Série: "Minha Possessão" (+18)

Autora: Paulinha Jackson

Série Dominados - Livro II

Para quem não leu o Livro I , ele está a ser postado aqui: http://michaeljacksonfanfics.blogspot.pt/2014/08/fanfic-minha-submissao-18.html

Sinopse:

Mabel conseguiu o que queria, mas não sabia ela que Michael cobraria seu preço por isso. Ela o trouxe para sua submissão. O problema era que agora ele a queria como sua possessão e Mabel não estava pronta para tal coisa.
Esse casal agora se via em um empasse. Mabel queria se entregar, se livrar dos seus demônios. Mas como, se ela não confiava?
Michael estava bravo e contrariado, mas queria essa mulher pra ele. Mas como, se ela não confiava nele?
Vamos mergulhar na segunda parte da série Dominados e descobrir se esse casal vai finalmente viver esse amor, que nem mesmo eles sabem que é tão forte.

Capítulo 1

Saí do clube sem olhar para trás. Entrei no primeiro táxi que vi e pedi que parasse em um bar, próximo a minha casa, onde adoro encher a cara e arrumar uma mulher para levar para a cama.
O local hoje estava como sempre, nem abarrotado de gente, nem as moscas.

Me sentei em uma das mesas e um dos garçons logo veio até mim.

- Boa noite senhor, já escolheu o que beber?

- Uma garrafa do seu melhor uísque, gelo e uma água. – Ele assentiu e se retirou, voltando rapidamente com tudo que havia pedido.

Enchi com generosidade um dos copos e dei um longo gole. A queimação da bebida era tudo que eu precisava para me distrair das coisas que vinham me atormentando.

A imagem, o sorriso, a voz e o cheiro dela me veio à mente, e constatei com resignação, que nada do que eu fizesse me livraria do martírio que Mabel Mendes havia se tornado para mim.
Desde o comecinho, do primeiro dia, para ser mais exato, eu sabia que aquela mulher me colocaria em maus lençóis.

Eu sempre fui um cara independente, que lutou para chegar onde chegou. Um típico cara que estava sempre correndo demais para ter tempo de embarcar em um relacionamento. E para ser sincero nunca me interessei realmente em entrar em um. Tirando é claro quando eu ainda morava em Iowa e me apaixonei perdidamente por Maria – Eu tinha apenas 15 anos e ela me largou pelo trompetista da banda – Depois disso eu mergulhei em estudo, trabalho, mais estudo, e o tempo que me sobrava eu gastava com meus pais.

Sim, eu fiquei com muitas mulheres ao longo dos anos, tantas que parei até de contar. Experimentei tantas nuances do sexo que se fosse para listar levaria boas horas.

Eu achei que minha vida inteira seria assim, e estava tudo bem... Relacionamentos são chatos, te trazem dores de cabeça e as mulheres exigem coisas que eu não tenho paciência para lidar. Não sou um cara romântico, não lembro de datas importantes, não tenho paciência para discutir a relação e sou extremamente possessivo em relação as coisas que digo ‘minhas’.

Mas aí me aparece ela, Mabel Mendes, além de ser de longe a mulher mais linda e gostosa que já vi, ela tem tudo de bom que uma mulher poderia ter. Ela é inteligente, comunicativa, firme, decidida, brava, sexy, sincera, engraçada, sarcástica, sem paciência, nada romântica, uma deusa na cama e o melhor, não quer relacionamento sério.

OK, ela é cheia de coisas chatas também, mas a enxurrada de qualidade supera.

Eu fiz por Mabel coisas que nunca em minha vida me vi fazendo. Levei-a para a casa dos meus pais, passeamos abraçados, rimos juntos... e apenas a poucos minutos atrás eu deixei que ela me amarrasse a sua cama e realizasse seu desejo.

Eu, Michael Joseph Jackson, o senhor dor, deixou que uma dominatrix me levasse para a submissão.

Garanto que se alguém me contasse que algum dia eu faria algo assim, eu riria na cara da pessoa.

Isso não envolve nenhum tipo de ‘regra’ do BDSM. Eu ne mesmo sou um adepto desse seguimento. Gosto apenas de experimentar as coisas, e sempre que posso, e arrumo uma garota que curta o BDSM, tanto quanto eu, levo-a para algum clube do tipo. É assim que funciona.

Nunca imaginei que Mabel já tivesse me visto agir como dominador e que tenha se obcecado para me fazer submisso.

- A que ponto cheguei?! – Perguntei para o nada. Uma amargurada risadinha me escapa e tomo mais um longo gole do uísque.

Depois daqueles dias em Iowa eu decidi que queria tentar mais com Mabel. Porra, eu era um cara estabilizado na vida, estava com quase 30 anos, era hora de me envolver, e por algum motivo idiota eu achei que a pessoa certa para isso seria Mabel.

Eu estava pronto para ter uma conversa séria com ela. Sei o quão avessa a relacionamentos ela é, mas poderíamos ir com calma, eu faria ela entender que talvez desse certo. Mas todos os planos ruíram quando ela olhou para mim e disse que tudo aquilo, todos os abraços, beijos, todas as transas, o companheirismo... tudo foi bolado para que eu aceitasse ser seu submisso.
Cacete, eu sei que não sou um maricas, mas minha vontade de verdade, foi de chorar. E dane-se se eu parecer um filho da mãe piegas e ridículo, ela partiu meu coração. Agora o que me restou foi encher a cara em um bar qualquer. Um belo autoflagelo, para um belo idiota.

Mas ela que não pensasse que não iria cobrar o que disse antes de sair do quarto. Eu fui seu submisso – E gostei da situação, mais do que um dia afirmarei em voz alta – Mas ela terá de ser minha submissa também.

Só preciso de um tempo para conseguir encará-la, sem me lembrar de suas palavras duras, e vamos acertar nossas contas.

- Te encontrei, Mon amour – Uma voz extremamente sexy, sussurrou em meu ouvido. Sorri. Eu conhecia aquela voz.

- Laile – Me levantei em um salto, e ela me apertou em um abraço. – A quanto tempo...

- Verdade – Respondeu, com seu forte sotaque francês. Ela se afastou e me inspecionou sem o menor pudor. – Está lindo, como sempre.

- E você a cada dia mais bela. Venha, me faça companhia – Puxei uma cadeira, para que ela sentasse ao meu lado.

- Fui até seu prédio procura-lo, e quando não te encontrei quase tenho uma síncope.

- Quanto exagero – Sorri – Como soube onde estava?

- Nunca esqueço onde um belo homem sempre vai buscar sua caça.

- Boa tacada – Pisquei para ela – Servida?

- Não.

- Então, está na cidade a muito tempo?

- Apenas a 3 dias.

- E seu marido? – Ela revirou os olhos. Ri.

- Morreu – Deu de ombros – Estou na cidade para ficar, pelo menos por um tempo – Ela pegou meu copo e bebeu um gole – Deixei algo para trás quando voltei para a França e pretendo recuperar – Ela ergueu o copo para mim, sorrindo de lado.

- Espero que tenha êxito – Tomei o copo de suas mãos e bebi mais um gole da bebida.

(...)

Uma semana se passou desde então. Voltei ao trabalho normalmente, e lá tratei de ignorar Mabel o quanto pude. Ela insistiu em conversar nos primeiros dias, mas depois que viu que não cederia, mandou eu me foder e saiu batendo a porta. Não estamos nos falando desde então.

O filho da puta, tatuadinho de merda, chamado Denis, passou a ser assessor dela. Segundo o senhor MacCartney, era preciso para que ele aprendesse.

Desgraçado!

Eu queria arrancar a orelha dele, e quebrar todos os seus dentes quando o via conversando com Mabel. O pior era que ela dava trela para ele. Cadela!

Mas não pensem vocês que me afundei em algum tipo de foça por causa de toda essa situação. Laile e eu temos saído todas as noites, bebemos, dançamos, rimos e acabamos fodendo como dois animais.

Isso tem me ajudado a esquecer o ‘problema’. Mas não sei até quando.

Capítulo 2

Rabisquei pela enésima vez minha agenda. Precisava começar a pensar no marketing natalino da maior rede de supermercados de Nova York e estava feito um idiota apenas rabiscando uma agenda. Para me transformar completamente em um homem-fêmea só faltava desenhar coraçõezinhos e colocar dentro deles o nomes: Michael e Mabel...

Porra, eu estou ficando completamente doido!

Uma batida na porta me fez praguejar. Não quero ninguém por perto hoje, estou definitivamente estressado.

- Entre – Balbuciei irritado – Ela abriu a porta com firmeza, adentrou a minha sala com a cabeça erguida, rebolando dentro daquela saia lápis e em cima daqueles saltos agulha.

Obrigado, Mabel, agora além de um cérebro atrofiado, eu tenho uma ereção.

- Espero que seja importante, por que estou ocupado – Mexi no mouse do computador e a tela brilhou, levando-me para o início do google.

- Serei rápida – Ela sentou-se e jogou sobre a mesa alguns papéis – Preciso que tenha pelo menos um esboço do marketing televisivo da rede de supermercados. Senhor MacCartney está me apressando com isso, e não posso dar o próximo passo sem ter o trabalho iniciado por você. – Apoiei meus cotovelos na mesa e lhe encarei sorridente.

- Achei que não precisasse muito de mim, Mabel, pelo que sei se virava muito bem sem mim antes. – Ela imitou meu gesto, inclinando-se sobre a mesa e sorrindo.

- É verdade, Michael. Mas já que contrataram alguém para me ajudar e essa pessoa, que por sinal é você, ganha muito bem para isso, então trate de trabalhar, ou serei obrigada a reportar sua negligência ao superior.

- Faça isso – Me levantei, irritado demais para me manter sentado – Quem sabe não garante o emprego do seu novo brinquedinho. – Ela me encarou com fúria e levantou-se, parando muito perto de mim.

- Pois é, quem sabe mesmo – Ela ergueu a sobrancelha.

Eu estava muito, muito furioso agora.

- Aproveite e lembre a ele que você costuma se achar a dominadora, e pelo jeito ele vai adorar ser seu cordeirinho. Mas o que ele não sabe é que você gosta de macho, que te pegue assim – Agarrei-a pela cintura e encostei-a na mesinha mais próxima. Ela não teve tempo nem de protestar, pois assim que abriu a boca enfiei minha língua nela e beijei-a com toda a fome e loucura que tenho guardadas dentro de mim. Envolvi um montante de seus cabelos nas mãos, impedindo-a de mexer a cabeça. Afastei o quando pude suas pernas e enfiei no meio delas a minha coxa. Mabel praticamente montou-a assim que o fiz.

Ela até tentou iniciar uma lutinha besta, me empurrou, me arranhou – Doeu, pra caramba – Mas eu não soltei-a, por mim não a soltaria nunca.

Foram precisos poucos segundos para que ela estivesse entregue. Rebolando contra minha coxa e gemendo descaradamente em meus lábios.

Minha ereção a essa altura estava de um jeito que doía a cada vez que ela se esfregava em mim.
Estava com tanta saudades disso. Desse frenesi enlouquecedor que só sinto com ela, dessa loucura sexual que nos apodera quando estamos juntos, senti falta desse corpo escultural, do calor que ele transmite, da maciez dos seus seios colados ao meu peito, mas senti falta principalmente da sua boca...

Meu celular tocou, e por pura provocação parei de beijá-la só para atende-lo, mesmo querendo matar a pessoa que estava me atrapalhando naquele momento.

- Cherie – Murmurei, sem me afastar um centímetro de Mabel – Claro que nosso jantar está de pé – Eu estava a encarando diretamente nos olhos agora. E ela parecia tão linda assim, desgrenhada, a boca inchada pelos nossos beijos. Mabel não pestanejou nem tentou se afastar enquanto eu falava com Laile – Você nunca atrapalha, não estava mesmo fazendo nada de importante. – Mabel arregalou os olhos e finalmente me empurrou – Te pego as 8, beijo. – Desliguei o telefone e me virei. Tive que ser rápido, por que assim que meu corpo girou um porta-retratos voou em minha direção, espatifando-se na parede atrás de mim.

- Você é um filho da puta, idiota.

- Está louca, Mabel, poderia ter me matado?

- Pena que não acertei – Ela passou as mãos pelos cabelos, e limpou os lábios manchados de batom. – Eu quero o plano de marketing amanhã, ou então começarei a foder com a sua vidinha.

- Mabel, algum problema? – O tatuadinho de merda entrou na minha sala todo esbaforido.
Ótimo, pagando de herói agora.

- Nada de mais Dennis – Mabel encarou-o sorrindo – Apenas esbarrei na mesa e quebrei um porta-retratos do senhor Jackson. Vamos? – Ele assentiu e só faltou abanar o rabo pra ela. – A propósito vou adorar jantar com você hoje – Disse enquanto fechava a porta.

OK, agora eu queria quebrar alguma coisa, e de preferência na cabeça daquele moleque babão.

Se Mabel estava pensando que eu a deixaria ter um encontro com aquele idiota, estava bem enganada.

Liguei para Laile e dei uma desculpa qualquer, para desmarcar o jantar.

Eu tinha planos para hoje... Eu ia acabar com a noite de um casalzinho. E foda-se se agora pareço um vilão de novela Mexicana. Mabel é minha, mesmo que ela nem saiba disso ainda! 

Capítulo 3

Depois de desligar o telefone eu me joguei de cabeça no trabalho, feito um condenado. Eu precisava de um plano de marketing pronto até as 6 horas. Essa seria a desculpa perfeita pra acabar com seu jantarzinho romântico.

Eu sabia a hora que ela iria sair daqui, e claro que a seguiria por onde ela fosse hoje. Mas veja bem se eu deixaria aquela idiota ficar de romance com o tatuadinho de merda.

Meus olhos estavam ardendo, minhas costas doendo e estava morrendo de fome, mas a raiva foi mais forte que tudo isso, e as 5:40h eu tinha um plano de marketing pronto.

Desci para a garagem, iria espera-la dentro do carro. Provavelmente dentro de alguns minutos ela passaria por aqui, balançando aquele traseiro de dar inveja, e com aquela cara de ‘dona do mundo’ que eu adoro.

E lá vinha ela, caminhando exatamente como disse... e a visão seria perfeita, se de detrás dela não surgisse o maldito cachorrinho babão. Eles estavam conversando alegremente, rindo de alguma piada que ele acabara de dizer. Quando ele segurou a cintura dela com toda aquela intimidade, minha vontade foi de descer do carro e soca-lo.

Desgraçado! – Grunhi socando o volante do carro, sem querer meu soco atingiu a buzina e fez os dois olharem em minha direção. Abaixei o mais rápido que pude e fiquei naquela posição ridícula até ouvir a porta de ambos os carros se abrindo. Respirei aliviado, e assim que o carro dela saiu da garagem, eu segui.

Mabel foi diretamente para casa. E, porra, eu estava com tanta saudades do seu apartamento, da sua cama... Eu deveria levantar essa maldita bunda daqui agora e ir atrás dela, mas um bichinho destrutivo, chamado orgulho, me impedia.

Ela saiu com seu carro quase 2 horas depois... E agora eu estava com ainda mais fome, muito mais dor e com a raiva triplicada.

20 minutos depois ela estava parada em frente ao prédio do merdinha. Ele entrou no carro todo sorridente. Bundão!
E mais alguns minutos depois eles entraram no restaurante onde sei que Mabel sempre gosta de ir. Estava prestes a descer do carro quando meu telefone tocou.

- Sim, Laile – Revirei meus olhos. Ela as vezes conseguia ser um pé-no-saco.

- Está muito ocupado?

- Sim, muito ocupado, pode me ligar mais tarde? – Ela pigarreou parecendo desconfortável.

Dane-se, minha mente estava programada apenas no modo ‘seguir Mabel’, não conseguia ser educado agora.

- Claro, meu bem. Mas tarde te ligo então. Beijo. – Joguei meu celular no banco do carro e saí do veículo, me encaminhando para o restaurante.

Assim que entrei, avistei o casal. Determinado, fui diretamente para a mesa deles.

- Boa noite – Disse sorrindo. Sem cerimônia alguma, puxei uma cadeira e me sentei – Desculpe atrapalhar o jantar de vocês, mas Mabel exigiu ainda hoje esse plano de marketing, e quem sou eu para descumprir uma ordem de minha superior – Joguei os papéis em sua frente, quase derrubando a sua taça de vinho.

Mabel estava me olhando, melhor, me fuzilando, com tanta ira, que seu rosto estava vermelho.

- Você não cansa de ser inconveniente, cara? – O merdinha falou. Minha cabeça girou lentamente para encará-lo.

Eu vou matar esse filho da puta!

Segurei-o pela gola da camisa e aproximei-o bastante de mim.

- O único inconveniente aqui é você – Rugi – Pensa que não sei que quer enfiar esse seu pinto no meio das pernas da Mabel? – Ele segurou minha mão, tentando soltá-la – Mas, se ainda não ficou claro, vou te esclarecer agora. Para fazer isso, antes você terá de passar por mim, então caí dentro, moleque – Ele soltou-se de mim e se levantou, fazendo barulho com a cadeira, e todos ao redor nos deram atenção.

- Parem com isso! – Mabel disse entre dentes, finalmente saindo do seu choque. Ela me deu as costas e se virou para o moleque – Dennis, acho que não tem mais clima para jantar. E o senhor Jackson tem razão, eu pedi esse trabalho para hoje, então preciso ir para casa adiantar. Se importa de pegar um táxi?

- Vaza – Sorri, fazendo um gesto de desprezo para ele. Ele tentou avançar mais uma vez, mas Mabel o impediu.

- Por favor Dennis, por mim, vá sem arrumar confusões.

- Isso não acabou, Michael Jackson – Proferiu meu nome com soberba. – Faço isso por você, Mabel – Ele tomou as mãos dela nas suas e beijou-as. O moleque se afastou, mas antes de sair, virou-se e voltou a falar – Os nossos planos para rever o clube, ficam para o próximo final de semana – Ele piscou e se foi.

Eu ouvi direito, ou o excesso de feminilidade que tem me assolado, está me fazendo ouvir coisas?

- Você é muito ridículo – Mabel acusou, me apontando o dedo. Ela catou os papéis na mesa, jogou umas notas em cima de um dos pratos e saiu marchando.

Eu levei apenas alguns segundos para me recuperar do choque das palavras do tal Dennis, então sai correndo atrás dela. Consegui alcançá-la, antes que ela entrasse no carro.

- Você trepou com ele? – Perguntei, segurando-a pelo braço. – Levou-o para o clube, Mabel?

- Sim, qual o problema? – Disse de cabeça erguida – Ou você também não arrastou aquela vaca para o seu apartamento?

- Co... como sabe de Laile? – Perguntei de cenho franzido.

- Ohh, por que talvez eu tenha sido idiota o suficiente para sair correndo atrás de você naquele dia do clube. Saí feito uma louca te procurando, e quando finalmente te achei, você já estava muito bem acompanhado pela sua amiguinha, e fez questão de arrastá-la para seu apartamento.

Porra, ela tinha visto, e isso era ruim pra caramba.

- Ainda tentei conversar com você. Quem sabe você só estivesse confuso aquela noite. Mas você me escorraçou todas as vezes que tentei. EU CANSEI – Ela gritou tão forte, que tive que fechar meus olhos, com medo que as ondas sonoras pudessem causar algum dano aos meus olhos. Teoria besta, eu sei. – Transei com Dennis, tornei-o meu submisso... E vou transar com quantos mais eu quiser!

A raiva me engolfou da cabeça aos pés, minha respiração descompassou, meu coração se desesperou no peito e sim, droga, meus olhos encheram de lágrimas. Eu definitivamente não tinha mais colhões!

- Não – Sussurrei.

Minha segunda ação foi sair puxando-a até o beco escuro mais próximo. Joguei-a contra a parede e prendi seu corpo no meu.

- Michael, está me assustando – Disse, me empurrando.

- Não vou deixar que faça isso, Mabel, não vou – Minha terceira ação foi beijá-la. Não selvagemente, como de costume, mas sem presa, com carinho. – Por favor seja minha... – Pedi sôfrego, entre um beijo e outro.

Mabel já estava agarrada a mim, com a perna em volta da minha cintura.

- Não, eu não quero... – Beijei-a mais uma vez, dessa vez com força, mordendo-a, apertando-a contra mim. – Não nos restou mais nada, Michael... e eu sabia que se fossemos longe demais, não nos restaria nem nossa amizade.

- Não minta para você mesma. Tenho raiva da forma hipócrita com que trata seus sentimentos. É ridículo. – Parei de falar para levantar seu vestido, afastar sua calcinha para o lado e baixar minimamente minha calça. – Mas vou deixar você se mascarar, por enquanto. – Dei-lhe um beijo no pescoço e minhas mãos fartaram-se, apertando seus fartos seios. Ela gemeu e se arqueou. – Pelo visto, pelos menos isso nos restou, então vamos aproveitar.

Sem mais delongas, eu a penetrei, indo tão fundo e forte, que por um momento tive medo de machuca-la.

- Mais – Pediu, fincando suas longas unhas no tecido do meu terno.

Estoquei-a mais uma vez, e ela montou em mim, enlaçando agora ambas as pernas em minha cintura. Segurei-a por aquele traseiro maravilhoso, e tomei novamente seus lábios em um beijo. Só então voltei a estoca-la, dessa vez sem cessar por um segundos meus movimentos rápidos, precisos e fortes.

Ambos gemíamos feito animais no cio...

Eu estava perdido com aquela mulher, ela me tinha nas mãos e não sabia. Era inexplicável tudo que sentia naquele momento por estar dentro dela novamente. Eu transei a semana inteira com Laile e por mais que ela se esforçasse, não me levou a um nível de prazer nem parecido com esse.

- Mabel...

- Shhh – Ela enterrou minha cabeça entre seus seios, e me fartei neles, cheio de saudades. – Michael... – Chamou, em meio a ondas de desejo que faziam seu corpo estremecer.

- Goze comigo... – Sussurrei e ela pareceu perder-se em seu desejo, Jogando a cabeça para trás e gemendo meu nome seguidas vezes.

Eu enterrei meu rosto em seu pescoço e também me permiti gozar.

Ainda respirávamos descompassadamente quando ela desceu do meu colo e baixou o vestido. Tratei de me recompor, e impedi-la de ir.

- Mabel...

- Não, Michael, chega! – Ela soltou o braço do meu, mas voltei a alcança-la, dessa vez segurando-a pelo queixo.

- Eu vou tentar, por nós dois, morena – Disse determinado. Depositei um beijo na sua testa e finalmente soltei-a. Ela sumiu de minhas vistas em tempo recorde, arrancando com o carro dali.

Eu não ia deixar Mabel me afastar, não, sem antes tentar mostrar a ela, que assim como eu, ela pode se apaixonar e isso vai fazê-la enxergar tudo com outros olhos.

Capítulo 4

A semana se passou quase se arrastando. Mabel e eu nos vimos todos os dias na empresa e trabalhamos juntos horas a fio, por que precisávamos do projeto pronto. Mas não pense você que aquela maldita cabeça dura facilitou em nada pra mim. Foi a vez dela me ignorar uma dúzia de vezes, e fingir que não me ouvia quando o assunto rumava para o lado ‘não profissional’.

O tatuadinho idiota havia ido para um congresso, provavelmente nos infernos, e espero eu que não volte mais.

Foi bom tê-la novamente só pra mim, mesmo que isso não passasse das paredes dessa empresa.

- Acho que acabamos esse – Ela suspirou e sorriu minimamente – Fizemos um ótimo trabalho, não acha? – Mabel parou de falar e me olhou nos olhos. Eu não desviei seu olhar.

- Estou com saudades de você – Murmurei. Ela virou o rosto e levantou-se.

- Nos vemos todos os dias, Michael. Pare com isso! – Pediu entre dentes.

- Você sabe que tipo de saudades estou me referindo. - Me aproximei dela, o suficiente para sussurrar em seu ouvido – Venha para a festa de confraternização da empresa comigo? – Lhe dei um leve beijo na nuca e observei com satisfação sua pele se arrepiar.

- Vou com o Dennis. – Fechei meus olhos e cerrei meus punhos. Me afastei dela e sai, batendo a porta de sua sala com força.

(...)

Bebi mais um gole do meu uísque e me recostei no espaldar da cadeira. O bar estava mais vazio que de costume hoje, por isso estava mais acessível para curtir minha foça.

Ao fundo Lionel Richie cantava ‘Hello’, com a sua melancolia musical, que normalmente me dava nos nervos, hoje soando como uma companheira para a ridícula melancolia que eu sentia.

Um casal de mãos dadas rumou para a pequena pista de dança e começaram a bailar em ritmo lento... Minha mente, que até então tinha estado entorpecida pelo álcool, agora havia se desanuviado apenas o suficiente para reconstruir a imagem de Mabel em minha frente.
Linda, vestida em um sobretudo e botas de cano alto. Essa imagem dos deuses logo foi manchada quando a vi numa saleta fechada, no canto dessa sala estava Dennis, ajoelhado enquanto ela lhe dizia o que fazer...

Agarrei o litro de uísque e virei-o de uma vez, sem me ater a minha elegância de sempre, bebendo na garrafa mesmo.

- Michael, de novo aqui? Dê-me isso – Eu conhecia aquela voz, mas estava bêbado demais pra distinguir de quem era. A mulher me tirou a garrafa com muito esforço.

- Me deixe em paz! – Gritei, provavelmente assustando os demais clientes. Alguém me ergueu e me arrastou para fora do bar.

Quando dei por mim novamente estava na minha cama, com um corpo quente enroscado ao meu, feito um polvo.

Abri meus olhos com dificuldade, já que parecia que havia uma bigorna em cima da minha cabeça. Afastei os braços da mulher, e só quando me levantei vi que se tratava de Laile. Como porra ela veio parar aqui, eu não sei.

Tomei um banho rápido, ingeri dois analgésicos, e quando voltei para o quarto Laile já estava acordada.

- Explicações de como cheguei aqui? – Perguntei de cenho franzido.

- Volte para a cama, meu bem. Depois daquela bebedeira você desse estar se sentindo péssimo.

- Estou – Suspirei, e voltei a me jogar na cama. Laile se aninhou em meu peito novamente. – Obrigado por ter me trazido pra cá. – Beijei seus cabelos.

- Ultimamente venho lhe salvando bastante, não acha? – Sorri.

- Verdade. Parece que veio exclusivamente da França só para isso.

- Quem sabe não vim mesmo. Michael, sei que vai achar um pouco estranho de fazer essa proposta, mas não aguento mais guardar isso pra mim...Bem, você sempre foi claro que entre nós só poderia haver amizade, e um bom sexo sempre que nos desse vontade, e foi por isso que fui embora pra França... Mas... Eu gosto de você – Arregalei meus olhos, me tencionando instantaneamente. Laile se levantou para me encarar nos olhos. – Volte para a França comigo... olhe, agora tenho a grana do meu ex-marido, sou uma viúva riquíssima. Podemos abrir juntos uma empresa só nossa e....

- Shhhh – A interrompi, tocando seus lábios com meus dedos. – Não posso Laile, se fosse antes... Bem, até toparia sua proposta, sabe que não fujo de um novo desafio, uma nova possibilidade de vida, mas agora não posso...

- É outra mulher, não é? Provavelmente é ela quem está te deixando assim tão diferente do Michael desprendido que sempre foi.

- Sim, é, mas não sei mais o que fazer... Só sei que vou lutar, até onde eu conseguir.

- Pois saiba que também vou lutar – Disse decidida. Ela levantou-se em um pulo e montou em mim. – E pretendo leva-lo comigo – Laile inclinou-se e me beijou nos lábios.

- Está no seu direito – Dei de ombros – Ei, também tenho uma proposta para lhe fazer, quer ir a festa de confraternização da empresa comigo? – Seus olhos brilharam e ela sorriu.

- Claro que sim.

(...)

Mais uma semana se passou. E tudo correu como sempre.
Infelizmente o idiota do Dennis havia voltado, e consequentemente, grudado feito um carrapato em Mabel.

E quanto a mim? Tinha que assistir a toda aquela palhaçada calado, e fingir que éramos todos amigos, para não prejudicar a imagem da Mabel na empresa.

E a cada dia que passa, a ideia de ir embora com Laile me parece menos distante. Eu realmente não sei o que estou fazendo aqui. O emprego que amava, está se tornando um martírio pra mim. A mulher que eu amo me ignora e passa o dia sendo adorada por um moleque tatuado. Minha vontade ultimamente não inclui mais ‘pegar’ mulheres na balada, nem dançar, nem beber, apenas no caso que essa bebedeira sirva para eu ficar tão dormente que nem sinta meu corpo.

Laile tem sido minha única companhia nesses dias, e tem sido uma amiga maravilhosa. Conversamos bastante, rimos, assistimos filmes, nos entupimos de comida ou bebida e no final sempre transamos.

Acredito que estou buscando nela uma tábua de salvação. Eu quero me agarrar a Laile e me impedir de pensar em Mabel... e cada vez dá mais certo. Pelo menos quando ela está por perto, por que quando Laile sai eu volto para o maldito poço sem fundo que Mabel me jogou sem dó alguma e me deixou lá. E eu me sinto um idiota completo por isso, por que sinceramente, Mabel não parece estar dando a mínima para essa situação.

E se tudo isso não mudar muito em breve, eu vou desistir de lutar, e vou embora com Laile, por que ela sim parece me querer por perto.

Capítulo 5

Hoje todos na empresa pareciam afoitos. Minha secretária saltitou uma dúzia de vezes apenas em 3 horas, toda vez que a secretária de Mabel lhe lembrava da festa de logo mais à noite.

Se eu estava animado? Claro, tão animado como eu ficaria se tivesse de ir ao dentista. Mas era obrigação ir, fazer o que!

Todos correram para acabarem o expediente ás 3 da tarde e correrem para suas casas. Nunca havia participado de evento nenhum na Publicit NY, mas se fosse como todos os outros eventos em que já fui, o que eu veria seria um bando de pessoas falsas fingindo gostar uma das outras, gente querendo marketing e uma grande massa de bêbados chatos – E eu provavelmente me encaixaria nessa categoria –

Passei o resto da tarde e boa parte da noite, jogado na cama, vendo um seriado qualquer e dormindo a cada 20 minutos. Ótimo, agora pareço um velho!

As exatas 8 da noite estava estacionando em frente ao hotel onde Laile estava hospedada.

- Você está linda – Elogiei, beijando sua bochecha. Ela me fez esperar mais 10 minutos, antes de finalmente dar o ar da graça.

- Esperava um beijo mais quente – Brincou – E você também está lindo!

- Não quero borrar essa obra-prima que chama de maquiagem. Agora vamos, ou nos atrasaremos – Abri a porta do meu carro e ela se acomodou.

A frente do hotel, onde a recepção estava acontecendo, estava agitada. Logo de cara reconheci alguns de meus colegas de trabalho. E mesmo sem querer, assim que desci do carro e entreguei a chave do veículo ao manobrista, a primeira pessoa por quem procurei foi por Mabel, mas não a vi em lugar algum.

- Escolheram o lugar muito bem, o salão desse hotel é ótimo para recepções – Laile puxou assunto, eu apenas assenti.

Já havia se passado quase 30 minutos desde que cheguei e nem sinal dela, muito menos do tatuadinho. Onde será que estavam? Teriam desistido de vir para irem ao clube?

Deus, imaginá-la no clube com ele era o pior dos meus pesadelos nos últimos dias.

Laile acabara de se enturmar com duas funcionárias da empresa e agora estavam conversando animadamente e rindo, provavelmente dos vestidos de algumas das demais mulheres. Quanta bobagem!

Sorvi mais um generoso gole do espumante e caminhei de encontro a Laile, enlacei sua cintura e lhe dei um suave beijo na testa.

- Vou ao banheiro, ok?

- Tudo bem – Ela sorriu, desviando sua atenção mais que depressa – Vejam só aquela que acabou de entrar... Quando mal gosto, mas parece uma vadia de quinta! – Ela falou com tanto nojo na voz, que até eu tive curiosidade em saber de quem se tratava, e quando me virei para conferir, estaquei na hora.

Linda nem mesmo poderia começar a defini-la. Mabel estava radiante. Aquele vestindo denotando suas curvas, aquele sorriso nos lábios...Infelizmente fazia muito tempo que eu não a via sorrir daquele jeito pra mim.

Sabe aquela história de ver tudo da pessoa em câmera lenta? Até hoje eu achei que era a maior bobagem do mundo. Por favor, a pessoa só poderia estar com retardo pra ver as coisas em câmera lenta... Mas foi o que aconteceu quando a vi entrar naquele salão.

Minha vontade era de correr até ela, abraça-la e beijá-la, para que todos soubessem que aquele monumento de mulher era meu, só meu!

Mas como droga fazer isso se ela não me deixava mais nem chegar perto?

Apertei a taça em minhas mãos e bebi o resto do champanhe, dei as costas a Laile e suas amigas bobas e marchei para o banheiro.

Molhei meu rosto duas vezes, caminhei de um lado para o outro, desarrumei meus cabelos, arrumei-os em seguida, alinhei meu terno e finalmente deixei o banheiro.

Laile continuava conversando e rindo com as garotas, então perscrutei o salão e encontrei Mabel do outro lado, dançando com Dennis.

- Espere! – Segurei no braço de um dos garçons que transitavam ali e pequei de sua bandeja duas taças de champanhe, virando-as seguidamente. Limpei a boca com as costas da mão e fui ao encontro de Laile.

- Demorou, meu anjo – Ela enlaçou-me pelo pescoço e sorriu para mim.

- Vamos dançar?

- Ohh, bien sûr, mon ange¹ – Caminhamos para a pista de dança e logo estávamos bailando perfeitamente. Podem dizer o que quiser de mim, mas a única coisa que não podem criticar é minha dança. Danço muito bem, obrigado!

- Já disse que está linda hoje? – Comentei. Meus olhos completamente fixos nos de Mabel, que acabara de me notar perto dela.

- Já. E devo dizer que está gentil demais hoje. – Laile me encarou sorrindo – Ela está aqui, não é?

- Você é esperta demais, isso não é bom – Ela riu, e voltou a aninhar-se em meu peito.

- Sempre fico impressionada com sua forma de dançar. – Ela me deu um leve beijo no pescoço e eu sorri, apreciando a cara de exasperação que Mabel fez – Mamãe sempre disse para não confiar em homens que sabem dançar, dizem ser os mais perigosos. – Ri e retribui seu beijo.

- Sabe bem que tipo de perigos posso lhe oferecer.

- Com certeza, mon ange- Ela voltou a me olhar – Por falar nisso não me levou a nenhuma sacanagem desde que cheguei, estou lhe desconhecendo.

- Digamos que estou temporariamente afastado de clubes e afins.

- Claro – Laile beliscou meu traseiro e só assim desviei meus olhos de Mabel.

- Owww, isso doeu. – Reclamei.

- Ela é a moça de vestido preto, não é? – Laile encarou-me de sobrancelha arqueada – Desculpe por tê-la chamado de vadia, não sabia. – Neguei com a cabeça. Besteira, provavelmente Laile e todas as outras mulheres só estavam com inveja dela.

Observei com ira Dennis se aproximar de Mabel e beijá-la no canto dos lábios.

- Venha, vamos sair daqui – Segurei a mão de Laile e saímos rumo ao bar.

Enquanto bebia uma taça de champanhe atrás da outra, e amaldiçoava o CEO da empresa por só liberar essa merda de bebida, Laile estava atrás de mim, massageando minhas costas e de vez em quando beijando meu pescoço.

Eu gosto pra caramba dela, mas estava começando a me irritar. Então era hora de parar de beber e ir pra casa, pois estou quase entrando na estatística de bêbados chatos.

- Pensou sobre minha proposta?

- Qual? A de irmos para um clube – Sorri.

- Não, chèrie². A de ir embora comigo para a França?

- Sabe, cada vez me sinto mais inclinado a aceitar – Assim que acabei de falar, o barulho de vidro quebrando me fez olhar para trás. Mabel estava lá, paralisada, me encarando de olhos arregalados.

Seu ‘herói’ apareceu em menos de 5 segundos perguntando se ela estava bem, e se repetindo a cada 2 segundos.

- Vamos embora – Revirei meus olhos diante da cena. E sai dali o mais depressa possível.
Deixei Laile em seu hotel – Não sem antes ela se repetir um milhão de vezes, dizendo que queria ir comigo para meu apartamento -.

Demorei uns 10 minutos parado em frente ao meu prédio, havia aberto a pequena janela que ficava no teto do carro, e agora estava feito um pateta observando as estrelas – Fazer isso sempre me fazia lembrar dela-. Depois disso perdi a noção do tempo, e só despertei do meu transe quando ouvi duas batidas no vidro do carro.

- Tudo bem, senhor Jackson? – Era Miguel, o porteiro.

- Tudo sim, Miguel. Desculpe se te preocupei ficando aqui, só não queria subir e acabei perdendo a noção do tempo.

- Acabei mesmo me preocupando – Ele sorriu. – Quer que estacione seu carro, há uma visita lhe esperando a quase 30 minutos.

- Obrigada, Miguel – Desci do carro e lhe entreguei as chaves – A pessoa se identificou?

- Não, mas já vi a moça aqui algumas vezes. Ela está no hall do prédio. – Assenti e me encaminhei para lá.

Não sei denominar o tamanho da minha surpresa quando vi Mabel sentada ali.

Ela se levantou imediatamente e caminhou em minha direção.

- O que faz aqui, Mabel? – Perguntei, soando mais ríspido do que gostaria.

- Precisamos conversar. – Ela parecia diferente da Mabel turrona de sempre, parecia... frágil e com medo de algo.

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Ohh, bien sûr, mon ange¹ - Ohh, claro, meu anjo.
Chèrie² - Querido.

Capítulo 6

- Tudo bem, vamos – Dei-lhe as costas e rumei para o elevador.

Subir alguns andares dentro daquele cubículo com Mabel cheirando daquele jeito e dentro daquele vestido, não foi fácil. Mas consegui me manter em silêncio e ignorá-la o máximo possível.

- Fique à vontade – Balbuciei abrindo a porta do apartamento e lhe dando passagem. Virei-me para acender as luzes e trancar a porta, e assim que fiquei novamente de frente para Mabel, ela correu em minha direção e me abraçou.

Minha primeira reação foi de querer afastá-la, depois veio o choque e só então comecei a me embriagar na sensação que era ter seu corpo colado ao meu novamente.

- Não vá embora – Ela pediu.

Por Deus, eu não estava acreditando que a orgulhosa Mabel estava ali, me pedindo pra ficar.
Afastei-a para olhá-la nos olhos.

- Por que disso agora? – Perguntei tão ríspido como a minutos antes.

- Por que... Eu não sei por que, só não quero que vá embora para Paris com aquela mulher – Ela suspirou alto.

- Ah, então você ouviu minha conversa com Laile?

- Ouvi – Agora seu tom de voz soou irritado – O que pensa que está fazendo? Aquela mulher não é pra você! Laile Monelise não passa de uma caça dotes. – Eu ri.

- Ela pode até ser uma caça dotes, mas pelo menos é uma companheira pra mim, fica ao meu lado, me faz rir... E você Mabel Mendes, o que tem feito pra mim que te dê o direito de desmerecer Laile? – Perguntei venenoso.

- A culpa não é só minha! Você procurou tudo que está acontecendo agora. Nós dois somos idiotas na mesma proporção – Rugiu.

- Vá embora Mabel – Apontei-lhe a porta – Estou cansado dessas discussões bobas.

- Não – Decretou, aproximando-se de mim – Eu não vou antes de convence-lo a ficar.

- Pra que você quer que eu fique – Gritei, deixando toda a mágoa e ira me invadir – Para esfregar o Dennis na minha cara? Para se vangloriar dizendo que transa com quem quiser? Para me ignorar? – Ri, sem humor. – Seu intuito não era me afastar, por que você é a toda poderosa Mabel e não tem relacionamentos – Aplaudi, debochadamente – Você conseguiu! Agora dê o fora daqui.

- Não – Gritou. Em seguida ela despencou no chão e começou a chorar copiosamente.

Eu nunca achei que algum dia fosse ver aquele poço de frieza chorar por alguma coisa.

- Você não pode ir... Eu não posso ter estragado tudo... não – Ela murmurava entre soluços. O rosto escondido com as mãos.

Passado o choque inicial corri em sua direção, amparando-a em meus braços.

- Shhh, não chore assim, Mabel – Pedi, prestes a chorar.

Quando eu disse que estava virando um bundão, era verdade!
Ela subiu em meu colo e se aninhou em meus braços. Ver aquele furacão de mulher assim frágil, era lindo e triste ao mesmo tempo.

- Eu vou te contar tudo, mas você tem que me prometer que não vai embora com aquela lagartixa – Eu dei uma leve risada e ela me acompanhou.

- Ok, vamos ver onde isso vai dar. Agora desembuche, morena. – Ela levantou a cabeça e rapidamente enxugou o rosto com o dorso das mãos.

- Não posso contar antes disso – Sua expressão de fragilidade mudou, dando lugar a maliciosa mulher que conheço. Mabel desatou o nó que prendia as alças do seu vestido ao pescoço, revelando-me seus seios.

- Morena perigosa – Balbuciei, um sorriso já se formando em meus lábios.

Agarrei sua nuca e a puxei para mim, beijando-a com paixão, enquanto minhas mãos apertavam seus seios. Em segundos Mabel já estava rebolando em cima da minha ereção, me provocando, me incitando a comê-la ali mesmo. Mas eu desejava fazê-la esperar.

- Ande logo com isso, Michael – Disse impaciente, subindo o vestido e tateando entre nós para abrir minha calça.

- Quietinha – Parei-a, segurando seu pulso – Vamos para o quarto.

Eu quase corri até lá em cima, onde ficava o quarto. Mesmo com Mabel pendurada em mim e rindo, a vontade era tanta que correr parecia o mais certo a fazer.

Joguei-a na minha cama e cai por cima dela, ela estava rindo tanto que se contorcia.

- Você é louco – Disse em meio aos risos.

Vê-la assim, deitada em minha cama, nua, os cabelos espalhados em meus lençóis, e rindo feito uma garotinha feliz, me deixava bem pra caramba. Mas estamos aqui pra outra coisa.

- Você não viu nada – Meti minha mão entre suas pernas e apertei sua intimidade, que já estava molhada. Ela parou de rir para soltar um gemido. – Ainda me acha louco?

- Com certeza – Balbuciou com dificuldade. Apertei-a um pouco mais e ela se contorceu, fechando as pernas. Inclinei-me para beijá-la na boca, e depois nos seios.

Segui beijando-a e mordiscando-a pela barriga, baixo ventre, por suas coxas, até seu dedo do pé, para finalizar, suguei o mesmo, como pretendia fazer com seu clitóris.

- Por favor – Choramingou. Eu apenas sorri, deliciado.

Arrastei sua calcinha por suas pernas, sem presa alguma e só então me acomodei entre elas.

- Está tão molhada – Comentei com casualidade, passeando meus dedos pela sua entrada quente e úmida.

- Só pra você – Murmurou. Ela estava apoiada nos cotovelos, observando o que eu faria.

Não pude mais esperar, minha boca desceu sobre sua intimidade, minha língua lambeu-a, molhando-a ainda mais. Enquanto dois de meus dedos a penetrava, minha língua arremetia em seus clitóris, sem pausa alguma.

Mabel estava gritando, agarrada aos meus cabelos. Suas pernas ora fechavam-se em torno da minha cabeça, ora abriam-se ainda mais. Seu clitóris estava pulsando contra minha língua e seu interior apertava meus dedos. Ela estava gozando na minha mão e boca... O tesão de vê-la assim era tão grande que tive de me segurar para não gozar na roupa, feito um adolescente.

Enquanto ela ainda estava trêmula e ofegante, me livrei da minha camisa e baixei minhas calças, chutando-as juntos com os sapatos para um canto qualquer do quarto. Me ajoelhei entre suas pernas, abrindo-as o máximo que consegui, e a penetrei, fundo e forte. Mabel instantaneamente acordou de seu torpor e se agarrou a mim, suas longas unhas fazendo marcas em minhas costas, enquanto eu arremetia contra ela intensamente. Do jeito exato que sempre gostamos.

- Isso, Michael... – Murmurou em meu ouvido, mordendo meu pescoço, para em seguida colar sua boca a minha.

- Porra, Mabel... eu... – Eu amo você, era isso que eu queria dizer, mas não disse. Voltei a beijá-la. E quando seus sexo começou a apertar meu pau, indicando que ela estava gozando mais uma vez, eu me deixei levar e também gozei, repetindo seu nome e lutando comigo mesmo para não proferir as três palavras que tanto queria dizer agora.

Ficamos um bom tempo em silêncio depois disso. Acho que ambos precisavam desse silêncio para o que viria a seguir. Eu não sei o que Mabel iria me contar, mas pelo jeito era uma coisa pesada, e provavelmente me deixaria estressado de alguma forma.

Ela saiu de cima do meu peito e deitou-se de lado, eu fiz o mesmo, encarando-a.

- Acho que chegou a hora de dividir isso com alguém – Disse, sorrindo tristemente – E eu confio em você pra isso – Sua mão procurou pela minha debaixo do lençol e ela apertou-a.

- Estou aqui pra você, Mabel.

Capítulo 7

Mabel me encarou por alguns segundos, suspirou e fechou os olhos, como se para recordar o que estava prestes a me dizer.

- Eu era apenas uma jovem como qualquer outra, acho que minha única diferença das demais meninas de 18 anos era que eu sempre amei estudar mais do que o normal. Sempre tive o sonho de fazer fortuna com o dinheiro que minha família já tinha, e me esforçava muito para que no futuro eu fosse obter êxito no que eu sonhava. Salvo isso eu era uma patricinha comum, que amava dançar, beber, fumar um baseado de vez em quando e comprar tudo que o dinheiro dos meus pais pudesse pagar. Até que eu recebi a notícia de que tinha os perdido – Mabel voltou a abrir os olhos, e duas lágrimas caíram deles. Eu enxuguei-as, beijando-a na testa em seguida. – Eu estava apenas com 18 anos, no segundo período da minha faculdade... E já tinha que tomar de conta da minha própria vida, lidar com a perda dos meus pais e gerenciar uma boa quantidade em dinheiro. Fiquei perdida! – Ela soluçou e parou se relato por um breve momento.

- Acalme-se, meu anjo – Pedi, acariciando seu rosto.

- Eu fui tão idiota Michael. Ele entrou na minha vida nesse momento em que tudo parecia fora de contexto e ele colocou tudo em ordem. De início foi meu amigo, resolveu todos os trametes do velório dos meus pais, me deu apoio, ofereceu ajuda... E eu aceitei. Deixei que Romeo entrasse na minha vida e tomasse conta de tudo. Em pouco tempo estava perdidamente apaixonada por ele. Coloquei-o dentro da minha casa e lhe dei uma procuração para que ele gerenciasse meus bens. O que poderia dar errado? Ele era meu amigo, companheiro, amante, tudo que eu precisava na vida estava resumido a ele. Esse mar de rosas durou 2 anos, mas uma coisa sobre Romeo estava começando a me incomodar... Ele estava dando claros sinais de mudança. Implicava com minhas roupas, com minhas amigas e até mesmo com a faculdade. Estava gastando descontroladamente e passava pelo menos 2 noites da semana fora de casa. Não, eu não podia acreditar que ele estivesse fazendo nada de errado, e se qualquer pessoa viesse me alertar ouviria poucas e boas. Ele era meu Romeo, o único que esteve ao meu lado quando precisei, era o cara que dizia me amar todos os dias, o cara gentil e romântico pela qual fiquei completamente louca. – Uma expressão de dor tomou conta do seu rosto e Mabel levou mais um tempo para continuar. – Uma noite ele chegou em casa fedendo a bebida e eu fui tomar satisfações dele, no dia seguinte seria minha formatura e ele teria de parecer mais apresentável, já que era meu par.... e bem, eu queria mostrar meu lindo Romeo a todos. Foi a primeira vez que ele me bateu, um soco tão forte que tive que ir para um hospital. – Mabel engoliu seco.

Uma ira descomunal se apoderou de mim... Então era isso! Ela apanhava do ex-marido? Deus, como alguém tem coragem de machucar um ser tão lindo?

- No dia seguinte ele me pediu perdão, chorou, disse estar bêbado... E eu o perdoei, mas fui para minha formatura com um olho roxo, e tive de mentir pra todos que havia sido apenas uma queda. Depois disso a coisa toda desandou, nós brigávamos com mais frequência, e ele me batia com mais frequência ainda. O tapa, o soco, ou os chutes vinha com pedidos de desculpas depois... Eu o perdoei todas as vezes, por que o amava e ele era tudo que eu tinha... Era só uma fase, ele iria voltar a ser o meu Romeo de sempre. – Mabel parou de contar, por que seus soluços lhe impediram de continuar. Eu a trouxe para meus braços, apertando-a contra mim.

Minha vontade naquela hora era de caçar esse desgraçado onde ele estivesse, e mata-lo com minhas próprias mãos.

- Não chore assim, Mabel, por favor... isso me deixa louco – Pedi, em um fio de voz.

- E.. Eu sabia que não aguentaria por muito tempo – Continuou, um pouco mais recuperada – Então disse a ele que queria me separar, que iria cancelar a procuração e que era melhor seguirmos nossos caminhos. Ainda o amava muito, mas não suportava mais as surras e os olhares de pena que recebia dos colegas quando me viam com o rosto inchado e roxo. A última coisa que me lembro desse dia foi a figura de Romeo me chutando por todo o corpo, enquanto eu gritava e tentava me proteger...

- Meu Deus – Apertei meus olhos e lágrimas desceram por meu rosto.

- Acordei em um hospital 3 dias depois. Não havia ninguém lá pra cuidar de mim. E me disseram que fui socorrida por vizinhos. Não fiquei surpresa quando saí do hospital e não encontrei nem mais um tostão no banco, a única coisa que ele deixou foi a casa, por que provavelmente não teve tempo de vender. Eu nunca mais o vi depois disso, mas ele ainda entrou em contato comigo por cartas e telefonemas 3 vezes, então vendi a casa onde morava e me mudei para cá... Por que só de imaginar esse homem sabendo onde eu vivo, entro em pânico.

- Eu não vou deixar que ele, nem ninguém te machuque, nunca mais – Sentei-me na cama, trazendo Mabel para sentar-se comigo. – Não deixarei que nem mesmo eu te machuque, se algum dia eu fizer isso me tire da sua vida, sem dó nem piedade. Ouviu? – Ela assentiu – Me prometa que se algum dia esse homem der algum sinal de vida você vai me dizer?

- Eu... eu vou – Disse em meio aos soluços.

- Você deveria tê-lo denunciado, querida – Beijei seus lábios diversas vezes.

- Não, eu não queria falar nele, pensar nele... nada! Eu só queria seguir com a minha vida. Esquecer de tudo... Você entende agora o medo dos sentimentos, dos relacionamentos? O prazer em ser uma dominatrix e fazer dos homens o que eu bem quisesse? Achei nisso uma forma de terapia, de vingar nos outros o que me aconteceu.

- Eu entendo... Mesmo achando que guardar isso só pra você por tanto tempo não tenha sido a melhor opção. E ser uma dominatrix pode não ter sido a melhor das terapias.

- Mas foi válida. – Deu de ombros.

- Nunca fez nenhuma terapia, não é?

- Não... e nem farei Michael, lido com isso muito bem sozinha.

- Você que pensa. Mas falaremos disso outra hora – Voltei a abraça-la – Muito obrigado por ter me contado tudo isso. – Trouxe seu rosto para pertinho do meu e beijei-a com carinho.

- Me senti muito mais em paz agora – Ela se aninhou em meu peito – Com você será diferente, não é?

- Prometo que sim, Mabel. E não se preocupe, por mais que eu queira muito adiantar as coisas com você, iremos com calma. Me promete só mais uma coisa? – Ela levantou o rosto e encarou-me.

- Coisas de mais para se prometer, mas vou atende-lo – Ri – Deixe a Mabel de sempre voltar a vida. Ela deve ser tão linda e especial quanto a que convivo. – Ela assentiu.

- Obrigado por ter me ouvido... e espero que mande aquela lagartixa albina sozinha para Paris – Ela fez uma careta, eu ri.

- Pode deixar... e espero que você mande o tatuadinho de merda ir pastar.

- Se eu mandar ele pastar, é bem capaz de ele sair correndo e ir comer o gramado do jardim da empresa – Rimos.

- Adoro você, sabia?

- E eu adoro você – Voltamos a nos beijar.

Agora eu tinha certeza que nada do passado poderia nos afastar. Eu ia cuidar e proteger Mabel. A queria do meu lado, com jamais quis outra mulher. E agora que ela havia se desnudado para mim, sem reservas, fazendo-me entende-la, nossas chances de dar certo haviam se concretizado.

Eu quero viver esse amor e mostrar a Mabel que ela é para mim muito mais que uma possessão... Vou mostrar para ela o quão bom é amar, mesmo que eu mesmo nem tenha tanta experiência assim com esse sentimento.

Capítulo 8

Laile ligou para mim 8 vezes ontem a noite. Deve estar achando meu sumiço estranhíssimo, mas se bem a conheço, esperta como é, deve ter sacado que tem algo a ver com Mabel.

Assim que me acordei hoje cedo, mandei uma mensagem para ela, pedindo que me esperasse no café próximo a sua casa. Precisava pôr fim a essa história, prometi a Mabel que o faria, e queria fazê-lo depressa.

Olhei para a cama e fiquei feito um bobo encarando-a ali, deitada na minha cama. Ela nem parecia a morena perigosa de sempre, assim dormindo tranquilamente.

No fundo toda aquela banca dela era apenas uma defesa, para se proteger do que um dia já lhe fizeram passar.

Quase não preguei o olho ontem, remoendo toda a história que ela me contou. Nutrindo em mim um ódio avassalador por esse maldito covarde que batia nela.

Rumei para o banheiro, saindo de lá 20 minutos depois, de banho tomado e já vestido em meu terno. Apanhei minha maleta e me preparei para sair... Mas voltei, só para dar um beijinho nela.

Sim, sou um babão! E cada vez entendo mais por que o tatuadinho de merda ficava orbitando em volta dela, feito mosca no pão-doce... Ela é a morena mais incrivelmente linda e apaixonante que já vi.

Finalmente deixei meu apartamento para encontrar Laile.

- Demorou, Chérie – Laile levantou-se e me envolveu em um abraço.

- Desculpe, também nem tenho muito tempo, tenho que ir para o trabalho. – Me sentei em sua frente.

- Pedi cappuccino pra você, sei que gosta. – Sorriu doce.

- Obrigado – Sorvi um pouco do meu café antes de ir direto ao assunto – Bem, Laile, marquei o encontro por que tenho que te dar uma resposta sobre sua proposta da ida a Paris.

- Já sei que não vai – Respondeu tranquilamente, depois de beber um pouco de seu café – Estava com ela ontem, não é?

- Estava – Disse, sem hesitar – Nós nos entendemos e decidimos que vamos tentar um relacionamento.

- Percebo o quanto gosta dela, e gostando de você como gosto, não posso te desejar nada que não seja a felicidade – Sorri, apertando sua mão sobre a mesa. – Estou de passagens compradas para amanhã. – Ela acariciou minha mão de volta – Não pense você que desisti, é apenas uma saída estratégica – Ela piscou. Ri. – Estou de volta em 3 meses, e caso esse seu romance não tenha dado certo lhe carrego comigo Michael Jackson.

- Espero não ter de ir – Foi sua vez de rir.

- O futuro não nos pertence, mon amour - Laile levantou-se e eu fiz o mesmo. – Nos veremos em breve – Ela beijou minha bochecha, demorando-se um bom tempo ali, e antes de se afastar limpou a marca que seu batom vermelho deve ter deixado.

- Se cuide – Murmurei, retribuindo o beijo.

Observei Laile se afastar. Eu iria sentir saudades dela, no fundo ela sempre foi uma boa amiga, mas esperava jamais ter mesmo de entrar em um avião e ir embora com ela. Isso implicaria em deixar Mabel para trás, e está aí algo que não quero fazer... nunca!

(...)

- Bom dia, Marisol, algo para o início da manhã? – Perguntei assim que prostrei-me em minha cadeira, relaxando.

- Nada até as 10 horas, senhor Jackson. Há apenas 2 liberações que tem de ler e conferir antes de enviar para a senhorita Mendes. – Ela me entregou a pasta com os papéis, e abri-a, folheando distraidamente.

- Mabel já chegou?

- Sim senhor, ela perguntou pelo senhor e depois se trancou com Dennis na sala dela. – Larguei os papéis na mesa e me arrumei na cadeira.

- Faz tempo que estão lá? – Perguntei intrigado.

- Cerca de 20 minutos. – Marisol analisou-me, com certeza essa fofoqueira de uma figa estava farejando para saber o porquê do meu interesse. Eu gostava dela, mas Marisol era uma fofoqueira!

- Quero que faça um favor pra mim – Inclinei-me mais sobre a mesa e Marisol fez o mesmo, evidenciando assim seu decote. Tá, eu olhei seus peitos, mas só um pouquinho. – Tente escutar o que eles estão conversando, preciso saber do que se trata. Mas seja discreta Marisol! – Ela sorriu, entendendo perfeitamente o que eu queria.

- Pode deixar, senhor – Ela girou em seus calcanhares e saiu da minha sala. Provavelmente é o trabalho que lhe mando fazer que ela mais está gostando.

(...)

Esperei 10 agoniantes minutos até que Marisol voltasse. Quase corri até ela quando a vi entrando na sala. Estava parecendo aquelas comadres ávidas por fuxico. Que idiota!

- E aí, o que ouviu? – Ela ofegou meia dúzia de vezes antes de responder.

- A parte mais nítida conversa que consegui escutar foi a senhorita Mendes dizendo que entre eles não haveria mais nada, que seria absolutamente tudo profissional – Marisol ajeitou os óculos e enxugou a testa suada – Ahh, e que ela agora estava em um relacionamento. – Sorri. Socando o ar, disfarçadamente. A mulher continuava esbaforida a minha frente.

- Por que cargas d’água está esbaforida assim, Marisol?

- Tive que sair correndo – Disse, parecendo nervosa agora – A senhorita Mendes me pegou tentando ouvir, e provavelmente aparecerá por ai a qualquer..
.
- Marisol, pode se retirar, por favor? – A voz de Mabel soou assustadoramente brava. Marisol arregalou os olhos e perdeu a cor. A pobre ainda tropeçou 2 vezes antes de conseguir sair da sala, desculpando-se repetidas vezes.

Estava me segurando para não rir, mas quando Mabel fechou a porta caí na gargalhada. As mulheres são muito engraçadas mesmo.

- Muito bonito, mandando sua secretária me espionar. – Disse de olhos estreitos. Ela ficava uma gracinha assim.

- Sou inocente, até que se prove o contrário – Disse, ainda rindo.

- Se eu fosse você não acharia tanta graça – Ela cruzou os braço em frente aos seios. E que peitos, amigos!
OK, hoje estou um exagerando um pouquinho em minha tara por peitos, Vou lembrar de brincar com os de Mabel mais tarde – Anotei mentalmente.

- Não precisa ficar bravinha, querida – Tentei me aproximar, mas ela me parou.

- Explique-me por que me deixou na cama e correu para se encontrar com a sua amiguinha Laile?

Certo, ela estava mesmo brava! 

Capítulo 9

- Não precisa ficar brava, meu anjo – Tentei me aproximar, e novamente fui parado – Precisava falar com Laile, ela estava esperando minha resposta sobre a ida a Paris, e eu havia simplesmente sumido.

- E precisava ir assim tão cedo, e sem nem ao menos me dizer nada?

- Desculpe... Vamos, deixe eu te dar um abraço e um beijo... – Me aproximei de mansinho e dessa vez ela não me impediu – Precisava dizer a ela que não iria mais embora... – Dei um leve beijo em seu lábios, puxando seu corpo contra o meu – Que agora eu tinha uma namorada!

- Namorada é? – Perguntou de sobrancelha arqueada. Assenti, agora mordiscando seu pescoço – Não lembro de ter sido oficialmente pedida em namoro.

- Mesmo? – Perguntei um tanto confuso. Eu não havia mesmo lhe pedido. – Então peço agora – Larguei-a e me ajoelhei, no maior estilo príncipe encantado. – Mabel Mendes você me daria a honra de torna-la minha namorada? – Peguei sua mão e beijei-a. Mabel desatou a rir feito uma hiena.

- Que ridículo, Michael. Venha levante-se – Me ergui, também rindo. Sabia que essa seria a reação de Mabel. – Você é um palhaço!

- Acabou de me ofender, eu tento ser romântico e você despreza essa tentativa – Finjo uma carranca. – E a propósito, ainda não me respondeu.

- É claro que quero namorar com você... E só de pensar que tenho o namorado mais palhaço, inteligente – Ela rodeou meu pescoço com os braços e colou sua boca a minha, balbuciando as palavras contra meus lábios – Gato, gostoso...

- Shhh, está me deixando excitado, e não vai querer me ver assim, a menos que tenha planos para me ajudar com isso – Esfreguei minha ‘quase’ ereção em sua barriga.

- Pare com isso. Temos de trabalhar... – Ela me beijou, um daqueles beijos que deveriam ter o selo Mabel Mendes de qualidade, por que nunca encontrei alguém que conseguisse ser tão sexual em um beijo. – Agora tenho de ir... – Ela me largou e tive de me encostar na mesa e respirar um par de vezes para colocar as ideias em ordem. – Só para avisar, nada de mandar sua secretária me espionar, combinado?

- Combinado! – Concordei de prontidão.

Mentira, eu iria mandar Marisol ficar de olho naquela sala.

(...)

Mabel saiu da empresa bem antes de mim. Na verdade não era para ser assim, mas me ofereci para ficar em seu lugar na reunião com o senhor MacCartney. Ela ia ficar me devendo uma!

Estava um trapo quando cheguei ao seu apartamento, quase 8 horas da noite. Mas posso dizer que valeu totalmente a pena?

Quando larguei a maleta e as chaves do carro em cima de seu sofá, e rumei para a cozinha, a vi parada diante da mesa, estava tão compenetrada lendo um livro de receitas que nem ao menos me viu chegar. Ela trajava apenas um top, um short curtíssimo e um avental branco. Seus cabelos estavam presos em um coque e ela estava com aquele ar de ‘quero agradar meu homem’.

Sorri, Pigarreando para que ela me notasse.

- Demorou, Michael – Ela sorriu, movendo-se para vir até mim. Enlacei sua cintura e a beijei demoradamente.

- Se aventurando na cozinha, amor? – Ela me encarou de olhos arregalados por alguns segundos e fiquei me perguntando o que havia feito de errado – Mabel? – Apertei sua cintura e ela pareceu ‘acordar’.

- Só tenho que me acostumar com a palavra – Balbuciou hesitante. Sorri, beijando-a novamente.

- O que temos para o jantar?

- Estou tentando fazer macarrão à bolonhesa – Deu de ombros – Mas não sei se vou conseguir... Não sou boa cozinheira.

- Você tinha que ser ruim em algo, não é? – Ela riu, jogando-se em meus braços.

- Pare de ser tão bom com as palavras, vai me deixar ainda mais caidinha.

- Essa é a intensão. – Dei-lhe mais um beijo e me afastei – Vou tomar um banho e já desço... Não se importa, não é?

- Que bobagem, querido – Ela me deu as costas e voltou para seu livro e panelas. Ela nem pode imaginar o que essa pequena palavra me causou. – A casa é sua, só não terá o que vestir.

- Quanto a isso, sem problema – Dei de ombros – Fico somente com a calça, provavelmente a tirarei em breve – Sai da cozinha ainda ouvindo seu riso.

(...)

- Então, Michael, ficou bom? – Mabel me perguntou, parecendo apreensiva.

Havia acabado de dar a primeira garfada no macarrão que ela fez e já estava com vontade cuspir tudo pra fora.

- Não quero ferir seus sentimentos – Engoli a muito custo aquilo e desatei a rir. Mabel provou e imediatamente cuspiu tudo no prato.

- Está uma merda! – Comentou rindo. – Que desastre. Essa é sua hora de cair fora Michael, ou provavelmente morrerá de fome – Ela levantou e tirou seu prato da mesa, voltando em seguida para recolher o meu. Parei-a, segurando-a pelo braço.

- Você mata outro tipo de fome que estou sentindo agora – Mordi seu braço e ela riu. Mabel pegou o copo de água que estava ao seu alcance e derramou uma parte do conteúdo na minha calça.

- Baixa esse fogo aí, garotão – Ela piscou, rindo.

- Você não fez isso – Disse de olhos estreitos – Mas vou fazê-la pagar... Espera só eu te catar aqui mesmo nessa mesa.

- Michael! – Me repreendeu – Seja educado.

- Eu serei, meu bem – Levantei-me da mesa e corri em sua direção, mas ela foi mais rápida correndo ao redor da mesa. Ficamos nessa brincadeira infantil por quase 5 minutos, até que finalmente consegui pegá-la.

Imprensei seu corpo contra a mesa, abaixei minhas calças e em seguida seus shorts, enquanto ela alternava entre rir, se contorcer e tentar se soltar.

Me inclinei para beijar suas costas e lhe dei um tapa na bunda, penetrando-a fundo, enterrando-me nela em uma única estocada.

- Estava fazendo jogo duro e está aí toda molhadinha, não é? – Sussurrei em seu ouvido, agarrando uma quantidade do seu cabelo para incliná-la e fazê-la me olhar.

Ela já estava respirando tão descompassadamente quanto eu.

- Você prometeu ser educado – Brincou.

- Vou te mostrar o tamanho e a potência da minha educação – Lhe dei um beijo rápido e forte na boca, e segurando-a pelos ombros passei a arremeter contra ela.

Mabel gritava e se agarrava a toalha da mesa, parecendo alheia, tão concentrada em seu desejo que nem se dava conta do escandalo que estava fazendo. Eu estava louco, gemendo e grunhindo, e a penetrando tão descontroladamente que lá no fundo da mente, em um lugar onde o tesão não habita, estava preocupado em estar a machucando.

- Michael – Ela gritou pela décima vez, dessa vez por conta de seu orgasmo. Sua vagina apertando-me daquele jeito estava me levando para o limite também.

Sai de dentro dela, me segurando para não gozar. Ela entendeu meu pedido silencioso e ficou de joelhos em minha frente.

- Tire o seu top, amor – Ela me obedeceu, ficando com os seios à mostra em menos de 2 segundos. Ela mesmo manipulou meu pênis até eu gozar, molhando seus seios.

Ela levantou-se e me beijou, antes de me puxar escada acima, para seu quarto.

- Cansou do meu traseiro e resolveu tarar meus peitos agora? – Perguntou enquanto me ensaboava. Eu ri.

- Fiz uma nota mental de brincar com eles hoje mais cedo – Beijei seus lábios e ela virou-se para eu ensaboar suas costas.

- Tarado! – Murmurou.

- Eu ouvi, viu?

Depois do banho, nos enterramos embaixo dos lençóis, acompanhados por um pote de pipocas e um filme de mulherzinha.

- Mabel? – Chamei.

- Hum – Respondeu de mal gosto, estava entretida demais no filme.

- Vamos passar o natal e o a virada do ano em Iowa, certo? – Ela desviou os olhos da tela e me encarou. – Quero te apresentar aos meus pais.

- Michael, eles já me conhecem – Revirou os olhos.

- Eles conhecem a Mabel, minha amiga. Não a Mabel, minha namorada. Vai comigo, não é?

- Claro... Adoro seus pais... e adoro Iowa.

- Meu Deus, precisava ter gravado isso – Brinquei, ela me deu um tapa.

- Palhaço, vamos assistir ao filme.

Filme? Acha mesmo que eu ia prestar atenção naquela melação toda quando tinha ao meu lado essa mulher incrível? Acho que babei nela durante todo o tempo que os atores estavam fazendo baboseiras no filme. E quando ela dormiu, abracei-a junto a ao meu corpo e também dormi, pedindo a Deus e todos aqueles santos, aos quais minha mãe tanto pede graças, que não deixasse isso acabar em muito tempo. 

Capítulo 10

Eu não voltava pra Iowa com tanta frequência. Era uma viagem cansativa pra cacete. A prova disso era a própria Mabel, que estava capotada no assento ao meu lado desde que entramos no avião.

Tadinha da minha morena, havíamos saído direto da empresa para o aeroporto. Só demos uma passada rápida em sua casa para pegar suas duas malas e minha mochila, que eu havia deixado lá no dia anterior.

Sei que já disse um milhão de vezes que estou me transformando em um babaca babão, mas é sempre bom ressaltar pra mim mesmo. E eu que nunca dei ouvidos ao meu pai quando me disse “Filho, algum dia uma mulher vai te prender de um jeito que você será incapaz de pensar seu futura sem ela... E a partir daí, você pode saber que está ferrado” – Papai tinha razão, por que não consigo imaginar meu futuro sem Mabel nele.

- Senhor, alguma bebida? – Uma comissária me tirou de meus pensamentos. Ela estava sorrindo exageradamente pra mim... e outra coisa bem exagerada era seu decote. Dessa vez eu ne prestei atenção, juro!

- Não, obrigado. - Sorri em resposta. Pensei em acordar Mabel para saber se ela iria querer algo, mas ela parecia tão cansada que achei melhor não.

- Algo pra comer. Ou quem sabe um cobertor? – Franzi o cenho.

Ela estava exagerando agora.

- Você tem problemas auditivos ou o quê? – A voz de Mabel soou alterada – Vaza, perua, se não quiser que te enfie por uma dessas janelas e te jogue lá embaixo.

A pobre mulher estava pálida e de olhos arregalados. Ela saiu tão depressa e sumiu atrás de uma cortina.

- Mabel, você não estava dormindo? – Comentei rindo.

- Querido, talvez eu estivesse, mas minhas anteninhas estão sempre ligadas – Resmungou – E você – Ela me deu um beliscão – Nada de ficar dando corda a essas comissárias peruas.

- Au, Mabel, isso machuca sabia? – Disse ranzinza, massageando meu braço.

- Estou de olho em você, Michael Jackson, de olho... – Como se nada tivesse acontecido, ela se ajeitou na poltrona e voltou a dormir... Se bem que comecei a duvidar se ela dorme mesmo.

Mabel só voltou a acordar quando estávamos aterrissando no aeroporto de Iowa.

Dessa vez aluguei um carro melhorzinho, até por que pretendia passear um pouco mais dessa vez.

- Se quiser, posso dirigir um pouco – Disse bocejando. Peguei sua mala e joguei junto da minha no porta-malas, em seguida ajudei-a a acomodar-se no carro e finalmente partirmos. – Você ouviu eu te propondo para dirigir?

- Ouvi, e não, não precisa se preocupar amor – Apertei sua perna. Ela sorriu, movendo-se até ficar quase grudada em mim, sua cabeça apoiada em meu ombro.

Liguei o rádio, agradando-me com o folk rock que tocava. Não era muito meu estilo, mas era uma música apropriada para o momento. Fizemos boa parte do trajeto em silêncio, na mesma posição. Senti o peso de Mabel ceder dos meus ombros e quando olhei em sua direção ela estava me olhando, sorrindo de orelha a orelha.

- O que? – Perguntei.

- Você é tão lindo – Ela se aproximou mais uma vez e me deu um beijo estalado na bochecha. Ela ficava adorável quando tinha esses rompantes de garota feliz e desprendida.

- Adoro quando fica assim, amor... – Eu te amo tanto, essa palavra já ficou presa tantas vezes em minha garganta.

Droga, eu prometi a ela que iríamos com calma, e eu não ia apresar as coisas me declarando e deixando-a insegura.

Diminui a velocidade do carro e parei no pequeno vilarejo que ficava perto do sítio dos meus pais. Ali havia um micro comércio, que basicamente consistia em uma pequena farmácia, um pequeno mercado, uma pequena pizzaria, uma pequena danceteria e uns 3 bares, esses não eram nada pequenos.

- Vou comprar um energético, estou com muito sono, e não é bom dirigir assim. – Anunciei já descendo do carro – Vem – Abri a porta para ela e Mabel me seguiu.

- Muito simpático aqui – Comentou, olhando ao redor – Não me lembro de ter visto da outra vez.

- É que passamos aqui a noite, por isso – Agarrei sua mão e entramos no mercado.

- Mike! – Uma voz estridente e carregada de sotaque me cumprimentou assim que entrei no estabelecimento.

- Max – Disse surpreso. Nos abraçamos, trocando efusivos tapas nas costas.

Maxwell e eu fomos inseparáveis quando moleques. Estudamos juntos desde meus 7 anos, até quando fui embora para a ‘cidade grande’. Ele havia ficado aqui, mas depois de 2 anos também partiu. Nós meio que perdemos o contato. Coisa de homem! Como não somos muito de falarmos por telefone, para pôr as fofocas em dias, como vocês, mulheres. Acabamos nos falando só quando ambos estamos em Iowa, o que é raro. Mas considero esse cara pra caramba.

- Não sabia que estava aqui, homem. Que surpresa boa! Disse a meu pai ainda ontem que ao amanhecer iria até o sítio da dona Kathe saber de você. Tudo bem?

- Tudo ótimo, frangote – Brinquei – E você, mais acostumado com a vida na cidadi grandi – Imitei seu sotaque, ele riu.

- Mais ou menos – Deu de ombros – Mas quem é essa belezura? – Puxei Mabel pela cintura, beijando seu rosto.

- Essa é minha namorada, Mabel – Ele estendeu a mão para Mabel e ela apertou-a, sorrindo – Esse é Max, meu amigo de infância.

- Prazer Max.

- Mais o prazer é todo meu, bela dona – Revirei os olhos.

- Pare com isso de falar em estrangeiro, Max é ridículo e não conquistaria ninguém.

- É verdade – Mabel concordou rindo.

- Já que está aqui, está intimido a vir tomar uma cerveja com toda a turma amanhã. Combinamos tudo hoje, e eles vão ficar loucos de saberem que está por aqui.

- Iremos vir, com certeza, agora temos de ir, ou ficará tarde – Nos abraçamos mais uma vez.

- O energético é por conta da casa – Disse quando fiz menção de pagar. – Até amanhã.

- Até.

Deixei o bar feliz da vida. Porra, nem imaginava que iria encontrar esse idiota que não via a tento tempo, e ainda teria shop com a turma toda amanhã. Seria muito divertido, tenho certeza.

(...)

- Mamãe, nem deu pra sentir tanto a minha falta assim – Disse, ainda abraçada a ela.

Havíamos acabado de chegar, e como sempre, mamãe não queria me largar.

- Cala a boca moleque – Me repreendeu.

Quando ela finalmente me soltou pude trazer Mabel para perto de mim, ela já havia abraçado me pai e minha mãe.

- Vocês já conhecem a Mabel, minha amiga, mas trouxe ela dessa vez para apresentar a vocês a Mabel, minha namorada – Disse orgulhoso.

- Amiga? Acha mesmo que conseguiram nos enganar com essa bobagem, filho? – Joseph perguntou rindo.

- Ué, achei que sim, vocês enganaram bem – Dei de ombros.

- Seja bem-vinda a família, querida – Kathe a abraçou novamente. – Cuide bem desse menino, ele vale ouro.

- Vale mesmo – Mabel concordou. Apertei-a contra mim novamente, beijando seus cabelos.

- Você que vale, amor – Sussurrei, ela sorriu.

- Agora vamos jantar, devem estar famintos.

- Eu te ajudo, Kathe – As mulheres sumiram para a cozinha.

- É ela, não é? – Papai perguntou, sorrindo. Olhei-o e também sorri. Foi uma frase aleatória, mas sabia perfeitamente o que ele queria dizer com isso. Ele estava relembrando nossa conversa.

- É ela, pai, é ela – Concordei. 

Capítulo 11

O dia seguinte amanhecera com um sol de rachar. Acordei assim que as galinhas começaram a cantar, eu nunca conseguia acordar tarde quando estava aqui. Papai já estava cuidando dos animais, e não vi nem sinal de mamãe ou Mabel.

Joseph e eu limpamos o celeiro, demos comida as vacas e aos cavalos, já que ordenhar e cuidar das galinhas era serviço de mamãe. Quando voltamos para casa a mesa do café estava posta, e pela janela da cozinha vi mamãe e Mabel no galinheiro.

Sério, duvido que algum dia eu encontre uma mulher tão linda quanto Mabel. Ela consegue deixar qualquer uma no chinelo, até assim com os cabelos presos em um rabo de cavalo, com um vestido folgado e um chinelinho de dedo... É completamente deslumbrante, sexy pra cacete.

- Michael, pare de babar na sua namorada e venha tomar café – A voz grave de papai me tirou dos devaneios. Encarei-o sorrindo.

- Dá pra perceber que sou um babão? – Perguntei rindo.

- Completamente – Ele me acompanhou na risada. Servindo café para mim em uma caneca. Aproveitei e enchi mais uma caneca de café.

- Vou levar pra Mabel, ela nem deve ter tomado ainda – Dei de ombros. Meu pai meneou a cabeça rindo.

Fazer o que se eu estava mesmo perdido?!

- Bom dia, mãe – Dei um beijo na minha velha e me aproximei de Mabel, beijando-a na testa – Bom dia, querida. Trouxe pra você – Lhe entreguei a caneca de café fumegante – Tome cuidado, está quente – Ela sorriu.

- Obrigado, amor.

Sempre que ela falava comigo nesse tom doce uma centelha de esperança se acendia em mim. Quem sabe Mabel conseguisse se curar de todas as suas feridas do passado e nós possamos mesmo jogar tudo no ventilador... sem termos que andar devagar. Se ela quisesse eu a carregaria pra um altar amanhã mesmo, mas infelizmente não é assim que funciona.

- Vou levar o leite, depois me traga os ovos, Mabel.

- Pode deixar, Kathe – Mamãe saiu e nos deixou a sós. Sentei-me num banquinho que havia ali e lhe trouxe para meu colo, colando bem seu corpo ao meu.

- Como foi dormir sem mim ontem? – Perguntei, aproveitando-me para beijar e mordiscar seu pescoço.

- Foi horrível – Confessou, sorvendo o café – Essa é a única parte ruim de estar em Iowa, não podermos dormir juntos.

- Também acho um saco, mas meus pais não aceitariam a menos que fôssemos casados. – Comentei, sem nem me dar conta do que estava dizendo até Mabel ficar tensa em meus braços e se levantar do meu colo. Suspirei pesadamente. – Mabel, relaxe, não estou dizendo que vamos casar – Ela soltou o ar dos pulmões.

- Desculpe. Bem, quem sabe você não invade meu quarto hoje à noite, depois da ceia – Mudou de assunto – Vou levar os ovos e ajudar sua mãe – Ela me deu um selinho e saiu.

A centelha de que falei a alguns minutos atrás, havia acabado de se apagar. Não sei até quando levaríamos essa situação de dar um passo à frente e dois atrás. Mas não ia me deixar abater.

(...)

- Tem certeza de que não quer ir comigo? – Reforcei a amarração dos meus cabelos e borrifei um pouco de perfume.

- Tenho, Michael. Vou ajudar a Kathe com a ceia, e é bom que saia sozinho com seus amigos. O que faria no meio de um monte de marmanjo?

Pensando bem, também não gosto da ideia.

- Então eu já vou – Segurei-a pelo queixo e lhe dei um beijo na intensidade que gosto. – Volto antes das 6.

- Não beba muito, não vai querer passar o natal bêbado.

- Pode deixar, patroa – Lhe dei um tapa na bunda e sai rindo.

(...)

O bar continuava exatamente da forma que eu me lembrava. Rústico, limpo e aconchegante. Uma combinação perfeita pra atrair bebuns. Mas se o bar continuava igual as minhas lembranças os meus amigos estava muito diferente, o único que progredira para melhor fora o Max.

- Vejam vocês estão gordos, com barriga de shop, já ouviram falar em academia? – Caçoei.

-Não venha se achar aqui não, seu magricelo – Tobias zombou – Você e o Max são os únicos solteiros, isso explica por que ainda estão magros. – Todos rimos.

- O Tobias tem razão – João concordou.

- Estão enganado rapazes, Michael está quase casado. – Max gritou, com a voz já embolada – Vocês tem que ver a mulher que estava com ele aqui ontem, era mais que um avião, era um Boeing – Rimos novamente.

- Mais respeito com a minha morena, frangote – Lhe dei um tapa na cabeça. – Não tenho culpa de ser o único charmoso do grupo.

- Putzz – Marcel riu, jogando cerveja pra todo lado – Falou o cara que foi trocado pelo trompetista.

- Você é o único que não pode se manifestar Marcel, afinal se apaixonou pela professora de matemática e até hoje deve bater uma por ela – Max rebateu.

- Eu não, aquela desgraçada está velha e mais gorda que aquele tonel de shop – Explodimos em sonora gargalhadas.

A tarde desenrolou-se assim, entre brincadeiras, risos... e muito as vezes conversas sérias. Bebemos uma cerveja atrás da outra e já me sentia mais bêbado do que deveria estar e ao olhar no relógio ainda constatei que estava atrasado, já era quase 7 horas. Bêbado e atrasado! Mabel iria me matar duas vezes.

- Bom, rapazes, a conversa está boa, mas tenho que ir ou Mabel vai me matar.

- Bundão! – Max gritou.

- Nossas mulheres também estão nos esperando, temos mesmo que ir – Marcel completou.

- Hoje é noite de natal, rapazes! Um brinde – Erguemos nossas canecas de shop e brindamos.

- Vamos combinar de nos encontrarmos sempre que todos estiverem em Iowa.

- Com certeza, amigo – Todos concordamos com acenos.

- Agora tenho mesmo de ir – Tirei algumas notas da carteira e deixei no balcão, para ajudar na conta. Todos nos cumprimentamos com abraços cheios de tapinhas nas costas e quando finalmente estava saindo trombei com alguém, mas mesmo tonto, fui rápido o suficiente para segurar a pessoa... E que pessoa.

Quando firmei a linda loura e consegui focar em seu rosto, não tive dúvidas de quem se tratava.

- Maria? – Perguntei incrédulo.

- Mike? – Ela parecia tão impressionada quanto eu.

O tempo pelo jeito fez muito bem a Maria. Não que algum dia ela tivesse sido feia, Maria sempre foi linda, mas agora ela estava muito mais bonita, muito mais mulherão. Não tive como não reparar em seu corpo, suas pernas... Porra, ela fora minha paixão adolescente, sofri feito um condenado quando ela me deixou. Porém agora sou um homem apaixonado, e se não fosse isso, e não quisesse Mabel pra sempre ao meu lado bem que eu daria uns amassos na Maria.

- A quanto tempo – Disse sorridente – Sempre quis revê-lo depois que foi embora de Iowa, mas nunca dava a sorte de esbarrar com você.

- Venho sempre com muita presa – Sorri, meio sem graça – Como tem passado, Maria?

- Muito bem – Ela agora sorria maliciosamente – O tempo foi muito bom com você, Mike. – Ela varreu-me da cabeça aos pés com seus olhos.

- Aê garanhão – Um dos idiotas dos meus amigos gritou. Estava ficando cada vez mais constrangido. Fiz cara feia e eles pararam.

- Bem, estava mesmo de saída, foi bom revê-la, Maria – Lhe dei um beijo na bochecha e me virei para sair, mas ela me segurou pelo braço.

- Fica até quando na cidade? – Me fitou com fome novamente. Não lembrava dela ser assim tão atirada. Como diria a Mabel, tão óbvia.

- Ele vai ficar aqui pelos próximo 5 dias – A voz que soou as minhas costas, me fez fechar os olhos com força.

Fodeu!

Me virei e dei de cara com Mabel, ostentando a maior cara de ira que já a vi fazer.

- Obrigado pela informação, querida. Mas, você, quem é? – Maria perguntou, olhando Mabel de cima a baixo.
Estava começando a ficar puto com essa mulher. E mais puto ainda com os caras que agora estavam olhando pra Mabel.

O furacão se aproximou de Maria, e eu pensei que ela fosse matá-la, mas conhecendo Mabel como conheço, sei que sua ira está direcionada a mim. Ela encarou Maria com desprezo.

- Eu sou a idiota que até ontem transava com ele. Então sou a atual ex-namorada dele. – Ela afastou-se, passando por mim, sem me dar uma olhada sequer.

Max se aproximou e me empurrou.

- Vá atrás dela, seu idiota – Com o empurrão, eu finalmente acordei do torpor e corri atrás de Mabel. 

Capítulo 12

Quando saí do bar, avistei o carro de Mabel já fazendo a volta para pegar a estrada, corri o mais depressa que pude até o meu carro e saí atrás do dela. Eu até teria a alcançado, se aquele furacão não tivesse dirigindo a 120 por hora. Eu comi poeira feio.

Estava com tanto medo, desesperado, eu diria, que nem senti mais o estado de letargia da bebida. Temia que ela fosse embora dali sem eu ter a oportunidade de me explicar.

Larguei o carro de qualquer jeito em frente à minha casa e corri para dentro.

- Mabel – Gritei, mas não foi ela que apareceu e sim minha mãe, com cara de poucos amigos.

- Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?

- Agora não, mãe, onde está a Mabel?

- Ela subiu, mas... – Deixei mamãe falando sozinha e subi as escadas de dois em dois degraus. Fui entrando no seu quarto feito um louco, e como era de se esperar, peguei-a jogando dentro das malas as poucas roupas que havia tirado.

- O que faz aqui, seu bêbado idiota, não quis ficar se divertindo com a periguete country? – Fiz cara feia pra suas palavras.

- Mabel, você entendeu tudo errado – Suspirei pesadamente – Não estava com a Maria, apenas nos esbarramos quando eu ia saindo do bar.

- Espera aí – Ela parou o que estava fazendo, e virou-se para me olhar. Droga! Ela havia chorado – Aquela é a Maria que estou pensando?

Eu e essa minha boca estúpida. Precisava ferrar mais com a situação?!

- É, sim... bem, isso não quer dizer nada.

- Foda-se, Michael – Urrou, voltando a me ignorar.

- Por favor, Mabel, não seja infantil. Estou lhe falando a verdade, apenas esbarrei com a Maria. Sim, ela ficou se oferecendo pra mim, mas eu nunca te trairia, nunca faria isso com você.

- Isso é o que todos vocês falam – Ela fechou a mala, limpou o rosto, ergueu a cabeça e arrastou sua mala pelo quarto, passando por mim, como se eu nem estivesse ali.

Arghhh que minha vontade era de estapear aquele traseiro até ela pedir arrego. Mulher teimosa!

Antes que ela saísse, a segurei pelo braço, arranquei a mala de suas mãos e joguei-a na cama. Prendi seu corpo com o meu, e segurei seus punhos acima da cabeça. Ela ia começar a protestar, mas calei-a com um beijo.

- Você acha mesmo que eu seria tão idiota ao ponto de correr o risco de te perder, depois de tudo que passamos pra ficarmos juntos? – Perguntei, quando finalmente soltei seus lábios. Ela estava me olhando de olhos arregalados, em completo silêncio – Eu não te trocaria pela Maria, pela Laile, pela Germina, por nenhuma outra mulher... Por que elas foram amigas, ou fodas, mas você... você é quem eu escolhi pra viver comigo o resto dos meus dias, e foda-se se não for isso que você quer, por que mesmo que você me afaste, mesmo que algum dia nos separemos, você vai estar comigo, sob minha pele, infiltrada na minha mente, correndo pelo meu sangue, cravada em meu coração... Estou pouco me lixando se isso é ir rápido demais, se esse é o único jeito de te fazer entender, ótimo, então lá vai... Eu amo você, Mabel Theodore Mendes, e não importa a merda que você faça para nos afastar, isso já é real, e é tudo que eu tenho pra te dizer. – Larguei seus braços e saí do quarto sem olhar para trás.

Quando desci as escadas, dei de cara com meu pai, me fitando de forma compreensiva.

- Me acompanha? – Ele me entregou um copo de cachaça, que eu peguei com muito gosto – Vamos lá pra fora, venha – Antes de sair com ele, vi mamãe subir as escadas, provavelmente para falar com Mabel.

- Será que estraguei tudo? – Perguntei, de cabeça baixa, entre um gole da cachaça e outro.

Confesso que estava segurando para não chorar na frente do meu pai, e carimbar na testa de uma vez por todas ‘bundão’.

- Ela viu você e a Maria? Aquela Maria? – Apenas assenti. – A situação é mesmo complicada.

- Mas eu juro que não estava fazendo nada... Só esbarramos e ela ficou de conversa – Apertei o nariz, de puro nervoso – Por Deus, pai, eu nunca faria isso com a Mabel.

- Eu sei, meu filho – Meu pai se levantou do seu assento, sentando-se próximo a mim – É, as mulheres são exageradas mesmo, pra você foi só um esbarrão, mas na cabeça ‘feminina e dramática’ da Mabel, ela viu quase uma cena de sexo – Eu ri.

- Só você mesmo pra me fazer rir uma hora dessas, pai. – Meneei a cabeça – Mas e se ela for embora?

- Você vai ser homem suficiente pra ir atrás dela e lutar... Não pense que foi fácil com a sua mãe... Mulher é um bicho complicado filho.

- Se é...

Ouvi o barulho da porta sendo destrancado e meu coração falhou uma batida. E se fosse a Mabel, pronta pra ir embora? O que eu faria? Não aguentaria deixa-la ir!

- Vamos jantar e depois abrir os presentes – Mamãe disse, parecendo brava – Não me esforcei tanto pra nada, oras – Resmungou, entrando novamente.

- Vamos, moleque – Assenti, largando o copo ali e seguindo meu pai.

A mesa estava belíssima, mas eu não tinha fome alguma. Como comer, quando não sei se a mulher que eu amo vai me deixar ou não? Talvez ter dito aquelas coisas pra ela, só tenha a afugentado mais.

- Kathe, Joseph, Michael – Ouvi sua voz rouca e chorosa e imediatamente me virei em sua direção – Queria pedir desculpa pela cena que fiz, minha intenção não era estragar o natal de ninguém. – Ela abaixou a cabeça e coçou os olhos de uma forma tão imatura, que chegou a ser adorável.

- Não tem nada estragado aqui, Mabel, sente-se – Papai disse sorridente.

Ela pareceu hesitante em se sentar do meu lado.

- Deem as mãos todos, vamos fazer uma oração antes de comer – Mamãe exigiu. Eu ri por dentro. Às vezes ela me lembrava a Mabel, sempre uma general.

Enquanto mamãe a papai oravam de olhos fechados Mabel e eu nos olhávamos.

- Desculpe por tudo – Pediu num sussurro. Sorri.

- Me desculpe também... Obrigado por ter ficado – Sussurrei de volta.

- Meu amor – Ela se aproximou e beijou meus lábios castamente.

(...)

Jantamos em um clima muito mais leve. Conversamos e rimos bastante e na hora de entregarmos os presentes foi uma farra só. Aqui em casa sempre brincávamos com essa parte, dando coisas bem toscas um para o outro. Como sabia que odiava gravatas, sempre dava uma ao meu pai, e panelas a minha mãe. E eu sempre ganhava pijamas xadrezes, o que era uma droga. Pobre Mabel não foi avisada da nossa brincadeira e acabou gastando uma nota preta com os presentes, inclusive com o meu, um relógio caríssimo. Quando dei a ela um livro de receitas ela quase me bateu.

A festa de ano novo foi tão boa quanto a do natal, mas dessa vez não passamos apenas em família.
Max organizou uma festa no bar, mas apenas para as famílias mais chegadas. Todos fomos, e foi uma farra só. Finalmente conhecia as mulheres de Tobias, Marcel e João e os filhos também. As crianças adoraram Mabel, e ela também logo estava entrosada com as outras mulheres dali.

Dava pra ver o quão leve e feliz ela estava. Podia dizer sem medo algum de errar que a Mabel que ela insiste em dizer que morreu estava reassumindo seu papel e isso me deixava muito feliz, principalmente por ela... Por que eu a amaria de qualquer jeito mesmo.

(...)

- Michael, você é louco? – Censurou-me.

Estávamos trancados no banheiro do bar. Nos beijando feito dois loucos, e a essa atura eu já havia levantado a saia branca que ela usava e estava afastando sua calcinha para o lado.

- Shhhh – Calei-a com um beijo – Ninguém vai sentir nossa falta.

- Mas podem nos ouvir – Disse, em um fio de voz.

Molhei meus dedos e levei-os até seu clitóris, que pulsava avidamente. Sua intimidade estava molhada e tenho certeza que estava pouco se lixando se alguém escutasse, por que quando toquei-a, abriu-se ainda mais pra mim.

- Tem certeza que quer que eu pare? – Perguntei bem próximo ao seu ouvido, mordendo-o em seguida e não parando de esfregar seu nervo sensível.

- Não pare, amor, nunca. – Ela desabotoou minha calça e desceu-a só o suficiente para liberar meu membro, que estava duro.

Poucos segundos depois estava dentro dela, estocando-a tão rápido e forte que chegava a ser descoordenado... Ela adorava isso e eu mais ainda.

- Morena perigosa – Sorri contra seus lábios. Ela circundou minha cintura, deixando-nos ainda mais colados...

- Isso, Michael... assim – Gemeu, jogando a cabeça para trás. Aproveitei para chupar seu pescoço... e assim ela gozou, chamando por mim, arranhando-me e me levando para o orgasmo também.

... 10, 9, 8 – Ouvimos os demais gritar lá fora. Estávamos de testas coladas, rindo feito dois bobos - ... 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1... – Os fogos começaram a explodir lá fora.

- Feliz ano novo, morena.

- Feliz ano novo, meu caipira...

(...)

Já passaram 3 meses desde então. Mas ainda lembrava daqueles dias com detalhes, como se tivessem acontecido ontem. Foram sem dúvida os melhores da minha vida.

Mabel e eu continuamos juntos, é claro, e muito bem, diga-se de passagem. Estamos praticamente morando juntos, já que decretamos ser impossível dormirmos longe um do outro.

Cada dia eu tenho mais certeza da escolha que fiz e cada dia a amo mais... Mesmo achando ás vezes que isso é impossível.

Capítulo 13

Bem, de volta a rotina de sempre! Não me entendam mal, eu amo o que faço, mas ninguém gosta sempre do trabalho e ultimamente tenho me estressado demais com o meu. Primeiro o velho chato CEO da empresa está pegando no meu pé e de Mabel. Já recusou duas propostas de publicidade nossa e está começando a insistir demais nos planos Mabel/Dennis.

Não duvide, quando ele faz isso eu fico a ponto de jogá-lo pela janela.

Ele disse que tenho trabalhado melhor sozinho ultimamente. E talvez o velho tenha até razão, por que não consigo me concentrar quando estou com Mabel. É humanamente impossível. E a própria Mabel tem me chamado atenção. O que é ótimo, já que além de ser uma general em casa, agora quer dar ordens aqui.

Penso muito em sair da empresa, mas imediatamente lembro que o tatuadinho de merda ainda está aqui e se eu sair ele vai grudar na Mabel feito um sanguessuga.

Nós não nos falamos, além do essencialmente profissional. Tenho tanta raiva desse idiota que se pudesse o fulminava com um olhar.

- Marisol, pode vir até aqui, por favor – Pedi pelo ramal. Marisol levou menos de 5 segundos para estar na minha frente.

- Algum problema, senhor Jackson? – Perguntou, já com seu bloquinho em mãos.

- Não, Marisol – Me levantei, vesti o terno e peguei minha maleta – Alguma reunião para a tarde?

- Nenhuma – Confirmou.

- Estou indo embora. Desligue tudo por favor, trabalharei em casa durante a tarde.

- Sim senhor – Ela largou o bloquinho e foi fazer o que pedi. – Ah, senhor Jackson?

- Sim – Parei antes de ultrapassar o umbral da porta.

- Sei que o senhor não me perguntou, mas também mandou que ficasse de olho, então... – Deu de ombros.
- Desembucha, mulher.

- O Dennis entrou na sala da senhorita Mendes agarradinho na cintura dela, estavam rindo e estão lá até agora – Ela sorriu, aquele típico sorrisinho de quem acabara de se deliciar com uma fofoca. Nem respondi, bati a porta e fui direto pra sala de Mabel.

Estaquei antes mesmo de dar 2 passos. Mabel estava sentada em sua cadeira e o moleque estava atrás dela, inclinado o suficiente para ficar a centímetros do pescoço dela. Estavam conversando e rindo... e Mabel nem estava percebendo que o filho da puta estava olhando para os peitos dela, quase babando. Desgraçado!

- Agora eu te mato, desgraçado! – Parti pra cima dele. Mabel, que até então não notara minha presença, sobressaltou-se de sua cadeira e se pôs entre mim e Dennis.

- Michael, pare com isso, está louco? – Falou entre dentes, me empurrando para longe.

- Só estávamos trabalhando, Michael – Ele ergue as mãos e fez cara de inocente, mas quando Mabel virou-se ele sorriu. Me esquivei de Mabel e agarrei-o pela camisa, tirando seus pés do chão.

- Fique longe dela, entendeu? – Bati suas costas contra o vidro da janela.

- Pare com isso, Michael! – Ela me puxou mais uma vez – Você quer acabar com minha imagem na empresa, é isso? Como entra assim na minha sala e vai armando essa confusão? – Eu ri, sem o mínimo de humor.

- Pra mim chega! – Gritei, fora de mim – Fique aí com o Dennis, com a sua imagem na empresa... Estou cansado dos buchichos que sou o corno dessa merda. – Olhei dele para ela – Vão a merda! – Virei-me para sair, mas Mabel me deteve.

- Não seja radical, Michael, vamos conversar, hum? – Disse afável – Eu vou com você pra casa.

- Você não vai, vou sozinho. Me solte – Puxei meu braço e saí dali.

Mas antes de sair da empresa, passei no RH e pedi que redigissem minha demissão.

(...)

O bar hoje estava lotado. O que era explicável, já que é sexta feira.

Sim, eu sei que é ridículo que todas as vezes que brigo com Mabel eu venho parar em um bar, mas onde mais posso afogar minhas mágoas?

Essa mulher vai acabar me deixando louco, ou um alcoólatra, no mínimo. Aquela idiota não percebe que a amo tanto que é dilacerante pra mim vê-la perto de qualquer homem?

Chamem de ciúmes excessivo, de paranoia, de insegurança, de possessão... O que for. Estamos falando aqui de amor, e todo ser que ama incondicionalmente traz consigo todos esses sentimentos. Há os que sabem controlar-se e há os incontroláveis – Eu, por exemplo. – Mais vou tentar lhes explicar o que se passa em minha cabeça quando vejo um homem tão perto de Mabel. Algum dia você já teve uma sensação de incapacidade? Isso é o que prevalece quando a vejo com Dennis, é como se eu me descuidasse um minuto sequer ela fosse embora com ele, que me deixasse sem dó... Como se tudo que faço e dou a ela não fosse o suficiente para fazê-la feliz, para mantê-la ao meu lado e aí ela estivesse se cansando e abrindo as portas para alguém cumprir o papel que eu não estou conseguindo.

É idiota, ridículo, eu sei! Mas não somos lógicos quando amamos... E por algum motivo ainda não sinto firmeza em Mabel. Bem, talvez seja por que eu estou sempre me declarando, mas nunca ouvi dos seus lábios aquelas três palavras que parecem tão importante para vocês mulheres – Elas também são importantes para nós, homens. Pra mim então estão se tornando quase uma cura para a ansiedade constante – Acho que estou voltando a sofrer daquele mal agudo, onde minhas bolas e meu pênis se contraem e se transforma em uma vagina, e eu viro a personificação do ‘lado feminino do homem’ – Sim, todos nós temos esse lado, mesmo jamais admitindo em voz alta -.

Virei mais um copo do uísque e recostei-me na cadeira. Hoje, tocava uma música mais atual, algum tipo dessas baladinhas onde os cantores repetem constantemente palavras inexpressivas. Prefiro a melancolia romanesca do bom e velho Lionel Richie.

As pessoas estava se balançando ao som da música, algumas se beijando e havia duas garotas no bar que estavam piscando pra mim igual uma velha professora minha que sofria da síndrome de tourette. Elas eram lindas, mas Deus me livre. Já me basta Mabel pra me trazer todos os problemas.

- Acho que o destino sempre dá um jeito de nos unir – Alguém sussurrou em meu ouvido. Sorri, ficando de pé para abraçar a pessoa.

- Laile, o que faz aqui? – Ela beijou minha bochecha, logo depois sentando-se a minha frente. Também me sentei.

- Mon ange, disse que voltaria, pra te levar comigo pra Paris, caso seu namoro não tivesse andado tão bem, lembra-se? – Assenti, bebendo um longo gole. – E pelo jeito não anda tão bem assim. – Laile comentou.

- Estava bem, até algumas horas atrás – Suspirei pesadamente.

- Posso perguntar o que aconteceu?

- Aconteceu que sou um filho da mãe possessivo e ela uma filha da mãe que me irrita. – Laile me fitou em silêncio por longos minutos.

- Você e sua possessão vão acabar estragando tudo.

- Eu sei, mas não consigo ser diferente – Dei de ombros.

- Bem – Laile levantou-se – Não posso ficar com você, até por que se sua namorada aparecer, provavelmente me mata, mas tome isso – Ela me entregou um cartão de um hotel. – É onde estou ficando. Estarei lá até o final de semana. Minha proposta continua de pé. Sabe onde me procurar. – Ela me deu um beijo demorado na bochecha, limpando em seguida a marca do seu batom – Até mais, Mon amour.

Fiquei observando Laile sair... Essa mulher era um perigo. Sabia exatamente quando atacar e quando recuar. Quando ser amiga e quando ser uma boa transa. Talvez até déssemos muito certo juntos, mas jamais a amaria como mulher.

(...)

Voltei pra casa por volta das 8 da noite. Mas não estava no bar até aquela hora, não queria ficar bêbado, então assim que Laile saiu resolvi ir embora, antes parei em uma praça e fiquei por ali, olhando as estrelas, da forma piegas que eu amava.

Notei as luzes do meu apartamento acessas. Com certeza Mabel estava lá, já que agora ela tinha as chaves do meu apartamento e eu as chaves do dela.

Assim que entrei joguei tudo em cima de um sofá e me joguei no outro, me livrando dos sapatos e meias. Mabel se materializou em minha frente em 2 segundos, parecia triste e irritada, com os braços cruzados em frente aos seios e um vinco no meio da testa.

- Onde estava, Michael?

- No bar – Revirei os olhos. Fechei meus olhos, ignorando-a.

- Você pediu demissão da empresa?

- Pedi – Fitei-a – Não queria manchar seu nome. Vá e brilhe, Mabel, dessa vez sem mim para atrapalhá-la – Disse sarcástico.

- Pare de fazer isso, seu idiota! – Ela gritou. Em seguida senti um tapa no braço, depois outro, depois outro. Sim, ela estava me estapeando. Continuava a ignorando – Foda-se meu nome, a empresa, o Dennis, não vê que o que me importa é você! – Parei de ignorá-la imediatamente – Eu também pedi demissão – Disse mais calma.

- O que? – Perguntei incrédulo.

- Não tem sentindo eu continuar lá sem você.

- Mas, Mabel... é seu trabalho, você ama aquele emprego. – Ela riu tristemente.

- Talvez meu erro foi nunca ter lhe dito, mas eu não amo tanto assim aquele emprego.

- Não? – Franzi o cenho.

- Eu não o amo tanto quanto eu amo você – Meus lábios formaram um sorriso instantaneamente.

Eu esperei por isso um porrada de tempo e ela me soltava as palavras assim, sem nem sequer me preparar.

- Da outra vez que brigamos sério você me fez entender que me amava e que eu deveria confiar em você e eu aprendi. Agora é minha vez de te ensinar a confiar em mim. – Ela pegou uma caixa em cima da mesinha e se aproximou de mim – Você quer casar comigo, Michael?

Puta que pariu! Tinha algum tipo de alucinógeno naquele uísque.

- Responda, meu amor – Mabel pediu, rindo. Claro eu deveria estar com uma cara de idiota.

- Mas... os papeis estão meios invertidos aqui, eu que deveria te pedir e...

- Shhh – Ela calou-me. – Os papéis estão invertidos desde o começo aqui – Ela riu um pouco, beijando-me em seguida. – Sei que não fez isso antes por medo, aquela velha história de ir devagar comigo, não é? – Assenti, sorrindo – Agora sou eu que quero caminhar depressa. Me responda?

- Mas é claro que quero, meu amor – Tomei-a em meus braços e beijei-a com força, exigindo sua boca, com fome, com paixão, com amor.

- Michael, espere – Ela me parou, tomando um pouco de distância. Mabel me entregou a caixa que segurava e virou-se costas, erguendo seus longos cabelos. Devorei-a com meus olhos, só agora notando que ela estava apenas de hobby vermelho. – Abra a caixa, senhor.

Hã?! Ela havia me chamado de senhor?

Rapidamente abri a caixa e o que via ali quase me fez cair pra trás.

Era uma coleira de submissão... Ela estava querendo dizer que...

- Me faça sua mulher, sua amante, sua submissa... Hoje quero que seja meu dono.

Porra!

Ainda estava chocado, mas vê-la falando e agindo daquela forma me fizeram tomar uma atitude. Peguei a ‘coleira’ e fechei-a sobre seu pescoço. Assim que o barulho do cadeado se fechou e guardei a chave em meu bolso, ela caiu de joelhos em minha frente.

Capítulo 14

- Mabel – Disse incrédulo – Você tem certeza? Não quero que faça algo que não quer... você sabe o que farei se formos mesmo jogar e...seu trauma com o nojento do Romeo? – Ela ergueu a cabeça e fitou-me.

- Não há mais traumas, você me curou – Sorri – Eu quero fazer isso. No fundo meu maior desejo sempre foi esse... Vê-lo como senhor Dor, será a experiência mais excitante da minha vida.

- Se é isso que quer – Sorri maliciosamente – Levante-se. – Ela rapidamente fez o que mandei. – Livre-se do hobby e me olhe – Me obedeceu novamente. – Sabe as regras, não é?

- Sim, senhor – Respondeu.

- Suba para meu quarto e me espere ao lado da cama, de joelhos. – Ela assentiu e subiu as escadas rebolando aquele traseiro maravilhoso nu.

Cacete!

Cai sobre o sofá quando ela saiu e soltei uma longa respiração. Precisava me acalmar e entrar no modo ‘dominante’.

Nem me lembrava mais da promessa que lhe fiz quando deixei aquele quarto de hotel. No início até era meu intuito torna-la minha submissa por uma noite, mas depois de tudo que ela me contou, não acho que bater nela – Mesmo que essa forma de bater não tenha absolutamente nada a ver com a forma grotesca que o tal de Romeo batia – se tornou algo impensável. Não queria mexer em sua ferida, por isso já tinha esquecido. Mas eu a amo, porra, e se a mulher que eu amo quer realizar essa fantasia comigo, dane-se todo o resto.

Subi as escadas de dois em dois degraus, fui direto para o banheiro do quarto de hospedes, onde havia um armário fechado, tirei de lá minha maleta, onde guardava algumas ‘apetrechos’ bem interessantes. Me livrei de minha camisa, juntei tudo que havia pego e caminhei para meu quarto.

Mabel estava exatamente da forma que eu havia mandado ela ficar, de joelhos, do lado da minha cama. Ela não levantou o olhar quando entrei, como uma boa submissa. Ignorei-a, colocando as coisas que trouxera em cima do criado-mudo.

- Levante-se! – Ordenei – Deite de bruços na cama – Mabel me obedeceu, sem questionar. – Vou te chicotear, depois te vendar, te prender, te foder com minha língua, depois com meus dedos, vou me deliciar com seus seios, mas você está proibida de gozar enquanto isso, entendeu?

- Sim, senhor – Disse, ligeiramente agitada.

- Prometa que vai me pedir pra parar, se assim quiser.

- Eu prometo.

O silêncio recaiu sobre o quarto, sendo interrompido apenas quando o barulho do primeiro açoite ressoou. Estava usando um chicote de várias cerdas, esse normalmente não machucava, apenas instigava a corrente sanguínea a fazer seu trabalho mais depressa, deixando assim a área atingida mais sensível ao toque.

Mabel se contorceu e gemeu, durante os 15 golpes. Quando parei suas nádegas e costas estavam coradas e levemente marcadas.

Me sentei ao seu lado na cama e passeei minhas mãos pelos locais marcados, ela tremeu com meu toque.

- Vire-se – Ela o fez, dessa vez revelando-me seus seios fartos e arfantes, sua barriga lisinha, quadris largos e sua intimidade molhada. Peguei três algemas, juntando seus braços acima da cabeça e prendendo-os, em seguida prendendo cada um de seus tornozelos na lateral da cama. - Preparada? – Perguntei sorrindo torto.

Ela estava espetacular assim, deitada em minha cama, respirando irregularmente, levemente corada, presa, pronta para ser totalmente minha.

- Sim senhor – Sorriu. Assenti, voltando a capturar no criado-mudo uma venda e um prendedor de mamilos.

Assim que vendei-a ataquei sua boca em um beijo faminto, desesperado. Mal via a hora de me enterrar nela, em aliviar essa vontade maluca de estar dentro dela.

Não me detive muito tempo em seus lábios, descendo meus beijos famintos por seu pescoço e logo em seguida para os seios, apertei-os com vontade, admirando aquela fartura em minhas mãos. Levei minha boca a um deles, sugando com força, para logo depois minha língua brincar com o mamilo intumescido. Eu repeti o processo em ambos os seios, observando com satisfação Mabel se contorcer e choramingar.

Busquei os grampos de mamilos e pus nela com cuidado, vidrado em sua expressão, por que se eu visse dor exagerada em seu semblante aquilo acabava ali. Mas foi exatamente o contrário, quando fechei os grampos em seus seios, e puxei as correntes, Mabel gemeu, pedindo mais... A dor com certeza enviando ondas de excitação para seu clitóris.

Meu dedo continuou puxando a fina correntinha, enquanto minha boca fazia caminho até sua intimidade. Não demorei muito torturando-a, cai logo de boca, literalmente. Suguei seu clitóris, puxando-o e soltando-o, e cada vez que fazia isso ela gritava. Usei minha língua para dar leves ‘tapinhas’ no seu nervo, agora hipersensível, sentindo-o pulsar cada vez mais forte. Quando parei de dar atenção ao seu clitóris e penetrei-a com minha língua, sua intimidade apertou-a na sua quentura... Continuei fodendo-a com a língua até seus gritos se tornarem mais agudos, suas pernas começarem a tremer e quando estava prestes a gozar, parei o que fazia.

- Tsc, tsc, tsc – Balbuciei, a centímetros dos seus lábios – Não pode, lembra-se?

- Por favor, senhor, deixe – Pediu chorosa.

- Não! – Calei-a beijando-a. Agora Mabel parecia ainda mais faminta que eu, quase devorando minha boca com chupões. Precisava pará-la ou não aguentaria esperar. Parei de beijá-la, ocupando sua boca com meus dedos, os quais ela sugou com a mesma fome que fizera com minha boca. Quando já estavam suficientemente molhados, tirei-os de sua boca e penetrei-a.

- Oh meu Deus – Gritou, arqueando o quanto pode seus quadris.

Movimentei meus dedos sem dó, minha mão fazia barulho quando se chocava com sua intimidade, seus sulcos tornavam a penetração mais profunda e um pouco barulhenta... o que estava me dando ainda mais tesão. Sem que eu esperasse ou pudesse parar ela gozou, tão forte que chegou a ejacular algumas vezes. Não sei precisar quanto tempo ela passou alternando-se em gritos, gemidos e contorcionismos. Só sei que foi a coisa mais fodidamente quente que já vi.

- Mulher insolente, não te disse pra não gozar até que eu mandasse? – Disse em seu ouvido.

- Des... desculpa senhor – Pediu, ainda trêmula.

- Por conta disso, não vou comê-la aqui na cama, confortavelmente, como estava pensando. – Soltei as três algemas, trazendo uma comigo – Venha – Ela se levantou, parecendo hesitante em caminhar no escuro, por conta da venda. – Ponha as mãos para trás e incline-se – Algemei-a, e ajudei-a a inclinar bastante o corpo, numa posição que sei que não seria confortável e ela se sentiria instável, já que estava no escuro, com as mãos presas e sem encostar-se em lugar algum.

- Michael?

- Não vou deixa-la cair, confie em mim – Baixei minimamente a calça e a cueca, apenas o suficiente para liberar meu membro, que a essa altura estava tão duro e pulsante que chegava a doer.

Finalmente eu penetrei-a, enterrando-me completamente nela em uma única estocada. Mabel urrou e ganhou um bom tapa no traseiro. Passei a me movimentar sem pausa, estocando-a selvagemente, segurando-a pelos braços para lhe dar uma mínima instabilidade. Ela tentou erguer o corpo, mas impedi-a e lhe dei mais um tapa. Continuei com os movimentos firmes, fundos e muito rápidos. A intimidade de Mabel começou a me ordenhar e aquilo estava me enlouquecendo. Foi minha vez de gemer e apertá-la. Quando lhe dei mais dois tapas fortes na bunda ela gozou novamente. Tive de segurá-la para que não caísse.

Sai de dentro dela, para recuperar um pouco o fôlego. Livrei-a das algemas e da venda e coloquei-a de joelhos.

- Me faça gozar – Disse imperativo.

Ela também não enrolou, levando meu membro a sua boca, assim que lhe dei permissão. Sua cabeça movia-se com rapidez, enquanto ela me chupava e levava o meu pênis até sua garganta. Parou alguns segundos, ofegante, suada e um pouco lambuzada, mas logo voltou a me levar pra sua boca, deleitando-se.

Ela me lançou um breve olhar, sua boca cheia de ‘mim’ , e porra, minhas bolas se contraíram com aquela visão. Meus quadris começaram a se movimentar, ajudando-a.

- Mabel, vou gozar – Anunciei. Ela agarrou minha bunda e puxou-me para ela, fazendo-me enterrar completamente em sua boca e finalmente gozei, tremendo, agarrado aos seus cabelos, urrando, enchendo sua boca.

Quando voltei a conseguir focar em alguma coisa, vi Mabel levando-se e me puxando para a cama, onde caí feito um saco de batatas.

- Você é incrível, morena – Disse sorrindo, aquele sorriso idiota pós foda.

- Você que é, meu caipira – Fitei-a, beijando seu rosto em seguida.

- Espero não tê-la machucado – Arrumei seu cabelo atrás da orelha.

- Você nunca me machuca... – Ela sorriu e seus olhos brilharam – Amo você.

(...)

Jamais esquecerei aquele sexo maravilhoso. Já faz quase uma semana, precisamente 3 dias que tudo aconteceu e cá estou eu relembrando cada cena e consequentemente me excitando com isso.

- Chega, tarado! – Balbuciei pra mim mesmo. Levantando-me da cadeira onde estava sentado.

Mabel e eu decidimos realmente sair da Publicit New York. Apesar do senhor MacCartney ter feito uma tremenda cena pedindo para ficarmos. Ele tanto fez que conseguiu que passássemos a semana lá e que fôssemos ao coquetel de lançamento de uma marca famosa, a qual lançamos o último markenting. Voltamos, mas exigi a ele que Dennis ficasse bem longe da Mabel.

Agora estávamos nessa festa chata, cheia de esnobes. Ainda bem que seria a última por um bom tempo, já que decidimos que depois de acertamos tudo com a empresa sairíamos de férias por no mínimo três meses. Visitaríamos Paris, a índia e o Brasil.

Procurei Mabel em meio as pessoas, mas não a avistei em lugar algum. Aquela maldita morena perigosa havia sumido de minhas vistas e ainda mais vestida daquele jeito. Continuei procurando-a, mas para meu desprazer dei de cara outra pessoa, bem filho da puta, diga-se de passagem.

- Michael – Cumprimentou com deboche – Soube que está saindo da empresa e levando a Mabel com você?

- Vá se foder, moleque – Ignorei-o, pronto para deixa-lo falando sozinho.

- Você pode até tirá-la de perto de mim, mas a Mabel é mulher livre demais, ela arruma outro submisso rapidinho – Descontrolei-me, me virando e agarrando-o pela gola da camisa.

- Olha aqui, seu desgraçado, esqueça que eu e a Mabel existimos ou te quebro em lugares que nunca mais conseguirão te reconstruir. – Ele levantou os braços em rendição.

- Já esqueci ela, mas parece que seu último submisso não – Soltei-o. Ele ajeitou a gravata e continuou falando – Não sei se ela te contou, que seu ex submisso, Rhaí Borges, estava correndo atrás dela, feito um cachorrinho adestrado... – Arregalei meus olhos – Pelo jeito ela não te contou né? Mas ela contou a mim... – Ele sorriu com escárnio – E só pra te manter informado, os dois estão no jardim, nesse instante.

Saí dali vendo tudo vermelho. Que história era aquela de ex submisso correndo atrás dela?
Por que Mabel não me contou? Combinamos de não termos segredos.
Onde ela queria chegar com tudo isso? Estava me achando com cara de palhaço agora?

Quando cheguei no jardim a vi, de costas para mim, e havia um homem ajoelhado aos seus pés, e Mabel estava... fazendo carinho nele?!

- O que significa isso, Mabel? – Gritei e os dois me olharam assustados.

Capítulo 15

- Michael, não é nada do que você está pensando – Mabel murmurou, aproximando-se de mim.

O palhaço que estava ajoelhado, levantou-se e veio atrás dela.

- Eu não estou pensando porra nenhuma, Mabel, estou vendo – Disse entre dentes. Minha vontade naquela hora era de socar alguma coisa.

- Amor, o Rhaí é só um amigo e...

- Não minta mais pra mim. O seu outro submisso – Soltei em tom venenoso – Acabou de me dizer quem esse daí é. Rhaí Borges, mais um dos seus cães adestrados. Quantos ainda tem pra me apresentar, hein?

- Pare com isso, Michael. Está me ofendendo. Já passamos dessa fazer de briguinhas bobas.

- Quem é esse, Mabel? – O outro se pronunciou.

Não pensei duas vezes. Parti pra cima dele, esmurrando seu nariz primeiro, e depois de derrubá-lo, soquei seu rosto.

- Sou o noivo dela, entendeu? – Gritei, entre um soco e outro. O infeliz nem sequer tentou se defender.

- Pare com isso, Michael! – Foi a vez de Mabel gritar, agarrando meus braços e me puxando de cima dele.

Estava focado demais em quebrar a cara do desgraçado, tanto que nem vi quando as pessoas da festa começaram a se aglomerar ao nosso redor.

- Você quer que eu pare pra que? – Soltei o desgraçado, que estava desmaiado no chão – Não vou matar seu brinquedinho, querida. Fique com ele, com o Dennis e com quantos mais quiser... Estou cansado disso!

- Eu é que estou cansada – Fitei-a, de olhos arregalados. Ela estava chorando desesperadamente – Idiota, você nem me deixa falar. – Ela deu-me as costas e saiu por entre as pessoas, empurrando quem estivesse em sua frente.

Olhei para o cara desmaiado na minha frente e para todas as pessoas que agora estavam cochichando e rindo da cena que acabara de fazer...

Mabel! Só então lembrei-me de correr atrás dela.

Seu carro não estava mais no estacionamento. Corri até a avenida, no primeiro ponto de táxi me enfiei em um dos carros e pedi que o motorista arrancasse dali. 20 minutos depois estava estacionando em frente ao seu prédio. Subi para seu apartamento e lá encontrei a porta escancarada e alguns objetos jogados no chão.

- Mabel? – Chamei, já subindo as escadas.

Ela estava em seu quarto, acabara de se livrar dos sapatos e do vestido, e pelo jeito tentara tirar o penteado dos cabelos, mas deve ter perdido a paciência no processo, por que estava tudo desgrenhado. O nariz estava vermelho e embaixo dos seus olhos o rímel estava todo manchado.

- Você viu tudo que fez? – Gritou. – Viu a humilhação que me fez passar? Tudo isso por causa desse seu ciúmes doentio.

- Não me acuse como se não me desse razões suficientes para ser ciumento. Você vivia dando mole pro moleque tatuado, fez questão de jogar em minha cara que transava com quem quisesse, quando bem quisesse. E agora eu te encontro em um jardim escuro, com um homem ajoelhado aos seus pés e você acariciando ele. O que quer que eu pense? – Gritei, tão alto quanto ela.

- Quero que confie em mim, maldito idiota – Ela puxou um pouco os cabelos e se aproximou – Não é possível que tenha esquecido tudo que disse pra você.

- O que aquele homem queria? – Ignorei suas palavras anteriores.

- Apenas conversar comigo. E fui clara com ele sobre nós.

- Então ele se ajoelhou e você decidiu fazer carinho no seu cãozinho adestrado? – Perguntei, aproximando meu rosto do dela.

- É, ele se ajoelhou, se declarou pra mim, e fui gentil com ele... E sabe do que mais? – Me encarou desafiadoramente – Deveria mesmo ter mandado você e esse seu ciúmes obsessivo ás favas e ter voltado com ele.

Essa mulher brinca mesmo comigo. Ela não sabe o poder destrutivo que palavras como essa tem em mim. Imaginá-la com outro me deixa louco.

- Você está louca? – Segurei-a pelo braço.

Mabel ergueu o queixo, enxugou o rosto e me encarou decidida.

- É isso mesmo que ouviu – Disse fria. Com uma expressão inescrutável – Eu cansei de viver nesse ping-pong, brigando com você todas as vezes que você tem esses ataques de posse.

- Pare com isso, Mabel. Eu não vou embora, não vou deixa-la!

Senti espessas lágrimas quentes rolarem por meu rosto. Estava pouco me lixando pra minha fraqueza. Eu não ia perde-la.

- Vá embora com Laile, sua francesa. Ou pensa que não sei que ela voltou e fez questão de procura-lo. – Soltei seu braço e enxuguei meu rosto. Controlando-me para não explodir novamente.

- Vê só como é quando o problema é com você?

- Não queira reverter o jogo, Michael. Eu soube da volta de Laile e do encontro de vocês desde sempre, e ao contrário de você, eu não fiz escândalo, não briguei, nem mesmo fiquei chateada. Por que, já te disse isso uma vez e vou repetir, aprendi a confiar em você, mas você não aprendeu em confiar em mim... Não dá mais pra mim. Por causa da sua possessão perdi meu emprego, dois amigos e agora estou sendo alvo de risadas. Já chega!

- Mas... mas, eu confio em você, só...

- Não há mais nada a ser dito aqui, Michael.

- Você continua a mesma mulher fria de sempre, não é? – Descontrolei-me. – Veja só como fala em acabar tudo que construímos. Como se nada disso fosse te fazer falta. – Ri, sarcástico – Deve até ter planejado isso mentalmente – Voltei a segurar seu braço – ‘vou usar esse idiota, brincar de casinha um pouco e depois volto pra minha vida de devassa’ – Ela usou a mão livre para me dar um tapa no rosto.

- Como tem coragem de dizer isso? – Seus olhos estavam ainda mais vermelhos. – Eu pensei que te conhecesse, Michael.

- E eu pensei que tivesse mudado minimamente, mas foi mera ilusão.

- Talvez os dois tenhamos razão. Por isso digo e repito VÁ EMBORA – Apontou o dedo trêmulo para a porta – Suma da minha casa, da minha vida. – Assenti. Sentindo meu coração doer, e as lágrimas novamente inundando meus olhos.

- Tem certeza do que está me dizendo, não é?

- Vá com sua querida Laile, talvez nela você confie, talvez com ela você gaste mais tempo sendo feliz do que brigando.

- Talvez ela me ame de verdade – Soltei-a.

- Pois é, talvez mesmo.

Um silêncio pesado recaiu sobre nós. Ela virou-se de costas e pude ouvir o barulho de seu choro. Não pude mais me conter, e também me permiti chorar.

Eu queria correr e abraça-la, mas sabia que agora havia um abismo muito grande entre nós que me impediria de tê-la em meus braços.

Deus que me desse forças, por que e não tinha coragem suficiente para virar as costas pra ela e ir embora dali. Sabendo que talvez jamais fosse voltar a vê-la.

- Mabel? – Chamei, numa última tentativa de reaproximação.

- Vá embora, me deixe em paz – Gritou.

Eu finalmente fui, deixando para trás a mulher da minha vida. Deixando para trás a maior oportunidade que já tive de ser feliz.

(...)

3 dias depois...

Quando saí da casa de Mabel, a 3 dias atrás, eu não fiz como de costume, indo para o bar encher a cara. Eu fui pra casa, me tranquei no banheiro e chorei... Sim, chorei, como nunca havia chorado antes. Sentia como se tivessem arrancado meu coração, sem me anestesiarem durante o processo.

Eu amei-a, abdiquei de um monte de coisas por ela, a fiz feliz... e tudo que ganhei foi dor... Estava me sentindo ridículo e já era chegada a hora de parar com isso.

Liguei para meu advogado, deixando ele responsável por todos os trametes de demissão com a Publicit New York. Joguei algumas roupas em uma mala, peguei meus documentos e saí do quarto.

Seria difícil deixar tudo para trás, mas era preciso, pelo menos por enquanto.

Olhei mais uma vez para meu apartamento, não fazia muito tempo que estava ali, mas sem dúvidas amava aquele lugar. Antes de sair do prédio, fui até a garagem dar uma última olhada no meu carro. Ia sentir saudades dele também, mas minha Suv seria bem cuidada pelo porteiro. Prometi que mandaria uma extra todo mês para que ele cuidasse bem do meu carro.

- Espero que faça uma boa viagem, senhor Jackson e que volte logo – O porteiro veio me ajudar com as malas e se despedir.

- Obrigado, Miguel. Não tenho data pra voltar, então por favor fique de olho no meu carro e no meu apartamento.

- Pode deixar, senhor.

- Até breve, Miguel – Dei um tapinha em seus costas, em seguida entrei no táxi e parti para o aeroporto.

(...)

Epílogo
Especial – Narradora

Mabel se jogou no sofá e enfiou-se debaixo das cobertas. Estava morrendo de frio, e ela sabia bem que não se tratava do clima e sim do frio que Michael deixara quando foi embora.

Nenhum dos dois deu o braço a torcer. Não ligaram um para o outro. Mas Mabel sabia, que apesar de terem se magoado bastante, alguma hora um deles não aguentaria a distância e iria procurar o outro.

Ela enxugou os olhos vermelhos e assoou o nariz dolorido. Estava tão cansada de chorar, que sempre que começava com um de seus acessos pedia aos céus para adormecer e assim descansar.

Ela ligou a TV e começou a zapear, parando em um dos jornais locais. Não que fosse mesmo prestar atenção no homem de terno e gravata, falando como se estivesse se apresentando para a rainha da Inglaterra, mas o barulho da TV lhe dava sono e lhe fazia companhia.

“Uma tragédia acaba de acontecer no Aeroporto Internacional John F. Kennedy – A voz de pesar do homem, chamou a atenção de Mabel para a TV – Uma aeronave, que partia para a capital da França, explodiu ao sair da pista de decolagem. Não temos ainda muitas notícias, mas já estamos com a lista contendo o nome de alguns dos passageiros:

... – Anne Coimbra... – Mabel continuou observando atentamente o jornalista e estranhamente seu coração começou a apertar.

...- Laile Monelise – A boca de Mabel se abriu em choque.

...- Michael Joseph Jackson... – Depois daí ela não conseguiu escutar mas nada do que o jornalista estava falando.

Tudo ao seu redor havia sumido, era como se ela estivesse caindo em um poço sem fundo.

- Michael – Balbuciou, as lágrimas inundando seu rosto – Não pode ser!

Continua em "Minha Necessidade"

 http://michaeljacksonfanfics.blogspot.pt/2014/12/serie-minha-necessidade-18.html