domingo, 24 de agosto de 2014

Série: "Minha submissão" (+18)

Autora: Paulinha Jackson



Série Dominados - Livro I

Sinopse

Você deve estar acostumada a ler histórias onde há uma mocinha, quase sempre submissa e doce. Deve estar acostumada a ler histórias onde o mocinho é poderoso. Histórias onde há uma vilã ou vilão maldosos...
Mas nessa história não há mocinhos nem vilões, todos se mesclam, não há poderosos e submissos, estamos de iguais para iguais.
Uma mulher poderosa, com prazeres diferentes.
Um homem poderoso e infinitamente cheio de luxúria.
Uma paixão, um segredo, um trauma e talvez amor.
Se deliguem do mundo, abram suas mentes e embarquem nessa história.

Capítulo 1


“Bom dia ouvintes da rádio New York – O dia hoje está ensolarado, temperatura aproximada em 25° - Vamos aproveitar esse dia lindo...

O que o animado radialista tinha pra dizer não me interessava. Eu definitivamente não estava em um bom dia e uma pessoa demasiadamente animada só me deixava ainda mais estressada.
Acho que umas férias me cairiam bem, mas infelizmente não tenho nem previsão para isso.

Estacionei meu porscher do ano em uma das vagas exclusivas da empresa, hoje, um pouco menos disposta a trabalhar do que normalmente estou.

Ajeitei a saia lápis que usava, a lapela do terninho e agarrei minha maleta, antes de descer do carro conferi se meu batom vinho estava borrado. O veículo foi travado com um clique e eu finalmente desci. O estacionamento estava vazio, com poucos carros ocupando as vagas para executivos, o único som sendo os de meus saltos ao encostarem no piso.

Repassei uma terço da minha agenda mentalmente, saindo do meu devaneio quando o celular vibrou, alcancei-o a tempo de ler a mensagem do CEO da empresa, senhor MacCartney, onde escreveu um irritado “Onde está senhorita Mendes? Estamos a aguardando a mais de 5 minutos”
5 Minutos... Ele fala aquilo como se estivesse atrasada por horas. O que droga ele faria com meros 5 minutos? Provavelmente foderia a esposa metida dele, ele bem que tem cara de quem ejacula precocemente. – Ri de meus pensamentos.

Rapidamente passei pelo corredor que me levaria até o elevador, mais 5 minutos e já estava adentrando na ala dos executivos da Publicit NY.

- Bom dia senhorita Mendes – Minha secretária cumprimentou-me. Devo dizer que não lembrava o nome dela, já que nos últimos meses eu venho trocando bastante.

Não é pessoal, só não tolero lerdeza em excesso.

- Bom dia – Estreitei os olhos para ler seu crachá – Lourdes. Vou diretamente para a sala de reuniões, o senhor MacCartney já veio a minha procura?

- Duas vezes – Assenti.

- Quando voltar passaremos minha agenda. – A moça assentiu e eu segui direto para a sala de reuniões.

15 cabeças viraram em minha direção quando entrei no lugar.

- Bom dia senhores – Cumprimentei, me sentando rapidamente.

- Bem, já que a senhorita Mendes já deu o ar de sua graça poderemos iniciar a reunião, lembrando a todos que no final da mesma farei um comunicado. – O CEO se pronunciou.

A reunião transcorreu como de costume, havia sido uma reunião de urgência já que a empresa havia perdido para o concorrente 2 de seus maiores clientes e precisávamos de um plano para retomar o primeiro lugar.

A verdade é que o velho falou por quase 1 hora e meia e não disse nada.

- Como não havia outra alternativa tivemos de ser drásticos. A Publicit NY acaba de contratar o chefe da diretoria da nossa concorrente, o senhor Jackson. Sabemos que ele é o maior responsável pelo sucesso absoluto da empresa e acabamos de toma-lo para nós. – Estreitei meu cenho, encarando o senhor MacCartney.

Como é que é? Se eu sou a chefe da diretoria, em que cargo o tal Jackson trabalharia? De CEO é que não era.

- Por isso, senhorita Mendes, a partir da próxima segunda você divide o cargo com o senhor Jackson.

Velho desgraçado! Minha vontade foi de agarrá-lo pela gola de sua camisa e arremessá-lo pela janela.

- O que tem a dizer sobre isso? – Me encarou.

Fiz o maior dos esforços e pus um sorriso falso no rosto.

- Acho que formaremos uma boa dupla – Ele sorriu e assentiu.

- A reunião está encerrada, podem voltar aos seus trabalhos.

Todos nos levantamos e saímos.

Ódio, acho que era a palavra exata para definir o que sentia naquele momento.
Eu não gostava de dividir nada em minha vida, nunca compartilhei meus brinquedos, não compartilho minha casa com ninguém, aprendi muito cedo que nunca deve compartilhar o coração e agora me aparece esse idiota querendo compartilhar meu cargo na empresa!
Idiota, mil vezes idiota.

Até tinha me simpatizado com a cara do sujeito quando o vi em uma ou duas revistas, era bem bonito, mas agora era guerra.

Mabel Mendes não compartilha nada!


Capítulo 2


No dia seguinte fiz questão de não me atrasar, quem sabe esse energúmeno não fosse bem irresponsável, então rapidinho eu conseguiria colocar ele pra fora da empresa.

Fiz como sempre, estacionei o carro e caminhei para o andar onde ficava minha sala.

- Bom dia, senhorita Mendes – A secretária me cumprimentou.

Possivelmente eu estava com o humor negro demais para lhe responder. E ver uma mesa ao lado da mesa da minha secretária não me ajudou.

- O senhor Jackson não chegou, não é? – Perguntei olhando ao redor.

- Chegou, sim senhorita. Antes mesmo de eu chegar ele e sua secretária já estava aqui – Bufei.

- Ele ficará na sala ao lado? – Comprimi os lábios.

- Sim. – Assenti rigidamente.

Nesse momento uma ruiva alta e magríssima saiu da sala ao lado da minha. Ela caminhou em nossa direção sorridente e eu instantaneamente soube NÃO GOSTO DELA.

- Bom dia, senhorita Mendes, fico feliz em conhecer uma das melhores no campo da publicidade – Ela me estendeu a mão – Sou Marisol, secretária do senhor Jackson. – Apertei sua mão.

- Prazer.

- Vejo que começaram as apresentações sem mim – Ao ouvir a voz do homem, olhei em sua direção.

Ele caminhou com uma leveza sexy até nós. Vestido em um dos ternos risca de giz mais bonitos que já vi, camisa branca por baixo e uma gravata cinza grafite. Os cabelos muito bem penteados para trás, deixando assim em evidência o rosto de maças altas, o nariz esculpido e os olhos expressivos, sem falar naquela boca, que era um convite explicito a luxúria.

Logo pensei em como adoraria leva-lo para o clube e fazer o que bem entendesse com ele, mas apenas pelo modo como olhava não parecia um homem maleável a ponto d se deixar mandar.

- Prazer, senhorita Mendes – Ele tirou as mãos dos bolsos e estendeu uma para mim. Mãos grandes, fortes, de dedos longos – Sou Michael Jackson, seu novo colega de trabalho – Apertei sua mão.

Colega?! Vá sonhando!

- O prazer é meu, senhor Jackson – O lado direito de sua boca ergueu-se em um quase sorriso.

- Acabo de falar com MacCartney ao telefone, ele quer nos ver.

- Claro – Assenti e passei em sua frente, seguindo para o elevador.

Quando as portas do elevador fecharam-se ele fitou-me, logo iniciando uma conversa.

- Acho que nós dois juntos faremos estragos no mundo publicitário, não acha senhorita? – Encarei-o, sem esboçar reação alguma.

- Acho que precisa manter seus pés no chão, senhor, não coloque o carro na frente dos bois. – Sibilei.

Uma faísca de diversão lhe atravessou.

- Tenho plena convicção dos meus talentos, senhorita, está lhe faltando um pouco de autoestima.

Agora ele havia me irritado.

- Logo se vê que não é daqui, senhor. Não creio que me falte autoestima, mas sim me sobra cautela... Não pense que Nova York é como o interior cheio de esterco de vacas de onde saiu. Aqui lidamos com gente pensante. – Sorri torto.

Dessa vez ele pareceu irritado.

- Não foi com cautela nem falando com vacas que fiz melhor que a senhorita por 3 meses seguidos.

O elevador parou e abriu suas portas. O cretino saiu, caminhando tranquilamente, enquanto eu fiquei lá, em choque.

Como ousa aquele caipira falar daquele jeito comigo?

Fazia apenas 3 meses que vivia em Nova York, apenas algumas horas que estava na empresa e já me afrontava daquele jeito? Ele ia ver só!

Coloquei meu melhor sorriso no rosto e lhe acompanhei.

MacCartney desatou a falar assim que nos sentamos. Esclareceu o quanto precisávamos nos unir, o quanto seríamos um sucesso no mundo publicitário, o quanto nossos jeitos opostos iria fazer-nos completos... Enfim, um blá, blá, blá idiota.

Claro que eu e o tal Jackson prometemos trabalhar em equipe, mas tudo que eu queria era chutar o traseiro dele para fora da empresa.

Apertamos a mão de MacCartney e voltamos para o elevador, em completo silêncio.
Meu celular tocou.

Revirei os olhos ao ver o nome que piscava na tela.

- Diga, Rhaí.

- Olá, meu bem – Ouvi-o dizer em sua voz doce.

Eu gostava de Rhaí, nos dávamos bem, mas ele as vezes era grudento demais e isso havia piorado consideravelmente nos últimos meses.

- Estou no trabalho, pode ser rápido?

- É que eu queria vê-la. Que tal jantarmos hoje?

- Pode ser. Me pegue ás 8, agora tenho de desligar, tchau – Apertei o ‘finalizar’ e coloquei o celular no bolso.

Hoje provavelmente carregaria Rhaí comigo até o clube. Estava precisando me distrair...

O elevador, e ainda sem nos falarmos, eu e o Jackson seguimos cada um para a sua sala.


Capítulo 3


Assim que passei a caminhar pelo extenso e penumbroso corredor do clube ‘Lust’ os gemidos e gritos de satisfação encheram meus ouvidos, podia até sentir o cheiro de sexo e imaginar o tipo de diversão que casais compartilhavam dentro daquelas paredes.

Haviam os que gostavam da prática BDSM, os que gostavam de swing e orgia entre casais, os que gostavam de exibicionismo e os que gostavam de tudo um pouco.

Eu particularmente apenas aprecio o BDSM, mas não se enganem ao acharem que Mabel Mendes é uma submissa, prazer, sou a ‘senhora dor’, a única dominante feminina que frequenta o Lust. Uma ou outra já tentou se infiltrar por aqui, mas tem de ser muito foda para ser como eu, por isso elas somem rapidinho.

Se há uma coisa que não é fácil também é achar homens que se deixem dominar. O sexo masculino meteu na cabeça, desde os primórdios, que eles dominam e que somos o sexo frágil, coitado deles, ponham uma chicote em minhas mãos e eu mostro quem manda!

Caminhei mais depressa, Rhaí, meu atual submisso, deve estar me esperando na sala que sempre alugamos aqui.

Porém algo me fez parar, a apenas 2 salas de distância da minha, um grito me fez estacionar em frente a uma porta aberta. Me esgueirei para um canto para observá-los melhor. Apesar do quarto estar na quase penumbra eu podia ver as silhuetas se movendo e as sombras com exatidão.

A mulher estava sobre a cama, apoiada sobre seus joelhos e mãos, seus tornozelos estavam amarrados contra a cama fixamente, suas mãos também atadas ao espaldar da cama, porém a restrição não impedia dela mover seus membros, pois uma fina e longa corrente pendia de suas amarras. Ela estava vendada, com uma ballgag¹ impedindo-a de mover seus lábios e os grampos em seus seios reluziam no quase escuro do quarto.

O homem, que estava de costas para mim, parou atrás da mulher e alisou seu traseiro uma dúzia de vezes antes de descer a mão sobre o lugar em um forte tapa. Me assustei com o barulho e me assustei mais ainda de estar gostando de assistir aquilo. Normalmente eu repudiava as submissas e repudiava mais ainda os dominadores, eles me faziam lembrar meu passado e só por isso já os queria bem longe.

Ele deu-lhe mais uma sequência de palmadas antes de parar e caminhar de volta para a mesinha no canto do quarto, lá ele pegou uma pequena palmatória, do tipo ‘colegial’ – As quais eu adorava usar – e voltou para seu posto anterior, golpeando a bunda, cada vez mais vermelha, da mulher sem dó nem piedade.

A mulher se contorcia na cama, gemia o quanto podia, choramingava... Ela estava à beira de um orgasmo, dava pra ver sua umidade de onde eu estava.

O homem parou o que fazia e caminhou até a mesinha, voltando de lá com dois pequenos frascos, um pacote de camisinha, e uma joia anal. Ele derramou uma quantidade pequena de um dos frascos na bunda da mulher e besuntou-a inteira, passando seus dedos suavemente pelo vão entre suas nádegas, não demorou para dois de seus dedos estarem adentrando o anus dela com facilidade. A mulher pareceu enlouquecer enquanto ele metia seus dedos ali, pensei mesmo que ela fosse arrancar suas restrições enquanto se contorcia. De repente ele parou, encaixando nela a joia anal, ele levou mais um tempo esfregando o clitóris dela com o que deduzi ser emoliente, ele fez isso até a mulher gritar e tremer em um orgasmo como nunca vi antes. Quando a mulher estava mais recomposta ele ergueu-a e finalmente vi ele se livrar das calças que vestiam e.... Puta merda, aquela ereção me deu água na boca e fez meu sexo pulsar mais forte do que ele já fez na vida. Ele era inominavelmente lindo e poderoso. Ele desenrolou a camisinha facilmente em sua ereção e penetrou-a em um só golpe, eu ouvi o poder da estocada de onde estava.

E depois de estar dentro dela ele não parou um minuto sequer, estocando-a continuamente, até a mulher gritar, tremer e se contorcer em mais um orgasmo. Ele parou seu show apenas para carregar a mulher até o centro da sala e amarrar seus braços acima de sua cabeça. A mulher estava mole, mal podendo sustentar-se em seus pés. O homem caminhou para trás dela e ergueu a perna da mulher, trazendo-a para trás, ele não sabia, mas estava assim me dando uma visão panorâmica de tudo que fazia.

Ele rapidamente livrou-a da joia anal e substituiu por sua ereção, passando a estoca-la ferozmente no momento em que esteve dentro dela, enquanto o fazia ele alternava em beliscar o clitóris dela e puxar as correntes das presilhas de seus mamilos. A mulher voltou a tremer e gemer, e enquanto gozava lágrimas molharam seu rosto, tamanho prazer.

Ela escutou um gemido rouco e viu as pernas tensas do homem e segundos depois gotas do seu sêmen molhavam o chão. O homem desprendeu a mulher e colocou-a na cama, livrando-a da venda, das presilhas e da ballgag, em seguida ele entrou no banheiro e trancou-se lá.

Eu estava completamente imóvel depois de ter presenciado tudo isso. Meus mamilos estavam turgidos, gritando para serem beliscados, meu útero formigava, meu sexo pulsava, eu podia sentir meus sucos molhando minha calcinha e eu tive medo de que se desse um passo, que se eu fizesse essa pequena fricção em meu clitóris, eu fosse gozar.

Eu nunca havia me sentido assim, ainda mais assistindo a um dominador, mas aquele em particular me excitou como nunca antes e uma ideia me toldou a mente... O quão maravilhoso esse dom² seria se tornando meu submisso.

Eu iria descobrir de quem se tratava e o traria para a minha submissão.


¹ - (Ballgags ou bola mordaça é geralmente feito de borracha ou silicone na forma de uma esfera com uma correia que passa através do seu diâmetro. É usada como mordaça pelos praticantes de BDSM)
² Dom – abreviatura do nome dominador.
 



Capítulo 4


Sorvi um gole do meu expresso e passei os olhos mais uma vez pela planilha que lia, estava tentando me concentrar a cerca de 20 minutos, mas não surtia efeito, as cenas que vi ontem, os barulhos, o prazer estampado na cara daquela mulher não me deixavam. Se bem me conhecia eu precisava achar aquele homem muito em breve.

Duas batidas na porta me despertaram.

- Entre – Sussurrei, sem olhar quem entrava.

- Bom dia, senhorita Mendes – Levantei meu olhar e vi o intruso se aproximar sorridente.

- Bom dia, senhor Jackson – Pigarrei, livrando-me do óculos e dando-lhe atenção. – Posso ajudá-lo?

Ele sentou-se despreocupadamente na cadeira em minha frente e encarou-me.

- Fica bem de óculos – Ele estava... diferente hoje.

- Agradeço o elogio, mas devo lembra-lo que tempo é dinheiro, então aos fatos, por favor.

- És um poço de bons modos, senhorita Mendes, e deve estar bastante acostumada a mandar, mas também tenho algo a lembrar, não acato ordens – Ele cruzou os braços.

- Pois estamos em uma empasse, caro senhor Jackson, pois também não obedeço a ninguém – Encarei-o sarcasticamente.

- Teremos de nos adaptar então, pois como já lhe disse, aqui o trabalho será em dupla. Tratemos de fingir uma boa relação.

- Infelizmente tenho que concordar com o senhor.

- Então, amigos por fingimento – Ele estendeu sua mão e eu apertei-a, rindo.

- Amigos por fingimento. – Nossos olhares se mantiveram fixos por uma questão de segundos, e impressionantemente, me senti tímida diante de seu olhar.

- Bem, vim para dizer que devemos trabalhar essa manhã no plano de publicidade para a campanha de uísque “All”.

- Estava estudando algumas ideias em casa.

- Ponha-as para fora.

- Pensei....

Passamos toda a manhã trabalhando juntos. Não, não nos matamos, nem sequer discutimos durante todo o tempo. Debatemos nossas ideias, discordarmos, concordamos e por fim o projeto estava montado, a assistência se encarregaria dos slides para a apresentação, que ocorreria na reunião da quinta.

E apesar de continuar achando Michael um intruso, ele ganhou um mínimo de respeito da minha parte. Era inteligentíssimo, tinha uma visão ampla e realista das coisas, a única coisa que me irritava nele era a constante mania de ser imperativo.

- Acho que fizemos um bom trabalho, Mabel Mendes – Assenti, lhe sorrindo.

- Concordo, Michael Jackson.

- Teremos almoço com os representantes da marca Viollete amanhã.

- Está me saindo melhor que minha secretária, senhor Jackson – Michael riu e levantou-se.

- Mulher azeda, estou tentando ajudar – Ele arrumou seu terno e virou-se para sair. Uma calafrio percorreu-me a espinha ao vê-lo de costas, eu não havia prestado atenção nas suas costas, mas agora elas me pareciam muito familiar... Eram largas de uma forma não muito comum em homens magros, o jeito que seus quadris se afunilavam minimamente e sua bunda sobressaía na calça social, me lembrou... Não, impossível ser ele!

-... Senhorita Mendes – Arregalei os olhos, voltando a esse mundo – Sei que sou muito charmoso de costas, mas tente conter-se.

O que? Mas...

- Está louco, seu caipira – Ele meneou a cabeça e deixou minha sala, entre uma risada e outra.
Irritada, apanhei meu porta lápis e arremessei-o ao chão.

Eu não suportava aquele homem, então seria perfeito que ele fosse o misterioso dominador, seria o maior prazer da minha vida açoitar esse intruso e mostrar pra ele que eu mando!

- Lourdes, cancele meus compromissos da tarde, preciso sair urgentemente. Ou faça melhor, transfira-os para o senhor Jackson, ele me parece sempre interessado em trabalho – Desliguei o ramal, apanhei minha bolsa, as chaves do carro e saí.

Antes de sair do carro, pus meus óculos escuros e me certifiquei que ninguém me veria entrando no clube. O fato é que nada acontece no Lust a luz do dia e não fica bem para uma publicitária de renome como eu ser vista entrando aqui.

A discrição é que mais me satisfaz no clube, por que aqui ninguém sabe o que você faz entre quatro paredes – A não ser que você queiram que saiba, é claro – Somos conhecidos aqui por codinomes e pouquíssimas pessoas sabem a verdadeira identidade uma da outra.

Caminhei apressada até o escritório de Elizabeth, dona do clube e uma amiga de longa data minha.

- Mas a que devo a honra dessa visita maravilhosa? – Ela saudou-me alegremente, apertando-me em um abraço – Como tem passado?

- Muito bem, Beth, e você, já marcou a data do casamento com Maurício? – Ela riu.

- Ainda não, mas não acho que o casamento demore a sair. E você e o submisso apaixonado? – Eu ri alto, achava o codinome de Rhaí completamente ridículo, sem falar que ele começava a me cansar.

- Continuamos jogando, mas só! Gosto de Rhaí como amigo, mas não aguentaria seu grude por 2 dias seguidos. – Foi a vez dela rir.

- Você é tão cruel.

- Sou sincera, esse é o ponto.

- Mas me diga, há algo em que posso ajuda-la?

- Sim – Me inclinei para a frente, lhe transparecendo toda a minha ansiedade – Preciso desesperadamente que descubra o nome de um dos frequentadores da casa.

- Mabel, sabe que é quase impossível, pois aqui se usam codinomes, não temos a identificação de ninguém, como posso saber o nome de quem está procurando? Se ainda for um submisso será mais fácil, já que há pouquíssimos aqui e...

- Não! Procuro um dominador! – Ela franziu o cenho.

- Você, a procura de um dominador?

- Eu vi ele jogar e agora não consigo tirar o maldito da cabeça, preciso, necessito de qualquer forma acha-lo e fazê-lo meu submisso.

- Mas, Mabel, um dominador não topará algo assim.

- Eu farei com que tope, ou não me chamo Mabel. Pode me dizer seu codinome então?

- Posso – Beth assentiu – Me diga a data e a hora aproximada em que o viu aqui, vou acha-lo pra você.

- Esteve aqui no domingo passado, no quarto vermelho número 8, acho que era por volta das 10 da noite. – Ela assentiu e digitou freneticamente em seu computador, fazia silêncio na sala enquanto esperávamos o computador nos dizer a resposta. Beth me encarou de olhos arregalados. – Então, o que diz ai?

- Foi sua primeira vez no clube e ele se chama... senhor dor.

Senhor e Senhora dor, parece algo impossível de se realizar, mas eu farei acontecer!



Capítulo 5


“O suor pingava do meu corpo, meus mamilos doíam todas as vezes que ele puxava as finas correntes que interligavam as presilhas que apertavam meus mamilos... Era uma dor maravilhosa, que enviava faíscas de prazer para meu sexo fazendo-o pulsar ainda mais.

Ele pairou atrás de mim e senti a força do seu chicote contra as carnes da minhas nádegas. Eu gritei, me contorci, implorei por ele, completamente entregue. Ele parou o açoite e pude senti-lo separando minhas nádegas e encostando ali a cabeça molhada da sua ereção...”


Dizem que amor es suficiente, pero no tengo el valor de acele frente – A voz forte e profunda de Malú me despertou do meu sonho molhado.

Um fato sobre mim, amo música estrangeira, em espanhol, italiano, brasileiro... Mas essa não era hora para Malú me acordar.

Apanhei meu telefone e encarei a tela antes de atender – Rhaí – Só podia ser ele.

- Bom dia, querida – Disse romanticamente.

Mais um fato sobre mim, eu não sou romântica! Já fui, há muitos anos atrás, mas a vida me ensinou de uma forma bem filha da puta que o romantismo te leva a ser idiota e sendo você idiota, pisam e te humilham sem dó.

- Bom dia, Rhaí – Disse, sem disfarçar minha raiva.

- Desculpe se te acordei, mas é que precisava ouvir sua voz. Senti saudades. – Revirei os olhos.

Homens são todos iguais, esses tipos de palavras meigas e fofas não me ganham mais.

- Não quero ser rude, mas pode ser direto? Preciso me arrumar para ir ao trabalho.

- Claro, meu bem. Que tal jantarmos hoje à noite, já que é sexta e depois podemos ir ao clube, se quiser.

Ir ao clube significava estar mais perto do ‘senhor dor’. Quem sabe não o descubro ainda hoje.
Um sorriso malicioso estampou meu rosto.

- Querida, ainda está aí? – Rhaí perguntou.

Havia até me esquecido dele.

- Estou. Claro que aceito, pode me pegar aqui ás 8?

- Claro, estamos combinados então. Beijos. Pensarei em você.

- Beijo Rhaí – Desliguei o celular e voltei a jogá-lo sobre a mesinha.

Talvez hoje eu descobrisse quem era aquele misterioso dominador, e assim poderia dar início ao meu plano.

(...)

A manhã de trabalho foi corrida. Tive de analisar uma pilha de papéis, me entender com dois representantes chatos, sem falar no mal humor do senhor MacCatner.

Velho mal fodido!

Na hora do almoço com os representantes da Viollete já estava uma pilha de nervos.

- Feliz em ver tão bela dama – Michael galanteou, assim que as portas do elevador se fecharam com apenas nós dois lá dentro. Encarei-o tão feio que ele ergueu as mãos em rendição – Não posso mais elogiar?

- Já ouço elogios demais, mais um não faz diferença – Respondi, sem olhá-lo. Ele riu.

- A modéstia não poderia ser mesmo uma de suas qualidades – Lancei lhe um olhar por cima do ombro.

- Tenho qualidades suficientes para se sobreporem a essa – Ele negou com a cabeça e ficou me encarando, sem desviar os olhos, podia ver isso pelo espelho a minha frente. – Pode parar de me olhar, está me deixando ainda mais estressada. – Grunhi.

- Relaxe, senhorita Mendes. Hum... sei de algo que pode ajuda-la – Ele se aproximou ainda mais de minhas costas e sem rodeios colocou meu cabelo para o lado, Michael soltou sua maleta no chão e suas mãos quentes e firmes voaram para minha nuca pressionando-a com força.

- O que... – A frase de indignação ficou presa na minha boca e tudo que escapou dela foi um vergonhoso gemido – Hummm.... mmmm... Isso é bom – Disse incapaz de me conter.

Estava mesmo tensa e o jeito que ele estava me apertando estava me relaxado tanto que esqueci até que não gostava dele.

- Está mesmo muito tensa – Ele murmurou e eu pude sentir o seu hálito quente batendo contra os pelos do meu pescoço e eriçando-os – Isso não é só estresse. Também deve-se a uma série de orgasmos acumulados, o namoradinho não anda dando conta do recado. – Minha boca se abriu e imediatamente me virei para ele, empurrando-o.

- Grosso! Caipira enxerido – As portas do elevador se abriram e sai quase correndo.

- Hey, Mabel, estava brincando, mas pelo jeito a carapuça serviu – Ele dizia me seguindo e rindo.

- Vá a merda – Ignorei-o e entrei em meu carro.

(...)

Ao chegarmos no restaurante, fomos dirigidos a mesa, mas nossos acompanhantes ainda não haviam chegado. Então éramos apenas eu e o intruso.

Ele parecia impaciente, mexeu em seu celular, bebeu água, vinho, batucou na mesa com os dedos. Já esperávamos há quase 30 minutos, mas nenhum de nós falou com o outro.

O celular dele tocou e ele atendeu-o, assim que desligou ele me encarou.

- Eles não virão.

- O que? – Disse brava – Então espero aquele bando de velhos caquéticos por 30 minutos e eles simplesmente resolvem não vir?

- Já disse que precisa relaxar – Ele deu de ombros.

- Eu vou embora, isso sim – Ia me levantar, mas Michael foi mais rápido, segurando meu pulso om uma firmeza quase dolorida. Puxando-me de volta para a cadeira.

- Não seja infantil, já estamos aqui, vamos almoçar.

- Já disse para não me mandar – Rugi.

- Então não aja como uma garota de 10 anos – Replicou.

Eu não ia concordar com ele, claro que não, mas ele tinha razão. Resolvi ficar, já que estava cheia de fome.

Fizemos nosso pedido e Michael adiantou-se pedindo um vinho muito bom.

Enquanto bebericávamos e aguardávamos, começamos a jogar conversa fora.

- Vou brincar de ser amigável com você, certo? – Disse, ele riu.

- Certo, comece.

- Está gostando de New York?

- Tenho que admitir que é melhor do que eu pensava. Você vive aqui desde sempre?

- Não, na infância e em parte da minha adolescência morei no Texas.

- Wow, temos aqui uma garota country – Eu ri.

- Não exagere, nem gostava de lá.

- Como se gostasse de muitas coisas. Azeda como é! – Me cutucou.

- Pois saiba você que gosto de muitas coisas sim.

- Quero exemplos.

- Humm, deixe-me ver – Batuquei com o dedo no queixo – Gosto de música.

- Tipo?

- Música estrangeira, tipo italiana, brasileira, mas minhas preferidas são as cantadas em espanhol.

- Interessante.

- Gosto de ler, muito.

- Quais temas especificamente?

- Romances.

- Você, lendo romances? – Caçoou entre risadas. O fuzilei.

- Pare de rir de mim, idiota – Ele parou imediatamente. – As aparências podem enganar. Gosto de assistir filmes, de preferência comédias românticas. Gosto de dançar, cantar, mas apenas quando estou bêbada. Gosto de nadar, as vezes ver a estrelas...

- Nossa, realmente diferente de tudo que pensei de você. – Ri.

- E o que pensou de mim?

- Que gostava de filmes de terror, que não lia, não ouvia música, não dançava, não bebia, que achava nadar uma idiotice e que ver as estrelas é piegas.

- Isso prova que tem uma ótima percepção. – Ele riu – E você, do que gosta?

- Acho que compartilhamos gostos parecidos, claro que substituindo os livros por ficção científica, trocando os filmes por filmes de terror e suspense e a música por música clássica.

- Resumindo não temos nada em comum.

- Hey, isso é uma calúnia, eu gosto de ver as estrelas. – Revirei os olhos.

- Isso é tão piegas – Nós caímos na gargalhada feito dois bobos.

O resto do almoço foi descontraído e muito bom, Voltamos cada um para a sua sala e trabalhei o resto da tarde, mas minha mente não se desligava da possível possibilidades de conhecer o senhor dor hoje. E depois daquele almoço achava cada vez mais difícil dele ser Michael Jackson.
 




Capítulo 6


Procurei vestir alguma coisa bonita e simples. Não que Rhaí merecesse meu empenho, mas quem sabe eu não dava de cara com o Sr. Dor hoje e para ele eu deveria estar comestível.

Desci para esperar Rhaí e cerca de 10 minutos depois ele estava estacionando em frente ao prédio. Me apressei em entrar no carro, não queria que ele descesse e iniciasse um papo chato e ‘cavalheiresco’.

- Está belíssima, Mabel – Encarei-o, sorrindo.

- Você também está bonito, Rhaí.

Ele realmente estava. Rhaí era um tipo muito bonito e charmoso, já estava com seus 40 anos, não que aparentasse tal idade. Moreno, alto, rico e impossivelmente lerdo. Servia como ótimo submisso e um maravilhoso amigo.


- Vamos para o lugar de sempre? –Perguntei mexendo em minha bolsa, a procura do meu celular.

- Não, abriu um restaurante novo a algumas quadras do clube, pensei em irmos conhecer.

- Ok.

Rhaí colocou uma música qualquer para tocar e começou a me relatar seu dia, para logo em seguida perguntar do meu. Fomos conversando por todo o caminho e continuamos nossa conversa no restaurante.

O lugar era aconchegante e bastante luxuoso. Estava bastante lotado, por ser sua inauguração.

- Como tem lidado com o tal Jackson? Estava tão chateada por ter de dividir seu cargo. – Rhaí bebericou um pouco do seu vinho e levantou os olhos para prestar atenção em mim.

- Ele é um cara inteligente. Claro que não deixa de ser inconveniente e um caipira metido, mas no trabalho até que nos entendemos. E você, resolveu o problema com sua chefe?

- Mais ou menos... – As seguintes palavras de Rhaí se perderam, por que desviei meus olhos para a entrada e vi um casal entrando.

A mulher, uma loira lindíssima, vestida em um vestido curto e saltos altíssimos. O homem, muito elegante em uma calça social, camisa e blazer. Eles não estavam de mãos dadas, isso logo notei, mas ele segurava no braço da moça possessivamente. Não demorou meio segundo para ele me ver ali, encarando-o de cenho franzido. Ele sorriu e caminhou na direção da mesa onde estava.

- Boa noite – Cumprimentou simpaticamente.

- Boa noite, Michael – Respondi-o.

- Devo dizer que é uma surpresa encontra-la por aqui – Ele disse. Mãos no bolso, sorriso torto nos lábios e a cara mais safada que já presenciei em um homem. – Deixe apresentar minha acompanhante, essa é Germina – Michael voltou a segurar o braço dela – Querida, essa é minha colega de trabalho Mabel – Me levantei para apertar a mão que a mulher me estendia.

- Bem, esse é Rhaí. Rhaí este é Michael, colega de trabalho – Eles se cumprimentaram.

- Desejo que tenham um bom jantar – Disse polido.

- Pra você também – Respondi e logo o casal se afastava.

Foi nesse momento, nesse exato momento que comecei a perceber. Quando a mulher que o acompanhava virou-se eu vi o que parecia ser um colar em seu pescoço... aquilo era uma coleira, típico de submissas. E se aquela mulher usava uma e estava acompanhada por Michael, ele poderia muito bem ser quem eu procurava.

Várias imagens daquele dia assaltaram minha mente, as silhuetas, os gemidos, as posturas. Poderia ser perfeitamente aqueles dois que dividiam o quarto no clube...Será mesmo que ele era o Sr. Dor?

- Mabel, querida – Saí de meus devaneios com a voz de Rhaí chamando-me – Algum problema?

- Não, só estava pensando em algo. Vamos pedir logo.

Estava apreensiva, ansiosa. Eu precisava matar minha curiosidade de uma vez por todas.
Rhaí continuou conversando, completamente alheio a minha dispersão. Sempre que podia eu bisbilhotava a mesa onde Michael e a mulher estava sentados. Pareciam se dar bem.
Conversaram, riram, se tocaram discretamente.

Droga de jantar que não terminava! Eu precisava tocar Rhaí daqui e seguir esses dois, era o único jeito.

- Rhaí, querido – Ele me encarou de olhos arregalados. Acho que nunca chamei-o assim – Não estou me sentindo bem, será que se chatearia se deixássemos o clube para outro dia?

- Cla.. claro que não. Mas o que tem?

- Só um a dor de cabeça chata e um mal estar, acho que é enxaqueca.

- Vamos então, vou deixa-la em casa.

- Não! – Quase gritei. – Por favor, acabe seu jantar, vou pegar um táxi.

- De forma alguma, faço questão de leva-la.

- Não, Rhaí, já disse que vou sozinha, não torre minha paciência.

- Estava querendo ajudar, pode ser menos azeda uma vez na vida.

- Pode ser menos doce uma vez na vida. Já disse que estou bem e vou de táxi, ponto – Joguei o guardanapo na mesa e sai pisando duro. Rhaí não veio atrás de mim. Ele me conhecia bem o suficiente para saber que se viesse seria pior.

Caminhei até o outro lado da rua, onde havia um ponto de táxi e tratei de entrar em um livre.

- Para onde, senhorita? – O taxista perguntou.

- Para lugar algum, vamos esperar alguém sair do restaurante. – O homem ajustou o retrovisor para me olhar.

- Sinto, mas o taxímetro já está rodando.

- Tenho cara de quem não pode pagar uma corrida de táxi? Deixe que ele rode a noite inteira. – Bufei e o homem calou-se.

Ficamos naquele silêncio chato por quase 30 minutos até finalmente eu avistar o manobrista entregando as chaves do carro a Michael.

- Aquele carro, siga aquele carro – Apontei efusivamente para a Suv negra.

Quando o carro saiu, passamos a segui-lo. Michael estava tomando o rumo do clube, sem dúvida alguma era para lá que ele iria. Estava com os olhos fixos no carro minha frente, enquanto as imagens do dia em que vi o Sr. Dor em ação preenchiam minha mente. Uma freada brusca e alguns gritos me fez desviar os olhos.

O carro na nossa lateral havia batido em um motociclista, mas o motociclista parecia bem, estava até xingando o outro.

- Perdemos o carro – O motorista constatou e comecei a olhar freneticamente em volta, para tentar acha-lo novamente, mas nem sinal dele.

- Droga! – Gritei, socando o banco.

- Pra onde iremos agora?

Para onde? Bem, para o clube não poderia ir, já que seria ridículo ficar procurando-o de quarto em quarto, para casa menos ainda, pois ficaria me corroendo de curiosidade, então...
Catei meu celular na bolsa e digitei rapidamente para entrar no banco de dados da empresa e logo achei o que queria.

- Para esse lugar – Mostrei o celular, onde estava o endereço ao homem e ele apenas assentiu.
20 minutos depois estávamos em frente a um prédio luxuosíssimo, praticamente no centro de NY.

Paguei ao taxista e desci, decidida a descobrir alguma coisa hoje, qualquer pequena pista que aplacasse um pouco essa curiosidade insana.

Arrumei o vestido, joguei o cabelo para um lado e espalhei mais o batom na boca.

Assim que parei em frente ao prédio um jovem porteiro, sorridente até demais, veio até mim.

- Em que posso ajudar, senhora? – Perguntou polido, mas não conseguiu evitar de olhar para meus peitos.

- Senhorita – Corrigi, sorridente – Gostaria de uma informação, e sei que um rapaz tão bem apessoado me daria tal resposta.

- Se puder ajuda-la, farei.

- Hum... gostaria de saber sobre um morador daqui – Comecei, sutilmente – Primeiro queria saber se ele está em casa.

- De quem se trata?

- Do senhor Michael Jackson – O home abriu a boca para me responder, mas logo fechou-a.

- Procurando por mim, Mabel? – A voz á minhas costas soou tentadora, pecaminosa... e eu senti tesão.

Minhas dúvidas agora quase nulas, ele tinha a voz, o corpo, o jeito, a silhueta do Sr. Dor e ele seria meu submisso.
 

Capítulo 7


Droga! Precisava de uma desculpa urgentemente.

- Sim, procurando por você – Consegui responder em um tom de voz firme, encarando-o tranquilamente.

- E em que posso ajudá-la a essa hora da noite? – Ele olhou o relógio e depois voltou a me encarar de sobrancelhas erguidas.

- Hum... Nada demais, apenas um documento que precisa ser assinado hoje, pois o envio tem de acontecer antes das 12 horas. Acabei me lembrando assim que cheguei em casa, então procurei seu endereço e vim aqui lhe avisar que enviei o anexo por e-mail.

Que ele não quisesse conferir seu e-mail agora, ou estaria frita.

- Se deslocou isso tudo apenas para isso, senhorita Mendes? Tentou o celular?

- Caso não tenha notado, não sou loira, senhor Jackson. Não consegui o celular e como minha casa não é tão longe, vim até aqui. Algum problema? Por que não estou entendendo a torrente de perguntas.

- Problema algum – Ele suspirou e desfez a cara de confusão.

Ufa! Acho que o convenci.

- Agora preciso voltar pra casa. Boa noite, Michael – Olhei por cima de seus ombros e vi que o porteiro nos olhava – Obrigado, senhor.

- Sempre que precisar, senhorita – O homem disse sorridente. Me virei para sair, mas fui impedida por uma mão grande, quente e firme, que me segurou no lugar.

Tesão, fluido, quente e potente, correu por minhas veias e se concentrou em meu baixo ventre, me fazendo estremecer.

- E seu namorado? – A voz dele estava em um tom muito mais rouco. Pigarrei para clarear a voz.

- Que eu saiba não tenho nenhum.

- O carinha da bar, quem é?

- Um amigo, não que isso seja da sua conta. Pode me soltar agora? – Puxei meu braço e ele finalmente me largou.

- Vamos, te levarei em casa, pelo jeito não veio de carro.

- Não precisa se incomodar, tomo um táxi. – Me virei para me afastar, mas ele me segurou mais uma vez.

- Você vai c.o.m.i.g.o – Disse pausadamente. Antes que eu pudesse pelo menos abrir a boca já estava sendo arrastada pela calçada até o carro, onde ele me jogou dentro e fechou a porta.

- Grosso! – Resmunguei, me arrumando. – Caipira, sem classe.

- Pare de me xingar, senhorita Mendes. A culpa é sua por ser tão azeda, estava querendo ser educado e você não me deixou, agora aguente – Ele colocou o cinto e deu partida no carro.

Assim que alcançamos as ruas movimentadas, eu capturei meu iphone e tratei de enviar o tal e-mail falso para ele. Logo depois voltei minha atenção para a estrada, de vez em quando peguei-o me olhando, mas fingi que não vi... Afinal eu também olhei-o bastante enquanto ele dirigia... Assim sério e compenetrado parecia ainda mais bonito. Tinha um perfil delicado e másculo, uma mistura que não tinha visto em homem nenhum. Mandíbula quadrada, nariz fino e reto, olhos grandes e expressivos, boca contornada e carnuda, cabelos de aparência macia... Ele era um pecado de homem.

- Apreciando a vista, Mabel? – Perguntou sem desviar os olhos do tráfego movimentado.

- Não seja presunçoso, Michael, e nem hipócrita, pois bem que te vi me olhando também.

- Gosto de olhar coisas bonitas – Disse e me olhou de esguelha. Ambos sorrimos, sorrisos tortos.

- Sabe onde moro? – Mudei de assunto propositalmente.

- Sei, sempre passo por aqui na ida pra casa e já a vi entrando diversas vezes em um prédio. Mora muito bem, Mabel.

- Não tão bem quanto gostaria, mas está valendo.

- Humilde como sempre.

- Claro – Ri e ele me acompanhou.

Seguimos em um silêncio confortável até ele estacionar em frente ao meu prédio.

- Está estregue, mas não desça ainda – Ele se livrou do cinto e desceu do carro, rodeando-o para abrir a porta para mim. Segurei sua mão e desci do carro.

- Obrigado pela carona forçada, senhor Jackson.

- Você é um doce, Mabel – Ele capturou minha mão e levou-a até os lábios, beijando-a sensualmente – Até segunda.

- A.. até – Gaguejei vergonhosamente.

Quando um homem, um mero homem já a fez gaguejar, Mabel? Se recomponha!

Me firmei e caminhei rapidamente para dentro do prédio. Precisava de um pouco de distância daquele caipira e daquele charme que estava começando a me afetar mais do que deveria.

(...)

A semana passou-se em um piscar de olhos. Resumindo toda ela?! Fui ao clube com Rhaí no domingo, mas não ficamos lá por mais de 2 horas, estava sem paciência, com a cabeça totalmente em outro lugar. Depois disso foi só trabalho, de segunda a sexta, praticamente 18 horas por dia. Precisávamos fechar contratos, acabar 3 campanhas e dar andamento em mais 2... Foi um inferno!

Estava tão loucamente cansada que por um minuto até a gradeci ao senhor MacCartney por ter contratado o caipira Jackson. Não podia negar que trabalhava muito bem e que estava sendo uma mão na roda essa semana. Além de sua habitual inteligência, ele era engraçado, irritante de uma forma divertida e extremamente sexy.

Não consegui avançar em nada com as minhas pesquisas sobre o senhor Dor, até agora nem sinal de quem ele era.

Olhei impaciente para meu relógio de mesa, e já era quase 7 da noite... ótimo, eu ainda tinha 2 contratos para analisar!

Uma leve batida na porta e logo depois ela estava aberta. Michael nunca esperava eu responder ‘entre’ – Um caipira enxerido, era isso que ele era.

- Seja rápido – Disse ríspida.

- Claro, docinho – Ele sorriu irônico – Apenas trouxe para assinar isso. – Ele jogou alguns papéis em cima da minha mesa – Ainda ficará aí, hoje é sexta, mulher, sai de trás dessa mesa e vá dar uma volta.

- Por que você não pega o elevador, sai do prédio, vira o quarteirão e vai ver se estou lá na esquina – Ele riu, uma sonora gargalhada.

- Ok, já entendi, estou indo – Ele procurou alguma coisa no bolso e logo em seguida saiu.

Assim que ele fechou a porta suspirei e sorri. Homem impossível!

Antes de voltar minha atenção para meus papéis notei algo caído no chão, o caipira deixou cair. Me ergui da cadeira para ver do que se tratava e vi que era uma agenda de bolso, assim que peguei-a alguns papéis caíram de lá. Irritada abaixei para pegá-los e.... Paralisei!

Ali, na minha mão, estava um ticket do clube Lust, com a data de uso e o número do quarto – Sempre ganhávamos um daqueles na saída do clube.
 



Eu tinha achado o senhor dor, finalmente!



Capítulo 8


Fiquei tão aturdida depois daquela informação, que simplesmente larguei tudo que tinha pra fazer e fui para casa.

Eu precisava de um plano! Seduzir o caipira não seria difícil, mas com certeza leva-lo a ser meu submisso seria uma missão quase impossível.

Senhor, quem diria? O caipira enxerido, intrometido, que veio compartilhar um em prego comigo, o cara ao qual jurei guerra antes mesmo de conhecer... Esse maldito gostoso era o dominador mais sexy que já vi na vida.

Precisava de um banho, uma comida quentinha, e uma boa noite de sono, para amanhã eu estar linda e pronta para o ataque.

Estacionei o carro na minha vaga e segui para o prédio, mas antes que eu pudesse entrar no elevador o porteiro me deteve.

- Boa noite, senhorita Mendes – Disse polido.

- Boa noite, algum problema?

- Oh, nenhum, é que há alguém na recepção, disse que é seu amigo e que precisa falar com a senhorita.

- Nome?

- Disse se chamar Rhaí Porto.

- Diga que pode subir em alguns minutos – O porteiro assentiu e saiu.

O que droga o idiota do Rhaí queria agora?

Joguei a bolsa no sofá e me joguei sobre o mesmo, instantaneamente as cenas daquele dia no Lust, vieram à minha mente e eu viajei, vivenciando novamente as coisas que vi.

- Bel? – A voz de Rhaí tirou-me dos meus devaneios. Estremeci ouvindo-o falar daquele jeito.

- Já disse para não me chamar assim, Rhaí, odeio – Balbuciei irritada – Entre e sente-se. Quer beber algo? – Ele caminhou com elegância até meu sofá, onde sentou-se ao meu lado.

- Não. E desculpe, esqueço que não posso chama-la assim.

- Sem problema, só não faça de novo. – Ele assentiu – Posso saber o motivo da visita?

- Preciso falar seriamente com você, Mabel, e acho que quanto antes, melhor.

- Pois fale – Virei-me para dar total atenção a ele.

- Somos amigos há um bom tempo, e... parceiros a alguns meses – Ele segurou minhas mãos – Jamais lhe escondi o quanto gosto de você, mas cada dia isso cresce mais... É amor, Mabel, eu amo você e peço, imploro, que me deixe tentar transpor essa barreira que há em seu coração. Eu não sei quem te machucou assim, nem o quão profundo é esse ferimento, mas preciso que me dê a oportunidade de te curar. Ninguém é igual, eu posso ser bom pra você... Namore comigo Mabel?! – Encarei-o, incrédula.

Meus olhos encheram-se de lágrimas e minha garganta fechou-se... Foi a primeira reação, mas logo depois comecei a sentir o pânico que me assolou por tantos anos.

Rhaí falou igual a ele, exatamente da mesma forma daquele desgraçado. Foi como um deja vù.
Soltei minhas mãos da dele e me levantei em um sobressalto.

- Saia, Rhaí. Acabou tudo entre nós – Consegui dizer em meio ao pânico. Ele me encarou de olhos arregalados.

- Mas o que fiz, Bel?

- Não me chame assim, idiota – Gritei, descontrolada – Saia, eu nunca mais vou deixar ninguém fazer a mesma coisa comigo. Suma Rhaí, suma, acabou tudo! – Rhaí parecia chocado diante da minha reação. Mas vendo meu desespero não discutiu, rumou trôpego até a porta e saiu.

Caí no chão, o rosto molhado de lágrimas, soluçando e trêmula. Levei minhas mãos a cabeça, numa vã tentativa de tirar da minha mente as lembranças horríveis.

Eu fui destruída para o amor, a ferida que me causaram foi profunda demais para que eu tivesse cura.

(...)

No dia seguinte, depois de alguns calmantes e de uma boa noite de sono, consegui me recompor e voltar a ser a fria e forte Mabel Mendes.

Vesti-me no traje mais sensual, porém aceitável na empresa, que consegui. Subi em meus saltos, caprichei na maquiagem e soltei os cabelos. Estava pronta para seduzir qualquer cara com um membro entre as pernas, e que gostasse de mulher, é claro.

Não houve um só homem que não esticou o pescoço para me dispensar uma olhada na empresa. Estava satisfeita, era sinal de que a escolha da roupa estava mais que apropriada.

- Bom dia Lourdes – Cumprimentei a secretária. Que lançou-me um olhar discreto, mas rapidamente disfarçou.

- Bom dia, senhorita Mendes. Quer passar sua agenda agora?

Por incrível que pareça, eu gostava dela, pelo menos não era lerda.

- Não agora, em breve faremos. Lourdes, sabe se o Mi... quer dizer, o senhor Jackson já chegou?

- Sim, está na sala dele.

- Obrigada – Girei em meus calcanhares, rumando para a sala do caipira.

Dei uma leve batida na porta e ouvi-o balbuciar um ‘entre’, assim o fiz.

- Bom dia, senhor Jackson, já reparou no dia lindo lá fora? – Disse simpática, caminhando teatralmente.

- Bom... bom... bom dia, Mabel – Vi-o engolir em seco.

Não me sentei na cadeira a sua frente, como, com certeza, ele pensou que eu faria. Rebolei até em frente à janela da sua sala, que tinha uma vista panorâmica e belíssima da agitada Nova Iorque. Olhei com falso entusiasmo para o horizonte, sentindo o olhar de Michael queimar em minhas costas, para em seguida me virar.

- Sua vista é bem mais bonita que a minha – Sorri, e voltei a rebolar até em frente a sua mesa, sentando-me.

Michael estava com o olhar fixo em mim. Os olhos negros injetados de pura luxúria, me comiam viva, senti-me uma presa, na expectativa alucinante de ser devorada por aqueles lábios.

- Pode ter certeza que sim – Ele sorriu torto e me encarou com tamanha lascívia, que por um momento senti-me corar. – A que devo a honra de tamanha simpatia, a essa hora da manhã?

- E acha que minha simpatia tem um por que?

- Com certeza, Mabel, você não dá ponto sem nó.

- Bem, vejo que em tão pouco tempo de convivência já me conhece um pouco. Vou ser direta e objetiva como sempre. Quero que venha jantar comigo hoje à noite – Apoiei minhas duas mãos na sua mesa, dando-lhe uma visão mais que privilegiada do meu decote. – O que me diz?

Ele desviou os olhos do meu decote e notei quando mexeu nas calças.

- Jamais diria não a uma mulher como você, ainda mais estando assim tão solicita – Eu ri. – Gosto dessa nova Mabel.

Tem certeza que nunca me dirá não, Michael? Acho que dirá, mas darei um jeito de dissuadi-lo.

- Vai gostar ainda mais em breve. – Me ergui.

- Te pego ás 8.

- Posso ir com meu carro e...

- Lhe pego 8 horas, pare de discutir comigo – Cortou-me rudemente.

Meu sexo pulsou de pura expectativa.

- Até lá então.

- Até, morena perigosa. – Ergui minha sobrancelha, enquanto um largo sorriso estampava ambas as faces. Logo em seguida deixei sua sala.

Eu mal podia esperar até a hora desse jantar, ou melhor, eu mal podia esperar o que viria depois dele.



Capítulo 9


Borrifei mais um pouco de perfume e dei o retoque final em meu batom. Estava pronta!

O interfone tocou no instante em que acabei de pegar minha bolsa. O porteiro acabara de me avisar que Michael havia chegado.

Fiz um pouco mais de charme em frente ao espelho, conferi meus e-mails e finalmente desci. Sempre é uma boa tática deixar o homem esperando, faz parecer que não estamos afoitas pelo encontro.

Avistei seu bonito carro e logo seu dono, mais bonito ainda. Michael estava vestindo um blazer preto, calça de jeans escuro e uma polo branca. Para não dizer mais, ele estava comestível!

- Boa noite, senhorita Mendes – Sorriu torto, logo tomando minha mão e levando-a aos lábios, para um beijo demorado. – Está belíssima.

- Boa noite, senhor Jackson, devo dizer que o senhor também não está de se jogar fora – Ele sorriu.

- Um elogio vindo da senhorita é muito honroso.

- Ora, está me chamando de azeda? – Foi minha vez de rir.

- Claro que não, imagine... – Ele rodeou o carro e abriu a porta pra mim – Por favor, querida.

- Sem esse seu charme cafajeste, por favor – Rimos.

O caminho até o restaurante foi descontraído, conversamos amenidades, falamos sobre o trabalho, nos provocamos e acabamos dando risadas.

O restaurante era muito bonito e aconchegante. No ambiente reinava mesas e cadeiras de madeira nobre, cobertas por toalhas de linho branco, no centro das mesas um pequeno jarro com algumas peônias deixava o clima mais ameno.

A jovem e bonita recepcionista nos cumprimentou com polidez, mas não deixei de notar seus sorrisos exagerados para Michael, parecia conhece-lo muito bem.

Por que algumas mulheres são tão óbvias? – Revirei os olhos diante do pensamento.

Outro rapaz nos acompanhou até a nossa mesa, que ficava bem afastada das demais.

- Gosta do restaurante? – Michael perguntou, puxando a cadeira para que eu me sentasse.

- Ainda não conhecia, mas me parece de muito bom gosto. Você pelo jeito vem bastante aqui?

- Sim, o chefe e dono é meu amigo de longa data.

- E a recepcionista também, presumo eu? – Lhe encarei de sobrancelha erguida.

- Também – Ele sorriu, caracteristicamente, de lado – Eu vi a senhorita revirando os olhos para ela. Saiba que acho um costume bastante infantil.

- Não estava revirando os olhos para ela e sim para sua obviedade, só faltou tirar a calcinha e lhe entregar... e pouco me importa se acha meu costume infantil, acostume-se. – Ele riu, escorregando sua mão por cima da mesa, até cobrir a minha.

- Tão doce.

O metre interrompeu-nos, aparecendo com a carta de vinhos e só nos deixando a sós novamente depois que Michael escolheu. Ele voltou para nos servir minutos depois, só então conseguimos iniciar um diálogo.

- Então, Mabel Theodore Mendes, além de ser esse doce de mulher, de ser uma ótima profissional, há algo sobre você que eu deva saber? – Perguntou casualmente.

- Talvez haja – Lhe encarei – Mas não acho que seja a hora pra isso. – Beberiquei um gole do delicioso vinho – Mas me fale mais sobre você.

- Quer saber meus segredos ocultos? – Perguntou se sobrancelha erguida.

- Não, deixe eles permanecerem ocultos – Nem tão ocultos assim, senhor Dor.

- Hum, o que posso dizer sobre mim?

- Fale-me de sua infância, sei lá, da cidade onde morava, dos seus pais.

- Sou de Iowa, uma cidadezinha do iterior. Meus pais tem um pequeno sítio por lá... Foi onde morei até meus 18 anos, depois fui em busca de uma boa faculdade para cursar. Consegui uma bolsa Parcial em Harvard e fui viver em Massachusetts. Foi onde morei até 3 meses atrás, quando decidi viver aqui em Nova Iorque. – Sorri, por algum motivo idiota, fiquei orgulhosa dele.

- Seus pais devem ter muito orgulho de você, não são muitos que conseguem bolsa em Havard, e ainda mais um cara de cidade pequena. – Sorrimos um para o outro – Seus pais ainda moram em Iowa?

- Moram – Ele fez uma pausa para beber seu vinho – Estou cheio de saudades deles.

- Fico feliz que tenha pais, que tenha com quem se consolar – Minha voz falhou.

- Você não tem? – Sua mão voltou a apertar a minha.

- Meus pais morreram quando eu tinha 18 anos.

- Sinto muito.

- Eu me acostumei a viver sem eles – Sorri triste.

- Hey, poderia ir comigo a Iowa, pretendo ir no próximo mês. – Eu ri, quase cuspindo o vinho.

- Por favor, Michael, não acha mesmo que toparia me enfiar em um sítio xexelento, numa cidade com 9 mil habitantes, não é? Ainda mais com você. Nem transamos e você já quer me levar para conhecer seus pais? – Eu ri, mas ele não.

- Alguém tornou-a uma mulher cheia de princípios errados, Mabel, mas eu sei que aí dentro você é totalmente diferente do que aparenta ser. Pretendia leva-la não para conhecer meu pais e apresenta-la como minha namorada, por que absolutamente não me envolvo em relacionamentos sérios, com ninguém! Pensei que pudéssemos ser amigos, trate de abrir sua mente atrofiada para certos assuntos, você é uma mulher linda, inteligente, tão chata que chega a ser divertida, mas não é a número um no topo do mundo. Aprenda a ser mais humilde e respeitar. Se me der licença, vou ao banheiro – Ele jogou o guardanapo sobre a mesa e saiu.

Estava boquiaberta!

Eu tinha acabado de levar a maior lição de moral da minha vida e não tinha respondido nada? Onde porra estava minha língua afiada numa hora dessas?

Talvez lá no fundo, bem lá no fundo, eu calei-me por que concordava com tudo que ele disse. Eu havia mudado demais, drasticamente, desde que tudo aconteceu, ninguém reconheceria em mim a Mabel que eu fui um dia... E para falar a verdade, eu gostava daquela Mabel, era uma pena que ela não existisse mais.

O jeito era pedir desculpas quando ele voltasse, até por que eu não queria acabar com meus próprios planos.

Michael voltou alguns minutos depois, parecendo menos irritado, mas visivelmente chateado.

A comida foi servida assim que ele sentou, então nenhum de nós falou por um bom tempo.
Acabei meu prato primeiro, e o silencio estava começando a me incomodar.

- Michael? – Chamei, minha mão hesitou em cima da mesa, sem saber se segurava a dele ou não. Finalmente eu segurei-a e ele me encarou – Desculpa pela forma que falei, você tem razão sobre tudo que disse. Quem sabe um dia você não saiba os motivos que me fizeram assim e me entenda melhor... Só... desculpe, eu não queria acabar com nossa noite. – Ele suspirou, largando o talher.

- Tudo bem, desculpe também se te ofendi – Seus dedos acariciaram minha mão e uma sensação boa e estranha tomou conta de mim, puxei minha mão da sua. – Vamos esquecer e curtir nossa noite – Assenti.

- Michael – A voz grossa de um homem tirou-nos da nossa bolha.

- Ora, se não é o velhote – Michael levantou-se e abraçou o homem, ambos trocando efusivos tapas nas costas.

- Me respeite, seu moleque – Eu sorri, diante da cumplicidade deles, pareciam muito amigos. – Como está? Soube que veio visitar o restaurante nesses 3 meses que chegou, desculpe a falta, é que estava em viagem.
- Estou bem, Antônio, mas deixe-me apresentar minha amiga, essa é Mabel Mendes, trabalhamos juntos na NY Publicity. Mabel, esse é Antônio. – Apertei a mão do homem e sorri simpaticamente para ele.

- Que bela mulher, hein moleque?! Mais vou deixá-los sozinhos agora, estou cheio de coisas para fazer na cozinha e não quero atrapalhar. Cuidem-se, garotos. E me ligue assim que puder, Michael.

- Claro, Antônio – Michael assentiu, voltando a dar um abraço no homem.

- Sobremesa, senhores? – Assim que Antônio afastou-se, o garçom apareceu, perguntando.

Michael me encarou esperando uma resposta e eu balancei a cabeça em negativa. Ele entrou o cartão ao homem, que voltou em seguida com o recibo da conta.

- Vamos? – Assenti, o lábio inferior preso entre os dentes.

Ele segurou possessivamente em minhas costas enquanto rumamos para fora do restaurante.

Estávamos parados esperando o manobrista trazer o seu carro. Parei um segundo para analisa-lo e, por Deus, esse homem é gostoso demais... seu porte, sua boca, a maneira despreocupada como ele coloca as mãos no bolso, seu toque firme nas minhas costas... Não aguentei, me pus em sua frente e enlacei seu pescoço, aproximando minha boca de seu ouvido.

- Sabe por que dispensei a sobremesa? – Sussurrei e senti sua pele arrepiar-se.

- Diga-me por que, Mabel – Sussurrou de volta, apertando minha cintura quase dolorosamente.

- Por que o que quero de sobremesa é você! Não vejo a hora de chegarmos em seu apartamento.

- Tsc tsc tsc tsc, quem vai devorá-la sou eu, senhorita Mendes – Dizendo isso ele mordeu meu pescoço e eu não consegui impedir o gemido, quando tudo em mim apertou-se de expectativa.

Eu estava tentando seduzi-lo, certo? Algo estava dando errado, por que eu é quem estou me sentindo completamente seduzida.



Capítulo 10


Os amassos começaram no carro. Beijos intensos, mão bobas, gemidos... Em um momento até tentei infiltrar minha mão na calça dele, mas Michael me deteve, alegando que, provavelmente, bateria o carro se eu fizesse aquilo.

Nos agarramos no estacionamento do seu prédio, por alguns minutos, até ele me arrastar até o elevador.

Estávamos ofegantes, ansiosos e com um tesão enlouquecedor.

Nos encaramos de sobrancelhas arqueadas. Por certo estávamos com o mesmo pensamento obsceno de uma rapidinha no elevador... Planos frustrados assim que a porta do elevador se abriu, lá estava parada uma senhora, segurando um chihuahua e nos encarando com altivez.

- Boa noite, senhora Albuquerque – Michael cumprimentou-a educadamente.

- Boa noite, senhor Jackson, senhorita – Respondeu.

- Boa noite, senhora.

Michael e eu fomos para o fundo do elevador. Tentei me manter afastada, mas ele me puxou contra si, fazendo meu traseiro roçar sua ereção. Rebolei provocativa.

- Morena perigosa – Ele sussurrou em meu ouvido, dando-me um imperceptível tapa na bunda.

Subimos todos os andares entre uma brincadeira e outra. Tive de morder os lábios mais de uma vez para não gemer.

A senhora pareceu aliviada ao sair do elevador, e nós ficamos muito mais.

- Michael não se fez de rogado, assim que as portas fecharam ele prendeu meus braços no alto da minha cabeça e atacou meus lábios.

Ele iniciou uma seção de deliciosas mordiscadas, começando por meu lábio inferior, passando por meu queixo, pescoço e por fim deu uma mordida forte em meu seio direito.

- Gostosa – Grunhiu, enquanto eu me desfazia em gemidos.

Soltei-me de suas mãos e foi a minha vez de encurralá-lo contra a parede. Meus dedos apressaram-se em apertar sua dura ereção. Ele gemeu, jogando a cabeça para trás. Aproveitei seu pescoço exposto para lambe-lo.

Um barulho indicou que o elevador havia chegado ao seu destino.

Não desgrudamos nossas bocas enquanto caminhávamos pelo curto corredor, e muito menos quando chegamos ao seu apartamento. Michael só me largou um segundo para passar a chave na porta, mas logo voltou a me agarrar. Me desvencilhei dele, dando-lhe as costas.

- Não vai me mostrar o apartamento? – Perguntei divertida.

Ele me puxou bruscamente, apertando meus seios com precisão.

- Foda-se o apartamento, eu mal posso dar um passo, tamanho minha vontade de comer você. – Disse sôfrego.

- Ah é? – Empurrei-o, até ele recostar-se na porta – Paradinho aí – Ordenei.

Levei minhas mãos à barra do vestido e puxei-o pela cabeça, ficando apenas de lingerie.

- Então garanhão? – Perguntei sedutoramente – Aprovada?

Ele me encarou de uma forma tão intensa e cruamente sexual, que meu sexo pulsou e senti umidade molhar minha calcinha.

- Pare de me provocar, Mabel – A voz rouca dele estava me deixando louca.

A essa altura ele já havia se livrado da camisa e calça, ficando apenas de boxer preta e me dando assim a visão deliciosa do seu corpo magro. Ele era simplesmente maravilhoso.

- Ok – Me virei de costas para ele e me desfiz do meu sutiã, em seguida da calcinha – Sabe... – Caminhei preguiçosamente até o sofá, inclinando-me um pouco para passar meus dedos pela maciez do tecido – Eu gostei do seu sofá... – Sorri. Abri minhas pernas e montei no encosto do sofá, empinando-me bem.

Foi tão rápido que nem vi, mas quando me dei conta Michael já estava nu, esfregando-se contra minhas nádegas. Ele prendeu um montante de meus cabelos em sua mão e inclinou minha cabeça para o lado, para sussurrar bem dentro do meu ouvido.

- Ótimo, pois vai ser nele que vou te comer.

Ele enterrou-se em mim, tão profundamente que vi pontos brilhantes por trás das minhas pálpebras fechadas.

Michael retirou-se de dentro de mim e voltou com força, me arremessando para a frente, fazendo meu clitóris sensível roçar no tecido do sofá e meus seios balançarem. Ele repetiu a estocada, dessa vez rebolando os quadris quando alcançou meu ponto mais sensível.

- Oh, Deus – Gritei, agarrando-me ao sofá – Mais rápido, mais forte, Michael! – Disse imperativa.

Ele inclinou ainda mais meu corpo, quase deitando-me de bruços sobre o braço do sofá e passou a arremeter contra mim, sem pausa, com cada vez mais força, rapidez, precisão, sempre acertando aquele ponto que fazia tudo em mim tremer.

Não demorou para eu me desfazer em um dos orgasmos mais intensos da minha vida. Me contorci, gemi, gritei, tremi, pelo que se pareceu horas seguidas, mais sei que não passaram de segundos.

Estava tão embalçada na espiral crescentes de sensações que nem me dei conta de que Michael sentara-se e me colocara sobre seu colo, empalando-me completamente com seu membro grande e poderoso.

Agarrei-me aos seus ombros, e finalmente, voltando do meu torpor, comecei a mover meus quadris de encontro a suas estocadas. Agora ambos gemíamos enlouquecidos, perdidos no mar de prazer.

Encarei a beleza de Michael. Ele era ainda mais bonito assim, suado, desgrenhado, entregue.
Inclinei-me para beijá-lo com fervor, enquanto mais um orgasmo me inundava os sentidos.

Em meio aos beijos, gemidos e quase gritos, senti Michael me erguer e em seguida seu sêmen molhou minhas nádegas e pernas.

Completamente exausta, aninhei-me ao seu pescoço. Certo, eu não fazia isso normalmente, mas culpei a minha total falta de força.

Ele beijou meus cabelos e alisou minhas costas uma dúzia de vezes, enquanto nossas respirações normalizavam.

- Michael?

- Hum?

- Vai mesmo me levar para Iowa?

O que porra eu estava perguntando?

Michael, literalmente, fodeu meus miolos. Só pode!

- Quer vir? Como amigos, claro!

Eu queria?

Acho que sim. Oras, erámos mesmo colegas de trabalho e estava curiosa para conhecer a tal cidadezinha. Ademais se me enchesse pegaria o primeiro voo de volta para a civilização.

- Bem, pode ser – Dei de ombros – Se me der licença – Me levantei – O banheiro? – Perguntei, já catando minhas roupas.

Virei-me e vi-o ali, totalmente esparramado sobre o sofá, o membro agora amolecido brilhava com a mistura dos nossos gozos. Minha vontade era deixa-lo duro novamente e repetir tudo que fizemos.

- Apreciando a vista? – Perguntou ainda de olhos fechados, um meio sorriso no rosto.

- Presunçoso.

- O banheiro é no final do corredor.

20 minutos depois estava vestida e pronta para ir embora.

- Tem certeza que não quer ficar. Nem que te leve em casa? – Perguntou em meio aos beijos.

- Sim, e vou ficar brava se insistir – Me afastei – Até amanhã, caipira. – Girei em meus calcanhares e logo já estava no elevador.
 



Capítulo 11


- Bom dia, Mabel – Desviei os olhos do computador para dar atenção a quem adentrava minha sala.

- Bom dia, Senhor MacCartney. Posso ajudá-lo em algo? – Perguntei solicita e sorridente.

- Pode sim. – Ele sentou-se à minha frente. – Bem, vi que tem se dado muito bem com o Michael e cada vez mais aprecio o trabalho que fazem em conjunto.

Ahhh, eu também aprecio muito o que fazemos juntos.

- Sei que está prestes a entrar de férias e o Michael também, e pensei em colocar David, e um estagiário, que começou na empresa há alguns poucos meses. Acha uma boa ideia?

- Desde que mantenha o olho aberto, não vejo problemas. Até por que Michael e eu temos deixado as coisas bem adiantadas e serão apenas 10 dias. Mas onde entra a minha ajuda?

- Quero que deixe, Denis, o estagiário de quem lhe falei, passar o resto da semana dividindo a sala com você. Ensine-o o máximo que puder, aquele garoto tem futuro na empresa. – Ele levantou-se, arrumando a lapela do seu terno. – Era só isso, mandarei Denis subir agora mesmo. Tenha um bom dia de trabalho. – Ele virou-se e saiu.

Velho desgraçado! Vinha aqui pedir minha opinião, como se ele fosse fazer algo que eu pedisse. Mesmo que lhe dissesse não ele enfiaria esse moleque aqui mesmo. Mais um homem para compartilhar minhas coisas. Ótimo!

Acabei de conferir o plano de marketing e desliguei o computador. Já era quase hora do almoço mesmo. Aproveitaria essa folga para dar uma passada na sala do meu colega. Quem sabe não almoçamos juntos e ainda haverá tempo para uma rapidinha.

Quase sempre era isso que fazíamos nos nossos horários de almoço, desde aquele dia em que transamos loucamente no sofá da sua sala, já se passara um mês desde então. Continuamos a sair juntos, jantamos ou almoçamos na companhia um do outro e é sempre muito agradável. Damos boas risadas, nos provocamos, brigamos e bem... acabamos fazendo o que de melhor fazemos juntos, transamos.

Uma leve batida na porta me trouxe de volta a realidade.

- Entre. – A porta escancarou-se e passou por ela não um garoto, como eu pensava, mas um belo exemplar de homem.

- Olá, você deve ser Mabel, prazer, sou Denis – Ele me estendeu sua mão e apertei-a, com um meio sorriso no rosto.

- Estava esperando um garoto e me aparece um homem desse tamanho? – Ele riu, e droga, ele tinha covinhas.

Denis era alto, do tipo bem musculoso, dava pra perceber mesmo sobre o terno. O cabelo estava espetado em um penteado moderno, os olhos cor de mel eram ligeiramente apertados e o sorriso era jovial e sincero.

- Bem, não deixo de ser um garoto, só tenho 25 aninhos – Ele piscou. Um charme!

- Quase um adolescente – Brinquei – Pelo jeito vamos nos esbarrar bastante durante essa semana.

- Vai ser um prazer esbarrar com você, mais prazeroso ainda será ter como mentora uma mulher tão inteligente e linda.

Humm, que galante.

- Obriga....

- Mabel – Uma voz me cortou bruscamente.

Vi Michael parado na entrada da minha sala. Irritado parecia pouco para descrevê-lo.

- Entre, Michael – Disse, um pouco sem graça.

Ele caminhou decididamente até mim e Denis. Estava com o semblante sério, como nunca vira antes. Denis e ele se encararam e a sala se encheu de tensão.

- Denis, prazer - O rapaz lhe estendeu a mão, Michael fez uma pausa dramática, achei que ele nem fosse cumprimentar o rapaz, mas o fez.

- Michael – O aperto durou apenas meio segundo, logo depois Michael ignorou a presença de Denis – Vamos almoçar?

- Claro – Peguei minha bolsa e o casaco e dei a vota na mesa. – Bem, até amanhã Denis – Sorri.

- Aguardarei ansioso – Sorriu de volta - Até logo, Michael.

- Até – Michael segurou meu braço e guiou-me para fora.

- Você foi grosseiro com o Denis – Disse assim que as portas do elevador se fecharam.

- E você foi bastante receptiva – Respondeu, sem me encarar.

- Não seja ridículo, estava sendo simpática.

- Engraçado, você não fez questão de ser simpática comigo. – Ele apanhou o celular do bolso e passou a dar atenção para ele.

Urgh, ele sabia que isso me irritava.

- Situações diferentes. Você estava se intrometendo no meu cargo.

- Pare de falar dessa porra de assunto, está me irritando ainda mais.

- Maneire seu tom de voz – O empurrei. Ele grunhiu um palavrão, mas se calou.

Seguimos em silêncio até o estacionamento, continuamos em silêncio enquanto ele dirigia... Me impacientei e finalmente quebrei o silêncio.

- Para onde estamos indo? – Perguntei, notando que não seguíamos para nenhum dos restaurantes que costumávamos almoçar.

- Para o motel mais próximo – Balbuciou tranquilamente, sem desviar os olhos da estrada.

- O que? – Gritei.

- Você ouviu.

- Michael, pare essa merda desse carro. Estamos brigados, portanto eu não vou transar com você.

- Primeiro, não estamos brigados, não somos um casal para termos discussões e ficarmos de mal. Segundo, vamos para um motel. Sei como decliná-la dessa birrinha.

- Eu não estou de birra, seu idiota – Lhe empurrei mais uma vez – Que não somos um casal é óbvio, e nunca seremos.

- Não seremos mesmo – Afirmou.

- Você se acha não é mesmo? Como se eu tivesse morrendo de amores por você e estivesse louca para entrar em um relacionamento. Você é só mais um entre os outros, querido.

- O mesmo vale para você, querida.

Ahhhhh, eu queria mata-lo. Como fala assim comigo?

Meus olhos se encheram de lágrimas, mas tratei de me recompor. Nunca que eu choraria por esse idiota.

Seu carro virou em uma esquina qualquer e logo estávamos entrando no maldito motel.

Maldito seja esse dominador cretino. Essas atitudes só reforçam minha vontade de amarrá-lo a uma cama e lhe dar umas boas chicotadas. Essa ideia ainda é meu maior combustível para ficar com ele, não é?! Claro que é!

Ele desceu do carro primeiro e veio abrir a porta para mim, desci muito a contra gosto, mas já que estava ali, fazer o que.

Michael entrou direto para o banheiro e ouvi-o mexer em algo lá dentro. Me livrei de meus sapatos e meu blazer.

- Venha, preparei a banheira – Encarei-o irritadíssima. Um nó incomodo na garganta.

- Não estou afim – Disse com dificuldade.

Ele suspirou e caminhou até mim, envolvendo-me em um abraço.

- Desculpe pelo que falei. É que você me tira do sério, Mabel. Se acha sempre a dona do mundo, da razão e das verdades, e isso me deixa louco. – Enquanto falava ele me mantinha em seus braços, acariciando meus cabelos. Senti tanta vontade de chorar que meus olhos arderam.

- Você sabe como me ferir – Confessei.

Ficar tão perto dele sempre me deixava frágil, e eu odiava isso.

- Me desculpe, por favor – Pediu. Empurrei-o.

- Chega de cena, agora sim estamos parecendo um casalzinho e definidamente não é o que somos. – Me afastei e me encaminhei para o banheiro. Lá, me desfiz de minhas roupas e entrei na banheira. Já que estava ali mesmo, iria aproveitar.

Passaram poucos segundos, até que Michael também estivesse na banheira ao meu lado.
Seus dedos começaram tímidos, arrastando por minha coxa. Subiram por minha barriga e pararam em um dos meus seios, ele apertou o mamilo túrgido e puxou-o até que doesse de uma forma dolorosamente prazerosa. Suspirei e me empinei mais para ele.

Safado, sabia como me persuadir.

- Michael, não – Minha voz soou uma lamúria incompreensível.

- É a única forma que sei de te mostrar que não queria magoá-la – Ele não esperou mais nenhuma resposta minha, cobriu meus lábios em um beijo intenso, selvagem.

Suas mãos voaram para ambos os meus seios, primeiro ele atiçou essa parte sensível, com apertões e beliscões, para depois seus lábios pousarem ali com suaves sugadas, que me fizeram tremer e me arquear para ele. Meu sexo já pulsava de uma forma, que achei que gozaria apenas com sua estimulação em meus seios.

De repente ele parou, virou-me de costas para ele e me estocou em um profundo e certeiro golpe.

- Oh, Michael – Urrei, agarrada as extremidades da banheira.

Seus quadris ágeis passaram a se mover, atingindo-me com força e habilidade. Uma de suas mãos segurava com firmeza minha cintura, enquanto a outra estava entre minhas pernas, arreliando meu clitóris inchado.

Nossas vozes se misturavam, balbuciando coisas desconexas, nossos gemidos e movimentos eram sincronizados, a água da banheira a essa altura já encharcava o chão.

- Ma.. Mabel – Ele gemeu e em meio a toda aquela loucura e sensações gozamos, juntos.
Ele me virou de frente para si e me aninhou em seu pescoço. Sempre fazíamos isso depois de transarmos, e mesmo que eu não admitisse nem para mim mesma, era a parte que eu mais gostava.

Passaram-se alguns minutos sem que ninguém falasse, até Michael quebrar o silêncio.

- Bem, depois de um orgasmo desse devo estar perdoado – Brincou. Encarei-o de cenho franzido.

- Cafajeste – Lhe dei um tapa no ombro e caímos na gargalhada.

Vai rindo, Michael, espere só até eu te arrastar para o clube, te deixo sem gozar por horas, seria uma ótima vingancinha. – Pensei sorrindo.
 




Capítulo 12


Haviam se passado os dez dias que faltavam para as minhas férias. E confesso que conhecer Iowa estava me deixando estranhamente apreensiva.

Não sabia o que levar, por isso desde de ontem abarrotava minha mala de todos os tipos de roupas possíveis. Sim, seria bem mais fácil se eu apenas perguntasse a Michael o que devo levar, mas de jeito nenhum deixaria ele saber como estou agoniada com essa viagem.

-Hey, morena, posso entrar? – Denis disse, o rosto enfiado em uma fresta da porta. Eu ri.

- Entre, Denis – Ele entrou e fechou a porta atrás de si.

- Queria que me ajudasse com esse plano da Calton’s Shoes – Ele sentou-se despreocupadamente a minha frente – Já que vou perde-la amanhã, tenho que me aproveitar ao máximo de você – Eu ri.

Era a única coisa que poderia fazer. Já estava até acostumada com os flertes discretos e as indiretas de Denis. Ele fez isso durante todos esses dias em que fui sua mentora.
Eu relevei. Afinal era só um garotão, metido a galã. Era uma ótima pessoa e um cara lindo de morrer, mas não era do tipo que chamava minha atenção, de jeito nenhum.

- Claro, Denis – Deixei minha cadeira e convidei-o a sentar-se comigo no sofá que havia na minha sala.

Começamos a trabalhar. De fato nem vi a hora passar, estava mergulhada em estatísticas, ideias, e sapatos.

- Acho que fazer essa campanha natalina da Calton’s, tem mais haver com crianças e papais Noel, do que modelos peitudas, Denis – Corrigi-o. Ele me encarou em meio a um largo sorriso.

- É verdade, Mabel. Ademais estamos mais próximos que distantes do natal e não pegaria bem puxar a campanha para o lado mais sensual.

- Concordo plenamente. – Assenti – Acho que lhe esclareci bem os por menores desse cliente. Sugiro que fale com David, já que ele irá me substituir na empresa nos próximos dias.

- Falarei com ele – Denis largou os papéis na mesa a nossa frente e se aproximou de mim no sofá – Sentirei sua falta e espero ter me solidificado na empresa quando tiver voltado – Sua mão acariciou levemente meu braço. Me esquivei do seu toque e levantei-me.

- Dez dias passam rápido, Denis – Murmurei firme. Estava começando a me irritar com esse exagero de galanteios.

Ele segurou meu braço firmemente e me puxou, quase fazendo-me cair em seu colo.

- Você é a mulher mais linda, inteligente e altamente gostosa que já conheci – Encarou meu decote com lascívia.

Eu ri, gargalhei mesmo.

- Pare de bobagens, Denis, cresça primeiro e daí começaremos a conversar – Me soltei dele, me afastando. Mas ao fazer isso dei de cara com Michael, parado na soleira da minha porta. Seu rosto estava vermelho e sua mandíbula estava tensa.

- Desculpe, se atrapalhei – Disse debochado.

- Não seja absurdo, Michael. Deveria saber da minha ética profissional, não acha mesmo que poderia estar tratando de algo que não fosse da empresa com Denis, não é? – Ele sorriu afetado, estreitando os olhos.

- Bem, estava mesmo de saída. Obrigado pela ajuda, Mabel. Aproveite suas férias – Denis capturou minha mão e antes que eu protestasse, beijou-a sedutoramente – Boa férias pra você também, Michael – Denis foi cínico ao encará-lo.

- Moleque – Michael grunhiu, fechando a porta com um baque.

- Se quebrar arranco a sua porta e coloco em meu escritório – Disse tranquilamente. Rodeei minha mesa, desliguei o computador e estava prestes a fechar as persianas da janela para ir embora, quando senti meus seios serem esmagados contra o vidro frio.

- Ética profissional, é? Vou te mostrar como perde-la. – Michael disse em meu ouvido. Respirava forte em meu ouvido.

- Pare com isso, Michael, aqui não. – protestei, lutando para me soltar.

- Vou fazer isso, aqui, e agora, Mabel Mendes, só para te provar que as coisas não correm na sua cartilha. - Ele atacou meu pescoço com beijos, mordiscadas e chupões, que chegavam a serem doloridos... Mas eu estava amando, tudo em mim pulsava de pura e quente expectativa. Eu já nem me lembrava mais que estávamos na empresa.

- Não faça assim, Michael – Pedi sôfrega – Pare, seu caipira.

A essa altura já estava me contorcendo diante de seus beijos. Minha bochecha estava colado ao vidro, minhas pernas foram afastadas e a bunda bastante empinada e para completar a cena ele agora estava acabando de amarrar minhas mãos com sua gravata vermelha.

- Mantenha-se caladinha, morena perigosa. – Suas mãos rapidamente levantaram minha saia e afastaram minha calcinha para o lado.

Estava encharcada, dolorida até...mal me aguentava em pé, tamanha excitação.

Senti seu membro duro forçar minha entrada e um leve gemido me escapou.

- Sem barulho, morena – Ele esfregou meus lábios até eu entreabri-los para chupar avidamente seu dedo.

Ele enterrou-se em mim em uma única estocada e o prazer foi tamanho que uma lágrima me escapou. Michael começou a se mover, com a precisão de sempre, mas dessa vez sem pressa alguma.

Porra! Eu queria gritar, mandar aquele filho da mãe andar logo com isso, ou simplesmente fazê-lo sentar em minha cadeira, montá-lo e eu mesma ditar o ritmo de tudo isso. Mas eu estava com as mãos presas atrás das costas e eu obviamente não poderia gritar – Me fode mais rápido – Na empresa onde trabalho.

Michael continuava sua tortura, concentrado no que fazia. Retirando-se completamente de mim para voltar com força... Mais um pouco, só mais um pouco e aquele peso em meu baixo ventre se transformaria em prazer.

Ele parou.

- Filho da puta – Xinguei e mordi seu dedo com força. Ele riu, afastando seu dedo da minha fúria.

- Shhh, que boquinha suja, morena. – Ele enterrou-se mais uma vez em mim e eu revirei os olhos em deleite. Levou seu dedo molhado de minha saliva até meu anus e começou a brincar ali – Diga que vai se comportar direitinho e te dou o que quer.

- Eu vou, seu caipira desgraçado, eu vou – Ouvi sua risada baixa e em seguida ele passou a arremeter contra mim alucinadamente.

- Sim... assim, Michael – Pedi o mais baixo que consegui.

O orgasmo me atingiu tão fortemente que achei que fosse desfalecer ali mesmo. Michael me segurou em seus braços, grudando minhas costas ao seu peitoral e continuou seu ataque. Com um grunhido gutural, ele chegou ao seu clímax, manuseando seu membro, fazendo seu sêmen molhar minhas nádegas e coxas.

Ele caiu sobre minha cadeira, levando-me consigo. Em seguida me desamarrou.

- Você tem uma tara na minha bunda, não é? – Perguntei ainda arfante. Ele riu.

- Tenho tara em você por completo – Ele me deu um beijo demorado na nuca – Mais foi bom ter tocado no assunto. Seria bom se começasse a tomar pílula, se já não o faz. Odeio a ideia de ter que usar camisinha e tenho certeza que a sensação de gozar dentro de você seria maravilhosa. – Foi minha vez de rir.

- Eu já tomo, idiota!

- E por que não me disse? – Perguntou de cenho franzido.

- Você não perguntou. Acha mesmo que me arriscaria a ter um filho, nunca – Estremeci apenas com a possibilidade.

- Por que? – Notei um eleve tom de decepção em sua voz.

- Por que não é algo que quero – Me levantei – Agora vamos deixar dessa conversa. Já são 10 horas, e pegaremos o voo as 12. Só pra constar, ainda preciso de um banho, fechar a mala, para só assim nos encontrarmos no aeroporto.

- Vou com você até seu apartamento. Já estou com a mala no carro. E 5 minutos no banheiro resolvem o estrago que fez.

- Eu fiz? Seu tarado – Rimos.

5 minutos depois estávamos deixando a empresa. E em mais 20 minutos estávamos em meu apartamento.

- Fique à vontade, vou tomar banho e desço com a mala. – Ele assentiu – Pode se servir de alguma bebida se quiser – Apontei para o bar a alguns metros.

- Vá tranquila – Estava prestes a subir as escadas quando ele me chamou – Sugiro que esconda as duas marcas roxas que deixei em seu pescoço. Mamãe não vai acha-la moça de família se ver isso – Levei as mãos ao meu pescoço. Quase correndo escada acima.

Em menos de meia hora já havia tomado banho, me maquiado e dado um jeito nos cabelos.
Para vestir optei por um vestido mais solto, botas sem salto e um sobretudo. Já que pelo menos aqui, fazia frio.

Estava tentando arrastar minha mala, quando Michael veio em meu socorro.

- Deixe que levo isso – Ele tomou-a de mim e desceu a escada tranquilamente. – Pretende morar em Iowa? – Perguntou divertido.

- Mala de mulher, é normal – Dei de ombros. Ele largou a mala e me encarou sorrindo.

- Você está linda. Nem parece a morena perigosa de sempre.

- Continuo a mesma – Fingi me aproximar para lhe abraçar e dei um bom beliscão na sua bunda.

- Aoww – Gemeu em meio aos risos – Já entendi, morena perigosa. Agora vamos, ou nos atrasaremos.

Um pouco mais de 12 horas estávamos dentro do avião, prontos para partimos para Iowa.
E pensar que em poucas horas eu estarei hospedada na casa dos pais de Michael, em uma fazenda... O pensamento me faz rir. Se eu contasse, ninguém acreditaria. Mabel Mendes, a arrogante e metida indo passar férias em Iowa.

A Mabel de antes adoraria um programa assim, mas essa que sou hoje... Eu nem sei o que me deu para aceitar essa sandice.

O que a vontade de ter um homem acorrentado a sua cama não faz, não é mesmo?
Onde eu havia chegado para ter Michael como meu submisso?

Claro, que era só por isso que eu estava ali. Por que queria, precisava convencê-lo.
Não era?!


 

Capítulo 13


Desembarcamos no Aeroporto internacional de Iowa 6 horas de voo depois. Dormi durante quase toda a viagem, acordei apenas uma vez para comer algo e ir ao banheiro.

Estava morta de cansada, pois não dormia direito havia dias.

- Vamos lá dorminhoca – Michael me cutucou a barriga.

- A culpa de todo esse cansaço é sua – Rebati.

- Claro que é – Disse todo orgulhoso.

Homens!

Iowa não era tão pequena quanto eu achei que fosse. Estava esperando por um aeroporto minúsculo, vazio e cheio de caipiras. Me enganei. Era muito grande e organizado, e com bastante gente circulando.

- Surpreendente, não? – Michael perguntou, enlaçando-me pelos ombros – Claro que não se compara a Nova York, mas é bastante movimentado.

- É sim.

- Mas esse cenário vai mudar assim que pegarmos a estrada – Michael me soltou, para jogar nossas malas em um carinho.

- Com certeza vai ser lindo de se ver, meu caipira de volta as origens – Ri do meu comentário bobo.

- Lindo de se ver? – Ele arqueou a sobrancelha – Meu caipira? Estamos evoluindo aqui.

Parei de rir, dando-me conta do que dissera.

Eu estava deixando a antiga Mabel aflorar com muita frequência ultimamente. E isso era ruim, péssimo. Já que coisas boas não aconteceram quando eu era a tola Bel.

- Só quis ser doce... Afinal seus pais não precisam saber que sou quase sempre uma megera.

- Humm... Ok – Seguimos lado a lado até o estacionamento, onde havia um carro popular nos esperando.

Michael dissera que o alugara pelos dias que estivéssemos aqui.

- Poderia ter gasto mais no carro – provoquei, já dentro do veículo.

- Pare de reclamar. Não acha mesmo que gataria uma fortuna para alugar um carro e metê-lo em uma estrada como a que vamos enfrentar.

- Muquirana – Revirei os olhos.

- Cuidado com a boquinha, morena.

Michael ligou o som do carro e deu partida dali. As ruas de Iowa eram bem bonitas e senti muita vontade de visita-las. Me parecia tudo tranquilo e aconchegante por ali, e me peguei sorrindo abobalhada, observando.

Alguns minutos depois estávamos deixando a pacata Iowa e entrando em estradas desertas, onde só se via mato, fazendas, gados, plantações, porém tudo muito afastado um do outro.

O vento que outrora amenizava o calor e me dava a sensação de liberdade, agora estava começando a me irritar. A poeira da estrada estava incomodando minhas narinas e meus pés pareciam que se derreteriam a qualquer momento nesse calor.

- Falta muito, Michael? – Me desfiz do cinto e me inclinei para aumentar a potência do ar-condicionado.

- Mais uns 10 minutos – Ele desviou os olhos da estrada para me encarar – Está passando mal, Mabel? Está um pouco pálida.

- É só calor.

Ele parou o carro, fechou as janelas e aumentou ainda mais o ar.

- Me dê sua perna aqui.

- Hã? – Perguntei, sem entender.

- Anda mulher – Ele puxou minha perna e logo se desfez do zíper, arrancando minha bota fora, logo fazendo o mesmo com a outra.

- Está louco? Como vou aparecer assim, descalça?

- Acredite, vão gostar ainda mais de você.

- Ok – Disse entre risos.

Ele voltou a dirigir e em pouco mais de 10 minutos depois estávamos entrando em uma propriedade muito bonita.

A casa, que ficava no centro do extenso terreno, era pequena, mas tão bonita e graciosa, que deixava meu apartamento e o de Michael no chinelo.

Havia um milharal bem ao longe, uma máquina e uma carroça estavam abandonadas em um canto qualquer do terreno. E de onde eu estava ainda podia ver um moinho, algumas árvores e ouvir o barulho dos animais.

- Nossa, Michael, é lindo – Disse deslumbrada.

- Estava com saudades disso – Ele estava sorrindo amplamente – Vamos? – Assenti, apreensiva.
Quando desci do carro meus pés aterrissaram em uma grama fofa e verdinha.

A primeira figura a aparecer para nos cumprimentar foi um senhor de porte alto, barriga saliente e sorriso no rosto.

- Moleque! – O homem caminhou até Michael e prendeu-o em um abraço apertado.

- Senti sua falta, pai – Eles trocaram efusivos tapinhas nas costas, então finalmente se largaram – Essa é Mabel, pai, a amiga que disse que traria.

- Seja bem vinda, querida – O homem também me abraçou forte – Que bela amiga, Michael. Sempre teve bom gosto, moleque – Michael riu.

- Michael – Uma voz feminina chamou nossa atenção e logo uma senhora baixinha e robusta estava agarrada em Michael.

- Mãe. – Michael a abraçou com tanto afeto que minha vontade foi de entrar naquele abraço.

Eu sentia falta dos meus pais. Sentia falta de ter um lar para voltar no fim do dia. Falta de saber que há alguém me esperando, que alguém sente a minha falta.
Senti uma lágrima escorregar por meu rosto e limpei-a rapidamente.

- E essa é a moça de quem tanto falou?

- Sim, mãe, essa é Mabel.

- Olá, minha filha, sou Kathe – A mulher me acolheu em um grande abraço – Não esperava uma moça assim tão bonita e chique, meu filho – Todos rimos.

- Não se preocupe, Kathe, comigo não há ressalvas. Já agradeço muito por estarem me recebendo.

- Senhor, o que houve com seus sapatos?

- Michael arrancou-os. Estava de botas e o calor estava me matando – Dei de ombros.

- Mas vamos entrar. Estou acabando o jantar, vocês aproveitam para tomar banho, sim? – Assentimos – Não tem comido direito, não é Michael? Está mais magro!

- Mãe! – Michael protestou quando Kathe apertou sua inexistente barriga. Eu ri.

- Leve Mabel até o quarto de hospedes, Michael. – Michael assenti, em obediência ao pai e assim seguimos para o quarto.

Ouviu-o rir e parei de andar em meio ao corredor.

- Posso saber qual a graça?

- Você está simplesmente linda nesse vestido, e descalça, parece mais uma, hmmm... caipira, do que a moderna e chique Mabel.

- Não seja besta – Lhe dei um pequeno tapa e ele retribuiu estapeando minha bunda.

- Está apetitosa, Morena.

- Pare de charminho, senhor Jackson. Somos só amigos, esqueceu?

- Amigos que fodem.

- Seu... grande safado – Lhe empurrei e logo estava no quarto, devidamente trancada.

40 minutos depois estávamos os quatro sentados à mesa. Uma comida simples e deliciosa fora servida por Kathe e logo depois do jantar ela nos serviu café e iniciamos uma conversa amena, em meio a risadas e piadas, eles me contaram um pouco do passado e assim pude conhecer mais da história daquela família. Descobri o garoto travesso, o jovem trabalhador e estudioso, e o homem de família que Michael se tornara.

É claro que eu notara o cara bom que Michael era, mas agora vendo-o aqui, em meio aos seus pais, rindo igual um menino, machuca-lo parecia uma atrocidade.

E isso me fez declinar minimamente a minha ideia de usá-lo em meus planos sexuais e depois afastá-lo da minha vida.

Estava começando a me questionar se era mesmo isso que eu queria?
Se estava pronta para lidar com isso?
Talvez pudéssemos continuar amigos, realmente apenas amigos?

- Mabel? – Ouvi aquela voz doce balbuciar – Tudo bem?

- Claro, estava apenas perdida em pensamentos – Sorri amarelo.

Ali, sentada naquela mesa, ao lado de Michael e seus pais, e depois de tantas histórias, risadas e carinho... eu me senti em casa novamente. E meu medo era não saber o quanto isso havia mexido comigo.



Capítulo 14


Achei que a noite seria insone, já que estava em uma casa desconhecida, e normalmente, fico desconfortável nessa situação. Me enganei completamente, assim que encostei minha cabeça no travesseiro dormi feito um anjo... ou quase um anjo.

O que na verdade não foi tão vantajoso assim, pois tinha planos de visitar o quarto de Michael durante a madrugada e arrastá-lo até o milharal. Seria excitante transar lá, sob o breu da noite. Fantasiei sobre isso quase todo dia.

Acordei quando o sol estava despontado no céu. As galinhas, os passarinhos e os demais animais serviram de despertador.

Iria buscar um copo d’água e voltar para a cama... É praticamente de madrugada e é humanamente impossível alguém acordar essa hora.

- Mabel, minha flor, já acordada a essa hora? Achei que não levantasse tão cedo – Encontrei a mãe de Michael parada no meio da cozinha, pronta para todo um dia de atividades.

- Pois é – dei de ombros.

Não diria a ela que pensei que era de madruga e vim apenas buscar água.

- Vamos comigo tirar leite e pegar uns ovos para o café-da-manhã? Aproveitamos e conversamos um pouco.

- Claro.

Seguimos para o celeiro, completamente engajadas em uma conversa amena.

Observei-a com espanto, enquanto ela puxava as tetas da vaca e conversava comigo.

- Acho que você e o Michael se gostam, e muito – Soltou. Eu quase caí para trás diante da afirmação.

- O... o que? Não, dona Kathe, a senhora entendeu errado. Somos bons amigos, nos damos bem no trabalho, e acho o Michael um cara excepcional, mas não nos gostamos desse jeito que falou. – Ri, sem graça.

- Você e ele podem negar o quanto quiserem, mas uma velha sempre sabe quando há alguma coisa no olhar de garotos como vocês. – Ela levantou-se, equilibrando o balde de leite.

- Dessa vez acho que se enganou – Ri – Agora deixe-me ajuda-la com isso. – Peguei o balde e seguimos de volta a casa.

Avistei Michael conversando com seu pai, na varanda da casa, assim que me viu soltou uma sonora gargalhada, que pude ouvir de onde estava.

Rindo as minhas custas, caipira!

- Filha, pode buscar alguns ovos para mim? – Kathe tomou o balde de mim, e me entregou uma pequena cesta que carregava – O galinheiro é logo ali.

- Claro – Pisando duro, fui fazer o que ela me pediu.

Ia me lembrar de adicionar pelo menos 5 chibatadas pelo caipira intrometido ter rido da minha cara.

- Aiii, que galinha mais vaca – Amaldiçoei, depois de ser bicada.

Escutei aquela risada de menino mais uma vez, mas bem próxima de mim.

- Galinha vaca?

- Você entendeu – Estreitei meu cenho – E pare de rir as minhas custas, seu caipira.

- Você está hilária como moça do campo – Ele continuava rindo – Achei que fosse ver de tudo nessa minha vida, menos Mabel Mendes catando ovos e tirando leite.

- Ah é? – Peguei um ovo da minha cesta e mirei bem no meio da testa dele, acertando-o em cheio.

Michael parou de rir e foi minha vez de gargalhar.

- Está louca, sua... sua... Eu vou te pegar, morena – Ele foi rápido, pegando um ovo e jogando em mim, me acertando no colo.

Agora ríamos os dois, feito dois bobos.

E talvez fora nesse momento, nesse exato momento, olhando-o assim sujo de ovo, rindo de uma bobagem, que eu tenha notado, que para mim era mais que uma submissão... Havia se tornado mais, apenas eu não sabia qual o significado dessa palavra, nessa situação.

(...)

Passamos mais 5 dias ali. Naquele lugarzinho que apelidei secretamente de ‘paraíso’. Foram, sem sombra de dúvida, os melhores dias que vivi em muitos anos.

Ali esqueci de tudo, de ser a Mabel Mendes, a durona publicitária, cheia de traumas e medos, cheia de verdades e certezas, cheia de forças... E eu fui apenas a Mabel, a garota que parou de viver depois de uma enxurrada de coisas ruins.

Eu conversei, eu ri, eu visitei os pontos turísticos de Iowa, e choquem-se, eu não me entediei.

Os pais de Michael logo se tornaram para mim pessoas muito queridas, as quais eu levaria para o resto da vida em meu coração. E tenho certeza que para eles também fora assim.

Já Michael, bem, Michael foi meu companheiro todos esses dias. E não falo apenas de transas espetaculares – Sim, nós transamos no milharal – Falo de companheirismo mesmo. Ele foi acima de tudo meu amigo... conversamos muito todos esses dias, e nos desgrudamos muito pouco.

Não, nós não agimos como um casal, por que não somos um e nem seremos. Mas gosto de imaginá-lo em minha vida por muitos anos, como amigo, companheiro e meu fodedor prefeito – Isso pode não ter soado muito romântico, mas acreditem, para mim foi o ápice do romantismo -.
Jamais me esquecerei desses dias, mas infelizmente, o sonho acabou, a realidade irá bater a nossa porta assim que colocarmos os pés em Nova York e era hora de eu dar um ultimato a Michael. Melhor agora, do que esperar isso se complicar ainda mais.

Fiz o que pude e o que não pude, fui até onde nunca havia ido por ninguém, só para tê-lo amarrado em minha cama e não sou sentimental o bastante para declinar dos meus planos.
Assim, no primeiro final de semana, depois da nossa chegada de Iowa, eu convidei-o para ir até minha casa.

A campainha tocou as 7 horas de domingo e ao abrir a porta me deparei com ele, vestido em uma calça jeans preta, uma camisa gola v branca e uma jaqueta de couro preto.

Todos os meus instintos dominadores estavam lá, prontos para fazê-lo meu submisso.

- Boa noite, Mabel – Ele entrou sorridente.

- Espero mesmo que seja uma noite muito boa – Murmurei, sem encará-lo.

Me encaminhei para o bar e voltei de lá com duas taças de vinho.

- Vinho? – Ele sorriu de lado – Iremos fechar algum negócio? Se bem me lembro, me disse que só tomava vinho quando estava prestes a fechar algum negócio.

- Pretendo fechar um negócio hoje à noite, mas a decisão é sua. – Ele soltou uma risada baixa e sexy.

- Está me excitando com todo esse mistério. Vamos lá Mabel Mendes, sei que é uma mulher direta, o que quer me propor? Casamento? – Brincou.

- Michael, sou praticante de BDSM, e quero lhe propor que venha para meu mundo.

- Como? – Ele perguntou chocado.

- Eu sei que é o senhor Dor, frequentador do clube Lust e já o vi dominando uma mulher... e desde então, meu maior desejo é tê-lo como meu submisso.

- Você só pode estar de brincadeira, Mabel – Ele largou a taça e levantou-se nervoso – Por que não me contou antes?

- Pra que? Somos bom em sexo baunilha³, e eu precisava convencê-lo antes de lhe contar.

- Eu não acredito nisso – Ele passou as mãos pelos cabelos – Foi tudo um plano? Vivemos uma mentira?

- Não seja piegas, Michael – Revirei os olhos – Não vivemos nada, não nessa forma que está falando. Nos tornamos ótimos amigos, viajar com você foi maravilhoso, e transar melhor ainda, mas foi só. Chega de brincar, essa era a hora da verdade e isso não é uma conversa comum, é um ultimato. Ou topa entrar no meu mundo e me deixa te mostrar os prazeres de um submisso ou o que temos acaba aqui, e continuaremos a ser bons amigos, mas só.

- É sim ou não, é isso?

- Sim. Você vai se entregar a minha submissão, sim ou não, Michael? – Perguntei firme.

_______________________________________________

³ Sexo baunilha - Ou seja, sexo convencional, sem o uso de amarras, chicotes ou qualquer outro aparelho de BDSM. Chamado assim pelos praticantes desse tipo de sexo.

Capítulo 15


Ele sorriu de lado e vi seus olhos brilharem. De raiva, de confusão, de determinação e de puro e incandescente desejo.

- Ok, vamos então – Ele nem esperou que eu me recuperasse da resposta, já foi me puxando porta a fora.

- Michael... espere – Pedi, mal acompanhando seus passos apressados.

- Vamos Mabel, antes que eu desista dessa merda. Não é isso que quer, que sempre quis? Então pare de encher o saco e vamos de uma vez.

Juro, eu não sei como chegamos vivos até o clube, por que da forma como ele dirigiu achei que não chegaríamos. Normalmente teríamos demorado uns 25 minutos para chegar lá, e fizemos o trajeto em 15.

Ele não disse uma única palavra e me cortou quando tentei falar por duas vezes.

Ótimo, me irrite seu caipira.

Como eu conhecia a dona do clube, entramos sem precisar sequer dos tickets de entrada.
Assim que entramos no quarto, e o cheiro de couro e sexo invadiu minhas narinas, tudo em mim gritou ‘dominação’.

Observei Michael, que estava parado bem no meio do quarto, observando-me de olhos estreitos.

- Aqui você me obedece, correto? – Ele assentiu – Preciso que fale.

- Sim, entendi, Mabel.

- Ótimo – Sorri minimamente – Ajoelhe-se – Ele hesitou um pouco, mas acabou me obedecendo.

Parei bem na sua frente e comecei a me despir, livrando-me do meu sobretudo, que por baixo revelava um mini vestido preto. O material da roupa grudava em meu corpo como um corselet, bastava desfazer o nó das costas que ele se abriria e me revelaria completamente nua. E para complementar um salto altíssimo vermelho.

Rodeei Michael, parando atrás dele.

- Livre-se da camisa – Ele me obedeceu rápido dessa vez.

Caminhei até uma mesa, que sempre ficava lotada de parafernálias e lá peguei um chicote de couro transado, vermelho, um dos meus preferidos.

Observei as costas largas e másculas daquele homem a minha frente e minha vontade foi de mordê-lo, arranhá-lo... Até assim, submisso a mim, ele parecia forte demais para eu domar.

O som da primeira chicotada preencheu o espaço, acompanhada pelo grunhido de Michael. Em seguida a segunda, a terceira.... Cada uma mais forte e certeira que a outra.

Eu senti prazer em vê-lo assim, sentia prazer em ver um homem se deixando bater por mim. Me aliviava da enorme dor do passado, me mostrava uma Mabel forte, que nunca mais deixar-se-á ser ferida como fora.

Eu queria punir o monstro do meu passado, queria punir Rhaí, Michael... todos os homens... Queria que eles sentissem na pele o que as atitudes deles causam... monstros, assim como eu.

Eu só parei quando meu braço cansou e as primeiras lágrimas começaram a molharem meu rosto. Eu enxuguei-as rapidamente e soltei o chicote. Voltando para a mesa, apanhei outro chicote, dessa vez um com cabo de madeira, com várias cerdas macias e com pequenas contas nas pontas.

Sabia que esse não iria machuca-lo mais, só daria prazer.

- Livre-se da calça e deite-se na cama. – Ele logo o fez. Vi sua careta de incomodo quando encostou as costas na cama.

Ver seu corpo nu, assim a minha disposição fez-me tremer e meus nervos apertarem em todos os pontos certos.

Alcancei uma algema prateada, que também estava na mesinha e mais que depressa atei suas mãos ao espaldar da cama. Não fiz nenhum contato visual com ele. De alguma forma bem estranha, eu não estava me sentindo tão bem como eu ficava quando fazia isso com os outros submissos.

Desci o chicote por seu corpo, acariciando-o com as cerdas macias, para só então lhe açoitar. Dessa vez ele gemeu, e era claro e nítido que foi de prazer. Aquele tipo de chicote apenas fazia a circulação sanguínea aumentar e a pele esquentar.

Continuei o que fazia, no começo apenas na região de seu tórax, mas logo estava o estimulando na região das coxas e seu membro, que já se mostrava duro e brilhava pelo líquido que o molhava. Minha boa se encheu d’água com aquela visão.

Larguei o chicote no chão e subi na cama. Cheguei bem perto do seu membro e soprei-o levemente. Os quadris de Michael saltaram da cama e ele gemeu.

- Tire minha roupa – Ordenei, chegando muito perto dele. Michael era esperto o suficiente, já deveria ter despido muitas mulheres, por que nem precisou que eu lhe dissesse como fazer, ele se inclinou para frente como pôde e puxou a cordinha do meu vestido com os dentes.

Acabei de me despir e então montei-o. Minha intimidade na altura do seu rosto, e o meu rosto na altura do seu membro.

Ele atacou minha intimidade antes mesmo que eu fizesse o mesmo com a dele. Estava faminto como nunca o vira antes. Chupando-me com força, brincando com sua língua e me levando a loucura. Em poucos minutos eu havia me esquecido da tarefa de dar-lhe prazer e estava totalmente concentrada no prazer que ele estava me dando. A forma como ele estava fazendo aquilo estava me matando, eu queria gritar o quão gostoso aquilo estava, mas não pegaria bem para uma dominatrix fazer isso.

- Vamos, Michael, me faça gozar – Pedi em meio as lamúrias.

Quando ele prendeu meu clitóris entre os dentes, pressionando-o com uma precisão absurda, e deu leves ‘tapinhas’ com a língua ali, eu me desfiz no orgasmo mais violento e prazeroso que já tive na vida. Tudo em mim pulsou, estremeceu... Eu rebolei contra seu rosto, perdida nas sensações. Eu nunca havia ejaculado antes e aquilo era tão bom que queria prolongar a sensação para sempre.

Ele mordeu minha bunda, forte, provavelmente para me lembrar de que eu ainda não havia saído da minha posição.

Ainda estava de pernas bambas e totalmente zonza, mas eu queria muito mais.

Sentei-me em seus quadris, encaixando-me com facilidade. Fizemos contato fisual pela primeira vez, desde que entramos naquele quarto e notei menos sentimentos conflituoso nele. Agora parecia apenas com um desejo irrefreável e com um toque de raiva também.

Sorri para ele e inclinei-me para beijá-lo. Foi um beijo intenso, erótico. Sentir meu gosto em seus lábios, e meu cheiro de mulher em seu rosto foi algo que não sei descrever.

Comecei a rebolar perfeitamente em cima dele e seus primeiros gemidos mais explícitos preencheram o quarto. Apoiei minhas mãos em seu peito e comecei a descer e subir sobre ‘ele’, sem força, nem rapidez.

- Mais, Mabel, mais – Pediu. E foi também a primeira vez que ouvi sua voz desde que chegamos.
Eu gostava dele. Gostava muito... e isso era uma droga.

Me aninhei em seu peito, beijando-o quase castamente por ali, e só então aumentei meu ritmo. Estava muito perto de outro orgasmo e dava pra notar que ele também.

Me contrai o máximo que pude nas próximas descidas e isso pareceu enlouquece-lo, pois ele conseguiu uma força de tomar de conta da situação e ditar o ritmo das estocadas.

Minhas unhas se fincaram em seu peito e eu gritei, agarrando-me a ele, enquanto mais um orgasmo me atingia. E com um gemido gutural, foi a vez dele se retesar em baixo de mim e gozar.

Continuei assim, agarrada a ele, seu membro e seu sêmen me enchendo.

- Mabel, me solte, sim? – Levantei-me da minha posição e, caminhando desengonçada, pois estava dolorida, peguei a chave das algemas e voltei para a cama, o desprendendo.

Michael fez uma careta olhando para o pulso vermelho, mas não demorou muito tempo sentado ali. Saiu catando suas roupas e trancando-se no banheiro em seguida.

Eu devo ter acabado de foder com tudo. Estava nítido que não restaria entre nós nem a amizade. Eu sou uma idiota, presunçosa, desgraçada. Por isso vivo sozinha!

Ia levantar esse meu traseiro daqui e pedir desculpas a ele. Mas pedir por que, se ele também quis?

Claro que quis, eu dei um ultimato a ele!

Antes que eu fosse chama-lo no banheiro, ele saiu de lá vestido e pronto para ir. Porém antes ele caminhou até mim, estava sério e isso me deu medo.

- Eu fiz sua vontade, Mabel. Fui contra tudo que sempre fui só para satisfazê-la. Achei mesmo que estivéssemos construindo algo bom, uma amizade, um relacionamento, foda-se, qualquer coisa, mas você me mostrou que é uma mulher de planos e jogos, então vamos jogar. – Ele sorriu venenoso. Eu não queria aquele sorriso, queria seu sorriso de menino – O que aconteceu aqui terá de ser recompensado a mim do meu jeito, vai ser sua vez de entrar no meu mundo. Vou tomar posse de você, Mabel. Vou cobrar minha dívida em breve. – Ele girou em seus calcanhares e saiu do quarto, batendo a porta atrás de si.

Fiquei lá completamente boquiaberta, de olhos arregalados e de coração acelerado. Eu nunca poderia entrar no mundo dele.... eu... simplesmente era impossível, só pensar nisso me faz querer correr, me esconder e nunca mais voltar.

O que eu faria agora?

Continua em "Minha Possessão - Série Dominados Livro II -"

19 comentários:

  1. Capítulos 6 e 7 já postados, Deixem vosso comentário :D

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  2. Gente adorei, continua mais por favor !!!!!!!!1

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  3. Amores cheguei com o cap 9 , Boa leitura, deixem comentário :) Muito importante para nós e para a autora

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  4. Amores cheguei com o cap 10 , Boa leitura, deixem comentário :) Muito importante para nós e para a autora

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  5. Amores cheguei com o cap 11 , Boa leitura, deixem comentário :) Muito importante para nós e para a autora....
    hummmmmm...Michael cheio de ciume, hauehauehaue
    é...Mabel, esse ''senhor dor'' sabe deixar uma mulher crazy por ele.

    Bjs

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  6. Estou amando o casal Michael e Mabel. Eles se provocam e se curtem, acho isso o máximo.Agora apareceu esse estagiário para bagunçar. Continuaaaaaaaaa. Bjs.

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  7. Amores cheguei com o cap 12 , Boa leitura, deixem comentário :) Muito importante para nós e para a autora.... Terça tem mais 1 cap...
    bjs

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  8. Amores cheguei com o cap 13 , Boa leitura, deixem comentário :) Muito importante para nós e para a autora.... bjs

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  9. Capítulo 14 também já postado, Boa leitura, deixem comentário :) Muito importante para nós e para a autora.... bjs

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  10. Capítulo 15 já postado,Deixem vossos comentários lá no blog. Vai está no final o link para continuarem a ler a Série Dominados desta vez é o Livro II que pertence há Série: "Minha Possessão" (+18) . Bem esta chegou ao fim, terça continua mas já com o Livro II

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  11. OMG!!!!!!!!O final do livro I foi simplesmente espetacular. Parabéns, minha linda, por essa primeira parte da fic. Eitaaaaaaaaaaaaaa calor. Vou ali tomar um banho gelado...kkkkkk. Bjs.

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