sexta-feira, 2 de maio de 2014

FanFic: "Difícil de amar" (+18)



Autora: Paulinha Jackson

Sinopse: Viver na mesmice era algo a que Gabriella já estava acostuma. A rotina de ir a faculdade, estagiar a noite e sair com os pais no sábado era algo certo... Até ela conhecê-lo. Michael parecia um cara durão, e a forma como se conheceram não foi digna nem formal, foi até engraçada e um tanto embaraçosa. 

Porém Gabriella queria desfazer a imagem de santa que todos tinham dela, a imagem da garota que cumpria sua rotina e vivia sobre as regras e ela viu em Michael a oportunidade para quebrar essas "regras". 

Se viu diante de uma proposta absurda, feita depois que ela havia ingerido um teor considerável de álcool... Ridículo, ela não faria aquilo, ainda mais com um cara como ele. Mas ela ia descobrir o que Michael escondia por trás daquela máscara de durão. Ela ia entender o por quê dele fazer o que fazia e a partir daí ela ia descobrir como era difícil amar...

Capítulo 1

Michael

Caramba, eu sabia que uma ereção de 4 horas não era normal.

Eu tentei avisar a Gerald que aquelas malditas pílulas não iam dar certo.

E agora aqui estava eu, as 2 da manhã em um pronto-socorro, simplesmente ereto. Eu queria enfiar- me em um buraco e não sair de lá jamais.

- Hey garotão já vão nos atender - Gerald falou em um tom divertido - Basta preencher isso aqui - Ele me entregou uma ficha e eu preenchi o mais rápido que pude. 


Cara, isso tava doendo pra caramba.

A recepcionista olhou-me com uma cara nada agradável quando leu minha ficha - Provavelmente ela viu a causa de eu estar ali e me achou um tarado.

Meu dia está mesmo ótimo.

- Pode se dirigir a sala do Dr. Laurence. É aquela logo ali - Ela apontou para uma porta a sua esquerda.

- Obrigado - Peguei a prancheta , que estava na mão de Gerald , e tapei a parte da frente da minha calça jeans. A coisa era bem visível.

Ouvi sua risada abafada bem atrás de mim. Eu estava em uma situação embaraçosa o bastante e ainda tinha um otário bem atrás de mim pra ajudar.

- O que pensa que está fazendo Gerald? Pode ir.

- Não vou a lugar nenhum. Só saio daqui quando tiver certeza que não terá problemas de você gravar amanhã. Tempo é dinheiro garoto - Bufei irritado e decidi ignorá-lo.

Quando entrei na sala avistei alguém de costas para nós, preparando algumas coisas. Era uma garota!

Droga!

- Não era Dr. Laurence? - Perguntei incomodado.

- Sim, ele virá, mas antes preciso fazer algumas coisas rotineiras - Ela ainda estava de costas pra mim - Sente-se na maca por favor - Fiz o que ela pediu, ainda com a prancheta sob o colo. 

Ela virou-se e cara aquela garota era uma visão dos deuses. O pouco da sua pele que eu podia ver, já que ela estava de jaleco, era muito branca, os olhos azuis e vivos, lábios rosados e os cabelos caiam em ondas loiras pelo seus ombros. A visão não ajudou em nada na proeminência entre minhas pernas, só a fez latejar mais.

Ela também pareceu me observar por breves segundos até pigarrear e começar a falar algo.

- Boa noite senhores.

- Boa noite - Eu e Gerald respondemos em uníssono.

- Pode me dar a prancheta senhor, preciso ler seu prognóstico.

- A prancheta? - Engoli em seco.

- Sim - Sorriu simpaticamente. Com muito custo entreguei a prancheta a ela e a vi de olhos arregalados.

- Ohh meu Deus - Colocou a mão sobre a boca - O senhor é algum tipo de tarado? - Gerald soltou uma gargalhada e eu o olhei mortiferamente.

- Se parece de olhar pra minhas partes e lesse esse troço aí, você ia saber o por que disso aqui - Apontei para a saliência que a calça jeans escondia. Ela ficou corada em um tom quase vermelho.

- Eu ... eu já volto - Ela saiu um tanto atordoada dali, pela primeira vez na noite eu tive vontade de rir. Pobre garota, deveria ser do tipo virgem e puritana.

- Eu te disse que isso assusta as vezes.

- Cala a boca Gerald - Grunhi. Eu não suportava aquele cara e só não o havia expulsado por que trabalhava pra ele, de certa forma.

Cerca de 5 minutos depois a garota voltou com uma bolsa de gelo nas mãos.

- Ponha ... aí - Entregou-me a bolsa de gelo e eu fiz o que ela mandou. Senti vontade de gemer pelo alívio que senti quando a frieza do gelo acalmou minimamente a quentura do meu sexo - Vou examiná-lo senhor Jackson.

- Michael, por favor - Ela assentiu.

Depois de ouvir meus batimentos cardíacos, aferir minha pressão e olhar meus olhos com uma lanterninha incomoda, ela anotou algumas coisas em um papel e rumou para a porta.

- Dr. Laurence virá agora - Saiu sem olhar para trás.

O Dr. entrou e e cumprimentou-nos com um boa noite, puxou a cadeira para se sentar ao meu lado e depois de ler a prancheta voltou sua atenção para mim.

- É  primeira vez que ingere essas substâncias Sr. Jackson?

- Só Michael, por favor - Bufei - Nunca tinha tomado nada do tipo.

- Hum - Ele recostou-se na cadeira e ajeitou os óculos - E por que as ingeriu ?

Hesitei. 

Eu não queria falar o por que de eu ter tomada aquilo. Gerald falou por mim.

- Nossa estrela aí estava  em sua primeira filmagem. O garoto estava tenso, então eu dei-lhe as pílulas para podermos continuar a gravação.

- Que tipo de filmagem?

Porra, que interrogatório chato.

- Filme adulto - Disse orgulhoso. O médico não se abalou com a revelação, já a garota que estava entrando novamente o consultório quase desmaiou.

- Sim, Gabriella ? - O médico indagou-a, por que ela estava paralisada.

- Vi--- vim trazer os remédios - Ela me entregou os comprimidos e um copo cheio de água. Os olhos dela estavam a ponto de saltar da órbita.

- Pode sair Gabbe - Ela assentiu e saiu do lugar - Eu vou dar-lhe uma dose de combinação de um esteroide e um relaxante muscular para ver se as coisas irão retornar ao normal. Você vai tomar estas oralmente e vamos esperar cerca de 30 minutos. Se isso não funcionar, eu posso ter que inserir uma agulha fina no eixo e extrair sangue manualmente.

15 minutos antes de expelir o tempo que o Dr. tinha me dado, ele voltou a sala e pediu que eu me livrasse do jeans e ficasse apenas de boxer.

- Ele é parente? - Perguntou apontando para Gerald, que estava parado na porta feito um idiota.

- Não - Respondi.

-Então saia.

- Mas antes preciso saber se minha estrela estará bem, amanhã temos filmagens.

- Ele vai sobreviver - Gerald assentiu e saiu da sala.

- Está bem melhor Michael, creio que quando completar os 30 minutos que lhe dei poderá ir embora.

- Obrigado Dr. - Ele assentiu.

- Gabbe virá aqui antes disso para confirmar se o remédio fez efeito. Tenha uma boa noite Michael , e cuidado com essas coisas rapaz.

- Obrigada mais uma vez Dr. - Ele saiu fechando a porta em seguida.

Antes dos 30 minutos serem completados eu estava perfeitamente bem. Me levantei e me vesti o mais depressa que pude, queria fugir dali, mas a porta se abriu antes disso.

- Onde vai? Eu precisava ... dar ... er - Respirou fundo - Precisava dar uma olhada aí.

- Já estou bem - Ajeitei a calça e rumei até a porta.

- Michael - Virei para olhá-la.

- Bom, o Dr. pediu que eu lhe entregasse esse panfleto, aqui temos testes de DST e ...

- Agradeço a preocupação mas estou bem.

Claro que estava, eu fiz todos esses testes antes de assinar contrato com Gerald.

- Tudo bem, tenha uma boa noite.

- Você também - Saí quase correndo porta a fora. Queria esquecer que aquela noite realmente existiu.


Capítulo 2

Gabriella


O alarme do meu celular tocou e mais que depressa me pus de pé. Precisava espantar a preguiça do meu corpo e comer algo. Estagiar no turno da noite naquele hospital não estava sendo fácil, mas era preciso. 

Meu pais não entendiam meu empenho para me formar e trabalhar como uma "rélis enfermeira" _ Era assim que eles chamavam minha profissão_ De fato eu não precisaria trabalhar, meus pais eram donos de mais de 5 clubes de tênis, papai era acionista em uma grande empresa de telecomunicação e mamãe havia herdado uma fortuna de seus pais. Tínhamos dinheiro para as próximas 5 gerações, mas de fato eu não queria me tornar uma socialyte fútil e sem utilidade como mamãe e a maioria de suas amigas, que passavam o dia entre shoppings e clínicas de estética. Eu queria ajudar de alguma forma, trabalhar, me manter com meu próprio dinheiro. O que nem sempre dava certo, por que meus pais sempre interferiam e praticamente me obrigavam a levar um estilo de vida luxuoso. Não sou hipócrita para dizer que o dinheiro ou o luxo não são bons, por que são, mas eu realmente prefiro uma simplicidade feliz e confortável.

Caminhei tranquilamente para o banheiro, depois do banho sentei enfrente a penteadeira para me maquiar e arrumar os cabelos. Daqui a pouco Kelly e Drake , meus melhores amigos, estarão aqui. Prometi-os que eu deixaria que ambos me arrastassem até um bar para comemorarmos meu aniversário de 21 anos.

Uma vez na cozinha busquei um copo no armário e despejei o suco nele. Avistei o cartão que o tal Gerald havia me entregado ontem.

"Sexy Adult Film" Era o que estava escrito em letras cambriais e douradas e abaixo o telefone dele e o endereço de email do site pornô.

" - Pareceu bastante interessada no nosso ator enfermeira - Sorriu descaradamente - Se por um acaso decidir abandonar a mesmice desse hospital e se aventurar no mundo dos filmes, está aqui meu contato - Ele lhe entregou o cartão depois sumiu nos corredores do hospital"

- Idiota! - Eu tinha ficado seriamente brava com ele. Imagina, eu interessada em um homem que grava filmes pornográficos? Isso era ridículo.

Por certo que ele era bastante atraente e aquele volume no meio das pernas dele não me saia da cabeça... mas era inconcebível uma coisa dessas. 

Olhei para a sala e vi meu notebook descansando sobre a mesa de centro e então o que eu fiz ontem me veio a cabeça. Eu estava sendo contraditória comigo mesma; tinha achado ridículo aquele homem me entregar aquele cartão, mas a primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi correr para visitar o tal site. Caramba! Eu havia achado fotos do tal Michael apenas de boxer , nada de vídeos dele, apenas as fotos que tinha como legenda "Roland" _ Seu nome "artístico"_.
Minha boca salivou quando as fotos se reproduziam em minha mente ... a pele quase morena, os cabelos longos e cacheados, o corpo magro e definido, o sorriso inocente , que contrastava com todo o resto, os olhos intensos e negros. O tal Michael não tinha esteriótipo desses atores de filme pornô, que normalmente são musculosos e mal encarados, ele era quase doce, mas eu poderia entender o por que dele ter sido contratado toda vez que me lembrava do volume em suas calças.

A capanhia soou tirando-me do devaneio. Larguei o copo na bancada da pia, apanhei minha bolsa e as chaves do apartamento e saí encontrando uma Kelly e um Drake sorridentes a minha espera.

- Feliz aniversário Gabbe - Drake apertou-me contra seu peito, em um abraço apertado e carinhoso. Kelly sempre me disse que ele nutria por mim muito mais que um sentimento de amizade, no fundo eu também sabia disso, mas nunca mostrei que sabia, eu o amava como irmão e não queria perder essa amizade.

- Nossa menina está crescendo Drake - Foi a vez de Kelly me abraçar apertado - Parabéns meu anjo.

- Obrigado - Sorri para eles - Vamos?

- Vamos - Kelly assentiu - E no caminho você aproveita e me conta se aconteceu algo de interessante no plantão ontem.

- Você vai cair para trás quando eu te contar.

- Então vamos logo.

- Aii conversa de meninas - Drake revirou os olhos - Eu mereço...

Chegamos ao bar e sentamo-nos em uma mesa bem próxima a pista de dança. As luzes e o som alto estavam fazendo minha cabeça doer, então pedi algo forte para dissipar a dor.

- Vódka? Cuidado em Gabbe, você não é acostumada com bebidas fortes.

- Por que diz isso? - Me irritei - Será que é tão pecaminoso assim eu tomar vódka ao invés de suco? - Drake riu com gosto.

- Eu cuido dela Kelly - Ele piscou pra mim.

- Para uma garota que usa uma calcinha determinada para cada dia da semana, que não fala palavrões e que foi criada para ser uma dondoca, beber vódka é bem pecaminoso, mas pecaminoso ainda é descobrir que você estava em um site pornô procurando fotos de um gostoso que foi seu paciente ontem a noite.

- Kelly - A repreendi.

- Gabbe você estava fazendo isso? - Drake perguntou com uma pontinha de ciúmes.

- Mentira dela.

- Mentira nada. Deve ter ficado com um baita de um tesão nele, pra ter feito o que fez.

- Kelly - A repreendi pela segunda vez. Drake grunhiu.

- Hey Drake, quer ver as fotos dele, eu te mostro, é só um segundo - Ela pescou o celular no bolso - Como é mesmo o nome do site? Cara, você vai ver o que é realmente um homem.

- Você é insuportável Kelly - Ele levantou-se da mesa - Vou dançar um pouco, você vem Gabbe - Neguei com a cabeça e logo ele se afastou.

- Você pega pesado com ele.

- Ele precisa largar do seu pé, eu adoro o Drake, mas ele sabe que entre vocês não vai rolar nada e fica te atrasando ainda mais. Agora que seu guardião saiu vamos enfiar o pé na jaca - Ela fez um gesto para o garçom, que logo se aproximou, provavelmente encantado pela beleza latina de Kelly - Uma garrafa de vódka - Ele assentiu e se retirou.

Meia hora depois eu já havia entronado a garrafa de vódka sozinha. Queria provar pra mim mesma que eu poderia fazer uma loucura uma vez que fosse. Quando Drake voltou para a mesa ficou bravíssimo ao notar meu estado de embriaguez.

- Porra Kelly, eu saio por um tempo e você deixa ela ficar desse jeito - Ele gritou sentando-se ao meu lado. Pendi a cabeça sobre a mesa, bêbada demais para conseguir mantê-la ereta. Drake tirou o copo de vódka de perto de mim e pediu uma água, me obrigando a tomá-la.

- Deixa agarota em paz Drake - Ela gritou de volta.

- Hey parem de brigar - Disse com a língua um tanto embolada - Só por que eu sou virgem de vódka, isso não indica que eu não possa beber... se bem que , droga, eu sou virgem de tudo - Levei minha mão a boca depois que me dei conta do que tinha falado. Kelly gargalhou e Drake me olhou abismado.

- Está falando sério Gabbe? - Assenti - Isso é lindo...

- Diz isso por que não e você... não quero mais ser assim.

- Baby, não há nada para se envergonhar. Mas se você quiser se livrar disso, não é tão difícil fazer - Kelly segurou minhas mãos - Seus pais já te contaram a historinha da sementinha? - Soltei minhas mãos da dela e capturei a garrafa de vódka virando o resto de líquido que havia ali.

- Pare com isso Gabbe - Ele tirou a garrafa de minhas mãos.

- Me deixa Drake - Me irritei. Voltei a encarar Kelly - Não sou como você, não consigo romances de uma noite só.

- Não reclame quando estiver uma velha solitária morando com um monte de gatos - Ela deu de ombros.

- Deixe-a em paz Kelly - Drake resmungou - Gabbe se quiser eu posso te ajudar com isso - Ele sorriu e eu o retribui com uma careta.

- Eu vou ajudá-la Gabbe. Vamos escolher um homem nesse bar para deflorá-la - Eu ri da forma dela falar.

Até parece que eu deixaria um homem qualquer, o qual eu mal conhecia, tirar minha virgindade. E , claro, que eu também não dormiria com Drake, ele era como um irmão para mim.


- Oh meu Deus, Gabbe! Olha ! - Olhei para Kelly e segui o dedo dela, que apontava para a entrada do bar - É o seu paciente de ontem, o gostoso do site.

Capítulo 3

Michael


Sentei-me no bar e pedi uma cerveja. Enquanto meus pensamentos vagavam por meus problemas eu ingeria o líquido.

- Está bebendo feito uma mocinha Mike - Chris riu - Quer um canudinho princesa?

- Não brinque comigo, não estou de bom humor - Disse encarando minha cerveja.

- Posso ajudar cara? - Neguei balançando a cabeça negativamente.

Ninguém poderia ajudar e eu também não pediria ajuda pra ninguém, sempre me virei sozinho. Tenho certeza que Chris perguntou só para se mostrar interessado, éramos amigos desde meus 15 anos, ele sabia como eu era. 

Desde que meus pais foram parar na cadeia eu me mudei para a casa dos meus avós, mas 2 anos depois eles também morreram e restou naquela casa apenas eu e Mary, minha irmãzinha. Imagina como foi pra um moleque de 19 anos de repente se ver responsável por uma menininha de 3 anos, que ainda por cima tinha uma doença que atrofiou sua coluna e suas pernas, dificultando-a de andar normalmente.

Eu amava Mary, aquela garota era meu tudo. Ela era tão guerreira, amorosa e nunca, nunca reclamava do pouco que eu podia lhe dar... Isso me deixava frustrado e com raiva de mim mesmo, eu queria pagar para ela um ótimo médico, dar pra ela boas roupas e uma boneca nova no natal, mas por mais que eu trabalhasse e me esforçasse nunca era o bastante.

Foi então que Gerald apareceu na minha vida. Ele viu Chris em uma luta de box e ofereceu a ele uma boa quantia em dinheiro para que ele gravasse um filme adulto. Chris negou, mas assim que ele me contou de quanto era o cachê eu pedi que ele me apresentasse a Gerald. O diretor escroto gostou de mim e me contratou para gravar um filme, que até agora já tinha sido adiado três vezes.

Não era algo que eu queria fazer, mas eu tinha as contas da última cirurgia de Mary para pagar... eu precisava desse dinheiro.

Vendo que eu estava perdido em meus pensamentos, Chris limpou a garganta para chamar minha atenção.

- Relaxe um pouco amigo - Ele pediu mais uma cerveja - Aproveite seu tempo livre, não é sempre que pode ter uma babá para Mary.

- Não consigo relaxar cara - Disse desanimado.

- Precisa arrumar uma gata para desfazer esse desânimo - Ri balançando a cabeça.

Uma gata! Isso fazia me lembrar que amanhã era definitivo, eu estaria gravando aquele filme.

- Eu acho que está com sorte Mike - Sorriu - Tem duas gatas ali naquela mesa e elas não param de te olhar.

Virei para olhar as garotas de quem Chris falava e me sobressaltei ao ver a enfermeira sentada em uma mesa, ao lado de dois amigos. A morena ao lado dela acenou freneticamente para mim.

- Você conhece elas? - Chris perguntou.

- Mais ou menos - Franzi o cenho - Vou lá Chris, vejo você mais tarde - Joguei o dinheiro da minha cerveja sobre o balcão e caminhei até a mesa.

- Oi gostoso - A morena que estava com a enfermeira disse - Vi suas fotos no site. E que fotos.

Meus olhos capturaram o rosto da enfermeira... Ela tinha dito aos seus amigos o que eu fazia? E tinha procurado fotos minhas no site?

- Olá Michael - Ela me cumprimentou corada. Esforcei-me para lembrar do nome dela, eu tinha ouvido o médico pronunciar algumas vezes... era... Gabbe! É isso!

- Gabbe - Cumprimentei-a de volta.

- Senta aí Michael, ou seria Roland? - A amiga dela voltou a falar - Eu sou Kelly e esse é Drake - Acenou, mostrando si própria e o garoto que os acompanhava.

- Sou o Michael , ok ? - Permaneci de pé.

- Ok , Michael.

Meus olhos não se desgrudaram de Gabbe e peguei-a olhando para meu peito, barriga... seu olhar parou exatamente no local onde ontem havia uma ereção bem visível. Um sorriso escapou de meus lábios ao notar a expressão dela.


- Ela está bêbada? - Perguntei.

- Ohh sim - A amiga dela disse com um estranho orgulho - É o aniversário de 21 anos dela.

- Parabéns Gabbe.

- Obrigado - Ela assentiu sorrindo e logo depois pendeu a cabeça sobre a mesa.

- Você chegou na hora exata, sexy - Kelly sorriu - Estávamos aqui discutindo o presente de aniversário da Gabbe.

Gabbe levantou a cabeça em um sobressalto e tapou a boca da amiga.

- Cala a boca Kelly - A morena tirou a mão de Gabbe de sua boca e continuou.

- Silêncio Gabbe! Me agradecerá por isso - Ela voltou-se para mim - Temos aqui uma virgem, Michael, e chegamos a conclusão que o melhor presente de aniversário para ela seria perder a virgindade e ninguém melhor que você para fazer isso, um cara que sabe dar prazer a uma mulher, afinal você faz isso profissionalmente, certo?

Ela estava brincando comigo?

Pisquei várias vezes e dei mais um gole na minha cerveja para só assim responder.

- Bem, sim... - Dei de ombros.

Ninguém nunca tinha reclamado antes, mas pela conversa da tal Kelly elas achavam que eu era algum tipo de estrela pornô experiente.

Gabbe levantou a cabeça e me analisou com olhos curiosos. Deus, se ela me olhasse assim mais uma vez eu não seria capaz de lhe negar nada.

Estava achando toda aquela situação uma loucura, ademais eu não acreditava que Gabbe fosse virgem. Ela era perfeita demais, seus cabelos loiros, que caiam em ondas até o topo de seus seios, os olhos azuis e curiosos e aquela pele que refletia uma maciez irresistível. E ela estava especialmente bonita dentro daquele vestido rosa-bebê. Não acreditava que ela pudesse ser virgem aos 21 anos... onde estavam os caras dessa cidade?

- Vamos brindar - A amiga dela gritou e chamou o garçom pedindo uma rodada de shops - Por minha conta - Ela berrou. Ignorei-a.

Eu ainda estava ali por que precisava saber o que a Gabbe estava achando disso tudo.

Sentei-me ao lado de Gabbe e quando as bebidas chegaram ela tentou agarrar um copo, mas eu a impedi.

- Nada disso Beija-flor - Ela sorriu quando chamei-a assim e fez bico quando entreguei a ela a garrafinha de água que estava ao seu lado.

Quando nos olhamos nos olhos, não pudemos desviar. A boca rosada e carnuda dela separou-se e ela arfou olhando para meus lábios. Uma risada interrompeu nosso contato visual, que se tivesse demorado um pouco mais viraria um beijo.

- Você não pode estar levando isso a sério Gabbe - O amigo dela grunhiu - Você nem conhece esse cara. Se for fazer isso tem de ser comigo, que estou sempre ao seu lado, que você conhece a anos.

Tive vontade de rir quando ela fez uma careta de nojo para ele.

- Certo - Ela suspirou - Deixe-me pensar - Gabbe apertou os olhos e ficou assim por breves segundos.

- Pelo amor de Deus Gabbe, em nome de todas as mulheres que merecem um homem gostoso, aceita de uma vez criatura.

Ela me olhou mais uma vez, percorrendo os olhos lentamente pelo meu corpo e quando chegou na minha pélvis, ela mordeu o lábio e corou.

Agora eu estava começando a gostar da ideia. Pra falar a verdade eu estava quase a arrastando dali e fazer de uma vez o que ela queria.

- Pare com isso Gabbe - Drake falou desesperado notando o jeito que ela me olhava - Essa não é você, você não se joga em coisas inseguras... não vai fazer isso com ele. Nós sabemos disso - Permaneci calado, os olhos fixos no rosto dela.

- Estou cansada de ser taxada de perfeita, de nunca fazer nada de errado. E sabe mais eu estou usando a calcinha da segunda e hoje é sábado... esse é um jeito triste de parecer rebelde.

Ela falando de suas calcinhas não estava ajudando em nada a minha libido.

- Eu vou fazer isso! - Ela disse convicta. Inclinou-se para parecer mais sóbria e eu não fiquei alheio ao desenho dos seios dela por baixo daquele vestido rosa. Eu já estava considerando a hipótese dela ser mesmo virgem.... afinal ela parecia mesmo inocente.

- Também quero fazer isso - Sorri com o canto dos lábios.

Ela arfou e olhou para minha boca mais uma vez. Eu estava prestes a fazer uma merda, mas dane-se, eu não ia pensar nisso.

- Mas não hoje, você já bebeu demais - Ela abriu a boca em surpresa.

- Você tem uma caneta? - Kelly perguntou e eu neguei - Já volto - Ela levantou-se e praticamente correu até o bar, voltando de lá com uma caneta, que ela prontamente me entregou - Ela vai precisar do seu endereço.

Me levantei e segurei o braço de Gabbe, virando-o para escrever em seu ante-braço.

- Se você ainda quiser amanhã, e duvido que vá querer Beija-flor, me encontre aqui.

Rabisquei no braço dela o meu endereço, joguei algumas notas sobre a mesa, para pagar o que eu havia consumido.

- Tchau - Sai do bar.

Capítulo 4

Gabriella


- Gabbe! - Minha mãe repreendeu-me em seu tom de voz mais afetado e dramático.

Dessa vez não ia culpá-la pelo drama, minha aparência estava mesmo um horror. Estava com ressaca não só pela bebida, mas com uma especial ressaca moral também... Como fui capaz de dizer tudo que disse ontem ao tal Michael?

- Tome passe isso - Ela me entregou um pequeno kit de maquiagem, com pó, blush e uma dueto de sombras. E depois me estendeu um batom rosa.

Depois de alguns minutos me esmerando para cobrir as olheiras e dar alguma cor ao meu rosto e ao meus lábios, eu estava pronta.

- Assim está bem melhor - Ela guardou seus pertences na bolsa e voltou sua atenção para mim. Conversamos um pouco até o garçom se aproximar e anotar nossos pedidos.

Meu pai chegou cerca de 10 minutos depois, antes de sentar-se na cadeira ao meu lado, desejou-me felicidades e me deu um beijo estalado na bochecha.

- Desculpe o atraso querida, tive uma reunião de última hora.

- Tudo bem papai - Assenti.

Nos minutos que se seguiram mamãe e papai contaram animadamente da reforma da casa de Aspen, onde passávamos nosso natal. Eu fingia ouvir enquanto revirava a comida no prato e me lembrava da noite passada. O sorriso sexy e desafiador de Michael ainda estava gravado em minha mente, fiquei com essa imagem durante toda a noite e hoje pela manhã, enquanto eu esfregava o braço para tirar o seu endereço da minha pele, seu sorriso ainda estava lá, gravado em minha mente. Desafiador, sexy, quente... 

Quem em sã consciência organizava um encontro com um completo estranho para perder a virgindade? Eu tinha que refrear Kelly, isso era culpa dela.

Mas aquele sorriso... e o que era aquela órbitas negras e brilhantes que ele chamava de olhos? Eu poderia passar uma eternidade presa naquele olhar de desejo que ele me lançou quando eu disse que queria perder a virgindade com ele.
Por outro lado eu estava com raiva dele, não gostei nem um pouco da forma presunçosa e convicta de como ele afirmou que eu não apareceria em sua casa.

- ... Não é querida? - Mamãe perguntou tirando-me do devaneio.

- Perdão, não a ouvi.

- Estava falando que Jony é um rapaz maravilhoso.

- Ohh sim - Sorri.

- Por que não marcam um encontro? Ele sempre pergunta por você.

- Marcarei sim - Disse apenas para me esquivar do assunto, mas minha mãe sorriu como o 'gato de Alice'. Jony era a idealização de genro perfeito para ela.

O que devo fazer em relação a Michael? Eu deveria ir até lá, só para mostrar para ele que eu não era covarde e dizer em sua cara que eu não queria de forma alguma perder minha virgindade com ele.

Eu apaguei seu endereço do meu braço, mas lembro perfeitamente "715 Evergreen Terrace. "
Eu ia encará-lo bem de perto e dizer-lhe; Quem diabos ele pensava que é? Oferecendo seus serviços  como se  fosse um inconveniente total, mas ainda concordando em tirar a minha virgindade? .


É isso, irei agora mesmo até lá.


- Adorei o jantar e muito obrigado pelo presente - Levantei-me - Vejo vocês no sábado certo?


- Claro meu anjo - Beijei mamãe e papai e parti para o estacionamento. Em questão de segundos o veículo já estava em movimento e eu estava me dirigindo para a casa de Michael.


Quando parei em frente a casa de número 715, fiquei me perguntando se o tal Michael havia me dado o endereço errado. Como uma estrela pornô pode morar em um bairro assim tão simples?


A casa era pequena, limpa e aconchegante. As paredes muito brancas e duas cadeiras em uma pequena varanda que havia ali, dava a casa um ar de "Lar". Havia uma caminhonete semi-nova negra estacionada ao lado da casinha branca e fiquei me perguntando se aquele era o carro dele.
Me olhei no retrovisor mais uma vez e tentei relaxar, assim que estava mais calma deixei a segurança do meu carro.


Dei pouquíssimos passos em direção a casa, pois um ônibus escolar parou a poucos metros de mim e um pequeno exército de crianças desceu, todos afoitos e barulhentos correram em direção a suas casas, mas uma garotinha em especial me chamou a atenção. Ela era menor que as demais crianças e andava com a ajuda de um andador. A bonita garotinha me olhou alguns segundos, mas logo voltou a caminhar o mais apressadamente que conseguia.


- Mike! - Ela gritou assim que passou pelo gramado frontal da casinha branca. Lançou-se nos braços de Michael e foi recebida com um beijo estalado e um abraço acolhedor.


- Como foi hoje na escola? - Ele perguntou pondo-a no chão.


- Boa - Ela encolheu os ombros - Desenhei você.


- Ohh sério? - Ele riu e eu quase me derreti com a visão. A garotinha assentiu - Que tal entrar hein? Eu já entro para te ajudar - Ela segurou seu andador novamente e esforçou-se para subir os poucos degraus que davam acesso a casa. 


A garotinha tinha roubado totalmente sua atenção, tanto é que ele ainda não havia me visto parada ali.


- Michael? - Chamei, ele virou-se e me viu parada próxima a meu carro.


- Gabbe? - Sua feições estavam completamente confusas.


Eu não deveria ter vindo. Todo o veneno que eu estava guardando pra soltar sobre ele, se esvaiu quando eu o vi com a menina.


Ele pareceu maquinar algo durante breves segundos e então a confusão desapareceu de seus rosto e aquele sorriso desafiador estava lá novamente.


- Então você quer mesmo continuar com isso? - Perguntou arqueando a sobrancelha. Ele tinha caminhado até mim e agora estávamos próximos um do outro.


Ahh o veneno estava de volta. Eu empurrei-o para mais longe e apontei o dedo em seu rosto.


- Não estou aqui para fazer sexo com você, idiota. Só vim até aqui para te provar que não sou covarde, só para isso.


A porta da frente, que ficava só alguns metros longe da gente, se abriu. 


- Mike? - A menininha colocou apenas uma parte do rosto para fora. Ela parecia assustada, deve ter ouvido minha voz soar alta e arregalou os olhos quando viu que eu estava apontando o dedo para Michael.


Droga, era difícil ficar com raiva dele quando uma doçura de menina o adorava.

- Está tudo bem Mary. Entre meu anjo, entro em 10 minutos para te ajudar com os alongamentos.

- Quando entrar pode me fazer um sanduíche? - Ele riu.

- Faço sim, agora vá ver um pouco de desenho animado - Ela assentiu e fechou a porta.

- Ela é sua...?

- Mary é minha irmã - Ele suspirou - Mas a custódia dela é minha, cuido dela desde que ela tinha 3 aninhos.

- Ahh - Foi a única coisa que consegui dizer - Ela tem escoliose?

- É espinha bífida* - Disse com os olhos distantes.

- Oh! - Eu disse de novo. Eu sabia que era uma doença da infância, incapacitante, que deixava a coluna torcida e muitas vezes afetava as pernas, mas não muito mais. - Sinto muito.  

- Nós nos viramos bem - Ele deu de ombros.

- Percebi. Olha sinto muito por ter vindo aqui,  vamos esquecer isso, sim? - Dei um passo para trás, pronta para correr, entrar em meu carro e sair dali o mais depressa possível.

- Por que veio aqui? - E lá estava ele de novo, seu sorriso desafiador dançava em seus lábios.
Ele deteve seus olhos em minha boca e desceu seu olhar pelo meu pescoço, colo e me arrependi amargamente em por esse vestido justo que salientava meus seios.

- Você estava curiosa? Posso apostar que sim.- Ele ergueu a mão e roçou-a contra a pele exposta do meu ombro. Fechei os olhos diante da carícia, um arrepio tomou conta do meu corpo e uma onda intensa de prazer varreu toda excitação para o local entre minhas pernas, que agora estava molhado.

Inferno, eu estava curiosa, queria desesperadamente saber como seria aquela boca beijando não apenas meus lábios, mas todo meu corpo. 

Ele baixou a mão e voltou a ficar sério.

- Quero que saiba que não estava tentando tirar proveito de você. Entrei na brincadeira para te preservar, afinal sua amiga estava leiloando sua virgindade, seu amigo estava prestes a comê-la ali mesmo e você estava bêbada demais para tomar uma decisão coerente.

Hã? Ele tinha mesmo me dado um sermão?!. EU que deveria estar dando um sermão nele... mas no final ele tinha razão e eu também deixei-o em maus lençóis.

- Bom, não importa. Só vim te dizer que não importa, que não estou interessada - Fiz minha melhor cara de paisagem.

- Tem certeza que saiu de seu castelo e dirigiu até aqui só para isso Beija-flor? - Sua voz estava tingida de ironia.

- Pare de me chamar assim - Grunhi.

- Gosto de chamá-la assim - Ele sorriu divertindo-se com a situação - Nós dois sabemos que você quer isso, mas não tenho pressa, farei com que peça.

O olhei mortiferamente. Se eu tivesse um laser na íris eu teria o fulminado naquele instante.

- HA HA HA Vai fazer 40 graus de calor no pólo Sul quando isso acontecer - Ele riu gostosamente da minha súbita raiva.

- Diga o que quiser Beija-flor - Ele deu de ombros.

Minha raiva voltou a se eclipsar quando notei a sombra de Mary passar pela janela da casa. Meus pensamentos voltaram para sua doença.

- Ela faz fisioterapia?

- Não mais, a terapeuta cobrava um bom dinheiro pelas sessões. Mas ela me ensinou alguns exercícios que eu mesmo faço com Mary.

- Hum.

Ainda estava confusa com o que tinha descoberto ali. Michael passara de estrela pornô altamente sexy e bad- boy, para um cara adorável que amava e cuidava da irmã, em um átimo de segundo.

- Tenho que ir. Além disso sua irmãzinha está te esperando.

- Ok. Até logo Gabbe.

- Adeus Michael - Virei em meus calcanhares e ainda pude ouvir sua risada baixa antes de entrar no carro.


Observei sua silhueta bem desenhada caminhar despreocupadamente até a casa. até que não vi-o mais. Dei partida no carro e saí dali. Achando que nunca mais voltaria... ahhh como eu estava enganada.

Capítulo 5

Michael


Quando entrei em casa Mary estava concentrada em frete a TV assistindo sua dose diária de desenho animado. Parti então para a cozinha, para preparar o lanche dela. Enquanto o fazia me lembrei da moça loira e bonita que tinha acabado de estar no meu jardim... Eu duvidava que ela tivesse vindo até aqui só para me dizer "Não estou interessada" , eu podia ver em seus olhos que tinha muito mais.

Ela era linda, gostosa pra caramba, mas garotas como a Gabbe não gostam de caras como eu. Talvez sintam curiosidades em provar algo exótico para elas, mas nada mais que isso. Afinal o que uma garota vestida daquele jeito, com jóias pendurada nas orelhas, pescoço e pulso, poderia querer com um pé rapado como eu.

Eu gostei de sua visita, por um lado. Ver aquele rosto angelical e sentir aquela pele macia foi o êxtase... Porra eu estava agindo feito um adolescente.


                                                        ~~~~~~~~~******~~~~~~~~~~


- Meu garoto você vai amar a garota que escolhi pra contracenar com você - Gerald comentou animadíssimo - Ela não dará piti feito a outra.

Eu havia acabado de chegar no set de filmagem do filme. 
Uma casa fria e informal, na sala apenas um sofá branco e um quadro e no quarto uma cama espaçosa e a porta que indicava o banheiro.

- OK Gerald - Assenti tentando parecer indiferente.
Uma mulher  muito bonita se aproximou de nós. Ela era alta, com curvas esbeltas, seios bastante apetitosos e uma cascata de cabelos ruivos , que contrastavam com sua pele branca. Ela estava trajada de vermelho; sutiã, calcinha, cinta-liga, meias e salto.

- Roland? - Me cumprimento sorrindo despreocupadamente.

- Prazer em conhecê-la - Estendi-lhe a mão e ela apertou-a.
Eu não podia acreditar que estava mesmo levando essa história para frente, mas eu tinha que fazê-lo,  eu precisava do dinheiro.

- Você é bonito pra cacete, Roland - Acariciou meu ombro - Isso vai ser divertido.

Eu ri timidamente... Timidamente? Desde quando eu tinha ficado tímido? Devia ser pelo fato de eu não conhecer essa mulher, nem sequer saber seu nome direito e já ter que transar com ela. Não era muito diferente de quando eu levava uma garota qualquer pra casa, claro se não considerasse o fato de que quando eu levo-as para minha casa eu estou bêbado e aqui tem o acréscimo que há muitas pessoas olhando.

 - Gerald me disse que é seu primeiro filme - Encolheu os ombros - Então apenas se divirta, não se preocupe em me dar prazer ou coisa do tipo. Sei fingir muito bem querido. De qualquer forma vai ser bom pra mim - Assenti, me sentindo meio incapaz de falar.

Susan era bem profissional, isso iria ajudar

Gerald disse-nos que nos queria natural em cena. Que a primeira parte da filmagem deveria ser  feita no banheiro, onde eu teria que banhar Susan e depois seguiríamos para o quarto.

Fizemos essa cena brevemente e logo seguimos para o quarto. A equipe já estava apostos e Gerald gritou:

- Já estamos prontos, podemos começar? - Assenti hesitante.
Assim que ouvimos o clique da câmera, indicando o início da filmagem, eu e Susan começamos a nos beijar, fizemos isso por um tempo, mas, assim como da outra vez, eu não estava excitado.

Droga! Isso não pode acontecer de novo.

Susan pareceu notar meu probleminha e aproximou-se do meu ouvido para sussurrar:

- Relaxe querido, vou te ajudar com isso.

Ela se ajoelhou em minha frente e fez um oral maravilhoso em mim. Foram questões de minutos para eu estar 'pronto para o trabalho'. Joguei-a contra a cama e arranquei suas roupas o mais depressa que pude.

Alguns momentos mais tarde eu estava afundando dentro dela. Todas as preliminares que eu normalmente fazia se revelando desnecessárias. Susan montou-me como a maldita profissional que ela era, jogando o cabelo para trás e segurando minhas coxas quando se levantou para cima e para baixo no meu membro.

Eu mantive meus olhos nela, tentando esquecer de toda a tripulação que nos observava.

Minha mente vagou quase que inconscientemente para Gabbe e o quanto ela parecia angelical e ao mesmo tempo tentadora dentro daquele vestido colado. Seus seios se amotando em um desenho belo, que o decote pouco revelava.


Com tais pensamentos minha fome aumentou, minha necessidade de chegar ao clímax ficou quase dolorida. Então Virei Susan contra o colchão e voltei a estocá-la, dessa vez mais forte, ouvindo-a gemer e gritar irritantemente eu finalmente cheguei ao ápice.

Capítulo 6

Gabriella


Nos dias que se seguiram eu não consegui tirar Michael da minha cabeça. Por mais que tentasse, ele estava sempre ali, em meus pensamentos. E entrar novamente no site e ver que agora ele tinha um vídeo postado não me ajudou nem um pouco. Eu perdi as contas de quantas vezes eu vi aquele vídeo. Eu ficava absorta observando as mãos dele percorrendo as curvas da mulher, seu cenho se franzindo denotando seu prazer, os movimentos de seus quadris chocando-se com os dela... 

Ahrggrrr eu ficava tão irritada comigo mesmo depois de ver o vídeo que corria pro banheiro e só saia de lá depois de uma chuveirada de no mínimo meia hora e de ter me esfregado tanto a ponto de me sentir vermelha, mas ainda sim me sentia suja.

Nesses dias também pensei muito em Mary, a irmãzinha dele. Fiquei de coração partido quando ele me disse que não pôde mais pagar a fisioterapeuta. Então eu parti para uma pesquisa sobre a doença e cheguei a conclusão de que Mary tinha a versão mais grave da doença e que precisava de fisioterapia.
Visitei a ala de fisioterapia e conversei com alguns fisioterapeutas. Nos meus minutinhos de folga dei uma  escapadinha e aprendi alguns exercícios com um dos enfermeiros que trabalhavam naquela área. Agora que estava pronta, eu já sabia o que iria fazer.

                                                              ~~~~~~~~~*****~~~~~~~~~~

- Você está louca garota? - Kelly falou tão alto que o rapaz que estava sentado a mais de 5 metros de distância nos olhou.

- Olha quem fala. Alguns dias atrás você queria que eu perdesse minha virgindade com ele. Isso sim teria sido uma loucura - Disse firme - Só irei até lá ver a garotinha, eu sei que posso ajudá-la.

- Você e suas crises de "Madre Tereza de Calcutá". Lembra da última vez que foi tentar ajudar? Você foi abrigar um cachorro de rua, por que estava com pena dele, e o animal quase comeu você... Isso não parece ser bem parecido com essa história?

- Não viaja Kelly - Balancei a cabeça - Só vou lá ver como eles estão... Quer dizer, como a menina está - Me corrigi  - Ele me disse que não podiam pagar a fisioterapeuta, Kelly. Aquela garotinha merece o melhor.

- Só pra você se situar - Ela estalou os dedos bem próximo a minha face - Você NÃO É FISIOTERAPEUTA.

- Bom, mas sou enfermeira... Isso já é algo - Dei de ombros.

- Então quer dizer que isso não tem nada a ver com o tal Michael ? - Ela perguntou-me com a sobrancelha arqueada. Continuou antes de eu responder - Olha Gabbe, aquela história no bar era brincadeira. Você merece coisa melhor, não que ele não seja um gostoso, mas um cara que vende o corpo não merece você. Você é uma garota bonita e inocente, não pode se juntar com um cara como aquele.

- Um cara como aquele? - Perguntei um tanto irritada pelo seu modo de falar - Afinal o que sabe dele?

- Sei o suficiente para te dizer CAIA FORA.

Bufei irritada e me levantei da cadeira onde estava sentada.

-Tenho que voltar para o trabalho - Joguei o copinho, que antes estava cheio de café, no lixeiro e girei a maçaneta para deixar a sala, mas antes virei para lhe dizer - Apenas confie em mim OK?

Antes de virar o corredor ouvi a voz de Kelly dizer em resposta tardia.

- Bem, a vagina é sua - Ri baixinho, mas não tive coragem de virar para xingá-la, pois um enfermeiro que ia passando ali ficou me olhando.


                                                                ~~~~~~~~~~~*********~~~~~~~~~~~~

Talvez ter vindo aqui tenha sido uma estupidez, mas eu não ia voltar atrás agora.

Agarrei a bola de exercício e a bomba, que eu havia comprado no caminho para aqui, e saí do carro.

Olhei em meu relógio e vi que era praticamente a mesma hora que eu tinha chegado da outra vez. Fiz isso pensando encontrar Michael esperando sua irmã descer do ônibus, como há dias atrás, mas logo percebi que ele não estava em casa, pois sua caminhonete não estava estacionada.

Momentos depois de eu ter batido na porta uma garota atraente atendeu-a. Ela parecia ter minha idade, talvez um pouco menos, e ela era muito bonita. Grandes cabelos longos e negros e olhos pequenos que davam ao seu rosto um ar sexy. 
Meu estômago revirou. Será que ela era namorada de Michael?

- Posso ajudar? - Ela me olhou de cima a baixo com uma expressão nada boa.

- Humm... o Michael está?

- Não. Ele está trabalhando. E você quem é?

- Eu sou Gabbe, - Engoli em seco - uma amiga dele. Trouxe isto - Mostrei-lhe a bola - É para Mary, sou enfermeira e gostaria de fazer uns exercícios com ela.

- Ah, tudo bem - Ela escancarou a porta- Pode entrar, Mary vai estar em casa em alguns minutos, pode esperá-la aqui - Eu a segui casa a dentro e ela pediu que eu sentasse. Quando o fiz ela estendeu sua mão para mim e apresentou-se - Sou Rebeca - Apertei sua mão.


Quem diabos era aquela garota?

Capítulo 7 

Michael

Assim que estacionei a caminhonete em seu devido lugar, me perguntei por que o carro de Rebeca não estava ali. Será que ela tinha saído com Mary? Não me agradava nada ela sair dirigindo por aí com minha menininha. Então larguei a caixa de ferramentas de qualquer jeito no chão e corri casa a dentro.

Assim que entrei ouvi as risadas de Mary. Então ela estava no quarto, mas e Rebeca? 

Subi o mais rápido que pude, esquecendo-me até de lavar as mãos sujas de graxa . A cena que prestigiei tomou meus olhos com um encantamento atordoante. Mary estava deitada sobre uma bola de exercícios e Gabbe estava ajoelhada ao seu lado, ajudando-a e rindo junto com ela.

- Mike! - Mary gritou. Saiu de cima da bola com a ajuda de Gabbe e andou o mais depressa que pode até mim, jogando-se em meus braços em seguida. Eu acolhi-a em um abraço apertado... Aquela garotinha era meu lar.

- Oi princesa - Beijei sua bochecha - O que estão fazendo hein? - Minha vontade mesmo era de perguntar a Gabbe o que porra ela estava fazendo ali, mas me contive por Mary.

- A Gabbe está me ensinando um montão de exercícios - Ele mexeu-se em meus braços e eu a coloquei no chão. Mary voltou para a bola e começou a rolar sobre ela, rindo sem parar. Nunca tinha a visto tão animada para fazer seus exercícios.

- Isso é bom princesa. Hum... Gabbe posso falar com você na sala por 1 minuto? - Virei-me e segui para baixo sem esperar sua resposta.

- Volto logo Mary - Ouvi-a se explicar.

Assim que paramos em frente ao sofá da sala eu soltei.

- O que está fazendo aqui? E onde está Rebeca?

- Eu vim ver Mary e Rebeca saiu.

- Eu pago a Rebeca para cuidar de Mary e ela a deixa com uma estranha - Virei-me de costas para não perder a paciência ainda mais com ela.

- Não precisa exagerar.

- Não é exagero - Retruquei.

- Rebeca não teve culpa, eu disse que era sua amiga e uma enfermeira, ela deve ter pensado que eu era enfermeira de Mary - Deu de ombros.

Suspirei sentando-me no sofá. Estava exausto e sujo, não era isso que eu esperava encontrar em casa depois de um dia de trabalho.

Gabbe parou em minha frente e tocou suavemente minha mão. Encarei o local onde ela estava apertando. Minhas mãos estavam sujas, mas ela não parecia ligar para isso.

- Sinto muito - Suspirou - Eu queria ajudar. Rebeca saiu não tem 5 minutos e ela tentou te ligar pra avisar, mas seu celular estava desligado.
Abri os olhos e encontrei seus grandes e preocupados olhos azuis.

Estava sendo um idiota com ela.

- Tudo bem. É mesmo muito difícil achar quem queira ajudar. Me desculpe. Não queria ter te tratado assim, fiquei bravo com Rebeca, ela foi irresponsável.

- Não a demita por minha causa, foi apenas um mal entendido.

- Vou pensar sobre isso. E obrigado por ter ajudado Mary hoje - O canto dos meus lábios subiram em um sorriso. Ela respirou aliviada.

- De nada.

- Não posso pagar uma enfermeira particular, sabe disso não é?

- Não foi por isso que vim. Não me deve nada.
Estudei-a por alguns segundos.

- Então por que veio? - Eu não esperava ver essa patricinha nunca mais e ela me aparece aqui extremamente sexy, dentro de um de seus vestidos de marca... Ela estava me deixando confuso.

Ela ia me responder, mas Mary apareceu no topo da escada gritando:

- Eu quero a Gabbe - Encarei Gabbe e ambos rimos.

- Você se importa de ficar com ela mais alguns minutos? Preciso de um banho e você precisa lavar a mão ou vai sujar seu vestido de 500 dólares - Ela olhou para a mão suja de graxa.

- Eu nem tinha percebido - Comentou parecendo um pouco chateada por meu comentário - Pode tomar seu banho, eu cuido da Mary.

Desapareci dentro do banheiro.

Nos intervalos em que eu deligava o chuveiro para ensaboar-me, eu podia ouvir a conversa e as risadas delas. 

- O que seu irmão gosta de comer no jantar? - Gabbe perguntou.

- Nós tomamos sorvete - Gabbe riu.

- Ohh, mas isso não me parece saudável. Que tal espaguete com almôndegas? Aí depois do jantar tomamos sorvete.

Não ouvi a resposta de Mary pois voltei a ligar o chuveiro. Sorrindo feito um idiota enquanto acabava meu banho.

Depois do banho coloquei uma calça jeans, uma camiseta branca e borrifei um pouco de perfume. Afinal eu tinha uma garota na minha sala... Meu nível de idiotice hoje estava bastante elevado.
Encontrei Mary sentada no sofá da sala. Concentrada demais em seu desenho para me notar. Então rumei para a cozinha e vi Gabbe debruçada sobre o fogão mexendo em alguma panela. O cheiro da comida somada a cena de seu traseiro empinado me deu água na boca. Pigarrei para mostrar a ela que eu estava ali.

- Humm o jantar está pronto - Comentou tímida. O rubor nas suas bochechas era encantador - Pode buscar Mary? Vou pôr a mesa - Assenti e sai dali antes que eu fizesse uma besteira e a agarrasse ali mesmo.

Quando Mary já estava sentada em sua cadeira observei o quão bem posta a mesa estava. Tudo tão organizado que dava até medo de desmanchar.

Todos gargalhamos quando o estômago de Mary fez um barulho e ela tentou abafar o som pondo a mão na boca.

- Está mesmo com fome não é princesa?

- Yeahh - Balançou a cabeça - E adivinha quem ajudou a Gabbe?

- Não faço a mínima ideia.

- Euuu - Gritou e eu voltei a rir.

Eu olhei orgulhoso por alguns instantes o rostinho satisfeito de Mary, enquanto ela comia o macarrão feito um filhotinho de leão faminto. 

Gabbe agarrou sua bolsa e colocou-a em seu ombro.

- Me diverti muito com você, Mary.

- Não vai ficar? - Perguntei.

- Ohh não - Ela desviou o olhar - Desfrutem o jantar.

- Mas você não jantou ainda, não ? - Ela negou com a cabeça - Então sente-se aí - Ela sentou-se na cadeira e eu servi-a do macarrão e voltei a sentar na minha.

- Michael, isso é muito pra mim.

- No meu também tem demais - Mary disse espelhando-se em Gabbe.

- Caladas, comam, estão muito magras - Elas me olharam de forma divertida e logo começaram a comer.

Desfrutamos o jantar em total silêncio, mas minha mente trabalhava arduamente. Gabbe ainda não tinha me respondido o que, exatamente, tinha vindo fazer aqui.

- Vou ter que te dar um banho com um esfregão Mary. Olhe só para você - Ela passou o dorso das mãos e espalhou mais molho de macarrão pelo rosto.

- Não. Quero que a Gabbe me dê banho hoje.

- De jeito nenhum boneca. Está tarde e a Gabbe precisa ir para casa.

Mary fez beicinho mas não insistiu. Limpei sua boca e ela subiu para brincar um pouco antes do banho.

Eu e Gabbe voltamos a ficar sozinhos. Ela demorou alguns segundos para ter coragem de me perguntar o que ela estava querendo.

- Estava fazendo um novo filme hoje?

- Não. Trabalho em construção quase todos os dias. Aquilo foi só... um erro estúpido.

- Então não vai mais fazer? - Ela perguntou.

- Não sei... o dinheiro é bom e a saúde de Ma... - Me interrompi - Esqueça, nem sei por que estamos falando disso.

Ela baixou a cabeça visivelmente nervosa.

- Acabou? - Apontei para o prato.

- Sim. Obrigada.

Eu lavei nossos pratos sujos e ela limpou a mesa. Tudo estava silencioso, mas ela voltou a falar.

- Você disse que foi um erro, mas fez um firme - Ela parou de repente e eu virei para encará-la. 
Ela sabia que tinha sido descoberta.

- Você viu o vídeo? - A ideia dela ter me visto fazendo sexo com outra mulher era... fodidamente quente. 


O rosto dela ficou vermelho e eu sabia que ela não só tinha visto, mas provavelmente também tinha se dado prazer enquanto assistia. Ah, inferno. Assim não tem homem que resista.

Capítulo 8

Gabriella


- Hey, estou com sono Mike - Mary apareceu na cozinha atrapalhando nossa conversa. E ela não poderia ter aparecido em melhor hora.

Eu precisava aprender a fechar essa minha boca. Tinha praticamente admitido ao Michael que eu tinha visto o vídeo dele... E não era isso que eu tinha ido fazer ali, definitivamente não era. Eu estava ali por aquela garotinha. Bem, o fato do irmão dela mexer comigo era outra história.

Eu subi carregando Mary. Ajudei-a a se despir e antes de entrar com ela no banho ela me apontou sua pequena cômoda e disse que queria vestir seu pijama da 'sininho'. Não pude deixar de notar que em sua gaveta havia algumas camisas surradas e gastas, que com certeza eram de Michael, e que deveriam servir de camisolas extremamente grandes para ela.

Depois do banho eu ajudei-a a entrar no seu pijama. No processo notei as marcas de suas cirurgias... pobrezinha, tão pequena e já tinha passado por tantas coisas. Eu gostaria de poder curá-la.

Coloquei-a na cama e cobri-a.

- Descanse boneca - Beijei sua testa e ela sorriu pra mim com os olhinhos semi-serrados.

- Boa noite Mike - Ela sussurrou e ao me virar o vi parado na porta, me olhava com uma expressão que eu não sei como relatar, mas parecia algo bom.

Quando ela fechou os olhinhos e sua respiração se estabilizou saí do quarto, fechando a porta. Michael me seguiu pelo corredor estreito.

- Você provavelmente tinha outras coisas para fazer hoje - Sua voz estava afável.

- Não, está tudo bem.

Olhando discretamente no relógio da parede pude constatar que já estava aqui a mais de 6 horas. O fato é que era muito bom estar aqui. Me senti útil. Muito melhor do que estar trancada em meu apartamento gigantesco sem ter nada pra fazer.

Ele se aproximou, de modo que agora estávamos muito próximos. Ergueu sua mão e acariciou a minha bochecha com seu polegar calejado.

- Muito obrigado... por ter cuidado dela - Disse em sussurros. Eu apenas assenti, incapaz de proferir alguma palavra coerente naquele momento. - Precisa ir agora ou pode ficar mais um pouco pra tomarmos algo?

- Posso ficar mais um pouco - Um sorriso lânguido surgiu em seus lábios.

- Então vamos lá, eu tenho cerveja e acho que vinho também.

- Cerveja está ótimo pra mim - Eu precisava mesmo de algo bem gelado pra me resfriar.

Sentei-me no sofá e sem cerimônias estendi meus pés sobre a mesa de centro. Era mesmo cansativo cuidar de Mary, mas muito recompensador. Michael partiu para a cozinha voltando 1 minuto depois com duas garrafas de cerveja. Ele sentou-se ao meu lado e começou a ingerir sua bebida, eu fiz o mesmo.

Observei ligeiramente a sala. Era muito masculina, não tinha toque feminino algum. Nada de almofadas nem flores. Apenas um conjunto de sofá verde-musgo, um mesinha de centro e na janela persianas de madeira. Apesar de ser bastante impessoal poderia se dizer que naquela casa havia muito amor, isso era quase tangente. Muito diferente do que pensei ser a vida de Michael.

Quando desviei meus olhos para o homem ao meu lado, ele me analisava preguiçosamente.

- O que? - Ele perguntou notando a interrogação em meus olhos.

- Você me disse que estava com Mary desde seus 18 anos. O que aconteceu com seus pais?

- Eles nem mesmo devem ser chamados de pais - Disse triste, enquanto tomava um gole generoso de sua cerveja.

Fiquei quieta, esperando que ele se sentisse confortável para continuar.

- Quando meus avós faleceram eu fiquei com a casa e... Mary nasceu quando eu tinha 17 anos. Minha mãe veio e deixou-a aqui, disse que ela era problemática e que não podia cuidar dela.

Eu não pude deixar de comparar o quanto nossas vidas tinham sido diferentes. Eu sempre vivi com meus pais cercada de luxos e mimos. Passava minhas férias em países diferentes a cada ano e os natais na nossa estância de esqui, enquanto Michael passou a vida aqui e quando ainda era um adolescente foi deixado para cuidar de uma irmã pequena e com uma doença séria.

- Assim que olhei para essa menina, ela roubou meu coração. Eu me formei no ensino médio e comecei a trabalhar cedo, determinado a dar a Mary a vida que meus pais não podiam. Mais tarde, eles foram presos por tráfico de drogas e ainda hoje estão na prisão.  

Uau

Sentindo o quão abalada eu fiquei com a revelação, ele aproximou-se e apertou minha mão.

- Estamos bem Beija-flor.


- Eu sei, posso ver isso.

E eu podia mesmo ver. Aquela casa era repleta de amor e Michael estava dando a Mary uma infância tranquila, mesmo sob todas as dificuldades e usando soluções não muito corretas para pagar as contas. Mas quem era eu pra julgá-lo?

- Por que veio aqui hoje?

Eu hesitei por um momento. Não estava totalmente claro nem para mim o por que de eu estar ali.

- Vim ver Mary - Respondi.

- Tem certeza que foi só por isso? - Sorriu desafiador.

E instantaneamente as imagens do vídeo vieram a minha mente. A forma como ele tocava aquela mulher, a beijava, esfregava-a no ponto certo.

- Eu... não sei - Suspirei.

- Droga Beija-flor, não me tente - Ele esfregou o pescoço.

Aquele estranho apelido que ele me deu soou de forma diferente em meu ouvidos desta vez. Fez meu coração disparar e minha pele se arrepiar.

Virei-me para ficar de frente para ele. Eu sabia que isso era uma loucura. Ele era um cara todo errado, não era um cara pelo qual eu devesse me interessar, mas isso não fez meu peito parar de pulsar.  Era um desejo incontrolável, o qual eu não sabia nomear nem descrever, apenas sentir.

Eu queria receber aquele toque. Queria ter aquelas mãos grandes, fortes e calejadas de trabalho , mas ainda gentis, em todo o meu corpo. 

Mesmo sobre todo aquela pressão do desejo carnal eu estava coerente de que aquilo estava acontecendo apenas por que o vi fazer sexo com outra mulher e aquilo despertou meu corpo virgem. Mas essa linha de raciocínio, assim como qualquer outra coisa, ficou para trás quando ele prendeu seus dedos na minha nuca e me puxou contra si e ele me beijou... a coisa mais erótica que eu já tinha feito na vida. Por que beijar Michael era como fazer amor com os lábios.

E enquanto nossas bocas se devoravam minha linha de raciocínio voltou, alertando-me de que aquilo não acabaria bem.  Senti vergonha, por estar beijando tão eroticamente um cara quase estranho, senti medo que a Mary nos pegasse, senti angústia, pois poderia gostar demais disso e se eu quisesse mais, e mais e mais, ao ponto de ter que apresentar Michael aos meus pais... eles nunca o aceitariam como meu namorado.

Michael parou de repente e inclinando sua cabeça para trás me analisou por segundos.

- Você vai ser minha morte, Beija-flor - Ele limpou a umidade dos meus lábios com seu polegar.

Abaixei o olhar para um certo lugar, curiosa para saber se eu o tinha afetado tanto quanto ele me afetou. E tive que comprimir os lábios para não sorrir ao observar com um estranho orgulho sua ereção. Corei instantaneamente.

Ele segurou meu queixo e ergueu meu rosto para eu olhá-lo.

- Tudo bem Gabriella - Sorriu - Não precisa ficar tímida comigo agora.

Eu relaxei com suas carícias ternas em meu rosto e o vi sorrindo.

- Eu não sei o que está se passando em sua cabeça, mas se você realmente quer isso, ficaria honrado em fazê-lo, mas tem de escolher alguém especial, não um cara como eu.

Eu assenti, prendendo o lábio entre os dentes para que ele não o visse tremendo.

- É tarde, melhor que vá para casa - Ele levantou-se e eu fiz o mesmo - Pode voltar e ver Mary quando quiser - Assenti.

Ele abriu a porta apressadamente e eu saí. Por momentos achei que ele tivesse querendo se livrar de mim e talvez estivesse mesmo.


Fui para causa exausta e confusa. Porém procurei afastar os pensamentos de Michael e lembrar do rostinho doce e feliz de Mary e me perguntei se voltaria a vê-los novamente.

Capítulo 9 

Michael


Por mais que eu desejasse Gabbe, e isso era muito, eu não podia fazê-la minha. Gabbe era o tipo de garota que merece caras românticos, do tipo que abrem a porta pra elas, que mandam rosas, que se declaram. Eu não sou assim.

Eu coloquei-a para fora da minha casa o mais depressa que pude. Mesmo louco de tesão por ela... Só de me imaginar penetrando aquele corpo virginal, ser acolhido e apertado pela sua quentura... Eu fiz bem de tê-la mandado para casa. Eu não confiava em mim quando estava perto dela.

Na manhã seguinte decidi eu mesmo ir deixar Mary na escola. Vi que tinha sido uma má ideia assim que dei partida no carro, por que durante todo o caminho Mary falou de Gabbe. 

Já estava sendo suficientemente difícil para mim, manter Gabbe longe dos meus pensamentos e agora com uma pequena fã sua em minha casa seria ainda pior.

Decidi que iria dar um pulo na academia onde Chris treinava. Eu não gostava muito dali, me lembrava de um passado meio errado, mas eu precisava esmurrar um saco de boxe por alguns minutos pra gastar energia.

- Por que está esmurrando isso como uma donzela deflorada? - Chris zombou.

Dei-lhe um claro olhar de "Não brinque comigo" e voltei a atenção para o que fazia.

Chris levantou e parou próximo a mim, mas com uma distância saudável para ele, por que se algum daqueles golpes o atingissem ele passaria alguns dias dolorido.

- Sério, irmão! fale comigo.

- Isso não é o programa da Oprah. Cuide da sua vida.

Ele riu e se afastou de mim. Voltei a encontrá-lo na sauna, mas ele não voltou a me fazer perguntas, em vez disso começamos a falar sobre sua próxima luta.

Chris era um lutador de artes marciais. Ele era muito bom no que fazia. Tentou me ensinar muitas vezes e eu até consegui ganhar uma luta ou outra, mas acabava me descontrolando e descontando nos adversários as minhas frustrações. Eu era um adolescente cheio de merda na cabeça, com os avós a beira da morte e uma irmã doente, era difícil pra mim.


Chris enxugou o suor do seu rosto e me encarou.


- Hey, estive pensando, poderíamos voltar aos treinos. Quem sabe não fatura mais algum com uma luta.


- Não sei. Sabe que preciso trabalhar na construção e quando luto sempre me ferro e acabo quebrado.


Além do mais Mary sempre ficava assustada quando eu chegava de um treino ou uma luta com a cara quebrada. Não gostava nem um pouco de ver sua carinha triste enquanto me perguntava "Quem bateu em você, Mike?". Por isso não era algo que eu queria fazer.


Eu teria que arrumar um emprego que me pagasse bem, mas que eu não precisasse ficar nu em frente a uma câmera.
                                      ~~~~~~~~***********~~~~~~~~





Quando cheguei da academia, Mary ainda não havia retornado da escola. Então eu ainda tinha alguns minutos para ligar para Gabbe antes que eu amarelasse.


Eu tinha sido grosseiro mandando ela ir embora daqui as presas, sem falar que praticamente transei com ela no sofá.  Precisava me desculpar de alguma forma, ela tinha sido muito legal em vir aqui e cuidar da Mary.


Peguei o celular e digitei os números do hospital onde ela trabalhava. Só depois que a moça que atendeu me perguntou foi que eu notei que não sabia o sobrenome dela. Demoraram um pouco, mas conseguiram localizá-la.


- Michael? Está tudo bem? - Sua voz estava carregada de preocupação. Ela deve ter achado que algo tinha acontecido a Mary.


- Tudo está bem. Olha, vou tentar ser breve, por que está trabalhando. Queria me desculpar se deixei as coisas estranhas ontem a noite. Foi tudo minha culpa.


- Tudo bem. Eu me diverti com a Mary e... - Ela hesitou.

- Eu também - Suspirei - Quero que venha jantar com agente. É para retribuir o favor,. Vou comprar um comida gostosa, não se preocupe, não vou cozinhar. - Sua risada suave e feminina soou em meu ouvido.

- OK.

- Pode ser amanhã?

- Sim. Que horas devo chegar?

Eu gostei dela ter se oferecido para vir, sabendo que seria mais fácil para mim e Mary se ela viesse à minha casa novamente. Outras meninas com quem eu tentava sair, geralmente ficavam chateadas por eu não poder sair muito. 

- Sete horas lhe fica favorável?

Eu ri do modo extremamente certinho que ela falava.

- Sim. Ficarei ansio... - Me interrompi - Humm... eu queria seu número, sabe no caso de eu precisar ligar para falar de Mary... não queria ligar pro seu trabalho. E eu vou te dar o numero do meu celular, no caso de você precisar de alguma coisa também.   


- Tudo bem - Ela disse suavemente e só aquele tom de voz afável me despertou coisas inacreditáveis... Seria um erro ficar perto dela novamente, mas eu não conseguia me manter longe.



Capítulo 10

Gabriella


Eu e Kelly sentamos em um lugar um tanto afastado da lanchonete do hospital. Já eram 3 da manhã e só agora tivemos uma pausa para o 'jantar'.

- Estive pensando que quero mesmo abandonar essa imagem de garota certinha. Fazer uma loucura, sabe? - Comentei.

Queria testa suas reações, por que ainda não tinha falado a ela sobre o convite de Michael.

- Saúde, garota rebelde - Levantou o copo em um falso brinde.

- Er... me acharia mesmo louca se eu quisesse me divertir. Provar tudo isso que envolve o sexo... com Michael? 

Kelly engasgou com seu suco.

- Não sabia que estávamos falando dele. Querida, você faz o que quiser, mas esteja preparada - Apontou o dedo para mim - Com certeza o sexy não é um tipo de cara que gosta de um sexo baunilha. Você pode imaginar o que ele já fez. - Deu de ombros.

- Como?

- Ménage a trois, sexo anal...

- Tudo bem , já entendi - A interrompi.

Podia jurar que estava vermelha feito um tomate. Minhas bochechas estavam queimando só com o discurso de Kelly. Eu não me imaginava fazendo isso com ninguém. Mesmo que eu desejasse muito o Michael.

- Fique tranquila amiga. Você é uma ótima garota. Sabe que te acho boa demais para ele - Kelly fez uma careta - Mas se está decidida, vá em frente. Só me prometa que só o fará quando estiver muito certa do que quer?

Eu estava decidida sobre esse assunto? Bem, não sei. A única coisa certa aqui é que Michael desperta coisas estranhas em mim.

- Como assim? - Franzi o cenho.

- Tenha seu divertimento com o sexy, mas me prometa que não irá envolver seu coração?

Coração? Tive vontade de rir de Kelly. Não havia a mais remota possibilidade de me apaixonar por Michael. Não era?

Bem, eu não poderia assegurar isso nem pra mim mesma. Então assenti para ela, tranquilizando-a.

- Jony me ligou ontem e disse nessas palavras "Srta.  Peterson, eu adoraria passar a tarde com você no clube na tarde de amanhã" - Kelly gargalhou com a minha imitação a lá Jony Mcwills.

- Esse cara é um pé-no-saco - Ela revirou os olhos.

Kelly sabia o quão chato Jony era e o quão meus pais, especialmente minha mãe, o via como 'o homem perfeito'.

-Hey - Ela chamou minha atenção e inclinou-se sobre a mesa para falar mais próxima a mim - Posso te dar uma dica? Se for mesmo transar com o sexy?

- Kelly - A repreendi.

- Se depile pra ele. COMPLETAMENTE. Ele deve estar acostumado com meninas assim. Pelo que vimos no vídeo.

Revirei os olhos. Este era o seu conselho? Eu não estava prestes a raspar todo o meu cabelo púbico só para agradar um homem. Pois não? 

- Vou voltar ao trabalho - Levantei-me e me arrastei para fora da lanchonete.


                          ~~~~~~~~~************~~~~~~


Por que diabos eu tinha concordado em sair com Jony Macwills III? Eu deveria estar intoxicada pelo beijo e as carícias de Michael. Suscetível á pedidos, concordei em ir... Era a única explicação.

Jony não era de todo mal, mas eu não tinha interesse algum nele. Havíamos nos conhecido em extravagante e mega-luxuosa festa que mamãe deu para comemorar o aniversário das empresas de papai. Diga-se de passagem uma das piores festas que tive o desprazer de estar. Mamãe me apresentou a todos os solteiros como se eu fosse uma pobre encalhada que estava desesperada a procura de um marido. Então encontrei Jony e ele me tratou diferente dos demais garotos. Falamos um pouco sobre a sua formatura e sobre meu recente ingresso no mundo médico. Passamos quase toda a noite assim.

Papai e mamãe adoraram nos verem juntos. Para eles Jony era um bilhete premiado. Um jovem de família rica, formado em administração, bonito, inteligente, com idade suficiente para ser meu marido e não causar falações... Ele era tão emocionante quanto o deserto do Saarah.

Eu o ignorei durante 6 meses. Sempre inventando uma desculpa para seus pedidos de encontro, mas deve vez ele me pegou desprevenida.

Por isso estava achando ridículo o fato de eu estar vestida dentro de um channel, com o cabelo alisado e totalmente maquiada, em frente ao meu prédio esperando por ele.

Nós iríamos almoçar em um restaurante que ele disse que eu iria adorar. Com certeza ele me arrastaria para o lugar mais caro da cidade.

Quando suas Luxus parou em frente ao meu prédio, me apressei em me aproximar. Jony desceu do carro com seu cabelo loiro contido com um tanto de gel e seu sorriso de creme dental. Ele era bonito, mas não me atraia de forma alguma. Ele beijou o dorso da minha mão antes de me conduzir até o veículo.

Certamente o beijo de Jony não se aproximava de fogos de artifício, deveria ser mais como uma indiferença tolerável. Michael por outro lado... bem, meus mamilos endureciam com o mero pensamento dele. 

Enquanto eu bebia um gole ou outro do ótimo vinho que ele havia pedido, Jony me contava histórias elaboradas, louco para me impressionar. 

Narrou suas férias nas Bahamas, sua incrível e jovem pré-destinação para os negócios, os troféus que ganhou na faculdade e arrematou me contando como pretendia abrir sua empresa em dois anos. Em momento algum ele me perguntou sobre meus planos. Ou nada que estivesse relacionado a mim. Nem me lembro de ter aberto a boca durante esse almoço. Minha mente vagou e foi parar exatamente em Mary e Michael. Mary provavelmente essa hora estaria assistindo seu desenho animado e Michael já deveria ter almoçado e voltado a seu trabalho. O pensamento me fez sorrir.

Eu estava contando os minutos pra ir embora dali.

- Se importa se eu for ao toalete? - Perguntei.

- Claro que não - Ele levantou-se - A vontade senhorita - Eu pressionei meus lábios em um quase sorriso.

Estava caminhando apresadamente para o banheiro, de cabeça baixa, murmurando silenciosamente que eu não aceitaria mais sair com Jony, quando uma voz familiar disse.

- Cuidado com a escada moça - Levantei meus olhos e vi Michael no topo da escada. Estava arrumando as fiações de uma lâmpada no corredor.

- Michael?! - Sorri.


- Beija-flor - Sorriu - O que está fazendo aqui? - Ele olhou-me da cabeça aos pés - Está linda.





Ignorei as perguntas dele e mudei de assunto.

- Trabalha aqui?

- Não - Balançou a cabeça - Me chamaram para concertar a fiação. É um extra - Deu de ombros.

- Sei... - Continuei sorrindo feito uma idiota.

- Posso? - Ele perguntou apontando para minha mão. Assenti - Não quero sujá-la.

- Não me importo - Ofeguei quando ele segurou minha mão e levou-a até seus lábios, pressionando um beijo ali.

- Algum problema com esse sujeito, Gabriella? - Michael soltou minha mão rapidamente e eu virei para encarar Jony.

- Não, Jony.

- Está com ele Gabbe? - Assenti fracamente e vi-o ficar carrancudo.

- Conhece esse tipo, Gabriella? - Jony perguntou.

- Jony, não a...

- Não senhor. Ela não me conhece, peço desculpa se lhe pareceu isso. Só desci da escada para alertar a senhorita sobre a fiação. - Seu tom de voz foi tão impessoal e frio que me partiu o coração.

- Melhor - Jony olhou-o com desdém - Vamos, querida. Já paguei, podemos ir embora. - Assenti e segui com Jony.

Ainda olhei para trás, mas não encontrei mais a figura de Michael parada no corredor.

- Quero muito que esse encontro se repita Gabriella - Jony disse assim que estacionou em frente ao meu prédio.

- Vou pensar Jony - Ele beijou minha bochecha e abriu a porta para que eu saísse do caro.

Quando estava dentro do meu apê, me joguei no sofá e bufei frustrada.

Droga! Aquilo no restaurante tinha sido uma merda.

Capítulo 11 

Michael


Eu cheguei em casa por volta das seis horas. No caminho até aqui, dirigindo pelas estradas rumo a minha pequena casa na periferia, ponderei se era certo prosseguir com esse jantar para Gabbe.

Se eu já a achava inalcançável, depois daquela cena no restaurante eu tive a certeza de que ela era inalcançável. Eu vi bem o tipo de cara com quem ela estava no restaurante; um filhinho de papai, arrogante e possivelmente riquíssimo. Um lado meu queria mesmo ligar para ela, cancelar esse jantar e dizer para ela não aparecer aqui nunca mais, mas o outro lado ansiava em vê-la novamente...

Quando adentrei a casa Lia e Mary estavam brincando sentadas no chão. Lia era a irmã mais nova de Chris, ela tinha seus 19 anos e as vezes cuidava de Mary para mim.

- Mike - Mary jogou-se em meus braço e eu a envolvi em um abraço.

- Já fez seus exercícios? - Perguntei, pondo-a no chão.

- Não. Eu  e Lia estávamos brincando.

Olhei repreensoramente para Lia e ela deu de ombros desculpando-se. Levantou-se e também me deu um abraço.

- Cheiroso como sempre - Comentou depois de ter inalado meu pescoço descaradamente.

- Pare com isso garota - Ri - Eu tenho um encontro.

Bem, eu havia passado na academia de Chris e depois de socá-lo por alguns minutos eu tomei um banho por lá mesmo.

- Um encontro? Michael Jackson em um encontro? - Perguntou incrédula - Mentira... Eu mesma já tentei fazê-lo me chamar uma centena de vezes.

- Lia - Retirei gentilmente sua mão, que estava acariciando meu peito - Sabe que seu irmão me mataria.

Lia tinha se tornado uma bela jovem, mas em minha mente ela ainda era a moleca desengonçada, da qual eu adorava roubar as bonecas para arrancar suas cabeças.

- O Chris não é meu dono, Michael - Ela voltou a me alisar e eu voltei a afastá-la.

Ela tinha tentado me seduzir mais veementemente durante os últimos meses. Sempre estava aqui limpando minha casa, em seus shorts minúsculos. Oferecia-se para cuidar de Mary a qualquer momento... Bem, eu poderia recusar a ajuda dela para não lhe dar esperanças, mas o fato era que eu preciso de qualquer ajuda e eu não ia afastá-la. Ela que pensasse que algum dia iria conseguir mudar meu pensamento sobre ela.

- Mary, vá jantar, estou vendo que seu prato está na mesa. E eu tenho um encontro hoje, então preciso de você dormindo mocinha...

- É  a Gabbe? - Mary sorriu e eu assenti em resposta.

- Quem é Gabbe? - Lia perguntou.

Boa pergunta... Quem é Gabbe? Uma garota com rosto de anjo e um corpo mais sexualmente feminino que já vi... Um doce de garota pela qual Mary era louca... A garota com a qual eu não tinha a menor chance...

- Apenas uma amiga - Respondi emfim.

- Hum... amiga é a minha bunda - Ela tapou a boca quando se deu conta que Mary estava na sala. - Eu quis dizer bumbum - Mary riu - Bem, vou limpar um pouco a casa. Pode se preparar pro seu encontro, garanhão - Antes de se afastar e sem que Mary notasse ela beliscou minha bunda.

- Lia! - A repreendi e ela saiu rindo.

Enquanto eu me vestia gritei para Mary ir dar um jeito em seu quarto e tomar seu banho.  As vezes eu a ajudava nessas tarefas, mas eu gostava de mandá-la fazer esse tipo de coisa sozinha. Eu queria que ela crescesse independente e auto suficiente, não pensando que ela era diferente do que qualquer outra pessoa, ou incapaz de cuidar de si mesma. Afinal de contas, um dia eu poderia não estar mais por perto para ajudá-la. E era algo que eu não queria nem pensar. 

Quando voltei para a sala Lia estava inclinada sobre o sofá ajeitando-o. Ela tinha tirado seu moleton e agora estava só de jeans e uma camiseta colada ao corpo.

Eu tinha a  sensação de que ela tinha ficado ali só para avaliar de quem se tratava Gabbe.

Uma batida na porta da frente enviou um arrepio pela minha nuca, levantando os cabelos dessa zona e deixando todos os meus sentidos agitados.

Lia correu para abrir a porta, mas eu a impedi.

- Deixe que eu faço isso!

- Tudo bem - Murmurou fazendo uma careta.

Respirei fundo antes de abrir a porta e quando o fiz lá estava ela... Parecendo ainda mais linda do que nessa tarde. Gabbe estava dentro de um vestido azul, que grudava em sua pele branca, seus cabelos estavam presos, o que deixava seus pescoço em evidência e suas pernas torneadas estavam deliciosamente à mostra. Ela parecia sexy e inocente... tão Gabriella.

- Entre - Murmurei. Ouvi Lia pigarrear atrás de mim lembrando-me de sua presença - Gabbe, esta é Lia uma amiga minha e de Mary - Elas se avaliaram algum tempo - Lia já estava de saída. Obrigado por hoje, Lia.

- Amanhã a mesma hora? - Ela olhou-me sorrindo presunçosamente.

- Não. Está tudo bem, sabe que não gosto que mate aula para cuidar de Mary.

- Michael Joseph, sabe que faço tudo por você - Ela equilibrou-se nas pontas dos pés e me deu um beijo na bochecha, logo depois saiu.

Eu conhecia Lia, ela estava tentando dar a entender que entre eu e ela havia 'algo a mais'. 

Quando ela saiu Gabbe torceu nervosamente a alça de sua bolsa. Tirei-a de seu ombro.

- Ela é só a irmã do meu melhor amigo, OK? 

- OK - Ela assentiu.

Parecendo mais tranquila ela descalçou seus saltos, ficando muitos centímetros mais baixa que eu, e caminhou graciosamente sala a dentro.

Mary chegou fazendo barulho e monopolizando a atenção de Gabbe. Elas se abraçaram por longos segundos e depois sentaram no sofá para contar como haviam sido seus dias. Pedi a Gabbe que levasse Mary para a cama e ela o fez de bom grado, enquanto isso liguei para o modesto restaurante que tinha no final da rua e pedi a especialidade da casa; Asas de galinha. Bem, se Gabbe quisesse outra coisa eu iria dirigir para buscar-lhe uma pizza.

Quando tudo ficou silencioso lá em cima Gabbe desceu e me encontrou na sala. Ela parou em minha frente.

- Você está bonita - Elogiei-a. Olhando-a de cima  a baixo.

- Michael.. eu queria me desculpar sobre hoje mais cedo, no restaurante.

- Venha aqui - Chamei-a . Ela sentou-se ao meu lado e eu virei-me de frente para ela. - Fale sobre seu encontro e esqueça as desculpas... 
Eu levei um único dedo a sua perna e acariciei-a sentindo-a estremecer ao meu toque. Ela engoliu em seco e respirou fundo.

- Ele me levou para almoçar e foi só...

- E agora está aqui, em um bairro pobre comigo?  - Ela firmou seu joelhos, para que eles não tremessem mais - Eu não sou de rosas, velas, ou  jantares românticos - Eu não sabia por que estava a provocando, mas gostava disso.

- Não? - Ela perguntou com voz fraca.

- Não, docinho. Meus encontros incluem cerveja, asas de galinha e sexo na cabine da minha caminhonete - Agarrei sua perna com mais firmeza e senti-a tremer ainda mais. - Mas para você eu abriria uma exceção.

Ela encarou-me interrogativamente alguns segundos.

- Mas e se eu gostar de cerveja e asa de galinha? - Provocou.

Eu notei que ela convenientemente deixou de fora a parte sobre sexo, e eu sabia que não deveria, mas caramba, eu queria provocá-la ao máximo. 

 - Eu quis dizer que a exceção seria que em vez de minha caminhonete, eu iria espalhar você na minha cama onde te poderia foder corretamente.

Ela soltou um gemido suave e cedeu completamente. Eu aproveitei para puxá-la para meu colo. Abracei-a e pude sentir a pulsação da veia em seu pescoço... Isso estava me excitando sobremaneira. Elevei seu rosto, trouxe-o para mim  e beijei seus lábios suavemente.

- Diga-me o que você quer, Gabbe?

- Eu não posso.

- Não pode ou não quer? - Ela engoliu em seco e olhou para baixo. Nós íamos ter que trabalhar nisso. Eu tirei-a do meu colo e sentei-a ao meu lado - Vamos comer alguma coisa. - O que gosta de comer?

- O que pedir está bom.

- Eu pedi asas de frango e para beber tem cerveja - Ergui a sobrancelha e sorri. Gabbe não parecia uma garota que gosta de 'asa de frango e cerveja'.

- Parece bom para mim - Ela sorriu.

- Está bem para você se for um pouco picante? 

Ela ignorou minha insinuação.

- Contanto que não seja muito picante. - Deu de ombros.

- Você pode lidar com isso.

Olhei-a  por alguns segundos e ela não desviou seus olhos azuis dos meus. O jeito doce dela ao não recuar e sua curiosidade sincera sobre essa coisa acontecendo entre nós, mexeu com algo dentro de mim.

- Já pedi a comida, tenho que ir buscá-la. Se importa de esperar alguns minutos?

- Não.

Quando voltei com a comida e a cerveja ela tinha pego alguns guardanapos e copos e ajeitado-os graciosamente a mesinha de centro da sala. Coloquei tudo ali e abri os recipientes.

- Fique a vontade.

- Obrigado - Ela analisou a comida por alguns segundos e logo após colocou um guardanapo sobre o colo. - Eu nunca comi asa de frango antes.

- Nunca? - Ela negou com a cabeça.

Droga! Essa menina é mesmo de um nível totalmente diferente. 

Provavelmente ela nunca comeu nada que não fosse preciso usar ultensílhos. Eu queria dizer a ela que não precisava se preocupar em sujar as mãos, que era assim mesmo. Mas antes que eu pudesse fazer isso ela me surpreendeu erguendo uma asa de frango e mordendo-a.

- Humm... É bom. — Ela pareceu surpresa. 
Observa-la lamber o molho de seus dedos estava fazendo coisas loucas para minha virilha. 

- Que bom que gostou. Agora coma. - Ela assentiu e voltou sua atenção para a comida.

Entreguei-lhe uma cerveja, a qual ela aceitou de bom grado. Comemos e bebemos em total silencio por vários minutos.

- Se importara se eu ligasse no jogo?

- Não.

Quando liguei a TV ela inclinou-se no sofá para observar melhor.

- Quanto está o jogo?

- Você gosta de futebol? - Perguntei surpreso.

- Sou fã dos Bears. Assistir futebol era a única coisa legal que eu fazia com meu pai. - Ela sorriu.

Oh... Uma menina que gosta de asa, de cerveja e de futebol? Como me manterei longe agora?

Quando acabamos de comer limpei a sala rapidamente, mas ela disse-me para deixar a cerveja. Quando voltei para seu lado ela já estava um tanto quanto 'alta' pelo álcool.

Ela era mais divertida do que o jogo, livremente gritando com a TV sempre que o árbitro tomava uma decisão ruim. Eu observei como ela inclinou a garrafa para os lábios e tomou um longo gole, seu pescoço gracioso se movimentando quando ela engoliu. Ela colocou seus pés em cima da cabeceira do sofá e eu os puxei para meu colo. O contato chamou sua atenção e ela mudou de posição de modo que estava de frente para mim.

- Michael? -  Ela sussurrou na sala semi-iluminada.

- Agora que já comemos, que tal voltarmos aquela conversa? - Esfreguei seus pés sugestivamente.

- Diga-me, o que quer?

Ela inclinou-se e colocou a lata de cerveja sobre a mesinha. Se pôs ereta e depois de alguns segundos tomando coragem ela conseguiu falar algo.

- Hãã... eu.. era. Quero que me ensine... - Ela mordeu o lábio inferior.

- Ensinar o quê?

- Como.. te dar prazer. - Ela olhou para todos os lados, menos para mim. Segurei seu rosto fazendo-a me olhar.

- Quer me  fazer gozar?

 - S... sim. -  Ela choramingou. 


Ela se inclinou e deu um beijo doce na minha boca . Ela queria entender como agradar um homem, mas sua inocência sexy já garantia que não ia ter que tentar muito. Eu precisava me controlar antes que arrancasse sua calcinha e mostrasse exatamente o que fazer.


Capítulo 12

Gabriella


Michael me aconchegou em seu colo, de forma que eu fiquei montada nele. Espalhou beijos lânguidos por meu pescoço, enquanto sua mão acariciava a pele exposta da minha coxa.

- Você tem certeza? - Sussurrou em meu ouvido.

Eu tinha certeza? Bem, acho que sim. Afinal não era para isso que eu tinha ido até ali? Deus, estava confusa.

- Você hesitou - Ele afastou-me e ajeitou o tecido do meu vestido que insistia em subir.

- Eu sei - Mordi o lábio, apreensiva.

- Nós não vamos fazer nada que te deixe desconfortável - Ele continuou a me provocar, alisando cada vez mais próximo ao cós de minha calcinha. Eu gemi. - Eu quero você Beija-Flor. Não imagina o quanto, mas você vai ditar o ritmo em que as coisas devem acontecer, OK?

- Tudo bem - Assenti, sentindo-me muito mais aliviada para lhe dizer o que eu queria - Nada de sexo, por enquanto, mas podemos fazer algumas coisas...? - Ele riu, mas logo em seguida me encarou sério.

- Qualquer coisa que quiser, Beija-Flor.

Eu deveria parecer uma tola aos seus olhos... Não, melhor, uma celibatária, que não sabia absolutamente nada sobre sexo.

Ele não disse mais nada, tomou o controle da situação puxando-me para um beijo intenso. Sua língua acariciando possessivamente a minha, seus dentes mordiscando meus lábios de quando em quando.

Enquanto ele me beijava e acariciava as imagens que vi em seu filme se reproduziram em minha mente, mas estranhamente ele estava agindo diferente comigo. Estava sendo mais gentil, menos invasivo.

Ele afastou um pouco meus joelhos e eu sentei-me ainda mais intimamente em seu colo. Meu sexo roçou com o dele e eu pude sentir sua ereção.

- Fica tão linda assim corada - Ele comentou acariciando minha bochecha. Quando ele moveu seu quadril eu gemi pendendo minha cabeça para trás.

- E se a Mary aparecer? - Perguntei ofegante, entre um beijo e outro.

- Ela está dormindo.

- E se ela acordar?

- Vamos ouvi-la - Ele continuou me beijando.
Michael tinha razão, ouviríamos o seu andador ranger na parte de cima da casa.

Ele desgrudou seus lábios dos meus e passou a beijar e mordiscar meu pescoço e colo. Suas mãos desceram até a barra do meu vestido e ele puxou-o sobre meu corpo, eu levantei meus braços obedientemente para que ele o retirasse por completo. Quando ele jogou-o em um canto da sala eu me encolhi, tentando não ficar tão exposta.

- Você é linda, Beija-Flor.

Bem, eu não acreditei muito nele, dado a minha lingerie nada sexy de algodão branca... Eu deveria ter seguido o conselho de Kelly e ter comprado lingerie nova... Ainda bem que pelo menos eu segui seu outro conselho; o de me depilar.

Ele levou suas mãos até meus seios e os apertou com uma força prazerosa. Seus dedos adentraram o tecido do meu sutiã e ele brincou com meus mamilos já entumescidos por longos minutos, até me ouvir gemer e arquear as costas.

- Você disse que queria me agradar não foi? - Assenti - Tome isso como a lição número um. Não tenha medo de me dizer o que quer. Ouvir você falar é algo extremamente excitante.

Mas de jeito nenhum eu ia conseguir verbalizar meus desejos para ele, ainda mais de uma forma mais suja. Era como se ele estivesse me pedindo para falar chinês.

Sua mão deixou minha perna e ele segurou meu queixo para que eu prestasse bem atenção nele. A sua outra mão agarrou meu seio.

- Eu sonhei em ver seus peitos por semanas. Vê-los pulando enquanto você quicava montada em mim. - Eu gemi sentindo meu sexo se contrair. Michael sorriu vitorioso. - Tente você agora.

Me movi nervosamente em seu colo e senti-o mais uma vez entre minhas pernas. Isso pareceu me dar coragem e antes que eu pudesse pensar já estava dizendo.

- Amo a sensação dele assim duro. - Deus, eu parecia estúpida. Mas a cabeça de Michael caiu contra o sofá e ele fechou os olhos, como se saboreando minhas palavras. Eu imediatamente me senti orgulhosa. 

Ele enrolou meus cabelos em sua mão e aproximou nossos rostos.

- Você quer brincar com ele? - Assenti, incapaz de falar algo.

- Boa menina - Ele sorriu contra meus lábios - Mas ainda não, primeiro preciso fazê-la gozar.

Hã? Ele ia...? 

Foi questão de segundos para que meu sutiã viesse ao chão. A boca e língua de Michael trabalhavam avidamente entre beijos, sugadas e mordiscadas em meus seios. Eu agarrei seus cabelos e empinei ainda mais meus seios para ele...

- Ohh ... Isso é tão bom, Michael - Murmurei, perdida em sensações.

Antes que eu tivesse tempo de me atinar ao que estava acontecendo, ele me colocou sentada no sofá,  ajoelhou-se em frente a mim e antes de abrir minhas pernas tirou rapidamente minha calcinha.

- Você vai gostar princesa. - Sorriu maliciosamente.

Ele acariciou a parte interna da minha coxa e passeou os dedos suavemente pela minha intimidade.

- Você está tão molhada... - Comentou com a voz rouca.

Mordi o lábio e abri mais as minhas coxas, o que lhe permitia explorar. Eu já estava longe de me sentir constrangida.

Ele deslizou um de seus dedos para dentro de mim, iniciando uma pressão suave e deliciosamente prazerosa.

- Gosta disso, Gabriella? - Ele me deu um beijo suave, logo abaixo do umbigo. Eu gemi em resposta e ele acrescentou mais um dedos.

- Tão apertada - Murmurou.

- Mais, por favor - Pedi completamente insana.

Ele gemeu e deslizou os dedos com mais força para dentro e para fora... dentro e fora. Ele não sessou até eu estar ofegante e me contorcendo sob sua mão talentosa. Quando sua língua varreu meu sexo meu mundo se despedaçou. Meus quadris pularam para fora do sofá de encontro a sua boca.

- Michael - Ofeguei, me controlando ao máximo para não gritar e assim acordar Mary.

Eu fechei os olhos e me deixei levar pelo mar de sensações que seus dedos e sua boca me causavam. Eu gemi, ofeguei, suei, me contorci, puxei seus cabelos implorando-lhe silenciosamente para que não parasse o que estava fazendo... Um orgasmo intenso irrompeu através do meu núcleo, me deixando fora de órbita por alguns segundos. Abri os olhos e encontrei os olhos de Michael ainda parados em mim.

Engoli em seco e sentei-me, sentindo-me insegura sobre minha nudez.

- Você é tão linda.

Encarei-o alguns segundos antes de me levantar, mas ele impediu que eu fizesse isso.

- Onde pensa que vai ? - Baixei meus olhos percorrendo seu corpo e fiquei alarmada com o tamanho da ereção que lutava contra o seu jeans.

- Vou colocar minha calcinha - Ele lançou-me um sorriso ínfimo e me deixou levantar. 

- Se isso vai deixá-la mais confortável - Deus de ombros. Ele pegou minha calcinha antes de mim e leu a parte de trás - 'Domingo' Humm - Eu tirei-a de suas mãos - Não cubra os seios, eu gosto deles.

Ignorei sua última frase e passei a calcinha pelas minhas pernas trêmulas, vestindo-a.

- Você vai me mostrar... o que fazer ? - Apontei para sua virilha. Ele riu confortavelmente enquanto sentava-se no sofá. Apoiando as mãos atras da cabeça.

- Divirta-se, querida.

Desafivelei seu sinto e desabotoei sua calça, orgulhosa de mim mesma por não ter hesitado. Ele ergueu os quadris enquanto eu puxava para baixo sua calça jeans e cueca boxer. Seu pênis, grosso e rígido, saltou livre para me cumprimentar e eu suguei o ar entre os dentes.  

Michael se inclinou para me beijar e depois do rápido beijo ele voltou a sua posição anterior.

- Diga-me uma coisa... Você viu meu filme, certo? - Abaixei a cabeça - Responda-me - Exigiu fazendo eu olhá-lo.

- Sim.

- Quantas vezes? - Sua voz era baixa e áspera.

Dei de ombros, nem se eu quisesse eu poderia respondê-lo já que vi o filme tantas vezes que perdi as contas.

- Você se tocou? - Assenti. Ele apertou os olhos e gemeu guturalmente - Me mostre.

Tirando coragem de algum lugar desconhecido, eu desci minha calcinha sobre minhas pernas e levei minha mão até meu clitóris, acariciando-o calmamente.

- Isso é a coisa mais sexy que já vi - Michael disse olhando fixamente para minha mão. Eu imediatamente tirei-a dali, me sentindo insegura novamente.

- Prefiro você fazendo isso - Disse.

Ele inclinou-se  e me beijou mais uma vez antes de deslizar seu dedo médio pela minha intimidade e deslizá-lo para dentro de mim com facilidade. Ele esfregou seu dedo ao longo da minha parede interna e eu quase desmoronei no chão. Precisei me segurar em suas pernas para permanecer de joelhos.

Seu dedo continuou a esfregar aquele ponto que me deixava louca cada vez mais rapidamente. Eu enterrei as unhas nas coxas dele.

- Espere até eu estar dentro de você - Ele sussurrou. Eu choraminguei - Mas não essa noite.

- Michael - Gemi em protesto.

- Shh - Seu dedo continuou suas ministrações torturantes. - Eu não vou te foder essa noite.

- Você quer dizer fazer amor? - Perguntei de cenho franzido. Seu dedo parou dentro de mim.

- Não. Eu quero dizer foder. Se você quer fazer amor tem de procurar um mauricinho feito o que estava com você no restaurante, mas se quer ser bem fodida estou aqui. - Sua voz estava áspera e ele estava ofegante - Mas não até que esteja pronta.

Eu assenti, sabendo que ele estava certo. Eu não estava pronta, mas isso não significava que eu queria que ele parasse, especialmente quando eu estava tão perto novamente. 

Ele voltou a mover seu dedo em mim e só parou quando me contemplou gozar novamente. Meu sexo apertando seu dedo em mim enquanto eu me desfazia em sensações.

De repente eu não podia esperar mais para tocá-lo, um desejo louco e primordial de dar a ele o mesmo prazer que ele me deu. Eu inclinei-me sobre ele e espalhei beijos úmidos, desde seus joelhos até sua virilha.

Eu deslizei minha mão sobre seu pênis, masturbando-o suavemente. Suguei a glande de seu membro enquanto minha mão subia e descia sobre 'ele'... Eu não tinha muita experiência, quer dizer, experiência alguma, mas ia me guiaria pelos meus instintos e pelos gemidos dele.

Dei atenção por mais alguns tempo apenas a glande, beijando-a, sugando-a e passeando minha língua por ali sem presa. Quando seus gemidos aumentaram eu soube que era hora de ir mais além e eu o fiz, colocando-o em minha boca até onde eu consegui. Michael movimentou seu quadril para frente, tocando minha boca cada vez mais profundamente. Quando retirei-o e voltei a dar atenção apenas para glande e acariciá-lo com as mãos, Michael voltou a falar.

- Isso mesmo, princesa - Ele rugiu guturalmente e agarrou o estafamento do sofá. - Vou gozar. - Ele ofegou. 

Segundos depois, jatos quentes de sêmen explodiram no fundo de minha garganta e eu os engoli. Ele sorriu satisfeito.

- Você não tinha que engolir, princesa - Disse acariciando meu rosto.

Bem, eu não tinha pensado muito... e também eu não ia sair correndo para o banheiro feito uma louca... e afinal eu tinha gostado de engolir.

- Caso você esteja se perguntando... Isso foi fodidamente incrível - Disse sorrindo preguiçosamente.

Eu já não empalidecia com seu uso excessivo da palavra fo** , pelo contrário, isso agora soava sexy. E eu invejava-o por ser assim tão desencanado... eu não conseguia proferir um palavrão que fosse e isso era chato as vezes.

Ele puxou um pouco minha cabeça e eu descansei-a em sua coxa. Michael começou uma deliciosa massagem em meu pescoço. Eu me aninhei ainda mais nele.

- Gosta, Beija-Flor?

- Humrum - Eu relaxei sobre seu toque e sua atenção amorosa.

Vários minutos depois, antes que eu caísse no sono, eu me levantei e me recompus. Michael fez o mesmo e subiu dizendo que iria ver se Mary estava bem e logo voltaria. Eu aproveitei para levar as garrafas para a cozinha e dar um jeito na sala.

- Pode deixar tudo aí, eu limpo amanhã - Ele me deu um beijo na nuca e eu me virei para apertá-lo em um abraço - Vou levá-la até seu carro.

Ele colocou a mão na minhas costas e me conduziu até a porta. Talvez tivesse algo a ver com a gente compartilhando asas de frango, futebol e sexo oral. O que quer que tenha trazido o seu lado protetor, eu não iria reclamar. Era muito bom.

Capítulo 13

Michael


Ter o corpo de Gabbe tão perto de mim, tocá-la, beijá-la e senti-la tocando-me também... ahh isso me deixou louco, querendo mais, muito mais. Eu sabia de que agora em diante as coisas seriam diferentes de algum modo. Primeiro por que eu não ia consegui tratá-la apenas como uma amiga legal que gosta de Mary e depois tê-la perto de mim dentro daqueles vestidos... Eu iria morrer se não a tocasse novamente. Com certeza ela, assim como eu, tem a plena noção de que não nos encaixamos na vida um do outro e era isso que fodia tudo.

Naquela noite eu adormeci com seus traços em flashes na minha mente... Seu sorriso, sua voz, sua boca.

Na manhã de sábado, Gabbe me ligou para perguntar se eu permitiria que Mary passasse um dia com ela, para que ela tivessem 'o dia das meninas'. Eu concordei, é claro, e depois de desligar o telefone fiquei sorrindo feito bobo enquanto pensava no jeito doce de Gabbe com Mary e de como isso a aproximava do meu coração endurecido. Normalmente quando eu falava de Mary para as meninas elas corriam de mim.

Uma hora depois ela estava parando sua BMW na frente da minha casa. Mary correu para abraçá-la quando ela desceu. Eu tive vontade de fazer o mesmo, mas me contive dispensando a ela apenas um aceno.

- E então garotas, o que farão?

- Eu estava pensando em uma spa ou irmos ao shopping tomar sorvete e comprar um vestido pra Mary. Você escolhe princesa.

-Humm. Pode ser as duas coisas? - Eu e Gabbe rimos.

- Claro, meu anjo.

Depois de colocar Mary no banco de trás e seu andado no porta-malas, voltei para o lado do motorista onde Gabbe estava, pronta para sair.

- Tem certeza que pode lidar com tudo?

- Claro, vá aproveitar seu sábado e não me ligue a cada 5 minutos - Sorri.

- Está bem. - Me afastei e ela saiu com o carro dali.

Aproveitei o raro tempo livre e fui até a academia, depois dei um jeito na casa e na roupa suja, quando não tinha mais nada pra fazer e eu estava andando de um lado para outro naquela casa vazia decidi ligar para Gabbe.

Ela atendeu no primeiro toque.

- Oi Michael - Eu podia imaginar seu sorriso no outro lado da linha - Já terminamos no shopping agora estamos almoçando. Algum problema?

- Onde estão? - Ouvi o riso de Mary.

- Estamos em um spa, a 2 quarteirões de sua casa... Ahh sim, quase me esqueci, Mary pode cortar os cabelos, é só as pontas?

- Claro, sem problema. Eu poderia me encontrar com você e Mary?

- Claro que sim, ela vai adorar. Vou te passar o endereço - Ela me deu as coordenadas e eu corri para a caminhonete para encontrá-las. Aquela casa não era nada agradável assim, tão silenciosa.

Quando entrei no spa fui saldado por uma loira bonita que me levou até o lugar onde Mary e Gabbe estavam, ambas sentadas em cadeiras enormes, com os pés dentro de um troço qualquer e as mãos sendo cuidadas por outras mulheres.

-Mike! - Mary gritou assim que me viu.

Elas balançaram as unhas cor de rosa para mim.

- Olhe para isso, duas garotas muito bonitas. - Elas sorriram.

Poucos minutos depois estavam de pé, pronta para irem comigo.

- Pague pra mim, por favor. É quero ir até a padaria rapidinho - Assenti e peguei o cartão de crédito de sua mão.

Fiz planos de pagar com meu próprio dinheiro assim que Gabbe saísse. Ela já tinha feito tanto por nós. Mas quando a garota do balcão disse que tudo tinha custado trezentos dólares eu relutantemente entreguei o cartão de Gabbe. 

Trezentos dólares para pôr vernis nas unhas e dois cortes de cabelo? Eu nem sequer havia notado nada de diferente nos cabelos delas. Eu estava cada vez mais certo que Gabbe vivia em um estilo de vida que eu nunca seria capaz de oferecer a ela e eu não queria que Mary ficasse mal acostumada com isso de jeito nenhum.

Gabbe voltou minutos depois carregando uma caixa com um bolo. Ela pegou seu cartão e seguiu com Mary em seu carro e eu no meu. Parei antes de chegar em casa para comprar um pizza e consecutivamente dar-me tempo para esfriar a cabeça.

Quando cheguei em casa encontrei Gabbe sentada no sofá e ouvi os barulhos de Mary vindos do banheiro. Ela provavelmente estava tomando banho. 

Coloquei a pizza na mesa e voltei para a sala.

- Você não tinha que fazer tudo que fez hoje - Minha voz soou severa.

Ela levantou e colocou as mãos no quadril.

-Eu sei Michael. Mas eu gosto de passar um tempo com a Mary, eu nunca tive alguém para mimar. Qual o problema com isso?

Merda! As vezes eu agia feito um idiota.

- Me desculpe - Suspirei pesadamente - Isso tudo é novo pra mim.

- Pra mim também - Ela disse suavemente, se aproximando de mim.

Ergui minha mão e acariciei seu rosto. Meus dedos deslisando facilmente por sua pele lisa.

- Hey - Ela levantou a cabeça e me olhou - Fico sensível quando o assunto é Mary.

- Notei. E não se preocupe, essa é a última vez que tento fazer algo bom - Disse irritada. Ela torceu os lábios e eu tive vontade de mordê-los.

- Não fique assim, Beija-Flor... Fique para o jantar - Pedi.

- Isso pode ser arranjado - Disse olhando para o relógio.

- Tem algum lugar para ir? Não me diga que é um encontro como mauricinho ensebado? - Ela riu.

- Não. Não vi mais Jony, é só minha mãe que me importuna para jantar com ela. Deixe-me ligar e remarcar pra amanhã.

- Claro, venha para a cozinha quando terminar a ligação - Ela assentiu.

Mary saiu do banho toda sorridente e depois de me mostrar o vestido que tinha comprado e mais um vez as unhas rosa ela subia dizendo que já voltaria. 

Gabbe entrou na cozinha com um sorriso no rosto e eu puxei-a para um abraço.

- E aí, vai ficar? - Ela se aninhou em meu pescoço antes de responder.

- Sim, mas tive que fazer um acordo com minhas mãe. - Beijei seus lábios e afastei-me um pouco para olhá-la.

- O que?

- Eu disse a ela que estava com meu amigo Michael e ela me disse para levá-lo para o jantar amanhã. Topa?

- Jantar? Com seus pais?

Olhei-a por alguns segundos esperando que ela me dissesse que era brincadeira... Achei que estivéssemos apenas nos divertindo, mas jantar com seus pais era algo a mais, não era?

- Tudo bem?

- Ahh sim. Eu posso pedir a Lia para ficar com Mary - Ela fez uma careta quando mencionei Lia.

- Ok.

Jantamos entre conversas e risadas, as garotas me contavam do seu 'dia das meninas' tão alegremente que aquilo era contagiante.

Quando acabamos a pizza Gabbe pulou da cadeira e pegou a caixa rosa que ela tinha trazido da padaria.

- Sobremesa - Disse animada.

- Assim vai nos estragar - Disse rindo - O que comprou hein?

- Cupcakes - Fez posse e levou a mim e a Mary as gargalhadas.

Gabbe removeu um cupcake rosa fosco da caixa e o colocou na frente de Mary, tirando a película de papel. Os olhos de Mary arregalaram e ela não perdeu tempo para mordê-lo . Por seu entusiasmo, você pensaria que eu nunca alimento essa pobre criança. Gabbe riu e limpou a cobertura rosa da ponta do nariz de Mary.

- Você sabe que não precisa fazer tudo isso.

- Mas eu quero - Rebateu.

Eu sabia que não adiantava discutir com ela. Mas o que ela sentia por nós afinal? Pena? Eu não precisava de sua caridade.

Fechei imediatamente o cenho com tais pensamentos. Gabbe percebeu meu súbito mau humor e para descontrair enfiou o dedo em um dos cupcakes e levou seu dedo até minha boca, agarrei seu pulso e suguei o glace encarando-a lascivamente. Ela gemeu baixinho quando mordisquei seu dedo. Mary riu e assim voltamos para esse mundo.

- Por que não sobe com a Gabbe enquanto eu limpo aqui, Mary? Ela pode colocá-la para dormir.

- Vamos Gabbe - Com uma mão ela segurou seu andador e com a outra segurou a mão de Gabbe - Quer que termine de ler aquela história.

Limpei a cozinha ouvindo a voz suave de Gabbe ecoar pela casa e as risadas de Mary em uma alguma parte engraçada da história. Depois o silencio se fez presente e eu voltei para a sala para esperar Gabbe descer.


Sem uma palavra ou um único momento de hesitação, Gabbe atravessou a sala, e abaixou-se no meu colo. Eu coloquei a mão na bunda dela, puxando-a mais para perto, e a beijei. Seus beijos suaves e carinhosos estavam mexendo com a minha cabeça. Isso já não parecia apenas para diversão. Parecia mais. Muito mais.

Capítulo 14

Gabriella


Michael sugeriu que assistíssemos a um filme de terror, provavelmente achando que eu teria medo, e de fato eu teria. Bem, se eu tivesse me concentrado no filme, pois o corpo quente de Michael bem atrás de mim e os beijos lânguidos que ele distribuía em meu pescoço, me tiraram qualquer concentração.

- Gabbe, onde você mora? - Ele perguntou. Seu hálito quente resvalando no meu pescoço e me fazendo arrepiar.

- Hum. - Ele riu da minha resposta, que mais pareceu um gemido - Do outro lado da cidade - Completei. - Por que?

- Não gosto que dirija até o outro lado da cidade sozinha, ainda mais a essa hora. Por outro lado se você ficar a Mary começará a me encher de perguntas, que acho que não estou pronto pra responder.

Ele deveria estar tão confuso quanto eu... afinal nós não tínhamos ideia de que tipo de relacionamento vivíamos.

- Michael, a rua onde moro é residencial, o prédio tem porteiro e estacionamento subterrâneo, não há problema.

Ele não tocou mais no assunto e aproveitou o silêncio que se seguiu, para me puxar mais apertado contra seu corpo.

- Não entendo como pode ser virgem, Beijar-Flor... Você é tão sexy.

- Eu estudei em uma escola só para meninas até meus 17 anos... E meus encontros eram sempre para bailes dados por meus pais, acho que não tive oportunidade. Eu sempre pensei em ir morar em outro lugar para cursar uma faculdade, mas perdi a coragem e acabei continuando a ser o molde perfeito de filha, que meus pais sempre quiseram. Estúpido não é?

- Não, meu anjo... Não foi bem isso que quis dizer - Ele suspirou - É só que eu não sou o tipo de cara com quem você deve sair... Mas talvez, só por agora...

- Shh. Vamos deixar apenas fluir, Michael.

Entrelacei nossos dedos, trouxe sua mão até meus lábios e beijei o dorso da mesma. Ele riu contra meu pescoço, me fazendo arrepiar novamente.

- Há algo que eu gostaria que você beijasse mais do que minha mão - Sua voz soou rouca.

Me mexi e pude sentir sua ereção roçando em minhas costas. Rolei no sofá e fiquei de frente para ele.

Seus olhos estavam ainda mais escuros do que de costume, sua respiração estava irregular. Unimos nossos lábios em um beijo frenético e sem pronunciar uma palavra passamos a desabotoar o jeans um do outro, sem nunca parar de nos beijarmos.

Mais rápido do que eu pude notar nossos jeans e roupas íntimas estavam jogados no chão da sala e eu estava acariciando o pênis pulsante e quente dele com minhas mãos.

- Ohh Gabbe, isso é tão bom - Ele rosnou, os olhos fixos nos movimentos metódicos que eu fazia.

Ele agarrou a barra da minha camiseta e puxou-a pela minha cabeça, em seguida livrou-me do sutiã.

Michael me girou deitando-se no sofá e me colocando em cima dele, em cima de seus quadris. Meu sexo molhado roçou com o dele... Era questão de milímetros para que ele estivesse dentro de mim, bastava um movimento meu... Eu me mexi contra seu membro e a glande encaixou-se na entrada de minha intimidade... Ponderei por breves segundos. Mas quando olhei em seus olhos nanquins, eu tive certeza... eu queria aquilo... eu seria dele.

Os sons de um choro suave ecoaram pela casa e nos tiraram do transe. E tempo recorde ele vestiu a calça e subiu as escadas correndo.

Eu respirei profundamente algumas vezes antes de apanhar minhas roupas no chão e vesti-las... O momento tinha passado e agora eu só queria dormir, eu acho.

Sentei no sofá para esperar Michael descer e ele o fez alguns minutos depois.

- Ela está bem?

Ele apertou o nariz, em um gesto nervoso.

- Foi só um sonho ruim. Eu a coloquei em minha cama.

Ohhh, isso era um "VÁ PARA CASA GABBE"

Ele olhou de cenho franzido para minha bolsa, já colocada sobre meu ombro.

- Está tarde - Expliquei. Ele assentiu.

- Tudo bem - Michael se aproximou e salpicou um beijo suave em minha boca - Boa noite.

- Boa noite.

Ele me acompanhou até a calçada e só quando eu estava dentro do carro ele voltou a falar.

- Então, nos vemos amanhã? Que horas?

- As sete. Vamos nos encontrar na frente do clube Peterson.

-Porra, Beija-Flor - Disse um pouco irritado.

Eu tinha omitido dele, até agora, que jantaríamos em um dos clubes dos meus pais.

- Ahh e, Michael, use uma gravata - Antes mesmo de ver sua cara eu parti com o carro dali.

Os dias familiares com Michael tem sido realmente muito bons, mas não posso esquecer que viemos de mundos diferentes e talvez esses mundos não se comportem um no outro... Esse jantar testaria nossa capacidade de tentar.

                                    ~~~~~~~~~**********~~~~~~~~



Eu o vi assim que desci do carro. Ele estava tão lindo dentro daquela roupa mais formal, mas ele parecia tão atordoado, fora de lugar, desconfortável. Seus olhos varreram o estacionamento e ele só pareceu relaxar um pouco quando me viu.






Um sorriso sexy se espalhou em seus lábios quando ele me olhou por alguns segundos. Nos aproximamos e assim que o fizemos ele me puxou para um abraço e beijou meu pescoço 'inocentemente'.

- Você está muito linda, Beija-Flor - Ele sorriu um pouco de lado e eu corei com seu elogio.

- Obrigado - Sorri.

Olhei em volta e quando vi meus pais se aproximando me afastei do abraço de Michael.




Minha mãe, como sempre, havia exagerado na elegância... afinal era só um jantar em família. Ahh sim, e eu poderia jurar que ela iria criticar meu vestido.

- Eles vão a algum jantar de gala? - Michael cochichou em meu ouvido. Eu dei-lhe uma cotovelada nas costelas e ele prendeu o riso.

Um homem de terno apareceu a nossa direita e colocou um molho de chaves nas mãos de Michael.

- Coloque-o em um lugar seguro. Se eu der por falta de algo é o fim de seu emprego garoto.

Michael respirou fundo e me olhou com irritação suprema. Ohh meu Deus, esse energúmeno acha que ele é o manobrista.

Michael pegou as chaves e empurrou contra o peito do homem e murmurou algo para ele sair dali rápido e foi o que o homem fez.

Abracei e beijei mamãe e papai, antes de apresentá-los a Michael. Eles se cumprimentaram educadamente.

- Estavam tendo problemas? - Papai perguntou apontando para o homem que nos havia importunado e que agora estava se encaminhando para dentro do clube.

- Só um mal entendido - Sorri amarelo.

- Minha filha, que vestido é esse? - Mamãe comentou - A saia está muito curta. Dê um jeito nisso.

Eu puxei a barra do vestido nervosamente desejando que isso fosse fazê-lo ficar mais comprido. Michael agarrou minha mão na sua, interrompendo o que eu fazia.

- Está linda assim, Gabbe - Disse sério. Minha mãe encarou-o demoradamente.

- Bem, vamos ao jantar. - Papai quebrou o clima tenso.

Seguimos logo atrás deles rumo ao restaurante do clube. Quando finalmente chegamos a mesa, Michael foi muito cavalheiro puxando a cadeira para que eu me sentasse. Vi que seu cenho franziu quando ele olhou a quantidade de talheres em cima da mesa, mas eu tranquilizei-o com um sorriso.

- Gabriella nunca trouxe acompanhante para nossos jantares de família - Minha mãe disse frisando a palavra "acompanhante". Michael olhou-me e sorriu antes de respondê-la.

- Fico feliz em ser o primeiro.

Minha mãe se recostou na cadeira, parecendo satisfeita com a resposta dele.

Quando o garçom se aproximou e perguntou o que beberíamos, meu coração acelerou com a resposta de Michael - Ele pediu cerveja - E se os olhos de minha mãe já estavam arregalados até aquele ponto, quando Michael ignorou o copo e tomou a cerveja no gargalo, eu achei que os olhos dela deixariam sua caixa craniana.

Eu queria ir ao banheiro me esconder. Não teria sido a primeira vez que eu faria isso. Mas antes de eu fazê-lo papai fez a pergunta, que eu sabia que ele faria logo.

- Então, o que você faz Michael?

- Eu trabalho em construções - Ele respondeu casualmente - Com eletricidade, principalmente.

- Ohhh - Minha mãe murmurou baixinho, meu pai apenas assentiu.

- Admiro quem sabe trabalhar com essas coisas...Eu tenho que chamar um eletricista apenas para trocar uma lâmpada.

Michael sorriu e relaxou em sua cadeira.

- É um bom trabalho. Gosto do que faço. Me chame se precisar de uma mão.

Eles logo entraram em uma conversa sobre trabalho e eu me perdi no tempo olhando Michael falar. Percebi do quanto eu gostava de ouvi-lo. Até ignorei os olhares de minha mãe.

O garçom voltou pronto para anotar nossos pedidos.

- Sr. e Sra. Peterson, costela prime especial? - Meus pais assentiram. Ele recolheu o cardápio de Michael. - E o Sr.?

- Vocês tem hamburgueres aqui? - Minha mãe murmurou um ohh mais uma vez.

- Certamente senhor.

- É isso que eu vou querer.

Não querendo deixar Michael sozinho nesse barco, eu intervi.

- Também vou querer hamburguer.

- O que? - Minha mãe se exaltou.

- Isso mesmo mamãe.

- Claro que não - Ela voltou a se dirigir ao garçom - Ela vai comer costela.

- Gabbe já é grande o suficiente para saber o que quer - Michael desafiou.

Eu não pude evitar sorrir para ele antes de voltar-me para o garçom.  

- O hambúrguer, por favor. Bem passado e com queijo gouda. 

Michael se inclinou e descansou o braço nas costas de minha cadeira.

- Tem visto o Jony, filha? - Mamãe perguntou.

- Não! - Disse por fim.

O resto do jantar passou sem mais dramas. Michael e papai conversaram sobre um pouco de seus trabalhos e sobre futebol, é claro. Mamãe não deu mais uma palavra durante toda a refeição e eu me ative a comer para manter minha boca ocupada.

Nos despedimos de meus pais no estacionamento do clube. Papai foi cordeal, mas mamãe não fez questão de ser.

- É Lia que está com Mary?

- Sim - Ele respondeu sério.

- Você tem tempo para uma bebida? Moro aqui perto.
Bem, eu queria mesmo dar uma 'esticadinha' com ele.

- É melhor não - O ar ao nosso redor tornou-se tenso.

- Michael? - Toquei seu braço - Por que isso?

Me preparei para a enxurrada que viria.

- Eu preciso ir e ver Mary - Ele desviou os olhos e logo eu soube que não era isso.

- Ahh, então acho que posso ir com você até sua casa.

- Essa noite não, Gabriella.

Fiz uma careta e quando, de repente, percebi que ele tinha me chamado Gabriella, em vez de Beija-Flor ou Gabbe, meu estômago torceu em um nó doloroso.  

- O que há de errado?

- Olha, Gabbe. Nó nos divertimos, mas você tem que entender que não é possível para nós. Eu não posso te pagar jantares caros, pedicure, spa, nada disso. Quanto mais tempo ficarmos juntos, vai ser mais difícil para dizer adeus depois... Isso ia acabar de qualquer maneira.

- Sinto muito... Eu só pensei que o spa faria bem a Mary e o jantar... é...

- Não... não tem que se desculpar por nada. Sei que teve boas intenções enquanto a Mary. Mas a desaprovação no rosto de seus pais foi notória. Eu não tenho um diploma... eu sou um cara cheio de responsabilidades, eu não posso brincar de casinha Gabriella.

- E o que foi tudo aquilo de "Gabbe já é grande o suficiente para saber o que quer"? - O desafiei.

Droga! E daí se ele não tinha um diploma? E daí que ele tinha responsabilidades? Eu não queria brincar de casinha!

- Você é adulta e tem que aprender a se impor a seus pais.

- Eu sei o que eu quero. - Olhei-o fixamente, ele desviou os olhos.

- Isso até pode ser verdade, mas eu tenho uma menina para cuidar. Ela não tem ninguém. Ela tem que vir em primeiro lugar. Desculpe. 

- Eu sei - Disse firme.

- Você acha que seus pais algum dia aceitariam nosso namoro? - Ele estreitou os olhos - Claro que não. Enquanto eu estava sentado naquela mesa sua mãe estava tentando te juntar com Jony.

- Eu não me importo - Gritei.

- Mas eu me importo - Ele gritou em resposta.

- Michael... - Estendi a mão para capturar a sua, mas ele se esquivou.

- Vá para casa, Gabriella.

Seu tom de voz glacial fez um arrepio ruim percorrer meu corpo. Sem querer que ele me visse chorar eu corri para meu carro o mais depressa que pude e lá me desfiz em lágrimas.


Capítulo 15

Narradora


O distanciamento de Gabbe não estava sendo nada fácil para Michael. Não houve um dia sequer que ele não desejasse ir vê-la ou pelo menos ligar para saber se ela estava bem. Mas ele não faria isso, ele sabia que seria melhor assim. Mary importunou-o nos primeiros dias, perguntando o por que do desaparecimento de Gabbe, mas quando Michael perdeu a paciência e lhe disse que Gabbe não voltaria, Mary parou de o interrogar.

O jantar com os pais de Gabbe foi a gota d'água. Ali Michael viu que as coisas entre eles não poderiam progredir nunca... Para ele Gabriella era o tipo de garota para se colocar um anel no dedo, mas como ele faria isso? Ele só poderia lhe dar vidro e ela estava acostumada com diamantes.

Gerald havia ligado para Michael diversas vezes durante aquele mês, Michael ignorou até cansar-se e atender sua chamada. Gerald disse-lhe que havia aparecido outro filme e que queriam Michael como ator... O cachê era muito bom e ele não tinha nada a  perder, então decidiu que faria o filme. Dali a 2 meses estariam gravando.

Michael estava na garagem, perfurando uma coisa qualquer... afinal aquilo era só para passar o tempo.  Cansou-se do que estava fazendo, nada hoje estava conseguindo arrancar a imagem de Gabriella de sua mente.

Quando entrou em casa estranhou o completo silêncio. Isso era estranho Mary, sempre fazia algum barulho, ele pensou.

- Mary - Chamou.

Ele encontrou a garotinha agachada em um cantinho da sala, do seu lado uma bacia estava jogada e uma poça de água se formava.

- O que houve princesa? - Michael se aproximou e pegou-a no colo, secando as lágrimas dela.

- Eu só queria dar um jeito nas unhas, como eu fiz com a Gabbe no spa - Ela fungou. Michael apertou-a em seus braços.

- Shh. Está tudo bem.  - Confortou-a

Michael não tinha informação em como lidar com isso. Como ele iria lidar com a situação quando ela começasse seu período ou quisesse ir em um encontro? Caramba.

Depois que Mary acamou-se um pouco mais, Michael enxugou a água que ela havia derramado e voltou a se sentar ao lado da garotinha.

- Está com saudades dela, não é?

- É - Mary disse com os olhinhos cheios de lágrimas.

- Você quer que eu a chame aqui?

- Quero, muito - Mary sorriu.

- Vou fazer isso, boneca.

- Obrigado Mike - Ela abraçou-o com força e voltou a assistir seu desenho.

Michael pegou seu celular e discou para ela. A cada dígito seu coração acelerava uma batida mais. Ele estava louco de saudades dela. Sabia que era errado ligar para ela depois de ter agido feito um idiota, mas era por Mary... bem, e por ele também.

O celular chamou até cair na caixa-postal. Ele se derrubou em uma cadeira. Estava frustrado, com certeza Gabbe não lhe atenderia. Saiu de seus devaneios com seu celular tocando e na tela piscando o nome "Gabriella". Ele atendeu rapidamente.

- Beija-Flor?

Ela riu nervosamente. A risada feminina e doce de Gabbe soou com intensidade aos ouvidos de Michael, fazendo-o em paz.

- Michael? - Suspirou - Vi que me ligou.

- Sim... é... Mary está tão arrasada desde que sumiu - Disse.

- Mary? - Perguntou um tanto sarcástica.

- Sim - Michael disse firme.

- Eu não sumi, você me afastou. Sabe disso!

- É, eu sei - Disse impaciente.

- Agora me diga o que aconteceu com Mary?

Michael explicou a ela sobre a panela virada e a tentativa de Mary de imitar o  que viu no spa.

- Estarei aí, em 10 minutos.

- Obrigado, Beija-Flor.

- Eu vou, mas não por você e sim por Mary - Com isso ela desligou.

Quando Gabbe chegou na casa de Michael, ele não estava na sala para recepcioná-la. Ele havia subido para trocar de roupa. Mas ela foi saudada com gritos e abraços por Mary.

Quando Michael desceu encontrou as duas conversando sobre algo. Ele encantou-se com a cena a sua frente. Elas pareciam mãe e filha, tão entrosadas, risonhas, notava-se o quão bem uma fazia a outra.

Michael sorriu amplamente observando ela colocar uma Mary sonolenta sobre o sofá, quando Gabbe se virou o viu parado diante dela. Ambos ficaram mudos e paralisados por alguns segundos, bebendo da satisfação que era apenas se verem.

Sem dizer uma palavra sequer Gabbe pegou sua bolsa e deu as costas a Michael, pronta para sair dali, mas ele impediu segurando-a pelo braço.

- Por favor, Gabbe, fique mais um pouco - Pediu. Gabriella livrou-se do aperto dele.

- Por você ou por Mary? - Perguntou sarcástica.

- Por mim.

Michael segurou sua mão em um aperto firme e ela suspirou pesadamente.

- Eu me lembro do que d...

- Eu sei, eu sou um idiota, OK?

- Sim, você é - Ela sorriu minimamente.

- Então, você vai ficar? Eu vou até cozinhar pra você, não vai ser nada do tipo 'costela prime', mas... - Ela riu.

- Se for algo comível - Deu de ombros.

Michael buscou Mary na sala e colocou-a na sua cadeira na mesa. Gabbe sentou-se ao lado de Mary e pôs-se a observar Michael trabalhando.

- Ovos mexidos? - Ela perguntou ao vê-lo pegar os ingredientes.

- Tem alguma coisa contra ovos? - Perguntou divertido.

- Não - Riu - É só que nunca comi ovos mexidos no jantar.

- Bem, quando não se tem muitas opções - Michael deu de ombros.

Michael olhou para as figuras sorridentes das duas meninas sentadas a mesa e sua mente automaticamente se projetou para há alguns anos atrás... Ele não se lembrava das refeições naquela casa serem tão animadas antes. Ali naquela casa sempre morara apenas ele e os dois avós, que eram velhos e doentes demais para se animarem com algo. Quando ele já estava crescido veio Mary para ali, um toquinho de gente, que aos 3 anos de idade ainda não andava, claro que a causa era a falta de cuidado de seus pais. Logo sua avó, a mulher que lhe criou e amou, se foi e logo depois seu avó... É, as refeições ali realmente nunca haviam sido muito animadas...
Depois do jantar Michael, Mary e Gabbe subiram para o quarto da menina. Gabbe aconchegou-se ao lado de Mary na pequena cama de solteiro e pôs-se a ler o livro. Michael sentou-se aos pés da cama  e permitiu se perder na beleza de Gabbe. Suas bochechas rosadas, seu cabelo loiro, sua pele branca e macia, suas pernas quase desnudas, seus pés com unhas pintadas de um rosa gritante. Ele acariciou o pé dela e ela tirou os olhos do livro para olhá-lo nos olhos... Estava explícita naquele olhar que eles estavam ansiosos para ficarem sozinhos.

Assim que Mary dormiu Gabbe levantou-se e caminhou rumo ao corredor, para as escadas. Ela pretendia descer para a sala, mas as mãos de Michael a detivera.

- Eu pensei que esta noite poderíamos ir para meu quarto.

Dois grandes olhos azuis olharam para Michael arregalados, entendendo parcialmente o que ele queria, um sorriso brotou nos lábios de Gabbe. Ele lhe estendeu a mão e ela permitiu ser levada para seu quarto.

Assim que lá chegaram seus lábios se uniram apressadamente em um beijo saudoso e intenso. Michael não preocupou-se em acender a luz. Talvez ele não o tivesse feito por não querer que Gabbe visse que ali só havia uma cama bagunçada e uma cômoda velha.

Quando os calcanhares de Gabbe colidiram com a cama, Michael empurrou-a e ela caiu de costas trazendo ele para cima de si.

As bocas se uniram mais uma vez e as mãos de ambos tomaram vida, se tocando, se apertando, se sentindo.

'Se por algum pequeno milagre este anjo ainda me queria e me achava bom o suficiente para ela, eu era dela. De corpo e alma.' - Este foi o pensamento de Michael quando contemplou o sorriso no rosto de Gabbe.

- Beija-Flor - Murmurou.

- Hum...

- Preciso que me desculpe... pelo que disse no estacionamento. - Gabriella parou de beijá-lo para olhá-lo nos olhos.

- Eu odiei aquilo... - Suspirou chorosa.

- Eu só estava tentando te preservar, eu sinto muito meu anjo.

Gabriella não disse nada, para fazer o que estava em seu pensamento ela não precisaria de palavras. Ela empurrou o peito de Michael para que ela pudesse se levantar e ele o deu espaço. Uma tristeza já estava começando a consumi-lo, afinal ele pensara que ela iria embora e _ Droga!_ Ele nem tinha argumentos para pará-la. Mas o que ela fez deixou-o sem palavras. Gabriella ajoelhou-se sobre a cama e puxou seu vestido pela cabeça... Ela estava nua, para ele. Atrás da imagem da garota nua a lua mandava pequenos fechos de luz, que iluminavam a pele dela, deixando-a perfeita, aos olhos dele.

Gabriella se aproximou e aproveitou a pequena 'paralisia' de Michael para fazer o que desejava naquele momento. Ela distribuiu beijos por seu rosto, pescoço e assim que livrou-o da camisa, seus beijos migraram para ali. Ela montou-o e esfregou-se nele, seus mamilos intumescidos friccionando deliciosamente contra o peito arfante dele. Michael 'acordou' e não esperou mais para ter aqueles seios nas mãos e depois na boca, sugando-os com avidez. Gabbe gemeu e friccionou seus quadris contra os dele.

- Não me provoque Beija-Flor, não, se você não estiver pronta para isso - Ela ignorou a 'ameaça' dele e afastou-se um pouco para desabotoar o jeans de Michael.

Logo ele estava completamente nu. Michael deitou-a na cama e puxou a calcinha de Gabbe por suas penas. Ela não deu resistência alguma, pelo contrário, ela estava ávida pelo seu toque.

Quando a boca de Michael encontrou  sua carne, ela jogou a cabeça para trás e gemeu baixo. Ele circulou seu clitóris com a língua provocando e sugando a carne delicada em sua boca enquanto ela se contorcia embaixo dele. Os quadris de Gabbe não pararam um só segundo, se remexendo de encontro a boca de Michael. Ele teve de segurar sua cintura para mantê-la quieta. Ele pensou em como ficaria ali acariciando-a de bom grado a noite inteira, mas Gabbe antecipou-se, gozando, os punhos fechados sobre o lençol e sua boca emitindo gritos, nos quais ela chamava por Michael.

Michael deitou-se ao lado dela e acariciou-a suavemente por minutos, até a respiração dela voltar ao normal. Gabbe sorriu um tanto maliciosa antes de montá-lo outra vez.

- Não faça isso Gabbe - Ele grunhiu, em seguida segurou os braços dela e voltou a deitá-la na cama - Eu não vou ser capaz de me controlar com você, Beija-Flor. E não quero te machucar. 

- Por favor, Michael. Eu quero tê-lo dentro de mim.

- Você tem certeza? Sua primeira vez te de ser com alguém importante.

- Eu sei - Ela respondeu determinada.

- Tem certeza que está pronta para isso?

- Sim - A voz de Gabbe soou sôfrega.

Voltaram a se beijar. Dessa vez menos intensamente, os lábios praticamente apenas se acariciavam. Sem quebrar tal contato Michael estendeu seu braço e alcançou a gaveta da cômoda, tirando dali uma camisinha. Ele desenrolou-a sobre seu membro e se posicionou entre as pernas de Gabbe, a glande encaixada na entrada do sexo dela. Gabbe agarrou os braços de Michael e suspirou quando ele empurrou-se minimamente para dentro dela.

- Está bem? - Ele perguntou preocupado. Ela assentiu.

Michael escovou o cabelo dela para longe do seu rosto e deu um beijo na testa  dela quando empurrou-se para a frente novamente. A pressão do canal quente o apertando era quase insuportável. Afastou-se e empurrou-se para a frente uma terceira vez,  permitindo-se deslizar apenas um pouco mais profundo.  Ele parou para observar a mudança na expressão de Gabriella quando começou a enchê-la.

Quando ele passou a se mover, ainda bastante lentamente, mas completamente, alcançando-a no fundo, ela gritou tanto de prazer quanto de dor.

- Estou machucando você?

Ela abriu os olhos, que até então estavam fechados, e negou com a cabeça.

- Continue - Pediu.

- Porra, Beija-Flor, isso deve estar machucando. Quer que eu pare?

Ela disse algumas lamúrias de olhos fechados e então respondeu-o.

- Basta ir devagar, OK?

Uma súbita ansia pro protegê-la atingiu Michael e ele se retirou completamente dela, sentando-se na cama, ao seu lado.

- Michael? - Ela também sentou-se - Por que você parou?

- Estava machucando você.

- Eu sabia que seria assim na primeira vez, mas eu quero isso... quero muito.

Michael puxou-a para seu colo e plantou um beijo suave em seus lábios, Gabriella mexeu-se sugestivamente.

- Eu também quero você, muito.

- Então me faça sua por completo.

- Você vai coordenar agora, só vá até onde conseguir, está bem meu anjo? - Gabbe assentiu.

Então Michael posicionou sua ereção na entrada de Gabriella e segurou em sua cintura. Ela abaixou-se aos poucos, fazendo-o se enterrar completamente nela... Ambos gemeram alto com a deleitante sensação de estarem unidos completamente. 


Michael voltou a beijá-la enquanto Gabbe começava a se mover, descendo e subindo sobre o membro dele, proporcionando a ambos um prazer inexplicável. Quando Michael levou a mão até o meio das pernas dela e passou a varrer seus dedos pelo clitóris inchado dela, o fogo se espalhou por completo no corpo de Gabbe e ela começou a mover-se mais rapidamente. Michael apertou sua cintura sabendo que não demoraria a gozar, mas queria que ela viesse junto dele, então levantou os quadris e começou a mover-se contra ela também. Não demorou para que as paredes da intimidade dela o apertassem e entre gritos ela gozasse levando-o junto para suas libertações.

Capítulo 16

Gabriella


Despertei quando raios de sol adentraram pela janela e tocaram minha pele. A primeira coisa que me invadiu a mente, ainda antes de eu abrir os olhos, foi a noite de ontem. Por um instante eu achei que tivesse sonhado com tudo aquilo, mas quando me virei e o vi deitado a meu lado eu soube que tinha sido real.

Assim dormindo, Michael nem parecia o cara marrento e durão que eu conheço, ele mais parecia um anjo, com essa pele branca, os cachos negros caindo sobre seu rosto e a boca vermelha, ainda um tanto inchada dos beijos, entre-aberta... Ele era um convite para a luxúria e para a ternura também.

Me inclinei sobre ele e depositei um beijo suave em seus lábios, ele se mexeu mas não se acordou. Vi que já passava das 7 horas e resolvi levantar para preparar algo pro café. Como hoje era domingo eu não teria de ir  ao hospital, então ficaria com eles. Antes de descer resolvi tomar um banho e vestir algo confortável, uma camisa de Michael cairia bem.

O seu banheiro era pequeno, simples, mas muito organizado, assim como toda a casa. Enquanto a água quente descia por meu corpo eu relembrava mais uma vez a noite de ontem... O quão perfeita ela foi... Michael foi cuidadoso, preocupado, mas intenso e só de relembrar minha vontade era de ir até aquela cama, montar nele e repetir tudo que fizemos ontem.

- Pensando em mim? - Me assustei ao ouvir sua voz. E ao me virar o vi parado na entrada do banheiro, completamente nu, me encarando com um sorriso lascivo nos lábios. - Que visão!

- Michael - Balbuciei, sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas.

- Eu simplesmente adoro quando suas bochechas coram - Ele deu mais alguns passos e logo já estava dividindo o pequeno espaço do chuveiro comigo.

- O que está fazendo? - Perguntei quando ele segurou minha cintura e colou nossos corpos, deixando a água molhar ambos.

- Tomando banho com você, por que? - Michael sussurrou em meu ouvido e mordeu o lóbulo da minha orelha em seguida.

- Nada... - Arfei.

- Não precisa ficar com vergonha de mim, Beija-Flor, você é linda e... - Ele afastou-se para passear seus olhos por meu corpo - E eu a desejo, muito.

Nossos lábios se uniram em um beijo, que nos deixou sem fôlego. Michael encostou-me na parede fria de azulejo e juntou seu corpo ao meu. Sua ereção roçando contra minha barriga.

- Você é tão linda, nem posso acreditar que é minha garota - Ele sussurrou contra meus lábios, entre um beijo e outro.

- Eu sou! - Disse sôfrega.

Michael separou minhas pernas, colocando uma de suas coxas entre elas. Meu clitóris roçou contra sua coxa e eu gemi audivelmente. Enquanto eu movia meus quadris de encontro a sua perna, ele desceu seus beijos pelo meu pescoço, onde sugou e mordiscou por algum tempo para logo depois descer com seus lábios para meus seios. Ele os beijou, mordiscou, sugou, brincou com os mamilos intumescidos, até me ver completamente insana de desejo, agarrando-o e mordendo-o com ferocidade. Michael grunhiu guturalmente quanto eu segurei seu membro e comecei a masturbá-lo lentamente. Quando ele jogou sua cabeça para trás eu me inclinei nas pontas dos pés para alcançar seu pescoço, onde suguei com vontade.

Num ato brusco ele segurou minhas nádegas e me levantou contra a parede, fazendo-me agarrar sua cintura com as pernas, e escorregou para dentro de mim. Ele me penetrou sem dificuldade e quando seus movimentos começaram a  ficar ainda mais rápidos eu me desfiz em gemidos.

- Quero que goze, Gabriella - Sua voz estava rouca, temperada pelo desejo - E de olhos abertos.

Obedeci-o abrindo meus olhos e o encarando, seus movimentos aumentaram ainda mais e quando ele abocanhou um de meus seios, de uma forma mais primitiva, eu tremi inteira e agarrei-me nele, quase sendo incapaz de permanecer com as pernas em volta de sua cintura.

Ele estava sorrindo presunçosamente, por ter feito meu corpo reagir exatamente ao seu comando.

- Agora é minha vez - Sussurrou entre gemidos - Segure-se, querida - Eu segurei em seus ombros e ele se moveu ainda mais rápido dentro de mim, estocando-me com precisão e rapidez, até seus músculos tremerem e em meio a um gemido seu líquido espalhar-se por minha intimidade.

Quando estávamos com as respirações normalizadas ele me pôs no chão e terminamos nosso banho entre brincadeiras e risos.

- Posso vestir algo seu? - Perguntei quando já estávamos no quarto.

- Claro.

- Michael?

- Sim? - Ele buscou uma camisa vermelha e atirou em minha direção - Essa vai servir, Beija-Flor.

- Nós não usamos camisinha lá dentro - Disse tímida.

- Vou te comprar uma pílula do dia seguinte... Enquanto isso pode adiantar o café?

- Claro - Sorri.

- Eu não demoro, meu anjo - Antes de sair ele me abraçou e me deu um beijo suave nos lábios.

Capítulo 17

Narradora


1 Mês havia se passado e Michael e Gabriella não poderiam estar se dando melhor. Ambos tinham seu trabalho, mas se viam quase diariamente. Gabbe ia dormir na casa dele (Quando não tinha plantão), ela sem dúvida tivera vontade de levá-lo para dormir com ela em sua casa, mas sabia que ele tinha Mary e não podia se ausentar.

Os jantares na humilde casa agora eram sempre cheios de risos e brincadeiras, sempre quando acabavam a refeição Gabbe ajudava Mary com os exercícios e, com ajuda de Michael, a colocava na cama. Depois disso a noite era apenas dos dois e eles a aproveitavam de todas as formas, fazendo amor por horas a fio e depois sempre deitavam abraçado e se acariciavam até pegarem no sono.

Nenhum deles quis tocar nos assuntos "dinheiro", "pais de Gabbe" ou "namoro"... Eles nem sabiam definir a relação que tinham, já que não a chamava de namoro.

- Hey, cheguei - Gabbe gritou assim que adentrou a casa, ela nem precisou esperar alguém vir atender a porta, já que agora ela tinha a chave.

- Bom dia, Beija-Flor - Michael apareceu para cumprimentá-la. 

Um sorriso amplo nos lábios, os cachos bem penteados e presos, vestido numa calça jeans preta, uma camiseta branca e óculos escuros.

- Humm, mas que gato - Gabbe disse sorridente e logo tratou de puxá-lo para um beijo.

- Eu estou aqui - Mary disse um tanto irritada, pois já fazia um tempinho que ela estava parada na sala e os dois nem sequer tinham notado.

- Boneca - Gabbe soltou Michael e correu para acolher a menina nos braços, abraçando-a apertado.

- Finalmente me viram - Mary disse rindo.

- E então minhas meninas, vamos para nosso passeio? - Michael perguntou animado... Ele parecia outro homem, assim tão descontraído e alegre.

- Vamosssss - Mary gritou.

- Vamos, amor - Michael encarou Gabbe assim que ouviu-a dizer tal palavra. Gabbe desviou os olhos e iniciou um assunto qualquer com Mary. Ela havia ficado encabulada por tê-lo chamado assim. Bem, não é que ela não gostasse dele, ela gostava muito, muito mesmo... talvez até o amasse, mas como ele ainda não tinha falado de seus sentimentos, ela não se precipitaria em fazê-lo.

Michael colocou a cesta de comidas e o andador de Mary na traseira da picape e sentou-se em seu lugar para dirigir até o parque. O trajeto foi feito em menos de 20 minutos e quando chegaram ao parque Michael estava um tanto carrancudo por ter ouvido as meninas cantarem músicas de acampamento, mesmo ele pedindo silêncio.

- Pare de ser rabugento - Gabbe estreitou os olhos. Michael encarou-a seriamente.

- O Mike está com raiva?

- Ele está precisando de uma coisa, Mary - Gabbe inclinou-se para falar no ouvido da menina e ela riu assentindo. - No 3.... 1,2,3, agora!

No final da contagem as meninas avançaram em Michael com cócegas e ele rendeu-se e deu boas risadas, mas depois que elas o soltaram ele vingou-se enchendo elas de cócegas também.

- Você é uma garota muito má, senhorita Peterson - Michael disse divertido.

- Oh é mesmo? E o que pretende fazer a respeito, senhor Jackson? - Gabbe provocou.

Eles estavam sentados sobre uma toalha, embaixo de uma frondosa árvore do parque, haviam acabado de lanchar e Mary estava brincando com uma coleguinha á poucos metros de distância.

- Venha aqui - Michael chamou-a para sentar-se entre as pernas dele e Gabbe o fez de bom grado.

- Vai me castigar agora? - Sussurrou.

- Não me provoque, Gabriella - Seu tom de voz fez Gabbe se arrepiar. - Eu adoraria te encostar nessa árvore, levantar sua perna e te comer, agora mesmo.

Gabbe gemeu ao ouvi-lo sussurrar tal frase em seu ouvido... Ela simplesmente amava quando ele usava seu palavreado mais chulo para dizer a ela seus desejos.

- Não fale assim - Pediu sôfrega - Sabe que me deixa louca.

- Você começou - Ele disse e logo começou a espalhar beijos e mordiscadas no pescoço de Gabriella. Ela  encostou-se mais nele e passou a alisar, discretamente, as coxas dele. Não demorou para ele sentir algo reagir.

- Acho melhor pararmos - Se afastou.

- Por que? - Michael perguntou de sobrancelha arqueada.

- Por que hoje terei plantão e não conseguirei me concentrar se você me provocar bastante.

- Plantão é? - Ele fez uma careta. - Mais uma noite sem você... Isso não parece nada bom.

- Mesmo?

- Com certeza... - Ele puxou-a bruscamente, fazendo Gabbe soltar um gritinho de susto... e se beijaram mais uma vez. - Tenho algo para te dar - Ela se afastou para olhá-lo. - Espero que goste - Ele enfiou a mão no bolso e puxou de lá uma sacolinha de veludo vermelha. Gabbe pegou e tirou de lá uma correntinha.

- Michael - Gabbe cobriu a boca com as mãos - É linda.

- Bom, eu sei que não é como as coisas que vocês está acostumada a ganhar, mas foi que pude comprar com minha economias.

- Meu amor - Ela enlaçou-o em uma abraço - É linda, o presente mais lindo que já ganhei. Coloque em mim - Ela virou-se e afastou os cabelos para ele colocar o colar nela.

- As duas algemas são nossas almas... entrelaçadas, unidas, juntas... uma só - Gabbe virou-se e o viu sorrindo, então puxou-o para mais um beijo.

(...)

- Então quer dizer que já estão assim, é? - Chris perguntou divertido.

- Não enche, Chris. Eu nem sei como estamos - Michael deu de ombros.

- Eu diria que estão em um quase-noivado.

- Está louco? Claro que não... estamos em um lance bom, nos divertindo, só isso.

-Então não são namorados, nem tem compromisso um com o outro?

- Não. - Balançou a cabeça negativamente.

- Então vamos sair e pegar umas gatas, já que a loirinha está no plantão hoje?

- Claro que não! - Michael apressou-se em dizer.

- Olha só, meu amigo está virando um monogâmico convicto... nada de faras?

- Não é isso, só que não posso... er tenho que ficar com a Mary. Tenho que ir - Michael amassou a lata de cerveja e jogou-a no lixeiro.

- Tudo bem - Chris deu de ombros - Só quero que saiba que apoio o lance com a loirinha - Michael assentiu.

- Tchau Chris.

- Michael? - Chris chamou antes de Michael sair, ele virou-se para ver o que o amigo queria. - Se sair casamento, quero ser o padrinho - Michael mostrou-lhe o dedo do meio e saiu batendo a porta, deixando Chris as gargalhadas.

(...)

- Menina, esse negócio tá sério viu - Kelly disse entre uma mordida em seu sanduíche e outra.

- Para, Kelly, não tem nada de sério.... eu acho que não.

- O que? - Gritou - Você dorme quase todos os dias na casa do Sexy - Gabbe a fuzilou com o olhar e ela se corrigiu - Tá, esqueci, do Michael. Olha só pra isso, está morrendo de ciúmes dele, ele te deu uma correntinha dessas e vocês vivem de 'love' por aí e quer que eu acredite que não é nada de sério?

- Eu queria que fosse, mas o Michael não quer... sempre que ao menos tento entrar no assunto "Namoro" ele se esquiva e diz que não quer entrar no assunto. - Deu de ombros.

- Mas estão bem assim, não estão? - Gabbe assentiu - Então ótimo, aproveite aquele gostoso.

- Kelly! - Repreendeu a amiga.


- Se ele é mesmo - Deu de ombros - E se houver casamento eu quero ser a madrinha - Gabbe revirou os olhos.

Capítulo 18



Gabriella



Assim que o plantão terminou eu cambaleei para meu carro e antes de dar partida me pus a pensar para onde iria... para o meu apartamento? ou para a casa de Michael?


Ahhh, vou para a casa de Michael. Talvez essa hora ele ainda nem tenha ido trabalhar e eu posso tomar café com ele e arrumar Mary para ir a escola.


- Bom dia! - Saudei assim que adentrei a casa.
Michael e Mary estavam tomando café da manhã.


- Bom dia Gabbe! - Mary veio me abraçar - Você vai me levar até o ponto do  ônibus?


- Mary, a Gabriella está cansada, eu levo você. - Michael levantou-se e veio até mim - Bom dia, Beija-Flor - Salpicou um beijo em meus lábios.


- Pode deixar, eu a levo - Sorri - Vá pegar sua mochila, boneca.


Logo Mary chegou carregando sua mochila e nós seguimos de mãos dadas até o ponto de ônibus, que ficava a poucos metros da casa.


Quando voltei encontrei a casa em completo silêncio, pensei que Michael já tivesse saído para o trabalho.


- Pensou errado - Ele sussurrou em meu ouvido, me assustando.


- Está lendo pensamentos agora? 


- Eu sempre sei o que você está pensando...


- Ahh é - Arqueei a sobrancelha - E o que eu estou pensando agora?


- Você está pensando em como vai ser gostoso quando eu arrancar sua roupa e me afundar em você... em como você vai gemer e como seu corpo vai reagir quando eu sugar seus seios e você gozar...


- Michael - Seu nome soou como um gemido, assim que saiu de meus lábios.


Eu senti minha calcinha úmida e meu sexo pulsante, diante de suas palavras e de seu olhar faminto.


- Acertei? - Perguntou, seus lábios roçando nos meus.


- Hurum - Respondi antes de puxá-lo para um beijo faminto.


Nossos lábios prensados uns contra o outro com tamanha pressão que chegava a ser dolorido, nossas línguas duelando, buscando desesperadamente contato.


Minhas mãos voaram para sua camisa e Michael logo ficou sem ela. Assim que seu peito nu arfou eu larguei seus lábios para beijá-lo ali. Salpiquei beijos desde seu pescoço até seu tórax, parando para brincar com seus mamilos um tempo e me deliciar ouvindo seus gemidos. Ansiosos descemos sua calça e boxer as pressas... Vê-lo nu e completamente duro, me dava água na boca.


Com urgência ele ergueu meu vestido e me fez montar nele. Quando nossas intimidades prontas para o sexo roçaram, ambos gememos. 


Ergui meus braços para ajudá-lo a tirar  meu vestido, que foi jogado ao chão, junto com o sutiã e calcinha.


Michael migrou seus lábios para meu pescoço, colo e antes de levar a boca até  meus seios, ele beliscou o mamilo de um, depois do outro... Uma dor fina e prazerosa se espalhou pelo meu corpo parando exatamente em meu sexo que pulsou ainda mais.


- Michael - Pedi sofrega.  Esfregando meus quadris loucamente contra os dele.


- Gostosa... minha loirinha gostosa - Ele gemeu.
Enquanto seus lábios tomaram posse dos meus seios eu me ergui um pouco e procurei seu membro, posicionando-o na entrada do meu sexo, assim que a glande estava encaixada na minha entrada eu baixei de uma só vez.


- Porra! - Michael grunhiu, seu gemido reverberando em meu ser e a pele do meu ombro queimando, onde ele havia me dado uma mordida.


Ele buscou meus lábios mais uma vez e levou suas mãos as minhas nádegas me ajudando a subir e descer sobre 'ele', com cada vez mais intensidade e rapidez. Quando ambos estávamos muito ofegantes eu parava com os movimentos de sobe e desce e apenas rebolava sobre 'ele', sentindo-o me tocar em pontos específicos, que me deixavam louca.


Michael levou dois de seus dedos a minha boca e eu os suguei, quando já estavam bastante molhados com minha saliva ele levou-os aos meus clitóris e começou a pressioná-lo de um lado a outro. Esse foi o estopim para que eu me desfizesse em um orgasmo intenso, que me deixou trêmula e 'fora do ar' por alguns segundos. Michael parou de se mover e me abraçou forte quando eu recostei a cabeça em seu ombro.
Já recuperada do orgasmo, voltei a mover meus quadris de encontro aos dele. Michael entendeu o recado e segurando minha cintura firmemente, para me manter imóvel, ele voltou a se movimentar freneticamente. Nossos corpos chocando-se e produzindo um barulho erótico, só deixava o tesão ainda mais alto.


- Gabbe - Ele gemeu, seus dedos se afundaram ainda mais em minha cintura enquanto ele gozava. Seu líquido quente escorrendo abundantemente dentro de mim.


- Estou exausta, sabia? - Disse de olhos quase fechados. Uma sonolência me atingindo.


- Vou te colocar na cama - Assenti.


Ele me tirou de seu colo, apenas para se levantar e me voltar a me segurar, como se eu fosse um bebê. Me aconcheguei em seu peito, inalando seu cheiro misturado ao cheiro de sexo.


- Não vai trabalhar? - Perguntei, quando já estávamos na cama.


- Só a tarde - Ele beijou meus cabelos - Agora durma, Beija-Flor, você está cansada.


Enlacei minha perna na dele e abracei sua cintura, permitindo-me cair no sono.


Quando eu acordei Michael não estava no quarto.  As roupas que haviam ficado caídas lá embaixo estavam sobre a cama.  Aproveitei para tomar um banho rápido e logo depois desci para preparar o almoço. Como era quase meio dia Mary não demoraria a chegar e Michael sairia para o trabalho.


- Amor? - Chamei.


- Estou aqui! - Ele respondeu e pelo seu tom de voz percebi que havia algo errado.


Quando entrei na garagem o vi com uma carranca assustadora enquanto batia em uma madeira qualquer.


- Algum problema? - Disse ainda do umbral, com certo receio para me aproximar.


- Já conferiu seu celular? - Perguntou sem me olhar.


- Não, por que? - Franzi o cenho.


- Por que o idiota mauricinho te ligou, e deixou mensagens também.


- Onde está meu celular? - Perguntei irritada.


- Aí - Ele apontou para uma mesinha velha.


Peguei meu celular e vi que tinha mais de 4 ligações de Jony e 2 de minha mãe. Mandei uma mensagem rápida para Jony. 


"Ñ pude falar, estava no trabalho. Me ligue quando puder"


E em seguida retornei a ligação da minha mãe, foram só 2 minutos, mas nesse pequeno tempo ela me fez prometer que eu sairia para jantar com Jony, pois um tio dele havia acabado de falecer e ele estava muito triste.


Assim que encerrei a ligação, vi que Jony havia me mandado uma mensagem curta dizendo que me ligaria. Para que não ter que falar com ele enviei outra mensagem.


"Já falei com mamãe. Sinto muito. Sairemos para jantar no sábado."


Durante todo o tempo Michael se manteve carrancudo e completamente em silêncio. Soltando um longo suspiro  eu caminhei até ele.


- Michael, olhe para mim, por favor. - Ele largou a ferramenta e me encarou. - O Jony é só meu amigo. Um tio dele morreu e mamãe pediu para que eu saísse para jantar com ele, para ajudá-lo a superar o momento de tristeza.


- Claro - Ele riu, completamente irônico - Você vai ajudá-lo a superar o momento de tristeza... E como vai fazer isso, Gabriella, fazendo um boquete nele?


A pergunta de Michael me afetou como se ele tivesse me dado um tapa. Eu cambaleei e me levantei, pronta para sair dali, eu não ia me dar ao trabalho de respondê-lo. Senti meus olhos arderem pelas lágrimas assim que dei as costas. Mas antes que eu pudesse correr ele segurou meu braço.


- Me desculpa, Gabbe, eu sou um otário... eu... eu só fiquei louco de ciúmes.


- Você sabe como sou.... eu só tenho você... eu ... eu seria incapaz de fazer um... - Solucei - Eu só tive você e olha só como você me trata, olha só as coisas que me diz?


- Me desculpe, por favor, meu amor, por favor - Ele apertou-me em seus braços, mas eu não o abracei de volta. - Eu tenho medo Gabriella, medo de que ele leve você de mim. Aquele idiota é tudo que não sou, ele é o cara que seus pais querem para se casar com você, ele tem um diploma, uma boa profissão, uma vida estabilizada... Eu só tenho isso pra te oferecer - Ele capturou minhas mãos e colocou sobre seu peito, seu coração batia aceleradamente. - Eu amo você... e é muito difícil sentir isso e saber que nossos mundos se separarão em algum momento.


- Não... Nós não vamos nos separar... eu também te amo, muito. Nós vamos ficar juntos, mas você tem que aprender a lidar com seus sentimentos, você não pode me insultar todas as vezes que sentir ciúmes.


- Eu sei - Ele suspirou - Eu só fiquei fora de mim, só isso... me desculpa?


- Tudo bem, Michael - Me soltei de seus braços - Eu preciso ir.


- Mas por que? Você não iria ficar para almoçarmos juntos?


- Eu perdi a fome. - Virei para sair dali.


- Beija-Flor - Ele chamou e ao me virar e ver tanta tristeza em seus olhos, quase cedi e corri para abraçá-lo. - Você volta?



- Amanhã eu volto. Tchau - Passei pela sala e peguei minha bolsa, as chaves do carro e sai dali quase correndo.

Capítulo 18

Gabriella


Assim que o plantão terminou eu cambaleei para meu carro e antes de dar partida me pus a pensar para onde iria... para o meu apartamento? ou para a casa de Michael?

Ahhh, vou para a casa de Michael. Talvez essa hora ele ainda nem tenha ido trabalhar e eu posso tomar café com ele e arrumar Mary para ir a escola.

- Bom dia! - Saudei assim que adentrei a casa.
Michael e Mary estavam tomando café da manhã.

- Bom dia Gabbe! - Mary veio me abraçar - Você vai me levar até o ponto do  ônibus?

- Mary, a Gabriella está cansada, eu levo você. - Michael levantou-se e veio até mim - Bom dia, Beija-Flor - Salpicou um beijo em meus lábios.

- Pode deixar, eu a levo - Sorri - Vá pegar sua mochila, boneca.

Logo Mary chegou carregando sua mochila e nós seguimos de mãos dadas até o ponto de ônibus, que ficava a poucos metros da casa.

Quando voltei encontrei a casa em completo silêncio, pensei que Michael já tivesse saído para o trabalho.

- Pensou errado - Ele sussurrou em meu ouvido, me assustando.

- Está lendo pensamentos agora? 

- Eu sempre sei o que você está pensando...

- Ahh é - Arqueei a sobrancelha - E o que eu estou pensando agora?

- Você está pensando em como vai ser gostoso quando eu arrancar sua roupa e me afundar em você... em como você vai gemer e como seu corpo vai reagir quando eu sugar seus seios e você gozar...

- Michael - Seu nome soou como um gemido, assim que saiu de meus lábios.

Eu senti minha calcinha úmida e meu sexo pulsante, diante de suas palavras e de seu olhar faminto.

- Acertei? - Perguntou, seus lábios roçando nos meus.

- Hurum - Respondi antes de puxá-lo para um beijo faminto.

Nossos lábios prensados uns contra o outro com tamanha pressão que chegava a ser dolorido, nossas línguas duelando, buscando desesperadamente contato.

Minhas mãos voaram para sua camisa e Michael logo ficou sem ela. Assim que seu peito nu arfou eu larguei seus lábios para beijá-lo ali. Salpiquei beijos desde seu pescoço até seu tórax, parando para brincar com seus mamilos um tempo e me deliciar ouvindo seus gemidos. Ansiosos descemos sua calça e boxer as pressas... Vê-lo nu e completamente duro, me dava água na boca.

Com urgência ele ergueu meu vestido e me fez montar nele. Quando nossas intimidades prontas para o sexo roçaram, ambos gememos. 

Ergui meus braços para ajudá-lo a tirar  meu vestido, que foi jogado ao chão, junto com o sutiã e calcinha.

Michael migrou seus lábios para meu pescoço, colo e antes de levar a boca até  meus seios, ele beliscou o mamilo de um, depois do outro... Uma dor fina e prazerosa se espalhou pelo meu corpo parando exatamente em meu sexo que pulsou ainda mais.

- Michael - Pedi sofrega.  Esfregando meus quadris loucamente contra os dele.

- Gostosa... minha loirinha gostosa - Ele gemeu.

Enquanto seus lábios tomaram posse dos meus seios eu me ergui um pouco e procurei seu membro, posicionando-o na entrada do meu sexo, assim que a glande estava encaixada na minha entrada eu baixei de uma só vez.

- Porra! - Michael grunhiu, seu gemido reverberando em meu ser e a pele do meu ombro queimando, onde ele havia me dado uma mordida.

Ele buscou meus lábios mais uma vez e levou suas mãos as minhas nádegas me ajudando a subir e descer sobre 'ele', com cada vez mais intensidade e rapidez. Quando ambos estávamos muito ofegantes eu parava com os movimentos de sobe e desce e apenas rebolava sobre 'ele', sentindo-o me tocar em pontos específicos, que me deixavam louca.

Michael levou dois de seus dedos a minha boca e eu os suguei, quando já estavam bastante molhados com minha saliva ele levou-os aos meus clitóris e começou a pressioná-lo de um lado a outro. Esse foi o estopim para que eu me desfizesse em um orgasmo intenso, que me deixou trêmula e 'fora do ar' por alguns segundos. Michael parou de se mover e me abraçou forte quando eu recostei a cabeça em seu ombro.
Já recuperada do orgasmo, voltei a mover meus quadris de encontro aos dele. Michael entendeu o recado e segurando minha cintura firmemente, para me manter imóvel, ele voltou a se movimentar freneticamente. Nossos corpos chocando-se e produzindo um barulho erótico, só deixava o tesão ainda mais alto.

- Gabbe - Ele gemeu, seus dedos se afundaram ainda mais em minha cintura enquanto ele gozava. Seu líquido quente escorrendo abundantemente dentro de mim.

- Estou exausta, sabia? - Disse de olhos quase fechados. Uma sonolência me atingindo.

- Vou te colocar na cama - Assenti.

Ele me tirou de seu colo, apenas para se levantar e me voltar a me segurar, como se eu fosse um bebê. Me aconcheguei em seu peito, inalando seu cheiro misturado ao cheiro de sexo.

- Não vai trabalhar? - Perguntei, quando já estávamos na cama.

- Só a tarde - Ele beijou meus cabelos - Agora durma, Beija-Flor, você está cansada.

Enlacei minha perna na dele e abracei sua cintura, permitindo-me cair no sono.

Quando eu acordei Michael não estava no quarto.  As roupas que haviam ficado caídas lá embaixo estavam sobre a cama.  Aproveitei para tomar um banho rápido e logo depois desci para preparar o almoço. Como era quase meio dia Mary não demoraria a chegar e Michael sairia para o trabalho.

- Amor? - Chamei.

- Estou aqui! - Ele respondeu e pelo seu tom de voz percebi que havia algo errado.

Quando entrei na garagem o vi com uma carranca assustadora enquanto batia em uma madeira qualquer.

- Algum problema? - Disse ainda do umbral, com certo receio para me aproximar.

- Já conferiu seu celular? - Perguntou sem me olhar.

- Não, por que? - Franzi o cenho.

- Por que o idiota mauricinho te ligou, e deixou mensagens também.

- Onde está meu celular? - Perguntei irritada.

- Aí - Ele apontou para uma mesinha velha.

Peguei meu celular e vi que tinha mais de 4 ligações de Jony e 2 de minha mãe. Mandei uma mensagem rápida para Jony. 

"Ñ pude falar, estava no trabalho. Me ligue quando puder"

E em seguida retornei a ligação da minha mãe, foram só 2 minutos, mas nesse pequeno tempo ela me fez prometer que eu sairia para jantar com Jony, pois um tio dele havia acabado de falecer e ele estava muito triste.

Assim que encerrei a ligação, vi que Jony havia me mandado uma mensagem curta dizendo que me ligaria. Para que não ter que falar com ele enviei outra mensagem.

"Já falei com mamãe. Sinto muito. Sairemos para jantar no sábado."

Durante todo o tempo Michael se manteve carrancudo e completamente em silêncio. Soltando um longo suspiro  eu caminhei até ele.

- Michael, olhe para mim, por favor. - Ele largou a ferramenta e me encarou. - O Jony é só meu amigo. Um tio dele morreu e mamãe pediu para que eu saísse para jantar com ele, para ajudá-lo a superar o momento de tristeza.

- Claro - Ele riu, completamente irônico - Você vai ajudá-lo a superar o momento de tristeza... E como vai fazer isso, Gabriella, fazendo um boquete nele?

A pergunta de Michael me afetou como se ele tivesse me dado um tapa. Eu cambaleei e me levantei, pronta para sair dali, eu não ia me dar ao trabalho de respondê-lo. Senti meus olhos arderem pelas lágrimas assim que dei as costas. Mas antes que eu pudesse correr ele segurou meu braço.

- Me desculpa, Gabbe, eu sou um otário... eu... eu só fiquei louco de ciúmes.

- Você sabe como sou.... eu só tenho você... eu ... eu seria incapaz de fazer um... - Solucei - Eu só tive você e olha só como você me trata, olha só as coisas que me diz?

- Me desculpe, por favor, meu amor, por favor - Ele apertou-me em seus braços, mas eu não o abracei de volta. - Eu tenho medo Gabriella, medo de que ele leve você de mim. Aquele idiota é tudo que não sou, ele é o cara que seus pais querem para se casar com você, ele tem um diploma, uma boa profissão, uma vida estabilizada... Eu só tenho isso pra te oferecer - Ele capturou minhas mãos e colocou sobre seu peito, seu coração batia aceleradamente. - Eu amo você... e é muito difícil sentir isso e saber que nossos mundos se separarão em algum momento.

- Não... Nós não vamos nos separar... eu também te amo, muito. Nós vamos ficar juntos, mas você tem que aprender a lidar com seus sentimentos, você não pode me insultar todas as vezes que sentir ciúmes.

- Eu sei - Ele suspirou - Eu só fiquei fora de mim, só isso... me desculpa?

- Tudo bem, Michael - Me soltei de seus braços - Eu preciso ir.

- Mas por que? Você não iria ficar para almoçarmos juntos?

- Eu perdi a fome. - Virei para sair dali.

- Beija-Flor - Ele chamou e ao me virar e ver tanta tristeza em seus olhos, quase cedi e corri para abraçá-lo. - Você volta?

- Amanhã eu volto. Tchau - Passei pela sala e peguei minha bolsa, as chaves do carro e sai dali quase correndo.


Capítulo 19

Michael


- Droga! - Agarrei a mesinha velha, que ficava no canto da garagem e joguei-a contra a parede, quebrando-a.

Eu era um idiota, sem noção. Como tive coragem de dizer aquilo a Gabriella?

O que a droga do ciúmes não faz?

Eu sabia muito bem o quão bondosa e pura Gabbe é... Como posso dizer essas coisas? Talvez ela deva mesmo ficar com o mauricinho idiota, pelo menos ele irá tratá-la com dignidade. E eu não poderei nem reclamar se ela se for, por que a culpa vai ser minha...

O resto da manhã foi uma merda. Não tive a menor paciência para fazer alguma coisa para o almoço, então peguei uma cerveja e me joguei no sofá, pronto para passar o dia por ali, já que eu não teria mesmo cabeça para ir trabalhar.

Meu celular tocou quebrado o silêncio da sala.

- Sim!

- Senhor Jackson, é da escola High Litlle Princess. - Me sentei - É a professora da Mary que está falando.

- O que aconteceu com Mary? - Disse de uma vez. A preocupação martelando em minha cabeça.

- Ela levou um tombo na hora do recreio e machucou a coluna...

- Mas onde estavam os responsáveis que não viram isso? Vocês sabem que a Mary não pode ficar sozinha - Gritei desesperado - Se algo grave acontecer a Mary, eu processo vocês, eu acabo com essa escola.

- Senhor, acalme-se.

- Acalme-se? - Suspirei e ponderei o palavrão que estava prestes a dizer - Onde está?

- Trouxemos ela para o MacGarry.

- Chego aí em minutos.

Subi as escadas quase correndo e desci menos de 2 minutos depois já com uma camisa e as chaves do carro. O caminho até o MacGarry levaria normalmente 20 minutos, eu o fiz em 5. Nem sei como consegui chegar até lá, estava dirigindo no automático.

- Quero saber da paciente Mary Monique Jackson. - Perguntei a recepcionista, eu ainda estava um pouco ofegante pela corrida que fiz do estacionamento até a ala pediátrica do hospital.

- Quarto 15, terceiro corredor a direita. - Assenti e saí em busca de Mary.

Achei a professora parada em frente a uma porta.

- Sua irresponsável, onde Mary está? - Ela arregalou os olhos e não teve coragem de sequer me responder, apenas apontou a porta a sua frente.

Entrei no quarto feito louco e encontrei Mary deitadinha na cama, ela estava dormindo. Tinham-na colocado em posição fetal e uma médica estava examinando sua coluna.

- Sou o irmão dela, doutora, a Mary está bem? - A doutora se assustou por ter sido pega de surpresa, mas logo se recompôs e se levantou para me cumprimentar.

- Sou a Doutora Ella, o senhor é o irmão dessa garotinha linda? - Assenti - E onde estão os pais de vocês.

- Somos só nós dois. A Mary vai ficar bem? - Perguntei angustiado.

Poucas vezes na minha vida eu me senti agoniado a ponto de chorar e com certeza essa era uma delas.

- Não se preocupe, Mary vai ficar bem. O tombo que ela sofreu foi leve, a coluna dela se machucou minimamente, mas isso só ocorreu por ela já ter a coluna fragilizada. Precisaremos apenas de mais 2 exames e ela já terá alta. Vou prescrever alguns remédios e será necessário que faça mais um exame. O faremos quando ela acordar.

- Muito obrigado, doutora.

- Fique aqui com ela, logo acordará. - Assenti e a médica deixou o quarto.

Fiquei por ali, sentado ao lado de Mary, alguns minutos, mas logo lembrei que eu precisaria de dinheiro para pagar esse hospital, os exames e os remédios.

Deus, eu não tinha nem um tostão para isso.
Me levantei e fui em busca de uma solução. Antes de deixar o hospital eu liguei para Gabbe e lhe contei, resumidamente, o que havia acontecido. Ela ficou tão preocupada quanto eu quando soube e disse-me que viria correndo. Dispensei a professora e liguei para "Grael", ele iria resolver meus problemas.

- Michael - Virei-me para ver a dona da voz, que veio correndo em minha direção e jogou-se em meus braços. Eu abracei Gabbe com toda a força, buscando nela a renovação das minhas forças. - Como ela está? - Ela segurou minha mão com força e beijou-a.

- Está bem, fará um exame quando acordar e terá alta logo depois.

- Graças a Deus não foi nada mais grave.

- Pode ficar com ela um pouco? Vou sair, mas volto logo.

- Onde vai?

- Não te interessa, Gabriella - Respondi ríspido.

Eu estava nervoso e sem paciência. Eu sei que Gabbe não tinha nada haver com meus problemas, mas nessas horas eu sou um ogro. Ela soltou minha mão imediatamente, mas não desfez o sorriso. Com certeza estava se esforçando para relevar, ela sabia que o problema não era com ela.

- Desculpe, Beija-Flor,  eu volto logo - Dei um beijo em sua testa e sai pelos corredores do hospital.

Voltei 20 minutos depois com o dinheiro que eu precisaria para pagar o hospital, os exames e os remédios.

Abri a porta do quarto e vi uma cena, que com certeza, ficaria em meu subconsciente para sempre.

Mary continuava deitada na mesma posição e Gabbe estava deitada da mesma forma, ela havia colocado entre elas um livro sonoro, que Mary apertava e soltava gostosas gargalhadas a cada frase dita pelo livro.

Nem sei por quanto tempo fiquei observando-as, só sei que foi tempo suficiente para eu saber que estava ali as duas mulheres da minha vida.

- Atrapalho? - Perguntei e logo pigarreei para desfazer o nó, que havia se formado em minha garganta.

- Mike - Mary gritou e fui em sua direção, beijando sua testa repetidas vezes.

- Está bem, boneca?

- Estou - Disse animada - Você tem que ver o que o livro, que a tia Gabbe trouxe, faz.

- Verei outra hora - Acariciei seus cabelos - Agora virão te buscar para fazer um exame e já iremos para casa.

- Mesmo?

- Hurum.

- Amo muito você, Mike. - Olhei para Gabbe, que pareci tão emocionada quanto eu.

- Também te amo, princesa.

Logo uma enfermeira entrou no quarto e levou Mary consigo. Minha garotinha foi agarrada com o livro que Gabbe havia trazido para ela.

- Obrigado por tudo, Gabbe.

- Não precisa agradecer, sabe que gosto muito da Mary, faço com prazer. - Um silêncio chato se instalou entre nós, até Gabbe voltar a falar - Michael, sei que este hospital é particular... e ...

- Não, Gabbe, nem comece.

- Eu posso pagar a conta, sei que não tem dinheiro pra isso e se tiver guarde-o para pagar as próximas mensalidades da escola de Mary.

- Não - Gritei - Eu não quero seu dinheiro, já falamos sobre isso outras dezenas de vezes e a resposta vai ser sempre "Não".

- Não seja orgulhoso, Michael, é por Mary...

- Darei meu jeito. Nem eu nem Mary precisamos de sua pena e caridade, eu já te disse. - Ela franziu o cenho.

- Não é pena nem caridade, você entende tudo errado.

- Seja o que for , eu não quero, ponto. E não volte nesse assunto ou ficarei puto com você.

- Pois quem está irada com você sou eu - Disse irritada - Desde de a manhã de hoje estou aguentando seus desaforos, mas agora chega! Fique com seus ciumes, seu mau-humor, por que eu vou embora.

- Gabbe, espere - Segurei em seu braço impedindo-a de sair.

- Vai ser pior se insistir. - Suspirei e soltei seu braço. - Diga a Mary que amanhã irei vê-la.

- Eu amo você - Disse antes dela voltar a caminhar rumo a porta.

- Não parece - Gabbe disse antes de girar a fechadura e sair porta a fora.


Se ela está assim agora, imagina quando souber que eu peguei dinheiro com um Ageota e que para pagar eu terei de fazer mais um filme.

Capítulo 20

Gabriella


Tomei o caminho de volta para casa possessa de raiva. Michael estava me escondendo algo, disso eu tinha certeza. Ele havia mudado de uns 2 dia para cá, seu nervosismo e mau-humor elevados a níveis alarmantes e eu o conheço bem o suficiente para dizer que ele só fica assim quando está me escondendo algo, e pelo meu pressentimento é algo sério.

Quando já estava em meu apartamento, tomei um banho, comi algo e desabei na cama. Acordei por volta das sete horas da noite e assim que o fiz liguei para o MacGarry e me informaram que Mary já havia recebido alta. Vesti algo e capturei as chaves do carro para ir até a casa de Michael, e eu só o faria por Mary, por que eu ainda estava muito brava com ele.

Quando estacionei na frente da casinha branca, que agora eu via como um lar. As luzes estavam acessas, mas tudo estava bastante silencioso. Tranquei meu carro e segui para a casa. Ao abrir a porta dei de cara com Michael deitado no sofá, uma garrafa de cerveja ao seu lado e seu rosto completamente sereno em seu sono. Sorri com a visão. Já tinha perdido as contas de quantas vezes eu tinha ficado olhando-o enquanto ele dormia... Eu gostava de vê-lo sereno e tranquilo.

Subi sem fazer o menor barulho e entrei no quarto de Mary, encontrei-a dormindo. Dei um beijo em sua testa e passei algum tempo com ela... Eu adorava aquela menina, tinha a adotado como uma filha. Decidi que era hora de ir embora, foi até bom que Michael estivesse dormindo, eu não queria mesmo falar com ele.

Meus planos de sair sem ser vista foram frustrados, pois encontrei Michael parado no corredor, ele parecia tenso e preocupado. Com um suspiro exasperado caminhei até ele.

- Eu já estava de saída, tudo bem com Mary? E... com você?

- Tudo bem - Ele disse sem me olhar.

- Então já vou, amanhã volto para vê-la - Dei as costas para sai dali, mas ele segurou meu braço antes que eu o fizesse.

- Beija-Flor - Seu tom de voz estava embargado.

Ohh que estava acontecendo com ele afinal?

- Michael - Chamei sua atenção, segurando seu rosto entre minhas mãos - Fale comigo. O que está afligindo você? Confie em mim, amor.

- Eu... eu - Balançou a cabeça em negativa - Não foi nada, só estou balançado pelo que aconteceu com Mary e por todas as coisas que eu te disse. Fica comigo?

- Não sei, Michael, não resolvemos nossos problemas.

- Por favor Beija-Flor... Fique - Pediu enlaçando minhas mãos e apertando-as.

- Tudo bem - Sorri.

Ele sempre conseguia o que queria mesmo. E mesmo estando brava com ele eu não o deixaria assim tão triste.

- Obrigado - Ele sorriu, mas seu sorriso não chegou ao seus olhos. 

Entramos em seu quarto e ele trancou a porta.

- Não quer que eu prepare algo para o jantar?

- Não, Mary já jantou e eu estou sem fome.

- Também já jantei. 

- Agora eu preciso unicamente de você, Beija-Flor - Disse docemente, aproximou-se de mim e pegou-me em seu colo, derrubando-me segundos depois em sua cama. - Amo você, garota, amo.
Seus lábios repousaram nos meus sem urgência alguma, nosso beijo foi lento e carinhoso, estávamos nos provando sem presa. Ele puxou-me um pouco e assim que me sentei ele tirou meu vestido e livrou-se também de minha calcinha.

Meu sexo tremeu quando seus dedos hábeis encontraram meu clitóris e ele beliscou o mesmo delicadamente. Enquanto seus dedos trabalhavam em meu ponto sensível seus lábios repousaram em um dos meus seios, ele trouxe o mamilo intumescido entre os dentes, puxando-o delicadamente. Não pude deixar de gemer. Ele repetiu o ato com o outro seio para logo depois espalhar beijos e sugadas nos mesmos. Meu baixo ventre se contraiu e minhas costas arquearam-se.

- Michael - Gemi agarrada aos seus cabelos.

- O que quer, princesa, eu farei tudo que você quiser... - Disse ofegante.

- Me beije - Ofeguei - Lá em baixo - Ele sorriu contra a minha pele e meu me arrepiei ainda mais.

Em questão de segundos a língua de Michael já estava rodeando meu clitóris, seus lábios fechando-se em volta da carne tenra e trêmula, em sugadas delicadas e enlouquecedoras. Dois de seus dedos adentraram-me e ele pressionou-os para dentro de mim com rapidez... Era o que eu precisava para gozar.

Enquanto eu me recuperava ele livrou-se de suas roupas e acomodou-se entre minhas pernas abertas. Sua ereção roçando em meu canal úmido.

Ao abrir meus olhos e encará-lo o vi sorrindo... seu olhar estava carregado de amor e devoção e isso tirou-me o fôlego.

- Eu amo você - Disse a ele.

- Também a amo Beija-Flor, e não importa o que aconteça, não se esqueça disso.

Achei estranha sua frase, mas tal pensamente rodeou minha mente por pouco tempo, pois logo ele estava dentro de mim. Seu membro preenchendo-me por completo, minhas carnes apertando-o, minha perna em volta de sua cintura e minhas mãos presas em seus cabelos, para não deixar que ele parasse de me beijar.

Michael começou a se movimentar lenta e profundamente. Eu podia sentir cada centímetro dele, a pulsação de seu membro. Ele me beijou todo o tempo, beijou-me os lábios, o pescoço, os seios... Não demorou para ele me arrastar para mais um orgasmo intenso.



Ele não parou, continuou movendo-se incansavelmente. Seu peito brilhando pelo suor, o barulho dos nossos corpos chocando-se, nossos gemidos aumentando conforme seus movimentos tornaram-se mais rápidos... E eu me desfiz em mais um orgasmo, tão intenso que meus dedos dos pés enrolaram-se e eu enfiei as unhas em suas costas. Michael tremeu em cima de mim e senti seu sêmen misturar-se ao meu.

Ele caiu contra a cama e puxou-me para seu peito, onde eu me aconcheguei e dormi, exausta.

Capítulo 21

Gabriella


- Olá garota bonita, está na hora de acordar - A voz suave de Michael soou afável e gentil. Ele pressionou um beijo em meus lábios e eu abri os olhos para contemplá-lo em um sorriso triste.

Ele levantou-se enrolado no lençol, eu aproveitei para me agarrar ao seu travesseiro e inalar seu aromar delicioso.

- Volte para a cama, amor - Praticamente ronronei e ele riu um pouco mais abertamente.

- A noite passada foi maravilhosa - Disse me encarando.

Sem lhe responder fiquei de joelhos sobre a cama e tirei acamisa dele que eu estava usando.

- Venha - O chamei sedutoramente.

Ele se aproximou e olhou-me demoradamente, sua mão passeou levemente por todo meu corpo e eu me arrepiei.

- Quero que me beije lá em baixo outra vez... como ontem e posso te recompensar fazendo o mesmo com ele - Apontei para sua ereção crescente. Estava tentando um diálogo 'sujo', como ele gostava que eu fizesse.

Ele ia me responder , mas seu celular tocou e quebrou completamente nosso clima. Ele fez cara feia para a tela assim que viu de quem se tratava e atendeu. "Estou indo" - foi tudo o que ele disse e depois desligou.

Tentei voltar ao meu personagem sedutor e puxei-o para perto.

- Indo para onde garoto? - Sussurrei contra seus lábios.

- Trabalhar.

- Nas obras? - Perguntei olhando-o.

- Gabriella... eu - Soltei-o imediatamente. Eu sabia muito bem que quando ele me chamava pelo nome e ainda mais em um tom de voz assim, isso indicava algo ruim.

- Você o que?

- Eu... eu não vou para as obras, irei gravar um filme.

Imediatamente tomei distância dele e enrolei-me no lençol.

- Você o que? - Ele suspirou e virou-se de costas.

Aproveitei o momento para me levantar, catar minhas roupas e vesti-las.

- Eu preciso do dinheiro - Disse ainda sem me olhar - Eu peguei dinheiro com um cara barra pesada, para pagar o hospital e os remédios de Mary.

Aquela informação foi tão dolorosa pra mim.

- Então você preferiu ir até um agiota pedir dinheiro do que aceitar o que eu estava lhe oferecendo?

- Você sabe o que penso sobre isso. - Ri sem vontade alguma.

- Ohh sim, esqueci que você é um machista idiota. - O encarei com fúria evidente.

- Você me conheceu fazendo isso Gabriella, para de me olhar assim. - Ele deslizou a camisa sobre sua cabeça, vestindo-a e amarrou os cabelos displicentemente.

Eu odiava a ideia de que alguém além de mim estaria com ele hoje, que alguma daquelas mulheres superficiais iriam ter os beijos dele, o toque, os gemidos.

- Sim, é verdade, mas depois de tudo que dissemos achei que algo em relação a isso tivesse mudado - Disse com a voz trêmula.

Droga! Eu não podia chorar, não aqui, não na frente dele.

Fui idiota me iludindo sobre nós. Eu achei que estávamos compartilhando do mesmo sentimento, da mesma intimidade, da mesma intensidade de sentimentos. Mas para ele só foi sexo e talvez ele tenha achado divertido brincar de casinha um tempo comigo.

- Sinto muito, mas eu tenho que fazer isso, Beija-Flor.

Foda-se!

Eu não disse uma única palavra, acabei de ajeitar meu cabelo, peguei minha bolsa e rumei para a porta.

- Por favor Gabbe, não vá sem dizer algo - Pediu, colocando-se entre mim e a porta.

- Você vai mesmo fazer isso? - Ele assentiu, no rosto uma expressão totalmente atordoada. - Então me deixe passar e me esqueça.

Ele me encarou alguns segundos, mas fez o que eu pedi.

Desci as escadas quase correndo e assim que estava dentro do carro me debulhei em lágrimas. Peguei o celular e liguei para Kelly.

- Gabriella  são sete horas da manhã, eu passei a noite em plantão ontem - Disse sonolenta.

- Kelly, preciso que vá até meu apartamento - Pedi tentando controlar os soluços.

- O que aconteceu Gabbe?

- Michael e eu terminamos - Disse e senti meu coração afundar no peito.

- Ohh merda, chego no seu apê em 20 minutos. Tem vódka lá?

- Tem - Respondi sem nem sequer me dar conta da pergunta fora de hora.

- Ótimo, um porre sempre ajuda a  esquecer. Me espere.

- Tudo bem - Desliguei o aparelho.


Liguei meu carro e limpei as lágrimas que embaraçavam minha visão, antes de sair dali olhei mais uma vez para a casinha branca onde eu tinha sido tão feliz durante algum tempo.... e agora isso tinha chegado ao fim.

Capítulo 22

Michael


Depois que ela saiu me arrastei até o quarto de Mary para lhe dar um beijo de bom dia e assim que Lia chegou para cuidar de Mary eu sai de casa.

Estava atordoado pelo que tinha acontecido essa manhã. Eu temi o tempo todo que fosse assim, mas achei que Gabbe fosse pelo menos me dar a chance de explicar, mas tudo que ela fez foi correr de mim. Eu não me preocupei em detê-la. Como ela poderia achar que tudo que aconteceu entre nós não foi real, que eu estava mentindo? Ela sabia o que eu fazia desde o começo e, droga, isso é só um trabalho.

O desgosto que vi espalhado em seu rosto me dizia o que eu sempre soube, eu nunca seria bom o bastante para ela. Ela foi criada cheia de luxo, de roupas caras, de viagens, como poderia saber que tem coisas na vida que mesmo que você não queira é preciso fazer.  A vida real é difícil. 

Eu só a deixei se aproximar, por que ela me disse sempre que entendia minhas responsabilidades com Mary, mas quando precisei de sua compreensão ela virou as costas. Foda-se. Mary é tudo pra mim e eu faço o que for por ela, se Gabbe não entende isso, fim da história.

Depois de algumas horas rodando pela cidade com o carro, eu decidi voltar. A essa hora Mary estaria na escola e Lia já teria ido para casa. Eu precisava de um banho, pois a filmagem começaria em 1 hora.

Uma hora depois eu estava no set de filmagens. Roger me saudou calorosamente e me mostrou a modelo com quem eu filmaria. Era uma garota muito bonita, ela não tinha estereotipo de estrela pornô, ela estava mais para garota doce e tímida, que com certeza ela não era.

Me aproximei para me apresentar.

- Oi, Roger já deve ter dito que vamos filmar juntos. Sou o Michael, quer dizer Roland - Me corrigi.

Eu sempre esquecia que o certo era usa o nome artístico.

- Olá bonitão, eu sou Vânia, mas aqui é Cristal.

- Prazer - Apertei sua mão e voltei para o lado de Roger.

Iniciaram a filmagem primeiro com Cristal. Ela tomava banho em uma banheira e eu teria de chegar até lá, vestido apenas em um jeans, e ajudá-la com o banho, depois terminaríamos na cama.

Afastei todo e qualquer pensamento de Gabbe e me concentrei no que eu teria de fazer. 

Momentos depois estava na cama com Cristal enterrado dentro dela. Dessa vez não pude afastar meus pensamentos da noite anterior, o pensamento de como Gabbe era suave e amorosa, do quanto ela confiava em mim, completamente o oposto de Cristal que empurrava seus quadris contra o meu e pedia para fodê-la mais forte.

Um sentimento profundo e persistente me invadiu,eu cedi, entrando nela duro e rápido, procurando alívio para o fogo furioso dentro de mim. 

Percebendo que eu não tinha que ter cuidado com Cristal, eu não me segurei. Eu choquei com ela até que ela parou de pedir por mais e começou uma ladainha de gemidos  minúsculos. O som dos gemidos dela me lembrou os de Gabbe. E segurando a imagem do rosto da Beija-Flor em minha mente, eu gozei. Mas mesmo com a minha liberação, o alívio não veio.  Eu estava frustrado demais para me sentir aliviado.

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Chris chegou quando o jogo já havia tido início.
Ele sentou-se displicentemente ao meu lado no sofá e pegou uma cerveja do pacote de 6, que estava em cima da mesinha de centro.

- Hey, onde estão as asas de frango? - Perguntou divertido.

- Sem asas, nunca mais. - Disse apenas.

As asas me lembravam de Gabbe e eu não queria pensar nela.

- Trabalhou muito?

- Não. Paguei tudo que precisava e agora chega de filmes. - Ele assentiu, tomando mais um gole de sua cerveja.

- E Gabriella?

Eu havia contado a Chris sobre o que tinha acontecido entre Gabbe e eu.

- Não sei - Balancei a cabeça em negativa.

- Ainda estão nessa? Cara, como você é teimoso.

Coloquei a garrafa vazia na mesa e peguei outra cerveja.

- Como assim teimoso?

- Você me disse que o motivo da Gabbe ter ido foi os filmes, e você acabou de me dizer que não os fará mais... Então pare de sofrer feito um condenado e procure ela.

- Não sei...

- Pare de agir feito um maricas desgraçado. Vá atrás dela, peça perdão e diga que decidiu parar, ela vai te ouvir.

- Esqueça isso, Chris, entre nós nunca daria certo mesmo.

Ou daria?

Capítulo 23

Gabriella


A semana tinha sido uma droga total. Eu acordava pensando em Michael e ia dormir chorando por não tê-lo por perto. Eu senti uma falta feroz de Michael e Mary... Muitas vezes quase liguei para lá, para saber pelo menos de Mary, mas meu orgulho falou mais alto. O que Michael fez não tem perdão, ele brincou comigo, fingiu sentimentos que ele não tinha realmente... Eu entreguei meu coração nas mãos dele e tudo que ele fez foi machucá-lo.

Agora estava sentada na mesa da minha casa, uma garrafa de merlot e Kelly me faziam compania. Era sempre assim, todas as noites desde que tudo aconteceu. Kelly vinha até aqui, bebíamos um pouco e depois que ela saia eu chorava feito uma idiota até pegar no sono.

30 minutos depois Drake chegou equilibrando uma caixa de pizza e nos acabamos em pizza e vinho. Quando já estava tonta o bastante para mal me manter em pé coloquei meus convidados para fora. Eles saíram em meio a tropeços e risadas, mas quando me vi sozinha novamente as lembranças vieram me atormentar. 
Instintivamente levei minhas mãos ao colar que Michael havia me dado aquela tarde no parque.

"As duas algemas são nossas almas... entrelaçadas, unidas, juntas... uma só"

Essas foram as palavras dele naquele dia... Como ele pôde me dizer isso? Fazer amor comigo do jeito que ele fez? Dizer que me ama e depois de tudo isso voltar com os filmes... voltar com a vida que ele tinha antes.

Meus olhos inundaram de lágrimas e eu deixei-as cair livremente pelo meu rosto. Com as mãos trêmulas eu peguei o telefone e disquei seu número. Eu precisava ouvir sua voz... precisava.

- Alô - Sua voz doce e ao mesmo tempo impaciente saudou-me e eu senti meu coração acelerar.

Eu havia ligado do meu fixo, então ele não saberia que era eu.

- Alô - Repetiu ainda mais impaciente. 

Meus lábios tremeram num prenuncio de choro e eu fui incapaz de conter o soluço.

- Beija-Flor? É você? Fala alguma coisa Beija-Flor... - Num ato impensado eu arremessei o telefone na parede.

Fiz mau em ligá-lo, muito mau... Eu ia ter que aprender a conviver com esse sentimento de tristeza, da mesma forma que aprendi a viver com o amor por Michael... eu ia conseguir, eu tinha que começar a seguir em frente.

Já um tanto mais recomposta peguei meu celular e liguei para Jonny e marquei de uma vez nosso encontro para o dia seguinte. Ele aceitou imediatamente, claro.

Depois disso sentei-me em meu sofá e avistei meu notebook na mesinha do centro, uma ideia me surgiu. Uma ideia muito, muito ruim.

Cliquei no link subtitulado "Roland e Cristal".

Esperando o vídeo carregar senti borboletas em meus estômago.

A menina era bonita e parecia jovem e tímida, ao contrário da outra com a qual ele fez o primeiro vídeo.

Foi com horror que vi-o beijando-a, sugando seus seios e quando ele parou entre as coxas dela para prová-la meu estômago se contraiu. Eu deveria ter parado de ver ali, mas eu não conseguia, eu tinha que ver com meus próprios olhos se ele tinha feito amor com aquela mulher logo depois de fazer o mesmo comigo. Avancei o vídeo até a parte que ele estava dentro dela. Meu queixo quase foi ao chão quando eu vi o modo como ele a penetrava. Ele ia rápido e forte, rude até... Ele tinha guardado sua fúria animal comigo e tinha descarregado nela.

Fechei meu notebook com um baque e corri para meu quarto, caí sobre a cama e chorei agarrada ao travesseiro. Tudo que eu queria era dormir, mas a imagem do rosto desejoso de Michael não saia da minha mente. Ele estava sentindo desejo... estava fazendo amor com outra.


                                                   ~~~~~~~~~~~**********~~~~~~~


- Oh que merda - Kelly grunhiu.

- Esqueça Kelly, daqui a pouco arrumamos outra mesa.

Ela bufou e voltou a sentar no banco do bar. 

Kelly tinha praticamente me arrastado até ali, ela disse que eu iria mofar se não saísse daquele apartamento. E ela estava parcialmente certa, pedi até uma licença do meu estágio.

- Ali Kelly - Drake disse e Kelly praticamente correu até a mesa que acabara de desocupar. Drake e eu a seguimos.

- Não sei por que toda essa agonia para ficarmos em uma mesa.

- Temos de ficar aqui perto das mesas de sinuca - Franzi o cenho para ela.

Por que perto das mesas de sinuca? Eu hein.

- Ihhh cacete - Ouvi Drake dizer e olhei na direção para a qual ele e Kelly estavam olhando.
- Não olhe - Ele segurou meu rosto antes de eu fazê-lo.

Tirei suas mãos do meu rosto e virei para olhar.

Ohh Deus, Michael estava aqui.

Malditamente bonito dentro daquele jeans e daquela camisa preta. Ele estava jogando bilhar com um amigo, e não pude deixar de notar os olhares femininos para onde eles estavam.

Uma onda de sentimentos varreu-me. Desde de ressentimento, raiva, amor e desejo.

Ele estava rindo até olhar para cima e me ver olhando-o. Seu sorriso se desfez e seus olhos fixaram-se nos meus. Tudo em mim entrou em desordem, o coração acelerou, a respiração ficou irregular, minhas entranhas tremeram.

Michael falou algo ao seu amigo e o mesmo me olhou e depois empurrou Michael em minha direção. Ele não veio de imediato e pareceu entrar em uma pequena discussão com o amigo.

- Olha só então o Sexy frequenta o mesmo bar que agente- Kelly disse divertida.

- Desgraçada, foi você! - Suspirei - Não deveria ter interferido Kelly, eu preciso do meu tempo, do meu espaço. - Levei minhas mãos até o rosto.

- Claro que não - Ela tirou minhas mãos para que eu a olhasse - Você precisa tomar uma decisão definitiva. Eu só disse a ele que estaríamos aqui e se ele sentisse alguma coisa por você que ele viesse, e aí está ele.

Senti Drake acariciar minhas costas e eu assenti para ele, tranquilizando-o.

- Se ele está aqui saio eu - Disse já levantando e pegando minha bolsa.

- Não Gabbe - Ela segurou meu braço e me fez sentar - Se você for ele vai achar que não consegue ficar perto dele.

- E eu não consigo mesmo.

- Mas ele não precisa saber. Seja mais forte que ele.

- Tudo bem. Então vou ficar bêbada. - Kelly sorriu.

- Com isso eu concordo.

Após algumas rodadas de bebida eu vi que Michael se aproximava da mesa.

Aja normal, aja normal.

Ele acenou para Kelly e lançou um olhar de poucos amigos para Drake.

- Vamos deixá-los sozinhos Drake, vem - Kelly arrastou Drake de seu lugar e carregou-o até a pista de dança.

Quando estávamos apenas nós dois ele se aproximou e olhando em meus olhos acariciou meu rosto suavemente.

- Como tem passado Beija-Flor? - Disse doce.

Pergunta estúpida para um momento como esse, mas eu não ia deixá-lo saber que eu desmoronei depois do nosso término.

- Tudo bem. E você?

- Já estive melhor - Admitiu.

Uma risada escapou de minha garganta. A risada mais cínica e irônica que já dei em toda minha vida.

- Você é um idiota sabia? - Encarei-o - Pelo jeito sexo não significa nada pra você, mas para mim sim. Agora me deixa em paz.

Ele pegou meu pulso e o segurou. 

- Deixe-me explicar uma coisa, Beija-Flor. -  Ele nunca pronunciou meu apelido com tal veneno, e eu odiava admitir que doeu. Ele se inclinou mais perto do meu rosto, apenas alguns centímetros  de mim. -  O sexo por dinheiro não tem emoção. É como estar no trabalho. Você só quer terminar, mas não pode. Você tem que continuar e fingir aquela porra toda até que algum diretor lhe diga para gozar.  No comando. Você tem que  fazer isso com os técnicos de iluminação, com luzes brilhantes no seu rosto, e um cara de som segurando um microfone sobre você enquanto tem que ostentar uma porra de uma ereção, não é diversão. Acredite em mim. E é certo que não me orgulhoso disso. Mas você sabe que eu faria qualquer coisa pela minha menina.


- Mary? O que Mary tem haver com isso? Não tente transformar o que você fez em um ato cavalheiresco. Isso o leva a um nível inimaginável de idiotice. Não se esqueça que eu poderia ter pago o tratamento de Mary. - Puxei meu pulso do seu aperto - Me deixe em paz - Gritei e fugi correndo para o banheiro.

Capítulo 24

Michael


Só de vê-la toda a a dor que tentei esconder de mim mesmo veio com força total. Minha vontade era de arrastá-la para qualquer lugar daquele bar e fazê-la dizer como ela poderia ter me deixado e levado meu coração consigo? Depois eu a beijaria e nunca mais a deixaria partir.

Ela parecia bem, estava tão linda... Ao contrário do que sua amiga me disse que ela estava. Droga, a principal razão de eu vir  até aqui foi por que Kelly me disse que Gabbe estava deprimida e infeliz, mas não era bem isso que estava parecendo. E  vi bem nos olhos dela a mensagem de "suma da minha vida", pena que eu não poderia mais ficar longe dela. A batalha para reconquistá-la ia ser difícil, mas eu não iria desistir.

Nossas primeiras palavras um com o outro não foram nada legais. Gabbe não demorou para correr de mim, assim como ela fez naquela manhã em minha casa. Mas dessa vez eu não desistiria. 
Então segui-a até o banheiro.

Abri a porta do banheiro feminino e encontrei-o vazio, mas ouvi seus soluços na última cabine.

- Gabbe? - Bati levemente na porta - Podemos conversar um pouco?

- Não há o que conversar, Michael, você estragou tudo - Ela fungou.

Deus, será que isso não teria mesmo concerto? 

Um grupo de meninas entrou em meio a risadas, mas assim que me viram estacaram.

- Hey, você não pode ficar aqui. - Fiz uma careta para elas - Vou chamar um segurança. - Elas saíram.

- Gabriella me deixe entrar - Disse impaciente.
Silêncio.

- Beija-Flor? - Disse mais afável.

Ela destrancou a cabine e eu não esperei ela abrir a porta completamente ou sair de lá, eu entrei e imediatamente a abracei apertado. Ela correspondeu meu abraço, e quando me afastei para olhá-la, notei o quão mal ela parecia estar.

- Tem certeza que está bem? - Ela engoliu em seco.

Tracei um único dedo pelos suas bochechas, limpando suas lágrimas e depositei um beijo suave em seus lábios.

- Eu não posso, Michael, sinto muito.

Por que eu tinha estragado tudo? Ela é tão perfeita.

- Eu também - Levantei seu rosto para que ela me olhasse e beijei-a novamente.

Dessa vez não um suave beijo, mas um dos beijos como os que costumávamos compartilhar. Reivindiquei seus lábios separando-os com minha língua, e só fiquei satisfeito quando ela correspondeu ao meu beijo. Um gemido suave escapou de seus lábios e isso bastou para mandar meu auto-controle para o inferno.

Encostei-a contra a porta da cabine e esfreguei minha ereção contra sua barriga... Eu estava louco de desejo e pela maneira que seu corpo reagia ao meu, ela também estava.

Ela levou as mãos ao meu peito e me empurrou.

- Não - Gritou - Não posso. 

Meus ombros caíram e eu soltei um suspiro exasperado.

- O que posso fazer?

- Nada - Ela ajeitou o vestido e saiu da cabine sem olhar pra trás.

Gabriella me deixou mais uma vez.


                                              ~~~~~~~~~~**************~~~~~~~


Depois que ela se foi tudo pareceu sem graça na minha vida. A comida tinha perdido o gosto, o sono dificilmente era tranquilo, eu não conseguia me concentrar no trabalho...

Nada parecia certo, nem almôndegas eu conseguia fazer mais. E não ajudou nada quando eu tentei fazer algumas para Mary e ela me disse "Não era assim que a Gabbe fazia".

Eu tentei uma única vez mostrar para ela que eu ainda pensava nela. Quando passei em frente  a padaria em que Gabbe adorava comprar Cupcakes, eu vi um desses bolinhos enfeitados com pequenos beija-flores, comprei-o e mandei entregarem a ela com um cartão escrito "Sinto tanto a sua falta, meu Beija-Flor". Mas não recebi resposta alguma dela.

Minha casa parecia vazia e fria sem a alegria e o sorriso  de Gabbe, e Mary  também  notara a mudança, ela própria estava menos extrovertida. 
Era esmagador viver aqui sem ela, tanto para mim como para Mary, mas estávamos tentando.

Eu alternava todo meu tempo entre o trabalho e a academia onde Chris lutava. Eu sempre fazia de tudo para gastar todas as energias possíveis, pois assim que eu chegasse em casa eu só queria dar um beijo em Mary e dormir, sem pensar em mais nada. Pena que não era assim.

Bastava um minuto sozinho, como agora no banho, e eu podia visualizar perfeitamente Gabbe comigo. Seus grandes olhos azúis, seu sorriso de menina, seus cachos loiros, sua pele branca e perfeita...

Frustrado e agora também excitado continuei meu banho, mas meu amigo não me deu paz alguma. Minha ereção estava doendo e eu precisava fazer algo para isso. Eu não queria me masturbar pensando nela, no quanto eu a queria ali de joelhos, com sua boca sugando meu eixo, sua língua passeando pela minha ereção. Foi mais forte que eu... Levando minha mão até meu membro fechei meus dedos em volta e comecei a bombear, forte, rápido, procurando desesperadamente minha libertação, meu alívio que nunca vinha.

- Gabbe - Sussurrei quando os quentes jatos explodiram de mim e caíram no chão de azulejos.

Capítulo 25

Gabriella

O outono passou em um piscar de olhos... E durante todo ele eu fui uma figura deprimida e sem vida. Consegui voltar para meu estágio, por que precisava terminá-lo para exercer minha profissão. Mas era apenas isso que eu fazia. Quando voltava do hospital me trancava em casa e passava o resto do dia ou dormindo ou chorando. Ahh sim, e quando Kelly e Drake me visitavam eu aproveitava para encher a cara. É eu estava patética. Mas não dava pra ser diferente, Michael rondava meus pensamentos durante todo o dia e a noite eu sonhava com ele. Sem fala que eu também morria de saudades de Mary, minha garotinha linda.

Mas foi Michael que escolheu assim. Ele preferiu fazer aquele maldito filme. Lembrando bem da minha infância, Michael fez exatamente o que meu pai fizera durante anos, sempre preferiu o trabalho do que a mim e minha mãe. Mas o trabalho do meu pai não envolvia nenhum tipo de traição, já o de Michael...

Era tão duro pra mim lembrar de tudo que aconteceu entre nós... das noites de amor, dos piqueniques em família, das conversas durante a madrugada... do dia em que ele me deu o colar.

 "As duas algemas são nossas almas... entrelaçadas, unidas, juntas... uma só"

Ele mentiu, me enganou. Não aceitou que eu o ajudasse com Mary, preferiu me perder a aceitar minha ajuda... Droga! Isso doía, doía mais do que eu achei que fosse doer.

Quando o inverno chegou viajei com meus pais para Aspen. Achei que seria bom ficar longe um tempo, agora que meu estágio já havia acabado e eu não teria nada para ocupar meu tempo. E foi sem surpresa alguma que constatei, assim que pus meus pés na cidade, que mamãe havia convidado Jonny para passar a temporada de 2 meses conosco.

Nesse meio tempo nós nos aproximamos bastante. Foram várias conversas, jantares e passeios até que ele me beijasse e me pedisse em namoro. Eu aceitei. Talvez fosse bom tê-lo comigo, ele me fazia sentir menos sozinha. Jonny era bom, atencioso, gentil, cavalheiro.... é certo que as vezes ele é bem metido e egocêntrico, mas são defeitos aturáveis e eu precisava de alguém comigo para aplacar um pouco essa dor que eu estava sentindo.

Eu passei todo o dia de natal grudada ao meu celular, na esperança de que Michael pudesse me ligar para me desejar 'bonanças'... Mas isso não aconteceu. Talvez ele tenha ficado magoado pelo fato de eu não tê-lo respondido quando me mandou o cupcake junto com a notinha que dizia "Sinto tanto a sua falta, meu Beija-Flor". 

No final das contas magoamos demais um ao outro e isso não tinha mesmo concerto. Mas mesmo assim eu não poderia deixar de pensar em como estava sendo o natal deles. Será que tiveram um árvore e presentes? Michael preparou alguma refeição para eles ou será que só comeram pizza e foram dormir?

Com uma tristeza visível eu observei ao meu redor a grande festa que estava acontecendo na minha casa. As famílias mais ricas de Aspen estavam ali, ceando com nossa família. Mamãe estava deslumbrante em um vestido dourado, papai falava de seus negócios ladeado por Jonny, que parecia mais um cachorrinho abanando o rabo e concordando com tudo que meu pai falava... E pensar que eu trocaria todo esse luxo para estar ao lado de Michael e Mary, naquela simples casinha branca, talvez comendo asas de frango, mas feliz... Por que era ali que estava minha felicidade e pensar que de agora em diante eu teria de me contentar com isso era agoniante.

Eu pensei que talvez eu devesse ter mandando um presente a Mary, mas eu não queria me reaproximar e se eu entrasse em contato com Mary, eu estaria me reaproximando de seu irmão também. O melhor que eu tinha  fazer era me conformar e esquecê-los. Isso era o certo.


                                       ~~~~~~~~~*************~~~~~~~


No primeiro sábado após minha chegada de Aspen, Jonny me chamou para assistir um matinê teatral com ele. Aceitei de bom grado, querendo ocupar minha cabeça com algo.

Vesti uma calça qualquer, uma blusinha e uma jaqueta. Não queria parecer arrumada demais. Quando Jonny chegou o porteiro interfonou me avisando. Eu pedi que ele fizesse isso, pois não queria que Jonny subisse. Meu plano era retardar o máximo possível o momento que teríamos de ficar a sós e passar a etapa dos beijos.

Ao entrar na Luxus de Jonny ele me beijou carinhosamente e sorriu para mim.

- Está linda, princesa, Aspen lhe fez muito bem.

-Obrigado Jonny, podemos ir agora? - Perguntei tentando soar o menos dura possível.

Ele deu partida no carro e rapidamente estávamos nos movimentando pela estrada.

Nós dirigimos em silêncio em direção ao teatro, e eu me vi bocejando. As noites sem dormir durante as últimas semanas tinham me alcançado. 

- Se importa de pararmos em uma starbucks, eu precisa de um café.

- Se fizemos isso rápido, ou nos atrasaremos - Eu assenti.

Ele entrou na fila Drive-Thru no primeiro starbucks que encontramos. Seu suspiro foi audível quando ele viu o tamanho da fila.

- Eu posso correr até lá, vai ser mais rápido - Desafivelei meu cinto.

- Mas já estamos na fila, Gabbe.

- Vai ser rápido - Abri a porta e saí o mais rápido que pude.

Por alguma razão eu senti uma vontade quase desesperada de sair daquele carro.

Ao entrar no café notei que só havia duas pessoas a minha frente na fila. Fiz uma nota mental de pedir expresso com leite para Jonny. Uma risada masculina chamou minha atenção... Não era qualquer risada, eu conhecia bem aquela em específica. Quando me virei para olhar o mundo a minha volta girou e meu estômago se apertou. 

Michael estava sentado em uma mesa em frente a uma mulher muito bonita. Ele parecia bem e bastante feliz conversando com ela. Sua mão cobriu a dela por cima da mesa e eles sorriram um para o outro.

Ele tinha achado alguém... ele... ele tinha me esquecido.


Capítulo 26 

Gabriella


Minha vontade naquele momento era sair correndo dali. Eu queria me esconder e chorar, chorar até minhas pálpebras pesarem, mas minhas pernas não obedeciam meu comando. Eu estava estática, olhando para o homem que eu amo ser feliz com outra.

Finalmente consegui recuar alguns passos. Eu teria saído dali sem ser vista se não tivesse tão atordoada a ponto de trombar com uma torre de canecas de renas, que estava montada no meio do café. Eu derrubei a coisa toda e isso fez um barulho que chamou a atenção dos 'amantes' da mesa ao lado.

Michael encarou-me e sua testa franziu, parecendo desacreditar que fosse mesmo eu ali.

- Gabbe? - Ele estava em minha frente antes que eu pudesse piscar - O que está fazendo aqui?

- Michael - Seu nome saiu em um suspiro e ele sorriu pra mim.

- Sim, Beija-Flor - Ele levou a mão a minha bochecha, acariciando-a levemente - Você está bem? Me parece um pouco pálida.

Olhei para a mesa onde ele estava sentado a poucos segundos e vi que a mulher que estava com ele nos observava atentamente. 

Ohhh Meu Deus! Como não vi antes? Como não a reconheci? Eu sabia quem era aquela mulher.... Era a garota que fez o segundo filme com ele. A tal de Cristal.

Será que foi por isso que ele me trocou por esse filme? A quanto tempo eles estavam se vendo fora do trabalho?

- Desculpe por não tê-las apresentado - Michael chamou a mulher em um gesto e ela se colocou ao nosso lado. - Essa é Vânia.

Ahh então Cristal é seu nome artístico.

Meus olhos desceram para onde ela descansou sua mão. Sobre sua barriga saliente, de alguns meses de gravidez.

Uma onda de pânico me invadiu e a última coisa que me lembro é que Michael me segurou antes que eu caísse no chão.

Quando voltei a mim, estava deitada parcialmente em uma cadeira e minha cabeça repousava sobre o colo de Michael. Seus dedos alisando meus cabelos.

- Beja-Flor - Disse sorrindo - Está se sentindo melhor? - Assenti ainda sem me lembrar direito o que havia acontecido... Até olhar para o lado e ver Cristal parada perto de nós. Me levantei abruptamente, querendo me manter distante de Michael.

Ainda tonta, tive que me segurar para não ir ao chão novamente. Olhei para Cristal e uma e outra vez até irromper em um choro compulsivo... Eu não poda acreditar naquilo, eu não queria acreditar.

Michael voltou a me segurar e levou-me para sentar em uma das cadeiras dali. Ouvi-o também pedir a Cristal que fosse buscar um copo com água para mim, ela saiu correndo para atendê-lo.

Como se a coisa toda já não estivesse ruim o suficiente, Jonny entrou no café.

- Gabbe estramos atra.... - Ele se aproximou e viu minhas lágrimas - O que houve?

Michael lançou-lhe um olhar de poucos amigo e me apertou mais forte contra si, enxugando minhas lágrimas com seus dedos.

- O que há de errado? E quem é esse cara?

- Jonny, desculpe - Empurrei Michael - Esse é o Michael.

- Esse é o tal Michael? - Ele olhou-o um tanto surpreso.

Jonny não sabia muito sobre Michael. Eu apenas contei-lhe que ele era o motivo de eu estar tão triste na viagem a Aspen e que nosso relacionamento não havia dado muito certo.

Eu entendi bem o olhar surpreso em seu rosto. Assim como mamãe, Jonny era um rapaz que valorizava boas roupas. Era um mauricinho pra resumir. Então com certeza ficou surpreso ao ver como meu antigo namorado se vestia. Em um jeans gasto, um pulôver azul e sapatos simples, já Jonny estava impecável dentro de sua camisa de botões branca e sua calça e sapatos sociais... Mesmo assim ele não chegava aos pés da beleza e do caráter de Michael.

Michael olhou entre Jonny e eu e decretou.

- Vou levá-la em casa. - Eu rosnei em protesto e Jonny se aproximou, mas foi parado por Michael.

Ele se virou para Cristal e falou algo em seu ouvido, dispensando a ela um carinho na barriga e um beijo estalado no rosto. Uma dor me atravessou com a  cena. Cristal saiu do café depressa.

- Você não tem direitos sobre ela - Jonny disse - Nós estávamos indo a um compromisso.  E ademais tenho certeza que a culpa dela estar chorando agora é sua.

- Nós não temos mais de ir, Jonny - A última coisa que eu queria agora era sair com Jonny.

- Gabbe, eu não lhe disse antes, mas é que meus tios estão esperando por nós no teatro.

Ele tinha me enganado para me levar a um encontro familiar? Eu não ia conhecer sua família agora, ou talvez nunca.

- Eu só quero ir para casa - Murmurei me sentindo cansada. Ambos me olharam.

- Vou te levar - Michael repetiu.

- Está tudo bem se for com ele? É que estão me esperando e...

- Tudo bem, Jonny, vá ver seus tios.

Ele se aproximou e deu-me um beijo no canto da boca.

- Te ligo mais tarde.

Não se preocupe - Disse a mim mesma.

Ele não disse nada enquanto dirigia para meu apartamento. Pareceu irritado depois do beijo que Jonny me deu.

Assim que ele estacionou na frente do meu prédio eu me desfiz do cinto o mais rápido que pude.

- Obrigado por ter me trazer - Abri a porta e desci, ainda me sentindo tonta.

Ele me encontrou ao lado da caminhonete e me parou antes de eu caminhar prédio adentro.

- Me deixe te explicar. - Assenti.

- Não aqui, Beija-Flor, me convide para subir - Assenti de novo, já começando a tomar meu rumo.

Estava achando-me estranha por ter concordado tão facilmente, mas o fato é que eu queria ouvir de sua boca sobre como ele estava feliz com sua nova namorada e seu futuro filho.... era mórbido, eu sei, mas assim eu desencanaria de vez.

Joguei minha bolsa e chaves em um canto qualquer e me joguei sobre o sofá, me sentindo fraca demais para me manter em pé. Achei que Michael estivesse logo atrás de mim, mas ele estranhamente seguiu para  a cozinha.

Voltou de lá com um copo de suco, dois analgésicos e alguns lenços... A notícia que ele estava prestes a me dar deveria ser pior do que eu imaginava.

- E então, pra quando é o bebê? - Perguntei temendo a resposta.

Ele pareceu confuso.

- O bebê de Vânia? - Assenti. - Ahh, final de Junho, eu acho - Ele deu de ombros.

Eu tomei o remédio em um grande gole de suco e enxuguei meu rosto, que estava todo manchado de rímeo.

- Desculpe pelo meu chilique, eu só fui pega de surpresa.

Pedi desculpas pelo meu ataque de pânico em público, mas não ia oferecer os meus parabéns.

Michael me  analisou com um ar cansado e esfregou a mão sobre a parte de trás do seu pescoço.

- O bebê não é meu, Beija-Flor.


Capítulo 27

Michael

Ela ainda soltou alguns soluços esganiçados, depois de minha revelação e isso me deixou ainda mais mal comigo mesmo. Agora eu entendia o por que do desmaio no café... Ela estava achando que eu era o pai do bebê de Vânia.

- O namorado de Vânia é o pai da criança - Segurei sua mão na minha - Só estávamos conversando a respeito de Roger. Ele há está assediando por mais um filme, mesmo ela estando grávida e ela me pediu um conselho.

- Então... nã... não é seu? - Perguntou de olhos arregalados.

- Não - Sorri tranquilizador.

Claro que não... Eu nem poderia me imaginar sendo pai agora, eu já era bem ocupado com Mary... Mas pensar na barriga de Gabbe crescendo, com um filho nosso dentro dela era tão bom.

- Ohhh - Seus ombros caíram em sinal de alívio - Você deixou isso de filme?

- Claro que sim.. só fiz aqueles por que era realmente necessário. Eu nunca desejei algo assim pra mim, amor.

Eu queria tanto dizer a ela que tudo que me importava agora era ficarmos juntos. Que eu nunca mais faria nada para magoá-la. Dizer que se ela não tivesse fugido de mim eu teria me explicado antes.

- Oh - Ela disse em forma de suspiro.

Eu sabia que não deveria perguntar e sabia que iria menos ainda gostar da resposta, mas eu tinha que saber.

- Gabbe - Me aproximei dela no sofá, falando baixo - Percebi que está namorando aquele mauricinho idiota... - Suspirei para conter a raiva - Seja sincera comigo... Vocês transaram? Ele tocou em você?

Ela arregalou os olhos e me encarou.

- Você tem noção do que está me perguntando? - Um silêncio tenso se instalou entre nós. - Eu namoro ele e não você... Você não tem o direito de me perguntar essas coisas.

Bem, ela tem razão... Mas só de imaginar aquele idiota tocando nela, eu fico com vontade de socar algo.

- Você já sabe que me arrependo de toda merda que fiz - Disse.

- Você é um idiota sabia? - Ela levantou e se afastou de mim - Você fodeu com tudo, poderia ter aceitado minha ajuda e nada disso teria acontecido.

- Não - Rugi - Não volte a esse assunto.

Eu balancei a cabeça negativamente. Eu não aceitaria coisa do tipo. Foi uma promessa que fiz a mim mesmo quando assumi a custódia de Mary. Eu assumiria total responsabilidade por ela. Ponto.

Gabbe virou-se pra mim. No rosto uma expressão de raiva e decepção. Ela enxugou as lágrimas antes de se dirigir a mim.

- O fato de você ter sido capaz de dormir com outra mulher depois de tudo que vivemos, sem me consultar, sem se importar com o que eu fosse achar - Ela soluçou e eu tive vontade de abraçá-la para aplacar sua dor - Eu não posso perdoar isso, não posso superar... sinto muito.

- Eu também sinto. - Me aproximei dela e dei-lhe um beijo na testa.

Reuni o pouco de dignidade que ainda me restava e saí de sua casa.

Bati a porta do carro ruidosamente. Perdi as contas de quanto xinguei enquanto dirigia sem rumo pelas ruas.

Fiquei surpreso ao descobrir que uma hora havia se passado desde que eu saí de sua casa... Foi bom eu ter saído de lá. Isso desanuviou meus pensamentos e me fez mais forte.

Eu queria tanto beijá-la, abraçá-la e fazê-la acreditar que agora seria diferente, mas droga, ela não era mais minha e essa percepção foi como um soco em meu estômago.

Foda-se. Eu não ia desistir dela facilmente.
Apenas o pensamento de voltar pra casa sem ela era atordoante. Eu queria vê-la outra vez contando histórias pra Mary, queria tê-la outra vez assistindo futebol comigo, fazê-la rir com bobagens... Não, eu não ia desistir. Talvez eu não fosse digno do seu amor, mas eu seria suficientemente egoísta para tentar.

Dei um telefonema para casa e pedi para que Lia ficasse com Mary um pouco mais, por que talvez eu fosse demorar. Ela aceitou de bom grado. Antes de desligar ela colocou uma Mary entusiasmada na linha.

- Eu te amo, Mike.

- Eu também te amo, princesa.

Ouvir a voz de Mary e a fé que ela tinha em mim me fez ainda mais forte e confiante. Eu levaria Gabbe de volta para nossa casa, de onde ela nunca deveria ter saído.

Dei meia volta e rumei outra vez para o apartamento dela. Bati na porta.

- Vá embora Kelly - Sua voz soou abafada do outro lado da porta - Vódka não vai ser suficiente dessa vez.

Bati outra vez.

- É o Michael, Beija-Flor.

- Michael? - Ouvi-a dizer e antes que eu me desse conta a porta estava aberta.

Ela me encarou com seus intensos olhos azuis, turvado por lágrimas.

Eu teria de me acalmar para dizer a coisa certa dessa vez. Nunca fui bom discursos românticos e nem acho que isso mudou, mas tenho de achar um jeito dela acreditar em mim.


Capítulo 28

Gabriella


- Michael, o que você está fazendo aqui? - Perguntei aturdida. - Achei que fosse a Kelly...

- Posso entrar?

Eu deveria estar um pouco bêbada pelas 3 doses de vódka que tomei assim que Michael saiu, pois eu dei um passo pra trás e permiti sua entrada.

Seu cheiro doce adentrou minhas narinas e eu tive que me esforçar para não agarrá-lo ali mesmo. Andei o mais depressa possível para a cozinha, capturei a garrafa de vódka e bebi mais um longo gole.

Michael veio atrás de mim e tomou a garrafa de minhas mãos.

- Pare com isso! - Ele disse firme. Seu hálito quente fazendo cócegas em meu pescoço.

Eu me virei e encarei-o.

- Por que você veio? - Perguntei tentando soar o mais dura possível, mas tudo que consegui foi parecer uma bêbada desesperada.

- Você está bêbada? - Perguntou um tanto divertido. Sua mão tocou minha bochecha suavemente. - Em uma hora conseguiu se embriagar, Beija-Flor?

- Sem comentários - Fiz uma careta pra ele e ele riu.

Eu precisava ser forte. E no meu estado tonto, com a delícia masculina de Michael de pé na minha cozinha, ia ser necessário um milagre para isso.

- Por que está aqui, Michael? - Perguntei com as mãos sobre meus quadris.

- Por você - Disse simplesmente.

Não falamos mais uma palavra. Nossos olhares se fundiram e eu pude ver quanto desejo transbordava dos olhos dele. Michael deu alguns passos para frente e eu não fiz nada para impedir a aproximação... eu estava clamando por ele, por seu toque, por seus beijos... Que se dane se eu me ferrasse depois.

Em um movimento brusco ele me puxou contra si.

Seu corpo pesou sobre o meu, me prendendo contra o balcão da cozinha. Eu senti tanta falta disse. Seu corpo era tão familiar, que eu podia jurar que o conhecia por inteiro.

Michael inclinou-se mais um pouco e me deu um beijo no pescoço, acabando de mandar para o inferno toda e qualquer resistência. 

Eu precisava dele. PRECISAVA. Apesar do meu coração gritar que eu não fizesse, meu corpo era mais poderoso nesse momento. Eu saberia lhe dar com isso. Seria apenas mais essa noite.

Eu puxei-o para um beijo intenso, que beirava a violência. Não me importei em parecer puritana nesse momento. Suguei sua língua assim que tive asseso a ela e ouvi-o gemer. 

Michael segurou meus cabelos com força, em contraponto ofertou um carinho terno na minha bochecha. Eu não quis sentir a ternura de seus gesto. Afastei-me minimamente dele, trabalhando para livrá-lo da calça. Assim que o fiz passei a masturbá-lo, até que ele endureceu sobre minhas mãos. Eu quebrei nosso beijo e caí de joelhos em sua frente.

- Droga, Beija-Flor, você está com presa, hein. - Ele sorriu. Sorriso esse que morreu assim que tomei seu membro com meus lábios, sugando-o avidamente.

Orgulho inchou dentro de mim e eu coloquei cada grama de energia que eu tinha no meu desempenho. Minha mente repetia as imagens de seus vídeos, e eu imitava os movimentos que eu tinha visto dela lambendo seus testículos e chupando um delas em minha boca. Michael se encolheu e recuou.  

- Não gosta? - Perguntei de olhos arregalados.

- Tudo bem, amor - Ele acariciou meus cabelos - Só não faça mais.

- Ahh, mas no seu vídeo...- Eu fechei minha boca em uma linha fina.

Idiota!

Ele entendeu de imediato.

 - Aquilo só foi apenas para a câmera, Gabbe. Eu estava atuando. Minhas ultimas memórias eram de você me chupando , e eu não queria que ninguém mais colocasse a boca em mim naquele momento. Eu sei que provavelmente soa estúpido para você, considerando... mas é a verdade.

- Ok, entendi - Assenti sem deixá-lo continuar.

Eu não queria suas explicações, isso poderia me amolecer e eu tinha de ser forte.

Eu voltei a minha tarefa, tirando de meus pensamentos quaisquer coisa para me dedicar a dar-lhe prazer. Eu suguei-o e masturbei-o até ver suas pernas tremerem. Michael afastou minha cabeça com delicadeza e me trouxe para cima, plantando uma série de beijos doces em meus lábios.

- Não quero gozar ainda, amor - Sussurrou contra meus lábios - Me deixe cuidar de você... te dar prazer.

- Não. Preciso de você dentro de mim, agora. - Disse firme.

Michael parecia hesitante, mas encontrou a determinação em meus olhos e fez o que eu ordenei. Eu mesma me livrei do meu vestido e do sutiã. A calcinha se foi em seguida.

Precisando desesperadamente me manter no controle puxei Michael contra mim e tomei seus lábios.

- Me tome - Disse entre um beijo e outro.

Ele ergueu minha perna, enlaçando-a a sua cintura e antes de me penetrar tocou meu sexo, analisando-o.

- Você está molhada o suficiente, querida? Não quero machucá-la.

Ele precisava parar de ser um cara legal. Nós dois sabíamos que ele não era assim.

Ele notou o quão molhada eu estava e sem questionar mais me ergueu e colocou-me sobre o balcão, separando-se um pouco de mim para apanhar um preservativo em seu bolso e deslizá-lo sobre sua ereção.

Michael separou minhas pernas e eu senti-o adentrar-me. Lentamente. Dolorosamente lento.

Eu deitei minhas costas contra o balcão gelado e fechei meus olhos, derivando nas sensações.

- Mais forte, Michael - Pedi.

Os movimentos de Michael se intensificaram, mas não o suficiente. Seus dedos pressionaram meus seios em uma carícia maravilhosa.

- Mais forte, Michael. Me foda! 

- Gabbe, olhe para mim - Abri meus olhos e encarei-o.

- Basta ir mais forte, você não vai me quebrar.
Suas mãos seguraram meus quadris e me puxaram contra sua pélvis. Michael fez exatamente o que eu pedi, arremetendo forte contra mim. A sensação de prazer e dor me atingindo exatamente como eu queria, me deixando entorpecida. Soltei gritos e mais gritos enquanto usava meus calcanhares para puxá-lo para mim, pedindo cada vez mais e mais...

- Pare Gabbe, pare! - Ele se retirou de mim e sacudiu-me pelos ombros até eu abrir os olhos. - Isso não é sexo de vingança. Você não é assim.

Deus, o que eu estava fazendo?

Michael tinha razão, eu não era assim. Eu não era uma deusa na cama, pelo contrário, eu era inexperiente e desajeitada. Mas eu só queria me equiparar as outras que já estiveram com ele... Eu só queria ser mais...

Sentei-me no balcão. As lágrimas se reunindo em meus olhos.

- Eu não sou como elas, Michael...

- Você pensou que era isso? Que a deixei por que queria algum tipo de sexo violento? Pensou que eu não estava satisfeito com você - Eu assenti, me segurando para não chorar - Porra - Ele rugiu. Sua mandíbula tensa e seus punhos serrados.

Ele não disse mais nada. Vestiu sua cueca  e pegou-me no colo. Sem precisar que eu o guiasse ele achou meu quarto e me deixou sobre a cama, logo em seguida deitando-se ao meu lado.

Nos olhamos por breves segundos até que ele voltasse a falar.

- Se você quer que eu te foda duro, eu vou fazer, mas não quero que ache que isso é necessário pra mim. Eu só preciso ter você, seu corpo, sua boca, sua falta de experiência... Você, Gabbe... só você. Mesmo que eu tenha dito e feito um monte de coisa errada com você sempre foi diferente em todos os sentidos... Eu nunca fiz sexo com você, sempre fizemos amor... Beija-Flor, eu te amo.


Capítulo 29 (Penúltimo capítulo)

Michael


Gabbe surpreendeu-se com minhas palavras. Seus lindos olhos azuis se arregalaram e ela arfou. Quando a surpresa deixou sua expressão ela fechou os olhos e balançou a cabeça negativamente.

- Não diga isso, se não tem certeza. - Agarrei seu rosto.

- Eu quis dizer cada palavra, meu amor - Sorri - Eu te amo. Se eu tiver de sacrificar qualquer coisa por você, eu vou fazer. Se eu tiver de mudar quem eu sou, eu vou fazer... Eu só não posso viver sem você.

- Michael - Ela sorriu e um tom de rosa tingiu suas bochechas.

- Eu estava acabado sem você. Por favor me perdoe, Beija-Flor.

Ela me analisou por breves segundos, deixando um sorriso estampar seu rosto bonito.

- Você vai ser só meu, sem filmes, não o importa o quão ruim as coisas possam estar?

- Eu prometo. - Beijei as costas de sua mão.

- E não vai olhar para nenhuma mulher enquanto estivermos juntos?

- Eu não vou precisar. Eu tenho a mulher mais linda do mundo comigo. - Nos olhamos longa e profundamente - E você vai ficar bem em ter como diversão jogo de futebol e cerveja? - Ela riu. A risada mais doce e feminina que já ouvi na vida.

- Só se me deixar comer asas de frango. - Foi minha vez de rir.

- Fechado.

Ela se arrastou até mim e montou-me, acomodando sua cabeça em meu peito. 

Era incrível como eu já tinha me acostumado a ver aquele lugar como seu.

- Você irá até a loja comprar chocolates, sorvete e revistas de fofocas quando eu pedir?

- Se sou capaz de brincar de salão de beleza com Mary, consigo lidar com isso.

Ela riu. Seus seios fardos roçando contra o meu peito, lembrando-me que estávamos nus.

Eu virei-a gentilmente e me pus em cima dela. Compartilhamos um longo e carinhoso beijo. Sem presa dessa vez. Eu abandonei seus lábios para dedicar-me a beijar seus seios... Tomei meu tempo beijando-a , apertando-a, adorando-a completamente, com a boca e os dedos, até que ela estava molhada e implorando por mim.

Afastei bem suas pernas e me ajoelhei entre elas, enterrando-me nela logo em seguida. Observar meu pênis deslizar entre suas dobras era insanamente quente.

Tê-la deitada sob mim desse jeito me permitia pegar seus seios em concha com minhas mãos e mergulhar entre suas pernas para massagear seu clitóris.

- Eu quero que você goze para mim, Beija-Flor. - Ela fechou os olhos e agarrou os lençóis.

- Mais rápido, Michael. - Pediu sôfrega.

- Tem certeza, amor?

- Sim - Arfou.

Eu segurei seus joelhos e aumentei a pressão de minhas estocadas, me enterrando completamente nela a cada impulso.

Seus gritos ficaram mais altos e seu quadril moveu contra o meu. Ela estava gozando, perdida no mar de sensações. Com uma mão ainda brincando com seu clitóris, eu usei minha outra para massagear um seio, apertando e esfregando seu mamilo inchado. Seus quadris pularam da cama e sua voz rouca gemendo meu nome me enviou sobre a borda. Eu bombeei mais duas vezes e cheguei ao clímax, inclinando-me sobre ela para sussurrar palavras de amor e carinho enquanto eu gozava.

(...)

Nós fizemos amor mais duas vezes aquela noite. Depois pedimos alguma comida em um restaurante e comemos sobre a cama, nos recusando a deixar os braços um do outro.

- Como eu posso ser o suficiente pra você, Beija-Flor? Meus próprios pais não me quiseram. - Perguntei traçando um dedo pelo seu quadril nu.
- Não se menospreze, Michael. Seus pais perderam um homem maravilhoso. Veja só tudo que faz por Mary. O amor que sente por aquela menina, para você ela é perfeita.

Gabe tinha razão, Mary era tudo pra mim e agora eu me sentia da mesma forma sobre Gabbe.

- Você não é bem como eu imaginei que fosse - Ela disse um tanto divertida - Mas é exatamente o que eu preciso. Com você posso ser eu mesma, coisa que nunca consegui ser. Você não é como os babacas com quem eu saiu, que priorizam um terno caro e preferem impressionar meu pai á mim. - Assenti - E sei que enfrentaria todos, inclusive eles, para me ver feliz.

- Sim, amor, eu faria.


Aconcheguei-a em meus braços até sentir sua respiração tranquila e logo derivei no sono. Sentindo-me completo e realizado.


Capítulo 30 (Último capítulo)

Gabriella



Um ano depois

- Essa menina é mesmo um peixe. - Meu pai riu, olhando para a piscina.

Assistir Mary se divertindo na piscina do clube dos meus pais era minha mais nova forma de divertimento. Ela era só sorrisos e brincadeiras.

Minha mãe estava com ela na piscina, já que arrancá-la de lá era quase tão impossível do que fazer Michael parar de me chamar de Beija-Flor.

Ao desviar meus olhos vi Michael vindo em minha direção. Era sábado, mas ainda assim ele estava vestido socialmente, com as roupas do seu mais novo trabalho. Ele inclinou-se para beijar meus lábios, cumprimentou meu pai e sentou-se ao meu lado.

As coisas tinham mudado consideravelmente durante esse ano. Como se deu pra notar Michael havia conseguido conquistar meus pais. Não foi fácil no início, mas ele foi persistente e conseguiu. 
Claro que com a ajuda de Mary, pela qual minha mãe se apaixonou logo de cara. Ela nunca tinha gostado da ideia de ser avó, mas abriu mão de seu orgulho para se dedicar a Mary, e a tinha adotado como sua netinha. E agora passávamos todos os sábados os cinco juntos.

No dia seguinte ao meu reatamento com Michael eu procurei Jonny e acabei com ele. Bem, ele não gostou muito, mais isso pouco me importou, afinal eu sei que seu intuito sempre foi impressionar meus pais e não a mim.

Michael vendeu sua casa a 8 meses atrás e investiu o dinheiro em um negócio próprio. Ele abriu uma pequena empresa de construção e com ajuda do meu pai, que é um expert em negócios, sua empresa passou de 'pequena' para 'média' em um curto espaço de tempo.

A maior mudança ocorreu no mês passado, quando Michael  decidiu que era hora de dividirmos o mesmos lar. Então eu vendi o apartamento que meus pais tinham comprado para mim alguns anos antes, e juntos, compramos uma casa no meio do caminho entre os nossos trabalhos. Era no mesmo distrito escolar de Mary e ainda perto do hospital, onde eu já trabalhava em tempo integral.

Michael se aproximou ainda mais de mim e seu cheiro invadiu minhas narinas. Ele parecia um pecado de homem dentro daquelas roupas.

Seus olhos estavam grudados na piscina. Onde meus pais brincavam alegremente com Mary. Quando ele os desviou e me olhou com certeza viu o desejo estampado ali. Seus olhos também passaram de ternos  a lascivos.

- Mais tarde, Beija-Flor - sussurrou como se estivesse lendo minha mente.  - Agora vamos comer. Você vai precisar de sua energia para mais tarde.


Reprimi um suspiro e sorri para ele. Eu era dele, completamente. Coração, corpo e alma. E ele era meu. E eu não gostaria que fosse de outra forma.


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