Autora: Paulinha Jackson
Sinopse:
Ele deseja, ansia, procura, fareja, a vingança. Ele não mede esforços
para torna-se rico e respeitado, para mostrar que ele é capaz. Algo em
sua vida escurece boa parte de seu coração.
Ela deseja, ansia, procura, espera o amor. Ela errou em seu passado,
induzida por outras pessoas. Ela é uma boa profissional em seu ramo, já
recebeu várias propostas, poderia já ter saído dessa vida, mas decidiu
esperar o momento certo para fazê-lo, quando seu coração batesse mais
forte por um homem ela abandonaria tudo por ele.
Prólogo:
"Quero o faturamento da noite" - A voz soou fria e distante
"Algo em torno de 10 mil dólares" - Respondeu profissional
"Isso precisa melhorar - Reclamou - As novas garotas já chegaram?"
"Estão aí fora"
"Peça que entrem" - O homem assentiu e se retirou, segundos depois a
jovem morena de olhos verdes e cabelos negros adentrou a sala. Parecia
um tanto assustada, mas infelizmente ela tinha de estar ali. "Seu nome" -
Ele perguntou analisando-a
"Me chamo Serena" - Respondeu hesitante.
"Prazer Serena, sou Michael"
Capítulo 1
Ela juntou as mãos em forma de concha em baixo da torneira, assim que
tinha água fria suficiente ela jogou-a em seu rosto. Sentia-se tão
cansada de tudo, cansada de fazer o que fazia, cansada de esquivar-se
dos velhos que a perseguiam, cansada de esperar o amor que nunca vinha,
cansada de viver... Serena já tinha quase 30 anos e nada de louvável
aconteceu na sua vazia vida.
Desde muito nova havia saído de casa por medo de ser violentada pelo
padrasto, sua mãe jamais acreditara quando ela relatava as investidas do
mesmo, então ela resolveu sumir no mundo. Mas sem ter para onde ir, aos
17 anos, acabou em uma boate de prostituição, e desde então esse tem
sido seu trabalho. Ela se aperfeiçoou ao longo dos anos em vários tipos
de dança como: Pollydance, dança do ventre e dança cigana, sempre as
usava em seus shows, assim tornou-se uma garota disputada pelas boates
mais conhecidas de Los Angeles. Porém seu maior desejo era deixar tudo
isso para trás, ela só precisava conhecer alguém que arrebatasse seu
coração e ela não pensaria duas vezes para abandonar o que quer que
fosse e seguir seu coração, mas até agora esse homem não havia
aparecido.
Olhou-se no espelho mais uma vez: Saia preta curta, camisa de seda
azul e um salto alto da mesma cor, cabelos soltos e maquiagem leve.
Olhando-a assim ela era apenas a Serena, a moça que sonhava encontrar um
grande amor, nada se parecia com Seven , a prostituta que encantava
metade dos homens de Los Angeles. Apanhou sua bolsa e a chave da sua
mais nova conquista, seu carro, e saiu rumo a "Dirty's".
Assim que estacionou na frente da bonita e nada discreta construção, deligou o som do carro e saiu.
- Bom dia - Um homem moreno e alto cumprimentou-a assim que ela perpassou a porta da boate.
- Bom dia. Sou uma das novas garotas - Disse impassível, sem desviar o olhar.
- Claro, siga-me - Ela seguiu o homem, o qual ela deduziu ser um dos
seguranças, até uma área reservada no andar de cima do prédio. Avistou
mais 2 meninas muito bonitas, sentadas em duas cadeiras de mogno no
recanto da saleta. As duas a olharam de cima a baixo com certo desdém,
por certo ambas conheciam Seven e nenhuma delas parecia gostar dela,
ninguém do ramo, exceto os homens, iam muito com a cara dela.
Todas se ignoraram e Seven sentou-se em um dos poofs negros que haviam no lugar.
- O chefe está conversando com Paul, aguardem e ele já chama vocês - Todas assentiram.
Quando o segurança deixou as meninas sozinhas, Seven passou a
observar a saleta onde se encontrava, tudo ali era de muito bom gosto e
caro também. Ela impressionou-se com a aparente facilidade do 'chefe'
daquilo tudo de fazer dinheiro. Sim, por que a boate "Dirty's" estava na
ativa a menos de 2 anos e já era uma das mais luxuosas e requisitadas
pela alta sociedade de L.A.
- Bom dia meninas - Um homem baixo, loiro e de olhos muito verdes
saiu da sala do chefe - Sou Paul, uma espécie de faz tudo aqui na
Dirty's. O chefe começará a atendê-las agora. Jenny você já pode entrar -
Seven suspirou pesadamente , achou que seria primeira a ser atendida,
queria mesmo ir embora dali, não gostava de estar em seu ambiente de
trabalho a luz do dia, ela achava que de alguma forma isso eclipsava a
Serena.
Esperou impacientemente por 1 hora, até que as meninas já tivessem sido atendidas e então Paul chamou-a para entrar.
A sala do chefe era mesmo uma das mais belas que ela já havia
frequentado, desde a mesa com tampo de vidro e pés cromados, até as
modernas obras de artes penduradas nas paredes brancas. Ela não o viu de
imediato.
- Ele está no banheiro, pode sentar-se - Paul informou e saiu deixando-a só.
- Bom dia - A voz que soou pela sala não era como ela imaginava que
seria, Seven pensou que o chefe era mais um brutamontes, com uma voz
grossa, daquelas bem típicas para homens que se alto denominam
machos-alfa, mas ele não. A voz suave e melodiosa, o corpo esguio
coberto por um terno terno, uma camisa vermelha por baixo, com os botões
quase todos abertos, um fedora preto e por baixo do mesmo uma bandana.
Seven engoliu em seco.
- Bom dia - Levantou-se e algo que não costumava lhe acontecer,
aconteceu pela primeira vez, ela sentiu-se intimidade por uma presença
masculina, estava quase tímida diante do olhar devorador que ele lhe
dedicava - Me chamo Serena.
- Prazer Serena, sou Michael.
Capítulo 2
- Todos me chamam...
- De Seven - Completou ele - Eu sei .
Ahh ele sabia muito bem.
Seven observou um tanto hipnotizada ele cruzar a sala e parar na frente de um mini-bar que havia ali.
- Bebe algo Seven?
- Não, obrigado - Ele enchera seu copo de uísque até a metade,
colocara 2 cubos de gelo e tomou a dose em um único gole. Seven observou
cada movimento milimetricamente, como em uma câmera lenta, ela viu seu
dedo longos agarrarem o copo com delicadeza, depois a borda do copo
encostando nos lábios que pareciam absurdamente macios e por último o
líquido descer por sua garganta, a qual ela desejou beijar.
- Sente-se - Ele voltou a falar enquanto caminhava. Sentou-se no sofá
de couro negro e mostrou a poltrona a frente para que ela fizesse o
mesmo - Trabalhava na "Strip", não é mesmo Seven?
- Sim.
- Soube que a nossa concorrente está falindo - Fogou o nó da gravata
azul-marinho, enquanto inclinava-se para aproximar-se de Seven.
- Depois que a Dirty's entrou de vez no pário desbancou a "Strip" -
Disse recostando-se o máximo que pôde a cadeira, Michael estava muito
próximo e isso a incomodava de alguma forma.
- Eu soube... Uma pena - Sorriu erguendo minimamente o canto dos lábios - Para eles. Quantos anos tem Seven?
- Pensei que soubesse.
- Eu sei, mas quero que me diga.
- 28 - Franziu o cenho.
- Soube que é especializada em pollydance, dança do ventre e dança
cigana, é isso mesmo? - Ela assentiu - Quero que use-as nos shows. Você
deve saber que os frequentadores daqui são de alto calão, então sem
dúvida exigimos de todas as garotas uma ótima aparência, um sorriso
satisfeito nos lábios e muita disciplina.
- Eu sei.
- Ótimo - Sorriu - Pode ficar de pé por favor?
Seven assentiu , logo prostrando-se de pé. Ela sabia bem o que viria a
seguir, não era ingênua, estava bastante acostumada a lidar com isso,
só que por algum motivo ela dessa vez sentia-se intimidada.
- Tire a roupa - A voz dele ribombou dentro do ser dela, mandando um
pequeno choque por todo seu corpo, uma sensação maravilhosamente
gostosa, sensação essa que se concentrou entre suas pernas ... Ele era
tão excitante.
Com os dedos trêmulos ela passou a desabotoar a fina camisa de seda, a
qual logo foi arremessada ao chão, local que segundos depois sua saia
também estava.
Ela observou-o sentando despojadamente no sofá negro, que contrastava
com sua pele muito alva, o sorriso lascivo nos lábios dele. Talvez para
algumas mulheres ele a estivesse tratando como um objeto, mas Seven
estava acostumada com esse meio, sabia bem que era desse jeito que as
garotas eram tratadas, e já fazia tantos anos que estava nisso que nem
mesmo se importava mais.
Ele fez um gesto giratório com o indicador, dando a entender que ele
queria que ela desse uma voltinha, Seven assim o fez. Mas alguns minutos
de silêncio e troca de olhares intensos até que Michael volta a falar.
- Aprovadíssima, pode se vestir - Seven apanhou as roupas mais que depressa e segundos depois estava vestida novamente.
- Começo hoje a noite?
Capítulo 3
Não trocaram mais palavras importantes depois dessa frase de Michael. Apenas um "Espero você as 7 horas" e um "As 7 estarei aqui" ... e então ela deixou a boate e voltou para sua casa, mas algo de diferente veio implantado em Seven, um desejo crescente... Ela não via a hora de poder estar a sós com Michael e ver do que aquele homem extremamente sedutor era capaz.
Depois de um longo banho decidiu vestir algo simples, uma bela lingerie, maquiagem, um perfume de ótima qualidade e um salto para arrematar seu look.
Fez o caminho casa-Boate o mais depressa que pôde e assim que estacionou em frente a espalhafatosa fachada da Dirty's sentiu seus pelos se eriçarem.
Passou pelo salão tentando ignorar os assobios dos homens trajados de ternos caros que estavam ali. Prestou menos atenção ainda nas bonitas garotas vestidas em mínimas peças de roupas que transitavam pelo salão e quase teve vontade de tapar os ouvidos quando a música estridente adentrou-lhe os ouvidos.
- O chefe já está lhe esperando - Um dos homens mau encarados, que agora ela tinha certeza que eram seguranças, avisou-a.
- Obrigado - Ela caminhou diretamente para a sala de Michael, parou a frente da porta e antes de bater lufou ar para seus pulmões, algo lhe dizia que lhe faltaria fôlego essa noite.
- Entre - Ouviu-o dizer e ela prontamente o obedeceu.
- Com licença - Hesitou. Ele girou na cadeira marrom e observou com um sorriso malicioso desenhado nos lábios.
- Tem toda - Ela encarou-o nos olhos e viu as órbitas negras dele brilharem. Michael levantou-se e seguiu até ela, parou a centímetros de Seven, nada disse, rodeou-a analisando-a de cima a baixo, perto o suficiente para fazer seu quadril roçar nas nádegas dela, ali ele parou - Vejo que se produziu - Sussurrou contra a pele do pescoço dela - Está linda, mas prefiro você nua - Bastaram essas palavras para ela sentir sua intimidade se contrair.
As mãos dele foram parar nos braços de Seven, ele os ergueu, e num instante após ela estava sem seu vestido, o sutiã também foi tirado em seguida. Ela sentiu as mãos frias dele formarem uma 'concha' em volta de seus seios e segurando-a trouxe seu corpo para colar ao dele.
- Gostosa - Sussurrou no ouvido dela, mordiscando e chupando o lóbulo de sua orelha em seguida.
Seven sentiu suas pernas fraquejarem. Então ele afastou-se, e assim que ele o fez Seven virou-se para vê-lo. Antes de sentar-se despreocupadamente no sofá , Michael livrou-se da camisa vermelha e abriu o botão da calça - Dance pra mim - Ele apontou o controle para um iphone , que estava encaixado no meio de duas caixinha de som branca e uma música envolvente começou a tocar.
Seven estava paralisada, aturdida e extremamente excitada. Não quis pensar muito no que estava acontecendo, então passou a fazer o que ele tinha acabado de lhe mandar. Mexeu os quadris de forma sensual, como estava acostumada a fazer, deu as costas a ele e começou a rebolar os quadris de forma lenta. Puxou o elástico de sua calcinha e piscou para ele.
- Tire - Ordenou e ela o fez de bom grado. Concentrou-se mas alguns minutos na dança, até que a mesma sessou, então ela virou-se para ele e ao fazê-lo quase cai para trás. Michael havia tirado a calça e agora movimentava a mão direita pelo seu membro. Encarou-a da forma mais obscena possível e chamou-a com o indicador. Quando Seven aproximou-se ele segurou a cintura dela, depositou um beijo em sua barriga e desceu até sua virilha, onde mordiscou.
- Ohh - Ela gemeu em alto e bom som.
- Eu ia adorar sugá-la com toda a vontade que estou sentindo agora, mas infelizmente tenho que sair daqui a pouco, então prometo que farei isso em breve - Dizendo isso ele puxou-a para seu colo, os sexos de ambos roçaram numa fricção deliciosa. Michael tomou os lábios dela com sede, sugou-os e mordiscou-os até que ela os sentisse doloridos. Impulsionou o quadril algumas vezes forçando seu sexo contra o dela, mas sem penetrá-la , enquanto seu lábios sugavam avidamente os seios de Seven.
- Por favor - Ela implorou sentindo sua intimidade pulsar a ponto de ficar dolorida.
- Seu pedido é uma ordem - Disse ofegante. Ergueu-a e encaixou-a 'nele', sentindo ela apertasse em volta de seu membro rijo logo no primeiro contato.
O aperto em torno da cintura dela ficou ainda mais forte, para Seven estava dolorido, mas ela não conseguia pensar em nada naquele instante, não com ele movendo-se freneticamente dentro dela, sussurrando palavras obscenas em seu ouvido, sugando seus seios e lábios quando lhe convinha. De fato naquele instante poderiam lhe arrancar o braço que ela ainda assim não sentiria, estava embriagada no prazer que estava sentindo, concentrada demais apenas no barulho que o quadril dele fazia quando impactava com o dela, nos gemidos que aumentavam gradualmente e na cara extremamente sexy que ele fazia naquele momento.
- Ohh Michael - Gemeu pela enésima vez só aquela noite, sentindo sua intimidade quase esmagando-o dentro de si e os espasmos do orgasmo tomando conta de seu corpo, e foi quando ela ainda experimentava das maravilhas do orgasmo que senti-o derramar-se dentro dela.
Foram alguns minutos silenciosos, até que ele tirou-a de seu colo e a fez sentar ao seu lado no sofá.
- Tenho mesmo que sair Seven - Disse já levantando-se e vestindo-se.
- Ohh claro - Ela entendeu perfeitamente a "dica" e se vestiu o mais depressa que conseguiu, o que não foi tão rápido assim, pois sua pernas ainda estavam trêmulas para manter-se de pé. Quando estava devidamente vestida rumou para a porta, pronta para sair sem olhá-lo... e era o que ela queria, mas...
- Seven - Chamou e ela virou-se para olhá-lo - Começa amanhã, chegue as 5. Pode ir - Ela assentiu e saiu batendo a porta.
(...)
- E aí como foi ? - Paul perguntou sentando-se a frente dele.
- Uma transa como outra qualquer Paul - Disse sério.
- Desculpe amigo , mas pela sua cara não é isso que tá parecendo.
- Não viaja Paul.
- Michael você tem certeza que quer continuar com isso? E se der errado? E se você se apaixonar por ela?
- Eu - Apontou para si - Me apaixonar por aquela vadia?
- Tudo pode acontecer, é uma possibilidade - Deu de ombros.
- Não para mim. E agora que comecei , vou até o fim, farei todos pagarem, inclusive ela.
Capítulo 4
Naquela noite Seven não conseguiu sequer fechar os olhos pra iniciar seu sono. Todas as vezes que tentava fazer isso a imagem de Michael lhe vinha a cabeça, o jeito sedutor, a autoridade na voz suave, os beijos ....
- Droga ! - Grunhiu batendo no travesseiro, decidiu parar de brigar com as cobertas, levantou-se e foi assistir TV.
Seven não sabe ao certo que horas conseguiu finalmente dormir, acordou quando o sol já estava alto lá fora. Apanhou o celular para olhar a hora e viu que já era quase 3 da tarde, levantou-se mais que depressa, precisava tomar um banho e se arrumar para ir á boate.
1:30 depois ela estava adentrando a Dirty's.
- Olá , você deve ser a Seven - Ela tirou os óculos escuros e encarou a bonita baixinha a sua frente.
- Eu mesma - Disse séria - Você quem é?
- Sou Jenny, o chefe mandou que eu lhe instruísse em algumas coisas - Disse sorridente.
- Prazer Jenny - Seven também sorriu, era a primeira garota ali que havia sido simpática com ela.
- Vamos ? - Ela assentiu e seguiu Jenny.
Ela mostrou a Seven toda a parte de baixo da boate, o vasto e requintado salão com algumas mesas e um palco razoávelmente grande, a "sala de biombos" , que se resumia a um espaço com 3 cabines negras , dentro de cada cabine havia um pequenino palco de pollydance e apenas uma cadeira vermelha. Na parte de cima da boate estavam a sala privê , que era a mais luxuosa que Seven já havia visto em uma boate. Jenny dissera a ela que ali apenas os mais ricos de L.A adentravam . E os quartos comuns , 10 ao todo, todos simples porém de bom gosto.
- Tudo aqui é muito bonito - Comentou enquanto voltavam para o salão principal.
- É sim - Afirmou - Soube que você é especializada em 3 tipos de dança, é isso?
- Sim - Ambas pararam na frente de uma porta nos fundos do salão.
- Vou deixá-la com Cecy, é nossa coreografa e ajudante do chefe - Fez uma careta - Não ligue, ela é um ser humano intragável.
- Ok - Riu.
- Até mais tarde.
- Até - Seven bateu na porta e ouvi um "entre" e assim ela o fez.
A mulher loira do outro lado da mesa olhou de cima a baixo com desdém.
- Deve ser a Seven?
- Sim .
- Creio que alguém já lhe mostrou a boate e Mike já me disse que já tinha lhe dado algumas coordenadas, como chegou hoje e não está habituada com a rotina daqui, não subirá ao palco. Comece servindo as mesas, conforme for seu desempenho a deixo entrar para o time de dançarinas.
- Mas sou especializada em danças, em todas as boates que trabalhei minha principal função era dançar.
- Aqui não é todas as boates querida. Na Dirty's se começa de baixo. Não tente causar problemas, vá vestir seu uniforme e mostre serviço .
Seven saiu da sala bufando de raiva. Ahhh mais ela iria falar com Michael, não ia ficar servindo mesa sendo que poderia estar dançando.
Bateu na porta da sala dele e seu coração acelerou-se ainda mais quando ouvi-o mandar que ela entrasse.
- Com licença .
- Seja breve Seven, estou ocupado - Respondeu-lhe friamente.
- Desculpe - Suspirou - É que acabo de vir da sala de Cecy...
- Não quero saber - Interrompeu-a - Não me meto nesse tipo de problema, só me envolvo com a parte financeira da boate. Era só isso? - Ela assentiu incapaz de falar algo - Saia então - Seven deu meia volta e saiu batendo a porta ruidosamente.
Sentiu vontade de chorar, de mandar ele e aquela vaca loira se foderem, de sair correndo dali e não voltar mais .... Ahh mais ela era tinhosa, ia mostrar a eles que não passaria nem uma noite servindo mesas, ia dar um jeito de ser da elite daquelas garotas em um único dia.
Vestiu o traje mínimo que era seu uniforme: Uma saia balonê que não passava de um palmo de comprimento, um sutiã azul-marinho, uma gravatinha branca e salto altíssimos pretos. Pegou a bandeja , depositou os copos na mesma e preparou-se para transitar pelo lugar.
Assim que saiu da cozinha e adentrou o salão o cheiro de cigarro invadiu suas narinas, a música alta e envolvente incomodou seus tímpanos e os assobios a irritaram.
- Psiuu - Ela ia ignorar o chamado, pois achava que era um dos bêbados que estavam ali, mas era Jenny. Então ela se aproximou - Que faz aqui servindo? Não deveria estar dançando?
- Era o que eu deveria estar fazendo , mas a tal de Cecy me colocou para servir mesa e quando fui falar com o querido chefinho sobre isso , ele me enxotou da sala dele - Disse bufando de ódio.
- Nossa ! - Arregalou os olhos - Sei como te ajudar. Está vendo aquele homem parado perto do balcão - Apontou para um senhor de aproximadamente 50 anos, alto, magro e de aparência conservada.
- Sim, o que tem ele?
- Investe - Sorriu - Ele é um dos clientes mais assíduos daqui, se conseguir levá-lo para um dos quartos te colocam em um pedestal .
- Obrigado Jenny - Sorrindo sensualmente ela seguiu até o homem.
(...)
- Adorei conhecê-la Seven - Phil , o homem de qual Jenny falara, despediu-se dela com um beijo no dorso da mão.
- Espero que volte - Sorriu.
- Voltarei com certeza - Ela sorriu em resposta e o homem partiu.
Exatos 5 minutos depois Michael chamou-a em sua sala. Ao adentrar o local ela viu que Cecy também estava ali.
- Você sobe para a área vip amanhã - Michael disse.
- Fez um bom trabalho com Phil, ele é difícil de agradar - Cecy elogiou.
- Era apenas isso ? - Arqueou a sobrancelha , ambos, Michael e Cecy assentiram - Com licença - Ela deu as costas e saiu da sala com um sorriso vitorioso nos lábios.
Capítulo 5
1 mês havia se passado desde que Seven começara a trabalhar na Dirty's. Bom, ela não poderia dizer que estava muito bem ali, a não ser pelo fato de que em 1 mês ela já fizera mais sucesso do que algumas garotas que estavam ali a quase 1 ano. Porém as demais garotas não gostavam dela, Cecy fazia de tudo para menosprezá-la, Michael a ignorava e destratava sempre que podia, a única que era sua amiga ali era Jenny.
- Preparada para arrasar hoje? - Jenny perguntou sentando ao lado dela na poltrona vermelha do seu camarim.
Sim, agora Seven tinha camarim e frequentava apenas a ala Vip.
- Não muito, mas é meu trabalho, não costumo decepcionar.
- Se eu te disser que eu sei o motivo da sua tristeza - Disse sapeca.
- Duvido - Deu de ombros.
- É o Michael não é? - Seven largou o batom na bancada e virou-se para olhar Jenny - Eu vejo como olha pra ele.
- Não fale bobagem Jenny, já imaginou se a Cecy escuta - Ralhou.
- Desculpa, não tá mais aqui quem falou.
- Pode me deixar sozinha um pouco, preciso acabar de me arrumar - Jenny assentiu e saiu do camarim de Seven.
Assim que estava sozinha outra vez ela suspirou pesadamente e se jogou no sofá, estava com a cabeça a mil, e ouvir em alto e bem som que o motivo de sua aparente desanimação era Michael, não a ajudou. Claro que ela não admitiria, mas ela sabia bem que essa era a verdade. Não podia negar a si mesma que sentia seu coração acelerar a respiração ficar suspensa cada vez que via ele, e nem mensurar o tamanho da raiva que ela sentia ao ver outras meninas ou até mesmo Cecy trancar-se com ele no escritório. Além de tudo isso tinha também o fato dela não entender o por que de Michael tratá-la tão friamente, se ele fora receptivo no começo... ahhh e ela não esquecia daquela recepção jamais.
Decidiu deixar os pensamentos de lado e terminar de se arrumar, e foi o que fez. Assim que estava devidamente arrumada e pronta para subir para a ala Vip, ele adentrou seu camarim. De inicio nenhum dos dois falou nada, apenas se olharam por segundos , que para Seven pareceram horas.
- Algum problema Michael? - Ela conseguiu pronunciar.
- Não irá para a sala Vip hoje - Seven sorriu, claro que assim que Michael acabou de formatar a frase o cérebro dela formulou a imagem dele a convidando para a sua sala mais uma vez - O deputado Lins está aí - O sorriso dela se desfez.
- Ahhh sim.
- É um cliente importante, então...
- Eu já sei - Foi quase um grito - Se era só isso pode me deixar por favor?
- Depois disso estará dispensada - Ela assentiu.
Michael estranhou muitíssimo a reação dela , mas não disse nada, apenas deu as costas e saiu do camarim.
(...)
Já era quase 1 da manhã quando ela havia voltado para a boate, apenas para pegar sua bolsa, as chaves do carro e ir embora para casa.
- Hey , onde pensa que vai? - Cecy chamou-a antes dela atravessar o salão.
- Embora , por que?
- Por que tenho cliente para você - Cecy segurou no braço do homem bêbado. O mesmo estava todo sujo de vômito, mal se aguentava em pé. Ela teve certeza pelas roupas e o cheiro de bebida barata de que ele não tinha dinheiro pra pagar alguma garota da ala Vip, aquilo só podia ser tramoia de Cecy.
- Você só pode estar de brincadeira - Riu sem vontade alguma.
- Claro que não. Você é uma puta, é paga pra transar com qualquer um, você não escolhe, ele tem dinheiro, você sobe com ele - Seven aproximou-se dela sentindo seu sangue ferver nas veias.
- Sou tão puta quanto você, então se quer a satisfação do cliente dê você a ele - Deu meia volta e sem olhar pra trás subiu as escadas , adentrou a sala de Michael feito um furacão.
- Mas o que é isso ? - Disse assustado. Paul que estava na sala com ele arregalou os olhos.
- Diga a nojenta da sua empregadinha que se ela não parar de tentar me humilhar a todo custo, vou quebrar a cara dela - Gritou.
- Fale baixo - Gritou de volta. Ele levantou-se da cadeira onde estava e se aproximou dela - O que houve?
- Ela provavelmente pagou um cara qualquer, o fez beber feito um gambá e agora está lá embaixo querendo que eu transe com ele.
- É o seu trabalho - Disse frio. O coração dela doeu.
- Você não está mandando ...
- Você vai descer e fazer o que a Cecy está mandando - Ele segurou-a pelo braço - Ou é isso ou pode dar adeus ao seu emprego.
- Pois foda-se você, a Cecy e esse emprego - Ela se desvencilhou dele e saiu da sala.
Michael ficou atônito.
- Você ... viu isso Paul?
- Perdeu Michael - Piscou pra ele - Não soube jogar com a gata.
- Eu não perco Paul, nunca - Ele virou-se, pegou a chaves do carro na mesa e saiu atrás de Seven.
Capítulo 6
Assim que ela adentrou seu apartamento correu para o banheiro, precisava de um banho, precisava relaxar e esquecer a acidez na voz de Michael enquanto a mandava descer e simplesmente obedecer as ordens de Cecy.
Ela livrou-se da roupa e entrou em baixo do chuveiro, a água caindo sobre seu corpo a relaxou, mas não a fez ela esquecer , como ela esperava que acontecesse. Enrolou-se no roupão e caiu sobre a cama, porém 5 segundos depois alguém tocou sua campanhia insistentemente.
Ela desceu as escadas quase correndo, sem entender quem droga estava apertando sua campanhia freneticamente. Abriu a porta e seu sangue gelou assim que ela o fez.
- Michael?
- Por que demorou para abrir ? - Ele estava bravo, bem bravo.
- Estava no ban.. Peraí , o que você quer aqui? Não sou mais sua funcionária - Ela cruzou os braços.
- Eu vim ... - Suspirou - Posso entrar?
Ela não respondeu, apenas afastou-se para que ele entrasse.
- Pode me dizer agora o por que da visita se foi você mesmo que me enxotou da boate?
- Eu não te enxotei, te dei uma ordem, você que saiu de lá como uma louca.
- Uma ordem? Você me fez escolher, eu escolhi não trabalhar mais pra você, então saia do meu apartamento agora - Exigiu.
- Não vim aqui pra brigar - Ele franziu o cenho, parecia que era doloroso pra ele falar docemente com ela - Vim te pedir desculpa.
Seven chocou-se ao ponto de murmurar um "ohh". Porém ela não ia baixar a guarda, ela não era assim.
- Saia, agora - Apontou a porta aberta para ele.
- Mas eu estou ...
- Agora - Falou 3 oitavas mais alto.
Ele não disse mais nada, apenas a encarou de uma forma totalmente lasciva e lançou-lhe um sorriso lascivo, quase malévolo. Ela estremeceu tanto pelo olhar quanto pelo sorriso.
Michael deu-lhe as costas e caminhou para a saída, ela estava quase arrependida de tê-lo mandado ir embora quando ele fez algo que ela não esperava. Ao invés de sair porta afora, ele trancou a mesma e virou-se outra vez para encará-la.
- Michael - Foi a única palavra que ela conseguiu formular enquanto o observava caminhar até ela, lentamente, feito um felino pronto para atacar sua presa. Quando estava perto o suficiente ela recuou alguns passos - O ... o que pretende fazer? - Era um pergunta quase retórica , por que ela sabia bem o que ele iria fazer.
- Eu tentei ser bonzinho, você não quis - Ele deu de ombros e enquanto ela se perdia em mais um de seus sorrisos lascivos Michael segurou-a pelos ombros e empurrou-a de encontro ao vidro da janela.
Suas costas doeram pelo impacto, mas de fato ela não se importou. Estavam com os corpos grudados agora, o hálito quente dele batia em seu rosto e enviava-lhe fagulhas de desejo por todo o corpo. Michael levou a mão direita até a parte de trás da nuca dela e ali prendeu um montante de seus cabelos em suas mãos, de forma que se ela tentasse mexer a cabeça repuxaria seu couro cabeludo. Agora que ela estava ali presa, totalmente a mercê dele, quase implorando por um beijo, Michael não fez questão de ter presa alguma, observou o rosto dela por segundos, os belíssimos olhos verdes, o nariz delicado e os lábios inchados, que agora estavam entreabertos, numa súplica silenciosa por um beijo. Ele roçou seus lábios nos dela e foi quase automático o fato dela se inclinar para aprofundar a carícia, porém ele puxou-lhe os cabelos para lembra-la que ele só a deixaria se mover quando bem lhe conviesse. Michael aprisionou o lábio inferior dela entre seus dentes, numa pressão quase dolorida e deixou que a carne macia escorregasse entre eles, logo depois molhou os lábios dela com a ponta de sua língua e só então invadiu o interior molhado de sua boca, ela gemeu no exato momento em que ele reenvidicou os lábios dela. As línguas roçavam-se em uma sincronia perfeita, ela moveu os braços para enlaçar o pescoço dele, porém mais uma fez ele puxou-lhe os cabelos para lembrar-lhe. Sem parar de beijá-la ele levou a mão livre até o nó do roupão dela e o desfez, rapidamente a livrou do mesmo, e como ela havia acabado de sair do banho Seven não estava com nada por baixo. Michael apalpou os seios dela com precisão, beliscando os bicos intumescidos deles. Ela quase desfaleceu. Separou as pernas dela com a sua perna direita e roçou sua coxa na intimidade de Seven. Estava quente e muito úmida e ele imaginou o quão deleitante seria a sensação de estar dentro dela mais uma vez. Seven moveu os quadris enlouquecida, ávida para que seu clitóris tocasse com mais precisão a coxa dele, para quem sabe assim, atenuar a dor pulsante que ela estava sentindo ali. No mesmo instante ele desgrudou os lábios da boca dela e passou a sugar e mordiscar o pescoço , logo depois os seios. Ela quase murmurou um agradecimento quando ele soltou os cabelos dela e usou essa mão para acariciar um de seus seios , enquanto sugava o outro.
Seven então teve liberdade para tocá-lo, começou a ajudá-lo a livrar-se da camisa, desabotoando tão depressa, que fez dois botões voarem longe. Tocou a pele quente do seu peitoral branquinho, deslizando suas unhas pela barriga dele. O membro de Michael pulsou em suas calças. Ele desceu com seus beijos até a barriga dela, torturou-a alguns instantes ali e agora lá estava ele ajoelhado na frente dela, colocando a perna dela sobre seu ombro e aproximando-se cada vez mais da intimidade de Seven.
Ela revirou os olhos quando ele tocou sutilmente o monte de vênus, roçou o nariz ali de forma suavemente agoniante.
- Ohhh Michael - Gemeu. Ele olhou para cima, analisando e gostando do efeito que estava causando nela. Separou os grandes lábios da moça, para assim ter acesso mais livre ao clitóris dela. Primeiro passeou a língua ali de forma suave, apenas provocando-a, para logo depois , apenas com a pota da língua, dar leves "tapinhas" em seu clitóris. Ela agarrou-lhes os cabelos, completamente insana. Com a língua mais firme ele passou a circular o clitóris dela, movendo a carne inchada e pulsante de um lado para o outro, enquanto dois de seus dedos saiam e entravam nela com facilidade. Então Michael percebeu pela tremulação nas pernas dela, pelo aumentos dos gemidos e pela forma que sua vagina apertava os dedos dele, que ela estava muito próxima ao orgasmo, acelerou os movimentos, tanto dos dedos , quanto da língua e Seven desmanchou-se em um orgasmo que a fez gritar de prazer. Ele viu que ela não se seguraria de pé muito tempo, então logo ergueu-se para segurá-la.
Esperou pacientemente, apenas observando-a, enquanto ela recuperava-se e achou-a excepcionalmente bonita assim um pouco corada. Quando ela pareceu mais estabilizada ele arrastou-a até uma poltrona vermelha que adornava a sala, mas ao invés dele fazê-la sentar, Seven o fez sentar. Ajoelhou-se entre as pernas dele, mas antes livrou-o da calça e da boxer. Compartilharam um beijo luxurioso, selvagem , então ela desceu os lábios pelo pescoço dele, deleitando-se alguns tempo com a pele branca e suculenta daquele lugar, desceu por sua barriga, espalhou alguns beijos em sua coxa para só então direcionar-se ao membro dele, primeiro beijou e sugou os testículos , sua mãos segurou o membro rijo, que pulsou em resposta, e logo ela pos-se a movimentar as mãos, masturbando-o lentamente, observando o quão gostoso ele parecia assim de cenho franzido, de lábios entre abertos, gemendo... Se ela se concentra-se mais teria um orgasmo apenas com aquela cena. No momento ela tinha algo a mais a fazer, voltou sua atenção para o membro dele e antes de levá-lo a boca soprou contra a glande molhada, os pelos das coxas dele se arrepiaram e ele murmurou um palavrão.
- Quer que eu o ponha na boca? - Perguntou com um evidente sorriso lascivo para ele.
- Ohh sim , muito - O som das palavras dele saiu mais como um gemido.
Seven obedeceu-o. Primeiro passeou a língua por toda a base de seu membro, sentindo as veias bombearem sangue ainda mais freneticamente, parou em sua glande onde deu uma leve sugada , enquanto sua mãos voltava a movimentar-se pela base. Ela deliciou-se com o gosto da lubrificação agridoce dele, sugando-o com maestria, não apenas a glande, mas todo o membro , até ele atingir sua garganta. Ela não parou os movimentos rápidos, foi continua e precisa. Michael estava cada vez mais perto do orgasmo, fascinado pela forma dela o satisfazer. Ele fez questão de parar os movimentos dela antes que ele atingisse o ápice.
- Eu ia gozar na sua boca - Explicou-se enquanto a puxava para seu colo.
- Eu queria isso - Arfou ao sentir o membro dele a invadindo. Ele não respondeu, fincou as mãos na cintura dela e a incitou a movimentar-se. Ambos moviam-se freneticamente, o suor brilhava em seus corpos, os gemidos era a única coisa ouvida ali, além do barulhos que seus corpo faziam ao impactar um contra o outro. Ela apertou-se envolta dele mais uma vez e ele reivindicou seu lábios em um beijo sôfrego. Ela estava gozando, ofegava em sua boca. E ele engoliu tudo o que vinha de Seven: seu prazer, seus suspiros, o intenso cheiro de desejo no ar. E não foi preciso mais que isso para que ele também gozasse gemendo o nome dela.
Seven ainda estava tremendo quando ele pegou-a nos braços e carregou-a escada acima, como viu apenas uma porta , deduziu que ali era seu quarto. Abriu a porta, ainda com ela no colo, e logo depois deitou-a sobre a cama, deitou-se e puxou-a para aconchegar-se em seu peito. Sem ter forças para pronunciar uma palavra que fosse , ela fechou os olhos e deixou-se cair no sono, ele ainda demorou um pouco, mas depois conseguiu dormir.
Capítulo 7
Quando Seven abriu os olhos, ainda um pouco atordoada, o viu deitado ao seu lado na cama. Suspirou diante da visão das costas largas e nuas dele, o cabelo em desalinho cobrindo seu rosto, e foi inevitável que um sorriso não se escancarasse em seu rosto.
Ela tocou os cachos desgrenhados de seus cabelos para tirá-los de rosto bonito dele, Michael mexeu e acordou-se.
- Bom dia - Sorriu sentando-se na cama.
- Bom... bom dia - Ela disse hesitante. Ainda não estava acostumada com esse lado dele, Michael nunca havia a tratado assim antes.
- Começamos errado não é? - Perguntou de forma doce - Sei que no começo a destratei, mas peço que entenda que é meu jeito de impor respeito dentro da Dirty's, quero muito que me desculpe, por tudo - Ela encarou-o e assentiu - Vai mesmo esquecer tudo, vamos começar do zero?
- Vamos - Suspirou.
- Então, sou Michael Jackson , seu mais novo patrão e admirador.
- Admirador? - Perguntou de sobrancelha arqueada.
- Admirador, totalmente encantado por você - Ele segurou a mão dela entre as suas e um arrepiou perpassou o corpo de Seven.
- Por que mudou assim de repente? - Levantou-se da cama - Até ontem estava me tratando feito um lixo.
Michael engoliu seu orgulho, respirou fundo e levantou-se. Não disse nada enquanto se vestia, Seven também não falou nada, apanhou o roupão e vestiu-o, desceu para a cozinha antes mesmo dele estar pronto.
Não ia pensar nele, não ia sentir-se triste, não ia se encantar pelo que ele havia lhe dito.
Pegou dois ovos na geladeira, manteiga, pão e geléia. Colocou a água e o café na cafeteira...
- Fazendo nosso café? - Ele perguntou parado logo atrás dela.
A xícara que ela segurava caiu no chão e espatifou-se.
- Droga! - Balbuciou irritada enquanto se abaixava pra recolher os cacos, porém a ponta de um deles perfurou sua pele e um filete de sangue saiu de seu dedo - Aiii .
- Machucou-se? - Michael se aproximou e segurou a mão dela, analisando escrutinadamente o dedo levemente machucado de Seven.
- Não foi nada demais - Ela tentou puxar a mão , porém ele segurou com mais força e levou o dedo dela a boca sugando-o com vontade. Seven observou a cena totalmente hipnotizada, e quando a língua dele roçou de forma insinuativa no dedo dela, foi impossível conter o gemido
- Acho que está melhor - Olhou-a furtivamente.
- Michael acho melhor ir embora e...
- Eu não vou - Disse convicto - Tudo que eu lhe disse naquele quarto foi sério, por que é tão difícil acreditar em mim Seven?
- Por que até ontem você nem notava minha presença, me repelia - Disse-lhe empurrando-o. Ele segurou-a pelos braços e encostou-a contra o balcão da cozinha.
- Vou te provar que falo a verdade - Michael impôs o peso do seu corpo sobre o dela, prendendo-a contra o balcão e beijou-a, da mesma forma intensa e avassaladora como ele fizera ontem a noite. Quando desgrudou dos lábios dela, ambos estavam ofegantes, se encarando - Por favor acredite em mim - Pediu.
- Não está fazendo tudo isso apenas por que precisa de mim na Dirty's? - Ele soltou-a e virou-se de costas.
- Porra Seven, como é teimosa, já disse que vim atrás de você por que a admiro - Virou-se para olhá-la - Quero que volte para a Dirty's sim, mas não quero que faça mais programa, apenas dance - O queixo dela caiu.
Então ele não queria mais ela fazendo programa? Ele tinha ido ali realmente por que admirava ela? E ela estava mesmo cogitando fazer algo que nunca fez para homem algum, que era deixar seu trabalho para fazer o que ele quisesse?
- Isto é sério? - Ele sorriu e aproximou-se dela, segurou-lhe sua cintura carinhosamente e afagou seu rosto.
- Claro que é querida - Sorriu - A quero apenas para mim. Aceita voltar para Dirty's apenas como dançarina?
- Aceito - Ela sorriu. Fechou os olhos quando Michael aproximou os lábios dos dela para compartilharem mais um beijo.
Seven sequer conseguia acreditar naquilo. Será que ela finalmente tinha achado o homem qual havia procurado toda a vida?
(...)
- Nossa Michael achei que não voltaria - Paul perguntou assim que Michael cruzou as portas do seu escritório na noite de sexta.
- Estava trabalhando em uma boa causa - Michael piscou. Sentou-se em sua cadeira com um sorriso malévolo nos lábios.
- Pelo jeito conseguiu o que queria não é?
- É, segui seu conselho. Apesar de ser uma vadia de quinta a Seven faz o tipo romântica. É por aí que tenho de atacar.
- E depois?
- Depois vou fazer com ela o mesmo que ela fez com meu irmão - Os olho de Michael brilharam de ira.
- Ainda acho que você se dará mal.
- Engana-se Paul , em dois meses terei Seven em minhas mãos.
Capítulo 8
- Psiu - Ela reconheceu aquele chamado característico dele e virou-se - Espero você lá embaixo - Seven sorriu e assentiu, assim Michael saiu do camarim.
- Mas olha só, que pombinhos - Jenny comentou sorrindo - Formam um lindo casal sabia?
- Aiii estou tão feliz Jenny. O Michael é um homem incrível, tão romântico, atencioso, protetor e....
- Bom de cama, tenho certeza - Seven riu.
- Com certeza.
- Nem preciso perguntar se está mesmo feliz não é? Dá pra ver pelo seu sorriso.
- Estou radiante... e pode até parecer cedo, mas a verdade é que estou apaixonada por ele.
- É de se entender amiga, se o homem é toda essa perfeição que você pinta tem mesmo de estar apaixonada - Jenny ajeitou o top e preparou-se para deixar o camarim de Seven - O melhor disso é ver a cara de bunda da Cecy quando ela vê vocês juntos - Jenny gargalhou - Apresse-se, seu garanhão a espera. Tchau amiga.
-Tchau Jenny - Seven acenou para a amiga e logo voltou a estar só no camarim. Acabou de remover a maquiagem e desceu para encontrá-lo no estacionamento.
Enquanto seus pés moviam-se em passos lentos até o local ela pôs-se a pensar em como tudo tinha mudado durante esse mês. A forma como Michael a tratava, levando-a para jantares, parques, praças. Sempre com um truque encantador e sedutor. Ou como eles dois tinham sintonia na cama, era impossível transar com ele sem ter no mínimo 3 orgasmos... Ohh sim, ela estava apaixonada, perdidamente apaixonada, mas a confortava o fato dele também parecer apaixonado... Um homem não agiria daquele jeito se não estivesse.
Será?
As vezes ela tinha suas dúvidas... Michael não se abria para ela, não falava do passado e podia jurar que por vezes, mesmo que muito brevemente, ela via os olhos dele brilhando de raiva quando a mirava. Achou-se paranoica por pensar assim.
Todos seus pensamentos se dissiparam quando ela observou a figura parada na frente do seu Aston Martin DBS. Aquele carro era mesmo sua cara; bonito, perigoso e poderoso.
- Onde vamos? - Seven perguntou ao se aproximar, Michael não respondeu-a, agarrou a cintura dela e jogou-a de encontro ao carro, cobrindo os lábios dela com os seus em seguida - Hum ... apresadinho - Disse ofegante assim que ele soltou-a.
- A culpa é sua - Rebateu divertido. Levando ambas as mãos as nádegas dela, ele as apertou - Quem mandou ficar esfregando esse traseiro perfeito naquele ferro? Pensa que não vi seus olhares furtivos pra mim?
- Meu trabalho baby - Sorriu maliciosa.
- Sei... - Ele voltou a beijá-la até faltar-lhes o ar.
- Michael aqui está ótimo... - Ela ofegou quando ele esfregou a ereção em sua barriga - Mas alguém pode nos ver - Ele parou o que fazia e ajeitou-se.
- Já disse que a culpa é sua - Ela balançou a cabeça negativamente. E enquanto ainda ria dele acomodou-se no carro.
O silêncio prevaleceu durante alguns minutos, mas a tensão sexual estava no ar... Seven delirou quando Michael despropossitalmente roçou os dedos na coxa dela. Observou o perfil delicado e marcante dele, o cabelo curto e sedoso , o pescoço branco e de veias pulsantes, os dedos longos que agarravam com firmeza o volante - Ela precisou levar a mão para o meio das pernas para tentar suprimir a dor aguda da pulsação de seu clitóris... Teve um ideia, uma coisa que sempre teve vontade de fazer, com ele.
Passou a mão sobre a camisa entreaberta dele, sentindo como a pele ainda estava quente. Roçou as unhas na coxa de Michael e quando parou sua mão sobre a pélvis dele, sentiu seu membro se retorcer.
- O que está fazendo? - Ele perguntou sem desviar os olhos da estrada.
- Algo que vai adorar - Ela sorriu lascivamente.
- Ohhh - Ele gemeu quando ela enfiou a mão em sua calça.
- Mantenha os olhos na estrada, não nos mate - Dizendo isso inclinou-se no banco ficando a centímetros do membro dele.
Seven baixou o zíper e empurrando a boxer para baixo liberou a ereção pulsante dele. Fechou a mão ao redor e pressionou seus dedos começando a movimentá-los da base até a glande, muito lentamente. Enquanto sua mão continuava a masturbá-lo seus lábios pousaram na glande, onde ela sugou com gosto. Ele instintivamente arqueou os quadris para entrar mais na boca dela.
- Shhhrrr - Michael puxou o ar entre o dentes - Continue - Incentivou, direcionando uma das mãos até os cabelos dela, segurou-os com força.
E claro que ela continuou, trabalhou incansavelmente. Sugando-o com força, lambendo-o lentamente, vendo-o crescer em sua boca, sentindo as veias pulsarem cada vez mais forte... um anuncio do orgasmo que estava por vim. Porém ela foi obrigada a parar quando ele puxou seus cabelos e trouxe-a para um beijo sedento. Ela estava tão entretida que nem tinha notado que ele havia parado o carro.
Foram segundos até que ela estivesse em seu colo, devorando a boca dele e esfregando seu sexo no dele.
- Vamos para casa, lá terminamos isso...
- De jeito nenhum - Ela interrompeu-o - Eu quero aqui, agora - O grunhido que saiu dos lábios dele foi tão sexy que sua pele arrepiou-se.
O lugar era apertado e desconfortável, mas ela não aguentaria esperar até que chegassem em qualquer lugar que fosse.
Seven levantou a saia e ergueu-se para que ele afastasse sua calcinha para o lado, feito isso ela não esperou um segundo sequer para encaixar-se nele, ambos gemeram alto.
- Vai me enlouquecer desse jeito - Ele rosnou atacando o pescoço dela.
- Essa é a intenção - Ela rebateu começando a mover-se, subindo e descendo com facilidade pelo membro , cada vez mais duro dele. Ele voltou a agarrar os cabelos dela, os lábios alternando entre o pescoço, colo e seios. Seven não parou de movimentar-se um segundo sequer, apoiou uma das mãos na janela ao seu lado, deixando ali a marca da mesma. Seu sexo contraiu apertando o dele e os espasmos tomaram seu corpo fazendo-a convulsionar. Michael segurou firme sua cintura impedindo-a de se movimentar, e erguendo os quadris penetrou-a mais três vezes , também entregando-se a um maravilhoso orgasmo.
Depois de toda aquela loucura no carro Michael desistiu do planos de levá-la para jantar. Voltaram para casa, Seven preparou uma massa e depois de jantarem e assistirem um filme dormiram abraçadinhos.
Capítulo 9
Michael estava sentado na sua confortável cadeira marrom, a sua frente Paul e Cecy passavam-lhe o faturamento do mês...
- E as outras 3 boates que foram abertas em Mahattan, Las Vegas e Boston?
- Os lucros lá também estão ótimos, mas claro que o maior lucro é o da Boate de Las Vegas - Paul respondeu em seu tom casual.
- Fique de olhos nos gerentes das boates Paul, se 1 centavo do meu dinheiro for desviado cabeças irão rolar - Paul assentiu. Adorava Michael, tinha-o como um irmão, mas sabia que se tratando de dinheiro ele não poupava ninguém - Tudo certos com as meninas Cecy?
- Tudo ótimo aqui e em todas as demais boates.
- Você também fique de olho nas demais coordenadoras.
- Pode deixar patrãzinho - Ela sorriu lascivamente e sugestivamente ajeitou o decote da blusa.
- Pode sair agora - Ela assentiu e deixou a sala totalmente frustrada.
- Não está mais com a Cecy ? - Paul perguntou realmente curioso.
- Eu nunca "Estive" com a Cecy, transava com ela casualmente, era apenas isso.
- E por que não está transando mais?
- Falta de tempo, o pouco que me sobra eu gasto com a Seven.
- Humm agora é Seven? Antes era vadia de quinta - Arqueou a sobrancelha.
- Não seja idiota Paul - Revirou os olhos - Vamos falar de coisa mais interessante - Ele inclinou-se sobre a mesa - E aí algum progresso na compra da Strip?
- Nosso negócio está caminhando á passos rápidos amigão. Logo a boate concorrente será sua.
- E eles nem sequer desconfiam - Michael sorriu - Vou deixá-los na miséria Paul, eles vão pagar pelo que fizeram a Brian.
- Tenho certeza que você os fará pagar, só acho que deveria averiguar melhor a participação de Seven nisso tudo... algo me diz que ela não tem muito a ver com isso.
- Ahh não? - Michael levantou-se exasperado, sempre ficava assim quando lembrava de seu irmão - Ele saiu de casa feliz, dizendo que se encontraria com ela - Um nó formou-se em sua garganta. Michael calou-se, caminhou até o bar que havia ali e se serviu de uma dose de uísque, a bebida ajudou a desfazer o nó em sua garganta.
- Michael... - Paul tentou retomar o assunto.
- Foi uma emboscada Paul, tenho certeza que foi - Colocou o copo sobre a mesa - Preciso ir agora, fique de olho em tudo por aqui, a casa está lotada.
- Pode deixar irmão, se cuide - Michael assentiu e deixou a sala.
Olhou o belo rolex de ouro que adornava seu braço - "01:00 da madrugada". A essa altura as apresentações de Seven já teriam terminado, tudo que ele queria era enfiá-la no carro e chegarem o mais depressa em seu apartamento e depois de um banho dormir aconchegado naquela cama quentinha ... naquele corpo quentinho... Ele moveu a cabeça em negativa para dissipar os pensamentos.
- Hey me solte - Ele escutou o som abafado de vozes que vinham do camarim de Seven e praticamente correu até lá - Me largue idiota - A voz de Seven saiu em um murmúrio agoniado enquanto ela tentava se desvencilhar do homem.
Michael não pensou duas vezes, partiu para cima dele e com apenas um soco derrubou-o no chão.
Ele estava com uma raiva animalesca, sentia vontade de matar aquele homem, apenas por que ele estava tocando Seven daquele jeito. Ele não estava entendendo toda aquela ira. Tentou atribuir aquilo ao fato de achar que mulher nenhuma merece ser obrigada a transar.
- Você está bem? - Ele agarrou-a contra seu peito ofegante, alisou seus cabelos.
- Si--- sim - Ela respondeu trêmula. Mas todo aquele tremor não era por que a pouco tinha um idiota tentando transar com ela sem seu consentimento, Seven já havia passado por aquilo tantas vezes que de fato nem a assustava tanto assim, afinal ela vivia essa vida a mais de 10 anos. Todo aquele tremor havia sido causado no exato momento em que Michael entrou naquele camarim e defendeu-a tão arduamente, preocupou-se com ela de uma maneira quase paternal... Ela sentiu vontade de chorar, jamais havia sido protegida assim, por ninguém.
Os seguranças entraram ali e arrastaram o homem.
- O que fazemos com ele Sr. Jackson.
- Deem uma boa surra nesse idiota e o larguem em um lugar qualquer, gravem a cara desse infeliz, por que se eu voltar a vê-lo aqui despeço todos vocês.
- Sim senhor - O segurança afastou-se deixando ali os demais que haviam visto um terço da cena; Cecy, Jenny e Paul.
- E vocês, saiam - Todos obedeceram o comando dele e deixaram o lugar. Ele voltou-se para Seven - Está mesmo bem? Você está tremendo - Ele esfregou a palma das mãos nos braços dela.
- Estou bem, só me leve pra casa - Ele envolveu sua cintura possessivamente e guiou-a para o carro.
Assim que chegaram ao apartamento dela Michael preparou um chá para ela e colocou-a no banho. Seven estava tão atordoada com o tratamento dele que nem sequer conseguia falar. Certo que ela estava acostumada com o jeito carinhoso e atencioso dele, mas dessa vez havia algo a mais brilhando naqueles olhos negros.
Depois do banho e do chá , ele colocou-a na cama e aconchegou-se nela e totalmente relaxada, porém confusa, ela derivou em seu sono.
Capítulo 10
- Hey dorminhoca, acorde - Beijou as têmporas dela - Vai passar o sábado aí?
- Ainda deve ser cedo Michael - Ela resmungou puxando os lençóis até cobrir a cabeça.
- São exatamente 09 horas e 51 minutos e se não levantar-se agora vamos perder o passeio - Ela rapidamente descobriu-se e sentou-se.
- Que passeio?
- Surpresa - Disse em um mistério divertido - Agora apresse-se - Ela levantou da cama animada, o sono foi pro espaço com a promessa de surpresa que ele lhe lançara.
Tomou seu banho o mais rápido que pode, maquiou-se rapidamente e penteou os cabelos em um rabo-de-cavalo. Ele entrou no quarto segurando uma caneca de café fumegante.
- Que bom que foi rápido - Michael aproximou-se e parando atrás dela abraçou-a e beijou os ombros desnudos - Vista algo leve.
- Que tipo de leveza Sr. Jackson?
- Acabe o que estava fazendo e tome o café para despertar de vez, vou escolher uma roupa pra você - Ele soltou-a e caminhou até o closet.
- Meu Deus, além de ter um homem perfeitamente lindo, carinhoso, atencioso, protetor, romântico, ele ainda entende de moda? É o paraíso - Michael gargalhou com o comentário dela e ela pegou-se sorrindo também, era raro ele rir assim tão abertamente. Seven ficou satisfeita por tê-lo feito sorrir.
- Gostou mesmo da minha escolha? - Perguntou ainda rindo.
- Tá brincando, você poderia ser consultor de moda - Ela sorriu para ele enquanto vestia a roupa.
- Exagerada! - Estreitou os olhos.
- Lindo! - Ele encurtou o espaço entre eles e segurou-a pela cintura colando os corpos e beijando-a em seguida.
- Humm beijo com gostinho de 'expresso com leite', muito bom pra despertar.
- Por isso está assim animadinho? - Roçou os quadris na pélvis dele.
- Hummm - Gemeu - Pare de me tentar , espero você lá em baixo - Tocou levemente os lábios dela e a soltou.
(...)
Foram algumas horas de viagem até estarem em frente a uma praia totalmente paradisíaca; A areia branquinha, a água azul quebrando em ondas, o som apenas de pássaros nativos dali, tudo isso deixou Seven em uma mistura de paz e amor, que quase a fizeram chorar.
- Isso é lindo - Comentou boquiaberta, enquanto agarrava a mão de Michael e seguia com ele rumo as areias da praia.
- Não tão linda quanto você - Ela tirou o rosto da bela paisagem a sua frente e mirou-o bem nos olhos.
- Eu amo você Michael - As palavras simplesmente saíram de sua boca, assim como se fossem incapazes de permanecer dentro dela 1 minuto a mais que fosse. Ele pareceu em choque com tais palavras, largou a mão dela e deu um passo para trás - O que foi? Não gostou ? Olha não preci...
- Não , não - Apressou-se em dizer - Só fiquei surpreso.
Ela via a confusão e a surpresa nos olhos dele e quis dissipar aquilo no mesmo instante.
- Quero fazer amor com você - Sussurrou contra os lábios dele - Aqui, agora - Ele gemeu e tomou os lábios de Seven em um beijo sôfrego.
Os corpos tombaram no chão fofo de areia, ele posicionou-se entre as pernas dela, parou por instante para observar o contorno feminino e delicado daquele rosto tão belo, os olhos verdes, a boca rosada e carnuda , a pele levemente morena, o cabelo castanho que se espalhava pela areia.
- Você é perfeita - Ele não queria de fato dizer aquilo, mas não conseguia proferir outras palavras e agora, mesmo sem querer, lhe veio Brian na mente e ele entendeu por que o irmão se apaixonou por aquela mulher.
- Me ame Michael , me ame - Ele gemeu tamanho o desejo que sentiu ao ouvir o tom de entrega na voz dela. Era arriscado acreditar naquele "eu te amo", mas dane-se , ele não ia pensar, não agora.
Michael a fez se sentar e livrou-a do vestido, logo em seguida também despiu-se e arrancou a calcinha dela, em um único puxão, ela gritou pelo susto daquele ato brusco.
- Não foi à toa que escolhi uma lingerie tão fina - Ela riu.
- Seu grande safado.
Os lábios de Michael cobriram um dos seios dela, enquanto a mão acariciava o outro. Ele os sugava, mordia os mamilos túrgido, girava os polegares ali... era uma tortura deliciosa, ainda mais somada com o sexo dele que roçava em sua barriga, mostrando o quão excitado ele estava.
- Ohh Mike, não espere mais, por favor - Pediu.
Ela estava em um ponto de excitação quase dolorido, fazia quase 1 semana que eles não transavam, por conta de seu período menstrual, e ela estava louca para tê-lo dentro dela.
- Apressada - Ele inclinou-se e mordeu o lóbulo da orelha dela. O ato reverberou em seu ser e fez seu clitóris pulsar ainda mais forte - Também amo estar dentro de você, me enterrar no meio das suas pernas e ser acolhido por sua vagina, e quando ela se aperta enquanto você goza, é o céu - Ele sussurrava ofegante no ouvido dela, provocando-a. Seven arqueou as costas e sentiu os músculos se contraírem. Ela gozaria se ele continuasse falando daquele jeito no ouvido dela.
- Por favor - Choramingou.
Ele voltou a cobrir seus lábios com o dele no exato momento que penetrou-a, lenta e ritmadamente. Seven viu pontinhos brilhantes quando apertou os olhos com força. Michael voltou a sugar-lhe os seios, gemendo contra eles, quando enterrava-se mais fundo dentro dela.
Seven sentiu o orgasmos construindo-se em seu corpo, a temperatura aumentando junto com os gemidos, o sangue pulsando em seus ouvidos, o coração acelerado, os quadris remexendo-se freneticamente, as paredes de seus sexo apertando o membro cada vez mais teso e pulsante dele, tornando a penetração ainda mais gostosa.
- Ohhh Michael - Ela gritou enfiando as unhas nas costas largas dele enquanto se desfazia em lentas e mornas ondas de orgasmo. Nesse exato momento ele intensificou os movimentos e levou o polegar até o clítoris dela e estimulou-o rapidamente e ela desvaneceu em mais um orgasmo, e de novo, e de novo - Eu não aguento mais - Gritou enlouquecida, contorcendo-se embaixo dele. Era gostoso demais, a ponto de ser doloroso.
Ele enterrou o rosto no pescoço dela e gemeu alto quando gozou.
Ambos estavam ofegantes e trêmulos, Seven não conseguia nem se mexer direito, o corpo ainda estava hipersensível. Ficaram em silêncio até voltarem ao 'normal'.
- Vamos mergulhar pra tirar a areia do corpo e depois comer algo, você só tomou café Serena - Ele disse levantando e estendendo a mão para ela.
O baque que o coração de Seven deu ao ouvi-lo chamando-a daquele jeito deixou-a sem ar.
- Está bem querida? Está pálida.
- Você me chamou de...
- Serena - Completou - Gosta?
- Eu amo - Sorriu.
- Então venha logo Serena, minha Serena.
- Sua - Ela jogou-se nos braços dele e caminharam entre risos e brincadeiras até a praia.
Aquele dia sem dúvida fora perfeito. Depois do banho de mar voltaram para a praia e Michael foi até o carro buscar uma sexta de comida que estava escondida no porta-malas. Comeram absorvendo a beleza do lugar, depois fizeram amor mais uma vez e só então, quando o sol já havia caído e estrelas iluminavam o céu, foi que voltaram para casa. Michael proibiu-a de ir trabalhar naquele dia e ao sair disse que voltaria o mais depressa que pudesse.
Quando ele cruzou a porta e deixou ali seu cheiro Seven desabou sobre o sofá e fechando os olhos lembrou-se de tudo que havia acontecido a horas atrás na praia. Bom , ele não havia dito que a amava, mas não precisava, ela sentia o amor dele. Foi com esse pensamento que ela dormiu.
Capítulo 11
Michael estava relaxado, sentado na sua cadeira marrom, uma taça de vinho sobre a mesa e seus olhos estavam vidrados no computador enquanto ele analizava uma planilha de contas. Estava ansioso para que Paul voltasse com o resultado do negócio. Menos de 5 minutos depois Paul adentrou a sala, mas sorridente que de costume.
- Pela sua cara devo concluir que tudo deu certo?
- Completamente e absolutamente certo. A Strip é sua - Michael bateu com o punho fechado sobre a mesa, ergue-se de sua cadeira e contornou a mesa para abraçar Paul.
- Valeu irmão - Um sorriso de satisfação estampava seu rosto.
- Você merece tudo de bom, e eles merecem pagar pelo que fizeram ao Brian.
- E eles vão - Seu olhar voltou a ser de ira - A Strip foi só o começo. Primeiro vou deixá-los na sarjeta, depois os faço falar tudo e darei fim a cada um daqueles dois desgraçados.
- E o que vai fazer com o prédio aí em frente?
- Quero que queimem com tudo que estiver dentro, derrubem as paredes, quando restar apenas pó recolham tudo e só depois disso construiremos a primeira academia "Jackon Fitness".
- Academia é? - Paul ergue a sobrancelha - Achei que gostasse de trabalhar nesse ramo mais erótico - Michael riu.
- E quem disse que academia não é um lugar erótico? Experimente ficar meia hora olhando pras gostosas com a bunda empinadinha fazendo execício - Foi a vez de Paul rir.
- Você é terrível - Balançou a cabeça em negativa - E a Seven?
- Foi bom tocar no assunto, há algo que quero que faça em relação a ela.
- E o que é?
- Você vai dar um jeito de comprar aquele apartamento onde ela mora. Descobri que ela financiou-o e que não pagou nem um terço ainda. Dê um jeito de comprá-lo e colocá-lo em meu nome , e quero isso pra ontem.
- Comprar o Apê de Seven? Por que? - Franziu o cenho.
- Talvez seja bom ela ficar vulnerável e ir morar comigo. Primeiro tiro o teto dela, depois o emprego e por último... deixo o coração dela em pedaços - Disse sem muita convicção.
- Não parece mais tão convicto nisso... Cuidado irmão.
- Eu vou fazê-lo Paul, mesmo que eu me ferre junto , eu vou fazer isso.
Alguém bateu a porta.
- Entre - Disse - Algum problema Cecy?
- Tem um problema sim.
- Entre então e sente-se. Paul vá resolver aquele probleminha sim? - Paul assentiu e saiu da sala. Cecy fechou a porta atrás de si, mas permaneceu de pé - Qual o problema?
- Eu que pergunto, qual o problema?
- Não estou te entendendo.
- Por que não transamos mais? Por que sequer olha pra mim com desejo? - Gritou.
- Fale baixo - Bufou irritado - Estou sem tempo.
- Mentira, você está apaixonado por aquela mulher. Baba por ela, abana o rabinho feito um cachorrinho toda vez que a vê.
- O que disse? - Ele desacreditava na petulância dela.
- Isso mesmo que ouviu - Aproximou-se dele.
- Está louca, eu ... eu não estou apaixonado.
- Prove-me então. Transe comigo agora - Ela desafiou-o e obteve como responta um beijo selvagem e sedento.
Ele beijava-a com violência enquanto levantava a saia dela e puxava sua calcinha pernas abaixo. Agarrou-a pelo braço e depois que sentou-se no sofá que havia ali puxou-a para ajoelhar-se em sua frente. Cecy o fez de bom grado e sem precisar que ele mandasse , ela começou a chupá-lo incansavelmente, sentindo-o cada vez mais ereto.
- Vamos acabar com isso - Disse segurando os cabelos dela e fazendo-a olhá-lo. Entregou a ela o pacote de camisinha e depois que ela colocou-a nele puxou-a para seu colo, enterrando-se nela em uma única estocada. Enquanto Cecy cavalgava em cima dele, soltando gritinhos quase insuportáveis aos ouvidos de Michael, ele puxou o decote da blusa dela evidenciando um dos seios, que ele passou a sugar. Enquanto ela se apertava em torno dele e gemia alto, ele também chegou ao clímax.
Ambos estavam de olhos fechados, ofegantes. Michael tirou-a de cima dele e livrou-se da camisinha em um lixeiro que havia ali. Estavam de costas para a porta, alheios a pessoa que estava parada bem na entrada da sala e que tinha presenciado boa parte da cena. Só quando os soluços de Seven saíram de sua garganta, quando ela foi incapaz de continuar os prendendo, foi que Michael e Cecy viraram-se para vê-la.
Ele arregalou os olhos em choque, observando o semblante pálido, quase esverdeado de Seven, ela estava com o estômago revirado, precisava sair dali e vomitar. Não disse absolutamente nada, obrigou suas pernas a ficarem firmes e saiu correndo.
- Seven, espere - Ele gritou ajeitando a roupa - Droga!
- Michael você vai atrás dela? - Cecy perguntou antes dele cruzar a porta.
- Vá a merda Cecy - Ele saiu correndo atrás de Seven.
Nem ele próprio entendia o por que do desespero de vê-la tão abalada, se o intuito dele era feri-la, aquela fora uma ótima forma, mas Michael não se sentia satisfeito como pensou que se sentiria. Pelo contrário.
Capítulo 12
Seven estava ciente de que Michael viria atrás dela, então correu o mais depressa que pôde. Seu apê não ficava longe da boate, por isso em menos de 5 minutos ela já estava dentro de casa. Trancou a porta atrás de si e empurrou uma estante e um dos sofás até a frente da mesma. Agora seria impossível de Michael entrar ali. Depois de se certificar que ele não abriria a porta por nada ela correu para o banheiro e fez o que teve vontade de fazer desde que presenciou toda a cena na sala de Michael, vomitou. Fez isso até seu estômago doer. Depois jogou-se embaixo do chuveiro ainda vestida e ali permaneceu chorando, por muito tempo, até sentir-se dormente e entorpecida. Desligou a ducha e livrou-se das roupas caindo na cama e deixando o sono tomá-la.
(...)
- Nossa cara você tá acabado - Paul comentou.
- Ela não dá notícias desde ontem Paul. Não sei o que ela fez, mas não consigo abrir a porta, ela não atende minhas ligações e não abriu sequer as janelas do apê, deixei dois seguranças vigiando e eles não viram nenhuma movimentação lá. Eu preciso entrar e saber se ela está bem - Suspirou.
- Deve ter sido difícil pra ela ver você atracado com Cecy. Cara, essa mulher é louca por você, se ela ficou assim só por causa de um flagrante, imagina só o estrago que vai fazer quando contar tudo a ela e a enxotar.
- Não quero pensar nisso agora - Deslisou as mãos nos cabelos - Pra ter uma vingança eu preciso que ela esteja viva.
- Senhor Jackson, mandou me chamar? - A voz de Jenny soou , vinda da entrada da sala.
- Sim Jenny, entre - Ela deu passos vacilantes até estar dentro da sala - Você falou com Serena nessas últimas 24 horas?
- Serena ? - Perguntou de cenho franzido.
- Seven - Disse impaciente.
- Ohh, não senhor, não nos falamos.
- Preciso que ligue para ela agora e certifique-se de que ela está bem.
- Mas o que aconteceu a ela?
- Sem perguntas Jenny, faça o que eu mandei - Falou 3 oitavas mais alto - E diga que vai visitá-la agora.
- Mas e se...
- Anda garota - Gritou.
Jenny sacou o celular e discou para Seven.
Seven ouviu seu celular tocar pela enésima vez nas últimas 24 horas, ignorou como fez todas as outras vezes. O fato era que não estava com forças nem para erguer o corpo e apanhar o aparelho na bolsa, que estava jogada na poltrona. Sentia-se tonta, febril e todo seu corpo doía, sem falar na vontade incontrolável de vomitar que ela sentia todas as vezes que lembrava-se da cena que presenciou.
Ela estava tão iludida com aquele homem, tão confiante em seu amor e dedicação, que havia se esquecido que era típico dele levar as funcionárias para transar na sua sala. Como ele pode fazer isso com ela? Depois de estarem praticamente morando juntos a 2 meses, depois de ter dito a ela tantas coisas bonitas, de terem se amado de uma forma única naquela praia? Ele era um canalha! Mas ela o amava, droga. Daria tudo pra que ele estivesse ali naquele momento para cuidar dela. Sentiu as lágrimas voltar a caírem, estava cansada de chorar, precisava sair daquela cama, tomar um banho e comer algo ou morreria ali. O celular voltou a tocar e ela decidiu levantar para ver quem era, viu o nome de "Jenny" piscando na tela, atendeu.
- Oi Jenny - Voltou a sentar na cama, incapaz de manter-se de pé .
- Pelo amor de Deus Seven, achei que tivesse morrido criatura.
- Eu... estou bem - A voz embargou.
- Claro que não está. Soube o que houve.
- Pode vir aqui para conversamos, daqui a meia hora. Agora preciso de um banho, alguma comido e um remédio.
- Você falou com ele?
- Não, mas vou falar. Pode deixar - Suspirou - Vai vir?
- Sim amiga.
- Até mais então.
Depois que desligou o celular Seven tomou um banho demorado, vestiu algo confortável e desceu para se alimentar. Seu estômago ainda não estava muito bom então ela comeu apenas um sanduíche e tomou seu remédio. A campaia soou e ela foi atender a porta. Olhou no 'olho mágico' para se certificar que era Jenny que estava ali e destrancou a porta, porém Michael entrou com tudo arrastando Jenny pelo braço.
- O que pensou que estava fazendo? Queria me enlouquecer era isso? - Perguntou bufando de raiva.
- Solte a Jenny e a deixe ir, ela não tem nada haver com isso - Seven respondeu séria, sem se abalar com a raiva na voz dele.
- Me desculpe amiga, ele me obri.. - Jenny tentou se explicar.
- Hey - Segurou as mãos dela - Tudo bem - Sorriu.
- Você vai ficar bem ... com ele.
- Eu me entendo, pode deixar - Elas se abraçaram - Vá tranquila.
- Qualquer coisa me ligue - Jenny disse antes de Seven fechar a porta.
Ela ignorou-o completamente, passou por ele rumo a cozinha, como se de fato ele nem estivesse ali. Michael a seguiu.
- Não vai dizer nada? - Perguntou mais calmo.
- Vá se foder - Disse ainda com o semblante implacável.
- O que ?
- Você pode ser um canalha , mas não é surdo - Irônica.
- Por que não me atendeu? Por que trancou a porta?
- Por que não tava afim de olhar pra sua cara deslavada - Seven pegou uma maçã na fruteira e passou por ele tranquilamente, voltando para a sala.
- Você está bem? - Perguntou realmente preocupado.
- Estaria melhor se você não estivesse aqui - Ela deu uma mordida na fruta enquanto procurava o controle da TV.
- Serena - Michael grunhiu possesso, ela fechou os olhos quando ouviu-o chamá-la assim - Estou falando direito com você, quero me explicar. Está brava comigo? - Ela nada respondeu - Me responde porra - Ela virou tranquilamente e mostrou o dedo do meio pra ele.
Michael arregalou os olhos e sua ira elevou-se ao máximo, caminhou até ela apressadamente e segurou-lhe os cabelos obrigando-a a ficar parada para então atacar os lábios dela em um beijo intenso.
Capítulo 13
Seven gemeu em desagrado e tentou empurrá-lo, sem sucesso. Cerrou os dentes para impedir que a língua dele tivesse passagem em sua boca e mordeu o lábio dele, sentindo o nítido gosto de sangue... Ele não parou, pelo contrário, encostou-a na mesinha do telefone e ainda sem desgrudar dos lábios dele, com a mão livre derrubou tudo que estava em cima e sentou-a ali. Forçou as pernas dela a se abrirem e ela o fez. Quando Seven sentiu a mão dele adentrar sua calça e calcinha, todas suas resistências se esvaíram. Ela pendeu a cabeça para trás e gemeu alto. Michael aproveitou a situação para devorar o pescoço dela com sugadas e mordidas, que com toda certeza deixariam ematomas bem visíveis, seus dedos eram incansáveis e ágeis acariciando em movimentos circulares o clitóris dela.
Seven agarrou os braços dele e suas pernas ficaram trêmulas... era o prenuncio do orgasmo. E tão logo ela sentiu seu baixo ventre se contrair e seu corpo desfragmentar-se em um orgasmo enlouquecedor.
Michael aproveitou o curto tempo em que ela estava recuperando o fôlego se baixou suas roupas de baixo, puxando as dela pernas abaixo logo em seguida e em uma única estocada enterrou-se inteiramente nela. Ela abriu-se ainda mais para acomodá-lo melhor entre suas pernas e segurou os ombros dele. Segurando a cintura de Seven, Michael deu início aos movimentos, em momento algum ele foi delicado. Enquanto a estocava de maneira frenética ele a mordia, chupava, apertava... marcando-a e mostrando-a quem era 'o dono da situação' ali.
Em meio aos gemidos cada vez mais altos, o suor dos corpos, e o ranger da mesinha, que fazia um som bastante estridente a cada estocada de Michael, ele sentiu-a se apertando em volta dele.
- Ohhh Mike - As unhas grandes e vermelhas cravaram na carne dos braços dele. Uma forma dela vingar-se; se vingar por não ter resistido, por ele ter insistido e por tê-la marcado também.
- Você me deixa louco - Disse pausadamente.
Quando ele tocou o clitóris hiper-sensível de Seven e movimentou-o algumas vezes ela chegou ao segundo orgasmo da noite, esse porém foi dez vezes mais intenso que o outro, deixando-a com uma sensação de formigamento, os dedos dos pés tão encolhidos que doeram suas juntas. Michael aumentou ainda mais o ritmo de suas estocadas, até também chegar ao seu clímax, trêmulo e ofegante.
Na sala só conseguia se ouvir as respirações de ambos. Michael saiu de dentro dela, ajeitou a calça e segurou-a no colo, sentou-se no sofá e a trouxe para seu colo. Seven escondeu o rosto no pescoço dele e assim que seu corpo esfriou e tudo mais voltou ao normal ela sentiu o peso que estava carregando em seu coração aumentar.
E não conseguiu conter as lágrimas quando lembrou-se do que vira na sala dele... irrompeu em um choro compulsivo. A princípio Michael ficou calado, deixando que ela extravasasse, ofertando a ela um carinho nas costas.
- Serena... eu ... eu não quero que fique assim - Suspirou para conter a própria emoção - Eu sei que errei, que fiz uma grande besteira, mas Cecy não significa nada pra mim, você significa.
- Por que Michael? Por que fez aquilo? Estávamos indo tão bem.
- Ela invadiu minha sala e jogou na minha cara que eu não a procurava mais, por que estava apaixonado por você... ela me desafiou e eu quis mostrar pra ela que não era bem assim. Foi só um coisa de ego masculino, no fundo foi pra diminuí-la, eu transei com ela, mas é com você que eu quero ficar - Michael soara sincero. Ele próprio se espantou com a sinceridade em sua voz.
- Então vai ser assim - Ela ergueu a cabeça para fitá-lo - Vai transar com todas que te desafiarem?
- Não - Ele segurou o rosto dela entre as mãos - Eu não vou fazer isso, prometo. Não quero perder você... por que ... por que eu te amo - Tanto Seven quanto Michael arregalaram os olhos em espanto.
Michael não entendia como aquelas palavras tinham saído de sua boca... Não, ele não amava ela e nunca amaria. Ela era uma vadia, que tinha ajudado na emboscada que levara seu irmão a morte. Disse a si mesmo que sua sede de vingança era tão forte que seu cérebro simplesmente projetou aquelas palavras e ele as disse para que Seven não se afastasse. Mas aquele não era seu sentimento, não mesmo. Ele ainda estava disposto a se vingar dela.
- Michael ... Isso é sério? - Ele balançou a cabeça afirmativamente, engolindo em seco diante da confusão em que se encontrava... Então ela sorriu e todos resquício de confusão esvaiu-se de sua mente e ele concentrou-se apenas no sorriso dela - Também amo você - Ela disse sorridente e ele encarou fixamente os lábios dela enquanto ela proferia tais palavras, não resistiu e beijou-a.
Passaram alguns minutos assim trocando beijos e carícias.
- Você está quente Serena - Ele colocou a mão sobre a testa dela - Parece febril. Esteve doente nessas 24 horas em que não nos vimos?
- Um pouco.
- Vamos, você precisa de cuidados ou ficará muito doente.
Ele carregou-a até o quarto, fez questão de banhá-la, vesti-la, colocá-la na cama e dar-lhe um remédio.
- Você não vem pra cama - Seven perguntou preguiçosa, em meio a penumbra do quarto, aninhada aos lençóis.
- Não agora meu bem. Durma, está precisando - Ela assentiu e virou-se para dormir. Michael sentou-se na poltrona em frente a cama e passou a velar o sono dela.
É , ele estava começando a achar que Paul tinha razão quando lhe dizia que ele poderia se dar mau nisso tudo.
Capítulo 14
Era domingo, tinha se passado quase 1 mês desde que a briga entre Michael e Seven tinha acontecido e desde então ela viu sua vida mudar completamente.
Primeiro, ela exigiu que ele mandasse Cecy para outra boate por que não a queria ali e ele prontamente a obedeceu, colocando como coordenadora dali Jenny. A amiga de Seven ficou muito grata pelo que ela tinha lhe feito.
Segundo, Michael a proibiu de por os pés na boate. Depois de mais uma cena em que um carinha tentou agarrar Seven enquanto ela dançava, Michael quebrou dois dentes do sujeito e proibiu Seven de ir até o lugar. Ela arrumou um emprego como recepcionista em um hotel simples, Michael foi completamente contra e disse a ela que ele poderia bancá-la, mas ela não quis, até por que precisava pagar as prestações para quitar seu apê.
Terceiro, Michael estava praticamento morando com ela, só ia até sua casa quando precisava buscar mudas de roupas. Sem falar que ele estava dez vezes mais carinhoso, atencioso, romântico e quente que antes. Seven notou que agora era diferente, ela sentia o amor dele. Não poderia de jeito nenhum se senti mais feliz, tudo que ela sonhou estava se concretizando, agora só faltava um filho. Ahh ela passava horas imaginando como Michael seria um ótimo pai... Quase sempre achava estar em um sonho, Michael era perfeito demais para ser real e isso a assustava as vezes.
(...)
- Isto está com um cheiro ótimo - Ele comentou pairando atrás de Seven e envolvendo sua cintura em um aperto firme, colou os corpos e deu um beijo na nuca dela. Seven sorriu abobalhada.
- Acho que está comestível - Fechou a panela e virou-se envolvendo o pescoço dele - Como foi no trabalho querido?
- Como sempre meu anjo - Michael depositou um beijo casto nos lábios dela e se afastou.
Seven rumou para a pia e pôs-se a lavar as louças sujas que ali estavam. Ele livrou-se do paletó, dos sapatos e meias e abriu a camisa branca de botões.
Estava traçando uma forma menos invasiva de abordar aquele tema com ela, não podia levantar suspeitas de forma alguma. Pigarreou e sentou-se em uma banqueta que havia ali perto da bancada de mármore.
- Serena?
- Sim querido - Ela respondeu sem se virar, concentrada em lavar sua louça.
- Você conhecia o Brian? - O copo que estava na mão de Seven caiu de encontro ao metal que revestia a pia, fazendo um barulho oco.
- O ... o ... o que? - Ela gaguejou miseravelmente antes de conseguir proferir tais palavras. Seu cérebro entrando em congestão...
Ele não pode descobrir, não pode.
- Brian Adamns, conheceu ele? - Michael perguntou desconfiado. Havia achado o nervosismo dela estranhíssimo.
- Por que está me perguntando isso Mike? - Ela estava nervosa e isso era explícito no tom de sua voz.
- Por que estávamos comentando hoje como mataram o ex dono da Dirty's de forma cruel... como foi mesmo? Ahh sim, queimaram ele vivo - Michael engoliu em seco para dissipar a agonia de falar tais palavras.
- Eu... eu não o conhecia bem, vi ele algumas vezes na Strip e só - Mentiu.
Michael cerrou os punhos tentando se acalmar, ele não poderia sair do controle de jeito nenhum. Mas a raiva estava borbulhando em suas veias, ele tinha tanta esperança que ela lhe contasse a verdade, e ele pudesse ver arrependimento nela, mas não, ela mentira para ele.
- Me disseram que ele te conhecia, muito bem por sinal.
- Não - Ela quase gritou - Eu não o conhecia - Suspirou para conter o choro - Pare de falar nesse assunto - Ela jogou os pratos na pia e tirou o avental - Vou no banheiro, olhe o molho que está no forno por favor - Passou por ele feito um furacão, sem a mínima coragem de olhá-lo nos olhos.
Ele levantou-se da cadeira e soltou o ar que estava preso em seus pulmões, uma lágrima desceu por seu rosto.
Ela tem culpa!
(...)
- Mal vejo a hora de chegarmos - Seven bateu palminhas, animadíssima com o passeio que Michael tinha proposto para ela naquela tarde de domingo.
- Acho que vai ser divertido - Comentou sorrindo, totalmente contagiado pelo clima de euforia de Seven.
- O que? Vai ser o máximo.
Em menos de 20 minutos Michael já tinha parado o carro no estacionamento do parque de diversões.
Desceram de mãos dadas e sorridentes, como um casal de namorados extremamente apaixonados. Aquilo era pateticamente romântico para Michael, mas de um jeito bom e para Seven era o paraíso.
- Onde vai primeiro meu anjo?
- Hum... ali - Ela apontou para a montanha russa que se destacava no parque.
- Muito radical - Ele riu com vontade quando ela lhe mostrou a língua.
- Você não vem?
- Ohh não, não gosto de brinquedos. Te espero aqui - Ela assentiu e antes de se afastar soprou-lhe um beijo.
Michael mudou de ideia com as tentativas de convencimento de Seven. Quando ela prometeu a ele que faria o que quisesse quando chegassem em casa, se ele a acompanhasse nos brinquedos, ele cedeu.
Passaram a tarde inteira alternando de um brinquedo a outro e Seven sorriu satisfeita quando o viu gargalhar feito um garoto quando eles desceram de um dos brinquedos que girava e ambos tontos tiveram que se recostar em uma parede próxima.
Namoraram enquanto a roda gigante dava voltas e ele segurou as coxas dela de uma forma bem persuasiva quando ela pulou de medo, quando estavam "no trem fantasma".
Ele comprou para ela um algodão-doce e enquanto ela se lambuzava puxou-a até uma barraca que havia ali, pediu três bolas ao senhor que estava dentro da barraca, lhe entregou alguns dólares, e apostou com ela que acertaria as três bolas para ganhar o urso mais bonito que estava ali. Bom, ele não ganhou a aposta, acertou só uma bola e o que conseguiu arrematar foi um sapinho de pelúcia pequeno.
- Não me conformo - Ele balançou a cabeça negativamente.
A noite já havia caído e estavam rumando de volta para o estacionamento. Abraçados e sorridentes.
- Eu não ligo amor. O sapinho é lindo, vou dormir abraçadinha com ele todas as noites.
- Claro que não, nada de dormir com essa coisa - Disse fingindo estar bravo. Ela riu com vontade.
- Espere aqui - Michael estranhou o pedido dela, mas ficou observando-a se afastar, só quando ela se inclinou em um canto do estacionamento foi que ele viu que havia uma criança encolhida ali.
Seus olhos marejaram enquanto ele observava Seven entregar a menininha seu casaco e dar a ela o sapinho que ela acabara de ganhar, ela também tirou alguns dólares da bolsa e entregou a menina junto com seu cartão. Antes de voltar ela depositou um beijo na testa da garotinha e só então veio em direção dele.
- Á conhece?
- Não - Suspirou tristemente - Eu perguntei se ela queria que eu a levasse a algum lugar, um orfanato... sei lá. Ela não quis - A voz de Seven embargou.
- Hey, você fez o que pôde, não é culpa sua - Ela assentiu.
- Entreguei a ela meu cartão, disse que podia me ligar de um telefone público, mas não queria deixá-la ali - Ela virou-se para olhar para a menina e seus olhos encheram-se de lágrimas.
- Não há nada mais que possa fazer querida - Michael a abraçou e beijou a testa dela - Vamos? - Sem muito ânimo Seven o seguiu e partiram para casa.
Enquanto ele a observava dormir no banco do carona, pôs-se a pensar em como uma mulher que era tão doce e foi tão sensitiva a pouco, tinha tido coragem de atrair seu irmão para a morte.
Capítulo 15
Michael
Observar o corpo belíssimo e inerte de Serena sobre nossa cama era uma das coisas mais angustiantes que eu venho fazendo nos últimos dias. Meus pensamentos divagam num turbilhão de emoções. Admiro a beleza esbelta de suas curvas, sua pele levemente bronzeada, as ondas bem definidas de seus cabelos caindo-lhe sobre o rosto e as costas... Ela era malditamente bonita e apaixonante e por mais que eu tentasse e procurasse dentro de mim as respostas, eu não encontrava o por que dela ter participado da morte de Brian.
Meu irmão era um cara extremamente de bem com a vida, Brian não tinha ambições nem maldades. Ele queria ganhar algum dinheiro com a Dirty's e depois vendê-la para viver bem em uma pequena cidade. Esse era o ideal de vida para Brian. Apaixonar-se, casar-se e se mudar para uma cidade pequena no interior... Era tudo que ele queria. Ele não demorou para encontrar a mulher de seus sonhos. E nunca vou me esquecer do quão entusiasmado ele me pareceu ao contar como ela era bela e apaixonante. Disse-me que ela trabalhava na boate concorrente, a Strip, e disse-me que estava disposto a livrar-se da Dity's e sumir com ela no mundo... Mas seu mundo ruiu tão depressa, não tardou para ele chegar em casa transtornado, dizendo que a moça não o queria, rejeitava-o por ele ser pobre e que ela mantinha um caso com o dono da Strip. Serena Points Levandys, ela acabou com a alegria do meu irmão. Ele ficou obcecado, passou a beber frequentemente e passava parte do seu dia enfiado na boate onde ela trabalhava para vê-la, rastejar e humilhar-se diante dela. A Dity's estava em uma estado de quase falência, mas Brian não se importava com mais nada... Até aquele dia. Naquele maldito dia eu o vi sorrir novamente. Brian se arrumou como a muito não fazia e antes de cruzar a porta me deu um forte abraço e disse que sua amada tinha lhe mandado uma mensagem de texto indicando um lugar para que eles se encontrassem... Ele não voltou. Acharam apenas alguns ossos do copo de Brian chamuscados pelo fogo que haviam ateado nele. A polícia não descobriu o autor do crime, mas eu já sabia. Havia sido Seven e o seu namorado, dono da Strip. Ela o atraiu para lá e ele matou meu irmão. E desde então uma força demolidora tomou conta de mim, eu consegui tornar a Dirty's a boate mais requisitada daqui, abri filiais, fali completamente a Strip... Eu consegui todo o dinheiro e poder para concluir minha vingança e agora falta muito pouco, eu só preciso de coragem e tirar de mim esse sentimento opressor de culpa.
Meus olhos se voltaram mais uma vez para a cama e contemplei o rosto feminino e lindo de Seven. Um sorriso ergueu-se em seus lábios, como se ela estivesse em um sonho bom.
Deus do céu, por que eu estava tão dependente desse sorriso? Desses olhos verdes? Desse jeito doce?
Onde estava minha raiva? Minha sede de vingança? Minha determinação em pisar nela como se pisa em um inseto?
Por que meu coração afundava no peito todas as vezes que a possibilidade de machucá-la me vinha a mente? Por que observá-la assim era tão calmante? E por que não consigo imaginar meu futuro sem esse corpo em meus braços?
Eram muitas perguntas, todas elas sem respostas.
Eu me levantei da cama e rumei para o closet. Eu precisava sair, espairecer. A presença dessa mulher era intoxicante, como um suave veneno que adentrava em minha corrente sanguínea e se espalhava em meu corpo. E precisava refrear essa necessidade dela. Precisava voltar a ser o Michael de antes. Eu tinha que vingar a morte de Brian e eu ia fazê-lo. De uma forma ou de outra eu ia dar um jeito de machucá-la.
Devidamente vestido em uma calça jeans, camiseta branca, uma jaqueta de couro marrom e um sapato qualquer, apanhei as chaves do carro e saí dali a todo vapor. Quando toquei a campanhia da casa de Paul, ele me encarou carrancudo.
- Michael? - Esfregou os olhos - Sabe que horas são? Cara, são 5 da manhã, eu acabei de chegar da boate e você me acorda?
- Preciso falar com você - Disse sério - Posso entrar?
- Entre - Ele concordou com um suspiro - Senta aí e desembucha - Sentei-me no sofá e Paul sentou-se na poltrona a minha frente.
- To fodido.
- Se trata da Seven não é? - Assenti - Eu sabia que esse dia ia chegar. Eu te avisei cara. O que aconteceu?
- É o que vem acontecendo... eu --- eu simplesmente não consigo mais ser eu mesmo.
- Você está apaixonado!
- Não - Me levantei exasperado - Claro que não, é só uma confusão de pensamentos.
- Ahh é? - Ele arqueou a sobrancelha - Está nítido na tua cara, aposto que já disse até 'eu te amo' pra ela - Arregalei os olhos.
- Como sabe?
- Por favor mano, eu não nasci ontem. Por que não tenta fazer o que te disse. Procure saber antes se ela tem mesmo a ver com a morte de Brian, se não, você pode viver em paz ao lado dela, se sim, você tá ferrado - Encolheu os ombros.
- Não. Eu tenho certeza que ela está envolvida com a morte de Brian, eu não vou desistir da vingança. Foda-se, ela vai pagar, de algum jeito , ela vai pagar. E se por um acaso ela não estiver envolvida com a morte dele, ela o rejeitou, por dinheiro, o que indica o quão vagabunda ela pode ser.
- Você só ouviu a versão de Brian dessa história, por que não tenta ouvir a versão dela.
- Só em tocar no nome dele ela entra em pânico - Ri sem vontade - Não há o que ser feito. Eu vou continuar com essa vingança... ela vai pagar, ela tem de pagar.
Permaneci conversando com Paul até por volta das 7 horas. Tomamos uma boas doses de uísque e no caminho de volta para casa meus pensamentos já estavam todos no lugar. Eu ia começar a atacar, em breve.
Joguei as chaves do carro no centro e antes que eu subisse para o quarto ouvi um barulho vindo da cozinha, me encaminhei até lá e avistei-a parada em frente ao balcão de mármore, envolta em apenas um robe de seda preto, os cabelos presos em um rabo-de-cavalo. Assim que notou minha presença ela largou a faca no balcão e correu até mim, me envolveu em uma abraço terno.
- Estava na boate? - Perguntou olhando-me
- Sim - Disse hipnotizado, encarando seus lábios. Droga, foram apenas algumas horas de afastamento e eu já estava louco para beijá-la.
- Estava fazendo omelete... - O resto da frase não foi proferida, pois puxei-a com urgência e beijei seus lábios da forma mais rude e selvagem que poderia... eu queria puni-la por estar entrando em meu coração, mas essa não era uma forma de punição muito eficiente... Isso ia ser cada vez mais difícil.
Capítulo 16
Seven foi empurrada até o balcão de mármore com força. Sentiu uma dor lânguida nas costas pelo ato brusco, mas sequer teve tempo para emitir um gemido que fosse de desagrado, pois Michael atacou-lhe os lábios com uma fome absurda. Esfregando sua língua na dela, mordendo seus lábios. Ela segurou nos ombros dele para se equilibrar enquanto Michael investia contra ela, esfregando seu membro em sua barriga, de uma forma tão contínua e forte, que o jeans que ele vestia estava começando a ferir-lhe a pele. Ele soltou-lhe os lábios por um segundo, apenas para inclinar a cabeça até o pescoço dela e chupá-la ali, como ele sempre gostava de fazer, marcando-a.
- Michael - Ela gemeu pendendo a cabeça para trás, incapaz de afastá-lo ou de perguntá-lo o por que de todo aquele desespero animalesco.
Impacientemente ele desfez o nó do robe e jogou-o em um canto qualquer do chão. Rápido demais para Seven sequer tomar consciência do que estava acontecendo, ele virou-a de costas para ele e a fez deitar parte do corpo contra o mármore frio da bancada. Seven protestou em uma mistura de tesão e desagrado pelo frio ter doído em seus mamilos hiper-sensíveis.
Ela ouviu o barulho do zíper dele sendo baixado e enquanto ele se inclinava para beijar as costas dela, sentiu-o quente e extremamente rijo, roçando em suas nádegas. Michael apoiou a mão de forma possessiva e imobilizante na nuca dela e sussurrou antes de afastar-se.
- Apoie as mãos na bancada e não as mova de forma alguma - Ela sentiu seu sexo se contrair e uma boa quantidade de sua lubrificação escorrer por sua coxa - Entendeu Seven?
Por um breve segundo ela sentiu-se atordoada por ele tê-la chamado pelo nome 'profissional', mas tão logo que esse pensamento lhe veio, ele foi embora.
- Sim - Disse apenas.
Um nanossegundo depois ele estava dentro dela. Só foi preciso uma única estocada para seu sexo acolhe-lo dentro de si, dilatando-se e adaptando-se de acordo com o tamanho dele. Michael não tirou a mão da nuca dela enquanto a estocava rígida e vigorosamente... Seven estava gritando, se contorcendo, louca para mexer-se ou pelo menos tocar em seu corpo, mas as duas vezes que tentou tirar as mãos do balcão ele deu-lhe um tapa nas nádegas, que ela teve certeza absoluta que ficaria bem marcada.
Ele grunhia atrás dele, entrando cada vez mais forte e fundo, como se fosse ainda muito pouco o quanto estavam unidos.
Naquele ritmo ela viu que as coisas não demorariam e achou certo, pois foi questão de minutos para ela se desfazer em um orgasmo completamente enlouquecedor. Ele não parou, continuou no mesmo ritmo, incansável, ofegante, suado... ela podia ouvir nitidamente o barulho que os corpos deles faziam quando impactavam... Ela podia sentir os espasmos do orgasmo centrado-se em seu sexo mais uma vez.
- Vai gozar outra vez Seven, comigo - Ele sussurrou paulatinamente, bem próximo a ela.
Seven arranhou o mármore branco com tal força, que sentiu as unhas deslocarem-se. Comprimiu os olhos e simplesmente gritou quando ele envolveu seu clitóris e beliscou-o com força... e ela gozou, sentindo seu sexo pulsar o apertando cada vez mais como se fosse engoli-lo. E enquanto os espasmos tomavam conta de si, ela esqueceu-se do mundo e até de quem ela era ou onde estava , só existia sensações. Sentiu o líquido dele misturando-se com o dela, ele estava chegando ao seu clímax também, gemendo o nome dela freneticamente.
Quando toda aquela loucura sessou, foi impossível para ambos permanecer de pé. Michael deitou-se no chão e trouxe-a para deitar em seu peito.
Foram minutos silenciosos os que se seguiram, estavam sem forças até para falar.
- O que deu em você hein? - Ela perguntou brincalhona - Como vou trabalhar agora se mal consigo ficar de pé?
- Não vá trabalhar - Ele respondeu sério - Sabe que não gosto que trabalhe.
- Você sabe que preciso trabalhar querido, não vamos estragar esse momento com uma briga boba - Ela sorriu - Vou tomar uma chuveirada rápida e volto pra acabar de preparar nosso café - Ele ia responder, mas a campaia tocou - Atende pra mim? - Ele assentiu - Mas acho melhor guardar isso dentro das calças ou quem estiver aí na porta vai se assustar.
Michael olhou para baixo e viu que ainda estava descomposto. Compartilhou com ela uma gostosa gargalhada enquanto ajeitava-se.
(...)
Era manhã do dia seguinte. Como era sábado Seven não fora trabalhar, estava largada no sofá. Michael estava na boate e provavelmente só voltaria na hora do almoço. A campaia tocou e ela levantou-se preguiçosamente para atender a porta.
O homem muito bem vestido do outro lado da porta não retribuiu seu sorriso.
- Bom dia, posso ajudá-lo senhor?
- Você é Serena Points Levandys?
- Sim, o que deseja?
- Sou oficial de justiça e vim lhe entregar a terceira ordem de despejo no nome de Vitoriano Winther.
- O que? - Perguntou incrédula.
- Senhora Levandys a quase 1 mês o senhor Winther pagou as demais parcelas dessa caa e adquiriu-a, resarsindo as pouquíssimas prestações que a senhora havia pago. A casa agora é dele, e ele deseja que se retire no prazo de dois dias.
- Deve haver algum engano... eu ... eu não recebi ordem de despejo nenhum e não faz sentido esse senhor ter comprado a minha casa e me resarsido , por que ele faria isso?
- De fato eu não sei, sou apenas um informante. Pode assinar aqui por favor - Seven pegou o papel e a caneta e assinou com as mãos trêmulas.
Quando fechou a porta escorregou até o chão e chorou. Deus, ela não tinha mesmo sorte, tiraram dela a única coisa que ela havia conseguido com muita luta e agora para onde ela iria?
(...)
- Vai ser feliz aqui meu amor, você vai ver - Michael disse-lhe sorridente enquanto atravessavam a sala da casa dele.
Haviam se passado os dois dias de prazo que o oficial de justiça lhe deu e ela foi obrigada a deixar sua casa.
Era uma casa lindíssima, digna de todo o dinheiro que ele tinha, mas Seven não se sentia "em casa" ali, algo dizia a ela que as palavras de Michael não se cumpririam. Morando com ele , ela ficaria vulnerável e suscetível, coisa que ela odiava ser. Só aceitou ir para lá, por que ele disse que ficaria muito chateado se ela arrumasse outro lugar para ir.
Ninguém imaginava o quando aquilo foi doloroso para ela. Talvez Michael soubesse o quão doloroso ia ser, por isso expulsou-a da sua própria casa.
Capítulo 17
1 Semana havia se passado desde que Seven havia se mudado para a casa de Michael. Tudo tinha voltado a sua normalidade. Ela tinha voltado a trabalhar, mesmo sobre os protestos de Michael, e de vez em quando dispensava a empregada dele só para ter o prazer de cozinhar para ele. Seven ainda estava abalada pela perda da casa, mas decidiu que não ia se lamentar, afinal ela estava com o homem que ela amava, na casa dele e sendo amada por ele. Não tinha o por que de lamentações.
(...)
Era por volta das 8 da noite quando Seven estava descendo no elevador do prédio. Dentro de seu vestido e meias pretos, muito bem maquiada... Ela decidiu que faria uma surpresa ao seu amado visitando-o na Dirtys. Bem, ela sabia que ele era suficientemente ciumento para não querê-la lá, mas ela iria assim mesmo. Estava com saudades, dele e de Jenny.
Assim que o táxi estacionou na frente da boate um ventro frio e
horripilante açoitou-lhe, e ela se encolheu, completamente arrepiada.
Olhou para os lados sentindo-se estranhamente perseguida, mas afastou
essa sensação correndo o mais depressa possível para dentro da boate.
Primeiro ela encontrou Jenny, puxou-a de canto e arrastou-a até um
dos camarins. Ambas se abraçaram felizes pelo reencontro e sentaram-se
para uma conversa. Seven contou-lhe, resumidamente, o que havia lhe
acontecido nos últimos dias, mas fez questão de ressaltar como tinha
sorte de ter ao seu lado um homem como Michael.
- Seven - Jenny falou nervosamente, torcendo os dedos - Queria te
falar uma coisa, mas não quero que pense mal de mim nem que fique brava.
- Fale amiga - Seven tranquilizou-a com um sorriso.
- Sei que posso estar correndo o risco de perder meu emprego, mas
dane-se, prefiro ficar de consciência limpa - Engoliu em seco - Queria
pedir que não confiasse cem por cento em Michael.
- Mas por que isso agora Jenny?
- Não sei - Balançou a cabeça - As vezes ouço algumas conversas
estranhas dele. Ouvi ele falando a respeito do seu apartamento... Não
foi nada de concreto, mas ... não sei... só não confie nele. Não
entregue seu coração e sua alma a este homem, você pode se machucar.
- Agradeço sua preocupação Jenny - Ela sorriu sincera - E até
entendo. Michael parece mesmo pouco confiável quando não se convive
inteiramente com ele. Eu pensava da mesma forma que você antes, mas
agora não o vejo mais assim. Ele me ama e eu o amo, fique tranquila sim -
Jenny assentiu hesitante. Não concordava com Seven, mas não ia mais
perturbar sua amiga.
- Então não vai vê-lo? - Perguntou para quebrar o gelo.
- Claro - Seven levantou-se - Agora mesmo. Adorei de ver novamente e me ligue OK?
- Pode deixar - Jenny sorriu- Se cuide - Se abraçaram e Seven seguiu para a sala de Michael.
Quando bateu na porta ouviu a voz de Paul balbuciar um "pode entrar" e ela logo o fez.
- Visita - Comentou sorrindo. Michael abriu um sorriso tão largo
quanto o dela e levantou-se para abraçá-la e beijá-la intensamente.
- Hey ainda estou aqui - Paul brincou. Michael e Seven se desvincilharam.
- Como vai Paul? - Perguntou simpática.
- Bem Seven e você está cada vez mais linda.
- Obrigado.
- Vaza Paul - Michael disse irritado.
- Você é um pé-no-saco Mike, não posso nem elogiar a mulher - Balançou a cabeça negativamente - Adorei revê-la Seven.
- Igualmente Paul - Ambos apertaram a mão um do outro e Paul saiu da sala.
O tempo que se passou foi regado de amassos e conversas um pouco
indecentes, mas antes das 12 Michael mandou que Seven fosse. Não queria
ela andando sozinha até tarde. Ela obedeceu e depois de um caloroso
beijo deixou sua sala.
- Ela esqueceu a chave de casa, como sempre - Michael pescou a chave e desceu correndo. Sorrindo pela dispersão de Seven.
Mas seu sorriso se desfez assim que ele viu com quem Seven conversava
em um canto afastado dos pontos de táxi. O homem puxou-a para um lugar
mais deserto e Michael seguiu-a, esgueirando-se pelas vielas, para não
ser notado. Ficou em um ponto onde ouvia a conversa perfeitamente bem.
- Quero meu dinheiro Seven - O homem disse agarrando o braço dela.
Michael teve vontade de arrebentar o homem, mas não por ele estar
apertando o braço dela e sim por ele ser o provável assassino de seu
irmão, Brian.
- Me largue Martinéz, não tenho dinheiro, não vou lhe dar nada - Ela estava chorando e se debatendo contra ele.
- Você não tem, mas seu namoradinho tem. Ou se esqueceu que foi
aquele filho da puta que faliu a Strip? - Ele sacudiu-a - O que acha que
aquele burguerzinho vai pensar quando descobrir toda a merda que você
fez contra o irmão dele hein? O que acha que ele vai pensar quando
descobrir que você atraiu o irmão dele para a morte? - Michael sentiu
como se tivessem o apunhalado no coração. Não precisou ouvir mais nada
saiu dali correndo.
- Eu não tive culpa, você sabe disso.
- Eu sei, mas ele não sabe - Martinéz sorriu diabolicamente.
- Eu não tenho dinheiro, me deixe em paz - Ela chutou-o e saiu
correndo o mais depressa possível dali. Apanhou o primeiro táxi e mandou
o motorista levá-la para casa.
Quando ela chegou em frente ao prédio, descalçou os sapatos e enxugou
as lágrimas. Estava péssima. Era assim que ficava todas as vezes que
encontrava aquele homem, era como se ele sugasse um pouco de sua vida a
cada encontro.
Assustou-se quando abriu a porta do apartamento e viu a luz do abajur
acessa. Michael estava sentado no sofá, com um olhar sombrio e
distante.
- O que faz aqui querido? - Perguntou tentando disfarçar seu estado.
- Por que demorou tanto? - Inquiriu sem olhá-la.
- Me atrasei vendo algumas coisas na rua - Mentiu. Ele levantou-se e
caminhou até ela, o olhar dele causou pânico em Seven - Por que está me
olhando assim Mike?
- Eu vi você com aquele homem, vi quando ele te arrastou pra um canto
e vi que você não relutou em ir com ele. Quem era aquele homem Seven? -
Ela sentiu suas pernas perderem as forças.
- É... era só um cara pra quem devo um dinheiro, ele estava me cobrando - Contou a meia verdade.
- Duvido que não estivesse se esfregando com ele naquele beco - A
olhou com desprezo. Michael estava tentando mascarar sua raiva com outro
motivo, já que não podia lhe dizer que ouviu tudo.
- Pare de ser idiota - Ela gritou se afastando dele.
- Você é uma vadia desgraçada - Ele apertou o braço dela rudemente.
- Me largue - Ela o empurrou e Mike cambaleou se afastando.
- Suma da minha frente agora, ou juro por Deus que cometo uma
besteira. Saia Seven - O grito dele reverberou em seu ser. Ela abriu a
porta atrapalhada e saiu quase correndo dali.
Vagou alguns minutos na rua sem saber para onde ir. Até que encontrou
um bar aberto. Entrou, sentou em uma banqueta de frente para o balcão e
pediu uma dose de uísque. Estava ainda em torpor pelo que tinha
ocorrido e queria continuar assim, pois se pensasse demais iria
enlouquecer.
O primeiro gole desceu sua garganta queimando, mas a partir do
terceiro já estava mais acostumada. Quando os pensamentos atordoantes
começaram a tomar conta de seus pensamentos ela ouviu uma voz conhecida
chamando-a alegremente.
- Seven - Ela virou-se e foi impossível não sorrir para seu amigo de longa data.
- DeMatteo - Ela jogou-se em seus braços. E foi impossível segurar as lágrimas.
Ele confortou-a por alguns minutos, mesmo sem saber o por que dela estar chorando em seus braços.
- Vamos para uma mesa ou para meu quarto? Não parece bem querida - Ele enxugou o rosto dela.
- Acho melhor subirmos - Decidiu quando olhou em volta e viu que os demais frequentadores do bar estavam olhando-a. Ela nem sequer havia percebido que aquele bar era anexo de um hotel luxuossísimo, só tinha se dado conta agora, depois que DeMatteo havia lhe dito "quarto".
Seven conhecia DeMatteo a mais de 10 anos. Ele fora seu cliente assim que ela iniciou a vida como garota de programa. Mas eles dormiram juntos apenas 2 vezes, muito mais por atração do que por obrigação, já que DeMatteo disse-lhe logo no primeiro encontro que gostava apenas de conversar com as garotas e se surgisse alguma atração mútua, aí sim ele ficaria com elas. Desde então eles se viram diversas vezes e tornaram-se amigos. Da última vez que DeMatteo tinha visitado NY, isso fazia quase 1 ano, ele disse a ela que estava com um câncer e que queria muito casar-se e ter um filho, pois não tinha um herdeiro sequer, já que não teve filhos no casamento passado. Propôs a Seven que fosse essa mulher, mas ela foi sincera ao dizer que não abandonaria a chance de conhecer um grande amor, que mesmo sentindo um carinho enorme por ele não poderia fazer isso. Ele entendeu-a perfeitamente e disse que se não se encantasse por outra mulher antes da morte iria esperá-la.
Quando entraram no quarto ele acendeu as luzes e direcionou-a até o dormitório.
- Se quiser tomar um banho e se acalmar fique a vontade, eu te espero na sala - Ela negou com a cabeça.
- Quero conversar. Pode me ouvir?
- Claro meu anjo, venha comigo - Ele abraçou-a pelos ombros e caminharam até a cama. Ele pediu que ela se acomodasse entre os travesseiros e sentou-se um pouco longe dela, para deixá-la mais confortável - Agora me conte, o por que dessas lágrimas?
Seven contou-lhe tudo. Desde a morte de Brian e do quanto ela tinha sido ludibriada por Martinéz, até seu romance tórrido com Michael. Disse-lhe o canto o amava e contou que suas lágrimas eram por causa do modo como ele a tratou mais cedo.
- É só uma briguinha de casal querida - Ele sorriu - é só ciúmes desse tal Michael. Certo que ele foi grosseiro e agressivo, mas pelo que me contou é o jeito dele, não é?
- É.
- Amanhã, vocês estarão com a cabeça mais fria e poderão conversar - Seven sorriu e agarrou a mão dele.
- Obrigada. Mas fiquei falando de mim e nem perguntei de você. Está melhor da.. doença? e já achou a mãe de seu filho?
- Minha doença não tem melhoras querida, mas estou bem na medida do possível. E quanto a mulher - Ele coçou o queixo de forma engraçada e olhou para Seven, que riu - Estava esperando por você ainda, mas pelo jeito eu dancei não é? - Seven assentiu fungando.
- Eu posso lhe dar com isso também, não me jogarei pela janela, prometo - Ela riu de novo - Mas estarei sempre aqui pra você.
- Obrigado... de novo - Ele levantou-se e cobriu-a.
- Durma um pouco e amanhã vai estar bem melhor. Se quiser alugo um quarto pra você, mas se preferir continuar aí eu durmo no sofá.
- Não queria te incomodar.
- Você nunca incomoda - DeMatteo beijou a testa dela e rumou para fora do quarto. Deu mais uma olhada nos rosto de Seven e sorriu para si admirando-a. Apagou a luz e fechou a porta.
Capítulo 18
Seven acordou com a cabeça doendo e uma enorme dor no peito. Talvez ela não tenha chorado o bastante ontem, e oprimir o sentimento deixou-a com o coração doendo.
Antes de sair ela foi até o banheiro, jogou água no rosto e arrumou os cabelos. Assim que saiu do banheiro viu DeMatteo sentado na cama, ao seu lado uma bandeja de café-da-manhã.
- Parece bem melhor Seven - Comentou sorrindo.
- E estou - Sorriu fracamente.
- Sente-se aqui e tome café comigo.
- Não posso, tenho mesmo que ir - Suspirou pesadamente.
- Entendo.
Seven sentou-se ao lado dele na cama.
- Quero te agradecer por ontem, você é mesmo um homem incrível DeMatteo.
- E você é uma mulher incrível - Ele segurou as mãos dela - Lembre-se do que falei ontem, tente uma conversa amena com seu namorado. Mas lembre-se, se ele te fizer qualquer coisa, corra pra cá. Vou estar aqui por 1 mês, só depois disso voltarei para a Itália. Você tem meu número, então já sabe - Seven assentiu e apertou-o em um abraço.
Sentiu um desalento ao despedir-se dele na frente do hotel. Ela sentia-se amparada perto de DeMatteo e ademais tinha medo do que aconteceria quando voltasse para o apartamento de Michael. Mas ela amava-o demais para preferir sentir-se segura com DeMatteo ao invés de enfrentar um Michael, que estaria possivelmente possesso. Ela iria correr o risco.
Antes da porta do elevador se abrir e revelar o corredor que dava acesso ao apê de Michael, seven sentiu-se mal. Uma súbita tontura. Respirou fundo algumas vezes e atribuiu o mal estar ao seu estado de nervos.
Tocou a campaia, pois desde ontem não lembrava-se onde a chave tinha ido parar. Michael abriu a porta e seu olhar glacial foi como uma faca cortando a pele de Seven. Ele não disse uma palavra, deu-lhe as costas e subiu para o quarto. Ela seguiu-o, ainda hesitando.
Assim que atravessou a porta do quarto e jogou a bolsa sobre a poltrona. Ele virou-se para ela e perguntou-lhe:
- Onde passou a noite?
- Em um hotel - Disse firme.
- Sozinha?
- Não - Arqueou a sobrancelha.
- O que? - Ela arrependeu-se do que tinha dito quando viu um súbito transtorno atravessar os olhos dele.
- Estava com um amigo, Michael - Suspirou.
- Não acredito nisso - Ele balançou a cabeça negativamente - Ontem tivemos uma briga terrível por causa de um cara idiota e você me diz que passou a noite com um amigo? Depois se afeta quando lhe chamo de vadia.
O tapa que Seven desferiu contra o rosto dele, tingiu a pele de Michael de vermelho instantaneamente.
- Eu não sei qual seu problema desde ontem - Gritou - Mas foda-se, eu não sou seu saco de pancada. Você me expulsou do seu apartamento, insinuou que eu tinha me esfregado com um qualquer em um beco escuro, quase me bateu e me chamou de vadia por que disse que estava com um amigo - Ela estava gritando a centímetros do rosto dele, com o dedo em riste - Juro por Deus que a próxima coisa estúpida que dizer eu arremesso a primeira coisa que eu achar contra sua cabeça e depois sumo da sua vida. Seu idiota - Ela enxugou as lágrimas.
- Eu ... eu sinto muito Seven - Ele disse tentando soar sincero. De fato ele sentia muito, apenas por alguns de seus atos, mas qualquer coisa que viesse da boca dele não podia ser levado em consideração de agora em diante. Pois Michael estava embebido na sua sede de vingança. Estava tentando concertar as coisas apenas para não deixá-la ir embora, ele não achava ainda que era a hora.
- Você é estúpido - Cruzou os braços.
- Olha aqui eu estava cego de ciúmes ontem. Por não querer fazer bobagem mandei que saísse do apartamento, mas não era pra ter passado a noite fora e ainda mais me chega de manhã e diz que está com um amigo. Isso soa ridículo.
- Ridículo por que? Por que eu fui sincera? Eu poderia muito bem inventar qualquer coisa, mas estou dizendo a verdade por que não quero ouvir ou ver você me julgando de novo... Dói, aqui dentro - Ela bateu com os punhos fechados no peito - Quando você me fala essas coisas. Eu só queria ser forte o suficiente para te deixar, mas eu não consigo - Seven levou as mãos a cabeça e caiu sobre a cama, chorando compulsivamente.
Ela estava sobrecarregada de sentimentos conflitantes.
- Eu ajo por impulso muitas vezes Serena - Sentou-se ao lado dela na cama - Sabe que sou assim. Me desculpe, de verdade - Ele tocou o braço dela, mas ela o puxou bruscamente - Por favor, não chore mais, não faça isso consigo, eu não mereço essas lágrimas.
E naquele momento Michael esqueceu-se das coisas que tinha ouvido ontem, esqueceu-se da raiva que estava sentindo naquele momento... Estava realmente desesperado para tirá-la daquele estado de choro compulsivo. Então inclinou-se sobre ela e prendeu o rosto delicado de Seven entre as mãos, grudando seus lábios no dela. Seven não o afastou nem tampouco parou de chorar. Ele continuou ali sem se mover, com os lábios sobre os dela.
Mas a proximidade do corpo quente de Seven contra o seu, não o deixou quieto por muito tempo. Ele sentiu o desejo aumentar gradativamente em seu corpo e então passou a língua suavemente entre os lábios dela. Seven sentiu-se uma fraca, mas não só permitiu que a língua de Michael adentrasse sua boca, como correspondeu ao beijo com uma intensidade feroz.
Foi questão de segundos para que ambos estivessem nus. Michael encaixado entre as pernas de Seven. Beijava-a com fervor, mas não era a intensidade do desejo que o guiava naquele momento, era algo a mais, e Michael sabia perfeitamente o que era, mas não ia admitir para si.
Ele parou de beijá-la um instante e enquanto sua mão massageava gentilmente a intimidade de Seven, ele observou as feições delicadas daquela mulher. Ela era extremamente linda, encantadora. Ainda mais assim, corada e gemendo, pronta para gozar. Ela abriu os olhos lentamente e Michael sorriu achando adorável o jeito que os cílios longos dela batiam contra a pele bronzeada do seu rosto e quando ela sorriu para ele, uma dor atingiu-o. Era o sorriso mais sincero que ele já vira na vida e do mesmo jeito que ele fazia ela sorrir agora, ele a faria chorar. Isso o aterrorizou sobremaneira. Mas não era hora para pensar assim, e ele de fato não queria pensar. Então tomou os lábios dela em um beijo carinhoso e posicionando-se melhor, escorregou para dentro de Seven.
Ele beijou-a, acariciou-a, apertou-a... tudo sem presa, tudo com carinho... com todo o carinho e amor que ele sentia por ela e não podia admitir. Mas naquela noite ele ia esquecer-se até de quem ele era e faria amor com ela. AMOR, como nunca tinha feito antes.
Quando ela gritou seu nome e apertou-se envolta dele Michael perdeu-se na sensação e também gozou chamando por ela.
Depois de minutos silenciosos ele ergueu-a em seus braços e beijou-a com adoração. Seven apertou-o contra seu corpo. Nunca havia se sentido tão amada por ele. E depois de achar que as coisas entre eles estariam acabadas, ela acabou a noite com um sorriso no rosto, sentindo-se amada e feliz. Mal sabia ela o que lhe espera.
Capítulo 19
2 semanas depois...
Seven respirou profundamente o ar puro do parque. Aquele local arborizado estava fazendo bem, mas a mão de Michael presa a sua cintura a deixava ainda melhor.
- Está melhor querida? - Ele perguntou doce, dando um aperto mais firma na cintura dela.
- Estar perto de você sempre me deixa melhor - Sorriu. Michael inclinou-se para beijar-lhe os lábios.
- Temos que ir agora. Já passa das 4 horas e tenho que dar um pulo na boate - Afagou o rosto dela - Mas não te deixarei sozinha, volto logo - Ela assentiu totalmente encantada pela preocupação dele.
Seven não estava assustada nem preocupada com seus constantes enjoos e tonturas, ela desconfiava do seu diagnóstico e hoje mesmo buscaria os exames que tinha feito sem que Michael soubesse.
Eles se despediram em frente ao prédio onde moravam com um beijo apaixonado. Seven observou, com um sorriso estampando seu rosto, Michael partir em seu carro, mas antes prometeu que voltaria em 3 horas. Ela tinha que correr, pois precisava voltar antes dele. Acenou para um táxi e assim que o carro parou ela entrou e pediu que seguisse para a clínica.
(...)
- Vim o mais rápido que pude Paul. Alguma novidade? - Michael perguntou ansioso.
- Conseguimos provas contra Martinéz e Gonzales - Paul disse sorrindo.
- Não acredito! Onde e com quem?
- Um de seus antigos sócios tinha provas bastante incriminadoras contra os irmãos da Strip. Licitações falsas, alvarás de empresas fantasmas, papéis com claras evidências de desvio de dinheiro... um mar de merda. Eles estão fodidos.
- Pagou caro pela pasta?
- Algo em torno de 500 mil dólares.
- Um preço justo. E sobre a morte de Brian, há algo?
- Nada - Disse com um pouco menos de animação.
- Não tem problema, por esse crime eu os faço pagar.
- E agora qual será o próximo passo?
- Peguem Martinéz e Gonzales. Vou acertar contas com eles mas tarde.
- Michael, e Seven?
- É o fim da linha pra ela também - Suas palavras doeram em seu coração, mas ele não ia voltar atrás.
- Tem certeza?
- Absoluta. A partir de amanhã, quero todos que tiveram algo haver com a morte do meu irmão pagando pelo que fizeram. - Paul deu de ombros. - Vou voltar para casa agora, nos vemos amanhã.
- Pra onde levamos os irmãos?
- Para o galpão da rua Free - Paul assentiu - Até amanhã irmão.
- Até Michael.
(...)
Seven estava trêmula. As lágrimas banhando seu rosto e um sorriso bobo em seus lábios... Ela seria mãe. Finalmente realizaria mais um de seus grandes sonhos e esse fruto provinha de seu grande amor, o único homem que ela amara na vida. Não via a hora de chegar em casa e lhe contar.
(...)
Michael chegou ao apartamento 1 hora depois de ter saído. Encontrou-o vazio. Decidiu tomar um banho e esperar Seven voltar... Era hora de feri-la, fazer com ela o que ela tinha feito com seu irmão e não haveria coisa no mundo que o fizesse mudar de ideia. Era hora de vingar-se.
Capítulo 20
Quando Seven entrou no apartamento seu coração acelerou ainda mais... Ela estava eufórica, louca para dar a notícia a Michael.
- Amor - Gritou depositando as chaves da casa em cima da mesinha. Passou os olhos rapidamente pela sala e viu uma mala no lado direito da porta. Achou estranhíssimo, mas estava excitada demais para tomar nota disso, por agora.
- Suba Seven - Michael gritou em resposta. E mais uma vez, pela sua excitação, ela não notou o quão frio tinha sido seu tom de voz.
Ela abriu a porta do quarto e encontrou-o de costas. Se aproximou dele e tocou seu ombro. Michael não se virou.
- Desculpe amor, tive que sair rapidinho, não achei que fosse voltar antes de mim.
- E saiu para quê?
- Fui a uma clínica, pegar alguns exames - Michael virou-se e encarou temendo o que viria a seguir.
- Exames?
- É, Michael, eu estou grávida - Ela quase gritou o último conjunto de palavras.
O coração de Michael afundou-se em seu peito. De fato ele sempre achara que essa expressão "afundar o coração" era um tanto quanto dramática e impossível de se sentir. Mas foi como ele realmente se sentiu naquele instante, como se seu coração tivesse sido empurrado para o fundo de sua caixa toráxica... talvez estivessem arrancando-lhe o coração naquele instante. Um névoa de perguntas inundou sua mente: "Teria ele coragem de renegar seu filho?" E Ele conseguiria dizer tudo depois dessa revelação?" "Ele abriria mão de vingar Brian por isso?"
Brian...Esse nome tinha um poder muito forte dentro de Michael. Esse nome lembrava-o do que ele viu seu irmão passar, lembrava-o do momento em que ele teve que enterrar os restos mortais de Brian naquela noite chuvosa de domingo. Brian... Ele fora o melhor dos irmãos, carinhoso, atencioso, preocupado, digno. Desde que Michael tinha apenas 15 anos, depois que os pais deles morreram em um acidente, foram só eles e nunca, jamais, brigaram ou se desentenderam. Brian colocou Michael no caminho certo e somente quando ele viu que Michael poderia caminhar por si só, ele decidiu que era hora de ter sua vida... e tudo começou quando ele se apaixonou por aquela mulher. Quando Brian deixou entrar em suas veias o suave veneno, que os lúdicos chamavam de amor... Mas com ele ia ser diferente, ele não ia se deteriorar nem chorar nem mudar seus planos por causa de uma mulher. Ele seria ele até o fim, custasse o que custasse.
- Eu não quero essa criança - Seu tom de voz foi frio, assim como seu olhar glacial.
- O que? - Seven perguntou, descreditando no que acabara de ouvir.
- Não se faça de idiota, você ouviu muito bem - Ela deu dois passos para trás horrorizada pela feição icebergueana dele.
- Eu... não estou entendendo - Balançou a cabeça totalmente confusa, sentindo as primeiras lágrimas rolarem por seu rosto - Quando eu sai estávamos bem... e - Ela parou e respirou fundo tentando raciocinar - Olha, podemos passar por isso juntos. Sei que nunca planejamos um filho, mas será um bom pai. Temos um ao outro.
- Não temos. E eu não quero essa criança, já disse - Gritou e Seven piscou assustada - Deve estar bem confusa benzinho, mas vou te explicar tudo. Todo esse circo de merda, era para acabar exatamente aqui. Eu queria te ver assim - Ele apontou pra ela com desdém - Acabada.
- Mas, por que? - Ela estava frágil ao ponto de não se segurar de pé mais.
- Eu sei de tudo Seven, desde o começo. Sempre soube de você e Brian, meu irmão morreu por sua culpa.
- O ... Bri... Brian era seu irmão? - Perguntou chocada, sua cabeça dando voltas pela informação.
- Surpresa não é? - Ele arqueou a sobrancelha - Mas te respondendo, sim, o Brian era meu irmão. Voltando ao que eu dizia, eu sempre soube que você havia tido um caso com ele e o tratou feito um lixo por ele ter menos dinheiro que seu patrãozinho - Ele partiu até ela e segurou-a pelos braços, sacudindo-a - Você acabou com meu irmão sua vagabunda.
- NÃO - Seven gritou em resposta. Os soluços a sacudiam.
- Sim. Ele virou um alcoolatra descontrolado por sua causa - Lágrimas desceram pelo rosto de Michael - Ele deixou de ser o meu irmão de sempre para virar um idiota que se arrastava ao seus pés e você humilhou-o até o fim. Você o atraiu para a morte - Michael apertou os braços dela com força e ela gemeu de dor. Ele percebeu seu descontrole e sotou-a, virando de costas.
- Não, pelo amor de Deus acredita em mim Michael. Eu não tive culpa - Ela tentou se aproximar, mas ele parou-a.
- Não se aproxime de mim.
- Eu... eu gostava de Brian, não do jeito que ele queria, mas eu me importava muito com ele.
- Se importava tanto que ajudou seu amante a matá-lo? - Michael foi irônico e cruel.
- Não. Eu tentei afastar Brian de mim, por que isso o manteria seguro. Martinéz era possessivo e estava cheio de ódio de Brian por a Dirty's está faturando muito bem. Quando eu conheci Brian em um supermercado ele não sabia que eu era dançarina da Strip e eu não sabia que ele era o dono da Dirty's. Nós saímos algumas vezes, como amigos, mas Martinéz descobriu e quis me usar para seduzi-lo, eu me neguei, mas Brian não quis me deixar em paz, vivia na Strip me assediando e isso estava deixando Martinéz ainda mais possesso, eu tive que ser dura par afastá-lo. Eu tinha que mantê-lo longe. Acredite em mim, por favor - Implorou.
- E a mensagem? Vai me dizer que não foi você que mandou?
- Sim, fui eu. Naquele dia eu tinha conseguido escapar de Martinéz, então eu me lembrei que Brian tinha me proposto fugir. Era minha única saída. Então mandei a mensagem para ele, só que Martinéz e Gonzalés me encontraram antes de Brian e aconteceu aquilo... Por Deus, eu me culpei e me culpo até hoje, mas eu juro que se pudesse voltar no tempo eu nunca teria envolvido Brian na minha fuga, eu teria me ferrado sozinha... Eu - Ela sentiu-se mal e teve de sentar para continuar. Michael não deu um passo para ajudá-la - Eu amo você, acredite em mim, por favor.
Ele se aproximou dela, seu rosto ficou a centímetros do rosto pálido de Seven.
- Vá.para.o.inferno - Disse entredentes.
- Michael?! - Ela se encolheu diante daquele olhar de ódio puro.
- Suma agora da minha vida e se der por agradecida por eu não fazer pior.
- Pior? - Perguntou desacreditada - Acha que pode ser pior que isso?
- Eu poderia mostrar o celular de Brian com sua mensagem e te deixar apodrecer na cadeia.
- Seria melhor. Qualquer coisa seria melhor do que vê-lo me olhar assim - Ele vacilou por um instante quando viu a tristeza profunda nos olhos dela.
- Suma daqui antes que eu mude de ideia e a mande para a cadeia - Decretou.
- Por Deus, para onde vou? Não tenho dinheiro nem casa. Michael?
- Isso não é problema meu - Ele voltou a virar-se de costas.
- Seu filho. É seu filho que está aqui dentro de mim, como pode não se sensibilizar com isso? Não tem coração?
- Eu deixei de ter um quando mataram meu irmão.
- Mas é seu filho...
- NÃO É - Gritou e olhou ferozmente - Não quero nada que me una a você. Suma daqui, suma sua desgraçada.
Seven abafou o grito de dor pondo as mãos sobre a boca e cambaleante saiu dali o mais depressa possível. Tão aturdida que nem sequer lembrou de pegar a mala que estava no chão da sala.
Caminhou pela rua a esmo, não tinha levado nada consigo. Dinheiro, celular... tudo tinha ficado lá. Lembrou-se que em meio a todo aquele caos tinha alguém que provavelmente a ajudaria.
Enxugou o rosto e caminhou um pouco menos cambaleante até um posto telefônico, catou algumas moedas que tinha no bolso e pediu 2 fichas, mas a atendente teve tanta pena dela que não quis receber. Ela até tentou agradecer, mas estava tonta demais para proferir sequer uma palavra.
Seus dedos trêmulos digitaram o número e depois de 3 chamadas a pessoa do outro lado da linha atendeu-a.
- Alô?
- DeMatteo sou eu, Serena, por favor... - Ela ia continuar a falar, mas o choro incapacitou-a.
- O que houve Serena? - Perguntou aflito.
- Só venha me ver, por favor.
- Vou agora. Onde está?
- Eu não sei - Disse fungando.
- Pergunte a alguém, rápido. - Ela largou o telefone alguns instantes e perguntou a atendente o endereço dali e ela disse-lhe ainda a olhando com pena. Seven disse o endereço a DeMatteo.
- Fique aí, pelo amor de Deus, eu chego em minutos.
- Sim - Respondeu e depois desligou.
Sentou-se na frente do posto telefônico para esperar DeMatteo, abraçada aos joelhos, os soluços balançando seu corpo.
Capítulo 21
Por Michael
Quando Seven saiu eu não chorei, não quebrei um item sequer da minha mobília, nem tampouco me senti culpado pelo que tinha acabado de fazer. A escuridão que alimentei dentro de mim durante meses não me deixava sentir remorso algum.
Um único resquício de pena que surgiu em mim foi pela criança que ela carregava no ventre. Essa criança não merecia ter uma mãe como ela e muito menos um pai como eu, que não se abalou nem um pouco ao saber de sua existência, que o rejeitou antes mesmo de permitir aceitá-lo. Eu tinha mesmo me transformado em um monstro. Mas eu desejava no fundo da minha alma que essa criança fosse feliz e por um lado afastar Seven de mim foi a coisa certa a fazer. Essa criança seria mais feliz não tendo um pai como eu.
O meu celular tocou e eu atendi-o.
- Michael. Pegamos Gonzalés e Martinéz.
- Estou indo praí agora mesmo - Desliguei.
Apanhei a chaves do carro no aparador e vi que Seven tinha deixado seu celular ali. Coloquei-o no bolso. Ao descer também encontrei sua mala na sala, no mesmo lugar onde eu tinha deixado. Também peguei-a.
Dirigi a 120 por hora, rumo ao galpão onde estavam os assassinos de meu irmão. No caminho joguei a mala de Seven em um matagal e segui em frente.
O galpão estava na penumbra e a rua estava totalmente silenciosa, meus sapatos fizeram barulho nas poças de água suja do chão. Bati na porta do galpão e Paul veio abri-la.
- Onde estão? - Perguntei apressadamente.
- Lá dentro - Apontou para uma das paredes divisórias do galpão - Michael, antes de ir tenho que te perguntar. O que fez com Seven?
- Expulsei-a, por que?
- Você precisa ouvir o que eles estão dizendo - Assenti e segui Paul até o lugar onde eles estavam.
Ver Martinéz e Gonzalés assim amarrados, ensaguentados me deu um prazer regorgizante. Eles tinham queimado meu irmão vivo, por diversão, por inveja do sucesso repentino dele...Eles não eram seres humanos nem tampouco animais. Esses seres não podem sequer serem qualificados em alguma categoria de espécies.
- Conseguiu o que tanto queria não é Michael Jackson? - Martinéz perguntou altivo. Nem em uma situação como aquela ele perdia sua empáfia. Desgraçado!
- Ainda não Martinéz, mas cada dia que sofrerem dentro de uma sela imunda, e podem ter certeza que eu os farei sofrer, será uma conquista a mais.
- Não tem como provar que nós matamos o idiota do seu irmão - Meu sangue ferveu quando ele falou de Brian e Paul teve de me segurar para eu não atacar Martinéz.
- Não ponha suas mãos nele, Michael. É isso que ele quer, uma prova pra usar contra você - Assenti.
- O Brian era ingênuo sim, mas eu não sou como ele, por isso terão o que merecem.
- Você é igualzinho a ele, a única diferença entre vocês é que você é esperto pros negócios. Ahh sim, e você é frio e vingativo - Foi a vez de Gonzalés falar.
- Calado seu merda - Paul grunhiu chutando Gonzalés em seguida.
- E a sua garota Michael? - Martinéz perguntou - Sabe que tudo isso começou por causa dela não é?
- Aquela vadia teve a parte dela nessa vingança.
- Tsc, tsc, tsc. Você puniu a pobrezinha?
- Hã?
- Antes de tê-la punido, ela deve ter te contado que não teve nada a ver com a morte do Brian não é?
- Como assim seu imundo?
- Acho que fez merda, Michael Jackson. A Seven foi só uma boneca que manipulamos nessa história. Ela tentou afastar seu irmão diversas vezes, mas aquele otário estava fissurado demais nela pra deixá-la em paz. Se deu mal. Eu não ia deixar ele ficar com a minha garota. Ele já estava com toda a clientela do bar... Minha Seven ele não ia levar - Martinéz gritou.
E em meio ao sangue coagulado em seu rosto, vi lágrimas. Eu tinha parado de respirar desde que ele tocou no nome de Seven.
- Eu amava ela, mas ela nunca quis nada comigo. Eu prometi dinheiro, carro, jóias, uma vida de rainha e ela me ignorou. Então eu peguei Seven em um restaurante com seu irmãozinho, ela parecia feliz, estava rindo. Eu já tinha um motivo para matá-lo e quando descobri que ele era o dono da concorrente eu passei a ter 2 motivos. Eu quis usá-la para seduzi-lo, para que pudéssemos ficar com a Dirty's, mas ela se recusou. Então eu bati naquela vadia, bati nela até deixá-la sangrando e disse que se ela se aproximasse do seu irmão eu mataria os dois. - Martinéz fungou - Mas ele foi insistente a cada dia... Ela conseguiu fugir de mim e recorreu a ele. E eu tive prazer ao matá-lo naquela tarde e depois tive prazer em arrastá-la pelos cabelos por todo o apartamento e espancá-la até seu sangue manchar o chão. - Um sorriso estampou os lábios de Martinéz quando ele terminou o relato.
Eu, que até então estava em choque com tudo que ouvira, não pensei duas vezes em partir para cima dele. Derrubei-o na cadeira e desferi um soco atrás do outro em seu rosto. O seu sangue manchava minha roupa, minha mão estava doída dos impactos contra os ossos de seu rosto e a cabeça dele pendia, mas eu não conseguia parar de bater nele... era mais forte que eu.
- Michael, pare, você não é um assassino - Eu ouvi ao longe a voz de Paul dizer-me e até senti braços tentando me puxar, mas era mais forte que eu, eu tinha que bater naquele homem nojento - Michael, pare, por Brian - Meu soco congelou no ar. E quando olhei de novo para o rosto de Martinéz me vi horrorizado pelo estrago que eu tinha feito nele. Estava tonto, ofegante e lágrimas banhavam meu rosto.
Paul me ergueu do chão e me abraçou.
- Não fica assim irmão - Eu solucei em seus braços sem vergonha alguma.
- Eu não sou um assassino Paul, não sou.
A ficha de tudo que eu fiz para alcançar essa vingança estava caindo e ver o que eu causei era aterrorizante. O que Brian diria se me visse fazer todas essas coisas?
- Não, você não é.
Automaticamente me lembrei das palavras de Martinéz.
"Acho que fez merda, Michael Jackson. A Seven foi só uma boneca que manipulamos nessa história."
Seven tinha sido a mais vitimada nessa história e eu a culpei. Eu não acredite nela, tratei-a como um lixo, a ela e ao meu filho e agora...
- Paul, preciso ir atrás da Serena, agora - Enxuguei o rosto.
- Vá. - Ele assentiu.
- Mande os dois pra cadeia. Não bata mais neles. - Paul assentiu.
- Esse é o garoto que sempre conheci - Ele sorriu - Vá atrás dela Michael, antes que seja tarde.
Saí dali sem olhar para trás, entrei no carro e saí a toda velocidade. Eu não tinha ideia de como ia encontrá-la, mas eu ia.
Capítulo 22
- Meu anjo, precisa se acalmar - DeMatteo disse pela enésima vez. Ambos, ele e Seven, estavam abraçados. Eles tinham ido para o hotel onde DeMatteo tinha a levado a cerca de 3 horas.
Seven estava em estado de choque. Não tinha proferido uma palavra sequer até aquele momento. Ela só chorava, olhando fixamente para nada em especial.
Em sua mente se repetia freneticamente as palavras que Michael tinha dito a ela naquele quarto...
- Eu preciso ir embora - Disse de repente - Eu vou embora dessa cidade - Ela levantou-se, completamente alheia de que DeMatteo estava com ela.
- Hey, eu estou aqui - Ele segurou-a - E não vou deixar que vá a lugar nenhum - Ela encarou-o e mais uma torrente de lágrimas desceu por seu rosto.
- Por favor DeMatteo, por favor me tire daqui ou irei enlouquecer. - Implorou agarrando-lhe a lapela do terno.
DeMatteo estava compadecido de tal forma que faria tudo para vê-la melhor.
- Para onde quer ir. Diga, que a levarei agora mesmo. Só pare de chorar meu anjo, pare, por favor - Ele afagou o rosto dela e Seven prendeu-o em um abraço apertado.
- Me leve para a Itália com você - Ela fungou. Afastou o rosto para olhá-lo nos olhos - Agora, por favor.
- Nó vamos - Ele assentiu - Agora.
Ele sentou-a em uma poltrona e comprou duas passagens rumo a Florença, para dali a duas horas. Jogou suas roupas em uma mala e ligou para sua secretária, para que ela desmarcasse seus compromissos. Fez Seven tomar um banho e deu-lhe um calmante.
Ás 4 da manhã eles estavam embarcando rumo a Itália.
(...)
Michael passara as próximas horas dirigindo seu carro, em alta velocidade, pelas ruas da cidade. Tinha esperança de encontrá-la em uma daquelas ruas... ela não poderia estar longe, afinal não tinha levado roupa, dinheiro, nem mesmo o celular.
Ele ia achá-la. Tinha sido um monstro com ela, o pior dos idiotas, mas ele ia achá-la e iria rastejar nos pés dela, pedir-lhe perdão. Ele ia fazer qualquer coisa para vê-la sorrir para ele e beijá-lo. Ele tinha esperanças...
Não, ele não tinha. Michael sabia bem que se achasse Seven, ela não o perdoaria nem depois de mil pedidos de desculpas, nem se ele se rastejasse aos pés dela. E ela estaria coberta de razão em não perdoá-lo.
Foi só quando o sol raiou no horizonte que ele se deu conta de que fazia mais de 5 horas que estava dirigindo feito um louco pela cidade, foi então que ele se deu conta de que estava dolorido, com sono, fome e que a gasolina estava quase no fim. Foi só aí que ele se deu conta de que tinha perdido Seven e talvez para sempre.
Ele parou o carro bruscamente e abandonou-o ali e pôs-se a andar. Ele não fazia ideia de onde estava, mas não se importava. Ele não se importava com mais nada nesse momento. Seus olhos encheram-se de lágrimas, que desceram por seu rosto em torrentes e Michael chorou... Chorou até os soluços sacudirem seu corpo, chorou até o ar lhe faltar, chorou até seu corpo tombar na areia e seus olhos doerem tanto a ponto de se fecharem e ele apagar.
Quando voltou a abrir seus olhos, estava em seu apartamento, deitado confortavelmente em sua cama.
- Serena - Chamou na penumbra e se ergueu, mas Paul o fez deitar novamente.
- Deite-se, Michael, o médico disse que tem de ficar de repouso.
- O que? Não to entendendo nada Paul. E eu não posso repousar, eu tenho que achar a Serena - Ele levantou-se e mesmo tonto caminhou até o closet e pegou um blazer - Eu vou atrás dela, agora.
- Não, você não vai - Paul agarrou-o pela camisa e jogou-o na cama - Você não tem ideia do quão mal eu te achei ontem cara. Você estava jogado em uma praia qualquer. Eu podia jurar que estava morto.
- Não me importo. Eu merecia isso! - Grunhiu.
- Não venha dizer que merece alto-flagelo pelo que fez. Aja como um homem, não como um moleque, é hora de crescer. Quer achar Serena? - Michael assentiu - Ótimo, então pegue o celular dela, que achei em seu bolso, e descubra quem era esse amigo pra quem ela ligou um dia antes. Ela provavelmente está com ele, já que saiu daqui sem nada. Não é dirigindo por 6 horas seguidas e depois se jogando em uma viela qualquer que você vai conseguir achá-la.
- Tudo bem - Michael abaixou a cabeça - Desculpe por ter te preocupado.
- Você sabe que desde que Brian morreu eu me sinto como seu irmão mais velho. Foi assustador te ver daquele jeito moleque.
- Desculpe - Paul sorriu e se aproximou.
- Tome - Entregou o celular a ele - Ache sua garota e mostre a ela o garoto bom que você é - Paul virou-se para sair, mas Michael perguntou-lhe algo antes.
- E Gonzalés e Martinéz?
- Estão atrás das grades e não sairão de lá nunca mais. Não se preocupe - Michael assentiu e Paul saiu do seu quarto.
Ele passou as 2 horas seguintes em ligações para saber de quem era aquele número e logo que descobriu que o número era de Dante DeMatteo Fiorentino. Foi questão de minutos para ele descobrir que DeMatteo estava hospedado em um hotel 5 estrelas dali, mas que tinha partido para a Itália na madrugada do mesmo dia, acompanhado de Serena Points Levandys.
Michael não pensou duas vezes. Jogou algumas roupas em uma mala, pegou sua carteira e documentos e desceu as escadas.
- E aí, onde ela está? - Paul perguntou.
- Na Itália , com Dante DeMatteo e é para lá que eu vou. Agora. - Disse determinado.
- Boa sorte garoto.
- Obrigado Paul, por tudo - Abraçaram-se brevemente e Michael saiu dali.
Capítulo 23
Por Michael
Dormi durante todo o voo. Estava esgotado física e emocionalmente e esse sono foi mesmo providencial, pois cheguei a Florença totalmente revigorado, corajoso e esperançoso. Eu precisava encontrá-la o mais depressa possível. Me doía saber o quanto Serena estaria me odiando agora e o pior era que eu não podia acusá-la por tal sentimento... ahhh mais eu amava-a. Eu amava aquela mulher, apesar de tudo que fiz a ela, de toda dor que causei, acima de tudo isso, eu amei-a. Desde aquele dia na praia. Eu estava negando para mim mesmo que era amor, mas no fundo eu sabia que era e agora eu preciso dizer a ela novamente o quanto eu a amo, sem mais vingança no meio de tudo.
Assim que me instalei no hotel apanhei o celular dela que carregava comigo e olhei a foto do papel de parede.
Éramos tão felizes, apaixonados... e eu estraguei tudo.
O sorriso se desfez em meu rosto com esse pensamento. Tive vontade de jogar o celular na parede, mas eu só poderia achá-la com ele, então eu não faria isso. Decidi tomar um banho para esfriar a cabeça e só então eu ligaria para esse tal de Dante DeMatteo.
(...)
Narradora
Agora Seven estava deitada na cama de DeMatteo. Depois de ter chorado por horas ele havia lhe dado mais um calmante e lhe dito coisas carinhosas até ela pegar no sono.
"Eu vou cuidar de você e dessa criança"
"Te darei meu nome. Iremos nos casar querida"
"Enquanto vida eu tiver esse cara não irá mais se aproximar de você"
"Vamos ser felizes, eu prometo"
E DeMatteo iria cumprir suas promessas, por que se tem uma coisa que ele era, com certeza era um homem de palavra.
Enquanto ele observava enternecido a figura, agora em paz, de Seven, seu celular tocou. Ele entranhou muitíssimo quando viu o número.
- Alô? - Disse desconfiado.
- Dante DeMatteo? - A outra voz disse firme.
- Sim, sou eu, quem fala?
- Michael Jackson... - DeMatteo o interrompeu rudemente.
- O que quer seu idiota?
- Sei que Serena está com você, preciso falar com ela - DeMatteo riu, sem achar graça realmente.
- Onde está?
- Estou em Florença. No hotel Firenze.
- Estou indo para aí, agora mesmo - Ele desligou o celular sem esperar resposta.
Michael xingou-o algumas vezes, mas viu que não estava muito digno para xingar alguém, afinal esse bastardo tinha cuidado de Seven e a trouxera para cá.
Foram menos de 30 minutos até que DeMatteo estivesse frente a frente com Michael e seu primeiro ímpeto foi de socá-lo e foi o que ele fez. Desferiu um soco no rosto de Michael, que o fez cambalear. Michael pensou em revidar, mas achou que mereceu o murro... ele estava merecendo as coisas que vinham lhe acontecendo ultimamente.
DeMatteo adentrou o quarto e fechou a porta. Olhou para Michael enquanto ele limpava a boca suja de sangue e pô-se logo a dizer:
- Você vai pegar um voo e sumir daqui, ouviu bem? - Michael encarou-o com incredulidade e estava começando a querer revidar aquele soco.
- Eu vou falar com Serena - Disse ficando ereto e parando a centímetros de DeMatteo.
- Não, você não vai. Não acha que já feriu demais aquela garota? Eu encontrei-a largada duas vezes e por sua causa. Na primeira vez eu incitei-a a ir a sua procura, pois vi em seus olhos o quão apaixonada ela estava, mas me arrependi amargamente por isso.
- Eu sei que errei, mas descobri toda a verdade e agora preciso pedir perdão a ela. Eu também a amo.
- Não, você não ama. Eu a amo, sabe por que? Por que esperei ela por anos, sem nunca cobrar nada dela além de sua amizade, por que quando ela precisou eu larguei tudo por ela e fui ajudá-la, por que agora mesmo sabendo que ela ama você eu vou casar-me com ela e cuidar do seu filho, que você mesmo rejeitou. ISSO É AMOR - Gritou - Não chamar a mulher amada de vadia, desacreditar em tudo que ela diz e enxotá-la junto com um filho. Você não sabe o que é amar alguém. Você acha que sabe, mas não sabe e talvez perdendo Serena você descubra.
Michael queria questionar ele, xingar, mandá-lo ir para o inferno, mas ele não podia... DeMatteo estava certo.
- Eu preciso dizer que a amo.
- Não. Você precisa mostrar que a ama deixando ela ser feliz e eu farei ela feliz.
- Eu... eu...
- Não acho que você seja um cara ruim, mas precisa aprender com seus erros. Você usou Serena para suprir boa parte da sua fome de vingança, mas não use ela para se redimir de sua culpa. Mostre que a ama pelo menos um pouco e permita que ela seja feliz. E eu juro por Deus, que eu a farei feliz. A ela e aquela criança.
- Mas é meu filho.
- Mas você não o merece... - Michael respirou fundo e virou-se de costas.
- Saia do meu quarto .
- Eu não deixarei que se aproxime dela, você não vai machucá-la mais.
- Saia - Gritou.
- Está avisado - DeMatteo saiu batendo a porta.
Uma lágrima desceu pelo rosto de Michael e ele lembrou-se do quão mal fez a Serena... DeMatteo tinha razão, ele não a faria feliz e ele próprio não merecia redenção. Ele ia fadar-se a conviver com a dor, a culpa e o amor reprimido e iria deixá-la ser feliz. Mas antes ele precisava vê-la uma única vez que fosse...
Comprou a passagem de volta para casa e na tarde seguinte, minutos antes de seu voo partir, ele pediu ao taxista que passasse em frente a mansão de DeMatteo e parasse um pouco ali.
E Michael a viu... Estava sentada em frente a fonte do belo jardim, ela parecia triste e chorosa, eté DeMatteo aparecer e lhe abraçar, então ela sorriu.... e foi com esse sorriso e a certeza de que ela seria mais feliz longe dele, que Michael partiu.
Capítulo 24
6 anos mais tarde...
Por Serena
Esses últimos 6 anos de minha vida foram realmente cheio de felicidades e amor. Tornar-me a senhora "DeMatteo" me fez realmente feliz. DeMatteo esforçou-se ao máximo para me fazer esquecer tudo que havia me acontecido em NY e ele teve êxito em seu esforço, por que tudo que eu vivi naquela cidade ficou em um lugar obscuro do meu coração.
Nesses últimos anos eu me dediquei a ser uma ótima esposa, uma mãe exemplar e uma estudante de administração focada.
Ser mãe foi sem dúvida alguma a maior dádiva da minha vida. Aquele garotinho, de olhos negros e expressivos e de cabelos longos, era a minha vida, meu motivo para sorrir e seguir firme e forte.
O maior baque para mim nesses últimos anos foi perder meu amado DeMatteo. Sim, amado. Eu aprendi a amar aquele homem com todas as minhas forças, foi de fato um amor diferente do que eu senti no passado. Não era carregado de luxúria, paixão e abandono, mas era puro, protetor e fraternal. Eu devo tudo que sou hoje a DeMatteo e perdê-lo me fez triste novamente, depois de tantos anos de alegria. Eu sempre soube que ele estava muito doente, um câncer terminal, e ele sempre me preparou para sua partida, mas eu não pude aceitar isso. Chorei durante dias seguidos e só me pus firme outra vez por que eu precisava fazê-lo pelo meu filho e eu precisava também cuidar de tudo que DeMatteo deixou-me como herança.
Agora, 5 meses depois de sua partida, eu sou a presidente do "Dante Group", mãe de um garotinho de 5 anos e uma mulher forte e decidida, que está pronta para voltar a NY para cuidar dos negócios, sem sentir-se nem um pouco abalada por isso.
(...)
Por Michael
Esses últimos 6 anos foram exatamente como eu achei que fossem. Frios, tristes e sem vida. Eu me dediquei inteiramente aos negócios e fiz a coisa que melhor faço; Dinheiro. Me tornei um dos homens mais ricos de NY e um dos mais infelizes também.
Eu não tinha ânimo para sair para parte alguma nem me divertir de qualquer forma que fosse. Meus enlaces resumiram-se a mulheres fúteis, com as quais eu passei pouquíssimos dias e não tive o mínimo de sentimento.
Gonzalés e Martinéz estavam mortos agora. Mas nada na morte deles teve haver comigo. Eles eram homens odiados e alguém mandou matá-los na prisão dois meses depois deles estarem lá.
E eu? Bem, além de tudo que já disse eu fui castigado duramente por tudo que fiz. Condenado a viver em completa solidão, ruminando em meu peito um amor que eu sempre chamei de suave veneno e me acabando em doses de uísque seguintes de patéticas sessões de choros compulsivos cada vez que eu pensava em meu filho. Eu tinha me tornado uma patética figura triste.
Não ousei procurar por notícias dela em todos esses anos. Bem, eu fiz isso uma vez, e ver uma foto dela, DeMatteo e um lindo garotinho, todos felizes, me rendeu uma bebedeira, um acidente de carro e dez pontos na nuca. Então preferi não saber mais nada da feliz família DeMatteo Fiorentino. Eles mereciam essa felicidade e eu merecia o sofrimento.
(...)
Quando a, agora poderosa, Serena DeMatteo Fiorentino, desembarcou em NY seus olhos vagaram languidamente pelo seu redor... Era um tanto quanto perturbador estar ali, mas ela não deixaria isso se sobressair nela. Respirou fundo, afagou a cabecinha de seu filho e desviou os pensamentos.
Cumpriu todos seus compromissos nos 2 dias seguintes e não via a hora de cumprir o último deles. Um jantar para os altos negociantes, que tinham contribuído com uma causa beneficente em prol de crianças abandonadas. E depois disso ela voltaria para a Itália e aquela angústia em seu peito desapareceria.
(...)
Michael não queria ir naquele jantar. Como sempre, não estava no clima para aquilo, mas como era em uma causa beneficente, ele iria. Tinha gostado de se engajar em causas sociais desse tipo, para quem sabe assim, atenuar a culpa de ter rejeitado seu próprio filho.
(...)
A noite em que o jantar aconteceria estava estrelada e o céu era de um azul-escuro, muito límpido e bonito... Era como se o céu soubesse e desse seu sinal de que muita coisa aconteceria nessa noite.
Serena colocou-se em um vestido preto belíssimo, penteou seus cabelos em um coque alto e maquiou-se. Ajeitou com orgulho a gravatinha do terno de seu filho e sorriu ao olhá-lo. Por mais que ela ignorasse isso, Matheus era muito, muito parecido com ele.
Michael vestiu-se esmeiradamente. Por alguma razão ele sentiu necessidade em se arrumar um pouco mais essa noite e quando deu partida no carro sentiu seu coração acelerar... estranho, porém acalentador. Fazia tanto tempo que não sentia seu coração assim, que até tinha se esquecido que tinha um.
Capítulo 25
A festa estava extremamente agradável. As pessoas andavam de uma lado para o outro conversando alegremente entre si. Foi-lhes dito nos convites que levassem seus filhos, já que o jantar beneficente era para um causa em prol das crianças. Então a presença daqueles pequenos, todos muito bem vestidos, andando de um lado para o outro, alegrou a festa sobremaneira.
Serena estava em um canto próximo a mesa, olhando para seu filho, que conversava com uma loura alta muito bonita. Ela riu como o jeitinho elegante e totalmente sedutor que ele segurou a mão da moça e chamou-a pra dançar. A garota sorriu e inclinou-se para ficar de seu tamanho e murmurou para falar algo para ele. Matheus voltou com uma carinha nada satisfeita e agarrou-se no vestido da mãe. Serena sentou-se em sua mesa e o trouxe para seu colo.
- Então pequenino da mamãe, por que ficou assim bravinho? - Ela perguntou doce.
- Mamãe, eu não sou pequeno - Disse repreensor - Papai me disse que eu era o homem da casa, já sou um rapaz - Cruzou os bracinhos, mal humorado.
- OK, me desculpe, meu rapazinho - Ela riu - Agora me diga o por que dessa carinha?
- Eu chamei a moça mais bonita da festa para dançar e sabe o que ela disse?
- Não - Balancei a cabeça negativamente.
- Ela disse que eu era o rapaz mais bonito da festa, mas não podia dançar comigo, por que o namorado dela ia sentir ciúmes de mim - Ele fez uma caretinha e Serena teve vontade de gargalhar, mas conhecendo o gênio dele sabia que ele se irritaria se ela o fizesse. Ela olhou rapidamente para a moça com quem Matheus falava a pouco e ela sorriu dando de ombros. Serena murmurou inaudivelmente um tudo bem.
- Olhe para mim, meu anjo - Matheu levantou a cabeça e encarou a mãe - Como ela disse, você é o rapaz mais bonito da festa mesmo. Talvez ela realmente tenha um namorado que iria ficar bravo de vê-la dançar com um rapazinho tão lindo e talvez você devesse procurar uma daminha do seu tamanho. Não acha que a moça bonita é muito alta para você?
- É verdade. Você tem razão mamãe, como sempre - Ele pulou do colo da mãe e antes de sair deu um beijo estalado na bochecha dela - Volto logo.
- Vá meu anjinho, mas não demore a voltar - Ele assentiu e saiu pelo salão.
Serena riu observando-o tirar uma menininha para dançar. Ele era extremamente genioso e tinha se nomeado o homem da casa e aí de quem dissesse o contrário. Nem parecia que essa criaturinha tinha só 5 aninhos.
Ela pôs-se a conversar com uma senhora que ali estava. E enquanto elas falavam de seus respectivos filhos o tempo passou, Matheus se afastou e Serena nem sequer notou.
No outro extremo do salão Michael estava sentado em uma das mesas. Estava observando encantado as crianças correndo de um lado a outro e sua melancolia começava a atingi-lo... Como estaria seu filho agora? Onde estaria? Seria um garotinho feliz? Quando viu-o naquela foto a quase 3 anos trás achou-o parecidíssimo com ele, mas não faz ideia de como estaria agora.
Ele viu um garotinho de cabelos compridos, vestido em um bonito terno, caminhando meio a esmo por ali e resolveu ver o que estava acontecendo.
- Olá - Ele se ajoelhou ficando do tamanho do garotinho.
- Oi - Ele disse tímido, encolhendo-se um pouco.... Aquele garotinho lembrou ele próprio quando era um molequinho.
- Está perdido? Onde está sua mamãe?
- Não sei - O lábio do garotinho tremeu, mas ele logo se recompôs - Mas eu vou achá-la. Sou o homem da casa - Michael riu da observação dele. Achou a coisa mais linda desse mundo.
- Claro que vai. Você é mesmo um rapaz - Ele sorriu - Prazer rapazinho, eu sou o Michael e você?
- Eu sou Matheus - Michael estendeu a mão para ele e apertou a mãozinha minúscula do garotinho.
- Então Matheus, posso procurar sua mãe com você? É que estava meio sozinho aqui, precisava de um amigo - Deu de ombros. - Enquanto isso poderíamos conversar de homem para homem, o que acha?
- Ohh uma ótima ideia - Matheus murmurou feliz. Ele estava com medo de não achar sua mãe em meio aquelas pessoas, mas claro que não diria. Afinal ele era o homem da casa.
- Então vamos - Eles caminharam lado a lado, tendo sua conversa de 'homem'. Que nada mais era do que o desenho animado de que mais gostavam e o time de futebol pelo qual torciam.
Quem os via assim de longe, andando igualmente, com as mãos nos bolsos e os sorrisos iluminados, logo viam que eram pai e filho.
- ... é mesmo um time legal...
- Achei a mamãe - Matheus gritou, interrompendo Michael.
- Que ótimo - Ele sorriu. - Vamos até lá.
Eles caminharam até a bela mulher de vestido preto, que até então estava de costas.
- Mamãe - Matheus chamou , puxando a saia de seu vestido. E quando Serena se virou quase caiu de costas. Seus olhos se arregalaram e seu coração acelerou em seu peito... Era ele, depois de 6 anos, lá estava ele...
- Michael?! - Perguntou pálida e totalmente assustada.
- Serena! - Ele sorriu.
Capítulo 26
O tempo parecia ter parado para ambos. Eles se olhavam fixamente, mas não conseguiram dizer uma palavra sequer por algum tempo, até a vozinha de Matheus tirá-los do transe momentâneo.
- Mamãe, você conhece o Michael? - Perguntou.
- Si--- sim meu filho - Disse totalmente desorientada.
Michael encarou o garotinho e seus olhos encheram-se de lágrimas, um nó formou-se em sua garganta.
- Ele é....
- NÃO! - Serena gritou assustando seu filho - Cale a sua boca. Você não tem o direito - Grunhiu.
- Mamãe? - O garotinho disse assustado.
Michael ignorou o comentário irado de Serena. Não desviou os olhos de seu filho. Uma lágrima desceu por seu rosto e um sorriso formou-se em seus lábios. Ele queria inclinar-se e abraçar apertado esse menino. Esse sempre fora seu sonho; ter seu filho em seus braços. Mas estava ciente de que o garotinho acharia estranho e a última coisa que ele queria era vê-lo confuso.
- Hey rapazinho, por que não vai chamar aquela loirinha ali para dançar com você - Michael se inclinou para falar no ouvido do filho - Ela estava te olhando - Sussurrou.
- Mesmo?
- Harãm - Assentiu sorrindo.
- Valeu tio, você é muito legal - O garotinho saiu sorridente, caminhando confiantemente até a garotinha.
Quando ele estava longe o suficiente o clima entre Michael e Serena voltou a pesar.
- Sugiro que vá embora agora e esqueça que viu Matheus. - Disse séria, em sonoridade glacial.
- Não entende que eu vivi esses 6 anos sonhando com esse dia? - Ele sorriu - Com o dia em que eu iria rever você e o nosso filho.
- O MEU FILHO - Gritou - MEU E DE DEMATTEO.
- Pare de gritar feito uma louca - Rugiu. - Seu marido pode ter criado esse menino e pelo que vi fez um ótimo trabalho, mas isso não muda o fato de que é meu sangue que corre nas veias dele.
- Infelizmente. Se eu pudesse faria uma transfusão nele, só para não ter um resquício sequer de seu sangue em meu filho.
As palavras de Serena feriram Michael profundamente.
- Você me odeia tanto assim? - Perguntou com a expressão e tom de voz dolorosos.
- Me deixa em paz - Ela virou-se para sair de perto dele, mas Michael não permitiu.
- Você não me odeia não é? - Ele olhou profundamente nos olhos verdes dela e encontrou ali muita mágoa, dor, mas nenhum resquício de ódio, e o silêncio dela só confirmava o que ele via em seus olhos.
- Me largue, Michael - Ela puxou seu braço - O que você me fez não há como ser esquecido.
- Eu sei que não há, mas eu ainda posso me redimir.
- Redimir? - Ela gargalhou exageradamente - Depois de 6 anos sem se importar por onde andávamos, você quer se redimir?
- Não. Eu sabia onde estavam, eu fui atrá...
- Cala essa boca. Eu não quero ouvir nada que venha de você. Esqueça que me viu aqui e esqueça Matheus, o pai dele é DeMatteo, você é só um estranho que foi legal com ele em uma festa, contente-se com isso. Foi você que quis assim - Dizendo isso ela afastou-se dele, segurou a mãozinha de Matheus e deixou a festa.
Quando as pernas de Michael o obedeceram e ele conseguiu caminhar, já era tarde demais. Ela já tinha ido embora da festa... mas dessa vez isso não ia acabar assim.
(...)
Serena perdeu-se em pensamentos enquanto o carro seguia para o hotel onde estava hospedada. Matheus encheu-a de perguntas, mas logo dormiu em seu colo e só assim ele pôde deixar de ser a forte e decidida "Serena DeMatteo Fiorentino" para ser a Serena Points, ou a Seven, de anos atrás... e ela chorou... Chorou até seu corpo se sacudir pelos soluços contínuos. Chorou pelas palavras ditas por ele no passado, chorou pela rejeição e chorou por não conseguir odiá-lo mesmo depois de tudo.
Ela estava decidida. Assim que chegasse ao hotel compraria duas passagens de volta a Itália e jamais voltaria a NY. Queria distância daquele homem.
(...)
Michael chegou em sua casa em tempo record. Pegou o celular e ligou para Paul, depois de um breve resumo do que tinha acontecido ele implorou-o para que ele descobrisse onde Serena estava hospedada. Vinte minutos depois Paul ligou-lhe de volta informando onde Serena estava e sem pensar duas vezes Michael pegou o carro e partiu até onde Serena estava. Dessa vez não havia nada que DeMatteo pudesse dizer para que ele deixasse-a. Ele ia fazer o que deveria ter feito a 6 anos atrás, iria rastejar aos pés dela, pedir-lhe perdão e dizer que a amava mais que tudo.
Capítulo 27
Foi preciso que Michael desembolsasse alguns dólares para que o porteiro o deixasse subir sem ser anunciado e claro que ele é bastante conhecido para ser barrado em algum lugar.
Ele subiu até o segundo andar pelo elevador, ruminando as coisas que ela havia lhe dito a minutos atrás naquela festa. De uma coisa ele tinha certeza, ela não o odiava, de jeito nenhum. Talvez assim fosse mais fácil conseguir seu perdão... Bem, também tinha DeMatteo, que dificultaria muito as coisas.
Quando ele se viu parado em frente ao seu quarto respirou fundo e bateu na porta. Serena, que tinha acabado de deixar Matheus na cama, achou estranho alguém batendo em sua porta, sendo que ninguém havia sido anunciado. Deu de ombros, achando ser o serviço de quarto e foi abrir a porta.
- Você? - Perguntou incrédula, sentindo seu sangue ser drenado de seu rosto. - Como conseguiu subir sem ser anunciado?
- Isso não importa - Ele suspirou - Eu precisava falar com você.
- Mas eu não quero falar com você - Ela tentou fechar a porta, mas Michael foi mais rápido colocando o pé e impedindo-a de fazê-lo. Ele forçou a porta e conseguiu entrar.
- Estamos sozinhos?
- Vá embora, Michael. - Grunhiu possessa.
- Preciso mesmo lhe falar Serena, me esculte por favor - Pediu.
- Não quero!
- Urghhh - Rugiu feito uma fera. Serena conhecia bem o que sempre vinha depois desses rugidos ela lembrou-se bem da primeira vez que eles tiveram esse mesmo tipo de jogo.
"- Saia, agora - Apontou a porta aberta para ele.
- Mas eu estou ...
- Agora - Falou 3 oitavas mais alto.
Ele não disse mais nada, apenas a encarou de uma forma totalmente lasciva e lançou-lhe um sorriso lascivo, quase malévolo. Ela estremeceu tanto pelo olhar quanto pelo sorriso.
Michael deu-lhe as costas e caminhou para a saída, ela estava quase arrependida de tê-lo mandado ir embora quando ele fez algo que ela não esperava. Ao invés de sair porta afora, ele trancou a mesma e virou-se outra vez para encará-la.
- Michael - Foi a única palavra que ela conseguiu formular enquanto o observava caminhar até ela, lentamente, feito um felino pronto para atacar sua presa. Quando estava perto o suficiente ela recuou alguns passos - O ... o que pretende fazer? - Era um pergunta quase retórica , por que ela sabia bem o que ele iria fazer.
- Eu tentei ser bonzinho, você não quis - Ele deu de ombros e enquanto ela se perdia em mais um de seus sorrisos lascivos Michael segurou-a pelos ombros e empurrou-a de encontro ao vidro da janela."
Serena balançou a cabeça para dissipar o pensamento e respirou fundo para manter-se sóbria.
- O Matheus está dormindo atrás dessa porta - Murmurou encolhendo quando o viu se aproximar. Michael parou instantaneamente. - Seja breve, por favor.
- E seu marido?
- Michael, não acho que tenha vindo até aqui falar de DeMatteo.
- Não mesmo, mas quero saber se não há chance dele atrapalhar.
- Não há Michael, DeMatteo está morto - Baixou a cabeça.
- Eu sinto muito - Ele lamentou e tentou se aproximar para confortá-la, mas ela o deteve com um aceno de mão.
- Vá direto ao assunto - Disse séria.
- Eu vim te pedir perdão e dizer que a amo, Serena - Ela gargalhou por alguns segundos deixando Michael irritado - Pare de gozar de mim, como se eu fosse um idiota.
- Você é um idiota - Ela disse contendo-se - Então você me enxota da sua casa, rejeita seu filho, me acusa de assassina, passa 6 anos sumido e agora volta dizendo que me ama e quer meu perdão? Isso é cômico.
- Não há nada de cômico nisso, Serena. - Disse sério.
- Espera... Você me enxotou de sua casa antes por que tinha certeza que eu havia ajudado a matar Brian. O que te fez mudar de ideia?
- Eu descobri tudo... Martinéz me contou antes de ser preso e morto.
- Ahh sim, agora tudo está explicado. - Ela balançou a cabeça - Você acreditou não acreditou em mim; a mulher que sempre te amou e que estava grávida de um filho seu, mas acreditou em Martinéz, o homem sórdido que me espancou e matou seu irmão?
- Eu sei que fui estúpido, mas eu estava cego Serena, cego pelo ódio e a sede de vingança. Por que não me disse que Martinéz a espancava?
- Por que eu sou uma idiota, que se preocupava tanto com você que tive medo de incitar ainda mais seu ódio e você vir a matar Martinéz... Não queria vê-lo preso...
- Me perdoa meu amor.... Por favor - Ele caiu de joelhos na frente dela sem a menor vergonha. Serena olhou-o embasbacada. - Eu tenho tido o meu pagamento por tudo que eu fiz. Viver longe de você e do meu filho foi o auto-flagelo que escolhi para mim, e eu mereci isso. Mereci todo esse amor reprimido, mereci perder o crescimento do meu filho, mereci não ver a mulher que eu sempre amei com uma barriga enorme, fruto do nosso amor.
As lágrimas desciam em torrentes, tanto pelo rosto de Michael, quanto pelo de Serena.
- Pare de ser ridículo e se levante - Ela fungou, enxugando as lágrimas.
- NÃO! - Gritou - Eu mereço ficar de joelhos e te implorar. Eu não deveria ter desistido de você... eu... eu fui para a Itália atrás de você, mas DeMatteo me disse que você estava bem com ele, que eu não era capaz de fazê-la feliz e... e que eu merecia sofrer com seu afastamento - Soluçou - E ele tinha razão, então antes de voltar pra cá eu fui ver você, de longe... e eu a vi abraçada a ele, você sorriu quando ele apareceu e eu não podia tirar seu sorriso mais uma vez. Eu não mereço você, nunca vou merecer, mas eu precisava te pedir perdão e dizer que a amo e que sempre amei, desde aquela tarde na praia. Por mais que eu quisesse esconder até de mim mesmo, sempre foi amor.
O silêncio pairou entre eles. Foram segundos de um silêncio agoniante, até que Serena quebrou-o.
- Saia, Michael. Me deixe viver em paz, voltar para a Itália com meu filho e esquecer de você outra vez - O coração dela se comprimiu ao dizer tais palavras.
Ela o amava, é claro, mas a mágoa ainda era mais forte que esse amor... ela não conseguia perdoá-lo.
Ele levantou-se e enxugou os olhos com o dorso das mãos. Michael pareceu tão desprotegido aos olhos de Serena, que ela teve de se concentrar muito para ignorar a vontade de abraçá-lo.
- Tudo bem - Disse com a voz trêmula - Pelo menos agora sabe como me sinto - Sorriu tristemente - Eu queria te pedir uma última coisa.
Ela ponderou, mas resolveu ouvir o pedido dele.
- Diga.
- Deixe que eu abrace Matheus uma única vez, me deixe abraçar meu filho... Eu não direi que sou seu verdadeiro pai... só preciso de um abraço.
Antes de Serena responder uma vozinha geniosa gritou de detrás do sofá.
- Você não é meu pai! - Michael e Serena viraram-se para olhar o garotinho.
- Matheus, meu filho... - Serena tentou se aproximar, mas Matheus desviou e correu até a porta.
- Ele não é meu pai! Dante é - O garotinho gritou mais uma vez e antes que Michael ou Serena pudessem fazer algo, ele abriu a porta e saiu correndo.
- Matheus espere! - Serena gritou e passou feito um furacão pela porta, seguindo o menino e com Michael em seu encalço.
O garotinho começou a descer as escadas apresadamente gritando que Michael não era seu pai. Serena estava logo atrás tentando pará-lo. Ela estava apreensiva, que ele alcança-se a rua... ela sabia bem como ele era.
Como estavam só no segundo andar não demorou para que o menino chegasse ao lobby do hotel e disparasse a correr, ele abriu a porta frontal sem dificuldade e alcançou a rua.
- Matheusssssssssssssssssss! - Serena gritou desesperada, mas já era tarde demais.
O som das rodas do carro travando ecoaram em sua cabeça tirando-a de órbita por segundos, o barulho oco da pancada do corpinho de seu filho sendo lançado ao chão trouxe-a de volta.
- Meu Deus! - Michael disse atônito.
Capítulo 28
O que ocorreu em seguida foi uma correria desesperada, seguida por choros e gritos. Enquanto Serena estava sentada no asfalto, com o corpo inerte de seu filho no colo, Michael estava ligando para uma ambulância. Ele estava em um estado de choque tão profundo que suas reações foram reprimidas impedindo-o de chorar, gritar, se desesperar ou agredir o homem que tinha atropelado seu filho.
O homem não teve culpa, afinal o garotinho atravessou a rua correndo sem olhar. E ele foi digno o suficiente para esperar e ajudar com o socorro, mas mesmo assim Michael sentiu vontade de bater nele, se ele não estivesse tão atônito teria feito isso.
A ambulância chegou ao lugar rapidamente, colocaram o garotinho em uma maca e o levaram dali. Serena não permitiu que Michael fosse com ela na ambulância e como ele não queria discutir seguiu-a de carro.
Agora ambos estavam sentados em um corredor branco, frio e impessoal do hospital. Serena tinha se acalmado um pouco, mas as lágrimas ainda desciam por seu rosto. Michael já tinha saído um pouco do seu estado de choque e agora torcia nervosamente um filete de aço, que estava solto da cadeira onde ele estava sentado. Ele estava tão inerte a tudo ao seu redor, que não tinha notado que estava se ferindo ao manusear o aço da cadeira.
- Pare com isso - Serena disse ríspida, segurando a mão dele - Já vi sangue demais por hoje.
Ele olhou para baixo e viu o sangue de sua mão, limpou-o na calça rapidamente.
- Me desculpe - Sua voz saiu rouca e arrastada. Os olhos dele estavam cheio de lágrimas, mas ele as impedia de cair teimosamente.
Serena compadeceu-se dele pela segunda vez naquele dia.
- Michael? - Ele levantou a cabeça para olhá-la - Pode sentar aqui - Ela fez um gesto para a cadeira ao seu lado e Michael obedeceu-a sentando-se na mesma.
- É tudo culpa minha - Ele disse e foi incapaz de segurar as lágrimas - Se eu tivesse te deixado em paz... se eu tivesse ido embora quando você mandou, o Matheus não teria se acidentado... eu só ferro as coisas - Soluçou - Se acontecer algo com ele, a culpa será minha Serena... minha e eu não vou me perdoar nunca - Os ombros largos e másculos dele se sacudiram quando seu choro aumentou...
Michael só se sentira assim outras duas vezes na vida. Primeiro quando perdeu seus pais, mas lhe restou Brian para segurar sua mão e enxugar suas lágrimas. Depois Brian se foi e ele sentiu-se só... Até achar Serena e descobrir o quanto a amava, mas ele estragou tudo e por sua culpa seu filho estava em um hospital. Ele deveria mesmo se manter longe, ele não era bom pra ficar do lado de ninguém...
- Ele vai ficar bem - Serena levantou sua mão hesitantemente e tocou o braço dele. Michael a olhou e viu-a sorrir minimamente - Não foi culpa sua. Ele só ouviu a história de um jeito errado. Vou explicar a ele e tudo ficará bem.
- Vai dizer a Matheus que sou o pai dele?
- Um dia eu teria mesmo que dizer - Ela deu de ombros.
- Obrigado - Ele sorriu e a vontade de abraçá-lo só aumentou em Serena.
- Todo mundo merece sua redenção - Michael capturou a mão dela e apertou na sua.
- Você me perdoará algum dia?
- Eu... eu nunca senti raiva de você. Me senti magoada, abandonada, mas eu tive muito amor para curar isso... DeMatteo foi maravilhoso pra mim e eu aprendi muito com ele, inclusive a praticar o perdão. Eu sei que está arrependido de coração, Michael, e por isso eu o perdoo. - Michael sorriu mais amplamente.
- Você ainda me ama? - Serena puxou sua mão e levantou-se.
- Não misture as coisas, eu disse que o perdoava pelo que fez, mas não o quero em minha vida. - Michael ia retrucar, mas um médico se aproximou e impediu a discussão de continuar.
- Vocês são os parentes de Michael Matheus DeMatteo Fiorentino? - Michael olhou interrogativamente para Serena, mas ela o ignorou.
Ela tinha dado o seu nome a Matheus? Ele sorriu com o pensamento.
- Sim doutor, sou a mãe dele. Como ele está?
- O garoto está bem - Serena sorriu de alívio - Foi só um susto. Ele não bateu a cabeça fortemente e só sofreu algumas escoriações leves.
- Graças a Deus.
- Posso vê-lo?
- Claro, ele está no quarto 12.
- Obrigado doutor.
- Disponha senhora DeMatteo - Michael fez uma careta diante do sobrenome.
Quando o médico se afastou Serena rumou para o quarto onde Matheus estava e Michael seguiu-a, louco para finalmente poder abraçar seu filho.
Ele deu um tempo para que Serena entrasse e abraçasse seu filho, logo depois ele abriu a porta e entrou no quarto.
Matheus encarou-o de cenho franzido.
- O que ele tá fazendo aqui mamãe? - Serena virou e viu um Michael apreensivo parado na porta.
- Filho, nós precisamos conversar sobre o seu pa...
- Meu pai é Dante, não ele. Quero que ele vá embora, saia do meu quarto.
Tais palavras afetaram Michael sobremaneira.
- Matheus... - Serena tentou intervir.
- Não Serena. Tudo bem, eu vou sair. Leve o tempo que precisar para falar com ele, eu vou estar por perto...
- Não quero você por perto - Matheus gritou.
- Já chega, Matheus.
- Eu mantenho contato - Michael engoliu o nó que formou-se em sua garganta e olhou mais uma vez para a mãe e o filho que estavam naquela cama.
Lamentou pela enésima vez... tudo poderia ter sido tão diferente...
Ele fechou a porta antes de sair e sumir pelos corredores do hospital.
Capítulo 29 (Penúltimo capítulo)
Dentro do quarto Serena preparou-se para conversar com seu filho. Ela estava apreensiva, é claro, mas teria de dizer-lhe toda a verdade.
- Matheus, a mamãe precisa contar uma história a você, mas quero que prometa que vai ouvir tudinho e só depois vai me dizer o que acha, está bem?
- Sim, mamãe - Assentiu.
- A alguns anos atrás, antes de você ter nascido a mamãe namorou o Michael. Eu fui muito feliz com ele durante algum tempo.
- Você amava ele, mas do que amou meu papai Dante?
- Amei os dois de formas completamente diferentes. Então nós brigamos muito feio, meu pequeno, e eu tive que sair da casa dele, mas eu já estava com você aqui dentro - Ela acariciou o ventre, com um sorriso nos lábios.
- Quando você saiu da casa dele, ele sabia que eu estava na sua barriga?
- Sim, ele sabia - Assentiu.
- Então por que ele deixou você ir embora? Por que ele deixou que eu fosse embora?
- Olha meu anjinho, eu não posso responder por ele, mas acho que ele estava muito magoado com uma coisa que ele achou que eu tivesse feito, uma coisa muito ruim, por isso ele me deixou ir.
- Mas você fez essa coisa ruim?
- Não, eu não fiz e ele descobriu tudo depois e foi atrás de nós dois lá na Itália, só que nós já estávamos morando com seu papai Dante e ele não quis atrapalhar...
- Então ele é mesmo meu papai? O Dante não?
- Ele é seu papai sim e o Dante também, por que ele te deu muito amor não foi? - Tocou o nariz dele e Matheus riu.
- Sim, mãezinha. Então eu tenho dois papais?
- Sim, você tem meu amor. - Ela sorriu.
- Acho que eu tenho que pedir desculpa pro Michael, não é?
- Com certeza, ele ficou muito triste.
- Eu vou pedir desculpa a ele, mãe.
- Esse é meu garoto - Beijou a bochecha dele.
(...)
Michael não quis voltar ao hospital no dia seguinte. Achou melhor dar um tempo para Serena e Matheus, de fato ele teve medo dela fugir dele, mas se isso acontecesse ele correria atrás dela onde quer que fosse.
Paul ligou para ele naquela tarde e eles conversaram por longos minutos. Assim que desligaram Michael discou para o hospital e perguntou sobre Matheus, quando chegou até seus ouvidos que Matheus havia tido alta a algumas horas atrás ele se sentiu aliviado, mas também angustiado, pois se Serena quisesse partir agora a única coisa que ele poderia fazer era segui-la feito um louco.
A conversa dos dois no hospital havia feito sua esperança florescer. Ele não podia ter certeza se ela voltaria a ficar com ele, mas ele iria tentar até a exaustão... Bem, e ainda tinha Matheus, ao qual ele também precisava conquistar.
Ele passou vários minutos embaixo do chuveiro tentando lavar todos os pensamentos, angústias e anseios, para só assim depois ele ir até o hotel onde Serena estava. Assim que ele desligou o chuveiro e saiu do banheiro ouviu sua campaia tocar, ele vestiu seu roupão e foi atender.
- Serena?! - Foi impossível para ele não sorrir assim que a viu.
- Desculpe vir sem avisar - Sorriu minimamente - Posso entrar?
- Claro, por favor - Ele deu passagem e ela entrou.
Serena demorou alguns segundos observando o apê dele. Não havia mudado quase nada desde que ela saiu dali naquele noite, a seis anos atrás... Ela lembrou-se muito rapidamente do quanto havia sido feliz, mesmo que enganada, naquele lugar. Balançou a cabeça para dispersar as lembranças e voltou a olhá-lo, demorando um tempo demasiadamente longo em seu pescoço alvo, que estava molhado por gotículas de água.
- Estou tão feliz em vê-la aqui, que nem sei o que dizer - Ele disse.
- Eu vim por que queria te dizer que Matheus já sabe a verdade e quer vê-lo.
- Mesmo? - Seu sorriso se ampliou.
- Sim, eu te disse que diria a verdade.
- E ele não me odiou pelo que fiz, assim como você?
- Já disse que nunca o odiei - Suspirou profundamente - E é obvio que omiti uma parte da história, não queria mesmo que eu dissesse tudo, não é? Ele só é um menino de cinco anos.
- Claro, já me faz feliz só de ter dito a ele que sou seu pai e ele querer me ver. - Ela assentiu.
- Tem de ir vê-lo ainda hoje, por que voltaremos para a Itália amanhã pela manhã - O sorriso de Michael se desfez instantaneamente.
- Vai embora?
- Sim.
- Vai afastar meu filho de mim? Vai ter coragem de fazer isso?
- Não seja hipócrita, Michael, você passou seis anos longe dele e nem por isso morreu.
- Mas que porra, Serena. - Gritou, assustando-a - Eu já te disse que sofri feito um condenado durante esses seis anos, e que só os deixei por que achei que mereciam ser felizes, mas parece que quanto mais eu falo mais você não ouve. Que droga! Eu te amo, porra!
Serena estava olhando-o com os olhos arregalados e Michael estava ofegante depois dos gritos.
- O que eu tenho que fazer pra te fazer entender? - Ele se aproximou e Serena não recuou - O que tenho de fazer para você ficar? - Mais um passo em direção a ela - Eu já me ajoelhei, chorei, implorei, mas mesmo assim você me ignorou - Agora ele estava colado a ela, segurando a nuca dela possessivamente - Você ainda me ama, não é?
Serena não respondeu, mas quando ele apertou-a contra si e roçou seus lábios nos dela e ela gemeu, ele teve sua confirmação.
- Eu amo tanto você... me deixe te mostrar que eu mudei, que agora pode ser de verdade - Ele beijava-a castamente depois de cada palavra, por todo os rosto e no pescoço, mas nunca nos lábios.
- Não, Michael - Ela disse totalmente sem força, em um fio de voz.
- Você quer... eu sei, eu sinto. Está arrepiada só com meus ínfimos toques - Ele traçou um único dedo pelo pescoço dela. - Me deixe fazer amor com você, e eu vou te provar como a amo, vou te adorar com meu lábios, beijá-la e acariciá-la de uma forma tão única que jamais poderá esquecer... - Sussurrou a última frase no ouvido dela.
Todas as defesas de Serena minaram ali... Ela sabia que não era imune a sedução dele, nunca seria nem mesmo se tentasse por mil anos.
E finalmente, depois de tanta raiva, vingança, mentiras, separação e muito amor, as bocas se uniram novamente. Primeiro um roçar de lábios, como se estivessem marcando para sempre o gosto um do outro em si, para só assim a língua de Michael pedir passagem aos lábios dela, que cedeu de imediato, e o bailar e acariciar de línguas sincronizadas se deu, por longos minutos... ambos esqueceram-se até de respirar naquele momento.
Alheio as escadas em seu caminho, Michael subiu com sua amada nos braços. Olhos nos olhos, as bocas amplamente enlarguecidas em um sorriso pleno.
Ele a colocou na cama e olhou-a alguns segundos, admirando a beleza daquela mulher... a mulher a qual ele amava... a bondosa mulher que o perdoou e que agora estava de volta a sua cama, mas dessa vez não por vingança e sim por amor, um amor que ele jamais esperou sentir.
E enquanto a despia ele beijou cada parte desnuda de seu corpo, murmurando na quase-penumbra do quarto o quanto ela era linda e o quanto ele a amava. Ela agarrou firmemente os ombros largos dele e beijou-lhe o pescoço sentindo o gosto de seu suor que escorria em minúsculas gotas pela sua pele alva.
- Me faça sua - Ela sussurrou perdida na languidão do orgasmo que acabara de ter. Michael havia guiado-a até o êxtase enquanto sugava-a e acariciava-a.
Ele posicionou-se entre as pernas abertas dela e invadiu-a com uma lentidão sôfrega, ambos deleitando-se com a sensação de estarem conectados em um só corpo... Eles encaixavam-se tão perfeitamente, era como se tivessem sido feitos um paro o outro e apesar do destino ter bagunçado muitas coisas no começo, ele sempre tivera o único plano de uni-los.
- Michael - Ela gemeu seu nome, enquanto o êxtase começava a formar camadas de espasmos em si.
- Eu a amo, Serena, a amo - Ele sussurrou aumentando as estocadas e levando-a a beira do precipício de sensações, que é o orgasmo.
- Também o amo - Ela respondeu abrindo os olhos... e ambos livres de todas as antigas amarras, deixaram-se levar pelo ápice dos corpos, o ápice do ato de amar... o ápice.
Capítulo 30 (Último capítulo)
Depois de amá-la por horas e provar para Serena que seu amor dessa vez era real, Michael levou-a até o banheiro e banhou-a como se ela fosse de porcelana. Serena riu várias vezes do cuidado excessivo que ele estava tendo. Depois de recompostos eles seguiram para o hotel onde Serena estava hospedada, de mãos dadas e sorridentes. De quando em quando Michael puxava-a para um abraço e beijava-a longamente.
Michael hesitou por um momento, assim que estava de frente para a porta do quarto onde seu filho estava.
- Hey - Serena segurou seu rosto entre as mãos - Não tema, Matheus é um garoto de coração enorme, ele saberá ser justo com você - Michael sorriu.
- Ele só pode ter saído a você - Acariciou o rosto dela.
- Nisso pode até ser, mas em todo o resto ele não se parece comigo - Eles riram.
- Senhora DeMatteo - A babá chamou a atenção do casal.
- Sim, Giovanna?
- Matheus acabou de acordar e está perguntando pela senhora.
- Irei até lá agora. Obrigado. - A babá assentiu e se retirou.
- Senhora DeMatteo - Michael fez uma careta - Isso mudará em breve... Senhora Jackson soa muito melhor. - Serena riu.
- Talvez eu concorde com você. - Michael beijou-a novamente - Agora vá falar com seu filho.
- Você não vem?
- Vá na frente - Ele assentiu e sumiu para o quarto de Matheus.
O garotinho sorriu assim que viu Michael e recebeu com uma resposta um sorriso emocionado de seu pai.
- Pode vir até aqui - Ele bateu a mãozinha ao seu lado na cama. Michael obedeceu e sentou-se ao seu lado.
- Está bem?
- Claro, esqueceu que sou um rapaz? - Michael riu.
- Ohh, é verdade. - Eles ficaram em silêncio por alguns segundos. - Gostou de saber que sou sei pai?
- É estranho, mas me acostumo. E mamãe me disse que vou ter dois papais, por que Dante também era meu pai, você sabe né?
- Sim, eu sei, e se ele tivesse aqui eu o agradeceria muito por ter cuidado tão bem de você.
- É.. ele era legal... Você também parece ser legal.
- Você acha?
- Hurum - O garotinho assentiu.
- Eu sempre quis te pedir isso... Posso te dar um abraço?
- Com uma condição! - Disse.
- Qual?
- Se me deixar te chamar de papai.
- É tudo que mais quero, meu filho.
- Então pode me dar um abração, papai.
Michael segurou seu filho em seus braços e o apertou cuidadosamente neles... Era seu sonho se realizando. Ele teve de passar por tantas coisas, de aprender tanto para chegar até aquele abraço, mas ele tinha conseguido e agora ele estava completo.
Serena, que até então observava-os do umbral da porta, se aproximou e juntou-se ao abraço. Feliz de finalmente ver seu sonho se realizando, depois de tantas coisas.
Eles se amavam, tinham seu filho, suas carreiras e uma vida para aproveitarem tudo que tinham perdido até agora.
Fim
Continuaaaaaa >< ta muito legal esta fic!
ResponderExcluirContinuaaaaaaaaa #anaCARLA
ResponderExcluirContinua
ResponderExcluirFanfic perfeiita .. o suspense tah me deixado mega animada ...
ResponderExcluirContiinua
~Brenda
Continuuuua! Ta maravilhosa! <3
ResponderExcluirCADE O RESTO CONTINUA ESTOU CURIOSA
ResponderExcluirlinda sua historia adorei
ResponderExcluirficou lindo, gostei
ResponderExcluir