de cinco segundos. Era engraçado e ao mesmo tempo lindo vê-lo tão feliz e solto, me puxando para seus braços e me beijando de minuto a minuto, totalmente relaxado na minha presença.
Tomei mais um gole do meu milk-shake de morango e observei o urso enorme em uma loja de criança. Poucas coisas me deixavam fascínadas e ursos de pelúcia era uma dessas coisas. Me lembrava muito de meu pai que, quando eu era mais novinha, sempre me deu ursos de pelúcia. Sorri de leve ao pensar que aqueles eram os raros momentos de carinhos que ele reservava para mim.
- O que foi? Gostou do urso? - ouvi Michael me perguntar, abraçando-me por trás.
Senti seus beijinhos em meu ombro e pescoço e suspirei, sentindo-me imensamente feliz ali, na sua presença.
- Sim. Estava me lembrando que meu pai me dava diversos ursos quando eu era menor. Essa era sua forma de ser carinhoso, me fazendo ficar apaixonada por esses bichinhos de pelúcia.
- Você sente falta dele, não é?
- Sinto falta desses raros momentos de carinho. Quando cresci, ele apenas me julgava por gostar cada vez mais de música e acabamos nos afastando muito. - murmurei.
- Então, já que você gostou tanto, vou comprar.
Me virei pra ele e o encarei, vendo que realmente falava sério. Então, sorri e o abracei, beijando seus lábios docemente:
- Não precisa, Michael. Ultimamente eu não tenho mais desculpas para dar a minha mãe, com tanto presente que você da. Algumas coisas eu consigo esconder, mas onde vou colocar um urso daquele tamanho?
- Você pode deixar no meu apartamento. Eu quero presentear você, Mel. Quero te dar o mundo e quando pudermos, quero te levar para conhecer o mundo. - ele sorriu e acariciou meu rosto, passando o nariz de leve sobre o meu. - Eu amo você.
- Eu também amo você, Michael.
Nos beijamos e sorri em meio ao beijo, me sentindo a mulher mais feliz e amada do mundo, mesmo sabendo que apenas estar ao lado dele já me deixava imensamente satisfeita.
- Ah, mas tudo isso é tão lindo. - ouvi uma voz feminina dizer. Michael e eu nos afastamos e vi uma mulher loira parada a nossa frente. Estava bem vestida, cabelos bem cuidados, sorria abertamente, mas seus olhos eram tão frios que eu senti um arrepio perpassar meu corpo. - Sabe, querida Melissa, se eu fosse você, mantinha os olhos abertos com esse homem.
- Quem é você? Como sabe meu nome?
- Eu? Sou uma pessoa sem importância, talvez. E sei sobre tudo, Melissa. - ela olhou para mim e para minha mão entrelaçada a de Michael, antes de olhar para ele. - Não é, Michael?
Olhei para Michael que estava lívido ao meu lado, o corpo duro e concentrado, totalmente alerta. Seus olhos estavam sobre a loira sem sequer piscar, compenetrado na mulher a nossa frente.
- Michael... Você a conhece?
Ele apertou minha mão com força e a mulher riu alto, chamando a minha atenção. Todas as pessoas andavam alheias ao clima estranho que havia se instalado ali.
- Meu nome é Sophie Jackson, querida Melissa. Sou esposa de Michael.
E então, me mundo caiu.



Capítulo 13 - Melissa

- Você é... O que? - me ouvi perguntar, antes mesmo de pensar em alguma coisa.
- É isso mesmo, coisinha, quer dizer, queridinha... Você não é nada mais do que uma diversão para o meu marido. Você sabe, é difícil para um homem ficar sozinho por muito tempo, então...
Ela deu de ombros, um sorriso maldoso nascendo em seus lábios. Senti vontade de chorar, de sair correndo e me esconder, mas eu me recusava a acreditar. Me recusava a crer que ela poderia estar dizendo a verdade, que Michael realmente fosse casado com ela e estivesse me enganando durante todo esse tempo.
- Michael... - me virei pra ele, apertando sua mão na minha. Ele não tirava os olhos dela. - Isso é verdade?
Ele continuou parado em um silêncio horrível. Um silêncio que poderia confirmar que tudo o que eu simplesmente não queria acreditar. Cansada de esperar, soltei sua mão e agarrei seu rosto, fazendo-o olhar pra mim. Seu máxilar estava rígido e seus olhos, que estavam duros como pedras, suavizaram um pouco ao me fitar.
- Me responde, Michael! Essa mulher está falando a verdade? Você é realmente... Casado?
- Garota, você quer o quê? Que eu e te amostre a nossa certidão de casamento? Somos casados há seis anos, ouviu? Seis anos! - ela se aproximou de nós dois e Michael fechou os olhos, respirando fundo. - Ele só quis comer você enquanto eu estava no Canadá e resolvia algumas coisas sobre a nossa gravadora. Foi um deslize, Michael, eu sei e compreendo. Eu te perdôo.
- Cala a boca, Sophie! - Michael disse, saindo de perto de mim.
Nunca o vi tão raivoso ao se dirigir para alguém. Era sempre tão calmo, sorridente e gentil, que vê-lo daquela maneira me fez recuar. Dei dois passos para trás, agarrando com força o copo de milk-shake em minhas mãos, mas sentindo um grande incômodo no estômago. Enquanto a mulher sorria, Michael a olhava com fúria.
- Eu te pego com uma putinha no meio do shopping e é você que fica com raiva? Papéis invertidos, não acha, meu amor?
- Não fala assim dela! - ele disse, baixo o suficiente para que apenas nós duas ouvíssemos.
- Eu falo como eu quiser, até porque, ela se meteu com um homem casado porque quis. - disse, voltando a olhar para mim. - Ou talvez ele estivesse te enganando ao ponto de não dizer que tinha uma esposa, não é?
Olhei para Michael sentindo minha garganta se fechar. Ele não tinha negado e o modo como agia com ela, como se tivesse toda a intimidade do mundo, não deixou para brechas para negação. Era óbvio que ela era a esposa dele. Assim como era óbvio que ele tinha me feito de idiota durante todo aquele tempo.
- É, ele realmente me enganou. - murmurei, sentindo meus olhos se encherem d'água. - Mas não se preocupe, estou indo embora, pode ficar com ele todo pra você.
Não quis ouvir mais nada, apenas comecei a andar pelo shopping, passando como um raio por eles. Ouvi Michael me chamar, mas as lágrimas já desciam grossas pelo meu rosto e meu coração começava a pesar com toda aquela decepção.
Ele era casado! Aquele filho da puta bonito, romântico e sedutor, que teve a capacidade de dizer que me amava, era casado! Casado com uma mulher linda, aliás, que tinha feito questão de esfregar que a piranha naquela história era eu. E talvez eu realmente fosse, mesmo inconsciente.
Não sabia nem por onde estava andando, mas respirei fundo quando finalmente encontrei a saída movimentada. Passei pelas portas que se abriram automaticamente e olhei em volta, em busca de um ponto de táxi. Sair dali era o que eu mais queria.
- Melissa! Mel, por favor, espera!
Me virei, vendo que Michael corria desesperado na minha direção. Eu sabia que tinha que ir embora, não queria escutá-lo, não queria vê-lo, mas eu o amava tanto que meu coração me impediu de ir embora. Quando me alcançou, Michael pegou em meu rosto com as duas mãos e encostou os lábios nos meu, querendo me beijar. Eu quase cedi, quase, mas a decepção foi mais forte.
- Por que mentiu, Michael? Por que? - perguntei baixinho entre seus lábios, me sentindo derrotada.
- Mel, por favor... - ele resmungou, passando a língua lentamente sobre meus lábios.
Senti algo mais forte do que o desejo que sempre se apossava do meu corpo quando ele fazia aquilo. Era um sentimento quente, inevitável, uma raiva do tamanho do mundo que me fez largar o copo de milk-shake no chão e empurrá-lo com força para longe de mim.
- Para de implorar! Eu só quero saber, só quero entender! Por que mentiu pra mim? Por que me enganou? - gritei, vendo seu olhar surpreso em cima de mim.
Percebi olhares curiosos em cima sobre nós dois, mas não me importei. Talvez fosse melhor que todos soubessem quem ele era de verdade, assim, nenhuma outra mulher iria cair naquela sua conversa barata de conquistador apaixonado.
- Anjo, aqui não é lugar para...
- Não me chama assim, seu mentiroso! - gritei, empurrando-o mais e a cada passo que ele dava para trás, eu o empurrava de novo e de novo. - Você mentiu pra mim, Michael, me enganou com esse papo de homem apaixonado, me fez acreditar em você, me fez te amar, para agora eu descobrir da pior maneira que você é casado! Casado! Como pôde fazer isso comigo?
Esmurrei o peito dele, socando-o e batendo-o até que senti meus braços pesarem, minha cabeça rodar em meio a todos aqueles sentimentos. Uma onda de cansaço me invadiu e quanto o primeiro soluço escapou por minha garganta e minhas pernas começaram a ceder, Michael me abraçou forte e me pegou no colo, indo para longo dos olhares curiosos que estavam sobre nós.
Não sabia para onde estava andando comigo ou o que iria fazer. Não confiava mais nele, não queria que ele encostasse em mim, mas a minha dor era tão grande que não tinha como ser orgulhosa em uma hora como aquela. Deixei que me levasse, que me colocasse no banco carona do seu carro e afivelasse o cinto de segurança. Ele deu a volta e colocou o carro em movimento, apenas os meus soluços rompiam o silêncio, até que ele resolveu falar:
- É verdade, Mel. Eu realmente sou casado com Sophie. - ele disse, mantendo os olhos na estrada. - Eu ia te contar, quer dizer... Eu ia sim te contar, mas quando ela assinasse os papéis do divórcio. Ela deu um golpe na minha gravadora junto com o amante, eu estava lutando para encontrar as malditas provas de que eu não assinei nenhum documento para passar tudo para o nome dela, mas eu desisti, pedi o divórcio e voltei para os Estados Unidos. Só que ela não quer cooperar comigo, Mel.
Voltei meu olhar pra janela, vendo que o dia estava se despedindo. Tudo estava escurecendo, assim como meu estado de espírito.
- Eu nunca quis te magoar, Melissa. Quando comecei a me sentir atraído por você, eu quis lutar contra todo esse sentimento, mas era tudo tão mais forte do que eu... Eu realmente te amo, Mel, você é o meu Anjo, eu entendo sua raiva, entendo toda a sua indignação, mas eu peço que não desista de mim. Eu vou entrar com o pedido do divórcio pelo modo litígioso, e logo Sophie não fará mais parte da minha vida.
Olhei para ele, percebendo que ele realmente tinha me pedido aquilo.
- O que? Você quer realmente que eu vire a sua amante? Pelo amor de Deus, Michael! Olha o que está me pedindo!
- Você não é a minha amante, Melissa. Eu estou separado de Sophie, meu nome só está ligado a ela naquele maldito papel!
- Um maldito papel que você assinou de boa vontade há seis anos, Michael. Um casamento de seis anos! Você achou que ia me enganar até quando?
- Eu não estava te enganando, Mel...
- Estava sim! Todo aquele papo de que me amava, de que eu era a única... Tudo era mentira! Você mentiu sobre não poder ser pai também?
Ele me olhou rapidamente antes de voltar a atenção para a estrada, respirando fundo.
- Primeiramente, eu não menti pra você. Eu realmente te amo e você é a única na minha vida, a única mulher que eu quero comigo, para sempre. E eu jamais mentiria sobre algo tão sério quanto isso, Melissa. Meu sonho sempre foi ser pai, mas Sophie nunca engravidava e eu queria tanto ter um bebê... Nós fizemos um exame e foi nessa época que eu descobri que era estéril.
- Até sobre esse exame você mentiu pra mim, Michael. - murmurei, tão decepcionada que a única coisa que eu queria dele era distância. Queria me jogar na minha cama, abraçar meu travesseiro e chorar até que toda aquela dor fosse embora. - Como você quer que eu acredite em você depois de tudo isso? Você não só é casado, como é um homem que eu desconheço totalmente. Não foi pelo Michael casado e mentiroso que eu me apaixonei.
- Mas eu vou me separar, Mel, eu...
- Por favor... Só me leve para casa.
Ele lançou um olhar desesperado para mim, apertando o volante com força.
- Anjo, por favor, acredita em mim!
- Eu só quero ir pra casa. - murmurei, sufocando um soluço e voltando a olhar pela janela.
Ouvi um suspiro sofrido de Michael e ele continuou a dirigir. Um filme de românce e amor se passou pela minha cabeça, parecia um outro casal feliz, uma vida que não era minha, apesar de eu ser a protagonista. Agora, em meio a toda aquela decepção, eu estava muito longe de me sentir aquela garota feliz com o seu primeiro amor.
Michael estacionou em frente a minha casa e eu desafivelei o cinto rapidamente, tentando abrir a porta, que estava travada.
- Destrave a porta, Michael.
- Anjo, eu...
- Destrave a porta, Michael! - falei, incisiva, cada palavra levando o resto do meu esforço.
Ele fechou os olhos e lágrimas grossas molharam seu rosto, assim como as minhas. Quando me olhou, seus olhos estavam repletos de dor e amor e eu quase vacilei, querendo colocá-lo em meus braços.
- Eu te amo muito, Anjo. E não vou desistir de você.
Ele apertou o botão e destravou a porta ainda olhando pra mim.
- Adeus, Michael. - falei, abrindo a porta.
- Eu nunca vou dizer adeus.
Sem olhar pra trás, fechei a porta e sai de perto dele, sentindo meu coração afundar em meu peito, sem nenhuma vontade de subir a superfície.

Capítulo 14 - Melissa

Entrei em casa com a sensação de estar morta. Parecia que meu coração ia explodir de tanta dor e decepção, minha cabeça rodava em meio a pressão e as lágrimas desciam sem controle pelo meu rosto. Passei como um um furacão pela sala, ignorando os chamados de minha mãe e subi as escadas correndo, entrando em meu quarto.
Quando me joguei na cama, a dor me pareceu ainda mais absurda e meus soluços interrompiam a voz daquela loira bonita falando que era esposa de Michael. Esposa do homem que eu mais amo no mundo, aquele que eu julguei ser sincero, amoroso e que me amava também. Mas era tudo mentira, tudo uma grande mentira!
- Mel! Meu Deus, Melissa, o que aconteceu? - minha mãe perguntou, sentando-se ao meu lado na cama.
Sem condições de falar nada, apenas me aproximei e deitei minha cabeça na perna dela, sentindo seu carinho em minha cabeça. Minha mãe ficou quieta, me deixand chorar tudo o que estava preso dentro de mim, mas as lágrimas pareciam infinitas, quando eu achava que ia parar, elas desciam com mais força, me sufocando.
- Querida... Eu estou ficando cada vez mais preocupada, Mel. - ela disse, acariciando meus cabelos. - Quem é ele?
Olhei pra ela, e seus dedos secaram minhas lágrimas, mas outras desceram e molharam o mesmo lugar.
- Meu professor. - confessei, soluçando no final.
Minha mãe não conseguiu evitar a cara de surpresa. Me levantei e me sentei ao seu lado, com medo de sua reação, com medo de que brigasse comigo. Por um momento, me arrependi de ter contado. Não iria suportar palavras que me deixassem ainda mais para baixo, mas, para minha surpresa, não foi isso que minha mãe fez. Ela apenas segurou minhas mãos e disse:
- Me conte sobre isso, filha.
Olhei pra ela com minha visão turva pelas lágrimas e assenti, fugando.
- Foi inevitável, mãe. - murmurei. - No começo, ele era só meu professor bonito e gentil, que eu sabia que poderia me ajudar com minhas dúvidas, mas depois... Eu não conseguia parar de pensar nele, de querer vê-lo. E então, no dia em que me apresentei com Carly no Club Machine, ele foi nos assistir e foi a primeira vez que ficamos juntos. Isso foi há quase quatro meses atrás.
- Mel... Por que você não me contou?
- Eu tive medo, mãe. Tive medo da senhora me julgar, de não me deixar vê-lo... Por ele ser mais velho e ser meu professor.
- Cristo, eu não iria te impedir, mas isso é muito arriscado, Melissa. Se a faculdade descobre... Deus, não quero nem pensar no que seria de vocês dois. - ela me olhou, ainda apertando minha mão. - Então era por isso que você dizia estar dormindo na casa de Paul? Vocês já...
- Sim. - assenti, sentindo meus olhos se encherem d'água ao lembrar de todos os nossos momentos, cada uma mais perfeito do que o outro.
- Deus... Usaram camisinha, não é?
- Não.
- Meu Deus, Melissa! Você está louca?
- Ele não pode ter filhos, mãe...
- Mas pode ter alguma doença... Cristo, como que você não usa camisinha, Melissa?
- Ele não tem, mãe. Pode ficar tranquila. - murmurei, pensando que aquela era a menor das minhas preocupações.
Ela me olhou e sua expressão se amenizou.
- Mas o que foi que aconteceu pra você ficar assim, querida? O que foi que ele fez a você, Mel?
- Ele mentiu pra mim, mãe... Quer dizer, omitiu, mas pra mim, da no mesmo. - falei, sentindo meu coração ficar apertado. - Ele é casado.
- O quê?
- A mulher dele apareceu hoje, no mesmo shopping onde nós estávamos... E ele confessou que é casado, mas que está se separando. Mãe, a senhora consegue me entender? Eu o amo tanto, ele era o namorado perfeito, dizia me amar também, mas mentiu pra mim! Agora eu não sei mais quem ele é, não sei se realmente está se separando da esposa, ou se é um safado que quer levar uma vida dupla, não sei se eu sou a única a ser enganada... Não sei de mais nada! Estou tão desesperada, dói tanto, mãe... Meu coração parece que vai explodir.
- Ah, querida... - ela abriu os braços e eu me joguei dentro deles, sentindo seu abraço protetor. - Eu nem sei o que dizer, sinto tanta raiva dele... Mas acho que deve conversar com ele, Mel. Talvez ele esteja mesmo te dizendo a verdade e...
- Se ele estivesse dizendo a verdade, não teria motivos para mentir pra mim, mãe. Seria muito mais fácil se dissesse que estava em processo de divórcio com a mulher.
- Eu sei, Mel. Mas talvez ele tenha algum motivo para não ter contado. Talvez ele tenha tido medo de ter perder... Há tantas possibilidades, querida e sei que no momento, você só consegue enxergar as coisas ruins. Se da um tempo para pensar em tudo, colocar as ideias no lugar e depois você conversa com ele. Se ele estiver mesmo se separando e não tiver mais ninguém, isso prova que ele realmente te ama.
Ouvir as palavras de minha mãe me acalmou um pouco. Talvez ela tivesse razão e eu realmente estava torcendo para que ela estivesse certa como sempre.


O final de semana passou rápido, só porque eu queria distância de Michael. Não foi fácil, apesar de Paul, Carly, Alexa e minha mãe terem ficado ao meu lado. Primeiro, as meninas quiseram me matar por eu ter escondido o nosso romance, mas depois entenderam os meus motivos e ficaram ao meu lado, conversando comigo, tentando me distrair da dor.
Vimos filme de terror, comemos besteira, eles me contaram piada, consegui rir um pouco, mas a dor sempre voltava a me espizinhar, como se quisesse fazer morada eterna dentro de mim, mostrando-me que eu nunca mais seria a mesma depois daquela decepção.
Peguei uma carona com Paul e quando cheguei a faculdade, senti meu cabeça rodar. Não quis tomar café da manhã, estava enjoada das besteiras que comemos durante todo o domingo. E agora, prestes a encontra-lo, meu corpo parecia estar sofrendo fisicamente também com toda aquela tensão.
- Hei, fica calma. - Paul disse, segurando minha mão - Você está pálida, Melissa. Comeu alguma coisa hoje?
- Não. Eu estou bem, só estou com medo de vê-lo. - murmurei, começando a andar ao lado de Paul.
- Eu sei que você está sofrendo, mas ele é nosso professor, não vai ter como fugir dele. Ao menos atendeu aos telefonemas ou mensagens que ele mandou?
- Não e nem vou atender. Preciso de distância disso tudo, Paul. Estou tão cansada, tão arrasada, que se pudesse, desistia de tudo só para ter que ficar cara a cara com ele.
- Eu entendo, querida, mas não poderá desistir da sua vida assim. - ele disse, apertando minha mão. - Eu estou ao seu lado sempre, você sabe, né?
- Sei e te amo muito por isso.
- Eu também te amo, baby.
Ele sorriu de leve pra mim e entramos na sala. Queria me acomodar lá no fundo, ficar o mais longe possível de Michael, mas naquela altura do campeonato todos os lugares já estavam marcados, o que fez com que eu tivesse que me sentar no lugar de sempre, bem na frente dele.
Carly e Alexa logo chegaram e ficaram puxando assunto comigo. Fiz de tudo pra prestar atenção e interagir, mas senti meu mundo parar ao vê-lo entrando na sala. Eu pensei que estava preparada para vê-lo, mas nada tinha me preparado para estar tão perto dele, cara a cara, sentir seu cheiro que tomou conta de toda a sala.
Parecia bem abatido e pálido, talvez como eu. Assim que colocou suas coisas na mesa, ele me olhou e ficou assim, seus olhos dentro dos meus, pude ver todos os seus sentimentos ali, amor, pedido de perdão, dor, tudo junto, algo que me deixou sem fôlego e me fez desviar o olhar. Não consegui entender como ele podia parecer tão verdadeiro, depois de ter me enganado de uma maneira tão sórdida.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas lutei para combatê-las. Não me permitiria chorar, não na frente dele e nem no meio da sala de aula. Paul apertou meu ombro e Carly e Alexa me olharam, passando solidariedade pra mim. Ouvi Michael murmurar um "bom dia" e começar sua aula, sem toda a animação que sempre tinha. Lutei para prestar atenção na matéria e não nele, e agradeci quando ele terminou de explicar e passou uma folha de exercícios.
Estava tentando me concentrar no dever quando senti meu celular vibrar no meu colo. Vi o nome de Michael no visor, e olhei rapidamente pra ele, que não fazia questão de disfarçar que estava me olhando. Seus olhos me pediam para ler a mensagem e me senti fraca de lutar, abrindo-a rapidamente:

Michael:
Anjo... Estou morrendo de saudades de você. Por favor, vamos conversar quando a aula acabar? É só isso que eu te peço, Mel. Por favor.

Senti meu coração se apertar no peito e comecei a digitar, suspirando:

Melissa:
Eu preciso de um tempo, Michael. Por favor, respeite isso.
Michael:
Eu estou tentando, Anjo, mas a saudade que sinto de você é grande demais. Você não tem noção do quanto está me doendo te ver assim, tão triste e abatida. Só queria te pegar no colo e tirar essa dor de você.
Melissa:
Eu também queria muito que você fosse capaz de tirar essa dor de mim. Não aguento mais.
Michael:
Então, converse comigo. Eu quero esclarecer tudo, Mel. Eu juro por tudo há de mais sagrado que estou me separando de Sophie, só não te contei com medo de estragar nossa relação, tentei lutar, mas não consegui ficar longe você. Como não estou conseguindo agora. Minha vontade é de te abraçar e te beijar agora e nunca mais parar.

Olhei pra ele logo depois de ler sua mensagem, vendo que continuava a me encarar. Olhei discretamente em volta e vi que todo mundo estava conversando, entretido, alguns prestando atenção no dever que ele passou. Senti vontade de gritar, quis muito acreditar nele, mas sabia que só o tempo poderia fazer isso por mim.

Melissa:
Michael... Eu vou conversar com você, mas não hoje. Por favor, eu prometo que vou te ouvir, mas preciso de um tempo.
Michael:
Tudo bem, Anjo. Eu serei paciente e vou esperar. Te amo muito, não esqueça disso.

Não pude mais responder e desliguei o celular, guardando-o na bolsa. Paul teve que ir embora mais cedo no final da aula e eu fui uma das primeiras a sair, aproveitando que um aluno parou para conversar com Michael. Vi como ele me olhou, implorando para que eu esperasse e falasse com ele, mas não consegui e escapei.
Quando cheguei ao Campus, respirei fundo, sentindo o sol na minha pele. Pegaria um táxi, já que havia ido de carona com Paul e Carly e Alexa tinham ido direto para o trabalho. Já estava sainda da faculdade, quando senti um braço em meu ombro.
- Mel... Que saudades de você!
Me desvencilhei e vi Andrew ao meu lado, sorrindo pra mim. Seu cabelo loiro estava espetado com gel, como sempre e quase sorri ao constatar que não era Michael. Se fosse ele, não ia aguentar e acabaria chorando, com toda a certeza.
- Oi, Andrew. - murmurei, continuando a andar.
- Vi que está sozinha... Quer uma carona?
Olhei pra ele novamente, pronta para recusar. Estava quase falando não quando senti minha cabeça rodar tão forte que tombei pra frente, sendo amparada por ele, minha bolsa por pouco não caindo ao chão.
- Mel! Que isso, está passando mal? - ele perguntou, me afastando um pouco, segurando meu rosto com as mãos.
- Eu estou tonta... - consegui murmurar, apertando os olhos para voltar a enxergar normalmente.
- Venha, agora mesmo que eu vou te levar pra casa, não vou deixar você andando por aí sozinha, passando mal desse jeito. - ele disse, colocando o braço pela minha cintura e começando a me guiar.
Pensei em dizer não, mas aquele não era um momento para ser orgulhosa. Eu estava muito mal, sem nada no estômago e me sentia fraca, prestes a desmaiar. Andrew abriu a porta do seu carro vermelho que estava com a capota abaixada e me ajudou a entrar. O vi dando a volta e encostei minha cabeça no banco, ainda me sentindo tonta.
Foi naquele momento em que o vi. Michael estava próximo a entrada do estacionamento, parado, olhando pra mim. Vi seu rosto se contorcer, primeiro de dor, depois em furia e me senti ainda mais mal, percebendo que ele estava entendendo tudo errado. Quase sai do carro e fui até ele, realmente quase fiz isso, mas Andrew colocou o carro em movimento e logo saiu dali.
E, apesar da tontura, percebi que aquela expressão de Michael não sairia tão cedo dos meus pensamentos.



Capítulo 15 - Melissa

- Gata, tem certeza que você está bem?
A voz de Andrew me tirou de meus devaneios. O olhar de Michael Michel estava cravado em minha mente, sua expressão de raiva ao me ver no carro de Andrew não me deixava em paz.
- Não quer que eu entre com você? - Perguntou, tocando em meu rosto.
Afastei sua mão de mim e respirei fundo, obrigando meu corpo a ficar bem.
- Eu estou bem, fiquei tonta porque não tomei café da manhã. Não precisa se preocupar. - Falei, colocando a alça da minha bolsa em meu ombro. - Obrigada pela carona, Andrew.
Me virei para abrir a porta, louca para entrar no meu quarto e desabar como vinha fazendo durante toda aquela semana, mas ao tentar abrir, vi que estava travada.
- Abra a porta, por favor.
- Por que não me da uma chance, Mel? Sei que fui um idiota com você, mas eu mudei! Todos esses meses eu me esforcei, eu sou um outro homem e vou te dar valor agora. Por favor, já se passou tanto tempo... Volta pra mim.
Ah, não, por favor! Tudo o que eu menos precisava era de mais drama na minha vida, naquela altura do campeonato.
- Andrew, por favor, esqueça isso. Você tem razão, já se passou muito tempo, pra você querer correr atrás de mim agora. Estamos muito bem assim, separados!
- Não! Eu não estou nada bem e você... Muito menos! Olha como fica toda afetada na minha presença. - Ele tocou meu queixo e sorriu, se aproximando. - Docinho, eu sei o quanto você gosta de mim. Não adianta negar.
- Para com isso, Andrew! - Ordenei, empurrando-o, mas ele se manteve parado e alertou mais o meu queixo, rindo.
- Eu quero você, Mel. Nunca te esqueci...
Senti seus lábios tocando os meus e quase vomitei, a bile chegando com força na minha garganta. Tentei empurra-lo, mas ele era mais forte e me prendeu em seus braços, tentando forçar sua língua para dentro da minha boca. Vi ali a minha chance e mordi sua língua com força, fazendo-o soltar um grito e pular para trás.
- Tá ficando maluca, porra? - Ele gritou, embolado, me olhando horrorizado. - Quase arrancou a minha língua fora, sua louca!
- Isso é pra você aprender a respeitar o "não" de uma garota, seu mimadinho infantil! Nunca mais chegue perto de mim, ouviu bem?
- Essa é a sua última palavra?
- Sim! É a última palavra! Agora destrave a porcaria da porta do carro!
- Ninguém nunca diz "não" pra mim, Melissa. Você vai se arrepender de ter dito isso. - Falou, destravando a porta do carro.
- Eu não tenho medo de você. - Falei, saindo do carro sem olhar para trás.
Antes mesmo de abrir a porta de casa eu ouvi seu carro sair cantando pneu. Mal sabia ele que eu já estava na merda e que nada que fizesse iria me deixar pior.
Entrei em casa louca para subir e me jogar na cama, mas assim que tirei minhas sapatilhas perto da porta de entrada, minha apareceu toda arrumada, com sua bolsa pendurada no ombro. Me olhou, determinada:
- Nem pense em entrar. O táxi que eu chamei acabou de chegar, vamos sair agora.
- O quê? Mãe, por favor, eu estou cansada, não posso acompanha-la no mercado agora...
- Não vamos ao mercado, Mel. Vamos a um laboratório. Você vai fazer um exame de sangue.
- O quê? Por que?
Ela suspirou e chegou perto de mim, tocando em meu rosto com carinho.
- Porque eu tenho certeza que você está grávida.


Grávida.
A ficha só caiu quando eu peguei aquele papel branco em minha mão e li mil vezes o resultado, onde a palavra "POSITIVO" estava escrita em negrito r letras maiúscula.
Foi como se um trator tivesse passado por cima de mim. Me sentia confusa, perdida, sem saber que rumo seguir. Eu tinha planos! Nas minhas férias eu tinha planejado enfiar as caras nos estudos e me formar. Depois eu conheci meu novo professor e me apaixonei. E planejei que iria ficar com ele e me formar, para gritar ao mundo que eu estava amando e que era amada de volta.
Agora eu estava no final do semestre, sem meu amor e grávida. Grávida de um homem que tinha me afirmado com veemência que não podia ter filhos!
Não conseguia acreditar que ele poderia mentor sobre isso. Ou que seria inconsequente ao ponto de sempre transar comigo sem preservativos, sabendo que poderia me fazer um filho. Tudo indicava que o resultado do exame de Michael estava errado. Agora eu estava solteira e com um filho dele sendo gerado em meu ventre.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas e sorri, colocando a mão em minha barriga inexistente. Ele ficaria tão feliz! Me lembro exatamente da sua expressão de tristeza ao me falar que não poderia ter filhos, e agora, tendo um filho dele sendo gerado dentro de mim, eu sabia que ele ficaria fora de si de tanta felicidade.
Eu vinha trabalhando há alguns dias sobre a hipótese de perdoa-lo. Eu o amava tanto, com todo o meu coração, e se ele estava mesmo se separando da mulher, não havia por que eu e ele ficarmos separados.
No momento em que eu descobri que ele era casado, tudo ficou confuso. Foi um baque muito grande. Me senti traída e humilhada, a imagem de que ele era um safado aproveitador se fixou na minha mente.
Mas agora, bem mais calma, eu conseguia pensar com clareza. E cheguei a conclusão de que tínhamos que ficar juntos. Ele iria se separar da esposa e nós iríamos montar a nossa familia. Eu, ele e nosso bebê.
Meu sorriso se expandiu e senti a mão da minha sobre a minha.
- Fico contente pela sua decisão, querida.
Olhei pra ela, assustada, mas ela apenas sorriu, tranquila.
- Mãe sempre sabe de tudo! Sei que esse sorriso esperançoso quer dizer que dará uma chance ao rapaz e fico contente. Tudo vai se resolver. Você vai ver.
- Obrigada, mãe. Obrigada por tudo!
A abracei, agradecida, torcendo para que eu fosse uma mãe tão boa quanto ela.


A quarta-feira chegou e com ela, meu bom humor e esperança vieram também! Me banhei e coloquei meu vestido mais bonito, florido e me perfume, feliz.
Meu enjôo matinal ainda persistia, mas minha mãe me obrigou a comer algumas frutas e eu o fiz de bom grado, comendo rapidamente, louca para chegar a faculdade.
Peguei um táxi e cheguei ao campus, vendo que já estava movimentado, mesmo faltando meia hora para o começo das aulas. Passei por algumas pessoas, vendo que todas olhavam para mim e cochichavam, mas eu estava tão leve que pouco me importei.
Talvez me olhassem por eu estar bonita, já que havia passado a última semana em meio a uma fossa danada, me vestindo de qualquer maneira.
Caminhei pelos corredores e segui em direção a sala dos professores. Bati levemente na porta e a abri, observando que alguns professores estavam ali, lendo algo ou tomando café. Meus olhos pararam em Michael, que se virou assim que a porta abriu. Me olhou sem expressar qualquer emoção e soube que estava disfarçando por causa dos outros professores.
- Com licença. Professor Jackson, gostaria de falar com o senhor. É um assunto urgente.
- Nada deve ser tão urgente que não possa esperar até a aula, senhorita Winston.
Engoli em seco e soube exatamente o porquê de sua reprimenda. Ele havia me visto no carro de Andrew e deve ter tirado conclusões precipitadas, assim como havia feito com Paul.
- Por favor, professor. Prometo não tomar mais de cinco minutos do seu tempo. - Menti, olhando-o.
- Michael, que mal há em atender a menina? Use a sala de reuniões, ta vazia e vocês poderão conversar a sós. - Paolo, coordenador do curso, falou.
- Tudo bem. - Michael assentiu, colocando alguns papéis em cima da mesa.
Saimos da sala lado a lado e atravessamos o corredor movimentado. Percebi que Michael estava mais sério do que o normal e que a cada olhar que davam para mim, ele ficava mais irritado. Quando enfim chegamos a sala de reuniões e fechamos a porta, ele parou em frente a mesa e cruzou os braços, me olhando.
- Pode falar, Melissa.
Olhei para ele, perdendo as palavras. Eu tinha criado um diálogo em minha mente, uma conversa com início, meio e fim, mas o começo não estava saindo como o planejado. Na minha cabeça, ele me olharia como um homem apaixonado e não como se estivesse irritado com a minha presença.
Mas eu não poderia desistir. Qualquer ideia louca que tivesse surgido em sua mente eu iria mudar e, no final, estaremos juntos e felizes com a minha gravidez. Eu tinha esperanças.
- Michael, na segunda-feira eu fiz um exame... - Comecei, olhando em seus olhos. - Um exame de gravidez... E deu positivo.
Antes que ele pudesse falar algo eu abri a minha bolsa e tirei o envelope de dentro, entregando a ele. Seu olhar desviou para o envelope em minhas mãos e depois do que me pareceu uma eternidade, ele o pegou, abrindo-o. Leu calmamente tudo o que estava escrito e a cada movimento dos seus olhos, eu sentia meu coração bater mais forte no peito.
- Hm... Parabéns. - Ele arqueou as sobrancelhas e me olhou, voltando a erguer o papel pra mim. - Parece que você vai ser mãe. Mas eu não entendo o que eu tenho a ver com essa notícia.
- Michael, eu sei que você fez aquele exame de fertilidade e que o resultado deu que você era estéreo, mas, amor... - Parei, percebendo como aquela palavra havia saído com facilidade. Ao invés de me deixar irritada, eu sorri, me aproximando e tocando em seu rosto com as duas mãos. - Meu amor, essa gravidez prova que o resultado do seu exame estava errado! Você pode sim ter filhos, Michael, tanto pode que me engravidou. Nós vamos ter um bebê, meu amor! Um filhinho de nós dois, só nosso!
Ele continuou a me olhar sem expressão alguma, mas logo depois, riu. Começou a gargalhar, jogando a cabeça para trás e me fazendo recuar.
- Michael... O que está acontecendo?
- Você acha que eu sou burro? - Falou, parando de rir de repente, me olhando. - Não, você deve realmente acha que eu sou muito idiota de cair nessa sua histórinha ridícula!
- Mas, Michael...
- Eu fiz exame em dois laboratórios diferentes, Melissa! Dois laboratórios confiáveis no Canadá e em todos os dois, os resultados foram os mesmos!
- Michael, por favor! Você acha mesmo que eu iria forjar um exame de gravidez? Por que eu faria isso?
- Eu não estou falando que você forjou. Você está sim grávida, mas não é de um filho meu.
- Pelo amor de Deus, Michael! Você foi o único homem que eu tive e sabe muito bem disso! Eu era virgem, você sabe! Nunca estive com mais ninguem além de você, então, com toda a certeza do mundo, esse filho é seu! - Exclamei, desesperada.
- Eu fui o seu único homem?
- Claro que sim!
- E Andrew? Pelo o que eu vi na segunda-feira, você estava bem próxima dele.
- Ah, Michael, por favor! Ele só me deu uma carona porque eu estava passando mal!
- Não fez mais do que a obrigação dele, já que você estava passando mal porque está grávida de um filho dele! - Falou, amargo, olhando para minha barriga com reprovação.
Senti o choque de suas palavras e seu olhar e, inconscientemente, levei minhas mãos a minha barriga, protegendo meu bebê daquele olhar de desprezo. Senti vontade de chorar, mas me mantive firme e o encarei, sem me abalar.
- E você tirou essa conclusão só porque me viu pegando uma carona com ele?
- Não. - Ele franziu o cenho e me encarou. - Você ainda não viu?
- Não vi o que?
- A foto que já se espalhou pela faculdade toda.
- Que foto?
Ele tirou o celular do bolso e mexeu em algumas coisas, depois o virou para mim. Me aproximei, vendo minha foto no visor do celular. Na verdade, era uma foto minha e de Andrew, deitados na cama. Ele com o peitoral exposto e eu de sutiã. Havia uma tarja preta na foto, onde estava escrito "noite de foda perfeita com a minha putinha preferida" e eu ofeguei, sem saber o que dizer.
- Pelo o que eu ouvi nos corredores, Andrew está dizendo que vem transando com você a mais de um mês e que mesmo você se fazendo de difícil na frente de todo mundo, na cama dele, você é a "putinha perfeita". Eu poderia não acreditar, mas a foto diz tudo.
- Não... Essa foto foi tirada há muito tempo, antes mesmo de terminarmos! Meu Deus, eu não posso acreditar que ele foi capaz de fazer isso comigo! - Murmurei, espantada, lembrando-me da ameaça que ele me fez no carro.
- Que ele foi capaz de expor a intimidade de vocês assim? - Michael perguntou, guardando o celular. - Já eu agradeço. Essa foto me fez abrir os olhos e me fez enxergar a verdadeira putinha que você é.
- O que? - Perguntei, sem poder acreditar.
- Você ouviu. Sabe, Melissa, no final, você e Sophie são a mesma merda. As duas me enganaram, me fizeram de idiota, me traíram! Uma me traiu com o meu socio e roubou a minha gravadora, a outra me traiu com um moleque da faculdade e ainda acha que eu vou assumir o filho dele! Duas vadias que me enganaram direitinho! Com ela eu não abri meus olhos a tempo e me fodi, mas com você eu não vou fazer o mesmo. Não vou assumir essa criança, vai atrás do pai dela de verdade e para de agir como uma vagabunda!
Senti o sangue ferver nas minhas veias e antes que eu pudesse pensar, estalei minha mão na cara dele, dando um tapa ardido. Senti as lágrimas descerem quente e molhar o meu rosto, meu coração em frangalhos, tão machucado que eu sabia que nunca conseguiria recupera-lo.
- Nunca mais me chame desses nomes ou me compare com a sua esposa! Você ouviu? Nunca mais! - Gritei, sem me importar e me afastei, magoada. - Eu poderia imaginar qualquer coisa vindo de você, Michael, mas nunca pensei que iria acreditar em uma história como essa. Pensei que me conhecesse.
- Eu também pensei que te conhecesse. -Falou, voltando a me encarar. - Mas eu vi que não conheço. Nunca fui tão enganado.
- E eu nunca fui tão machucada, tão magoada por algo que eu não fiz! Eu nunca vou te perdoar por isso, nunca vou perdoar suas palavras, ou o modo como olhou para meu filho ainda aqui dentro. - Murmurei, passando a mão em minha barriga. - Pode ter certeza que a partir de hoje, o pai do meu filho morreu. Ele simplesmente não existe mais.
- Você vai continuar insistindo nessa mentira?
- Não há mais mentiras ou verdades. Acabou tudo, Michael. Nossa história morreu aqui e você morreu para nós dois. - Falei, apertando a bolsa contra o meu ombro. - Com licença.
Sem olhar para trás, me dirigi em direção a porta da sala e sai, começando a andar pelos corredores. Meus olhos estavam nublados pelas lágrimas, mas eu via todo mundo rindo e apontando, me fazendo morrer de vergonha por algo que eu sequer havia feito.
Comecei a correr, desesperada, louca para escapar, até que senti o braço de alguém em meu ombro, me puxando contra seu peito.
- O que é? Perderam algo aqui? Parem de olhar, seus idiotas! - Paul gritou e me abraçou. - Vamos, baby, vou tirar você daqui.
E eu fui, com o coração despedaçado em meu peito.



Capítulo 16 - Melissa

- Eu estou grávida. – Murmurei dentro do carro de Paul, enquanto ele me levava embora.
- O quê!?
- Eu estou...
- Meu Jesus! Melissa, eu... Meu Deus, mas você disse que Michael não poderia ter filhos!
- Pelo visto ele pode. – Olhei para ele, sentindo as lágrimas molhar minhas bochechas. – A não ser que você acredita na história de Andrew também.
- Não! Nunca, amiga, jamais acharia que você está mentindo. – Falou, segurando minha mão rapidamente. – Agora, tem algo muito errado nessa história, Mel. A mulher do Michael pode ter falsificado o exame dele. Já pensou nisso?
- Eu não quero pensar em nada que me lembre ao Michael, Paul. Ele me disse coisas horríveis, me xingou, o desprezo com o qual ele olhou pra minha barriga, não sai da minha mente. Eu estou tão machucada, Paul, tão magoada...
- Ah, baby... Eu sinto muito! Precisamos fazer algo para reverter essa situação, Michael precisa acreditar em você e...
- Não, ele não precisa nada. Michael morreu pra mim, Paul. Ele morreu definitivamente.

****

Uma semana depois

Observei o céu escuro se tingir de cinza lentamente, trazendo para Miami uma manhã nublada e chuvosa, assim como meu estado de espírito. Uma lágrima solitária escorreu por minha bochecha e um soluço escapou por minha garganta, fazendo minha cabeça doer. Minha vida havia dado um giro de 360°. Antes eu era uma menina feliz, apaixonada, que estava vivendo intensamente o seu amor.
Agora eu sou uma menina triste, grávida, abandonada que está vivendo intensamente a sua dor. Sabia que não podia ficar daquela forma, meu bebê não merecia passar por aquilo, mas eu simplesmente não conseguia tirar aquele sofrimento de dentro de mim. Não conseguia parar de repetir as palavras de Michael na minha mente, nem o modo como olhou para minha barriga.
A cada respiração que eu tomava, cada vez que esforçava para comer, eu me lembrava de um momento junto a ele. Me lembrava dos nossos passeios, nossos beijos, o momento em que ele me amava daquela forma que tirava totalmente o meu ar. Eu nunca tinha sido tão feliz, mas também nunca tinha sido tão magoada.
E tudo pela mesma pessoa.
A hora avançou e eu respirei fundo, vendo o relógio me avisar que estava próximo das oito da manhã. Havia uma semana que eu não ia para faculdade, não tinha forças para enfrentar piadinhas e deboches, muito menos uma aula com Michael, mas eu sabia que não podia continuar assim.
Eu seria mãe em breve, faltava um mês e meio para terminar a faculdade, precisava do meu diploma para trabalhar no ramo de música e isso me deu forças para levantar da poltrona. A tontura de estar horas sem comer e passar uma noite insone me tomou, mas respirei fundo e segui para o banheiro, disposta a tomar um banho e seguir em frente com a minha vida.
Pelo meu filho, eu iria continuar.

- Vai dar tudo certo, você vai ver. – Paul sussurrou no meu ouvido, antes de abrir a porta da sala de aula.
Estávamos alguns minutos atrasados e, ao entrarmos na sala, todos já estavam sentados, prestando atenção na aula de Michael. Assim que me viram, pararam de conversar e Michael se virou, me encarando. Senti vontade de chorar, mas continuei firme e continuei a andar com Paul, que parou no meio do caminho quando a voz de Michael ecoou pela sala:
- Quem é vivo sempre aparece. Melissa, não sabia que você era do tipo de aluna que se esquecia das obrigações por conta de problemas pessoais. Perder uma semana de aula não vai fazer com que as coisas melhorem, querida.
Ouvi a risada de alguns alunos e olhei para Michael, vendo que ele tinha um sorrisinho no canto dos lábios, debochado.
- Não sabia que o senhor gostava de se meter na vida dos alunos, professor Michael. – Paul falou. – Bem como o senhor falou, foram problemas pessoais, e se são pessoais, o senhor não tem que se meter.
- Olha como fala comigo, Paul.
- Olha como fala com a Melissa, professor. Tenho certeza que o diretor da instituição não iria gostar de saber que o professor da faculdade fica debochando de um assunto tão pessoal e delicado.
- Paul, por favor... Vamos apenas sentar. – Murmurei, já arrependida de ter voltado a faculdade.
- Está tudo bem, baby. Estou apenas te defendendo de pessoas que acreditam em tudo o que vê por aí. Coisa, aliás, que eu tenho certeza que toda a faculdade está acreditando também. – Falou, alto, antes de voltar a andar.
Nos sentamos nas duas únicas cadeiras que estavam vazias, no canto da sala. Ficamos lado a lado nas primeiras cadeiras das fileiras e eu olhei em volta, vendo que todos cochichavam, até mesmo Carly e Alexa, que haviam desaparecido depois do Andrew fez.
No final, apenas Paul era meu amigo.
Michael voltou a dar sua aula e não fitou em nenhum momento, o que eu agradeci mentalmente. Seria bem mais fácil se ele me ignorasse, já que eu não podia fazer o mesmo tinha que olha-lo por seu meu professor.
Peguei as matérias atrasadas com Paul e anotei algumas dicas que Michael deu sobre TCC, lutando comigo mesma para prestar atenção na matéria e não no professor. Era difícil, mas no final, eu até que me sai bem e não chorei loucamente, como pensei que faria.
E com isso, minha vida foi seguindo e a dor em meu coração, foi atrás.


Foi difícil, mas encarei um mês de aula, olhando para Michael todos os dias e carregando nosso bebê junto a mim. Havia começado a fazer o pré-natal e a médica estava satisfeita com o desenvolvimento do bebê, que estava perfeito para três meses e meio de gestação.
Minha barriga era uma curva bem pronunciada, que eu conseguia disfarçar ao usar vestidos e blusas mais largas. Não queria que ninguém na faculdade percebesse minha gravidez, não agora que todos haviam finalmente esquecido a história ridícula de Andrew, que toda vez que passava por mim, ria da minha cara.
Olhei para o calendário em meu caderno e risquei o dia de hoje. Menos um dia. Agora faltavam apenas duas semanas e eu nunca mais veria Michael na minha vida. Pensar nisso me fez erguer a cabeça e olhar para ele. Estava lindo, vestido em uma calça jeans azul escura e uma blusa branca de botões, sentado em sua mesa e lendo atentamente suas anotações. Não parecia que estava sofrendo como eu, pelo contrário, parecia estar muito bem consigo mesmo e eu tinha até mesmo ouvido pelos corredores que algumas meninas o viram chegar com a professora Berenice, uma mulher linda, loira, toda esbelta.
Pelo visto, ele estava seguindo sua vida e já tinha um outro amor... Me perguntei se a professora Berenice sabia que ele era casado e que estava prestes a se divorciar de uma mulher louca. Talvez soubesse estivesse feliz com ele. Talvez ele a chamasse de “Anjo” também, assim como fazia comigo.
No final de tudo, percebi que eu era a única que realmente tinha amado ali. E sofrido também.
No final da aula, arrumei minhas coisas rapidamente e sai junto a Paul, passando ao lado de Michael e sofrendo ao sentir seu cheiro. Eu não queria, não queria ama-lo, mas era impossível. Por mais magoada que eu estivesse, ele ainda era o homem da minha vida, o homem que tinha tomado todo o meu coração e que tinha me feito um filho.
Um filho que estava me fazendo mover montanhas apenas para tê-lo.
- Que tal tomarmos um café juntos antes de você ir para casa?
- Não, Paul... Estou enjoada, acho melhor eu ir para casa.
- Mel, sua mãe me disse que você não está comendo quase nada. Você esqueceu que agora está comendo por dois, sua doida? Precisa se alimentar! Vamos, eu juro que é só um café e um muffin!
Ele sorriu e eu não pude resistir, sorrindo de leve também. Saímos da faculdade juntos, no seu carro e paramos em uma grande cafeteria no centro da cidade. Conversávamos sobre o meu bebê, se era menino ou menina e sobre a possibilidade de alguns nomes. Nos sentamos e Paul foi pedir nossos cafés.
Livre de qualquer conhecido, levei minha mão a minha barriga e cobri aquela curva em meu ventre, que abrigava meu bebê. Ele ainda não tinha se mexido, era muito cedo, mas ele era tão presente em minha vida, tão importante que apenas em tocar minha barriga, eu já estava sorrindo. Já o amava mais que tudo.
- Melissa Winstow?
Abri os olhos e vi o homem branco e alto a minha frente, vestido de terno. Carregava uma pasta de couro preto nos braços, era loiro e tinha os olhos azuis escuros. Nunca o tinha visto antes.
- Sim.
- Olá, eu sou Robert Castle. – Ele arrastou a cadeira e se sentou a minha frente. – Preciso muito falar com você.
- Mas eu ao menos te conheço...
- Melissa, algum problema? – Paul perguntou, sentando-se ao meu lado com uma bandeja com o nosso café e muffin.
- Esse moço disse que precisa falar comigo... Robert Castle, não é mesmo?
- Isso! Por favor, eu preciso muito conversar com você. – Ele olhou para Paul. – A sós.
- Me desculpe, mas não vou deixar a minha amiga sozinha com um estranho.
- Tudo o que quiser falar comigo, pode ser na frente de Paul. Ele é meu melhor amigo.
O homem respirou fundo e olhou em volta, como se procurasse alguém, por fim, colocou a pasta de couro em cima de mesa se aproximou.
- Tudo bem. Eu sou o advogado de Michael Jackson.
- Advogado de Michael? – Perguntei, sem entender nada. – E o que você quer comigo?
- Eu sou advogado e melhor amigo dele, por isso que sei sobre a sua existência. Sei de você desde o início do relacionamento de vocês e sei que você se separou dele por causa de Sophie. Michael não sabe que eu estou aqui, na verdade, ele não pode nem imaginar que eu estive aqui. Nem e ele e nem ninguém.
- Por favor, seja mais claro. – Paul pediu, tão confuso quanto eu.
- Eu vou ser o mais breve e claro possível. Eu estava, durante todo esse tempo, reunindo provas contra Sophie e o sócio de Michael, Mark Beltt, só que Michael não sabe. Hoje eu tenho aqui, dentro dessa maleta, todas as provas que pode colocar esses dois na cadeia. Documentos que eles forjaram a assinatura de Michael para roubar a gravadora, DVDs com imagens dos dois juntos, tramando contra Michael, tenho até mesmo os resultados verdadeiros dos exames de fertilidade que Michael fez e que Sophie pagou um preço exorbitante aos laboratórios para eles falsificarem.
- Meu Deus...
- Nossa... Mas, eu não entendo... O que eu tenho a ver com isso?
- Como eu disse, Michael não sabe sobre essas provas, mas Sophie descobriu tudo e está me ameaçando. Ela quer todas as provas e todas as cópias que eu tenho, para destruir. É ai que você entra. Eu vou dar a você, Melissa, uma cópia de todas essas provas. Você precisa entregar isso a polícia assim que sair daqui.
- Eu? Mas por que não entrega isso a Michael?
- Porque Michael não iria entregar tudo isso a polícia sem esfregar na cara de Sophie que ele tem todas essas provas! Ele não perderia a chance de jogar tudo isso na cara dela e não é isso que precisamos. Ela é capaz de mata-lo se souber que ele está com essas provas.
- Se ela é capaz de mata-lo, ela é capaz de matar Melissa também. Eu não acho seguro que Melissa fique com essas provas.
- Ela não vai nem imaginar que Melissa tem algo como isso, principalmente agora, que ela sabe que vocês dois não estão mais juntos. – Robert me olhou, desesperado e segurou minha mão. – Por favor, Melissa, pelo amor que você tem a Michael, faça isso. Tire essa mulher da vida dele, porque Sophie é louca, ela não tem limites e se não for detida logo, é capaz de fazer uma loucura ainda maior contra Michael. Ele corre risco de vida.
Engoli em seco, sem saber o que dizer. Flashs de meus momentos com Michael vieram com força total em minha mente, nossos momentos felizes e momentos tristes, toda a nossa história, suas palavras de amor e também as suas palavras que acabaram comigo. Eu poderia não aceitar, eu poderia me afastar totalmente e não me meter nessa história, mas eu sabia que meu amor não me deixaria fazer algo assim.
Michael havia acabado comigo, havia me magoado mais do que tudo no mundo, mas eu não seria capaz de deixa-lo correr perigo nas mãos de uma louca. Eu iria salva-lo, porque meu amor era maior do que qualquer tipo de sentimento de ódio e vingança.
- Eu aceito. O que eu tenho que fazer.
- Ah, graças a Deus! – Ele suspirou aliviado. – Eu estou indo encontrar Sophie no apartamento dela, no centro de Miami. Você vai sair daqui agora e entregar essa maleta na delegacia, nas mãos do delegado Maroni, que já está a par da situação. Ele é um grande amigo meu e está esperando a sua visita. Seu nome nem será envolvido nisso, será como uma entrega anônima, certo? Ele precisa ter essas provas em mão, para emitir o mandato de prisão a Sophie e Marco.
- Tudo bem, eu farei isso. – Falei, nervosa, pegando a maleta. – Só me prometa uma coisa, Robert.
- O que você quiser.
- Não diga a Michael que eu me envolvi nessa história. – Pedi. – Nem ao menos mencione o meu nome, por favor.
- Mas... Eu pensei que depois disso você iria querer voltar para ele.
- Eu não quero. Eu vou ajudar porque eu o amo, mas não quero voltar para ele. Então, por favor, prometa que não dirá a ele que fui eu que entreguei essas provas a polícia.
- Eu prometo. Você tem a minha palavra, Melissa.
- Obrigada. – Murmurei, me levantando. – Paul, vamos comigo?
- Claro!
Robert se levantou também e sorriu para mim, bem mais calmo do que quando chegou.
- Obrigado por isso, Melissa. Muito obrigado.
- Eu só quero que Michael se livre dessa mulher e consiga viver em paz.
- Ele vai conseguir. Com a sua ajuda ele vai conseguir.
Assenti e sai da cafeteria com Paul ao meu lado, segurando aquela maleta de couro. Não falamos nada um para o outro, cada um em seu pensamento e seguimos para a delegacia. Quando entrei naquele lugar, senti meu coração pular forte e o delgado Maroni me encontrou no meio do caminho, pegando a maleta e agradecendo, dizendo que se eu não ajudasse, provavelmente Sophie ia continuar livre.
Quando sai de lá, senti vontade de chorar, uma mistura de sentimentos dentro de mim. Amor, paixão, dor, decepção e alegria porque Michael iria se ver livre daquela mulher.
E livre de mim e do nosso filho também.


Capítulo 17 - Michael

- Michael, muito obrigada pela carona de hoje. Você é um cavalheiro. – Ouvi Berenice dizer, enquanto tirava o cinto de segurança.
- De nada, Berenice. É um prazer ajudar uma amiga.
Ela se virou pra mim e sorriu, me olhando.
- E você não quer entrar? Eu posso te servir uma bebida em forma de agradecimento.
- Eu acho melhor não, estou casando e...
- Ora, Michael, por favor. – Ela passou os dedos pela lateral do meu rosto e eu tive vontade de revirar os olhos. – Somos adultos, não há problema algum em uma bebida.
- Eu realmente estou cansado, Berenice. – Falei, tirando as mãos dela de cima de mim.
- Tudo bem, entendi. Até mais, Michael.
Por fim, ela saiu do meu carro e fechou a porta, sem olhar para trás. Mal sabia ela o quanto eu estava agradecido por isso.
Liguei o carro e voltei a dirigir, percorrendo a orla de Miami naquele fim de tarde. Ficar o dia todo dentro da sala de gravação da faculdade me deixava cansado, mas era o melhor a se fazer. Enquanto eu estava trabalhando não pensava nela.
Melissa.
Já havia se passado mais um mês desde o dia em que brigamos, quando Sophie apareceu. Desde então aconteceu tanta coisa, que parecia um filme, onde as cenas se passavam e eu era um mero espectador. Um espectador que sentia todas as malditas emoções do personagem principal. Ainda não conseguia entender como eu pude ser tão idiota ao ponto de ter sido enganado por uma menina de 20 anos de idade.
Estava tão apaixonado que jamais imaginei que Melissa, aquela garota doce e gostosa, que tinha ido virgem para minha cama, seria capaz de estar transando com pirralho do ex-namorado.
Me perguntava o que eu tinha feito para merecer isso. A amei tanto, ainda a amo tanto, e foi isso que recebi em troca. Uma traição suja, com direito de ainda tentar se enganado com um filho. Um filho que é impossível de ser meu, já que eu jamais iria engravida-la.
Pensar em tudo aumentava a dor em meu peito, toda a angustia e decepção. Vê-la quase todos os dias também não era fácil, apesar de achar estranho o fato de vê-la tão retraída e triste. No mínimo o filho da puta do ex dela não quis assumir o filho e agora ela terá de se virar sozinha.
Bem feito, talvez pague por tudo o que me fez.
Coloquei meu carro na minha vaga da garagem e fui em direção ao elevador, indo até a minha cobertura. Coloquei a chave na mesinha próxima a porta e me joguei no sofá, fechando os meus olhos, a imagem de Melissa vindo forte em minha mente. Eu ainda a amava tanto, ela parecia estar impregnada em minha pele, não me deixava em paz.
Eu poderia estar agora na casa de Berenice, transando com ela, mas sabia que não conseguiria, porque Melissa havia me estragado para outras mulheres. Era ela que meu corpo e meu coração queriam e não outra.
- Mas eu vou ter que me acostumar... – Falei em voz alta, abrindo os olhos. – Porque ela nunca mais será minha.
Ouvi o toque alto do meu celular e o tirei do bolso. O nome de Robert piscava na tela, atendi:
- Oi, Robert.
- Michael, está sentado?
- Sim... Por que?
- Porque a notícia que eu vou te dar é forte demais.
Me sentei direito no sofá, sentindo meu coração bater mais forte.
- Não me diga que você finalmente conseguiu as provas?
- Eu não só consegui as provas, meu amigo, como Sophie e Mark já estão na cadeia! Venha até a delegacia e aqui eu te explico tudo.
Desliguei e sai correndo, pegando a chave do meu carro. Minhas mãos soavam, eu tremia e dirigi correndo até a delegacia com mil e uma coisas passando pela minha cabeça, principalmente o sentimento de alívio. Eles estavam presos! Finalmente presos!
Cheguei a delegacia e estacionei meu carro, sendo levado a sala do delegado Maroni por um policial. Robert estava sentado e se levantou quando eu cheguei, vindo me abraçar.
- Finalmente conseguimos, meu amigo! Finalmente!
- Por que não me avisou antes?
- Porque eu sabia que você não ia perder a chance de esfregar as provas na cara de Sophie e isso estragaria tudo. Mas graças a Deus tudo deu certo, o mandato de prisão foi emitido e os dois já estão presos. – Robert disse, indicando a cadeira para que eu sentasse. – Você pode mostrar as provas a ele antes de ser enviado para a perícia, Maroni.
- Como vocês são meus amigos, sim, eu posso. – Ele disse, sorrindo e me mostrando uma maleta de couro aberta em cima da mesa. – Coloque essas luvas, Michael. Não queremos sua impressão digital nessas coisas.
Coloquei as luvas e peguei alguns documentos em minhas mãos. Vi que se tratavam da transação da gravadora do meu nome para o nome deles, com a minha assinatura falsificada ali. Eram vários documentos e os deixei de lado, vendo que também tinha alguns DVDs que não daria para ser vistos agora e dois envelopes com o nome do laboratório onde eu tinha feito os exames de fertilidade.
Olhei para Robert que me olhava em expectativa e peguei os envelopes, abrindo primeiro um e lendo rapidamente, vendo que o resultado dizia que eu tinha 99,9% de chances de ter filhos. O outro dizia a mesma coisa e eu senti minha garganta travar, o choro ameaçando vir com força.
- Ela mentiu, Michael. Pagou os dois laboratórios para te entregar resultados falsos. Temos os documentos ali dentro também e o testemunho de dois enfermeiros, que virão aqui amanhã prestar depoimento.
- Eu não entendo... Por que ela fez isso?
- Para te prender a ela. Fazer com que você se sentisse culpado por não poder dar uma família a ela, quando na verdade, é ela quem não pode engravidar.
- Filha da puta! – Xinguei, raivoso, me perguntando como eu pude me envolver com esse tipo de pessoa.
- Ela soube que Robert estava com as provas e por pouco não conseguiu acabar com todas elas. Tivemos muita sorte daquela menina ter aceitado participar do plano e ter vindo me trazer as provas, senão, perderíamos tudo e ela ainda estaria solta com Mark.
- Que menina? – Perguntei, olhando para Maroni.
- Aquela menina... Melissa... É esse o nome dela, não é, Robert?
- Melissa? Por que envolveu Melissa nisso, Robert?
- Não era pra você ficar sabendo, quer dizer... Ela pediu para que você não ficasse sabendo... – Ele falou, passando a mão na nuca. – Michael, eu ia entregar essas provas hoje para Maroni e Sophie descobriu. Marcou um encontro comigo no apartamento dela, para que ela pudesse destruir todas as provas que eu tinha, até mesmo as cópias. Na mesma hora eu pensei em quem seria confiável o bastante para trazer essas provas a Maroni, alguém que Sophie não pudesse nem pensar na possibilidade de estar com essas provas e Melissa veio na minha mente. Não pude ficar pensando muito e arrisquei, a segui quando saiu da faculdade e a encontrei em uma cafeteria com um amigo dela... Pablo...
- Paul. – Conclui.
- Isso. Expliquei tudo a ela e pedi para que trouxesse essa maleta para Maroni. Pensei que ela ia se recusar. Vocês não estão mais juntos, lembro que havia me dito isso, mas ela aceitou e eu nunca fiquei tão feliz! Ela salvou a todos nós, porque, se ela não aceitasse, provavelmente Sophie e Mark ainda estariam soltos.
Passei as mãos pelos cabelos, sem saber o que dizer. Melissa havia me salvado, depois de tudo!
- Puta merda, Robert... Você já pensou se isso desse errado? Se Sophie descobrisse? Melissa está grávida, isso foi uma loucura! Graças a Deus deu certo!
- Grávida? – Ele sorriu. – Então, no final de tudo, você ainda vai ser pai? Porra, Michael, isso é incrível!
Somente naquele momento que a ficha caiu. Tudo pareceu se montar em minha mente, como peças de um quebra-cabeça, mostrando a minha real situação. Melissa estava grávida e eu, que achava que era estéril, podia ter filhos. Ela tinha me salvado, ela podia ter virado as costas para mim, podia ter largado aquela maleta com Robert e não ter se metido nessa história, mas não, ela fez isso por mim.
Porque me ama.
Porque está carregando um filho meu.
Apressado, me levantei e tirei as luvas, jogando-as em cima da mesa.
- Onde você vai, cara?
Olhei para os meus dois únicos amigos ali sentados e sorri, indo em direção a porta.
- Vou atrás da mulher da minha vida.


Quando estacionei o carro na frente da casa de Melissa, deixei que algumas lágrimas molhassem meu rosto. Deus, eu iria ser pai! Ela me amava! Nunca havia me traído, eu acreditava em sua palavra e ela nunca me pareceu tão verdadeira.
E eu havia dito um monte de coisas... Havia rejeitado aquela criança dentro dela, que é sangue do meu sangue, que carne da minha carne. Fui um estúpido que não quis enxergar a verdade e agora eu tinha que lutar para tê-la de volta, para ter seu perdão depois de tê-la magoado tanto.
Limpei minhas lágrimas e sai do carro, pensando que poderia ter comprado um buquê de flores, mas agora era tarde demais. Cheguei perto da porta e apertei a campainha, sentindo meu coração pular forte no peito.
- Olá? – Uma senhora de cabelos castanhos abriu a porta e me olhou de cima a baixo, com o cenho franzido.
- Olá, eu gostaria de falar com a Melissa, ela está?
- O senhor... Quem é?
- Sou Michael Jackson.
Vi a senhora empalidecer e fechar o rosto, ficando séria.
- Michael... Finalmente conheci o homem que tanto machucou a minha filha. O que faz aqui?
- Senhora...
- Penélope Winstow.
- Senhora Winstow, eu posso explicar...
- Entre, Michael.
Ela saiu do meio da porta e eu entrei, observando ao redor e vendo que Melissa não estava em lugar algum. Fomos em direção a sala e ela me indicou o sofá, sentando-se na poltrona a minha frente.
- Agora você pode se explicar.
- Para começar, eu quero dizer que amo muito a sua filha. Melissa entrou na minha vida de repente e tomou completamente o meu coração. Os momentos que passamos juntos foram os mais felizes da minha vida e eu realmente a amo mais do que tudo.
- E por que não contou que era um homem prestes a se divorciar?
- Porque essa era uma parte da minha vida que eu queria apenas esquecer. Eu errei muito em não contar a Melissa, sei disso e me arrependo, mas quero que saiba que eu nunca, nunca estive com minha ex-esposa e com sua filha ao mesmo tempo. Eu jamais conseguiria engana-la, manipula-la dessa forma. Melissa era e ainda é a única mulher para mim.
- Sei. Mas na hora de xinga-la quando ela te disse que esperava um filho seu, o senhor parece ter se esquecido disso.
- Se coloque um pouco no meu lugar, senhora Winstow. Eu tinha dentro de mim a convicção de nunca poderia ter filhos. E então, de repente, chega no meu celular a foto da sua filha com o ex-namorado dela, os dois na cama em uma cena bem suspeita e logo depois ela aparece dizendo que está grávida. Eu não consegui acreditar em nada do que ela disse. Pensei que eu tinha sido enganado e traído, assim como minha esposa tinha feito comigo. Eu falei muito coisa que me arrependo, se eu pudesse voltar atrás, teria ajoelhado aos pés dela e beijado a sua barriga com todo o meu amor. Mas agora eu quero recuperar o tempo perdido, quero pedir perdão e recomeçar a minha vida, como um homem livre, ao lado de Melissa e do nosso filho.
Ela me analisou em silêncio, como se pesquisasse em mim uma falha. Por fim, sorriu, parecendo estar aliviada.
- Ah, Michael... Eu ao menos te conhecia, mas sentia que você era um bom homem. Estou muito feliz que minha filha tenha se apaixonado por um homem como você.
- Muito obrigado, senhora...
- Não, por favor, apenas Penélope.
- Penélope. Muito obrigado por acreditar em mim. – Falei, ansioso. – E a Melissa? Ela está aí? Eu preciso muito falar com ela.
- Eu sei que precisa, mas Melissa não está aqui.
- Ela está na casa de Paul? Eu sei onde é... – Falei, me levantando.
- Não, Michael, Melissa está na Califórnia. Ela viajou para lá hoje de tarde.
- Califórnia? Mas...
- Ela disse que precisava se afastar um pouco, principalmente depois que entregou aquelas provas na delegacia. Ela está em Santa Barbara, no rancho que temos lá. Você quer o endereço?
- Sim, por favor!
Ela anotou o endereço e eu agradeci, antes de sair de lá e ir para o meu apartamento arrumar as malas e pegar o primeiro voo para Califórnia.


Capítulo 18 - Melissa

Senti o sol nas minhas pernas, esquentando minha pele, enquanto a paisagem verde se estendia a minha frente. Ao longe eu consegui ouvir o canto de alguns pássaros e fechei os olhos, tentando finalmente relaxar depois dos últimos acontecimentos.
Mas eu sabia que não conseguiria. Não enquanto aquele sentimento estivesse dentro de mim, algo misturado amor e dor, que me deixava angustiada. Pensei que ali, no rancho do meu pai, em meio a natureza eu conseguiria me livrar de parte do meu sofrimento, mas ficar sozinha parecia fazer tudo ficar ainda mais vivo e intenso. No silêncio as palavras de Michael se repetiam a cada segundo, seu olhar se avivava cada vez mais, como se ele estivesse ali, na minha frente, me julgando e gritando comigo.
Naquele momento eu percebi que não adiantava fugir. Para qualquer lugar que eu fosse aqueles sentimentos e lembranças iriam comigo, estavam grudados em minha pele e meu coração, assim como o meu filho em minha barriga.
Pensar nele me fez sorrir. Levantei minha blusa e acariciei minha barriga, feliz por não ter que fingir que ele não existia, como vinha fazendo nesses dias na faculdade.
- Somos só nós dois, meu amor. – Murmurei. – E eu prometo que vou cuidar de você com todo o meu amor.
- Somos nós três. E eu prometo cuidar de vocês com todo o meu amor.
Primeiro eu achei que estava ouvindo coisa. Era impossível que ele estivesse ali comigo, falando aquilo. Mas então eu senti seu cheiro e soube que, definitivamente, eu não estava louca. Não ao ponto de sentir seu cheiro tão forte perto de mim. Em um segundo eu já estava de olhos abertos, em pé, olhando para um Michael parado bem perto da espreguiçadeira que eu estava deitada.
Ele me olhava com uma expressão entre triste e maravilhado, os olhos fixos em minha barriga escondida por minhas mãos.
- O que está fazendo aqui?
- Melissa...
- Como você conseguiu entrar aqui? – Perguntei mais alto, olhando-o.
- Anjo, por favor, se acalma... – Ele pediu, se aproximando.
- Não me chame de Anjo! E não se aproxime de mim! – Falei e ele parou abruptamente, perto de mim. – Eu vou chamar a polícia...
Andei rápido tentando passar por ele, mas sua mão agarrou meu braço, me impedindo de continuar. Quase gemi ao sentir seu toque em minha pele novamente, mas me mantive quieta, tentando não demonstrar nada.
- Por favor, Mel... Eu imploro, me deixe falar com você, me deixe explicar! – Pediu olhando em meus olhos. – Por favor.
- Vamos lá para dentro. – Falei, sabendo que não conseguiria ouvir tudo embaixo daquele sol quente.
Ele assentiu e eu me desvencilhei, seguindo na frente. Passamos perto da piscina e fomos em direção a casa principal. Estava tudo vazio sem os empregados que costumavam estar no rancho quando íamos para lá e fomos em direção a sala. Lutei comigo mesma e me virei para ele quando paramos de andar. Estava lindo. Usava uma calça jeans e uma blusa de botões azul, bem ao seu estilo. Os cabelos continuavam curtos e os olhos negros estavam cheios de sentimentos que eu não lutei para desvendar.
- Você pode começar me explicando como soube desse lugar. – Falei, cruzando os braços e esperando.
- Sua mãe me contou.
- Minha mãe?
- Sim.
- Impossível, ela jamais te diria onde eu estava!
- Eu conversei com ela ontem a noite, Anjo. – Ele se aproximou, parando perto de mim. – Ela acreditou no meu arrependimento, viu que eu estava sendo sincero e me deu um voto de confiança. Eu consegui entrar sem ser anunciado porque ela ligou para Peter e pediu para que ele me deixasse entrar sem você saber.
- Nossa... Estou impressionada.
- Anjo, a sua mãe só...
- Não me chama de Anjo, Michael. – Falei, me xingando por ter deixado minha voz soar mais magoada do que deveria. – Não depois de ter falado tudo aquilo para mim.
- Eu sei que fui um estúpido naquele dia...
- Estúpido? – Perguntei, sentindo vontade de rir. – Não, pode ter certeza que você foi bem mais do que estúpido.
Ele respirou fundo e fechou os olhos por um momento. Acho que deve ter pensado que seria fácil conversar comigo e agora estava vendo que nem tudo era tão simples assim.
- Anjo... Não! Eu vou te chamar de Anjo sim, porque é isso que você é! – Ele falou, me interrompendo antes que eu começasse a falar. – Você é meu Anjo, é a mulher que eu amo, que eu me apaixonei e que me salvou de uma vida miserável e sem esperança. – Deu um passo em minha direção e depois mais outro. – É a mulher que conquistou meu coração de uma só vez. A mulher que salvou de uma louca que poderia ter me matado... É mulher que está me dando o maior presente que eu poderia receber, um filho.
Quando parou de falar, ele estava a centímetros de mim, seu corpo colado ao meu e seus olhos marejados. Meu coração batia tão rápido que parecia que pularia pela minha boca a qualquer momento, mas eu me contive e engoli a vontade de chorar, olhando para ele.
- Um filho que você renegou e falou que não é seu. – Murmurei, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas sem eu poder conter.
- Você não sabe o quanto eu me arrependo disso. – Falou no mesmo tom que eu, sua mão grande tocando meu rosto. – Não imagina o quanto eu me arrependo por tudo que fiz e falei. Você não merecia nada daquilo, não merecia sofrer nada do que sofreu. Você tem razão, eu fui mais do que estúpido com você, eu fui um idiota que esqueceu quem você era de verdade e acreditou em meia dúzias de mentira. Eu deveria saber que você nunca seria capaz de me trair ou mentir pra mim e mesmo assim eu fui cego o suficiente para não acreditar em suas palavras.
- Eu entendo sobre você não ter acreditado que era pai do meu bebê. Você passou anos acreditando que não poderia ter filhos e então, de repente, eu apareço falando que estou grávida... Eu fui lá sabendo que você poderia não acreditar em mim. – Falei, dando alguns passos para trás. – Mas nunca pensei que você acreditaria naquela história do Andrew. Nem que me chamaria de todos aqueles nomes, Michael, você não tem ideia de como aquilo me machucou! E o modo como olhou para minha barriga... Aquilo parece estar marcado a ferro na minha mente, eu não consigo esquecer.
- Eu peço perdão! Eu sei que o que fiz foi horrível, que eu ao menos mereço estar aqui agora, olhando para você, mas Anjo... Eu te amo tanto, tanto! E já amo tanto o nosso filho... – Ele se aproximou e pegou meu rosto com as duas mãos, sem se importar com as lágrimas que molhavam minha pele.
- Ama? - Perguntei, olhando em seus olhos. - Você ao menos estava sofrendo com tudo isso, Michael.
- O que? Como pode falar isso, Melissa? Você não tem ideia do quanto eu sofri também!
- Ah sim, sofreu muito nos braços da professora Berenice! - Acusei, me afastando dele.
Andei pela sala e limpei minhas lágrimas, virando-me de costas para ele. Não queria vê-lo, não queria saber sobre nada, só queria ficar sozinha e lamber minhas feridas, tentar ficar finalmente em paz para cuidar do meu bebê. Tentei fazer com que as lágrimas parassem, mas elas continuaram e então, senti Michae atrás de mim, suas mãos seguraram minha cintura e sua respiração cadenciada em meu pescoço me fez estremecer.
- Eu nunca estive com mulher alguma depois de você, Anjo, nunca. - Falou, beijando meu ombro.
- Por favor, Michael, se afasta de mim... Eu não quero mais sofrer assim...
- Eu não vou me afastar! Não vou mais ficar longe de você, Anjo... Ou melhor, de vocês.
Senti suas mãos rodearem minha barriga nua e então, desabei, encostando minha cabeça em seu peito. Parecia que uma represa de lágrimas havia estourado dentro de mim e eu não conseguia mais parar, colocando para fora toda a dor que carreguei durante todas aquelas semanas. Michael me amparou, puxando-me para ele, suas mãos enormes tampando minha barriga grávida.
- Eu sinto muito, Mel, sinto tanto... Eu prometo, com todo o meu coração, que vou fazer de você a mulher mais feliz do mundo. Me perdoa, meu amor, perdoa tudo o que eu disse, tudo o que eu te fiz sentir, toda a dor que causei. Perdoe minha omissão sobre meu casamento... - Ele pediu, chorando junto comigo. - Você foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, Anjo, o melhor e mais bonito presente que Deus poderia me enviar. Nunca mais vou te machucar desse jeito, nunca mais vou rejeitar o nosso bebê, nunca mais, eu prometo, Mel.
Me virei para ele e olhei em seus olhos, finalmente enxergando o Michael que eu havia conhecido. O homem bonito, charmoso e amoroso com que convivi durante todos aqueles meses, o homem que eu amava. Eu sabia, no fundo do meu coração, que jamais conseguiria ser feliz se não fosse ao lado. Eu poderia tentar e tentar e jamais ficaria em paz sem ao meu lado.
Porque ele era a minha alegria. Era todo o meu coração.
Era o amor da minha vida.
- Eu te amo tanto, Michael, tanto!
Não consegui falar mais nada, apenas o puxei para mim e beijei sua boca, matando a suadade que estava sentindo de todo aquele tempo separado. O amor tomou conta do meu coração, me entorpeceu e eu ofeguei em meio as lágrimas, sentindo sua língua acariciar a minha.
Minutos depois estávamo no chão da minha sala, Michael por cima de mim, tomando cuidado com a minha barriga. Senti sua mão acariciar meu corpo, tirando minha blusa e meu sutiã, logo depois meu short jeans e minha calcinha, deixando-me totalmente nua. O despi também, olhando para o seu corpo que eu tanto amava e que tanto senti falta.
Seus beijos desceram pelo meu rosto e meu pescoço, chegando ao meu colo e aos meus seios. Senti seus lábios se fechando em um mamilo e gemi, me contorcendo sob ele, sentindo sua mão descer pela minha barriga e chegar a minha intimidade já molhada de excitação.
- Senti tanto a sua falta, meu amor... - Ele murmurou, passando a língua sobre meu bico intumescido. - Eu te amo tanto, morri de saudade de você, do seu corpo e do seu gosto... Muito obrigado por isso, Anjo, por me dar a oportunidade de estar com você mais uma vez. Vou agradecer para sempre.
- Eu te amo muito, Michael... Jamais conseguiria viver sem você. - Falei, tocando em seu rosto. - Só nos faça feliz, é a única coisa que peço.
- Vou viver para fazê-los feliz, Melissa. - Respondeu, descendo os lábios pelo meu corpo e pousando-os sobre a minha barriga. - Eu prometo.
Senti seus beijos e carinhos sobre minha barriga fez com que mais lágrimas se derramassem, mas agora eram de emoção.
Michael estava de volta, me amava e amava nosso filho. Estaria ali cuidando de mim e não mais me deixaria sozinha.
Só pude fechar os olhos e agradecer a Deus por toda aquela dádiva.


EPÍLOGO
QUATRO ANOS DEPOIS - MICHAEL

Eva corria solta pelos campos verdes, me fazendo correr atrás dela como um menino. Ela sorria e chamava "papai" a todo momento, parando e apontando para algum passarinho que parava ou borboleta, perguntando o que era e qual era o nome deles.
Eu parava e explicava, segurando-a no colo e mostrando cada passarinho que voava por ali, depois a soltava e voltava a correr com ela, sentindo o vento batendo no meu rosto. Quando ela finalmente parou, me pediu colo e eu dei, sentindo-a encostar o rosto em meu ombro e dormir logo em seguida.
Com ela adormecida em meu colo, fui para debaixo da frondosa árvore onde Melissa estava deitada. Estava linda como sempre, um sorriso de felicidade no rosto, tocando sua barriga de sete meses que abrigava nosso filho, Rodolph. Me sentei ao lado dela e acomodei Eva em meu colo, observando Melissa se sentar.
- Só você mesmo para deixa-la dormir toda suada assim, Michael. - Falou, passando a mão pela testa molhada de Eva.
- Ela é manhosa, se aconchegou no colo e dormiu. Estava cansada, amor... - Respondi, me aproximando dela e beijando seus lábios. - Está feliz?
- Como nunca imaginei que estaria.
- Eu te amo.
- Eu também te amo. Muito.
A puxei para perto de mim com meu braço livre e a abracei, olhando para o rancho enorme a nossa frente. Depois de ter minha gravadora de volta, comecei a trabalhar com força ao lado de Melissa, reerguendo minha empresa e levando-a ao topo novamente.
Melissa era a melhor diretora musical que já havia visto. Além de ser a vice-presidente, trabalhava com nossos principais cantores, principalmente Paul, que havia se tornado um mega-star e tinha seus CDs sendo vendidos por todo o mundo.
Com o nascimento de Eva, demos uma pausa e, mas logo voltamos a ativa. Ela era o centro do nosso mundo, nossa princesinha e eu fazia de tudo por ela. Este campo verde a nossa frente era todo para ela. Por causa de um desejo seu, compramos o rancho ao lado do rancho do pai da Melissa e expandimos. Agora morávamos confortavelmente em Santa Barbara e Eva corria livre pelos campos verdes, que abrigavam alguns animais que eu comprei para ela.
Melissa tinha achado aquilo uma loucura. Agora amava ficar deitada na grama fresca enquanto observava Eva correr por ali, já que não podia correr mais com ela por causa da gravidez.
E eu?
Bem, eu era o homem mais feliz do mundo. Tinha minha gravadora de volta, era casado com a mulher da minha vida, tinha uma filha linda e em breve teria um filho.
Melissa tinha sido um Anjo que Deus me enviou em um momento difícil. Ela tomou meu coração, minha razão, virou o centro do meu mundo e tinha me dado o maior presente de todos.
A felicidade.


FIM

177 comentários:

  1. |Palavras da Tamires|

    Pois é, pois é!
    Eu não consigo ficar muito tempo longe de vocês... Apesar de já ter um tempo desde "The Porn Star", por isso, digo a todos que voltei! \o/
    E com uma mini-fic que está mexendo com tudo dentro da minha cabeça. Tenho que confessar que ela está sendo muito especial pra mim e parece que está se escrevendo sozinha! hahaha.
    Bem, "O Professor" é uma "mini-fic" (entre aspas, porque nunca consigo fazer, realmente, uma mini-fic hahaha), que terá de 20 á 22 capítulos. É uma história bastante romântica, bem humorada, com uma pintada de suspense e é hot, claro, como não podia deixar de ser!
    E eu estou falando muito, como sempre falo hahaha.
    Espero que todas vocês acompanhem e gostem, meninas, sério.
    Muito obrigada, desde já! <3
    Vamos conhecer esse lindo e maravilhoso professor! <3

    Cap 1 Postado :)

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  2. Capítulos 2, e 3 já postados, mt obg pelos comentário..

    Até mais :*

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    1. Segundas, Quartas e sextas...

      Eu postei hoje pq ontem não postei

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  4. Genteeeeee Tatah de volta? Não acreditooooooo ;-;♥♥♥♥
    Amando a fic <3

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  5. Oi meninas, cheguei com mais para vocês!
    Quero agradecer muito por todos os comentários, esse professor é uma graça, né? :3
    Vamos ver o que ele vai aprontar hoje haha.
    Beijos \o/

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  6. Gente QUE CAPÍTULO É ESSE? Continua se não eu vou infartar!!!!!!!!

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  7. Capítulo 6 já postado, mt obg pelos vossos comentários, espero que gostem, bjs , até mais :*

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  8. Meninas, fico muito feliz que estejam gostando da história! <3

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  9. Olá minhas lindas!
    Vim com dois capítulos e quero que prestem atenção, pois vocês entrarão no mundo particular do nosso lindo professor. :3
    Beijos amores! \o/

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  10. Gente eu vou Chorar!!!! Ai meu Deus!!!! Que lindo e Hot

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  11. Eita professor que deixa qualquer leitora ...sem ar ( rsrsrs) ... Estou amando ... Continuaaa

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  12. Eita professor que deixa qualquer leitora ...sem ar ( rsrsrs) ... Estou amando ... Continuaaa

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  13. Vç não posta nos dias certo,Poxa.Mika

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    1. Não é vdd, eu não posto porque quem falhou foi a Tamires, ela é que não liberou, por isso naão posso postar, eu não tenho a fic entende

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  14. Oi gente eu volto a falar sobre esta fic, eu só posto quando a tamires libera entende, e nesses dias que eu falei é quais ela vai postar, só que ela não liberou, por isso eu não tenho como postar entendem??? Eu não posto por não querer, não é isso okay, é só porque não tenho o que postar pois não tenho a fic.

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  15. Olá, meninas, cheguei com mais para vocês!
    Espero que continuem gostando desse professor lindo, meninas.
    Hoje ele irá revelar mais uma coisa... Fiquem atentas aos detalhes e me desculpe pela demora ^^
    Beijos <3

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  16. MDS sem folego aqui ... Oh Deus me envia um professor delicia desses pfvr :3 eu necessito :3
    Posta logo o cap 10 pfvr ... Ansiosa aqui !!

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  17. |IMPORTANTE|


    Gente, volto a falar deste assunto por causa dos comentário nas fics, existe ainda muitas leitoras fantasmas, por causa disso a Larissa Rabelo uma das nossas autoras, saiu do blog e apagou a fic dela, por falta de comentários, as visualizações aumentavam mas os comentários não.
    Já não é o primeiro caso que acontece no nosso blog, peço de tudo deixem o vosso comentário lá no blog, nem que seja um simples "continue" , para as autoras é muito importante.

    Espero que isto faça refletir sombre as meninas/meninos que leêm e não comentam, ja pensaram se todas as autoras fizerem isso o blog acaba, e tb se fossem vcs a postarem tb iriam querer comentários... PEÇO QUE COMENTEM PFV

    Dona do blog

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  18. Palavras da Tamire:

    Oi meninas!
    Quero agradecer muito pelas leituras e pedir desculpas pela demora, o tempo tá corrido >.<
    Mas vamos lá a mais um capítulo do nosso professor. :3
    Beijos <3

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  19. Oh meu Deus ... Perai deixa eu recuperar meu folego aqui ... Genteney o que foi isso :o :3 Eu quero um professor desses pra mim :3 essa fic ta mexendo com o meu ser ... Ta mexendo tanto que quando eu to na sala de aula eu olho para o professor e vejo o Michael nele com aquele sorriso lindo que só ele tem <3 continua pelo amor de Deus *------------------* ❤

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  20. Nossa que demora pra postar ;c continua por favor

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  21. Gente como falei antes, eu só posto quando a Tamires liberar, não tenho culpa de ela não postar né :( eu nao tenho a fic...

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  22. Mas vc não tem como entrar em contato com ela?

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    1. Já sim, deixei mensagem no face, so estou aguardando resposta.... :\

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  23. Prestes a desistir de ler essa fic :( a Tatah esta demorando demais :(

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    1. ja tinha deixado mensagem pra ela a perguntar e nada de ela visualizar e nem responder ....

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  24. Tamires:

    Olá, meninas, peço desculpas pela demora, mas segurem o coração porque o capítulo de hoje está uma fofura só.
    E amanhã venho com mais, um capítulo recheado de surpresas!
    Beijos <3 <3

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  25. Ebaa agora gostei ... Que lindos ❤... Continua *-*

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  26. KARAKA!!!!!!!!!!!!!!!! sem palavras continuaaaaaaaaa.

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  27. Oi, meninas!
    Cheguei com capítulo para vocês <3
    Beijos \o/

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  28. Mds... Comtinuaaaaaaaaa <3...
    mds o mike esconde coisas mel.. Essa nojenta da Sophie já odeio ela

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  29. Esposa??? Caramba. Mas eu amei mesmo assim

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  30. wow espera ai como assim esposa dele ? :O fiquei chocada agr , acabei de ler e me deparo com essa sophie, logo agr vir pra estragar tudo -_-

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  31. Tamires:
    Vim aqui de propósito para reler a fanfic "The Porn Star"...onde está?
    Eu preciso dela para sobreviver hehehehe
    Ps. Continua, comecei a ler sua fanfic hoje e já estou viciada!

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    1. Ema, a fic The porn Star não está mais na internet, pois a tamires vai mudar as personagens para publicar em livro, ela mesma pediu pra tirar, pois não convem ter o livro na internet ;) Espero ter ajudado

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  32. não acredito nisso esposa do Michael continuuuuuuuuuuuuuuuuaaaaaaaaaaaaaa

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  33. Esposa do Michael? Como assim gentee ? :o
    Continua *-*

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  34. WTF?? Quem é essa quenga bruta?? Continua pfv *-*

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  35. Como assim esposa cara tá doidona né só pode tadinha melissa.

    Continua

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  36. Tamires:

    É, pessoal... A vida desse professor é uma caixinha de surpresas!
    Vamos ver no que tudo isso vai dar?
    Muito obrigada por estar aqui, suas lindas <3

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  37. Tô implorando pra eles ficaram juntos <3
    Contínua que tá perfeita!!!

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  38. Que perfeito continua *-*
    Eles tem quem voltar, eles tem que ficar juntos :'(

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  39. Deus queira que eles fiquem juntos, o Michael fica bem com a mel, ele está mesmo apaixonada por ela ...

    Continua

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  40. Affs desistindo dessa fic -_- :'(

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  41. |ESCLARECIMENTO DA TAMIRES|

    Oi meninas, tudo bem?
    Vim aqui esclarecer porque estou há duas semanas sem postar. O tempo está super corrido, estou em época de provas na faculdade e muitos aniversários na família, o que tem me impedido de escrever.
    Mas segunda-feira (13/04/15), voltarei com as postagens normalmente, até porque, todas nós queremos saber o que vai acontecer na vida de Michael e seu Anjo :3
    Espero que entendam, meninas, estou louca pra voltar logo. Segunda-feira chega rapidinho.
    Beijos <3

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  42. |autora|

    Olá, meninas!
    Depois de tanta demora, cheguei com mais pra vocês.
    Muito obrigada por terem tido paciência comigo.
    Beijos <3

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  43. Tomara que o próximo capítulo não demore essa eternidade pra sair.

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  44. Este comentário foi removido pelo autor.

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  45. cccccccccccccccccooooooooooooooooooooooooooonnnnnnnnnnnnnnnnnnntttttttttttttttttttttttiiiiiiiiiiiiiiiiinnnnnnnnuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuaaaaaaaaaaaaaaaaa

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  46. A mel devia ter falado logo com o Mike, poxa olha como eles estão :'( ainda por cima mais esta o Mike deve estar a pensar que ela já esta com outro. Isto vai ser difícil ate eles voltarem um pro outro.... Continua pfv

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  47. Que masssaaaAA!!!!VEI QUE FANFIC É ESSA?.....LINDA MESMO...EU QUERIA LER"The Porn Star"..mas nao tem como!!!!!.....continua!!

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    1. Oi Livia, a fic The Porn Star, nao esta mais no ar , pois a autora vai lançar em livro como é claro alterar a personagem do michael...

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  48. Ata..okay....bem..continuaa aii a fiiicc muieee to com o coraçao a mil!

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  49. So falta a Mel estar gravida... continua

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  50. Neeeehhh eu acho que ela esta gravida!!!

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  51. Ai meu Deus ele vai entender tudo errado e vai ficar bolado com ela

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  52. Ai meu Deus ele vai entender tudo errado e vai ficar bolado com ela

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  53. Nossa que demora...Mas a fica tá ótima,continha.

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  54. Que demora da porr* ....continuuuuuaaaa se morro!

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  55. A fics e otima mas eu prefiro as finalizadas!porque as autoras demoram muito para postar muitas eu ja deixei de ler porque é um enroleixe só , mais eu quero que continue nao cai demorar um ano

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  56. Este comentário foi removido pelo autor.

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  57. Eu acho que não vai ter continuação! que pena estava ótima,se é pra ter parado! porque começou?

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  58. Oi, Tamires desistiu de escrever ess fcs esta demorando muito!!!!aja paciencia nao demora nao!!!!

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    1. A fic ficou pausada anjo, até a tamires decidir postar mais.

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  59. Tamires:

    Olá, meninas!
    Primeiramente, quero pedir milhões de desculpas pela falta que estou com vocês!
    Eu comecei a Faculdade, está tudo muito, muito corrido. Também estou prestes a lançar dois livros, e esse mês de maio é todo atribulado, com muitos aniversários, então, estou ficando muito tempo longe do computador.
    Mas, em junho estarei de férias e vou voltar com tudo.
    Por enquanto, vou pausar a fic até o meado de junho, mas volto ainda mês que vem pra termina-la, podem ter certeza.
    Mil desculpas mais uma vez, meninas.
    Volto em breve.
    Beijos <3

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  60. Este comentário foi removido pelo autor.

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  61. Tamires cade você?ainda vai demorar muito?volta logo!!!!!

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  62. Que tudo essa fic super apaixonada
    E com certeza a mel ta gravida uiii fico só imaginando os proximos capitulos e até advinhando oq vai acontecer kkkkk continua

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  63. Tamires:

    Olá, meninas!
    Eu sei, eu sei, demorei muuuuuuito, mas voltei! Minha vida estava uma correria só e agora que estou de férias, vou ter tempo para terminar esse mini tão lindo, com esse professor maravilhoso :3
    Espero que ainda queiram saber o final >.<
    Bom, a história está quase acabando... Vamos ver como tudo vai se desenrolar?
    Beijos, amores <3 <3

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  64. Tadinha da Mel, Michael não tinha o direito de ter tratado ela assim e esse Andrew, tomara que ele se dê muito mal! CONTINUA

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  65. Que bom que voltou!! não some mais não!ansiosa pelo final.

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  66. Uou... Que capitulo hem .... Continua Linda!!

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  67. Cade mas muie ???? Ta ótima continuaaaaa

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  68. Cade mas muie ???? Ta ótima continuaaaaa

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  69. Cade mas muie ???? Ta ótima continuaaaaa

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  70. Tadinha da mel... O Mike tem titica na cabeça só pode.. Cnt

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  71. Continua.........................
    Por Favor.......................
    Por tudo que for mais Sagrado..............................

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  72. Oi!!! parou novamente?? continua!!!!! não vejo a hora que chegue ao fim.

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  73. Oi anjos, a tamires ainda não liberou mais nada :(

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  74. Respostas
    1. Bem a autora falou que segunda feira postava capítulos novos ;\ não está nada até agora :(

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  75. Capítulo 16 e 17 já postado, sexta é postado o final, deixem vosso comentário

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  76. OMG!!! Até q enfim eles vão se resolver!!... espero ansiosa sexta...

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  77. Oh My God *-------* corre Jackson ! Melissa precisa de vc *-----*

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  78. Hoje será postado o final, ontem há noite recebemos mensagem da Tamires a falar que hoje seria postado o final.

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  79. Cade o Final............................
    Pelo Amor de DEUS...................................................

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  80. Oi boa tarde a todas. Bem como devem ter reparado o final da fic ainda não foi postado. Era para ter sido na sexta - feira, ai acabou por não ser pois a Tamires não conseguiu terminar o capítulo e nos foi dito que iria ser postado no sábado de manhã, pois bem nada, há noite entramos em contacto para avisar do que estava passando pois teve leitoras revoltadas por nunca mais ser postado, e como nosso dever fomos informar. A culpa não é nossa nem de ninguém, desde que ela se tornou escritora e lançou seu próprio livro que o tempo dela anda corrido de mais, pior do que já era. De novo foi alterada a data de postagem para ontem há noite, pois bem nada ainda. Eu peço desculpa mesmo não sendo nada haver com a gente, pois nós não temos a fic, e sim é a tamires que vai liberando esta fic, o mesmo acontece com outras.
    Só nos resta esperar. sei que a fic desde de fevereiro que está sendo postada e até agora ainda não foi finalizada já pra não falar que é uma Mini-fic no qual são poucos capítulos.
    Tudo a seu tempo, a fic será sim postada, eu apenas não sei quando agora.

    Beijos a todas.
    Mikaela Sofia Jackson (Dona)

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  81. FINALIZADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

    Capítulo 18 e Epílogo já postado, deixem vosso comentário. Muito obg a todas

    ********************************

    Tamires:

    Enfim, chegamos ao fim...
    Primeiramente, quero pedir mil e uma desculpas por toda essa demora! Minha vida virou de cabeça para baixo com muitos acontecimentos, um em cima do outro e eu acabei me enrolando mais do que tudo.
    Mas nunca, jamais, me esqueci de vocês e do Michael, esse professor lindo que roubou nosso coração.
    Enfim ele teve um final digno, ao lado de sua Melissa e seus filhos!
    Muito obrigada por tudo, por toda a paciência que tiveram comigo, por terem dado chance a essa história tão linda e cheia de romance, com aquela pitada de drama que tanto amamos.
    Muito, muito obrigada.
    Ainda não tenho previsão de voltar com uma nova fic, mas prometo que voltarei com alguns contos de capítulo único, porque amo demais esse mundo de fanfics.
    Mil beijos, meus amores.
    E até a próxima <3

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  82. Foi tudo muito lindoooo! Pf Tamires não demore a postar mais fics!!! Kk bjos😘

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  83. Ficou perfeito demais, eu ameia, Viciei até *-*

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  84. Eu amei passei a noite inteira lendo e quero ler de novo *-*

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  85. Nooossa, que fic mais deliciosa! Michael está muito muito safado, amei amei! UI

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  86. Ainda bem que apesar de tudo,o final foi feliz Michael mereceu. Adorei a história. Espero por outras fanfics.

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  87. Amei demais essa FanFic.
    Peço que depois leiam "Flaws And All",que em breve vai ter mais capítulos postados ok meninas? Comentem lá também. Bjss

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  88. faz fanfic nova gente, por favor kkkkkkkkkkkkk eu amo

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  89. Nesse livro eu vi que quando você se apaixona por alguém não importa como a pessoa seja o que importa é que você sempre vai ama-lá e apoia-lá

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