Autora: Tay Jackson
Elenco:
Vick D'Lacourt: Uma jovem normal, feliz e realizada, noiva do milionário Luke Jackson.
Ela vai aprender sobre si mesma de uma forma que jamais imaginou.
Michael Jackson: O obstinado, ele fará de tudo para conseguir o que quer.
A empresa de seu pai que o cortou do testamento passando tudo para o seu irmão,
ao qual ele sempre odiou. Ele é astuto, inteligente e ninguém jamais imagina qual será o seu
próximo passo.
Luke Jackson: o irmão mais novo de Michael, ele dedica a vida para proteger
as últimas vontade do pai, que é de manter seu irmão bandido fora dos negócios.
Luke é um jovem cheio de esperanças, mas vai se ver sem forças para enfrentar o próprio irmão
quando o mesmo lhe tirar tudo.
Jane Jackson. Mãe dos irmãos inimigos, sua missão é dar total apoio a Luke
seu filho mais novo, e manter os dois irmãos distantes por puro medo.
Mas Jane tem um segredo ao qual pode mudar tudo.
Capítulo 1
Eu estava feliz naquela noite, tão feliz que eu pulava empolgada no meu da sala do meu apartamento ao lado de Luke meu namorado. Estávamos de pijama preparados para dormir quando ele me contou a mais nova novidade.
É que Luke finalmente conseguia o cargo mais alto na empresa de sua família, algo que lutou até o final em conseguir, e que finalmente estava em suas mãos.
Ver Luke durante sete anos lutando por algo que deveria ser seu desde o início foi complicado para mim. Suas frustrações e lamúrias, tendo que por pouco ter que desistir de tudo, foi sem dúvidas um tormento. Ele tinha sonhos, tinha planos, mas não poderia fazer muita coisa sabendo que um desconhecido estava a frente dos negócios a mando do irmão mais velho. Ele sim dominava tudo de longe, onde só Deus sabe aonde estava, mas que mesmo assim fazia tudo que podia para derrubar o próprio irmão.
Sinceramente eu não conseguia entender como há alguém que seria capaz de fazer tal coisa com um membro de sua família, sangue do seu sangue, tendo o intuito único de conseguir o que queria. Mas finalmente Luke conseguiu na justiça o afastamento do irmão que só sabia torrar a grana da família e finalmente assumir seu posto, e agora estávamos nós comemorando esse feito e eu muito orgulhosa do meu amor.
-Até que em fim, até que fim Luke! _Envolvi meus braços envolta do seu pescoço. -Você merece meu amor, merece por toda luta que teve.
-Finalmente Vick, finalmente consegui tirar aquele crápula do meu irmão da frente da minha empresa. _Luke ficou irritando ao mencionar seu irmão passando a mão na nuca com insistência.
Havia um problema familiar entre os dois ao qual eu nunca me meti, mas de tando ouvir Luke dizer barbaridade do irmão consegui ter uma ideia formada sobre ele. Uma ideia que iam totalmente fora dos meus princípios.
Como alguém pode roubar a própria família com milhões de dólares e ainda conseguir ficar com a empresa para ele, a comprando para si? Só sei que o que Michael fez foi desonesto com a própria família. Quase os deixaram na ruína por meros caprichos de menino mimado.
Mas graças a Deus Luke conseguiu provar o feito e recuperar a empresa, tudo graças a bons advogados durante quase sete anos de luta, mas em fim está ai o resultado.
-Você conseguiu amor, e eu estou orgulhosa. _Sorri pra ele alisando seus cabelos medianos castanhos e recebendo um beijo nos meus lábios. Um beijo doce, que Luke sempre era acostumado a me dar em forma de agradecimento, por sempre estar ao seu lado.
-Obrigado por tudo, pelo seu apoio.
-Eu sempre estarei ao seu lado. Sabe disso.
-Sim eu sei.
Luke me olhou com aquele olhar tão meigo para mim que me derretia em poucos minutos e como sempre não resisti. Beijei sua boca com força, com avidez, lhe mostrando o quanto estava feliz com tudo que havia acontecendo para nós. A decisão de morarmos juntos, os planos de nos casarmos em breve e agora ele conseguir recuperar a empresa mais uma vez. Nada poderia estar melhor.
Capítulo 2
Quando decidi morar com Luke naquele dia em que conversávamos sobre o nosso futuro, eu tinha certeza plena de que estava fazendo a escolha certa. Luke sempre foi maravilhoso para mim, sempre esteve lá quando eu mais precisei, e eu o mesmo com ele, não havia motivos para não ficarmos definitivamente juntos.
-Eu amo você Vick. _Disse ele com a testa encostada a minha depois de um longo beijo que compartilhamos em poucos segundos.
-Eu também te amo amor. _Sorriu com ternura.
-Já que tem tanta certeza disso, e que eu sei que quer ficar ao meu lado por muito tempo de agora em diante, acho que está mais que na hora de lhe fazer esse pedido oficial. _Eu já sabia do que se tratava, Luke havia me dado muitas dicas de que a qualquer momento faria o pedido oficial e eu estava mais que ansiosa pra ouvir. -Quer casar comigo?
Eu já estava tão certa das minhas escolhas que eu não hesitei em responder. Eu queria sim passar o resto da minha vida ao lado daquele homem que eu aprendi amar, o homem que seria tudo pra mim. Pai dos meus filhos, companheiro e amigo. Sorri empolgada assentindo freneticamente.
-Claro que sim. _Ele sorriu segurando minhas mãos com força.
-Então acho que devo lhe dar uma coisa... _Luke se levantou de nossa cama onde estávamos sentados, trazendo uma caixinha aveludada na cor vermelha. -Isso é pra você.
Peguei a caixinha entre os meus dedos a abrindo. Havia um anel lindo de diamante dentro, um anel bem diferente que me fez pensar sobre seu significado. Meu Deus eu iria me casar! Casar com ele e passar o resto de minha vida ao seu lado.
-É lindo meu amor! _Exclamei extasiada quando Luke o colocou no meu dedo anelar.
-Quero fazer uma festa de noivado nesse final de semana, acho justo oficializarmos isso o quanto antes para a nossa família.
-Eu também acho. _Ri incrédula sabendo que isso tudo estava acontecendo. -Meu Deus vamos nos casar Luke! Você tem ideia disso?
Luke segurou meu rosto em suas mãos fortes acariciando meu queixo. Ele sabia tanto quanto eu o quão importante seria aquela união, significaria uma vida repleta de amor e felicidade, ao qual ele sempre me deixava saber o quão real era.
-Sim eu faço, e não existe homem mais feliz nessa terra além de mim. Estou até mais feliz com isso, do que conseguir a empresa de volta das mãos do meu irmão. _Ri. -Eu te amo.
Não posso negar que era bom saber que sou mais importante do que a empresa, uma mulher nunca gosta de ser tida como a segunda nos planos de um homem, acho que por isso Luke me deixava tão tranquila.
-Também te amo. _Nos beijamos mais uma vez com doçura.
Nos amamos naquela noite sabendo que muitas e muitas ocasiões como esta aconteceria por muitas vezes. Eu amava a forma que eu e Luke fazíamos amor, tão concentrados, tão apaixonados e intensos. Ele sabia me levar de um jeito especial e comovente que me dava um senso de paz assim que meu corpo atingia o orgasmo. Luke e eu éramos um casal unido em todos os sentidos da palavra.
(...)
No dia seguinte meu noivo estava se preparando para assumir o cargo da empresa, ajeitei sua gravata cinza que caia bem em seu terno preto e muito bem cuidado. Seus cabelos médios cuidadosamente penteado para trás o que deixava seu corpo de 1,80 de altura com uma elegância incomum. Lhe passava confiança dizendo que tudo daria certo, eu sabia que tudo daria certo assim que pisasse seus pés no lugar que era seu por direito.
Luke é um homem profissional e nunca precisou passar por cima de ninguém para conseguir o que queria. Ele sempre foi honesto e mesmo que as dificuldades estava ali diante de seus olhos sempre conseguia uma forma de vencer as barreiras. Eu tinha orgulho do homem que se tornou.
Já seu irmão mais velho era o total oposto, e isso me faz pensar o que aconteceu a esse pobre homem para ser tão desonesto e mesquinho. Os pais eram maravilhosos, mesmo sabendo que Roy Jackson o patriarca da família já era falecido, eu sabia o quão bom ele era, e Jane Jackson a mãe dos irmãos sempre fora muito doce comigo. Talvez eu nunca entenderia essa segunda versão da história, a versão de Michael, até porque eu jamais conhecera pessoalmente, apenas por fotos. E se caso eu ficar frente a frente com ele eu juro que sentirei repulsa por tudo que fez com sua própria família.
Capítulo 3
Luke havia tomado o seu posto com honras, todos o receberam com festejo por em fim estarem livres da ditadura de Michael, ele sempre fora o pior chefe mesmo estando longe de tudo. E todos tinham medo dele, pela forma de impor ordens, sempre ameaçando demitir quem ousasse a desobedecer, ou fazer coisa pior. Até mesmo o seu representante tinha medo, exatamente por isso que lambia os seus pés e fazia tudo que mandava.
A questão é que com Luke assumindo, ambas as partes estavam em plena comemoração. E eu muito mais, me preparando para a festa do meu noivado.
Seria no salão da casa dos meus sogros, Jane havia preparado tudo para a comemoração, estava tão empolgada quanto eu, dizendo que logo queria os netos. Eu adoraria dar netos a ela, adoraria ter um filho com Luke o mais rápido possível, para que em fim pudéssemos ser a família feliz. Mas por enquanto era apenas o noivado e eu estava muito feliz com essa noite, querendo aproveitar cada detalhe.
Me vesti de um macaquito curto que deixava minhas pernas de fora, com as cores que eu adoro, um colorido mesclado com rosa e azul, um salto pink e cabelos bem arrumado em um penteado despojado, trança embutida. Eu estava pronta para me tornar oficialmente noiva de Luke.
Adentrei o salão da propriedade ladeada de meu noivo, ele me dizia o tempo todo o quanto eu estava linda, e com certeza ele estava ainda mais. Seus costumeiros ternos eram imprescindíveis, além de sempre o deixar alegante.
O salão estava lotado com amigos e nossas famílias. Meus pais sempre deixando óbvio a felicidade que estavam, e eu da mesmo forma.
-Você será um ótimo marido pra minha filha Luke, tenho certeza disso. _Papai falou com um tom de contentamento e eu dava graças a Deus que minha relação era aprovada por todos. -Um homem integro, honesto e que a ama de verdade.
-Obrigado James, Vick é a mulher da minha vida, acho que demorei demais para tomar de vez essa decisão. _Rimos.
-Sim demorou mesmo. Sete anos? Achei que iria enrolar minha filha, mas você provou que não.
-Claro que não James, eu a amo e jamais faria isso. Mas até que foi na hora certa, agora que estou finalmente a frente da empresa com minha vida profissional estabilizada novamente. É um ótimo momento.
-Sim é, e meus parabéns. Finalmente conseguiu o que queria.
-Sim papai, Luke finalmente conseguiu. _Segurei firme no braço do meu noivo me sentindo orgulhosa.
-Espero que logo me deem netos. _Rimos.
-Pode deixar James, em breve estarão todos ai correndo em uma completa bagunça. _Rimos e ele assentiu satisfeito.
Todos os convidados bebiam coquetéis e conversavam amenidades, eu não saia de perto de Jane e mamãe. Conversamos sobre os preparativos do casamento, coisas que toda a mulher adora conversar, principalmente quando se trata da união entre você e o homem que ama. Até que Luke pediu a atenção de todos. Parece que seria oficialmente anunciado e eu estava ansiosa para isso.
-Senhoras e senhores! _Caminhei ao seu encontro me colocando ao seu lado com um sorriso mais satisfeito nos lábios. -Todos nós sabemos o motivo dessa comemoração, e sabemos também o quão importante para nós, principalmente para mim e Victoria. _Seus olhos verdes me fitaram com emoção e eu sorri docemente para o meu homem. -Depois de sete anos juntos percebemos que necessitávamos de muito mais que somente uma vida de casal que mora junto, percebemos que queremos compartilhar nossa vida, ter planos, futuro - algo que já tínhamos claro - mas que agora será um início de uma realização. Quando conheci Vick há sete anos atrás percebi que ela era a mulher certa pra mim, e eu tinha razão.
Ele falava tão bem de nós dois, eu realmente me sentia amada por aquele homem, me sentia realizada por em fim ter a vida que eu sempre quis.
-É por isso senhoras e senhores, que peço a mão da Vick em casamento. Diante de todas as testemunhas aqui presente, diante de nossa família e de nossos amigos. _Todos se manifestaram com aplausos e murmurio de felicitação, deixando claro a satisfação de todos.
Luke pegou o anel de noivado ao qual havia me dado e posicionou para colocar no meu dedo.
-Aceita amor, se casar comigo? _Ele já sabia a resposta, era só o protocolo de sempre e eu disse sim com toda a convicção do mundo enquanto Luke colocava o anel mais uma vez no meu dedo e me dava um selinho nos lábios. -Eu gostaria de fazer um brinde para abrir o início de minha felicidade.
Luke levantou sua taça de champanhe e todos acompanharam.
-À felicidade! _Os aplausos foram ecoando por todo o salão até que de repente tudo ficou um silêncio.
Todos continuavam conversando entre si e Luke acariciava o meu queixo, tudo estava perfeito.
-Eu também gostaria de fazer um brinde! _Uma voz suave e ao mesmo tempo firme com um tom sombrio ecoava por todo o salão fazendo todos se calarem na mesma hora.
Todos, completamente todos olharam em direção da voz e eu o mesmo. Um homem alto, moreno, cabelos cumpridos cacheados amarrados, usando uma camiseta de cetim vermelha e uma calça de couro da mesma cor, estava parado com um sorriso sínico nos lábios.
-O que você está fazendo aqui seu desgraçado? _Luke bradou e eu pisquei meus olhos por diversas vezes tentando não pensar o que eu estava pensando, mas já era tarde demais e eu tinha certeza. Bom, ele estava ali diante de todos nós não é mesmo?
Era Michael Jackson o irmão mais velho de Luke, o gênio mal da família, a ovelha negra, a pessoa mais perversa que eu tanto ouvi falar, ou seja lá como quiser nomear alguém que rouba a própria família. Estava diante de nós e eu estava sem reação alguma.
Capítulo 4
-O que eu estou fazendo aqui? _Michael encarou Luke com uma sobrancelha levantada e um sorriso dançando em seus lábios.
Ele segurava uma taça de champanhe nas mãos onde ele usava uma pulseira de ouro branco e um anel em seu anelar. Sua postura dura e altiva dava um clima de imprevisibilidade. Eu não sabia o que ele queria, ou que faria, provavelmente veio revindicar os seus "diretos" para o irmão e eu temia por isso, com certeza Luke seria o alvo. Mas tinha que ser logo naquela noite, onde todos estavam comemorando o nosso noivado?
-Ora maninho, comemorar. _Abriu os braços como provocação e eu vi no rosto de Luke, ele estava perturbado demais.
Michael caminhou em nossa direção, eu não conseguia me soltar de Luke estava tensa demais para isso, chegou bem perto de mim me olhando no fundo dos olhos.
Era a primeira vez que eu o ouvia frente a frente, e assim tão próximo a mim, pude contemplar a linha do seu rosto com precisão. Seu maxilar quadrado masculino com um furo no centro do queixo, seus olhos extremamente negros, nariz afunilado, lábios carnudos avermelhados. Compunha um rosto lindo de um homem jovem, mas experiente o suficiente.
-Uau! Que gracinha de noiva irmãozinho. _Ele sorriu largamente e eu não deixei de notar seus dentes perfeitamente brancos.
-Não encoste nela! _Luke bradou se pondo entre nós. -Eu quero você fora daqui Michael! _Michael que olhava para mim, se virou para Luke lançando um olhar furtivo, mas ainda com o sorriso cínico.
-E perder a festa? Claro que não Luke. Vamos aproveitar e falar de negócios.
-Não tenho nada pra falar com você, muito menos sobre os meus negócios. _Enfatizou que os negócios eram dele.
-Engraçado. _Colocou a mão no queixo como se pensasse. -Porque seus negócios também diz respeito a mim. E eu não vou sair daqui até tê-los. _Agora sim Michael desfez o sorriso cínico estreitando os lábios.
-Já chega Michael! _A voz de Jane desesperada ecoou pelo local. -Depois falamos sobre isso, agora não por favor. _Ela tinha uma voz chorosa pelo tumulto que o filho mais velho fazia e eu me compadeci dela. Com certeza estava sofrendo por voltar a ver seu filho depois de tantos anos e nessas condições.
-Fica na sua mamãe, meu negócio é com esse filho da puta aqui. _Ele usava palavrões para se impor e eu percebi que eu nunca havia ouvido tais palavras da boca de Luke.
-Eu não tenho negócio com você, recuperei o que é meu por direito. _Michael que tinha a taça de champanhe em mãos a jogou com força ao chão fazendo o vidro espatifar na mesma hora e eu fechar os olhos com um medo me corroendo.
-Seu direito o caralho! Eu comprei aquela merda toda, eu investi muita grana. Eu sou a porra do irmão mais velho seu maricas de uma figa. _Os olhos de Michael se enrubeceram e eu temia que rolasse uma briga feia ao qual os irmãos saíssem no braço e pela raiva que Michael tinha, eu temia que Luke saísse na pior.
-Corrigindo... você roubou tudo aquilo. Roubou sua própria família, não teve nenhuma lealdade com ninguém. _Os convidados olhavam para os dois em choque, mas ninguém ousava se meter. Era o barraco do ano, na família Jackson.
-E você acha mesmo que eu ia obedecer o que aquele velho dos infernos deixou naquele maldito testamento? A empresa para você Luke? _Riu como se fosse a melhor piada. -Você não serve nem pra limpar o chão daquela empresa e quer ser o presidente? O velho Jackson estava errado, só fez isso para me irritar achando que eu torraria o dinheiro da empresa e a derrubaria de vez, mas olha só. Ela ainda está de pé. Eu tive que fazer o necessário.
-Você não se arrepende não é canalha? Eu deveria coloca-lo na cadeia por isso. _Ele riu.
-Com que provas Luke? O dinheiro era da família, eu sou não sou? Pelo menos tem uma porra de um nome Jackson no meio na minha certidão de nascimento, pequei o que era meu de direito.
Eu estava completamente chocada com o cinismo daquele homem, ele não tinha um pingo de remoço.
-Você não merece esse cargo. _Ele estava conseguindo me irritar de uma forma intensa e eu não consegui mais ficar quieta.
-Luke merece sim esse cargo! _Gritei o vendo olhar para mim em uma rapidez que me fez tremer. -Ele lutou, consertou toda bagunça que você fez, está tentando recuperar todos os estragos. É você que não merece o que o seu pai lhes deu, muito pelo contrário. É um egoísta, mimado que só pensa em dinheiro. _Falei tudo que eu precisava falar, mas meu corpo tremia, pois eu não sabia qual seria a reação daquele homem depois do meu desabafo, mas me surpreendi quando ele começou a gargalhar sem parar. Uma gargalhada debochada e cruel.
-Agora você deixa mulherzinha falar por você é isso Luke? _Michael voltou a caminhar em minha direção chegando seu rosto tão perto do meu que eu pude sentir o aroma fresco do seu hálito. Nossos olhos estavam se encarando e eu sinceramente estava com medo do que ele faria. -Nossa conversa não acaba aqui maninho. _Falou com Luke ainda na mesma posição de antes, me encarando. -Vou fazer você comer poera. _E então ele se ergueu altivamente de novo ainda me encarando. Caminhou até a mesa onde havia uma taça de champanhe capturando em seus mãos. -Vocês ainda vão ouvir falar muito de mim. _Bradou caminhando pela saída e em fim indo embora dali.
Soltei minha respiração em um alívio e só ai que percebi o quanto eu estava a prendendo. Aquele homem era pior do que eu imaginei, e eu temia em saber que tipo de pesadelo ele traria para nossas vidas.
Capítulo 5
O burburinho se instalou pelo salão e Luke estava com uma aparência perturbada. Caminhei até ele segurando em seu ombro.
-Amor, está tudo bem? _Luke pousou sua mão por cima da minha e me deu um sorriso tranquilo, mas eu sabia que ele só queria mostrar que tudo ficaria bem.
-Está sim. _Ele assentiu tocando com carinho em meu rosto, e depois se virou para os convidados. -A festa ainda continua queridos convidados. _Levantou sua taça de champanhe. -Aproveitem o champanhe e mais tarde serviremos o Brand.
Luke disse somente e saiu do salão sem dizer mais nada e eu corri atrás dele. Antes que eu cruzasse a porta de saída pra alcança-lo Jane segurou o meu braço me fazendo parar.
-Vick, por favor, não deixa o Luke ir atrás do Michael. _Foi uma súplica e eu assenti. -Se eles se enfrentassem seria um desastre, Michael é violento quando quer e eu não quero nem pensar. _Seu olhar estava visivelmente preocupado.
-Isso não vai acontecer Jane, não se preocupa.
Girei em meus calcanhares e tentei alcançar Luke pelos jardins gritando o seu nome, mas eu não o vi. Caminhei em direção da piscina e pude contemplar uma silhueta parada perto a árvore. Era ele com uma mão na cintura e a outra na cabeça.
-Amor? _Quando estava perto o suficiente coloquei minhas mãos em seu ombro lhe chamando a atenção.
-Não consigo entender porque esse crápula apareceu aqui depois de tudo. -Sua voz estava baixa, porém magoada. -Logo no nosso noivado Vick.
-Eu sinto muito Luke, foi.. foi horrível.
-Se ele pensa que vai ficar fazendo joguinhos ele está muito enganado, não vou cair na dele.
-Seu irmão é pior do que eu pensava. _Balancei a cabeça. -Mas pelo amor de Deus Luke, não fica assim. Ele não vai poder te atingir, não mesmo. _Ele riu com ironia maneando a cabeça freneticamente.
-Ele é capaz de tudo Vick, tudo. _Sua afirmação parecia pensativa.
-Quer ir embora? Você precisa descansar.
-Não, não vou dar a Michael o gostinho de ter estragado nosso noivado. Irei para dentro daquele salão e continuamos comemorar o nosso dia. _Sorri satisfeita, eu sabia que Luke iria levantar a cabeça depois da cena do irmão.
De volta a festa, Jane tentou consolar o filho demostrando o seu apoio, mas Luke se mostrou firme e disse que estava tudo bem, que Michael jamais conseguiria derruba-lo.
Luke até estava sorrindo e me chamando para dançarmos e depois disso foi só alegria. Continuamos comemorando como se nada houvesse acontecido.
(...)
Quando voltamos para casa, Luke estava tão pensativo que eu cheguei a imaginar que ainda estava abalado pelo que houve, mas não disse nada. Então tive a ideia de cuidar do meu noivo, assim como eu sempre fazia quando tinha algum problema.
Desfiz a grava de Luke, sem dizermos uma só palavra, depois comecei a desabotoar sua camisa. Ele já sabia do que se tratava e passou a me ajudar despi-lo sem tirar seus olhos dos meus, em seguida me ajudar me livrar do macaquito, e o guiei para o banho.
A água quente caia em nosso corpo, enquanto Luke e eu permanecemos abraçados. Eu não parava de beijei o seu peito másculos, aquele peito forte de homem que malha, musculoso que deixava qualquer mulher completamente excitada, tentando lhe passar um pouco de amor que eu sabia muito bem que precisava. Seus olhos carentes se conectavam ao meu e eu contornei suas linhas do rosto com carinho.
Seu rosto era tão diferente do irmão.. sua expressão forte com marcas do tempo nem parecia ter menos de 30 anos, porém seus olhos verdes, barba por fazer, cabelos castanhos o deixava com uma aparência bonita e atraente. Já Michael tinha o rosto angelical, por mais que fosse o demônio que é, não parecia ter um pouco mais de 35. E ainda havia aquele olhar misterioso ao qual eu tive a oportunidade de encarar, queriam dizer tantas coisas, porém eu não conseguia decifrar nada.
Fiz amor com Luke naquela noite, mais para consola-lo do que pra qualquer outra coisa, eu sabia que ele precisava de mim, eu estava lá pra ajudar. Questão de minutos ele pegou no sono e eu permaneci acariciando o seu rosto, até eu ouvi o som do telefone tocar.
Caminhei até a sala vestida em um hobby, capturando o telefone me sentando ao sofá.
-Alô!
-Vick? Oi, sou eu. _A voz de Jane ainda parecia aflita do outro lado. -Como Luke está?
-Ele está bem Jane, não se preocupe, está dormindo.
-Ainda não consigo entender o que aconteceu. Tentei ligar para Michael, mas ele se quer atende o telefone. Ele apareceu do nada, com revindicações depois de tanto tempo fora e então some de novo.
Jane estava magoada, ela esperava que o filho mais velho desse algum tipo de satisfação, conversassem civilizadamente com ela, a tratasse como mãe, mas pelo visto isso estava longe de acontecer levando em conta que ele se interessava mesmo pela empresa, do que por sua família.
-Ele voltou por causa da empresa Jane, é só ela que importa. Eu sinto muito querida, mas o seu filho mais velho só se importa consigo mesmo.
-Não, você está certa. Michael sempre foi assim, egoísta. Talvez eu tenha mimado demais. Ele era meu primeiro filho, eu estava tão empolgada, sempre dando-lhe expectativas para quando se tornasse o sucessor do pai. _Ela começou a chorar baixinho, comentando sobre o seu erro. -Roy nunca quis Michael como seu sucessor, pois ele sempre dizia que Michael não era preparado para tal coisa. Michael sempre foi mimado e esbanjador demais quando o assunto era dinheiro. Roy tinha medo o que isso poderia causa-lo se tivesse um grande cargo como esse. Ao contrário de Luke que sempre soube ponderar muito bem as coisas.
Eu começava a entender o lado de Michael, comecei a traçar um perfil de adolescente revoltado querendo a qualquer custo mostrar ao pai que era capaz, desesperado para desafia-lo e talvez por isso fez dele quem é hoje.
-Michael não irá descansar enquanto não conseguir Jane, e eu temo o que isso poderá fazer aos dois.
-Eu também temo Vick, temo tanto. _Começou a chorar mais uma vez. -Só não quero que meus dois filhos acabem se matando por conta daquela empresa, eu não iria aguentar.
-Não pensa assim querida por favor. Não irá acontecer nada, Michael não seria capaz de chegar tão longe e Luke muito menos. Vamos ter fé. _Eu tentava tranquiliza-la, mas a verdade é que nem eu estava tão tranquila assim.
Eu vi o olhar daquele homem, eu vi o que ele era capaz de fazer para conseguir a empresa de volta e eu tinha receio por isso.
Capítulo 6
Quando entrei na família Jackson eu meio que sabia no que estava me metendo, uma família rica com tantos problemas de relacionamento. Um irmão inimigo do outro, uma mãe que sofria por esse motivo e um pai que infelizmente havia morrido há 10 anos de ataque cardíaco, com um copo de Wiski na mão, em seu próprio escritório.
Acontece que mesmo com todos os defeitos do mundo Luke ainda assim conseguia ser o melhor, ele me encantou assim que eu vi e eu me apaixonei logo de cara. Ele era tudo que eu estava precisando naquele momento, um cara doce cheio de promessas de amor, cheio de planos para o futuro.
Foi um relacionamento fácil e sem maiores controvérsias, perfeito demais. Mas eu sempre soube que coisas fáceis demais, iam embora fáceis demais, e eu estava feliz por nossa relação ter durado a exatos sete anos permanecendo forte cada vez mais e ter nos tornado noivos. Luke era a melhor escolha para mim.
Já era de noite e eu estava dirigindo pela rodovia pensando em tantas coisas. Pensando que, quando finalmente tudo estava dando certo, acabava voltando tudo para trás de novo. Luke venceu Michael com muitos anos de luta, e agora que Michael comprou essa briga eu temia que ele conseguisse em questão de minutos. Não precisa ser o melhor expert pra saber que Michael era muito mais sacana que Luke, sendo assim, ele venceria. Luke não passaria por cima de ninguém pra conseguir o que quer, ele definitivamente não era assim. Já Michael o atropelaria sem hesitar.
Com esses pensamentos senti meu carro dar um tranco no meio da rodovia e parar de imediato.
-Mas o que aconteceu? _Tentei religa-lo, mas nada adiantou. Tentei por quatro vezes e nada. Eu não estava sem gasolina, eu tinha certeza, até porque o painel me dizia que o tanque estava cheio.
Parei de tentar e comecei a olhar ao redor, a rodovia estava extremamente deserta e escura, fiquei com medo.
-Ótimo! _Bradei com indignação.
Eu precisava fazer algo então capturei meu celular na bolsa tentando ligar para Luke.
-Oi amor. _Atendeu simpático.
-Luke, graças a Deus. _Um alívio saiu das minhas entranhas.
-O que aconteceu amor? Sua voz está estranha. _Notei preocupação em seu tom.
-Meu carro quebrou, não sei o que houve. Ele não liga, estou no meio da rodovia e não sei o que fazer.
-Ai meu Deus onde você está?
-Rodovia 40.
-Ok, olha. Eu vou mandar um reboque buscar o seu carro e um táxi o mais rápido possível. Não poderei ir, pois estou no meio de uma reunião amor me desculpe. Mas eles não irão demorar eu prometo.
Claro que Luke estava na empresa, ele havia feito a reunião justamente para orientar os acionistas a mudar o plano da direção da empresa. Michael havia acabado o que ainda restava e Luke tentava recuperar isso com a ajuda de homens mais experientes que ainda continuaram ali.
-Não, não tud.. tudo bem. _Pisquei meus olhos algumas vezes, eu não queria incomodar Luke. -Eu vou esperar.
-Feche os vidros do carro, desligue os faróis e fique ai quietinha, o reboque não irá demorar.
-Tudo bem.
Assim que desligamos o telefone, fiz exatamente o que ele disse, encostando a cabeça no encosto do banco, respirando fundo, a espera. Torcendo que não demorasse demais.
Revirei os meus olhos, batendo as minhas pernas freneticamente pra extravasar a tensão. Foi quando vi uma sombra ao meu lado e quando olhei rapidamente para a direção, pude contemplar a face cínica de um Michael parado na janela do meu carro. Grani audivelmente pelo susto que tomei.
-Abre a janela. _Ele ordenou e eu paralisei.
Eu não queria abrir aquela janela, eu queria que ele fosse embora logo. Olhei para o meu celular no banco do passageiro querendo ligar para Luke novamente, mas eu não pude. Tinha medo de que percebesse o que eu estava tentando fazer e me impedisse de alguma forma.
-Abra, só quero conversar. _Só quer conversar? Aquele era mesmo o Michael de quem eu ouvi falar? Ele sempre agia melhor do que conversava, fazia sem se importar com ninguém. Aquilo definitivamente estava estranho.
Não sei, minhas mãos foram involuntariamente para o trinco da janela e eu a abri, seria melhor fazer logo o que queria.
-Olá gracinha, problemas com o carro? _Seu sorriso cínico me fazia entrar em alarde dentro de mim.
-Ele parou de funcionar, não sei o que houve. _Respondi como se minha boca não me obedecesse, eu não queria conversar com ele, mas eu estava conversando.
-Anda, venha. Te dou uma carona.
O que? Não, claro que não. Eu jamais aceitaria uma carona daquele homem, para onde ele me levaria? Para um matagal e me pediria a empresa como resgate? Eu não poderia confiar nele.
-Não, obrigada mais não. O reboque já está chegando e o Luke também, acabei de ligar e ele sabe onde estou. _Talvez dizer que todos sabiam onde eu estava faria Michael desistir de tentar algo. Não era?
Ele revirou os olhos com evidente indignação.
-Também é teimosa como o meu irmão? Cuidado.. dois teimosos não dão muito certo.
-O que você quer Michael? _Fui ríspida propositalmente.
-Só ajudar, já disse. Sei que todos falam mal de mim e você deve escutar o tempo todo, mas é só o que quero...Ah, e me desculpe pela sua festa de noivado, eu realmente estava furioso com o otário do meu irmão.. sempre querendo me ferrar. -Suspirou balançando a cabeça.
Ele parecia um louco, paranoico. Só queria bem longe de mim.
-Não, obrigada. _Reforcei firme.
-Oh ok. _Se mostrou vencido. -Fique na estrada sozinha durante muito tempo, já está tarde da noite, muitos taxistas se recusarão e vim aqui há essa hora, o reboque muito menos. Provavelmente virá pegar seu carro amanhã de manhã. Então boa noite e cuidado com os coiotes eles uivam demais e comem carne humana também. _Arregalei meus olhos com medo daquelas palavras.
Realmente ele estava certo, eu ficaria ali até amanhã se eu dependesse do reboque e do táxi, mas ainda tinha Luke, ele poderia vim quando acabasse a reunião. O máximo que eu ficaria ali eram duas horas no máximo. Duas horas que poderiam acontecer qualquer coisa. Droga! Olhei ao redor, contemplando aquela escuridão sem fim, um barulho de coruja me assustou.
Michael se dirigiu para a sua BMW um pouco afastado da minha pick up cor vinho. E eu pensei muito em todas as possibilidades. Respirei fundo muito nervosa, eu tinha que tomar uma decisão rápido.
Abri a porta de uma vez saindo de dentro.
-Está bem olha! _Gritei lhe chamando atenção.
Um Michael com aquele mesmo sorriso cínico em seus lábios olhou para mim, sua silhueta altiva com um sobretudo jogado no terno preto lhe caia muito bem, e seu costumeiro cabelos presos cacheados com mechas desalinhadas em seu rosto.
-Você me levará imediatamente para o meu apartamento, e não perguntará nada.
-Condições? _Assentiu sorrindo. -É você quem está em apuros gracinha, não eu.
Engoli a seco, sim eu precisava dele, era o único que estava ali naquele momento e eu precisava ir embora tipo... imediatamente.
-Pelo menos me levará para casa? _Perguntei insistente.
-Hum.. _Pôs a mão no queixo fazendo me arrepender de ter cedido a sua oferta. -Queria leva-la pra outro lugar, mas tudo bem. _Sorriu descontraído.
Que lugar? Meu Deus do que ele estava falando? Eu não sei se sentia medo, se poderia confiar nele, ou só admirava sua beleza sem deixar que eu mesma perceba isso. É que ele era tão... confiante.
-Calma gracinha, minha briga é com meu irmão. Aquele ali já é guerra garantida, agora você. _Riu. -É apenas uma mulherzinha medrosa. _Senti meu sangue ferver pelo insulto.
-Como ousa..._Michael colocou o dedo na frente dos lábios me fazendo calar.
-Fale baixo, olha os coiotes. _Sussurrou olhando ao redor de olhos arregalados. -Vamos cair fora daqui. _Sussurrou ainda mais baixo e eu cada vez me convencia que era louco.
Mas eu não iria discutir sua sanidade um hora daquela e em uma lugar como aquele com a possibilidade de haver mesmo coiotes ou não. Então quando ele segurou em minhas mãos me guiando para o seu carro o segui de bom grado.
Capítulo 7
Aquela BMW era maravilhosa por dentro, bancos de puro couro extremamente confortável, painéis de última geração, com um som de muitas funcionalidades embutido. Sem contar com aquele cheiro de novo, parece que havia comprado em poucos dias.
Coloquei meu cinto de segurança com Michael dando partida. Não falamos nada um com outro, até porque eu não tinha mesmo o que falar. Aquele homem era imprevisível e eu não sabia o que esperar.
-Tem medo de Coiotes? _Olhou pra mim de cenho franzido sorrindo um pouco, quebrando o silêncio.
-Mas é claro. _Confessei sem paciência. -Eles são selvagens. _Gargalhou.
-Gracinha você é adorável, tão medrosa... _Eu estava me irritando com aquele palhaço.
-Para de me chamar de Gracinha! _Bradei. -Caramba! Meu nome é Vick.
-Não posso fazer nada se você é realmente uma gracinha. _Deu de ombros e eu balancei a cabeça.
-Não tem coiotes ali não é? _Disse pensativa já percebendo que ele usou o meu medo pra fazer o que queria, que era me convencer a entrar em seu carro. Um manipulador.
-Não... há sim. Vários pra ser exato. Mas não se preocupe. _Olhou pra mim com malícia. -Eles poupam as gostosas! _Me olhou do decote até as minhas pernas e eu me senti bastante incomodada por isso.
Eu realmente não sabia o que pensar sobre Michael Jackson, ele era cínico, inconveniente, maldoso, rude, agressivo, e um completo canalha. Mas enquanto a mim, pelo que pude perceber ele mostrava outro lado, o lado que eu não estava acostumada devido a primeira impressão que eu tive. Eu precisava me aproveitar disso, pra tentar virar o jogo ao nosso favor.
-Por que odeia tanto o Luke? _Resolvi perguntar tento a certeza de que não iria me responder nada.
-Não é óbvio? _O encarei com um ponto de interrogação pairando em minha mente. -Ele é o meu irmão mais novo que adora me ferrar. Ele fazia isso desde sempre sabia gracinha? Desde que nasceu, papai babava pelo menininho de olhos claros enquanto a mim, nunca deu a mínima atenção. -Pelo visto eu estava errada, e ele acabou me respondendo, mas só o que ele falou já foi o suficiente para conhecer o outro lado da história, e entender o que se passava ali.
Michael tinha inveja do irmão, pois ele tinha o amor do pai enquanto ele só assistia.
-E isso lhe dar o direito de odiá-lo?
-Isso me dar o direito de querer longe dos meus assuntos. _Gritou furioso.
Me encolhi no banco sentindo medo do jeito que ele se empoe quando fala da empresa e do irmão.
-Luke não tem culpa do pai ter dando atenção a ele. _Eu queria falar mais mesmo correndo o risco de ele me bombardear com injurias.
-Você se acha esperta não é? Acha que me conhece bem e que Luke é o herói da história, mas você não sabe de nada baby. Não sabe de absolutamente nada. _Aquela afirmação me deixou pensativa, inquietamente pensativa.
Será que havia mais daquela história do que eu pensava? Será que tudo que ouvi durante sete anos foi apenas a metade? Michael poderia está blefando e isso eu tinha certeza. Ele não era confiável, mas eu estava disposta a descobrir.
Quando olhei a minha frente pude notar que já havíamos chegado e eu nem percebi. Michael parou o carro e eu notei Luke na frente do prédio com um celular nas mãos. Abri a porta do carro descendo imediatamente.
-Mas o que é isso? _Indagou Luke com pavor assim que me viu saindo do carro de Michael. -Quem te dou o direito de se meter com a minha mulher seu desgraçado? _Luke enfrentou Michael o empeitando assim que ele também saiu do carro.
-Calma maninho, ela só precisou da minha ajuda. _Michael nunca se abalava, continuava lá firme e se divertindo com tudo.
-Você não tem, não tem o direito de se aproximar dela. _Colocou o dedo na cara do irmão mais velho.
-Ah Luke qual é? Ela estava no meio do nada, porque você nem se deu o trabalho de ir ajudar a sua... mulherzinha. _Desdenhou. -Eu estava lá e fiz o trabalho que você deveria ter feito, apenas isso.
Luke partiu pra cima do irmão querendo soca-lo, mas desistiu no meio do caminhou.
-Não Luke, para, para por favor. Vamos entrar. _Segurei em sua mão, eu não queria uma briga naquele momento, não mesmo.
-Vem irmãozinho. Me soca, só quero ver. _Luke cogitou essa possibilidade, mas eu o impedi de novo.
Puxei Luke pra entrarmos no prédio, ele estava furioso olhando ainda pra Michael que gargalhava como se gostasse do rumo que as coisas tomaram.
-O que deu em você? _Já havíamos entrado em casa quando Luke começava a gritar comigo. -Não ver que esse cara é do mal, que ele está te usando pra conseguir o que quer?
-Luke me desculpa, ok? Me desculpa, mas eu não poderia ficar lá a noite toda. Ele foi até gentil comigo, mesmo sendo do jeito que é. _Luke ficou indignado com a minha resposta e bateu o punho fechado na parede, fechei meus olhos pelo susto do impacto.
-Gentil? Ele nunca foi gentil Vick, ele é calculista. Ele poderia ter muito bem sequestrado você e pedido a empresa como resgate será que não percebe? Ele é louco._Sim eu pensei nessa possibilidade, pensei em tudo isso.
-Mas não aconteceu nada Luke, eu estou bem, não estou? _Ele balançou a cabeça tentando controlar os nervos.
Luke caminhou em minha direção e me abraçou com força. Eu sabia que ele estava com medo, medo do Michael fazer algo contra mim, por isso brigou. Eu entendia perfeitamente.
-Desculpa, desculpa por não ter ido busca-la, eu sinto muito.
-Tudo bem amor, eu não estou preocupada com isso. Fica calmo, tudo acabou bem.
-Não tenho certeza se tudo acabou bem mesmo. _Beijou o topo da minha cabeça.
Com tanta confusão eu nem havia notado como Michael sabia onde eu morava com Luke, talvez ele vinha vigiando o irmão durante muito tempo. Então sabia do nosso casamento e de tudo que rolava com exatidão.
Ele estava a par de tudo, só não sabia o quanto estava. Aquela pequena conversa que tivemos, me fez querer descobrir a fundo toda a história e eu ia fazer. Quem sabe não ajudaria de vez Luke?
Capítulo 8
Meu casamento estava logo ai, bem próximo de se realizar. Luke e eu concordamos em uma data ao qual daria para organizar tudo a tempo. Ele, assim como eu, idealizamos uma cerimônia grandiosa com tudo que tínhamos direito. E para isso, teríamos que correr contra o tempo.
Jane e mamãe se encarregaram de ir comigo até o centro da cidade onde residia as lojas muito bem sofisticadas da cidade. Queríamos encomendar o meu vestido de noiva, algo sensual, porém simples. Por mais que aquela família me proporcionaria algo extremamente luxuoso, não era esse o meu objetivo. Eu sempre quis um casamento onde meu amor e de Luke fosse o centro das atenções e não o meu vestido ou a festa em si, queria algo sofisticado sim, mas não chamativo demais.
Então escolhi um vestido longo, de mangas cumpridas em renda e um decote mais ou menos sensual. Aquele era o ideal, o que eu bati o olho na vitrine e pensei esse é meu. Jane amou e mamãe o mesmo. Seria esse!
Fomos até uma costureira, ela iria tirar as minhas medidas e fazer a replica do vestido que eu gostei. Jane achou que reproduzir um vestido já pronto e especialmente para mim, daria a ideia de originalidade, por mais que fosse uma replica já existente. Talvez ela tinha em mente que um vestido de vitrine perdia o seu valor pelo simples fato de ter milhões de mulheres que já o viu, sendo assim, uma replica seria mais apropriado, coisa que não faz muito sentido. Acho que ela me convenceria de mudar algumas coisas no processo por isso me convenceu dessa forma. Mas de qualquer modo, qualquer coisa eu estava aceitando.
Depois que acertamos tudo, mamãe disse que iria a um compromisso com o papai e Jane me chamou para um café. Ela queria conversar sobre algo que eu tinha quase certeza absoluta do que seria.
-Sim, eu fiquei sabendo da sua carona com o Michael. _Me analisou enquanto eu bebericava a minha xícara de café.
Estávamos sentadas ao ar livre daquela cafeteria, em uma tarde um pouco fria e úmida.
-Eu não tive escolha. Ou eu aceitaria, ou ficava no meio do nada.
-Deveria ter me ligado, já que Luke não pôde ir. _Eu não conseguia entender os questionamentos de Jane, parecia que reprovava as minhas atitudes. Desviei o meu olhar do dela, bastante incomodada. -Olha só, estou dizendo que não deveria confiar nele Vick. Você faz ideia do que poderia ter acontecido?
-Mas não aconteceu nada! _Me impus com firmeza. -Eu estou bem, não estou? Aliás Michael não foi tão horrível como dizem que é.
Eu sabia que havia falado algo absurdo, mas foi o que me deu vontade de falar.
-Ele é meu filho Vick, o meu filho mais velho. Eu o amo demais, muito mesmo. Mas ele se tornou possessivo, calculista que só pensa em si mesmo, até mesmo agressivo ele se tornou. Ainda mais depois da morte do pai, quando aquele maldito testamento foi lido. _Respirei fundo, já conhecendo aquela história.
-Eu sei que Michael é violento, até mesmo porquê eu presenciei naquela festa. Mas comigo ele não foi. Bom.. -Dei uma pausa me corrigindo. -Ele foi um pouco, mas ele estava calmo, com o mesmo ar debochado e sarcástico, mas não rude. Rude não. _Abaixei minhas vistas tentando entender dentro de mim mesmo qual foi a minha impressão sobre o membro mais problemático da família.
-Você tem certeza? _Jane fez um vinco em sua testa, não acreditando no que eu disse. Assenti, sem dar maiores detalhes. -Michael sempre foi rude com todos nós, até mesmo comigo, sua própria mãe. Ele nunca aceitou o nascimento de Luke, ele não queria um irmão. Mas Roy sempre quis mais um filho, ele queria opções para sucessor de seu maior patrimônio. Quando Luke nasceu, Roy se alegrou muito, era tudo que ele queria, era tudo que ele idealizou. Os dois sempre se mostraram diferentes um do outro. Luke carinhoso, e paciente, Michael independente e ansioso, querendo as coisas de seu jeito. Talvez por isso Roy sempre deu amor a Luke. _Fiquei pensativa por alguns instantes, ouvindo aquela história.
-Então Michael sempre se sentiu excluído por seu próprio pai. _Afirmei entendendo tudo.
-Sim, Luke sempre foi o preferido. Roy sempre viu em Michael uma imagem do...meu passado. _Jane tinha um tom enigmático na voz e eu não consegui entender com exatidão.
-O que? Como assim? _Franzi o cenho querendo que ela terminasse aquele mistério.
-Não..não é nada Vick, não é nada. Apenas tome cuidado tudo bem? Michael é manipulador, ele consegue tudo o que quer da pior forma possível. _Assenti cuidadosamente.
E aquela conversa só me fez ficar ainda mais confusa, do que já estava. Parece que as coisas não eram o que eu pensava, talvez tinha muito mais na oculta do que eu pudesse imaginar.
Capítulo 9
Eu não conseguia pensar em mais nada a não ser sobre a família do meu futuro marido, tudo estava confuso demais e muitas perguntas não respondidas, muitos assuntos não esclarecidos.
Luke estranhava o meu rompante distanciamento, mas eu não pude evitar, não tinha como ignorar aquele mar de mistério e obscuridade que se chama Michael Jackson, nem mesmo se eu quisesse.
-Tudo bem meu amor?
Senti as mãos de Luke tocar meu rosto com suavidade me tirando dos devaneios. Levantei minhas vistas para capturar seu rosto.
Sua camisa branca social estava completamente aberta, revelando seu peitoral definido, a gravata com o nó desfeito caído por seu pescoço -aquela expressão preocupada-, seus cabelos castanhos caindo em seu rosto.
-Claro! _Assenti tentando afastar os pensamentos pra prestar atenção em meu noivo. -Sim, sim estou bem.
-Não parece. _Senti seu tom firme me cortando com aspereza. -Na verdade está diferente desde que esteve com o bastardo do meu irmão, quando lhe deu a carona. _O que ele estava querendo dizer com aquilo?
-Não tem nada haver Luke, só estou preocupada com o casamento e nada mais. _Levantei do sofá da sala sem paciência, mas logo Luke capturou meu braço rudemente me fazendo parar de súbito.
Olhei para sua mão segura em meu braço e depois para seu rosto, com um vinco de confusão em minha testa. Ele estava mesmo fazendo isso comigo?
-Olha eu só..._Largou meu braço rapidamente se dando conta da sua atitude impulsiva. -Só quero saber o que aquele idiota disse para você. O que ele fez com você?
-Ele não fez nada. _Reafirmei minha resposta. -O Michael não quer nada comigo Luke, ele quer a empresa, sendo assim eu não significo nada, nem mesmo o plano que você acha que ele faria. Quer dizer..._ Reformulei minha resposta em seguida. -Ele não me sequestraria, ou faria algum mal.
-Você é que pensa..._Seu olhar estava perdido ao nada e eu percebi que essa frase foi mais um constatação do que de fato uma suposição.
-O que você quer dizer Luke? _Alterei um pouco a voz já cansada de tanto mistério. -Você está sabendo de alguma coisa? Acha que seu irmão é capaz de mais alguma coisa, alguma coisa mais grave?
-Só estou dizendo que você precisa ficar longe dele. Michael destrói tudo que ele toca, tudo que coloca a mão vira lixo e eu não quero que nada aconteça com você. Meu pai sabia muito bem disso, foi a ultima pessoa que viu antes de morrer.
Mas que merda era aquela que eu acabava de ouvir? Eu estava mesmo ouvindo aquilo? Não, claro que Michael não seria capaz de fazer algo com o próprio pai. É claro que a obsessão dele pelos negócios não ultrapassaria os limites do bom senso. Claro que não, não é? Repeti aquilo por diversas vezes em minha mente até tentar me convencer.
-Ele não seria capaz Luke. _Minha voz saiu com tanta firmeza e convicção que eu mesmo me espantei.
A final o que eu sabia sobre Michael Jackson? Sabia que ele comprou a empresa da família com o dinheiro que roubou, e que conseguiu todos os direitos legais sobre ela, Deus sabe como e que agora que Luke conseguiu de volta estava mais louco que nunca para tê-la novamente. Eu não sabia de onde saia aquela convicção.
-Eu não estou tão certo disso. _Dito isso, Luke saiu de minha presença. E eu me senti péssima por isso.
-Luke espera! _Fui atrás dele, querendo não discutir por conta desse assunto. -Não vamos falar do Michael tudo bem? Não quero que isso machuque ainda mais.
Luke segurou minha cintura me puxando para o seu corpo, depositando um beijo forte e estralado em minha testa.
Foi então que percebi que não queria mais me envolver nesses assuntos, que queria deixar Michael com a vida dele, bem distante de mim. Que queria seguir a minha vida em paz com o meu noivo e ser feliz assim como eu sempre desejei.
Percebi um sorriso lindo no rosto do meu noivo, aquele sorriso que tanto me dava paz, que tanto eu sabia compreender bem. Meu coração se encheu de amor, coisa que era bem normal ao lado dele.
Luke tomou meus lábios para si, me beijando com carinho, aumentando o ritmo gradativamente. Senti minha respiração ofegante enquanto eu levava minhas mãos em seu peito nu terminando de tirar sua camisa perpassando-a por seus ombros.
-Eu amo você meu amor. _Sua voz rouca adentraram meus ouvidos e eu me senti contrair.
Suas mãos passaram a acariciar o meu corpo enquanto tirava minha blusa, seus lábios quentes percorriam pelo meu pescoço.
-Eu também te amo.
Luke me penetrava com delicadeza assim que estávamos devidamente deitados em nossa cama, completamente nus. Seus lábios continuavam a me beijar calidamente e fazíamos amor do jeito de sempre. Amor, carinho, cumplicidade, tesão, orgasmo. Assim, nessa exata ordem. Me fazendo crer de uma vez por todas que Luke era o homem da minha vida, que nos pertencíamos, ontem hoje e sempre.
Capítulo 10
Os dias passavam tranquilos como nunca pensei que passariam, mamãe e Jane me acompanhavam religiosamente na prova do vestido e outras questões que resolveria o meu casamento. O buffet, o organizador de festas, o fotografo, e até mesmo a mídia. Eram coisas demais a se fazer e eu confesso que era bastante cansativo, havia dias que eu só queria ficar em casa e não ter que fazer nada, mas era impossível. Cada dia eu tinha um compromisso e meu casamento estava bem ai.
Quando voltei pra casa só queria um banho e descansar, Luke ainda estava na empresa e para ser sincera nem sabia que horas voltaria.
Vesti uma camisola leve pelo calor que fazia, uma camisola de cetim branca de alças finas, amarrei meu cabelo em um coque e me joguei no sofá procurando algo de interessante pra ver na TV. Suspirei fundo sentindo um tédio chato invadir aquele apartamento. Resolvi ir dormir, a final eu pegaria no sono e talvez acordaria somente quando Luke voltasse, ou não, apenas acordaria no dia seguinte pelo canso que estava.
Desliguei a TV e caminhei para o quarto quando alguém na porta da entrada começou a bater desesperadamente. Caramba, há campainhas nas portas! Pensei, mas pelo desespero, se tocasse a campainha ia acordar o prédio todo.
-Já vai, só um minuto! _Gritei de saco cheio.
Rodei as chaves para destrancar a fechadura e finalmente estava aberta. Só foi o que precisou para a pessoa abri-la de uma vez e entrar quase me derrubando.
-O que você está fazendo aqui? _Perguntei incrédula vendo a figura de Michael invadir minha casa daquele jeito.
Ele me lançou um olhar furtivo e logo caminhou para a instante da sala abrindo com desespero todas as gavetas que ali se encontravam, jogando no chão tudo que tinha dentro.
-Onde está? _Gritou transtornado.
-Onde está o que?
Continuou revirando tudo como se eu nem estivesse ali, caminhou para o meu quarto e o segui tentando tirar-lo da minha casa, mas percebi que não iria funcionar muita coisa.
As portas do closet foram abertas com uma única puxada, quase quebrando.
-O que você está procurando?
-Os papeis garota, onde estão os malditos papeis? _Agora eu tinha entendido tudo, ele queria os papeis legais da empresa onde havia o nome de Luke.
-Não estão aqui. _Bradei.
Ele parou rapidamente o que fazia e voltou os olhos para mim, olhos furiosos.
-Você sabe onde estão não é? _Caminhou até mim e segurou os meus dois braços com força. _Fala! _Gritou me sacudindo e de novo eu sentia medo daquele homem transformado em minha frente.
-Eu não sei, eu não sei. Luke deve estar com eles, eu realmente não sei. _Ele me soltou respirando fundo, tentando controlar aquela raiva.
-Me desculpa tá? _Passou a mão no rosto bastante ofegante, seus lábios úmidos mais que o normal. -Eu só preciso desses malditos papeis.
-Da empresa? _Perguntei com um tom mais baixo tentando ficar mais calma possível.
-Não! Do testamento. Luke deve está com eles por aqui. _Fiz um pequeno vinco em minha testa. Mas que diabos ele queria aqueles papeis?
-Por que você os quer?
-Não é da sua conta gracinha. _Sorriu daquele jeito Michael Jackson de ser e eu percebi que havia voltado ao seu 'normal'.
-Você está drogado é isso? Usa drogas Michael?
Aquela era a única explicação, ele estava perturbado, revirando o meu apartamento como se procurasse seu último fôlego de vida, seus olhos mais furiosos do que nunca, sem contar com aquele completo desalinho que tinha suas roupas e seu cabelo. Parecia um louco viciado. Ele revirou os olhos indignado com a minha pergunta.
-Eu não uso drogas. _Afirmou. -Aliás minha vida já está uma completa droga não preciso de mais uma.
-Então por que quer o testamento de seu pai? Achei que nem se preocupava com isso. Você parece nem se importar com ele, a final já acha que a empresa é sua... Ah sim, lembrei. É porque precisa rever por diversas vezes que os direitos de tudo do seu pai está nas mãos de Luke. _Michael caminhou próximo de mim, tão próximo que senti o cheiro de seu perfume. Um perfume masculino delicioso que me deixou fora de órbita por um instante.
-Lá está o atestado de óbito do meu pai é só por isso. _Me surpreendi.
Foi ai que lembrei do que Luke havia me dito há alguns dias atrás, lembro daquela conversa que ele deixou no ar sobre Michael ter sido a última pessoa que Roy viu antes de morrer. Talvez fosse remoço, por isso que queria olhar aqueles papeis. Deve ter acontecido alguma coisa, Michael deve ter feito algo do qual ele se arrepende.
-Você foi a última pessoa a vê-lo não é? _Minha curiosidade foi tão forte que não fiz rodeios em perguntar.
-Não é o que pensa. _Tentou explicar com a voz incrivelmente calma.
-O que aconteceu Michael? O que rolou naquela noite quando você estava com o Roy?
-Ah garota, não é da sua conta. _Bradou sem paciência. -Só o que eu sei é que não sou essa pessoa horrível que você já está cansada de ouvir.
-Não mesmo? _O desafiei e ele negou com a cabeça. Com um sorriso mais sacana dançando em seus lábios.
-De jeito nenhum. _Sussurrou encostando sua boca em meu ouvido, senti meu corpo gelar assim que um arrepiou invadiu o meu corpo por inteiro.
-Não acredito. Aliás não acredito em nada que me fale. _Tentei controlar o máximo que pude a minha voz, pois ela oscilava em todo o momento, pelo simples fato de ter aquele homem tão perto assim de mim.
-Pois deveria acreditar gracinha. _Seus dedos enormes tocaram meu queixo com suavidade e minha respiração começou a ficar ofegante. -Eu posso surpreende-la. _Agora seu dedo polegar caminhava pelos meus lábios. -Aliás, entrei tão desesperado que só agora percebi o quanto está sexy com essa camisola. _Meu coração palpitou tão longamente que achei que iria parar de vez.
-É melhor você ir Michael. _Tentei desconversar, tirando a minha atenção naquele jeito de ser dele, e o quanto estava mexendo comigo. -Logo Luke vai chegar e se ele te encontrar aqui...
-Luke está na empresa. _Me interrompeu abruptamente. -Você não faz ideia o quanto aquele lugar é obcecante. Acho que perdeu seu noivinho lindinha. E perdeu feio. _Levantou a sobrancelha como um conselho.
Engoli a seco me lembrando o quando eu ficava praticamente sozinha naquele apartamento desde quando Luke assumiu aquele lugar.
Michael foi se afastando de mim sem tirar os olhos dos meus e eu os acompanhava como se estivesse hipnotizada por ele, como se ele fosse o encantador e eu a naja. Ele já estava perto da porta, bem perto quase saindo e eu já estava dando graças a Deus por isso.
Mas eu não soube como e quando, só sei que senti minha cintura ser agarrada tão rapidamente que eu não tive como reagir, meus olhos encararam os dele em espanto pela forma que agiu. Foi quando em seguida minha boca foi completamente preenchida com a dele, sua língua duelava com a minha com ansiedade e dominação, um beijo que eu não havia dado até em tão.
Luke sempre foi carinhoso e suave e carinhoso com os beijos, e então me deparo com um homem faminto, um louco que me abocanhava com tanta necessidade que me deixava com as pernas bambas. Suas mãos hábeis acariciavam minhas costas subindo cada vez mais, e meu corpo balançava conforme ele investia mais e mais, gemendo baixo.
Sério, eu queria me soltar dele, queria fugir e gritar muitos desaforos, mas parece que minha cabeça estava paralisada e eu não conseguia raciocinar. Invés disso eu correspondia as beijos com avidez sem medo de me entregar. O gosto de sua boca era de um Wiski caro, o que me fez perceber que havia bebido, talvez por isso agia assim. Mas não deixava de ser o melhor beijo.
Caramba, agora os lábios de Michael migraram para o meu pescoço, mordendo de leve minha pele enquanto experimentava de mim, me senti contrair pela enésima vez naquela noite. Foi quando lembrei de Luke, lembrei do nosso casamento, lembrei que aquele homem ao qual eu estava beijando com tanto desejo era o pior homem do mundo. Era suspeito de roubar sua família, e até mesmo de ter causado a morte do pai, sem contar que era o irmão mais velho do meu noivo ao qual ele odeia desde sempre. Mas que diabo eu estava fazendo?
Em um impulso empurrei Michael de cima de mim com uma certa dificuldade, pois ele havia resistido. Olhei com pavor para ele pelas minhas próprias atitudes e transferi um tapa em seu rosto, tão forte que ele virou o rosto para o lado, soltando um gemido. Passou o dedo em seus lábios voltando a olhar pra mim com um sorriso mais sínico do mundo.
-Que beijo em gracinha? _Soltou um riso rápido balançando a cabeça.
-Vá embora! _Bradei furiosa.
Michael assentiu levantando as mãos em rendição e em fim caminhou para saída. Fechei a porta rapidamente esbravejando a mim mesma por ter deixado ser envolvida por ele e pior, ter o deixado perceber isso. Eu era mesmo uma otária.
Capítulo 11
Por dias eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser aquele beijo. Mal eu conseguia encarar Luke, mal eu conseguia ter paz para conversar, sorrir, andar e até mesmo resolver questões do meu casamento. Mas o que mais me incomodava definitivamente não era o beijo em si, e sim o fato de eu não ter sentindo o mínimo de arrependimento. Isso era o pior, porque se eu tivesse tido a capacidade de me arrepender, era só confessar a Luke, dizer que o irmão dele entrou em casa revirando tudo a procura do atestado de óbito do pai, me ameaçado e por fim me agarrado sem o meu consentimento.
Mas invés disso, disse que a casa estava uma bagunça porque eu estava tentando arruma-la, uma faxina pra colocar tudo em ordem e acabei bagunçando mais. E nem ao menos toquei no nome de seu irmão para não ter que explicar nada e eu acho que isso foi o pior pra mim. Pera ai eu estava encobrindo mesmo o Michael? Sim eu acho que estava.
Peguei o atestado de óbito de dentro da maleta de Luke, ao qual eu sabia que estava dentro. Levei até uma impressora no escritório e tirei uma cópia, colocando a original de volta ao seu lugar. Eu precisava de uma desculpa para ouvir da boca de Michael todo aquele mistério, tudo que envolvia aquela família e principalmente os dois irmãos.
Toquei a campainha parada em frente aquela porta bonita amadeirada com um designer arrojado. Esperei por alguns instantes até que ouvir a porta sendo destrancando e a pessoa surgir em minha frente.
Michael estava sem camisa, uma calça de moletom, descalço e seus cabelos longos soltos e úmidos. Dando a entender que havia tomado banho poucos minutos. Aquele mesmo sorriso sacana dançando em seus lábios. Ele era lindo eu tinha que confessar, seu peitoral definido me mostrava o quanto era saudável.
-Posso entrar? _Foi apenas o que eu disse.
Michael levantou as sobrancelhas estendendo o braço para sua frente, me indicando para entrar. Meu campo de visão me deu uma vista panorâmica daquele apartamento luxuoso. A mobilha, a decoração, o assoalho tudo tinha um ar metódico e de muito bom gosto. Nunca achei que seu apartamento fosse assim, achei que fosse tão fora de ordem quanto sua vida, pelo visto me enganei.
-Sente-se. _Pediu me indicando o sofá, foi o que eu fiz. -Quer beber alguma coisa? Uísque, vodca, suco, refrigerante, água? _Acho que Vodca seria uma boa, a final, só bebendo algo pra ter coragem de ter a conversa que eu queria com aquele homem uma hora daquela.
-Vodca.
Michael foi até o bar que ficava no canto da sala preparando um Smirnoff para nós. Me estendeu o copo com o líquido na medida adequada e se sentou no sofá a minha frente, cruzando uma perna na outra e um de seus braços esticados no encosto do sofá.
-O que devo a honra gracinha? _Perguntou relaxado.
Peguei a cópia do papel da minha bolsa e lhe estendi.
-Você queria isso não era? _Ele pegou o papel analisando as linhas com cuidado.
-Parada cardíaca... _Leu soltando um riso sem humor.
-Luke deu a entender que você..._Dei uma pausa, reformulando a forma de falar. - Que você estava com seu pai quando tudo aconteceu.
-Que eu matei o meu pai? É isso que veio saber? _Seu tom agora estava um pouco agressivo.
-Não eu só...
-Acha mesmo que eu vou cair nessa de você ter vindo aqui somente pra entregar esse papel?... Ou você adorou o beijo que demos e veio tê-lo de novo? _Me indagou desafiador e eu engoli a seco.
-Só quero saber Michael, o que há de errado? Há muitas coisas nessa família muito mal contadas, estou confusa demais. Luke me diz uma coisa, você me diz outra, sua mãe entra com outra versão, eu estou ficando louca! _Bradei sem paciência.
-Se está confusa, não case com o Luke simples. Até porque creio que não é homem o suficiente pra você. _Bebericou um gole de sua bebida me olhando de soslaio. -Estou certo? _Lançou um olhar para o meu decote e eu fiquei sem jeito.
-Não vim discuti o meu relacionamento com Luke com você. Só sei que se depender do que me falar essa noite eu posso ter uma visão mais detalhada de ambos os lados. _Michael lentamente se mexeu no sofá inclinando seu corpo por cima dos seus joelhos apoiando ambos os cotovelos nos mesmos, esticando bem os braços olhando diretamente para os meus olhos. Olhos negros, profundos e bastante interessados naquele assunto.
Capítulo 12
Michael se levantou com cautela ficando em pé na minha frente, sem tirar o seu olhar sombrio de cima de mim, como uma analise. Talvez quisesse um tempo para analisar as vantagens de finalmente confiar em mim, ou não. Ou talvez encontrar uma forma de disparar injúrias contra mim e me expulsar de sua vida para sempre. Eu não sabia ao certo o que pensar quando Michael me olhava daquela forma.
Então ele começou a andar vagarosamente indo de encontro ao bar, me ajeitei ao sofá o acompanhando com os olhos. Michael volta a se servir de Smirnoff, levando o copo a boca, ingerindo o líquido de uma só vez. Só então voltou a se sentar ao sofá, ainda me olhando com aquele mistério que eu não sabia se sentia receio, ou... Bom, não tinha como sentir outra coisa que não fosse receio.
-Meu relacionamento com o meu pai nunca foi dos melhores. _Começou a falar e eu respirei aliviada. Claro que não o deixei perceber, mas por dentro sim, eu estava bastante aliviada.
Me ajeitei novamente no sofá ficando exatamente de frente para ele, querendo ouvir com atenção tudo que tinha para me dizer naquela noite.
-Eu nunca tive o carinho dele. _Soltou um riso sem humor. -Ele sempre estava lá enfurnado naquela empresa dia e noite como se não tivesse família. Eu nunca ouvi uma história antes de dormir e nem um "Boa noite", na verdade eu nunca o via.
Posso imaginar como deveria ser horrível viver na mesma casa de quem amamos e parecer que nem estávamos no mesmo planeta.
-Eu posso imaginar como deveria ter sido. _Ele que estava olhando para o chão, me olhou rapidamente sorrindo.
-Eu achei que papai fosse assim mesmo, que era o jeito dele, era assim que mamãe me respondia todas as vezes que eu ousava a perguntar, mas as coisas não eram bem assim. Quando Luke nasceu ele ficou entusiasmado, diferente daquele pai frio e distante ao qual sempre me tratou. _Eu estava começando a entender tudo, era por isso que Michael odiava tanto o irmão. -Começou a chegar em casa cedo, fazia as refeições conosco. E a memória que eu tenho da minha infância era ficar de longe entre os jardins só observando papai ensinar Luke a andar de bicicleta, enquanto a mim nem ao menos ficou feliz quando eu aprendi a ler, sozinho por sinal.
-Michael eu sinto muito eu...
Pela primeira vez me coloquei no lugar daquela criança solitária que Michael sempre foi, rejeitado, disputando o amor do pai com o irmão mais novo. Observando tudo de longe o que ele sempre quis que tivesse acontecido com ele. Deveria ter sido um inferno. O menino inteligente que teve que fazer as coisas sozinho.
-Eu era uma criança de oito anos de idade que me perguntava diariamente o que merda eu havia feito para o meu próprio pai fazer aquilo comigo. _Os lábios do Michael franziram em uma evidente raiva do passado, e eu conseguia entender as suas ações. Ele era só um homem desprovido de amor e de carinho.
-É por isso que odeia Luke? É por isso essa briga até hoje?
-Sabe gracinha... quando era criança, eu e Luke estávamos sempre competindo. Dia dos pais queríamos entregar o melhor presente para o velho desgraçado, queríamos tirar a melhor nota pra impressiona-lo. Mas enquanto a mim era uma luta inútil, pois Luke sempre saia em vantagem. Ele tinha o amor dele. _Deu de ombros. -Mas quando se é um adulto você percebe com mais clareza como a vida pode ser. Assim que papai colocou Luke como administrador dos seus negócios eu percebi que aquele otário tinha vencido de novo, ele estava mais uma vez a minha frente, só que eu não era mais criança. Ou eu me trancava no meu quarto e começava a chorar pela derrota, ou eu fazia as coisas do meu próprio jeito. Com certeza a primeira opção estava fora de questão para mim.
-É por isso que roubou a sua família? _Eu tinha um tom de julgamento na voz por saber que aquela opção não era digna de uma pessoa que estava em desvantagem.
-Aquele dinheiro era meu. Era uma parte da minha herança, eu só investi em uma coisa que não era pra ser investido. Como comprar a empresa por exemplo.
-O testamento era irrefutável, a empresa era de Luke e não estava a venda. Como conseguiu? _Ele gargalhou em um deboche imenso.
-Minha família é bilionária gracinha. Já deve saber disso. É só oferecer a quantia certa a pessoas certas e você consegue tudo que quer.
-E vai ser sempre assim? Você e Luke sempre vão brigar por essa empresa? _Ele riu de novo.
-Não, um dia ele afunda aquela merda toda e vai recorrer a quem? A mim é claro. Luke nunca foi bom nos negócios, ele queria brincar de casinha enquanto eu dava duro. Papai nunca enxergou isso. Claro ele era o filho mais amado e não importa a merda que fazia não é?
Comecei a pensar sobre a atitude de Roy Jackson, o modo como sempre tratou Michael, devia haver alguma explicação plausível.
-Sua mãe me deu a entender que...que você fazia parte... de um passado ruim. _Tentei ponderar as palavras, mas eu vi que não havia como fazer.
-Que eu não sou um Jackson legítimo? _Riu como se para ele não fazia nenhuma diferença. -O velho também deu a entender isso para mim antes de morrer. Sabe, eu pouco me importo, ele nunca significou nada para mim mesmo, e vice versa. _Deu de ombros. -Mas ele me deu o seu nome, então eu também tenho direitos.
-É por isso que você provocou a morte dele? _Eu sabia que estava perguntando demais, que estava me metendo demais nessa história toda, mas enquanto Michael estava disposto a me falar, eu estava disposta a perguntar todas as minhas dúvidas.
-Pode ser. _Respondeu tão tranquilo que nem parecia que estávamos em um assunto difícil. -Foi a última vez que eu o confrontei por amar Luke e não a mim. Eu queria respostas, Luke estava terminando a faculdade de engenharia enquanto eu já havia me formado em administração justamente pra ajudar o meu pai nos negócios, eu estava empolgado, finalmente eu daria orgulho ele. Luke não entendia nada, não sabia como fazer os negócios prosperarem, e muito menos se interessava. Mas mesmo assim fiquei sabendo que Luke seria o sucessor. Eu queria saber porquê aquele velho desgraçado não levava fé em mim, ou melhor, ferrava minha vida sempre que podia.
Michael me contava como as coisas aconteceram naquela noite e meu cérebro projetava as imagens daquele dia, tão claro como se eu estivesse lá.
Flash Back
-Papai precisamos conversar! _Michael adentrava de uma só vez no escritório imponte de Roy Jackson, ele queria uma explicação sobre os últimos acontecimentos. -Eu quero saber, não. Eu exijo saber o porquê Luke será o seu sucessor se ele não tem nada haver com a empresa. Luke nem se quer se envolveria com isso, o senhor sabe muito bem o que ele gosta. _A figura dura e pesada de Roy bufou com fúria, apenas de ver Michael sendo tão audacioso em entrar em sua sala dessa forma.
-É a minha decisão Michael, já conversamos sobre isso e não voltarei atrás. _Michael serrou o punho batendo estrondosamente a mesa.
-Sua decisão o caramba! _Gritou. -Anda papai, confessa que nunca me amou de verdade? Confessa que não importa se Luke é um merda nos negócios ou não, que mesmo assim vai apoia-lo em tudo que fizer.
-Luke é o meu filho! _Os ânimos estavam bastante aflorados naquele pequeno escritório. Michael deu um riso já entendo o sentindo daquela frase.
-Mas eu não, não é? _Roy se manteve duro sem dizer mais uma palavra. -Se minha mãe tiver dado mesmo um par de chifres nessa sua cabeça, eu acho é muito bem feito.
-Você me respeita seu moleque! _Roy se levantou da poltrona enfrentando o filho, não admitiria tamanho insulto.
-Quer respeito papai? Então colocaremos as cartas na mesa. Se o senhor ousar entregar a empresa para Luke irá se arrepender pelo resto da vida. Já que não tenho importância, eu sei muito bem que Luke tem.
-Você não irá fazer nada com o Luke seu insolente.
-Eu o matarei papai, matarei bem na sua frente e o senhor sabe que sou capaz disso não é? _Roy estava estático com a ameaça de Michael, ele sabia muito bem que Michael era capaz de fazer algo como isso.
Roy começou a ter uma síncope diante de Michael, seu coração doía como nunca e o copo de Uísque que estava em seus mãos não ajudou muito.
-Papai, o que é isso? Papai. _Roy se retorceu diante de Michael segurando no peito granindo de dor. -Papai fale comigo. Papai eu não farei nada, papai! _Michael havia reconsiderado, mas Roy foi ao chão imediatamente. Uma morte súbita sem direito a segunda chance.
Michael saiu do escritório imediatamente, mas antes viu a figura de Luke. Os dois irmãos se olharam e Michael finalmente foi embora.
Quando Luke entrou no escritório já era tarde demais.
Fim de Flash back
Capítulo 13
Fiquei pensando em tudo que havia ouvido naquela noite, e minha conclusão foi mais completa depois de ter ouvido o que Roy fazia a Michael apenas por questionar a sua verdadeira origem. Percebi que aquele homem era vítima do acaso, foi injustiçado quando apenas era uma criança e é bem justificativo sua personalidade atual.
-E você teria coragem de matar seu próprio irmão? _Perguntei querendo ter mais uma confirmação sobre o seu caráter.
Michael virou de costas para mim, perpassou uma de sua mão na nuca, depois mordeu o canto da boca. Estava um pouco nervoso, mas ao mesmo tempo tranquilo. Então deu uma sonora risada voltando a olhar pra mim.
-Não, eu não chegaria tão longe. _Eu não sei, mas foi um alivio muito grande ouvir isso, saber que não era um assassino. -Luke e eu não fomos sempre inimigos, nosso pai que impôs isso a nós depois de adulto. Mas antes, muito antes quando o velho não estava em casa fazíamos companhia um para o outro. Assistíamos filmes juntos, desenhos, brincávamos, competíamos.
A cena de dois irmãos brincando felizes sem preocupação, invadia a minha mente, e eu me perguntava como seria hoje em dia se nada disse tivesse acontecido.
-Ensinei muitas coisas para ele, inclusive pegar mulher. _Ele riu.
Fiz um vinco em minha testa e logo senti as mãos grandes e delicadas de Michael segurar uma mexa do meu cabelo e colocar atrás da orelha, me arrepiei.
-Parece que aprendeu direitinho. _Balancei meu rosto na tentativa de tirar suas mãos de mim. Não por não gostar, ou por sentir asco dele. Mas sim por medo de sentir o que eu não deveria. -E olha que achei que Luke fosse maricas. -Michael caminhou pela sala.
-Ele não é eu te garanto. _Falei convicta tentando provoca-lo.
-Maricas ele pode não ser, mas... eu aposto que não te satisfaz como deveria. _Ele voltou a caminhar em minha direção ficando cada vez perto de mim, tão perto que fiquei nervosa. -Aposto que não faz do jeito certo. _Engoli a seco, pelo modo que aquela voz extremamente rouca e oscilante fazia comigo.
-Como você pode ter tanta certeza? _Ele riu, e olhei em direção aquela boca avermelhada e muito convidativa.
Me lembrei daquele beijo de tirar o fôlego que me deu há um dia trás.
-Porque eu mexo com você. _Soltou as palavras de uma só vez e bastante seguro do que dizia, meu estômago sofreu um golpe. -Quando uma mulher é satisfeita com o seu parceiro ela não sente falta de nada. _Fiquei completamente sem fala. -O jeito que você correspondeu ao meu beijo gracinha... Uau! _Arregalou os olhos em admiração. -Que delicia!
Michael era definitivamente a personificação da tentação, e mesmo que eu tentasse eu não conseguia ficar imune, parece que ele tinha o poder de desligar todos os sensores do bom senso de dentro de mim e ficar assim, completamente babando por ele. Eu definitivamente não conseguia contestar, pois era a pura verdade, ele mexia comigo e se eu tentasse protestar seria de uma forma terrivelmente débil.
-Já passou Michael, você me pegou desprevenida...eu... não consenti. _Minha voz era trêmula, assim como todas as partes do meu corpo. Eu sabia que se eu tentasse protestar sairia tão ridículo como aquela mentira que acabei de falar.
-Oh consentiu sim. _Os dois dedos de Michael seguraram o meu queixo com leveza, completamente gentil. E então seus lábios se aproximaram dos meus balançando de um lado e outro sem exatamente encostar. -Consentiu tanto que gemeu. -Seus olhos se fecharam enquanto ele continuou balançando de um lado e outro nos meus lábios até encostar sutilmente no processo.
Aquilo estava me deixando louca. Senti me contrair, meu coração tão acelerado que parecia sair da boca. Fui empurrada delicadamente até um móvel que estava por ali, eu sinceramente não sabia ao certo o que era. Senti as mãos de Michael segurarem com firmeza a minha cintura, e gradualmente descendo para minha coxa esquerda. Levantou de leve percorrendo seus dedos superficialmente até os meus joelhos. Eu já estava sentindo um misto de sensações, algo indescritível por mim.
Seus olhos agora migraram para o meu decote e sua testa encostou no meu colo, achei que iria beijar os meus seios, mas ele apenas esfregou seus lábios como estava fazendo com os meus um pouco antes. Fechei os meus olhos só esperando a hora que ele tomasse minha boca de vez e eu voltasse a me entregar. Mas invés disso ele se afastou e começou a rir debochando.
Me despertei desse frenesi, sem entender nada, e uma raiva me invadiu.
-Pode ver o quanto eu mexo com você? _O fuzilei com os olhos.
-Ora seu filho da mãe. _Comecei a estapeá-lo, mas ele continuava rindo.
-Isso, bate. Isso me da um tesão que você não faz ideia. _Olhei para o meio de suas pernas e havia uma ereção ali. Me tremi completamente.
Eu precisava ir embora o mais rápido possível. Dei o último tapa nele e sai porta a fora, ouvindo sua gargalhada.
Capítulo 14
Entrei como um furacão no apartamento, tão frustrada e indignada com a atitude daquele cafajeste que eu odiava a mim mesmo. Foi ai que encontrei o meu noivo em pé perto da janela da sala com uma expressão desconhecida para mim. Parecia bravo, mas não a ponto de brigar, parecia chateado, mas não ao ponto de chorar.
-O que houve? _Perguntei desconfiada sem olha-lo direito nos olhos, eu acho que não tinha coragem disso depois das minhas atitudes ultimamente.
-Onde estava Vick? _Perguntou apenas, com um tom calmo, mas repreensivo.
-Eu...eu...é..._Eu não sabia se confessava, ou se mentia.
-Estava na casa dele não é? _Franzi o cenho, dessa vez olhando para ele.
Mas como ele sabia disso? Eu não havia contado e muito menos dado a entender que estava lá. Aparentemente eu não tinha ligação com Michael, não o suficiente ao ponto de Luke desconfiar.
-Eu só quis saber de algumas coisas só isso. _Achei melhor confessar, a final era somente para isso que eu fui lá, não foi? _Luke bateu o punho contra a parede e eu fechei os meus olhos, sentindo a insegurança me invadir.
-Droga Vick, eu disse que era pra você ficar longe desse cara.
-Ele é o seu irmão. _Gritei, tentando me impor, talvez se eu dissesse ao Luke o que eu descobri, as coisas mudariam. -Luke as coisas que ele me contou, ele sofreu muito com a rejeição do pai, é por isso que se tornou essa pessoa que é hoje, ele tem mágoa. _Luke balançou a cabeça incrédulo.
-E você acreditou não é? Acreditou em tudo que aquele manipulador disse, sem ter dúvidas de nada não é? _Pensando bem, eu havia sim acreditado em Michael de cara. Me emocionei com a história dele e... Será que ele seria capaz de mentir dessa forma pra mim? - Será que você não entende que Michael está usando você pra me atingir?
-Eu só quero ajudar Luke. _Falei tranquila. -Quero que essa merda termine logo e que possamos ter finalmente paz. Essa briga não é saudável.
-Só que você não é a Madre Teresa de Calcuta Victória. Não da pra concertar tudo e deixa-las em seu devido lugar. Minhas diferenças com o meu irmão é problema meu.
-E meu também. _Alterei um pouco a voz indignada. -Essa família será minha um dia, é errado querer ver o bem da minha família?
-O que há com você? _Me fuzilou com os olhos, me julgando sem pena. -Está do lado dele é isso?
-Eu estou do lado do que é certo Luke, é só isso. _Minha voz começava a embargar pelo intenso nó que estava preso em minha garganta. -Talvez as coisas não são como parece.
-É o mesmo que digo a você. Esse bastardo ai que você defende, pode não ser quem você está idealizando, e eu espero muito que você se decepcione Vick. _As lágrimas rolaram dos meus olhos.
Eu não conseguia aguentar ver Luke me tratar daquele jeito, o modo como ele falava era duro demais e doloroso demais. Michael era sedutor e mexia com os meus instintos femininos e necessitados, mas Luke era o homem que sempre esteve ao meu lado, sempre me amou verdadeiramente e era recíproco. Não era nada fácil ser tratada daquele jeito.
-Luke espera! _Bradei o seguindo para o quarto.
-Não! _Levantou a mão para mim, me fazendo parar. -Quero ficar sozinho. _Ele deu meia volta, entrando dentro do quarto batendo a porta tão forte que estremeceu todo o apartamento. E eu desabei a chorar, entendendo que estava com tanta raiva de mim que acho que demoraria um tempo pra voltar a falar comigo.
Sai de casa caminhando nas ruas já tarde da noite, com lágrimas queimando os meus olhos sem saber ao certo o que fazer. Eu estava brigando com o meu noivo por causa do irmão problemático ao qual eu estava completamente ligada como um imã, ao qual eu simplesmente não conseguia me afastar, ainda mais tão perto de saber toda história. Eu já sabia uma boa parte, mas ainda havia outra parte que eu necessitava saber e essa estava nas mãos da minha sogra. Talvez fechando esse ciclo de segredos eu poderia dar um jeito na situação. Mas havia uma coisa bastante importante que Luke me disse há algumas horas trás. Michael poderia sim está mentindo, Roy poderia sim ter tido boas razões para ter tratado dessa forma a vida toda, e não somente por desconfiar da sua paternidade, ou ter certeza sobre isso. Ele poderia estar me manipulando pra atingir Luke e ficar com a empresa.
Ele era tão sincero, falava com tanta verdade, seus olhos até lacrimejavam, seu jeito despreocupado de falar, sem nenhum contradição, suas têmporas tremendo de raiva quando lembrava dos momentos solitários. Eu estava dividida, entre a verdade e a mentira, entre Michael ser a vítima ou o malvado sem escrúpulos. Eu só queria que ele não tivesse voltado, que continuasse onde estava e não viesse bagunçar as nossas vidas.
Capítulo 15
Eu perambulava pelas ruas escuras sem ter um destino certo, talvez eu não poderia voltar para casa agora, Luke estava com raiva e sinceramente não estava nem um pouco a fim de encarar aquele olhar acusatório. Talvez eu iria para a casa de Jane, mas ai eu teria que explicar tudo e realmente não estava afim disso.
Não estava a fim de dizer minhas razões para querer tomar partido de uma história que era complicada há muitos anos, as razões eram minhas e por mais que eu magoasse alguém eu precisava fazer aquela família se unir novamente, se é que tinha como depois de anos. Jane tinha medo do filho e eu sei o quanto ela o ama, Luke odiava o irmão e tudo por causa de uma bobeira. Michael não era uma pessoa ruim, eu sabia disso, eu queria acreditar nisso. As coisas só contribuíram de uma forma ruim para que se tornasse quem se tornou hoje, e eu tenho certeza que aquilo tinha conserto.
Fui despertada do devaneios por uma mão me puxando abruptamente me arrastando para um beco escuro e fedorento. O medo invadiu o meu corpo inteiro e passei a estapear o homem que me segurava, gritando em plenos pulmões que me soltasse. Ótimo além de não ter pra onde ir, vou ser roubada, estuprada e por fim morta é isso? Uma mão tampou a minha boca com força enquanto eu me debatia, e quando meu pescoço girou para o lado consegui ver a cara do filho da mãe.
-Michael? _Me aquietei rapidamente, pensando sobre a rapidez que aquele homem tinha de aparecer e reaparecer nos mesmos lugares que eu.
-Surpresa! _Abriu um sorriso enorme.
Foi ai que eu lembrei o motivo pelo qual eu estava perambulando pelas ruas, lembrei que Luke sabia exatamente onde eu estava e não foi eu quem informei. Claro só poderia te sido ele.
-Foi você quem disse ao Luke não foi? _Comecei a estapeá-lo novamente enquanto ele tentava segurar minhas mãos.
-Ei, ei, ei, calma! _Segurou minhas duas mãos me impedindo de continuar. -Eu não disse nada. -Franzi o cenho. -Não tenho culpa se o meu maninho não confia o suficiente em você e a siga.
Não, óbvio que o Luke confiava em mim, era óbvio que não faria uma coisa dessas, não é?
-Me deixa em paz. _Tentei me desvencilhar das mãos fortes de Michael, mas fui puxada de volta.
-Não senhora. _Uma de suas mãos como a sua visão se direcionaram para o meu decote e eu comecei a ter aquele costumeiro nervosismo que só ele despertava em mim. -Desde que a provoquei no meu apartamento algumas horas trás, ganhei uma ereção que não consigo me livrar. _Sua voz incrivelmente sensual e descontraída me despertaram.
Eu havia percebido essa ereção que me desconcertou por completo.
-Preciso de ajuda com isso gracinha. _Seu dedo indicador desceu pelo meu colo até o espaço entre os meus seios, minha intimidade pulsou.
Michael era um inferno, uma tentação e isso era evidente.
-Não faz isso Michael, por favor. _Isso foi uma suplica, uma tentativa de faze-lo se afastar e eu não cair em tentação.
-Diz que não quer baby, diz? _Seus lábios percorreram meu pescoço, uma de sua mão firme na minha cintura enquanto a outra caminhava por minhas pernas levemente, subindo pelo meu corpo.
Eu não tinha como dizer que não queria diante daquele provocação intensa, não tinha como dizer não depois de estar completamente excitada por aquele homem, definitivamente eu não podia.
Sua boca tomou a minha com dominação, me preenchendo completamente, meus gemidos eram ouvidos e nossas línguas passaram a duelar entre si. Envolvi meus braços em sua cabeça agarrando seus cabelos com força enquanto sua mão aberta dominaram um de meu seio. Eu já estava rendida.
Minha perna suspendeu-se pelo instinto envolvendo em sua cintura, senti sua ereção esfregar em minha intimidade úmida, ao qual eu senti um desejo enorme em suga-lo.
-Oh gracinha, não vejo a hora de me enterrar em você..._Nem eu, via a hora de te-lo dentro de mim.
Fui levada imediatamente daquele beco escuro e logo estávamos em seu apartamento, sem deixar de nos beijar com desespero. A fome que Michael tinha era puro efeito do tesão contido, e eu não era diferente. Suas mãos começaram a arrancar minhas roupas no meio de sua sala e as minhas fazia o mesmo com os botões de sua camisa. Nos despíamos ao mesmo tempo com cada parte do meu corpo descoberto sendo beijada por ele, e cada parte do corpo dele beijado por mim. Senti minhas costas encostarem em um móvel no meio da sala, Michael me segurar com jeito e abocanhar o meu seio direito. Mordi meu lábio com força contendo o intenso grito que estava preso em minha garganta.
Contemplei o peito nu de Michael, peito magro, mas mesmo assim definido. Dava pra ver que malhava. Aquela silhueta escultural lhe dava um toque a mais de sensualidade, juntamente com seus cabelos soltos caído no rosto. Eu não parei de analisa-lo por alguns instantes, acho que segundos, mas era como se o tempo parasse.
Fui colocada agora sentada em cima da mesa com as minhas pernas abertas, Michael agachou um pouco ficando cara a cara com a minha intimidade, senti sua boca me preenchendo por completo e eu apertar com força seu cabelo, pela sensação de sua língua úmida tocando a minha intimidade. Meus gemidos ecoavam pelo apartamento enquanto sua língua passou a brincar com o meu clitóris, tão rápido que senti meu corpo convulsionar.
-Oh Michael! _Era difícil conter o prazer que aquele homem estava me proporcionando. Era complicado demais ignorar a sensação suave que me atingia de vez ou outra quando sua língua entrava em mim com precisão. Sua língua circuncidou meu clitóris inchado tão rápido que achei que gozaria.
Eu estava quase lá, faltando pouquíssimo, quando Michael parou o que fazia ficando de pé, começando a tirar sua cueca. Duro, teso, grande, era perfeito até demais. Não consegui resistir, desci de cima da mesa caminhando em sua direção, passei minhas mãos em seu peito com admiração, descendo até o seu membro segurando-o entre os meus dedos, começando a masturba-lo.
-Isso gatinha, faça isso. Me masturbe. _Sua voz era tão rouca que fiquei tentada.
Minhas mãos escorregavam na base de seu pênis até a glande acariciando de leve. Vi os olhos de Michael revirarem pelo prazer e isso meio que me deixou satisfeita, isso provava que eu agradava.
-Mais rápido amor. _Pediu sôfrego e eu o obedeci.
Minha mão fechada se movimentava com destreza da base a glande, Michael se entrega como nunca, gemendo como um animal no cio. Aquilo estava me enlouquecendo, estava sentindo tanto tesão contido que minha intimidade doía, eu precisava fazer algo. Enquanto dava prazer a Michael levei a outra mão a minha vagina começando a me tocar, massageando o meu clitóris com rapidez.
-Não se toque. _Ordenou Michael me impedindo. -Quero que goze junto comigo, ao mesmo tempo amor. _Seu olhar em chamas me desarmou e eu maneei minha cabeça em um sim, com prontidão.
Michael tirou minha mão de seu pênis e imediatamente rasgou um pacote de camisinha com o dente, que havia pego de uma gaveta do mesmo móvel que eu estava encostada. Deu pra perceber o quão desesperado estava, logo se vestindo. Abriu minhas pernas ainda mais, voltando a me sentar em cima da mesa, me penetrando sem nenhum delicadeza, e eu não estava a fim de delicadeza mesmo. Suas investidas pressionadas dentro de mim, fazia com que minha consciência se perdesse em sensações, que até então eram desconhecidas por mim. Cada poro do meu corpo gritava por mais.
-Ai cacete! _Michael grania estocando com força. -Que vagina apertada e gostosa baby! _Engraçado, porque era a mesma coisa que eu sentia sobre aquele pênis enorme e grosso que me preenchia inteira. -Estou adorando comer essa delicia que você tem no meio das pernas. _Sorri adorando ouvir falar dessa forma.
Seus movimentos tornaram frenéticos e eu passei a ouvir os seus gemidos, que se tornou o som mais suave para a minha alma. Sua boca voltaram a sugar os meus seios e eu pendi minha cabeça para trás com os olhos fechados absorvendo de todo aquele prazer. Estávamos ofegante, dizendo palavras desconexas, meu coração acelerando. Bastou mais uma estocada no ponto exato e sensível, louco para sucumbir de vez, para fazer meu corpo explodir em um orgasmo intenso e profundo, ao qual demorou alguns segundos longos o afeito. Michael em seguida relaxou os músculos e parou os movimentos rebolando com calma, gemendo tão alto quanto eu, me fazendo saber que havia gozado também. Relaxamos recuperando o nosso fôlego.
Olhei nos olhos de Michael, bem no fundo deles, estavam ainda coberto de desejos, mas havia um brilho diferente. Um brilho de satisfação, não apenas por ter gozado comigo, mas por outro motivo desconhecido por mim.
Eu me encontrava agora completamente nua deitada em seu peito no meio de sua cama, eu havia acabado de me entregar a luxuria, a tentação. Estava marcada, manchada por um homem que eu não conhecia direito, acabando de uma vez por todas um pouco de bom senso que ainda tive um dia, largando tudo que planejei com Luke por causa desse homem que eu nem sabia direito quais eram suas intenções. Eu acabava de entregar a minha alma ao diabo.
Capítulo 16
Me levantei da cama enrolando meu corpo em um lençol, já me dando conta do que havia acabado de fazer, mas novamente repito. Não senti nenhum pingo de arrependimento. O que me incomodava era apenas o fato de saber que não tive nenhum pingo de controle sobre a minha excitação e ter me entregado justo para Michael, o irmão do meu noivo.
-O que houve gracinha hum? _Sua mão direita pousaram espalmando-se no meu ombro nu direito, a mesma mão que usava um anel ouro branco no anelar. Logo em seguida aproximou seu corpo nu cheirando meu pescoço, arrepiei.
Olhei de relance e Michael estava coberto da cintura para baixo com um lençol vermelho.
-Eu transei com você, é isso que houve. _Ele gargalhou.
-E você adorou. _Afirmou por mim e eu o fuzilei com os olhos.
Isso era verdade eu não poderia negar, mas o jeito que fala, tão convencido. Isso me irritava.
-Michael, eu estou noiva do seu irmão. _Dei de ombros. -Mas acho que não serei mais. _Abaixei minha cabeça entristecida por saber quanta decepção ele sentiria por minha causa.
-Isso ai! Não será mais. _Ele se levantou da cama completamente nu, e eu não conseguia parar de olhar o seu corpo. Ele era lindo, realmente lindo. -Luke nunca vai te perdoar gracinha. _Agora ele se ajoelhou em minha frente olhando em meus olhos. -Você vendeu sua alma. _Tocou meu queixo brevemente, soltando em seguida.
Ele tinha razão, eu não tinha moral pra contestar nada. Eu sabia desde o início que me envolver com Michael Jackson seria a mesma coisa de morrer. Mas eu morreria feliz incontestavelmente. Era esse o problema, eu havia gostado.
-Mas sabe gracinha? Foi bom comer a noivinha do meu irmão. _Não sei quando e nem como, só sei que minha mão se levantou rapidamente como uma ânsia para transferir um tapa no meio da cara daquele filho da mãe, mas ele a segurou no ar com tanta força que não tive como move-la de novo. -Cuidado, cuidado baby. Não irá querer se arrepender depois.
Senti meu coração afundar no peito, e lágrimas rolaram dos meus olhos. Era com esse tipo de cara que eu estava me envolvendo? Era por ele que eu estava acabando com uma vida inteira ao lado de Luke? Sim, era.
Michael caminhou para fora do quarto e eu ainda conseguia ouvir a sua risada. Desgraçado!
Me levantei mais que depressa da cama o seguindo, eu não permitiria que me insultasse dessa forma.
-Olha aqui seu desgraçado! _Me impus atrás dele. -Não irei permitir que me trate dessa forma. _Michael virou-se para mim, meus olhos percorreram seu corpo e vi que estava ereto. -Se eu...
Não consegui falar mais nada, pois Michael puxou o meu corpo para o seu tão violentamente tomando os meus lábios que eu não tive a mínima chance. E mais uma vez aqueles beijos fortes, intensos, com dominação me possuía de um modo que não tive outra opção a não ser me entregar. Seus dentes mordia meus lábios, sua língua chupava onde queria chupar, e suas mãos seguras com firmeza nos meus seios. Porra aquele homem sabia como deixar uma mulher amolecida em seus braços! Me olhou com uma expressão de puro êxtase após soltar minha boca.
-Fique de quatro! _Ordenou. Paralisei.
-O que ?
-Não vou dizer de novo. _Estava sério, incrivelmente sério. -Fique de quatro agora. _Não gritou, mas eu ainda sim conseguia notar que não estava pra brincadeira. Mas eu não me importava, pelo contrário consegui sentir tesão por aquela ordem, expectativa por saber que tipo de prazer eu sentiria estando de quatro para ele e em saber que estava tão convicto do que queria.
Me ajoelhei ao chão devagar, fazendo o que queria logo ficando de quatro para ele.
-Levanta ao máximo que puder esse traseiro lindo baby. _Fiz o que ele pediu, mas me senti envergonhada por saber o quão eu deveria estar exposta. Eu sentia o olhar de Michael me analisando, me investigando ao máximo.
Suas pernas encostaram na minhas afastando uma da outra, quase que escorrego, mas me mantive firme. Suas mãos começaram a acariciar minhas nádegas com suavidade e minha vagina pulsou de leve. Michael conseguia me excitar com muito pouco.
Minhas nádegas foram abertas pelas suas mãos e eu o senti, algo duro e grosso me penetrando de uma só vez.
-Ahh! _Gritei pelo impacto do seu pênis.
Ele já estava dentro de mim, procurando espaço para ir ao fundo, e esse ato me deixou fora de órbita. Michael saiu de novo, e entrou com mais força.
-Caramba! _Meu clitóris inchado pelo tesão estava ansioso por um toque. E pelo visto Michael não era apenas um sedutor de qualidade, mas também sabia ler mentes, pois seus dedos foram até o meu clitóris começando a massageá-lo exatamente como eu precisava.
Comecei a mexer os meus quadris de encontro ao seu toque, enquanto ele me estocava com precisão, atingindo os pontos certos.
-Essa bundinha linda é ainda mais apertada, não é baby! _Sua voz estava rouca pelo tesão e eu louca por conta de seus toques.
Michael se inclinou em minhas costas beijando a minha pele nos movimentando freneticamente. Os gemidos e gritos ecoavam no ambiente, tanto a minha quanto de Michael. Mordia os meus lábios, me segurava com força ao chão. Tudo por causa do modo que rebolava e entrava em mim ao mesmo tempo. Senti um ardor em minha intimidade, o prazer querendo se libertar, meus quadris acompanhando aquele ritmo, aquela dança desengonçada, mas desesperada por um orgasmo. Bastou mais uma estocada acompanhada de um aperto no meu clitóris que os espasmos do orgasmo me atingiram em cheio. Michael saiu de dentro de mim assim que acabei de gozar, gozando também nas minhas nádegas, tão quente como nunca.
Me desabei ao chão batendo as costas no piso de madeira, sendo acompanhada por ele que desabou sobre o meu corpo.
-Gostosa! É isso que você é . _Seus olhos encontraram o meu queimando de luxúria.
Sua boca voltou a me dominar em um beijo repleto de prazer, eu estava ficando sem fôlego.
Ficamos jogados aquele chão por um longo período de tempo nos beijando, e seu pênis roçando em minha barriga.
Capítulo 17
Logo pela manhã assim que acordei não vi sinal de Michael no apartamento, não havia nada, nem rastro, nem um bilhete dizendo que sairia. Bom, era típico dele fazer essas coisas mesmo, sair sem avisar ou fazer qualquer tipo de coisa sem dar satisfação a ninguém.
Aproveitei para voltar ao meu apartamento. Bom, acho que não seria mais meu depois de tudo que fiz. Mas ainda assim minhas coisas estavam lá e eu precisava pega-las, talvez Luke já estivesse na empresa e eu não precisaria confronta-lo.
Abri a porta com cuidado, percorrendo meus olhos em envolta até ter certeza que Luke não estava. E para a minha sorte.... não, ele não estava em casa.
Caminhei tranquila até o quarto quando ouço sua voz atrás de mim.
-Onde esteve? _Senti meu corpo gelar, o sangue sendo drenado do meu corpo pelo tom frio da voz. Girei em meus calcanhares contemplando a figura desalinhada de Luke, parece que não havia dormido a noite inteira, estava com a mesma roupa de ontem. -Onde você passou a droga da noite Victória?! _Ele gritou tão alto que meus ouvidos doeram, e eu pisquei meus olhos freneticamente.
-Eu...eu... estava. _Eu não conseguia dizer, na verdade eu não sabia o que dizer. Não tive tempo de formular uma resposta mesmo sabendo que poderia sim encontrar com ele. Acontece que eu não saberia mentir.
-Estava com ele não é? _Abaixou o tom de voz com um toque embargado parecia que queria chorar.
Eu não sabia como Luke tinha tanta certeza onde eu estava, eu não sabia se Michael lhe informava ou era ele quem me seguia. A pesar de que a primeira opção era bem válida levando em consideração do homem que eu havia me envolvido.
-Você transou com ele. _A frase saiu entredentes. -Não foi?!
-Luke escuta por favor... _Meus olhos queimavam, eu estava arrasada, principalmente sabendo a dor que ele sentia.
O estado que ele estava, parecia que havia chorado muito durante a noite, tinha cheiro de bebida em seu corpo. Imaginar Luke sofrendo por minha causa era a pior parte, mas eu não pude me controlar, eu não pude resistir a Michael e eu me odeio por isso.
-Você é uma vadia Vick. Uma vadia suja de esgoto. _Continuava proferindo a frase entredentes. -Como você teve coragem de se meter com aquele homem, meu Deus do céu. _Luke começou a andar de um lado e outro com as mãos na cabeça. -Mesmo depois de saber que esse cara é o pior do mundo e mesmo assim você teve coragem de.
-Luke por favor me escu..._Tentei tocar em seu ombro, mas Luke desvencilhou rapidamente me assustando.
-Não toque em mim. Não depois de ter se deitado com ele. _As lágrimas derramavam em torrentes sobre os meus olhos.
-Ele é seu irmão. _Choraminguei de cabeça baixa irritando ainda mais o Luke. _Senti um golpe acertando em cheio o meu rosto e eu vira-lo para o lado. Comecei a chorar.
-Não! _Gritou, tentei proteger mais uma vez o meu rosto. -Você é uma imunda, uma imunda Victória é isso que você é. _ Luke segurou meus cabelos com força balançando de um lado e outro. -Vagabunda, piranha, uma cadela que da o rabo pra qualquer animal sarnento! _A medida que balançava os meus cabelos eu segurava no meu rosto chorando, implorando para que parasse, tentando me explicar, mas ele não me dava nenhuma chance. Foi quando me jogou no chão e eu cair imediatamente.
Eu sempre soube que a atitude de Luke seria assim quando soubesse, ou até pior, mas eu devo admiti que vê-lo dessa forma me assustou muitíssimo, ainda mais por conhecê-lo tão bem e saber que nunca falou comigo daquela forma. Eu estava merecendo e acho que isso é o que doía mais.
-Tire suas mãos dela! _Ouvi a voz imponente de Michael ecoar pela sala e Luke parar na exata hora. -Não a culpe pela sua incompetência maninho.
Michael estava no meio do caminho quando Luke caminhou rápido em sua direção lhe transferindo um soco que o fez cair ao chão. Me levantei depressa sabendo que aquele seria um confronto que eu sinceramente não queria.
Sangue escorreu no lábio de Michael e com a mão ele limpou rapidamente soltando uma risada típica dele.
-É ruim perder não é Luke? E ainda por mim. _Eu não conseguia acreditar naquilo, naquela competição idiota em que Michael me colocava como o troféu aquilo realmente me incomodava.
-Você é um desgraçado! _Luke foi pra cima de Michael mais uma vez para soca-lo, mas dessa vez foi Michael que o socou, agora com expressão séria tendo a certeza de que queria machucar Luke.
Luke mal havia se recuperado quando Michael voltou a soca-lo, mas não pense que Luke apanhou calado. Socou o estômago de meu amante assim que teve a chance.
-Parem, parem com isso por favor! _Implorei, mas eu não pude fazer nada.
Começou uma pancadaria entre os dois irmãos, Michael subiu em cima de Luke assim que foi ao chão tentando enforca-lo.
-E se você morresse hein maninho? Eu ficaria com a empresa não é? _Luke tentava tira-lo de cima, mas Michael era mais forte. -Mas eu não vou fazer isso. _Michael soltou Luke eu respirei aliviada.
Os dois homens ficaram de pé, um olhando desafiadoramente para o outro.
-O casamento está cancelado Victória. _Luke disse ainda encarando o irmão. -Eu quero você fora da minha casa. Desejo aos dois tudo de ruim, quero que você sofra nas mãos desse desgraçado. Ai sim você vai ver o que perdeu. _Michael começou a ri com deboche.
-Ela vai ser bem tratada Luke, não se preocupe. Muito diferente que você a tratou. Vick precisava de um homem de verdade. _Luke contraiu os lábios querendo socar Michael mais uma vez, mas não fez.
-Pois foda. Foda Vick muito bem. E não é só de sexo que estou falando. _Luke olhou para mim agora apontando o dedo na minha cara. -Depois me conta como é ser usada por esse canalha pra conseguir o que quer. Me refiro, a me atingir e ficar com a empresa. Porque é só isso que ele quer.
Eu não consegui dizer nada, na verdade eu não tinha como dizer nada, o que eu diria?
-Anda gracinha, vamos embora daqui. _Disse Michael segurando o meu braço. -Esse maricas ai não merece uma mulher tão fogosa quanto você.
Caminhei junto com Michael ainda olhando para Luke, vendo em seus olhos a dor, e eu aposto que os meus também transmitiam dor a ele. Me deixei levar por Michael e meu noivado estava definitivamente acabado.
Capítulo 18
-Você contou pra ele não foi? _Disparei assim que chegamos ao seu apartamento, nem esperei que fechasse a porta direito. -Só pode ser, ele tinha tanta convicção. Eu não pude nem me defender.
-Você está enganada gracinha, eu não disse nada. _Abriu os braços tranquilamente, nada daquilo importava para Michael e ele fazia questão de deixar isso as claras. -Eu não tenho culpa se Luke não confia em você, aliás ele deve ter tido razões para não confiar, não é mesmo? _Cruzou os braços em cima do peito levantando uma de sua sobrancelha me mostrando o quanto Luke tinha motivos para já saber.
Claro, eu dei motivos, aceitei carona de Michael, fui até a casa dele atras de respostas e também tinha o meu olhar, o jeito que olhava pra ele. Esse sim era incontestável. A questão era que eu não sabia o que acreditar mais.
-Ele não devia saber, não assim entende? _Senti um nó na minha garganta. -Eu deveria ter conversado direito, deveria ter... _Deixei as palavras no ar sentindo meu coração afundar. -Luke não merecia isso, ele sempre foi um ótimo namorado, um homem admirável, sempre me amou e...
-Já chega. _Michael me cortou, não bravo, mas com um sorriso no rosto me fazendo perceber que estava tagarelando demais. -Ele já sabe que está comigo, seguiremos nossas vidas. _Deu de ombros.
-Você está adorando tudo isso não é? _O fuzilei com os olhos. -Era tudo queria, e eu cair feito um patinho. O Luke não merecia isso, ele...
-Para de falar do Luke, Victória. _Ordenou e agora sim estava sério. Seu olhar furioso e maxilar travado.
Me dei conta de que era a primeira vez que proferia o meu nome, sempre me chamando de "gracinha" "baby" "gatinha" procurei um resquício diferente em seu tom juntamente com o seu olhar, proferindo o meu nome. Ele estava com ciúmes? Era isso que percebi?
-Luke já era, você é minha. _Segurou meu ombro me encarando insistentemente. -Deu pra entender? Minha. _Assenti tentando não sorrir, mas tenho certeza que em algum momento meu sorriso apareceu.
-Me deixa cuidar da sua boca? Está sangrando. _Toquei com cuidado em seu lábio enquanto ele assentia. -Onde estão a maleta de primeiros socorros?
-Lá no quarto. _Respondeu pensativo apontando na direção do quarto, como se desse conta de como estava agindo. Acho que até mesmo ele se surpreendeu com tamanha dominação para comigo.
Caminhei até o quarto vasculhando o closet a procura da maleta, não pude deixar de ver suas roupas cuidadosamente arrumadas em seu devido lugar. A vida do Michael poderia ser uma bagunça, mas suas coisas não, eram tudo organizadas. Então encontrei a pequena maleta com uma cruz vermelha bem grande na tampa.
Quando voltei para sala Michael estava sentado no sofá. Abri a maleta pegando o que eu precisava, uma gaze com mertiolate. Molhei o líquido na gaze e caminhei até ele, me pondo ajoelhada entre suas pernas. Michael inclinou sua cabeça para mim e eu encostei com cuidado a gaze com mertiolate em seu corte, o vendo gemer um pouco.
-Calma, está quase acabando. _Continuei fazendo meu trabalho, mas não pude deixar de notar o seu perfume inebriante, seus olhos se fechando me mostrando o quanto estava gostando daquilo.
Seus lábios eram tão convidativos... e ele assim completamente entregue ao que eu fazia, parecendo um menino que precisava de cuidados. Com certeza mexeu comigo. Sua mão direita passou a acariciar meu braço com carinho, e eu estava sentindo esse toque tão bom que foi fácil me excitar.
Michael segurou meu pulso firme me fazendo parar o que eu fazia, olhou para mim com desejo evidente, senti uma necessidade de beija-lo, mas antes que eu pudesse fazer, ele capturou minha boca com suavidade e logo começamos um beijo ávido. Sua língua chupando a minha, suas mãos me tocando onde queria, eu já estava envolvida demais.
Aproveitei um momento que nossa boca se soltou para desabotoar sua camisa, botão por botão, admirando o seu peito. Michael relaxou no sofá observando o que eu faria, comecei a salpicar beijinhos do seu peito até o umbigo, fazendo-o arfar. Não contive a curiosidade em observar o seu pênis que eu já sabia que estava ereto, então passei a desabotoar o botão de sua calça, descendo o zíper. Michael me ajudou a tirar por completo até ficar nu, seu pênis já se mostrava a mim. Inclinei minha boca até ele começando a beijar a glande com cuidado. Aos poucos abocanhei, acariciando os testículos com a mão. Michael recostou suas costas ao sofá soltando um gemido sorridente.
-Isso baby, me chupa bem assim, humm. _Isso com certeza me motivou a abocanha-lo com mais avidez o chupando com força. Meus movimentos eram lentos de começo, mas aumentava o ritmo gradualmente e quando Michael segurou os meus cabelos me estimulando aumentei ainda mais.
-Que boquinha gostosa... _Sussurrava ele mexendo os quadris de encontro a minha boca. -Engole baby, engole o meu pau todo. _Eu sabia que era impossível engolir todo, mas tentei ao máximo.
Seu pênis tocou na minha garganta e eu começava a ficar com falta de ar, mas mesmo assim eu sugava e movimentava determinada a faze-lo gozar.
-Isso, isso amor, mais rápido. _Me motivava e eu fazia o que pedia.
Seu rosto contraindo, seus lábios sendo mordidos por ele, seus olhos revirando. Até que pulsou na minha boca se libertando para mim. Engoli seu gozo todo.
Michael me fitou com o efeito do orgasmo ainda em sua expressão. Tirei minha blusa lhe revelando os meus seios com os mamilos entumecidos pelo tesão, logo depois minha calça junto com a calcinha, ficando completamente nua.
Abri minhas pernas me sentando em seu colo precisamente em seu pênis. O contato me fez estremecer, Michael ainda estava ereto e molhado então não teve dificuldade pra escorregar pra dentro de mim. Começamos a gemer enquanto eu cavalgava sobre ele, com as duas mãos juntas seguras em seu peito duro. Suas mãos firmes em minhas costas, suas boca mordendo o meu pescoço, os beijos ávidos cobertos por desejo e ânsia deixava nossa transa com mais vigor. Envolvi meus braços em seu pescoço o apertando contra meu corpo subindo e descendo cada vez mais. Senti minha vagina contrair e eu gozar seguido por ele. Estávamos exaustos, mas satisfeitos.
-Está vendo docinho? Você é minha. _Riu. -É pra mim que você dá, é em meus braços que se satisfaz. Então esqueça Luke. _Ele piscou para mim e eu sorri de lado por notar a dominação em sua voz, notar que ele me queria de alguma forma.
Capítulo 19
As coisas ainda estavam confusas para mim, minha vida havia mudado radicalmente em apenas três dias, ainda pensava em Luke e o que deveria está pensando de mim agora, o quanto estava magoado. Também pensei em meus pais, que tentaram me ligar por diversas vezes o dia inteiro, e eu não tive coragem de atender nenhuma vez.
Eles deveriam está chateados comigo, ou bravos, ou pior. Eu sinceramente não queria saber o que pensavam por enquanto, pois eu sabia que não iria aguentar ouvir um sermão, ou julgamentos. Todos naquela família achavam que Michael era o pior ser humano no mundo, todos os julgavam sem conhecê-lo.
Claro que eu também não conhecia Michael direito, mas eu sabia que não era de todo mal. Ele havia sofrido na vida, havia sido rejeitado pela pessoa que mais ama. Eu poderia imaginar o quanto isso doeu e o quanto teve que enfrentar tudo isso para poder viver. Michael só era um cara que precisava de amor, e compreensão.
Mas eu precisava falar com a Jane, Michael era seu filho então acho que não me julgaria tanto quanto os meus pais. Ficaria brava sim, ainda mais por causa de Luke, mas creio que me deixaria falar e me ouviria com cuidado. Jane era uma pessoa boa e sempre me tratou com carinho.
-Preciso sair. _Disse Michael. -Preciso resolver algumas coisas. Mais tarde estou de volta.
-Eu também vou, preciso conversar com a Jane. _Sua expressão era risonha por mencionar sua mãe e eu não entendi muito bem. Talvez ele soubesse o que aconteceria nesse encontro.
-Boa sorte! Vai precisar! _Respirei fundo por causa daquela frase repleta de significados, concordando com ela. Sim eu precisaria de sorte._Michael tocou o dedo no meu nariz divertido e foi embora.
Tomei um banho rápido naquele banheiro desconhecido do apartamento de Michael, mas que também era de uma decoração diferente por mim, muito bonita por sinal. Michael tem um bom gosto e notava-se que não economizava com as coisas de sua casa. Havia uma banheira enorme no centro, pia de mármore no canto esquerdo com suas loções de barba e perfumes por cima e o chuveiro direcionado em frente a banheira.
Fiquei pronta em menos de 20 minutos e já estava parada em frente a casa da Jane, respirei fundo esperando os portões se abrirem, pois Jorge havia me anunciado. Fiquei em pé no meio da sala que eu estava acostumada a ficar nos finais de semana com Luke e sua mãe, jogando conversa fora, ou apenas relaxando. Ótimos tempos.
Notei Jane vindo em minha direção engoli a seco, ela estava séria, mas não ao ponto de estar brava. Ou pelo menos não foi isso que notei.
-Jane eu queria... _Comecei a falar bastante nervosa enquanto se aproximava de mim, estava muito difícil de encara-la no momento. - Muito obrigada por me receber eu preciso dizer algu...._Só foi o que consegui falar antes de Jane levantar a mão para mim e meter um tapa no meio da minha cara. Segurei meu rosto me sentindo um pouco tonta pelo ato, já sentindo um nó prendendo minha garganta.
-Sua vadia... vagabunda... desprezível. _Virei meu rosto com cautela voltando a olha-la. -Como você pôde fazer isso com o Luke? Como você teve coragem Vick, depois de ter abrido as minhas portas com carinho para você, ainda foi capaz de trair o meu filho. _Seu olhar tinha raiva e decepção ao mesmo tempo, e foi duríssimo perceber isso na mulher que eu tanto admiro.
-Você fala como se eu tivesse feito com qualquer um. _Abaixei minha cabeça tentando me defender. -Michael também é seu filho.
-Isso não justifica! _Gritou tão alto que fechei os meus olhos. -Michael é um demônio, é a pessoa mais desonesta e desumana que eu já conheci. E se você se envolveu com ele é porquê é da mesma forma.
-O Michael não é assim Jane, ele não é esse cara monstruoso que todos dizem. Ele foi rejeitado por seu marido, não tinha amor, não tinha apoio, e isso fez dele esse cara irredutível, que não tem noção de limites, mas é só. Michael não é um assassino. _Eu tremia para defender aquele homem de uma forma que não conseguia me controlar ou ter noção do que eu poderia está parecendo as pessoas, eu só queria fazer com que alguém o visse como eu via.
-Quem é você? _O olhar de choque de Jane me desarmou.
-Só alguém que quer mostrar a verdade. Tentar concertar o que Roy fez a Michael.
-Meu marido só tratava dessa forma por saber que espécie de gente que era. Michael mostrou desde cedo o seu comportamento anormal e sua sede por conquistar as coisas que queria... a qualquer preso. _Uma lágrimas apontava no olho de Jane. -Depois que Roy colocou Luke nos negócios ele ficou com raiva e provocou a morte do pai.
-Não, isso não é verdade, Michael não fez nada. Roy tinha um coração fraco, e bebia demais, não foi culpa dele. _Gritei em plenos pulmões impondo a verdade na sua cara. Jane me fuzilou com os olhos balançando a cabeça soltando um riso sem humor, como se havia notando alguma coisa no modo em que falei.
-Você está..._Continuou rindo e balançando a cabeça com a frase insinuativa não completa. -Você acreditou não foi? Michael é assim mesmo, sempre manipulador, mentindo pra conseguir o que quer.
-Ele não faria isso Jane, o Michael ele é...
-Por que não? _Me indagou olhando firme nos meus olhos. -Porque você acha que tem a vagina melhor de que todo mundo e isso vai fazer mudar o caráter dele?
-Não precisava falar comigo desse jeito. Michael só precisa de alguém que o entenda e esteja do seu lado.
-Acontece que Michael não irá mudar só porquê VOCÊ está do lado dele. Michael não é assim e nunca será.
-Você não leva mesmo fé no seu filho não é?
-Eu conheço o meu filho Vick, e isso é completamente diferente. Mas pra ser sincera eu desejo boa sorte à você, porque vai precisar e precisar muito. _Jane girou em seus calcanhares pronta pra ir embora, mas voltou novamente. -Ah! Nunca mais apareça aqui, e desejo muito... do fundo do meu coração que você possa conhecer Michael muito bem, assim como deseja. Só não posso garantir que será do jeito que espera.
Agora sim Jane saiu da minha presença e me deixando pensativa.
(...)
Abri a porta do apartamento de Michael com a chave que ele havia me dado. Ele disse que já que vou morar com ele eu precisava de uma chave, pois não se prenderia a mim só porque eu poderia ter dificuldade de abrir. Ele tinha seus horários e seus compromissos e eu tinha o direito de ir e vir, sendo assim cada um com sua chave.
Mas quando entrei havia uma movimentação diferente, encontrei malas pela sala, duas para ser exata, as duas de viagem. Logo depois Michael surgindo vindo da direção do quarto bastante sorridente.
-Que malas são essas? _Perguntei acompanhando o seu sorriso, mas ainda bastante confusa.
-Bom. _Ele caminhou até as malas começando a abri-las. -Reconhece algo daqui? _Deitou uma delas no chão abrindo completamente.
Pude ver minhas coisas. Todas elas, até um casaco que eu costumava e usar nos dias de frio e aqueles com certeza eram dias de frio.
-Tchan ran! _Abriu os braços me mostrando o que havia feito.
-Você trouxe todas as minhas coisas? _Falei admirada.
-Você vai morar aqui, não vai? Vai precisar de roupas, não é? _Caminhou até mim ajeitando uma mexa do meu cabelo. -Se bem que prefiro nua, mas não será tão apropriado não é gracinha? _Senti o costumeiro arrepio perpassar o meu corpo, efeito que só ele conseguia me causar. -Que marca roxa é essa gracinha? _Franziu o cenho passando seus dedos longos com cuidado no meu rosto onde havia um roxo que provavelmente foi causado pelo tapa que levei de Jane.
-Sua mãe me deu um presentinho. _Desvencilhei sua mão do meu rosto caminhando até o sofá, me sentando em seguida. -Está com raiva de mim por causa do Luke. _Abaixei minha cabeça. -Não tiro sua razão não é mesmo? _Dei de ombros com um certo pesar.
-Mamãe tem dessas, sempre defendendo o filho mais novo. _Entortou a boca. -Deixa eu cuidar disso, assim como fez comigo. _Sorriu apertando minha bochecha, sorri.
Foi até o quarto provavelmente buscar a maleta de primeiros socorros e voltou em minutos. Em seguia foi para a cozinha e eu notei alguns barulhos vindo de lá, quando voltou percebi que o que foi pegar eram gelos, para fazer compressa em meu rosto.
-Está doendo muito baby? _Perguntou se ajoelhando entre minhas pernas, levando a compressa de gelo em meu rosto.
-Nem tanto assim. A alma dói mais. _Soltou uma risada.
-Isso a gente se acostuma. A vida tem dessas, só precisamos saber se vamos deixa-la nos matar ou nós a matamos. _Falava sem parar de encostar a compressa em meu rosto e eu fiquei pensativa.
-Pelo visto você escolheu mata-la.
-É o seguinte gracinha, a vida tem regras e precisamos jogar conforme as cartas a mesa. Qualquer movimento errado, puf! O jogo acaba e acabamos sendo dolorosamente massacrados. Mas quando acertamos o movimento certo, tudo está totalmente ao nosso favor. Temos opção então de derrotar o adversário, ou jogar com ele, lado a lado. Mas a vida não tem nada haver com parceria, devemos seguir o nosso caminho, ninguém seria tão burro ao ponto de ganhar com você, isso é arriscado demais. Ninguém quer dividir o prêmio e sim ter todo para si. Devemos ser jogadores sozinhos, e nos tornar vitorioso. _Michael tinha uma percepção de vida muito complexa, mas devo admitir que muito bem enxergada.
- É assim que tem feito durante todos esses anos, depois que seu pai o rejeitou?
-Eu tenho feito conforme as cartas estão a mesa.
Foi ai que percebi tudo, claro, a empresa o Luke e eu. Eu era a carta que estava na mesa, e me conquistar seria o seu movimento mais provável para conseguir atingir Luke e finalmente conquistar a empresa (ganhar o jogo) Michael estava me usando e eu sabia direitinho disso.
-Sou seu trunfo, não sou? As cartas a mesa?_Ele parou de encostar a compressa no meu rosto e me olhou com um certo mistério que não consegui descifrar.
-Você é o meu movimento certo.
Na hora eu não havia entendido, mas algo me dizia que provavelmente eu entenderia mais a frente. Ele me olhava como se eu entendesse mais a frente e não me atrevi perguntar por enquanto. Talvez quando eu fosse "movimentada" por ele eu perceberia.
Capítulo 20
Michael sem dúvida era o cara mais imprevisível que eu havia conhecido, tudo com ele era uma caixinha de surpresa e ficava difícil demais de saber seu primeiro passo. Mas eu gostava disso, suas ações do parcial ao imparcial sempre dando um toque de mistério e ao mesmo tempo tão transparente.
Michael era uma câmera secreta ao qual a cada dia que passava era maravilhoso desvendar.
-Não Michael, para! _Me desvencilhei pela terceira vez de suas mãos.
-Eu quero transar. _Enfatizou com veemência.
-Acontece que eu estou naqueles dias e não me sinto confortável. _Ele revirou os olhos.
-Esse é o pior momento de uma mulher, menstruação. Apenas serve para deixar uma mulher chata e ferrar a vida sexual de um homem... Acontece que eu estou muito a fim. _Disse convicto.
-Vai me obrigar a transar com você então?
-Hum, não. Não quero meu pau sujo de sangue. _Suspirou. -Mas não quer dizer que eu vá ficar na vontade. _Ele levantou do sofá e minha mente rapidamente processou algo que sinceramente fiquei furiosa com ele.
-Então quer dizer que vai sair por ai encontrar uma vadia qualquer e saciar os seus desejos? _Michael parou de caminhar olhando para mim com um sorriso sacana nos lábios voltando até mim.
-Claro que não gracinha. Ficou com ciúmes? _Engoli a seco.
-Não é ciúmes só...
Poxa ele havia me levado pra morar em seu apartamento, dava sinais de afeto a mim por mínimo que fosse, mas mesmo assim dava. Era insaciável na cama, sempre mostrando que gostava. E agora só porque não posso saciar os seus desejos por alguns dias ele ia mesmo sair por ai atrás de sexo?
-Relaxa baby. _Tocou o dedo no meu nariz. -Só vou me trancar no quarto, ver uns pornôs e me masturbar. Nada demais.
Abri minha boca em um "O" pela sagacidade daquele homem. Ele falava dos seus desejos e de sexo de uma forma tão tranquila que me fazia ficar excitada.
-Não posso dizer que será o suficiente, mas... é o que tem pra hoje não é? _Entortou a boca em lamento e depois saiu para o quarto.
Fiquei igual boba parada extremamente confusa sobre o que havia acontecido ali, depois balancei a cabeça soltando um riso incrédulo. Realmente Michael sabia me surpreender e a visão que eu tive dele se masturbando vendo pornô invadiu a minha mente. Michael tinha esse poder de fazer o que queria e não tinha nenhum problema enquanto a isso, por mais que fosse uma simples forma de saciar o seu desejo, pude notar amplamente a sua personalidade. Com ele não havia tabus ou frescuras, ele era sincero nas coisas pelo qual queria e não tinha nenhum medo de mostrar. Eu deveria aprender mais com ele, ser livre assim como é.
Foi questão de 5 minutos até ouvir gemidos estridentes de mulher tendo um orgasmo vindo do quarto. A TV estava altíssima, e eu conseguia ouvir tudo o que estava acontecendo.
-Eu não acredito..._Exclamei pra mim mesma sorrindo com malícia.
Os gemidos da mulher ecoavam tanto pelo apartamento que a tive a sensação de estar acontecendo ali no meio da sala. Como uma pessoa vai ver filmes pornôs e coloca o volume naquela altura? Foi como eu disse, Michael era uma caixa de surpresas e não tinha nenhum medo de abri-la quando necessário.
Caminhei em ponte pés até o quarto, tentando olhar pela fresta da porta o que acontecia. Sim, eu estava curiosa em saber o que acontecia lá dentro, ainda mais quando se tratava da vida sexual daquele homem. Encostei meu rosto bem perto da porta e tive uma visão que realmente me deu água na boca.
Michael estava completamente nu, sentado em cima da cama com as costas a cabeceira. Sua mão envolta do pênis ereto massageando freneticamente.
-É isso ai garotas mandam ver! Chupa, chupa bem a outra. _Percebi que se tratava de pornô lésbica e foi bastante interessante saber que se interessa por isso. -Isso abre as pernas dela, enfia esse língua gostosa ai.
Minha vagina pulsava ouvindo falar dessa forma e o jeito que estava excitando se masturbando. Meu Deus que homem! Eu não podia ver as imagens, mas só de ver as reações de Michael...
-Isso, assim, enfia o dedo nela gostosa! Caramba essa mina vai gozar na sua mão! _De novo abri minha boca em um "O" me excitando ainda mais.
Seus movimentos junto com seus gemidos e falas de incitação aumentava ainda mais até eu vê-lo gozar se liberando completamente.
-Tá vendo? Foi eu quem gozei. Até parece que era em mim que essa boca linda estava. _Ri mordendo os lábios.
Eu estava louca para mandar os meus dias de menstruação as favas e entrar nesse quarto e transar com ele, mas acho que não seria uma boa ideia, até porque lembrei da sua frase "Não quero o meu pau sujo de sangue" Deixei Michael se divertir um pouquinho e fui tomar banho.
Amarrei bem o cabelo no alto para não molhar e me despir em seguida. A água estava quentinha e isso me aliviou um pouco, relaxou o meu corpo. Deslizei o sabonete em minhas curvas e em questão de segundos senti uma mão me envolver por trás com delicadeza e logo beijar minha nuca.
-Pensei que estava se divertindo sozinho. _Comentei com os olhos fechados, aproveitando aquele toque.
-Não tem tanta graça assim sozinho, baby. _Senti sua ereção encostar na minha bunda. - A dois é bem mais interessante. _Acariciou meus seios de leve.
-Você disse que não queria seu pau sujo de sangue. _Senti sua ereção entrar um pouco na minha bunda, suspirei.
-Agora que estamos no banho é bem mais fácil não acha? _Michael virou o meu corpo para sua frente tomando minha boca para si, tão sexy que não tive como resistir.
Fui encostada na parede e Michael suspendeu minha perna envolvendo-a em sua cintura acariciando com suavidade, me incitando completamente.
-E você disse que estava desconfortável..._Seu olhar estava tão em êxtase que era impossível me sentir desconfortável agora, ainda mais me sentindo tão molhada como estava e não era só por causa da menstruação. -Não está mais gatinha, hum? _Meus seios foram chupados agora e eu tremi.
-Acho...que... não. _Minha voz saiu entrecortada pela bagunça que fez comigo agora.
-Oh, isso é bom... _Lambeu meu mamilo e depois o sugou.
Seu dedo indicador correu pelo meu corpo parando em minha vagina. Gemi baixinho quando começou a massagear o meu clitóris. E ele fez com tanta intensidade que eu sentia o prazer se espalhando por todo o meu corpo. Mas isso só aumentou a vontade de tê-lo de vez dentro de mim.
-Michael eu quero você, me dê? _Pedi suplicante com a minha voz sussurrante pelo prazer que me proporcionava.
-Quer o que? _Sussurrou em meu ouvido, mordendo o lóbulo da minha orelha em seguida.
-Eu quero você.
-Não, fale direito amor. Você quer o que especificamente? Só pra eu entender melhor. _Percebi que queria que eu falasse o nome, o nome do que eu mais desejava agora.
-Seu pau. Eu quero o seu pau dentro de mim agora. _Sua risada em meu pescoço era de satisfação.
-Então empina pra mim amor. _Pediu me virando de costas para ele novamente, me encostando na parede abrindo os meus braços para cima. Eu estava tão imprensada na parede que meus seios estavam amassados contra o concreto gelado.
As mãos de Michael deslizaram pelo meu corpo pairando na minha bunda, foi quando eu senti a primeira estocada. Meu corpo chacoalhou pelo impacto e meu clitóris vibrou. Seus beijos em minhas costas começaram enquanto entrava cada vez mais dentro de mim, meus quadris rebolavam até sentir seu dedo preencher minha vagina novamente.
-Gostosa..._Seu tom embriagado de prazer me mostrava o quanto estava aproveitando da mesma forma que eu. Senti mais uma estocada e depois uma sucessão de movimentos frenéticos dentro de mim e no meu clitóris, eu já estava sucumbindo quando Michael simplesmente decide parar.
-Não, continua, continua. _Supliquei me sentido dolorida, eu precisava de um orgasmo imediatamente.
Meu corpo foi girado mais uma vez ficando de frente para ele. E mais uma vez uma de minhas pernas estavam suspensas em seu quadril, foi quando Michael se enterrou em mim mais uma vez. Eu estava tão sensível por causa da minha excitação que ele não teve dificuldade de entrar bem lá no meu núcleo me fazendo se alargar completamente para ele.
-Apertada e gostosa. É assim que eu gosto baby. _Envolvi meus braços em seu pescoço o trazendo para mais perto de mim, enquanto juntos rebolávamos e movimentávamos freneticamente. Michael entrava e saia com rapidez me atingindo em pontos estratégicos que eu sabia que com mais uma entrada firme eu me desfaria. E foi exatamente como eu disse, Michael me acertou firme fazendo minha vagina se apertar em torno do seu pênis e eu explodir em um orgasmo tão intenso que apertei os meus olhos com força gemendo alto.
-Ahh, ohhh. _Gritei apertando tão forte seus ombros que provavelmente ficaria a marca.
Foi quando Michael foi com mais rapidez e eu senti seu pênis pulsar em mim e ele gemer da mesma forma que eu, abrindo a boca apertando os olhos. Percebi que também estava tendo orgasmo, foi ai que saiu de mim e gozou no chão no banheiro.
-Caramba baby, caramba! _Me olhou com satisfação. -Nem parece que estava desconfortável, não é? _Sorrimos.
Capítulo 21
Michael segurou uma de minhas mãos próximo ao seu peito, ele havia me dito que queria me pedir algo e que seria logo. Fiquei imaginando um milhão de coisas do que poderia ser esse pedido tão importante que me faria em breve. Pensei em tantas possibilidades. Eu já havia acreditado bem lá no fundo que Michael poderia sim gostar de mim, gostar como sua mulher, como alguém importante em sua vida, ainda mais depois de lhe mostrar por diversas vezes que poderia confiar em mim. Por isso que minhas expectativas aumentaram de 1% a 50%. E depois que nos arrumamos depois do sexo no banheiro ele já estava pronto para me dizer.
-Quero que me ajude e recuperar a minha empresa.
Eu não sei porque, mas eu senti o meu mundo desabar naquela exata hora. Ele ainda pensava na empresa, claro que sim, não sei como pude ser tão idiota a ponto de achar que eu faria mudar. Eu era mesmo ingênua. Não havia nenhuma possibilidade de Michael Jackson desistir de sua empresa só porque eu Victória estava em sua vida. Por que eu pensei isso?
-Eu não posso fazer isso. _Disse nervosa me levantando do sofá, bastante aturdida com aquela proposta. Mas antes que eu saísse de vez Michael segurou minhas mãos me fazendo sentar de volta.
-Espera Vick escuta. _Ele se ajeitou no sofá ficando ainda mais frente a frente comigo para tentar me convencer, ele estava decidido a isso. Ainda mais me chamando pelo nome mais uma vez, eu não podia negar que aquilo mexia comigo e era maravilhoso para os meus sentimentos esperançosos. -Eu tenho um plano, um plano infalível.
Ai meu Deus! Michael ia mesmo me arrastar a fazer algo como isso, ia me persuadir, ia me dizer as vantagens, e o pior eu tinha medo de no final das contas acabar aceitando.
-Michael eu não posso, por favor. Deixa essa empresa com o Luke, deixa ele resolver essas questões, tenta seguir a sua vida. _Michael fechou os olhos tentando controlar o incômodo das minhas palavras e eu percebi muito bem isso. Teria que ser muito mais do que isso pra convencê-lo.
-Eu não vou deixar que Luke se apodera do que é meu por direito. _Bradou convicto e eu vi que minhas palavras não faria diferença a um coração decidido. -Eu vou conseguir com ou sem você. Se me ajudar irei assumir todas as responsabilidades possíveis, você nunca terá o seu nome vinculado a nada disso, se for pra ir pra cadeia eu irei sozinho e você continuará com a sua liberdade. Mas se não quiser, você pode ir pegando as suas coisas e dando o fora daqui, nunca mais apareça na minha vida. _Senti meu coração falhar uma batida por conta desse ultimato que eu havia recebido.
Eu poderia sim ir embora, pegar as minhas coisas e não ter que ficar no meio disso tudo, eu não era obrigada, ele mesmo deixou isso bem claro. Mas ai eu lembrei de tudo que passei por conta dele, não falava mais com os meus pais por medo de encara-los, Jane estava com raiva de mim e eu tinha o desprezo de Luke. E por outro lado eu tinha sentimentos por Michael, eu gostava de sua companhia, gostava do seu sexo e gostava dos rompantes de afeto que dava a mim, por mais raros que fossem eram significativos. E se eu ficasse, se eu fizesse tudo que me pediu para fazer, eu tinha mais uma vez a sua confiança, o seu afeto, que poderia aumentar de pouco para muito. Minha lealdade estaria em suas mãos e os benefícios disso seria muito mais gratificante do que qualquer outra coisa.
-Eu preciso saber Vick. _Cruzou os braços na frente do peito me encarando intensamente. -Qual é a sua decisão?
Pesei na balança mais uma vez tudo que havia pensado em meio a esses segundos e cheguei uma conclusão.
-Tudo bem. _Eu mal olhava em seus olhos. -Pode contar comigo.
O sorriso que Michael deu agora foi uma glória para mim, me fazendo ter certeza que fiz a escolha certa. Vê-lo feliz e satisfeito comigo só por ter aceito sua proposta foi sem dúvidas um trunfo, para uma mulher desesperada em fazer um homem tão duro e de personalidade forte amolecer.
-É assim que se fala baby. _Sua voz rouca e sensual apareceram para mim e minha boca foi tomada em um beijo intenso que fez minhas pernas ficarem bambas. -Irei te explicar o que estou pensando. _Confirmei com a cabeça.
Michael sentou-se ao meu lado agora procurando me explicar tudo que estava rondando em sua cabeça.
-Eu tenho papeis falsificados em minhas coisas que indicam que Roy Jackson sofria de problemas mentais. _Abri a boca chocada diante dessa afirmação. -São laudos médicos de mais ou menos três hospitais de prestígio, os mais importantes do país. Irei provar para a justiça que Roy Jackson estava insano quando assinou aquele maldito testamento, assim consigo cancela-lo, e como sou o filho mais velho cheio de experiência, diferente do inútil do Luke. Eu assumo a empresa com o meu nome, e aquele viado não irá toma-la de mim nunca mais.
Quando Michael terminou de relatar o seu plano eu estava tonta, tonta por conhecer a sua astúcia, o modo como planeja e calcula as coisas minuciosamente.
-Ai Meu Deus! _Pisquei meus olhos freneticamente. -Você pode ser preso por isso, se descobrirem você será preso. _Eu estava exasperada diante daquela situação. -Isso deve ser pecado Michael, um pecado cruel mentir desse jeito com uma pessoa que não está entre nós.
-Calma, calma baby. _Segurou meu braço com suavidade. -Roy deve está queimando no inferno e Deus sabe que só estou tentando consertar a merda que meu pai fez.
Eu não conseguia acreditar que Michael achava toda aquela loucura certo, estava determinado e não havia nada o que eu pudesse fazer.
-E onde que eu entro nisso? _Quis saber logo a minha participação já que eu não tive outra escolha. Michael sorriu com malícia e eu percebi que seria uma coisa da qual eu nunca me orgulharia.
-Você vai provar, com os meus meios é claro, que conheceu Roy Jackson há muitos anos.
-O que? _Isso foi um grito.
-Sim baby. Que foi amante do papai e que conhecia muito bem seus rompantes de insanidade. _Me levantei do sofá caminhando de um lado e outro.
-Ninguém vai acreditar, ninguém Michael. Todos sabem que me envolvi com Luke muito tempo depois de Roy morrer. _Ele revirou os olhos com os meus questionamentos, me fazendo saber que ele também tinha um plano pra isso.
-Se tem uma coisa que você não sabe, mas todos na minha família sabiam era que papai Roy não era um santo. Ele dava suas puladas de cerca e mamãe sabia muito bem disso. _Ele falava tão tranquilo que eu realmente me questionava se não era ele quem era um completo insano. -Nós nunca descobrimos quem poderia ser. A vadia sumiu levando uma boa grana dele. _Riu. -Mas agora a conheceremos em fim. _Riu com gosto.
-Sua família me conhece Michael, eles sabem.
-Caramba Vick será que você não consegue entender? _Me olhou como se eu fosse uma idiota, e realmente ele estava certo, eu era sim uma completa idiota ainda mais compactuando com tudo isso. -Será uma surpresinha para eles baby.
Agora sim eu entendi o que Michael queria exatamente, queria que eu ficasse mal para a sua família, queria que todos questionassem o meu caráter perante Jane, Luke e meus pais. Eu seria a vadia que era a amante do pai do meu noivo e anos depois voltei de novo para família tentando roubar o que era deles.
Comecei a examinar dentro de mim o motivo pelo qual eu estava fazendo tudo isso a esse homem, e cheguei a conclusão de que tentar muda-lo não era mais a razão e sim por já estar apaixonada há muito tempo, que simplesmente eu não poderia contraria-lo.
Capítulo 22
Michael havia apresentado para mim os laudos falsos de uma suposta consulta de insanidade mental do pai, uma coisa extremante irrefutável ao qual me deixou de boca aberta. Ele sabia dos esquemas, sabia como fazer exatamente o que fosse necessário para alcançar os seus objetivos. Lembrei de Jane falando isso uma vez para mim.
-Se arrume. _Disse Michael me tirando dos devaneios. -Vamos a um advogado agora mesmo. _Senti um golpe no meu estômago.
Certamente eu não estava preparada para isso, mas essa era a hora. Me arrumei mais que depressa junto com Michael e em menos de minutos estávamos dentro de sua BMW parados em frente a um prédio de advocacia. Ele me dando recomendações de como eu iria agir. "Se mantem firme" "Olhe nos olhos" "E nunca tenha dúvidas sobre qual palavras usar" Eram essas palavras que dizia a mim, e eu vi que estava diante de um profissional agora, e eu precisava aprender com ele em questão de segundos, ou eu colocaria tudo a perder.
-Coloque um sorriso no rosto baby. _Segurou meu queixo em suas mãos, sorri sem jeito. -Vai dar tudo certo. _Respirei fundo assim que ele abriu a porta do seu lado saindo do carro, fiz o mesmo.
Meus passos por aquele longo corredor vazio até a sala do advogado ladeada a Michael era como a eternidade, minhas pernas estavam tão pesadas que parecia não sair do chão, até ver Michael ajeitando o paletó caro de couro azul escuro, batendo na porta de uma sala até escutarmos um sonoro "entre" Caminhamos para dentro da sala e eu comecei a olhar ao redor. Uma sala simples com uma instante repleta de livros, um tapete grande ao chão com estampas de bichos, sofá ao lado para visita e finalmente a mesa de um advogado de idade, que tinha uma expressão serena e simpática.
-Sentem-se. _Michael e eu sentamos ocupando as duas cadeiras em frente a mesa do Doutor.
-Muito prazer Senhor, me chamo Michael Jackson. _Deram as mãos. -E essa minha namorada Victória D'Lacourt.
"Minha namorada" aquilo ecoou pela minha cabeça por diversas vezes até eu ser despertada mais uma vez com Michael me cutucando para cumprimentar o Doutor.
-Muito linda sua namorada senhor.
-Linda não é? _Michael tinha um ar de tranquilidade me exibindo sem incomodo algum, eu por outro lado estava bastante nervosa. -Viemos aqui Doutor, porque eu quero cancelar o testamento do meu pai. _O senhor de idade olhou com surpresa para Michael.
-Mas não pode cancelar um testamento Sr. Jackson, só em questões de...
-...De problemas mentais. Sim, eu sei. _Michael completou afiado. -Eu lamento dizer Doutor Lands, mas meu pai tinha sim problemas mentais, ele assinou esses papeis com sua sanidade um pouco comprometida. _Balançou a cabeça fingindo um certo lamento. -Pobrezinho.
-Sendo assim...
-Preciso que me ajude a ganhar essa causa Doutor, me ajude a cancelar esse testamento. Quem está no poder agora é o meu irmão casula, mas ele não sabe lidar com os negócios de nosso pai, está perdidinho coitado. Ele precisa de mim, mas como eu não posso assumir por esses motivos me afastei, só que agora a empresa não vai nada bem, e não posso ver o patrimônio de papai indo água a baixo só por causa de um testamento equivocado. _Michael era dissimulado e isso me impressionava a cada dia que passava. -Minha namorada. _Me segurou de lado. -Já presenciou muitos momentos difíceis de meu pai. _Engoli a seco sabendo que era minha deixa.
-Sim, o Senhor Jackson, ele...As vezes tinha umas crises dizia que estava vendo coisas ao nosso redor que não existiam.
-Isso era após o sexo. _Olhei rapidamente para o Michael diante dessa resposta, não crendo no que estava falando. -Ah qual é amor, todos sabem que você e papai foram amantes, não tem segredo nenhum entre a gente, pode dizer ao Doutor. -Olhei para o Dr Lands lentamente forçando um sorriso na boca e ele me olhava de um modo acusador já percebendo o que estava rolando, mas disfarçou. -Acontece que Vick é uma mulher maravilhosa e sempre contatava a mim o que acontecia com o papai, nós meio que nos ajudávamos, foi ai que nos aproximamos mais e depois da morte trágica de papai nos tornamos namorados, mas só depois. Vick amava o meu pai. _Fazia cara de lamento tão comovente que de vez enquanto eu acreditava.
-Eu entendo Sr.
-Olha aqui? _Michael pegou os laudos médicos falsos entregando ao Dr Lands. _São exames clínicos de papai.
Dr Lands pegou em suas mãos os analisando com cautela.
-Sim, aqui diz o problema mental de Roy Jackson. Mas não entendo o porquê de você não tem conseguido isso antes.
-Burocracia. _Abriu os braços. -E também era muita dor pra ficar mexendo nessa feriada não é mesmo?
-Sim, com certeza. _Assentiu ainda com os olhos nos papeis. Depois olhou para o Michael. -Mas por que seu pai colocou nas mãos de sua irmão e não o seu em uma crise de surto? _Senti meu sangue drenar do meu corpo, agora sim Michael poderia ser pego.
-Morei na Suíça muitos anos, Luke ficava por perto eu não, mesmo assim papai o esquecia algumas vezes, uma vez nem lembrou que tinha um filho mais velho. _Disse entristecido. -Isso é horrível, então mandaram fazer um testamento, os advogados dele que hoje não os acho em lugar nenhum. Não precisa nem dizer que esqueceu do seu primeiro filho não é? _Entortou a boca em lamento.
-Eu entendo. Sinto muito Sr. Jackson. _Olhei bem para o Dr Lands e não havia nenhuma desconfiança em seus olhos, nenhum resquício. -Irei começar o processo essa semana mesmo, e logo consigo uma liminar para o cancelamento dos documentos.
Aquilo era mais fácil do que eu pensava, então era só apresentar uns papeis questionando a sanidade mental de uma pessoa para cancelar um testamento? Fiquei me perguntando se Michael iria mesmo conseguir o que queria e que se isso acontecesse eu esperava muito para que nada de ruim sobre caísse a ele.
Nos despedimos de Dr Lands e Michael bajulou muito o advogado, lhe deixando bem claro que tinha muito dinheiro e que pagaria o quanto quiser. Deu pra ver que o homem se interessou por isso, então eu percebi que faria de tudo para Michael ganhar a causa para ter a grana que havia lhe oferecido. O filho da mãe era sortudo e sabia fazer as coisas direito, usando as pessoas certas para isso, assim como havia me dito uns dias atrás.
Capítulo 23
Michael estava tão confiante com o passo que deu que era impossível convencê-lo do contrário, não havia mesmo possibilidade em convencê-lo do contrário, ainda mais de ver aquele lindo sorriso em seus lábios, sorriso de que finalmente conseguiria o que tanto desejava.
Pude notar o quanto aquela empresa era importante para os dois irmãos, já que eu conhecia os dois lados agora. Foi o mesmo com o Luke, quando conseguiu em fim tomar o seu direito das mãos do pior ser humano na face da terra, era assim que Luke sempre pintava o irmão mais velho.
Mas olhando pelo ângulo que eu olhava agora, pude notar que para Luke a empresa significava tomar o poder do irmão ao qual o seu pai jamais permitiria que assumisse, e que por sua causa morreu de um ataque fulminante no coração. Fato que eu sabia que foi totalmente distorcido. Já para Michael era sua vida, ele foi criado para a assumir, criou uma paixão por aquele lugar que se tornou sua obsessão, seu caráter e suas ações e isso acabou levando a fazer tudo isso que fez até agora, utilizando meios extremos. Claro que também se tratava de orgulho, de mostrar a sua família e principalmente ao pai que merece muito mais que o irmão mais novo.
Eu sei que justificar Michael era um tiro no escuro, mas eu não podia ignorar o fato de que alguma forma eu conseguia enxergar suas razões e o profundo de sua alma. Eu não sabia ao certo o que aquilo tudo estava me levando, onde eu estava me metendo e nem quem eu sou mais. Mas eu acredito que ficar ao lado de Michael agora seria o lugar certo para mim.
(...)
Quando chegou a noite Michael havia me dito que iríamos a um restaurante caríssimo e que eu precisava me arrumar lindamente para me pousar de primeira dama ao seu lado, como uma forma de ensaio, para que quando assumisse a empresa eu saber exatamente como me comportar ao seu lado diante de todos. Esse senso de poder me despertou um fascínio que eu nunca havia sentido antes.
Quando entrei no quarto onde dormíamos encontrei uma peça luxuosíssima espalhada pela cama. Um vestido de tecido grosso vermelho sangue, com um decote delicadamente trabalhado, enquanto em sua calda dava um ar de escamas de peixe. Um cartão pardo estava entre a peça que logo capturei para lê-lo.
"Um vestido sempre cai bem em uma mulher, seja lá quem for. Ele sempre desperta o mais profundo e escondido do seus desejos, a torna livre, segura e intensa. Deve ser por isso que quando estão dentro de um ficam tão metidas. _Ri diante dessa ultima frase. -Acontece que a partir de agora preciso de você segura e intensa, que saiba lidar com tudo que iremos passar nos dias a seguir e que saiba escolher a decisão mais certa.
PS: Escolhi vermelho porque é minha cor favorita, e decotado porque irei passar a noite inteira admirando os seus belos seios"
Michael poderia ser qualquer coisa eu até admito, mas devemos concordar que ele sabia como deixar uma mulher aos seus pés e eu estava, a cada dia eu estava.
Passei as próximas uma hora para me arrumar, Michael não estava em casa e eu não sabia ao certo onde estava, quando saia nunca me avisava, mas eu até que achei bom, assim eu me sentia mais a vontade para me sentir a mulher que eu precisava enquanto me arrumava para ele. Passei de banhos de banheira com saís à óleos aromáticos ao corpo para perfumar a minha pele e deixa-la macia. Coloquei o meu vestido novo que Michael escolheu com carinho, eu tinha certeza disso. Usei algumas joias que eu já tinha, fiz um penteado no meu cabelo cuidadosamente de lado , usei uma maquiagem leve e natural e em fim usei um perfume suave para compor a minha produção.
Logo fui avisada de que Michael me esperava no saguão do prédio, peguei minha bolsa e fui mais que depressa ao seu encontro.
Ele estava lindo, com um sorriso no rosto, cabelos cumpridos soltos, um terno completo de couro de cor grafite, com uma gravata preta e sapatos platinados.
-Você está deslumbrante. _Sussurrou em meu ouvindo antes de salpicar um beijo rápido em meus lábios. Cheiro inebriante saia de seu corpo. -Parece que acertei na escolha.
-Você também está maravilhoso. _Disse convicta, mas querendo dizer mais, com o meu coração cheio de satisfação.
Querendo dizer o quão maravilhoso estava, o quão lindo e amável estava comigo durante esses dias e o quão envolvida eu estava cada vez mais. Mas eu não iria deixar o meus sentimentos femininos estragar aquele momento, por mais que eu soubesse que ele de alguma forma já sabia.
(...)
O restaurante era incrível, havia uma música tocando no fundo e uma sensação de melancolia no lugar que me agradava demais. O cheiro de rosas e comida gostosa entrava em minhas narinas me dando a impressão de que iria ser maravilhosa aquela noite.
Michael e eu seguimos o garçom que nos indicou a mesa reservada, Michael até puxou a cadeira para que eu me sentasse, se sentando em seguida. Ele era outro, não tinha como ignorar.
Fizemos o pedido ao garçom, pedindo um vinho branco de entrada e um salmão com aspargos para mim, enquanto ele pediu uma salada cozida no vapor com uma lagosta.
-Seu recado naquele cartão foi bem estratégico, o que quis dizer? _Perguntei assim que nos encontrávamos sozinhos degustando o nosso vinho. -"Escolher a decisão certa..."_Michael solveu o último gole de sua bebida antes de responder.
-As coisas a partir de agora não será nada fácil baby. Iremos mexer na caixa de maribondos, e se tudo der errado pagaremos por isso. Você vai ter que saber lidar com isso, vai ter que saber sair dessa situação, tomar a decisão certa para que possa sair ilesa. _Fiquei pensativa, mas não com medo.
-E se tudo der certo?
-Se tudo der certo iremos a Suíça juntos. _Ele riu e eu acompanhei o seu riso.
-Não irá cuidar dos negócios de seu pai aqui? _Me lembrei que antes de Luke retomar a empresa Michael não vivia aqui, era na Suíça que passava os seus dias enquanto outra pessoa tomava de conta.
-Nã, nã, nã. _Negou com veemência. -Los Angeles não é lugar para mim. Irei abrir uma segunda sede na Suíça e recomeçar tudo do zero, tirar a velha forma de papai lidar com tudo aquilo, farei do meu próprio jeito. Era assim que estava prestes a fazer quando Luke resolveu se meter, mas até que foi bom, assim eu tiro o nome dele vinculado das minhas coisas. Mas não se preocupe amor. _Segurou na minha mão com carinho. -Não deixarei você aqui.
-Não tem medo de tudo der errado e você acabar preso pelo resto da vida? _Minha frase era uma evidente preocupação.
-Ir preso é a consequência que terei de enfrentar, mas na vida temos que correr riscos, não da pra ter o que quer pensando nas consequências, temos que pensar na vitória.
-Sim, isso vale quando fazemos as coisas certas e dentro da lei, porque as consequências não implica em parar na cadeia ou morto. _Disse irônica e ele riu, colocando minha mão aberta dentro da sua subindo ao ar.
-Não se trata do que pode acontecer comigo baby, se trata de conseguir o que eu quero. E o que eu quero é tirar Luke do meu lugar e provar ao papai que estava errado, entende?
Percebi então que ele não se importava com sua vida, se for preso ou morto ele estava pouco pensando nisso. Michael queria vingança e isso estava tão claro agora para mim como o dia.
-Achei que amava aquele lugar. _Ele riu mais uma vez.
-Eu amo a vida, amo a minha mente e amo as mulheres. _Chegou sua cadeira próxima a minha e tomou meus lábios com paixão, me deixando sem ar quando sugou minha boca para solta-la.
-A vingança vai te destruir. _Alertei, mesmo sabendo que não estava nem ai.
-Ela já me destruiu há muito tempo. _Olhei no fundo de seus olhos procurando algo que poderia me esclarecer algumas coisas. E neles havia um brilho diferente, algo que não consegui decifrar com exatidão, mas neles havia um pouco de um menino assustado que precisava de proteção.
O garçom nos trouxe o nosso prato ao qual continuávamos mais a nossa conversa enquanto apreciávamos. Uma conversa mais descontraída, mas ainda sim falando da sua forma de ver a vida que era algo tão complexo do que minha compressão poderia alcançar.
-Eu tenho uma coisa pra você. _Comentou tirando algo no paletó, algo que nem me dei conta que estava ali o tempo todo.
Era uma caixa mediana aveludada de cor azul marinho, parecia uma joia e me certifiquei quando abriu em minha frente.
-Uau! _Era um colar ouro branco, cravado de diamantes. -Michael é lindo! _Meus olhos se iluminaram eu tinha certeza disso.
Michael sorriu se ponto atrás de mim para coloca-lo em meu pescoço.
-Ficou maravilhoso caído nesses seios deslumbrante. _Sorri esfregando minha mão na joia em meu pescoço.
-Parece que acertou tudo nessa noite.
-Sim. _Suas dedos longos virados de costas acariciaram o meu rosto me fazendo fechar os olhos lentamente. -Acertei sim. _Voltei a encarar-lo, um sorrindo para o outro.
Então percebi que éramos cúmplices e eu jamais teria coragem de deixa-lo, eu estava envolvida demais para isso, estava apaixonada demais para isso. E eu poderia ousar a sonhar que ele também estava por mim.
Capítulo 24
Uma semana depois
Em uma semana havia acontecido tanta coisa, Michael realmente estava com um ar mais tranquilo. Bom, ele sempre teve esse ar tranquilo, mas garanto que não tanto quanto estava durante essa semana, ele sorria de verdade. E não do jeito debochado e sínico que sempre sorria, sua áurea estava serena, mais calma, em paz. E eu sabia que era por causa da possibilidade de conseguir anular aquele documento. Estava até mais carinhoso na cama... ainda mais do que sempre foi, me fazendo acreditar que estava apaixonado por mim também. Era bom notar esses sinais de Michael, era bom saber que eu o agradava, que podia confiar em mim de olhos fechados, pois eu não teria coragem de traí-lo... não, isso definitivamente não. Eu estaria traindo os meus sentimentos, estaria traindo a mim mesmo e tudo que construí ao seu lado. Percebi que nunca amei Luke como eu achava que amava, ele era sim um cara perfeito que toda mulher queria ter. Um homem carinhoso, atencioso, dedicado. Mas Michael era intenso demais, um homem que me fazia querer desesperadamente agrada-lo e quando isso acontecia eu me sentia plena e especial. Sei que é algo incomum, mas era o modo que me fazia ama-lo, não só por isso é claro. Michael tinha suas qualidades únicas, e nessa semana eu pude ver com mais clareza.
-Vamos dançar amor? _O som estava no último volume tocando My Girl em uma versão mais romântica que me dava paz. As mãos de Michael estendidas para que eu acompanhasse naquele ritmo me incitando a aproveitar aquele momento, não me deixou negar, eu não poderia negar.
Me levantei do sofá com um sorriso largo no rosto, sua mão direita segurando firme em minhas costas e a esquerda levantando a minha no ar dando os primeiros movimentos daquele ritmo. Seus olhos fixos nos meus e seus lábios sorrindo da mesma forma que eu.
Errei um passo e ele riu me corrigindo, Michael sabia dançar maravilhosamente e eu me sentia uma dama em seus braços. Logo depois meu corpo foi girado fazendo meus cabelos balançarem. Sorrimos mais uma vez. Depois fui inclinada para trás deitando em seu braço sendo puxada mais uma vez para o seu corpo.
-Você é maravilhosa baby. _Comentou, sorri tímida.
Estávamos em sintonia dançando daquele jeito, uma hora meu corpo era girado e outra inclinado e puxado de volta e sempre nos beijando em seguida.
Michael poderia ser tudo o que se possa imaginar, mas ele era um verdadeiro cavalheiro em todos os sentidos.
Fui erguida por seus braços pulando em seu colo com as minhas pernas envolta de seu cintura, e mais uma vez nossos sorrisos era em sintonia. Suas mãos acariciando minha bunda e pernas, meus braços envolta de seu pescoço com ele ainda dançando lentamente. Eu realmente estava apaixonada.
Joguei meu cabelo de lado tomando sua boca em um beijo carinhoso, mas mesmo assim com línguas preenchendo a boca um do outro pra lá e pra cá. Eu amava aquele homem, definitivamente amava.
(...)
Eu estava no quarto tirando os meus brincos da orelha quando Michael adentrou o local comemorando, ele estava tão eufórico que eu já sabia o que poderia ser.
-Conseguimos Vick, conseguimos! _Aquele sorriso tão vitorioso, aqueles olhos repleto de lágrimas emocionadas, meu coração palpitou.
Me joguei no colo de Michael acompanhando a sua alegria, comemorando como se fosse a melhor coisa do mundo. E era, pra ele era a vida e eu estava compactuando com tudo. Seu abraço foi tão forte, suas gargalhadas se misturando com as minhas.
-Parabéns Michael, parabéns. _Segurei seu rosto entre minhas mãos o parabenizando com emoção. Sua boca tomou a minha, e compartilhamos um beijo cúmplices.
Se fosse há alguns meses atrás eu iria praguejar essa Victória que estava comemorando por Michael ter conseguido infligir a lei, ter sujado a memória do pai e por todas as coisas que faria ao irmão depois desse dia, mas a Victória apaixonada de hoje, a Victória que consegue entender Michael Jackson, justificar todas as suas ações erráticas, essa sim estava comemorando com ele, estava orgulhosa dele e torcia para que tudo desse certo, porque a Victória de hoje mesmo assim ainda teme e irá sofrer muitíssimo se algo de ruim acontecer a ele. Mas ver de perto Michael feliz por finalmente ter em mãos tudo que quer, realmente não tinha preço, era fora da minha compreensão, era...perfeito.
Capítulo 25
O prédio imponente de quase 30 andares estava diante de mim, visto de fora parecia um palácio onde os reis e rainhas se reuniam para aplacar o seu luxo. Todas as janelas eram de um vidro fumê fino, um ar de poder e sofisticação era notório. Havia uma placa enorme prateada no topo com a inicial "J" em ouro, que indicava que era patrimônio da família Jackson. Eu ainda não havia conhecido aquele lugar, Luke não teve a oportunidade de me mostrar, e eu também não fiz questão, a final o que eu faria naquele lugar se não entendia nada de negócios? Mas agora, agora Michael quis que eu fosse, quis eu estivesse ao seu lado para quando definitivamente tirar Luke o patrimônio que se intitula seu.
Se por fora eu havia me impressionado, por dentro nem se fale. Havia um salão redondo na recepção com pessoas engravatadas indo e vindo o tempo todo, mulheres vestidas socialmente, até mesmo as secretárias.
Pegamos o elevador, Michael tinha um sorriso nos lábios para mim, se mostrando confiante, mas quando chegamos no andar desejado, ele se manteve firme e altivo, como se fosse o dono do mundo. E eu devo confessar que eu me sentia segura por sua personalidade.
O corredor longo e tranquilo me dava uma sensação de monotonia, o piso amadeirado emitia sons por causa dos meus saltos. Eu não sabia ao certo onde ir, então acompanhava Michael a todo tempo.
Michael parou em uma porta do lado direito do corredor, onde eu conseguia nitidamente ouvir a voz de Luke, parecia uma reunião, pois eu conseguia ouvir vozes de outras pessoas também.
-Preparada para a festa gracinha? _Comentou Michael com a mão na maçaneta, e eu assenti, me mostrando pronta. Mas por dentro só Deus sabia o meu estado.
Michael abriu a porta de uma vez chamando a atenção de todos ali.
-Muito bem maninho é assim que conduz o rebanho. _Michael bateu palmas de um jeito debochado que ele sempre fazia. Lembro do dia que entrou no salão da festa do meu noivado, o quanto ele havia me assustado.
O olhar de Luke pairou sobre mim e eu não pude olhar em seus olhos, tamanha era a vergonha.
-Quem permitiu a sua entrada? _Luke se pôs a frente de Michael o enfrentando. -Eu sugiro que dê o fora daqui.
-Acontece Luke que esse lugar não é mais seu, então quem deve sair, e logo é você. _Michael nunca abandonava aquele ar seguro e expressão risonha quando se imponha, era o jeito dele de fazer as coisas. -Vê? _Michael pegou o documento onde lhe dava o direito da empresa que havia conseguido legalmente por sinal após a anulação do testamento. -Esses papeis aqui me dão o direito total dos negócios.
O olhar chocado de Luke era notório, provavelmente passava pela sua cabeça como Michael conseguia fazer essas coisas, como ele era capaz de tudo e nunca desistia de seus objetivos. É... eu também já me fiz essa pergunta por várias e várias vezes.
-A reunião acabou senhores. _Luke continuava encarando o irmão com fúria dispensando os acionistas. -Podem se retirar. _Michael alargou ainda mais o sorriso enquanto todos deixando a sala encarando aquela situação bastante confusos.
-Ora, deveria ter deixado os senhores presentes, a final eles precisam conhecer o novo presidente não acha?
-Fala logo o que você fez? _Cortou Luke sem paciência.
-Aqui nesses papeis. _Colocou os documentos em cima da bancada. -Dizem que eu devo assumir a empresa como o dono absoluto, absoluto maninho.
Luke deu uma olhada nos papeis com atenção, dava para notar sua evidente perturbação.
-Não acredito que conseguiu anular o testamento Michael.
-Já deveria saber que consigo tudo, tudo o que eu quero.
-Com certeza isso tudo é ilegal, sendo assim eu não arredo o pé. _Luke se manteve duro.
-Pior que não maninho. São tudo legal, papai não tinha condições alguma de assinar um testamento com sua doença mental, então eu pedi a anulação, olha que coisa maravilhosa! _Seu sorriso retardado era hilário, mas não era o momento para eu rir.
-Você o que? _Luke estreitou os olhos sentindo asco de tudo aquilo, e infelizmente eu não podia descordar dele. -Você teve coragem Michael de sujar a memória do papai?
-Ora Luke, pacientes mentais não são sujos. Apenas... peculiares. _Entortou a boca pensativo.
-Você estava no meio de tudo isso não é Victória? _Se virou para mim agora e eu me tremi, o olhar decepcionado de Luke para mim me acabava. -Como você pôde ser tão suja, e tão vigarista desse jeito? _Ele balançou a cabeça incrédulo e eu não consegui abrir a minha boca.
-Não fala assim da minha mulher Luke. Seus problemas são comigo, então enfrente-os como um homem. _Luke não deu bola para o que Michael dizia e continuava se dirigindo a mim.
-Ele está manipulando você, será que não percebe? Está te usando para conseguir o que quer. Não vê que com Michael é tudo calculado e planejado? Ele usou você para o objetivo final.
Foi ai que passou pela minha memória aquele lance das cartas a mesa que o próprio Michael havia me dito. Chegou até a afirmar que eu era o seu movimento certo. Claro, Michael precisava de mim para chegar até aqui, pois eu fui a "amante" do pai dele, sua testemunha para colher provas para um falso problema mental. Senti um nó intenso preso na minha garganta.
-Ora não fala de mim Luke, porque não fala de você hãm? Diz a Victória como você sempre soube do nosso envolvimento? _Arregalei os meus olhos para um e depois para o outro, mas que diabo era aquilo? -Você não queria saber baby, como Luke sabia exatamente, onde e quando estava comigo? Pois então...Fala Luke pra ela?
Luke abaixou a cabeça e eu comecei a me irritar com aquilo, ou ele desembuchava logo, ou eu arrancaria palavra por palavra de sua boca.
-Fala Luke de uma vez! _Bradei.
-Eu..._Começou a falar pousadamente. -Vigiava os seus passos.
-Acontece baby que Luke nunca confiou em você, nunca. _Michael abriu os braços revelando aquela história.
Comecei a pensar sobre Luke me seguindo onde quer que eu fosse, dentro de um carro preto, sabendo exatamente onde eu estava, onde eu saia e entrava.
-Fala pra ela como fazia Luke, diz? _Michael incitava Luke a abria a boca e eu pude notar que era muito pior do que eu estava imaginando.
-Pelo amor de Deus Michael isso não é necessário. _Luke tinha medo que eu soubesse e eu tive certeza absoluta de que era pior do que eu imaginava.
-Fala! _Gritei. -Fala logo Luke ou eu não respondo por mim.
-Se você não falar eu falo. _Completou Michael.
Luke estava suando frio, bastante incomodado, as coisas não estavam tão corretas aqui eu percebia em seu olhar, percebia no olhar de Michael.
Michael foi próximo a mim segurando as minhas costas, caminhando comigo até um espelho enorme instalado no canto esquerdo da sala. Fiquei frente a frente contemplando o meu próprio reflexo e de Michael atrás de mim.
-Você tem uns olhos lindos baby! _O elogiou era fora de hora, mas eu pude notar em seu tom que havia muito mais por trás daquele simples elogio. -Pena que eles te entregam.
-Que história é essa Michael? _Eu já estava me tremendo, juro, eu não conseguia entender nada e estava ficando com medo disso. -Fala logo o que está acontecendo.
-Há uma microcâmera instalada em sua retina, tão pequena que você não sente absolutamente nada. Apenas Luke sentia ao descobrir que estava na cama comigo. _Abri minha boca em "O" comecei a ficar ofegante, o ar não circulava em mim e eu achei que ia desmaiar.
Como aquele homem foi capaz de fazer isso comigo? Luke era um... um monstro?
-Com que direito você fez isso comigo! _Fui pra cima de Luke com fúria estapeando com força, chorando ao mesmo tempo. -Me invadindo assim, como se tivesse direitos. Desde quando você faz isso, diz!
-Desde...desde que nos conhecemos. _O fulminei com os olhos, não reconhecendo aquele homem a minha frente. Ele julgava tanto Michael, mas era mil vezes pior que ele.
-Acontece que Luke nunca confiou em você. Ele não podia confiar em alguém que mal conhecia, deixando-a entrar em sua vida em sua intimidade com tanta grana que possui.
-Eu quero ouvir da boca desse homem Michael, ele vai ter que me dizer tudo que fez e agora mesmo. _Meu corpo tremia, eu queria matar Luke, mata-lo por ter feito tudo que fez. -Anda Luke, desembucha! _Luke mordeu o lábio prestes a me contar tudo.
-Isso aconteceu logo depois que aceitou a namorar comigo, na nossa primeira noite de amor...._Respirou fundo, para depois continuar. - Eu a dopei, e levei há uma clínica. Eles fizeram uma pequena cirurgia implantando uma microcâmera na sua retina e assim eu pude controlar todos os seus passos. _Coloquei a mão nos meus olhos, chocada com a monstruosidade daquela situação. Havia uma coisa dentro de mim ao qual acabou comigo.
Minhas lágrimas saiam em abundância dos meus olhos, em pensar que cada um daquela família eram doentes. Luke que sempre falava da periculosidade do irmão era ainda pior que ele. Em pensar que senti culpa por ter trocado o homem que eu julgava integro pra ficar com o homem que aparentemente era um bandido, agora eu vejo que quem não prestava era ele. Eu estava com nojo daquele homem deplorável na minha frente.
-Está vendo baby? Luke nunca foi um santo, era um demônio na pele de cordeiro.
-Você não tem o direito de falar nada de mim! Você sempre soube, e mesmo assim a manipulou, usou pra o seu plano de merda.
-Michael nunca me obrigou a nada Luke! _Me impus. -Tudo que fiz foi porque eu quis fazer. Já você, agiu por minhas costas.
-Eu quero você fora da minha empresa Luke e eu não vou dizer duas vezes.
-Pois eu não vou a lugar nenhum. Meu pai me colocou como dono, você não é nada aqui pra dizer o que eu devo fazer. _Luke em peitou Michael, mas por muito pouco tempo, até Michael dar um soco na cara de Luke, de repente fazendo o seu nariz sangrar instantaneamente.
-Vamos ver se seu papaizinho vai te ajudar agora seu covarde! _Mas Luke reagiu e revidou o soco de Michael.
Os dois irmãos começaram uma luta entre eles, Michael o socava sem dó, Luke tentava revidar agora, mas Michael conseguia desvencilhar e o socar mais, eu não sabia o que fazer, não sabia como agir em uma situação como essa. Eles se matariam se ninguém chegasse, até que finalmente ficaram de pé um olhando para o outro.
-Anda Michael, me mata! Esse não foi sempre o seu desejo? Então faz.
-Acabou Luke, não vale a pena brigar com você. É um maricas. _Michael gargalhou.
Mas Luke pegou algo do bolso rapidamente, e quando apontou para nós percebi que era uma arma.
-Não Luke, por favor, não mate o seu irmão. _Supliquei com medo do que ele seria capaz agora. E mais uma vez eu não conhecia aquele homem na minha frente apontando uma arma 38 na cara do próprio irmão. Em pensar que eu esperava essa reação de Michael e não dele.
-Ele não tem coragem baby, não se preocupe. _Michael estava tão tranquilo que me desesperava. -Atira Luke, vai. Atira de vez e se livra de mim.
-Não, não Luke não escuta ele. _Se Luke atirasse em Michael estaria acabando com a minha vida de vez.
Eu jamais iria me recuperar, eu jamais teria sentido para viver agora. Eu amava aquele homem e isso estava tão claro para mim que eu sofria.
Michael caminhou em sua direção com sangue escorrendo em sua boca. Luke não parava de encarar Michael tão nervoso que suas pernas tremiam, sempre em alerta, sabia que os movimentos de Michael eram imprevisíveis. Foi quando Michael puxou a arma da mãos de Luke abruptamente sem nenhum tipo de esforço, fazendo Luke assustar e eu me aliviar.
-Você me faz rir maninho. _Michael continuava encarando o irmão tranquilamente. -Quero que saia da minha empresa hoje mesmo, ou eu tomo as medidas necessárias... Anda baby, vamos embora daqui.
Michael me puxou e eu o acompanhei olhando com nojo para Luke. Eu só queria sair dali de uma vez por todas e tirar essa merda dos meus olhos que Luke havia colocado por puro egoísmo. A vida dá voltas mesmo, e agora ela mostrava quem era o irmão mais novo.
Capítulo 26
Permaneci o trajeto de volta completamente sem dizer uma palavra, apenas remoendo o que havia acontecido naquela sala há poucas horas. Eu estava sendo vigiada por Luke 24 horas por dia sem saber de absolutamente nada. Pior era saber que o homem que eu estava prestes a construir uma vida ao lado nunca confiou em mim, e então eu começava a me perguntar até quando ele continuaria com aquilo? Pude ver claramente quem era o manipulador ali.
Luke sempre se dizia apaixonado, amável, que eu era a pessoa mais importante de sua vida, e até mesmo já disse que confiava em mim. Mas é muito fácil confiar quando se tem uma microcâmera instalada em sua retina lhe mostrando cada passo que dava. Em pensar que me senti mal por ter ficado com Michael de o ter ferido de alguma forma por ficar com o cara que ele mais odiava na vida. Claro que não há justificativa para o meu erro, todos nós erramos, mas eu tenho certeza que Michael nunca faria isso comigo, ele sempre foi seguro demais de si para chegar ao ponto de ter que me transformar em um Frankstein só para saber se eu o traia ou não. Se houver traição da outra parte quem perdia o jogo era a pessoa em si e não ele, então expulsava a pessoa da sua vida e acabou, erguia a cabeça e tudo voltava ao normal. As vezes tenho inveja da capacidade que tem de enfrentar as coisas, mas sei o que teve que enfrentar para ser assim dessa forma. Já Luke é inseguro demais, não sabe lidar com as decepções, não sabe lidar consigo mesmo, era um fraco e eu estava com muita raiva dele agora.
-Está tudo bem querida? _A voz de Michael soou carinhosa enquanto ele dirigia o carro acariciando minhas pernas. Ele havia mudado tanto nesses últimos dias...
-Só quero tirar essa coisa dos meus olhos. _Murmurei fazendo uma cara de piedade.
-Faremos isso agora mesmo, tudo bem? _Sorri de lado sentindo o seu apoio.
Em menos de minutos estávamos em uma clínica, tudo estava preparado para a remoção da microcâmera, parecia até que ele havia feito com antecedência, apenas esperando para que eu pedisse e ele atendesse.
Senti uma luz forte queimar os meus olhos enquanto eu estava deitada imóvel naquela maca, um médico vestido adequadamente para uma cirurgia se posicionava ao meu lado com uma seringa nas mãos se aproximando cada vez mais de mim. Foi ai que tudo se apagou.
Acordei um pouco grogue algum tempo depois e Michael se encontrava ao meu lado, sentando me observando.
-Acabou gatinha. _Sussurrou ele. -Não há mais nada ai. _Sorri aliviada me sentindo segura mais uma vez, me sentindo em paz de novo
(...)
Estávamos juntos deitados na cama um ao lado do outro sem dizer nenhuma palavra inicialmente. Meus pensamentos estavam longe demais, os conflitos sentimentais dentro do meu coração me impediam de falar. Michael devia está pensando também, olhando para o teto usando apenas uma cueca, barba por fazer e cabelos soltos, estava lindíssimo, eu usava um baby doll. Nossas mãos entrelaçadas denunciava a nossa conexão. Eu daria tudo para saber o que passava em sua cabeça.
Girei o meu corpo para olhar para ele, me apoiei com o cotovelo para não ficar totalmente deitada.
-Não acredito que Luke sabia de tudo que rolava. _Deixei os meus pensamentos transformar em palavras. -Via nós dois juntos... _Michael deu uma risadinha.
-Não me importo com isso. Faz o que quer, ver o que não quer. É tão simples.
-Você sabia de tudo, e mesmo assim...Foi um jogo? _Eu precisava saber se o motivo de Michael ter aceitado ficar comigo mesmo sabendo que Luke presenciava, foi uma questão de competição. Aquilo era tão óbvio, mas eu quis perguntar mesmo assim.
-No começo...sim. Meu irmão se fazia de esperto, mas sempre foi um idiota, quis mostrar quem é o amador aqui.
-E...depois? _Eu não deveria entrar em uma expectativa que estava entrando agora, sentir o meu coração disparar tanto por conta do que Michael poderia dizer a partir de agora, mas eu realmente não pude evitar.
Michael se levantou da cama o suficiente para se sentar no meio dela, segurou minha mão e me pus de frente para ele entre suas pernas. Levei minhas mãos em seu peito nu enquanto eu sentia suas mãos perpassarem em meus cabelos, ele me olhava tão diferente, com carência.
-Depois eu... _Sorriu de leve balançando a cabeça, talvez não acreditando o que estava prestes a dizer. Voltou a olhar nos meus olhos, sério agora -Tudo mudou.
Sua voz saiu um pouco falha e meu coração pulsou de uma forma que fiquei sem ar.
-Não me peça pra dizer mais nada está bem? _Pediu.
-Não vou pedir mais nada, eu só...Há muitas coisas ainda que eu não entendo, eu queria muito entender.
-E vai, mas não agora. Agora é arriscado demais. _Abaixei minha cabeça com mais um pensamento em mente, aliás um súbito de memória ao qual me fez tremer.
-Michael se Luke sabia de tudo que rolava aqui, então ele sabe do seu plano para anular o testamento, ele pode te denunciar a polícia. _Ele riu tranquilo, sem se importar muito.
-Luke chamaria de qualquer jeito Vick, mas eu quis que fizesse isso, quis que soubesse. Nada acontece aqui sem eu ter controlado antes. _Fiz um vinco em minha testa.
-Então você quer ir pra cadeia é isso? _Mordeu o lábio e balançou a cabeça.
-Eu não quero ir a lugar algum, eu só quero ficar aqui. _Seus dedos esfregaram em meus lábios, e pela emoção de ter entendido que quis dizer, meu corpo todo entrou em chamas e no meu estômago esvoaçaram borboletas. -Com você.
Eu também queria ficar ali com ele, queria ama-lo, queria senti-lo, queria tê-lo para mim mais uma vez. Queria tudo que estava disposto a me dar naquele momento, não ser capaz de pensar em mais nada a não ser nele, apenas nele.
-Eu também quero, eu quero você.
Minhas mãos prenderam em seu nuca o trazendo para perto de mim para que eu pudesse beija-lo. E quando nossos lábios se encontraram pude notar que a mesma intensidade que eu tinha dentro do meu coração em tê-lo daquela forma, foi a mesma que ele tinha pelo modo que me acariciava, e me detinha em seus braços com ânsia, agonia e desespero. Eu só queria fazer amor com ele, senti-lo. Era uma necessidade que estava fora da minha compreensão, estava além das minhas forças. Eu não queria pensar em nada, a não ser sentir tudo que eu precisava senti, ser livre em seus braços, sem culpa, sem medo, sem receio.
Montei em seu colo ainda nos beijando muitíssimo, as mãos dele entraram dentro da minha blusa tirando em seguida. Aquele sorriso que tinha nos lábios, aqueles cabelos lisos e brilhantes contrastando com a luz do sol que entrava pela janela, eu estava apaixonada por ele de uma forma que me dava vontade de chorar, de uma forma que me deixava plena, como se minha vida estivesse em suas mãos, se dependesse desse homem para continuar valendo.
Meus seios foram acariciados de uma forma que jamais fez, com delicadeza, com carinho. Eu havia dito que Michael estava carinhoso nesses últimos dias, mas só disse por conta do seu modo comigo, seu modo de falar e de se preocupar, até mesmo as suas ações. Mas agora prestes a se fundir em um só percebi que realmente estava diferente, sem aquele rompante exasperado de excitação que fazia dele um animal no cio, não. Ele estava calmo. Deus ele era meu! Eu era dele, e eu não me aguentava dentro de mim de emoção.
Seu membro entrou dentro de mim de uma forma suave após estarmos completamente nus, minhas costas afundando no colchão fofo assim que me deitou, se deitando sobre mim. Suas mãos acarinhando o meu cabelo, nossos beijos não cessavam. Ora beijando minha boca, ora o meu pescoço, descendo pelo colo pairando nos seios. Suas investidas cálidas, mas ainda sim prazerosa, ainda sim com êxtase, Michael não abandonava a sua forma deliciosa de me dar prazer.
As gotas de suor escorrendo de nosso corpo, eu sugando o ar entre os dentes a cada prazer mais intenso que eu sentia, as mordidas de leve que eu dava em seus ombros, os meus olhos revirando, seus dentes gravando em seus próprios lábios. Nossos sexos pulsaram juntos e ambos gememos alto com o clímax que nos atingiu ao mesmo tempo.
Capítulo 27
-Senhoras e senhores. _Suas duas mãos apoiadas no topo da grande mesa de reuniões repleta de homens engravatados. Seu olhar intenso, fulminante, voz firme, repleta de segurança ecoavam por aquele sala. É que se tratava de Michael Jackson assumindo um posto que sempre foi seu.
Seu terno escuro de corte bem acentuado, cabelos bem presos com alguns cachos caindo em seu rosto lhe dava um ar de homem poderoso.
-Vim anunciar que a partir de hoje... _Michael era sombrio quando olhava daquele jeito, penetrado, estreito, arredio. -Esse caralho aqui é todo meu! _Abriu seus braços altivo, seguro.
Disfarcei o sorriso no rosto por saber que o homem que eu julgava meu, era assim tão irreverente e cheio de si que sinceramente eu me orgulhava. Com ele não havia meias palavras, ele dizia e pronto, doa a quem doer.
Todos o olhavam com receio, mas eu pude entender o porquê. Antes de conhecer Michael na integra eu também tinha receio, mas hoje vendo como eu o vejo, apenas sei que finalmente tudo que queria estava finalmente em seus mãos, então era o seu jeito torto de se libertar e comemorar.
A empresa era dele, e a única forma de tira-lo dali, era matando, ou indo preso. E eu temia que esse dia logo chegasse.
(...)
Senti mãos me envolvendo por trás e lábios beijando o meu pescoço.
-Precisava falar daquele jeito Sr. Sem modos Jackson? _Entortei minha cabeça para olha-lo nos olhos, com um sorriso despontado de canto. -Você os assustou.
-Exatamente como fiz com você a meses atrás. _Caminhou até o outro lado da sala presidencial, perto da janela onde havia uma visão privilegiada da vista lá de fora. -E você adorou.
-Eu?... Eu morri de medo.
-Você sempre foi medrosa baby.
-Mas me tornei forte, graças a você. _Balançou o dedo em sua frente em um não.
-Ainda não baby.
-Tem razão. _Me deu um estalo na mente e eu caminhei ao seu encontro sensualmente, rebolando dentro de um vestido colado de couro vermelho. Segurei sua gravata com firmeza encostando os meus lábios nos dele. -Você, continua sendo a minha fraqueza. _Capturei seu lábio com o dente lhe beijando a boca com luxúria, sentindo suas mãos entrarem no meu decote acariciando demasiadamente, e depois me puxar de vez para o seu corpo.
Nossas línguas duelando com destreza, eram uma sintonia perfeita entre dois amantes excitados. Agora sua mão esquerda segurou minha perna perpassando por minha pele obstinado a me seduzir. Senti minha intimidade contrair e eu ficar molhada no mesmo instante.
-Está realmente afim de estrear a sala da presidência Sr. Jackson. _Sussurrei em sua orelha.
-Certamente gracinha. _Minha boca foi tomada mais uma vez, enfiei minhas mãos por dentro de sua camisa de dentro de seu terno tocando a pele do seu peito, depois desci bem devagar pairando na calça e cima do seu membro já rijo.
-Está pronto garanhão.
-Estou sempre pronto baby.
Inclinei minha cabeça para poder mordiscar o seu pescoço quando sem querer olhei de soslaio e percebi uma movimentação lá em baixo. Parei o que estava prestes a fazer com Michael imediatamente, arregalando os meus olhos.
-Michael! É a polícia!
Michael abriu a persianas de uma vez só, querendo ver a visão que eu tive há alguns segundos.
-Eles vão invadir o prédio e nos pegar. _Afirmei desesperada.
-Não tão fácil assim baby. _Michael abriu a gaveta da sua mesa capturando uma arma de dentro, a posicionando a punho. _Anda vamos embora daqui!
Minha mão foi puxada de vez e eu me deixei levar junto a ele naquela fuga. Meus soltos não ajudavam, então parei um pouco para arrancar dos meus pés e sairmos de lá mais rápido possível.
Michael me levou a um corredor ao qual eu nunca havia visto naquele prédio, parecia uma rota de fuga já conhecido por ele. Pois como sempre dizia, tinha tudo planejada em suas mãos.
Descemos em elevador escuro e aberto que dava para ser notado as paredes nas laterais mal rebocadas. Sim era uma rota de fuga. Quando chegamos fui puxada mais uma vez para a saída, não havia ninguém do lado de fora e pelas caçambas de contêiner era os fundos da empresa. Seu carro estava estacionado ali e entramos rapidamente.
Coloquei o cinto depressa enquanto ele arrancava, cantando pneu.
-Michael eles vão nos pegar, eu sabia que isso um dia aconteceria, mas não imaginei que fosse tão rápido assim. _Comecei a falar sem ar por conta da correria e também por conta do meu nervosismo.
-Ninguém irá nos pegar. Se acalma Vick. _Michael olhava nos retrovisores enquanto nos afastávamos mais.
Eu estava nervosa, meu coração só faltava sair pela boca, a adrenalina me invadia. As coisas passavam rapidamente pela janela e eu não sabia ao certo que aconteceria a seguir.
Ouvi uma sirene estridentes de viaturas sabendo que que estavam em nossa cola.
-Desgraçados! _Praguejou Michael.
-E agora Michael? _Ele sempre tinha um plano em mente não era? Então eu exigia saber e exigia que ele me tranquilizasse agora.
-Não vou deixar que nada aconteça a você ouviu? _No seu olhar tinha medo, um medo que eu sinceramente não esperava vindo dele naquele momento.
Onde estava aquele Michael seguro de si, que seria capaz de enfrentar tudo e ainda rir da situação? Cadê aquele homem imponente que iria meter bala na roda daqueles filhos da mãe e ainda se mostraria um psicopata debochando de tudo e de todos? A segurança que sempre me passava não estava mais ali e eu temi por perceber isso. Michael não podia estar fraco, ele tinha que ser ele mesmo naquela hora e nos tirar de tudo isso.
-Eu não quero que nada aconteça a você. _Segurei em seu rosto com carinho, ele tomou minha boca brevemente em um beijo sugado.
Voltei a olhar no retrovisor e percebi um carro que não era uma viatura, atrás de nós. Fiz um vinco em minha testa sabendo a quem pertencia aquele carro.
-O Luke? Luke está atrás de nós? _Michael deu uma olhava no retrovisor interno e eu o vi suspirar. Sim, ele parecia aliviado por ver Luke atrás de nós e eu estava tão confusa que não sabia se estava vendo demais ou se era a pura adrenalina.
Michael manteve uma mão no volante e a outra capturou o celular do bolso. Fiquei observando curiosa o que estava fazendo.
-Luke? _Franzi o cenho quando percebi que estava com Luke ao telefone. -Irei encostar e você faz isso depressa. _Mas que diabo era aquilo?
-O que você está fazendo? _Indaguei nervosa.
-Eu não posso deixa-la enfrentar isso. _Disse com determinação.
-Você chamou o Luke? _Gritei com raiva dele.
Michael não respondeu, apenas encostou o carro em uma distância adequada no canteiro da rodovia.
-Michael eu não vou, eu não vou a lugar nenhum entendeu?! _Bradei rangindo os dentes obstinada. -Eu quero ir com você. _Choraminguei.
-Eu não posso Vick. _Nem tive tempo de falar mais nada, antes disso vi a porta se abrir rapidamente e uma mão me arrancar de dentro com força.
-Não, não, não! _Tentei me soltar, o desespero tomava conta de mim, as lágrimas embaçavam a minha visão. Consegui soltar de Luke em um descuido dele. -Por que está fazendo isso Michael? _Eu precisava perguntar, queria saber porque estava me abandonando daquele jeito.
Me senti abandonada, deixada por ele, eu queria ficar ao seu lado. Se fosse pra ir pra cadeia eu iria com ele, se fosse para fugir eu iria com ele, se fosse pra morrer eu morreria com ele. Me afastar de Michael agora e não ter ideia do que podia acontecer me deixava maluca, desesperada.
-Porque eu te amo! _Sua frase foi como uma faca me cortando por dentro, sua voz de dor e algumas lágrimas caídas em sua face me deixou tonta, senti meu mundo desabar com aquele revelação. Era mais desejada por mim nesses últimos dias, mas também era desesperadora nessas condições. Aliviei minha expressão tentando encontrar o ar para ventilar o meu cérebro, porque sinceramente estava sem oxigenação. Luke ainda tentava me puxar, mas eu não podia ir. Michael e eu nos olhávamos com determinação demais para ele conseguir me tirar dali.
Foi ai que conseguiu de vez me afastar do carro o suficiente para bater a porta e Michael arrancar imediatamente com o carro.
-Não. _Chorei baixinho tirando as mãos de Luke de mim, irritada o suficiente. _Tire suas mãos de mim seu desgraçado! _As lágrimas escorriam em abundâncias dos meus olhos, quando finalmente me soltou.
Olhei para a estrada e as viaturas da polícia passaram depressa por nós seguindo a direção em que Michael foi. Ele seria preso, Michael seria preso e eu não pude fazer nada.
-Michael chamou você? _Perguntei tentando controlar a minha voz, querendo entender de uma vez por todas o que estava acontecendo ali. Luke nada disso. _Responda!! _Gritei.
-Ele não quis que te pegassem, e eu concordei. Ele te arrastou pra tudo isso e não é justo que leve a culpa. _Ri sem humor, meia tonta, sentindo meu estômago revirar.
-Estavam juntos nisso?
-Eu chamei a polícia e ele sabia disso, mas pediu que eu não deixasse que fosse com ele. E estava certo, eu não deixaria que te prendessem.
-Então você simplesmente veio atrás de nós apenas para me buscar? _Ele assentiu. -Não acredito que Michael fez isso eu... _Coloquei a mão em minha cabeça, depois olhei com fúria para ele. -Você implantou uma câmera nos meus olhos, seu doente! _Projeitei meu corpo todo para empurra-lo mas apenas fez o seu extremamente duro balançar um pouco.
-Foi preciso Vick.
-Preciso? Preciso? Você... _Foi quando senti o chão tremer em baixo dos meus pés, um barulho preencher todo o local. Olhei para o lado da estrada que Michael havia seguido, foi em questão de segundos até o seu carro se arremessando para cima capotando ao ar. Minha expressão só se via terror, os meus olhos avermelhados pelo choro. Não havia mais chão em baixo dos meus pés, não havia mais nada a não ser um completo vazio, onde minha alma sucumbia.
-Não!!!! _Meu Grito saiu em um horror profundo e tudo que eu queria fazer agora era correr para os braços de Michael.
Capítulo 28
Meu único pensando que eu tive em ver aquele carro ao longe completamente capotado com o homem que eu amo dentro, foi de sair correndo ao seu encontro. Queria saber se estava bem, ou até mesmo mal, não importa queria saber notícias, vê-lo, chorar por ele, abraçar, o que fosse. Só não poderia ficar ali parada. O lugar que eu estava, Luke me mantendo distância não estava fazendo bem para mim. Então foi o que eu fiz, tomei um impulso para correr por aquela estrada e chegar o mais rápido possível daquele acidente, ligar para uma ambulância para que pudesse socorre-lo, chamar o seu nome, passar as mãos em suas feridas, dizer que eu amo. Deus eu nem mesmo tive a chance de dizer que o amava, assim que eu ouvir tais palavras de seus lábios. Fiquei chocada demais para isso, confusa demais, e Luke me segurando me puxando para deixa-lo não ajudou muito realmente. E se o pior tivesse acontecido, ele nunca saberia. Nunca saberia que dentre todos os que o julgavam, de todos os que não o entendia eu o amei, e de todas as formas que ele pudesse imaginar. Eu estive ao seu lado quando ninguém mais esteve, mesmo que o lado em que eu estava fosse me levar direto para a cadeia ou para a morte. Naquelas alturas realmente não me importava mais como, mas sim o porquê. E o porquê era que dentre todas as piores formas que eu pude enxerga-lo eu escolhi enxergar a melhor parte, porque eu sabia que naquela capa repleta de astucia e audácia, havia um homem machucado, que precisava desesperadamente de amor, e eu estava ali para dar que precisava a qualquer hora. Foi por isso que tentei sair correndo ao seu encontro, tentei...Porque senti mãos fortes me segurando pela cintura que eu não pude mais me mover.
-Me solta Luke, me solta! _O desespero me contagiava, e eu não parei de me debater, assim como Luke não me soltou de forma alguma. -Eu preciso vê-lo pelo amor de Deus. _Ele me girou para olha-lo com uma força tão grande que parecia que não tive controle nenhum sobre mim mesma.
-Não Vick, não! _ Minha cabeça foi balançada para que eu pudesse entender de uma vez por todas que não era para eu ir. -Será que não ver que não pode se meter nisso?
-Eu o amo Luke. _Vencida escorreguei por seu corpo ficando agachada naquele canteiro da estrada chorando feito um bebê.
-Ele vai ter ajuda, se acalma, não aconteceu nada. _Luke me abraçou contra seu peito se agachando comigo, tentando me confortar, mas nem se tentasse a vida inteira, não conseguiria.
Luke foi me puxando pelo braço me tirando dali, minhas pernas estavam pesadas, e eu não conseguia parar de olhar na direção daquele acidente. Barulhos de sirene me ensurdeceram e Luke me tirou de lá finalmente.
(...)
-Eu quero vê-lo! _Bati o meu pé firme cruzando os braços exigindo que Luke me desse qualquer notícia.
Eu havia ficado naquele apartamento que um dia foi meu, o dia inteiro sem qualquer notícia, enquanto Luke foi resolver algumas pendências. Havia ido limpar o meu nome como ele mesmo afirmou, para que eu não fosse presa por ser cúmplice de Michael, como se isso importasse naquele momento. E assim que a porta foi aberta me mostrando que tinha chegado eu fui enfática.
-Consegui fazer com que você não tivesse nada haver com a fraude de Michael... Como não tem participação efetiva no caso não há denuncia. A única coisa que fez foi mentir para um advogado e isso não faz de você uma criminosa. E como consegui tira-la da perseguição não teve um flagrante. _Dei de ombros, mostrando que aquele assunto não era o importante para mim.
-Cadê ele? Como ele está Luke?
Luke respirou fundo, havia um incômodo em sua expressão que me causou medo. Seus ombros tencionados, seus lábios juntos dançado de um lado e outro.
-Fala logo Luke! _Exigi entre dentes.
-Michael está sob custodia da polícia em uma clínica federal. _Fechei os meus olhos sabendo que depois dali poderia ser levado imediatamente para cadeia.
-Está bem?
-Está bastante machucado, mas ainda respira. _Riu sem humor e eu agradeci a Deus mentalmente por ter livrado Michael dessa.
-Eu quero vê-lo. _Meu tom baixo denunciava a minha aflição e ao mesmo tempo o meu alívio.
-Pois então vamos. _Luke se deu por vencido e eu o seguir deixando o apartamento indo de encontro a Michael.
(...)
Caminhei por aquele corredor gélido, ansiosa em vê-lo, Luke me deixou ir sozinha e eu dei graças a Deus por isso. Não aguentava mais na minha cola, tendo que conviver com a ideia de que a qualquer momento poderia me tirar mais uma vez de Michael.
Entrei por aquele quarto já o encontrando com alguns aparelhos em seu corpo, mas não havia nenhum em suas vias respiratórias o que me indicava que estava respirando sozinho, uma preocupação a menos. Mas havia curativos na testa devido o acidente, estava bastante machucado. Aquilo doeu o meu coração inevitavelmente.
-Michael... _Murmurei chamando sua atenção.
Michael abriu os olhos lentamente me olhando com atenção.
-Que bom que está vivo. _Dei dois passos mais próximo, ficando exatamente ao seu lado. Lágrimas emocionadas escorriam dos meus olhos.
-Nunca ouviu falar daquele ditado? "Vazo ruim não quebra". _Riu um pouco com sua própria piada.
-Não fala assim. _Toquei em seu braço achando aquela piada ridícula. -Não sabe o quanto fiquei preocupada, quase morri junto quando vi seu carro capotando. _Dei uma leve bronca.
-Perdi a direção. _Deu de ombros.
-Por que colocou Luke no meio de tudo isso? Por que tive que ir com ele ao invés de ter ficado com você? _Aquela resposta eu já sabia, Luke havia me dito por diversas vezes, mas eu queria ouvir de sua boca, queria saber porquê Michael teve que recorrer logo ao seu irmão que aparentemente não se davam bem.
-Porque Luke era o único que faria tudo pra protege-la além de mim. _Disse convicto e obstinado.
-Mas nunca confiou em mim. _Contestei.
-Isso é outra coisa gracinha. _Defendeu me deixando ainda mais confusa me fazendo questionar essa relação que os dois irmãos estavam naquele momento específico.
Mas eu não quis saber a fundo, além do mais eu queria muito falar sobre aquele "Eu te amo" vindo de sua boca antes de me deixar. Queria saber o que isso tinha de verdade ou não. Se era verdadeiro, ou apenas para que eu fosse com o Luke, sendo que a segunda opção martelava na minha cabeça o tempo todo agora.
-E sobre aquela última frase que disse a mim, segundos antes de Luke me levar? O que quis dizer? _Michael olhou no fundo dos meus olhos, aos quais estavam se formando uma camada de água visível, senti o meu coração acelerar por notar aquilo, uma insegurança me atingiu de repente por medo de confirmar o que eu havia pensado o dia todo, que só foi para ir embora dali.
Michael subiu seus olhos para cima rapidamente, tentando disfarçar a emoção e eu vi que era duro demais para um homem como ele fazer esse tipo de coisa.
-Não vamos falar sobre isso agora está bem? _Assenti decepcionada, eu queria saber o mais rápido possível, queria acalmar o meu coração com o negativo ou o positivo, só queria tirar aquela ansiedade que me matava. Mas se é assim que ele prefere, eu não poderia fazer muita coisa. - Preciso te mostrar algo antes de tudo. _Maneei minha cabeça em confirmação, sabendo que havia ainda mais coisas dentre as milhões de coisas que rondava a sua vida e que ele queria partilhar comigo. E pelo que pude perceber por sua expressão era algo doído e difícil.
-Quero que vá até a minha maleta que estar nas minhas coisas e pegue um diário que há lá dentro. _Franzi o cenho.
-Mas que diário é esse?
-Do meu pai.
Fiquei surpresa com essa frase com pensamentos rondando a minha mente. Desconfiei que havia descoberto a verdade de seu pai, e que finalmente teríamos as respostas daquele caso. Ele estava com o seu diário, estava com as informações que há muito buscava, e que era a única forma de se sentir finalmente em paz. Então seria agora que eu descobriria o porque de Roy Jackson ser tão arredio com o próprio filho?
Capítulo 29
Caminhei em passos pesados até um armário onde estavam as coisas de Michael, sua maleta preta excecutiva estava dentro, e eu a capturei. A abri com cuidado vasculhando a procurar do diário do imponente Roy Jackson.
Encontrei uma agenda de estilo executivo mediana de capa de couro da cor vermelha vinho, sem muitos detalhes, presumi ser aquilo que eu procurava. Olhei para Michael reafirmando com a cabeça e ele assentiu. Devolvi sua maleta no lugar certo e caminhei de volta para perto dele sentando em uma cadeira.
-Abra na página que há um marca texto enfiado. _Assenti fazendo o que me pediu.
Havia textos a caneta que preenchia toda as páginas, deixando os papeis em um relevo impressionante. Caligrafia de um senhor de idade, porém legível.
-Comece a ler...em voz alta, por favor. _Assenti mais uma vez. Percorri os meus olhos no começo da página e me pus a ler.
[i]"-Eu sei que nunca fui o pior dos homens, nem o pior dos pais, mas tudo o que fiz até aqui, e todas as coisas que vem acontecendo na minha família não passou de culpa minha.
Jane era a mulher da minha vida. Assim que a conheci se tornou o meu mundo, o meu abrigo, como um lar acolhedor ao qual eu poderia voltar depois de um dia difícil para me consolar. Eu adorava o seu sorriso, sua voz, seu jeito simples de se relacionar com as pessoas, sua meiguice e o jeito que me olhava. Resolvi então, que daria a ela tudo que precisasse. Amor, carinho, dignidade, felicidade. E o mais importante que precisava naquele momento....um pouco de paz.
Acontece que Jane vivia com um homem, um homem sórdido que a espancava o quanto podia. No começo eu não percebi, ela era apenas uma secretária meiga que estava disposta a me ajudar no que fosse preciso. Cuidava das minhas agendas, cuidava do meu almoço, cuidava se eu trabalhasse demais ou até mesmo de menos. Mesmo que fosse sua obrigação, eu sabia que era de uma forma diferente e isso me encantou. Ela era uma mulher ao qual fazia tudo que eu sempre sonhei, me dava atenção... atenção ao qual eu nunca tive. Eu sabia que era casada, porém também sabia que não era feliz, por vezes me confessava o quanto sofria com aquela vida, o quanto queria ir embora daquela cidade. Tive esperanças.
Mas depois de um tempo eu comecei a desconfiar do seu comportamento, Jane que só tinha sorrisos em seus lábios, passou a ficar recanteada, quieta. Tentei questiona-la. E em uma tentativa de fuga dos meus braços enquanto a segurava, foi que percebi uma mancha roxa em seu ombro direito. Não precisei pensar muito para saber o que seria.
Fui até a casa de Jane naquele noite tomar satisfações, mas Bernad o seu marido e eu discutimos muito. Avisei que se tocasse de novo em Jane eu o mataria. Consegui tira-la daquela casa, pelo menos naquela noite. Foi então que nos envolvemos.
Pela primeira vez nos beijamos e pela primeira vez fizemos amor. Fiquei obstinado em tê-la como minha e já estava tudo certo para que ficássemos juntos, pois ela também me amava.
Mas no dia seguinte Bernad convenceu Jane em voltar com ela, a ameaçando me matar. Para uma mulher apaixonada e assustada, ela não pensou duas vezes. Disse que era Bernad que amava, e para mim jamais a procurar novamente, uma forma de me defender. Mas eu não me dei por vencido.
Dias depois quando fui procura-la, Bernad estava a espancando de novo, só que agora diante de mim, virei um bicho. Entrei dentro daquele pequeno trailer e o tirei de cima dela, comecei a soca-lo como louco, Jane chorava e eu estava determinado a mata-lo com as minhas próprias mãos, tamanho o ódio que eu sentia. Ele pegou um maçarico de empreiteiro e usou como arma contra mim. Mas fui mais rápido, tomando de sua mão e lhe acertando a cabeça até que ele caísse desmaiado ao meu lado, mas não parei por ai. Continuei acertando sua cabeça enquanto o sangue espirrava sobre mim. Como um louco, pensando em tudo que havia feito a mulher que eu mais amava na vida, por ter sido tão covarde, por ter tirado de mim. Jane chorava pedindo que eu parasse, mas eu não pude, definitivamente não pude. Quando em fim voltei a mim já era tarde eu havia feito, matei Bernad por ódio.
Jane e eu fugimos, jamais ninguém soube quem era o assassino de Bernad, e eu Jane pudemos viver em paz finalmente, como se nada tivesse acontecido, para viver o nosso amor.
Mas então veio uma notícia que nos deixou um pouco perturbados, Jane descobriu que estava grávida, e tinha certeza absoluta que aquele filho não era meu, pelo tempo da nossa primeira noite de amor com o seu tempo de gestação. Era impossível ser meu.
Mas eu fui homem o suficiente em dizer que não importava de quem fosse o pai, se fosse Bernad ou eu, eu iria cuidar daquela crianças como o seu próprio pai. Iria dar amor, carinho, e tudo que precisasse. A medida que sua barriga crescia era uma vitória para nós, eu acarinhava seu ventre, beijava, conversava com o bebê, eu estava tão feliz.
Quando aquela criança nasceu eu fui o primeiro a pega-lo no colo, o primeiro ao qual os seus olhos se abriram e eu me senti o homem mais feliz do mundo. Quando chorava a noite, era eu que estava lá para consola-lo, quando suas fraudas estavam sujas eu o limpava. Michael era o bebê mais lindo e perfeito do mundo.
Dei uma pausava na leitura para encarar o rosto de Michael por um momento pela surpresa que tive com aquelas informações. Roy amou Michael, amou ele desde sempre e não se importou com o fato de ser de outro homem.
Os olhos de Michael coberto por lágrimas, eu nunca o vi chorar assim.
-Michael ele..._Tentei abrir a boca para falar quando me cortou.
-Continua. _Disse entre dentes com dor evidente em sua expressão, e eu fiz o que me pediu.
Michael tinha seus cinco anos de idade quando notei alguns traços que me perturbaram. O seu olhar, o seu andar e o modo como se expressava era idênticos ao de Bernad. Tentei ignorar aquele fato, tentei colocar em minha cabeça que era apenas uma criança que não tinha culpa de nada, o que realmente era verdade. Mas na minha cabeça traumatizada por uma ação que fiz ao qual me arrependo até hoje não deixava de notar cada vez mais as semelhanças. Aquele homem me fez mal, fez mal a mulher que eu mais amei, e de repente estava diante de mim uma cópia do meu pior pesadelo.
Deus sabe o quanto lutei contra aqueles pensamentos, o quanto tentei seguir a minha vida e criar Michael do modo que eu queria. Mas flashes daquele dia aparecia em minha mente a cada segundo que eu o olhava nos olhos. Eu não podia ficar perto de uma crianças inocente ao qual me dava lembranças ruins.
Foi ai que coloquei a cara no trabalho, me afastei totalmente de casa, chegando apenas a noite para Jane. Enquanto isso, Michael crescia e me cobrava atenção, ao qual eu não pude dar. Seu primeiro dia de aula, suas notas excelentes, seu primeiro dente que caiu, eu perdi tudo. Não consegui ficar perto dele de forma alguma. Mas o que ele nunca soube é que eu sabia, sabia de cada detalhe, sabe de sua vida par a par, apenas nunca mostrei, eu não podia mostrar amor por ele sabendo que a qualquer momento aquilo voltaria sem aviso prévio. Eu amava Michael, só não podia ficar perto.
Foi ai que Jane engravidou novamente, aquilo foi a minha esperança, aquele bebê era a pessoa que me voltaria a paz, e eu estava certo. Luke era meu filho legítimo e eu via nele o meu eu, diferente de Michael que via a personificação de Bernad.
Os dois cresciam e eu continuei sem conseguir enfrentar o meu trauma. Michael se sentia excluído por mim, sentia que eu não o amava, mas eu sofria e pensava naquele menino todo o santo dia. Me trancava dentro do quarto quando ele clamava por amor e ali eu desabava a chorar. Michael nunca soube disso, e eu não pude dizer a um adolescente de 14 anos que eu não o queria por perto porque era filho do homem que eu matei.
Michael se tornou um homem frio, amargo e sem amor por minha causa. Tudo que queria era minha atenção e era tudo que eu recusava. Por conta disso seus comportamentos agressivos me levava cada vez mais perto do dia em que presenciei Jane apanhando de Bernad e eu o afastei mais, cada vez mais.
Os privilégios ficavam para Luke, ele tinha tudo, Michael nada. Chegou ao ponto que eu não confiava naquele homem absolutamente em nada, por causa da personalidade que eu mesmo criei dele. Eu tinha medo de Michael com tanto dinheiro, tinha medo da empresa em suas mãos, mas eu fui o culpado e não ele.
Se eu pudesse voltar no tempo eu teria feito tudo de novo, teria consertado tudo e lhe dado amor quando ele implorava por um, teria dado afeto quando queria um cafuné do papai, queria ter lhe dito "eu te amo" quando de fato eu o amava, mas tudo que fiz foi destruí-lo. Destruí-lo por um trauma que nunca precisou ser dele, por uma imagem que criei do meu pior momento do passado."[/i]
Quando terminei aquela leitura eu estava tonta, Michael chorava como nunca e eu muito mais. Entender aquela história fazia todo o sentido agora.
-Michael. _Murmurei.
-Está vendo Victória? _Bradou. -Eu sou filho de um bandido, de um homem que espancava a minha mãe. _A dor que aquele homem transmitia nas palavras era de doer a alma, aquele sofrimento era o pior dos sentimentos.
-Passei a vida toda pensando que o homem que eu mais amava na vida, que eu mais me orgulhava, que batia no peito... _Michael bateu no peito. -..Dizendo que era o meu pai, que um dia eu seria como ele, que um dia eu daria orgulho a ele, que estudei feito um louco para cuidar do seu maior empreendimento, porque eu simplesmente queria ser como ele, me odiava. Mas que mesmo assim não deixei de ama-lo, nem por um segundo. Mesmo tendo que me tornar revoltado para feri-lo, para mostrar o quanto eu precisava do seu carinho. Toda a merda que eu fiz na minha vida só foi para tê-lo ao meu lado. _Eu queria abraçar aquele homem, queria conforta-lo, deixa-lo chorar no ombro até adormecer.
-Ele te amava Michael, ele só tinha traumas. Ele errou, mas reconhecia essas erros, sofria por você. Tentou se aproximar mas...
-Mas eu me tornei quem ele mais temia. _Riu sem humor. -No desgraçado que engravidou a minha mãe.
-Você não teve culpa, uma coisa levou a outra, você e seu pai só foram vítimas do acaso.
-Eu não o matei Vick. _Sua voz embargou pelo choro desesperado que daria a seguir. _Eu amava aquele filho da puta com todas as forças do mundo! _Rangeu os dentes deixando aquela dor sair em forma de choro sofrido.
Deixei o diário sobre a cadeira que eu sentava e fui até ele e o abracei, tentando conforta-lo chorando junto, enquanto sofria por causa de um erro do destino. tendo a certeza do amor que Michael sempre teve pelo pai adotivo.
Capítulo 30
Os minutos passavam enquanto eu permanecia abraçada a Michael, até notar que havia parado de soluçar e estava mais calmo agora olhando para o nada, talvez refletindo. Aquele dia foi cheio demais e eu não pude deixar de perceber que foi a primeira vez que vi aquele homem sofrer tanto do jeito que estava sofrendo. A capa que usava para se manter forte havia caído exatamente como eu sabia que seria.
-Você perguntou o que eu queria dizer com aquela frase que disse segundo antes de ir não é? _Cortou aquele silêncio de repente e eu fiquei ansiosa pela sua possível revelação, mas sinceramente eu preferia que relaxasse, que descansasse um pouco e não se aborrecer mais.
-Não precisa, só quero que descanse.
-Eu preciso dizer. _Enfatizou. -Esses dias foram decisivos para mim. Comecei a pensar sobre quem eu sou, e sobre quem eu fingir ser. E em todos esses súbitos de pensamentos, percebi que você estava lá.. acreditando em mim quando ninguém estava. _Ele riu. -É eu sei que é piegas e eu devo está parecendo um idiota sentimental agora ao qual irei me amaldiçoar pelo resto da vida, mas eu preciso dizer. _E eu estava doida para ouvir. -Quando fiquei com você pela primeira vez eu quis atingir Luke. _Novidade... - Você pareceu querer conhecer a minha história e eu quis ser sincero, pois eu não tinha nada para esconder mesmo, coisa que eu sempre vivia falando, mas que só você acreditou e confiou. Vi em você uma aliada, uma parceira que podia estar ao meu lado quando a solidão batia... E acredite ela batia demais. Você estava lá quando todos viravam as costas para mim inclusive minha mãe, por achar que tinha matado o meu pai, e Luke que também achava a mesma coisa. Ninguém faz ideia de como é horrível ser acusado de uma coisa que jamais fez, da qual você nunca seria capaz de fazer, por simplesmente você não é assim, pelas pessoas que você ama. Mas a culpa foi minha, eu me tornei esse homem de fachada por sobrevivência. Era mais fácil ser o vilão forte e invencível do que o mocinho chorão que todos sentem pena. E você Vick. _Segurou em minhas mãos e eu comecei a chorar de novo pela emoção que aquele homem estava me dando. -Você enxergou de alguma forma o lado que eu mais lutei pra esconder. Eu simplesmente não pude deixar que pagasse por uma coisa que eu fiz, eu fiz isso com a minha própria vida, e você não tinha nada haver com isso...Quando achei o diário do meu pai eu quis queimar, quis apagar aquele passado que me matava, mas uma coisa me puxou até ele e me fez ler. Uma coisa que você havia dito uma vez. "Há uma razão para Roy ter sido assim, você não pode ser 100% culpado quando ainda era uma criança" aquilo me deu coragem para finalmente ler e encontrei esse trecho que havia escrito alguns dias antes de sua morte. E isso me libertou Vick, de uma forma que eu não achei que me libertaria. Você não faz ideia do quanto foi libertador saber que você não foi um erro na vida de ninguém. E essas mesma libertação eu vejo em você, quando olho em você. Vejo uma segunda chance, um forma de amar de novo. Então Victória... gracinha, baby, gatinha. _Demos um risinho com o seu tom divertido. -Sim eu amo você, amo tanto que eu me tornei um idiota. _Franziu o cenho pensando sobre o caso. -Mas um idiota liberto, livre para ser o homem que eu sempre deveria ser, quero fazer as coisas certas e dar um rumo a minha vida e preciso, não... eu exijo que faça parte disso.
Acariciei o seu rosto tendo orgulho demais daquele homem, o homem que eu amava da mesma forma, o homem que eu me apaixonei com desespero.
-Eu também amo você. _Sorri em um choro de emoção, sabendo que finalmente eu poderia dizer as palavras que estavam presas dentro de mim a tanto tempo. -Amo tanto que eu faria tudo de novo se fosse preciso. _Segurei seu rosto com carinho, já pronta para tomar sua boca em um beijo. O beijo de amor que eu tanto quis dar, o beijo que finalmente dizia o quanto nos pertencíamos. -Obrigada por me dizer a verdade.
Foi então que ouvimos alguém batendo na porta já aberta, interrompendo aquele olhar terno que dávamos, para ver de quem se tratava.
-Luke? _Perguntou Michael surpreso com o irmão parado na porta.
-Eu ouvi toda a conversa. _Luke estava tonto um pouco, talvez pelo baque que teve ao ouvir tudo que ouviu, seus olhos verdes avermelhados denunciavam sim que havia ouvindo toda a conversa.
Luke começou a andar cambaleando até próximo a nós.
-Precisamos conversar mano. _Michael falou de um modo que queria sim deixar as coisas as claras e finalmente acerta-las.
-Vou deixa-los sozinhos. _Só achei que precisavam ficar a sós para poder conversar.
-Não Vick! _Impediu Michael. -Quero que fique. _Assenti respeitando o seu pedido.
-Quando se é um garotinho de dez anos e ver o seu irmão mais velho sendo quase um adulto cheio de ódio no olhar, você também pensa o que foi que fez de errado. _Luke começou a falar e eu percebi que seria uma longa conversa de esclarecimentos.
-Eu fui um idiota, não é? _Lágrimas enchiam os olhos de ambos e eu vi que aquela seria a hora dos irmãos se entenderem finalmente.
-Agora eu entendo. Eu era a pedra do seu sapato, o seu maior empecilho. _Michael interrompeu.
-Não Luke, não... é só.._Gaguejou as palavras, buscando a melhor forma de falar, mas Luke o interrompeu também.
-Eu s..s...só....o que..._Também gaguejou as palavras passando a mão na cabeça controlando as lágrimas enquanto tentava reformula-las. -Eu sempre quis ser como você. Você sempre pareceu tão destemido enquanto eu parecia um idiota medroso. Papai colocou todas as expectativas que tinha em cima de mim sendo que eu sabia que quem corresponderia seria você.
-Papai confiava em você, porque você sempre foi a pessoa certa pra isso. A pessoa mais confiável e eu não.
-Será? Eu daria tudo pra ser como você Michael. Eu sempre achei que tinha inveja de mim por ter o amor dele, mas eu que sempre tive inveja de você por ser tão forte, e saber ligar com as coisas dele quando eu que deveria fazer isso.
-Minha fortaleza vai me levar há alguns anos para a cadeia Luke. _Riu.
-Você foi meu herói, o cara que queria ficar perto o tempo todo se fosse necessário. O cara que assistia desenhos comigo, que me ensinava a andar de bicicleta, que me abrigava no seu quarto todas as vezes que o bebê chorão tinha medo de trovões ou bicho papões, sem nunca jogar na cara que eu era um homem que tinha que ser forte. _Pensei naquela cena singela ao qual ele descrevia sentindo que os dois irmãos tinha tudo para ser os melhores amigos.
-Você mijou por diversas vezes na minha cama cara. _Michael brincou reclamão e nós rimos, com as lágrimas ainda no nossos olhos. Luke mordeu as dobras de seus dedos como um gesto de nostalgia. -Podemos recuperar o tempo perdido, se quisermos. E se me perdoar por tudo que fiz, principalmente por ter ficado com sua noiva. _Sua expressão foi de culpa e rimos mais uma vez.
-Vick ama você, e isso está mais claro do que nunca para mim. Acho que precisou mais dela do que eu... Sofri muito, eu confesso. _Rimos. -Mas acho que devo algo pra você por causa do papai.
-Você não me deve nada, nunca me deveu. Eu quis muito Luke, muito tirar essa mágoa de mim e finalmente consegui, queria ficar perto de você... Me perda?
-Você é meu irmão mais velho Michael, é claro que perdoo. Somos filhos da mesma mãe ainda. _Um sorriso genuíno despontou dos lábios do Michael.
-Então vem cá cara. _Ele chamou Luke para um abraço e em fim os dois se perdoaram de uma forma linda diante dos meus olhos.
-E você Vick? Me perdoa? _Eu acho que não cabia mais mágoa ali, o negócio era seguir em frente.
-Só se me perdoar por ter ficado com o seu irmão. _Riu.
-Como eu disse, você fez bem ao Michael se não fosse essa traição, não estaríamos aqui hoje. Vou adorar ser seu cunhado. _Caminhei até Luke e nós abraçamos.
-Ei, ei, ei. Já tá bom esse abraço aê né? _Michael bradou. -Minha mulher pow. _Rimos todos juntos aproveitando aquele momento de descontração.
Finalmente tudo voltava aos eixos e eu presenciei tudo aquilo. Era algo tão maravilhoso que até perdoei Luke pela câmera escondida. Não havia mais mágoa, havia somente uma família se reencontrando, por conta de um momento trágico e perdido lá atrás.
Capítulo 31
Meses depois
Aquela sala ampla, cheia, com a voz de um homem ecoando por todos os cantos enquanto todos faziam um silêncio desconfortável me dava um aperto no coração. Acontece que esse tal homem o Juiz lia a sentença de Michael, em poucos minutos saberemos quanto tempo ficará longe de mim, em um sela apertada com outros tanto criminosos.
Seu rosto pálido e abatido deixava visível o quanto tudo aquilo foi um desgaste para ele. Seu olhar atento posicionado a frente da grande bancada do juiz mostrava que Michael sabia que iria pagar por tudo que fez.
Michael havia me confortado por todo esse tempo que esteve preso, dizendo que merecia e que tentaria tirar algum tipo de aprendizado com tudo que passaria de agora em diante. Ele havia aceitado o seu destino, mas não era nada fácil para mim vê-lo algemado, e atrás das grades, mesmo sabendo que era o preço que tinha que pagar.
-...E pelo crime de estelionato, falsificação de documentos e roubo.. o Réu cumprirá em regime fechado cinco anos de reclusão. _Fechei os meus olhos sentindo uma dor perpassar pelo meu coração.
Cinco anos é muito tempo, mas eu estaria lá para ele o quanto fosse necessário. Assim como estive ao seu lado todos esses anos.
Quando a leitura da sentença acabou colocaram algemas a punho de Michael tão rápido que eu nem pude piscar. Seu terno amassado e cabelos desalinhadas condiziam com o abalo que teve. Corri para lhe dizer tudo que eu precisava.
Envolvi meus braços em seu pescoço e tomei seus lábios em um beijo forte, lhe mostrando todo o meu apoio.
-Estarei te esperando, sempre. Lhe visitarei todos os dias de vista e quando sair eu estarei te esperando do lado de fora pronta para abraça-lo. _O sorriso que me deu me garantiu que havia se comovido pelo que eu falei.
-Eu não vejo a hora de sair daqui e ficar com você. É tudo que eu quero nesse momento. Eu te amo Vick.
-Eu também te amo amor, e você sabe que é verdade. Porque você é esperto. _Ele sorriu de lado confirmando com a cabeça.
-Eu sei sim. _Respirou aliviado. -Acho que tenho que ir agora para minha nova casa. _Deu de ombros. E o olhei com um certo pesar.
-Jane virá ok? _Tentei lhe dar esperança já que sua mãe não havia aparecido até então.
Provavelmente não queria ver o seu filho mais velho atrás das grades, contemplando em sua face a face de Bernad. Eu até que entendia sua reação, nenhuma mãe queria ver o seu filho nessas condições.
-Se não vim, ela tem os seus motivos, ohh se tem. _Michael se mostrava forte, mas eu sabia o quanto sua mãe fazia falta naquele momento.
Eu sei que queria falar com ela, lhe pedir desculpas por tudo que causou e lhe dizer que não teve culpa da morte do pai, não como pensa.
Os policiais indicaram a Michael para os acompanhar imediatamente, e eu tomei seus lábios mais uma vez como despedida.
-Até logo Michael.
-Até gracinha.
Um policial moreno e forte segurou no braço de Michael o puxando de encontro a saída e mesmo assim continuamos nos olhando com aquela melancolia do momento, passando tantas coisas em minha mente... Como Michael passaria seus dias nessas condições? Se ficaria bem ou não? Se realmente iria mudar ou piorar? Mas eu estava confiante, Michael demonstrou mudanças e eu precisava confiar nele nesse momento. Até que ele sumiu pela porta, acompanhando os policiais até a penitenciária..
-Vamos? _Disse Luke atrás de mim.
-Sim. _Olhei para ele assentindo. -Vamos.
Sorri de lado e caminhamos juntos até o seu carro.
(...)
Eu estava morta de saudades de Michael, passei a morar em seu apartamento, não sairia daqui por nada, ficar perto de seus coisas me confortava um pouco. O seu cheiro impregnado por todo lugar, os seus lençóis, as lembranças de tudo que vivemos naquele quarto, naquela sala, naquele banheiro.
E sempre aos domingos, dias de visita eu ficava ansiosa para reencontra-lo, beijar sua boca e lhe dizer o quanto eu o amo por muitas e muitas vezes.
E graças a Deus hoje seria o dia de visita e eu comecei a arrumar tudo que eu precisava para levar para ele. Frutas, comida, algumas revistas, livros. Era assim que passava o tempo e eu sempre estava em uma livraria para comprar o que me pedia.
Quando o porta de aço da sala de vistas foi aberta e vi Michael em pé com um macacão laranja de presidiário em pé, ansioso por minha visita. Eu corri para os seus braços, beijando-o a boca, sentindo o seu toque de novo, suas mãos, o seu cheiro, sua pele. Por mais que estava por lá todos os domingos não era o suficiente de jeito nenhum.
-Como você está? _Perguntou preocupado.
-Eu estou melhor agora aqui com você, e sabendo que acabei de chegar, tendo mais cinco horas com você, me deixa muito feliz. _Ele riu.
-Eu também estou muito feliz. Queria ver você, ficar perto de alguém que realmente gosta de mim, adoro os domingos. _Rimos.
-Como tem passado? _Suspirou longamente.
-Tranquilo, aqui não é tão ruim. Tenho academia, as vezes TV, jogos de futebol. _Deu de ombros. -Até que não é nada mal. Mas o que me mata é não poder ficar com você, transar com você sabe? Eu estou ficando maluco. _Gargalhei sabendo que tinha razão, pois eu também estava louca para ama-lo, senti-lo, ficarmos a sós.
Mas enquanto a isso naquele sistema era um pouco complicado quando se tratava de presidiário com suas mulheres. O sistema era bastante rigoroso e mesmo que havia uma saleta para visitas íntimas eu não me sentia confortável. Sabendo que Michael ficava o tempo todo com algemas quando recebia vistas e dois armários de um lado e outro naquela sala mediana que se diz carcereiro observando tudo. Um saco.
-Nosso dia vai chegar mais rápido que pode imaginar. _Michael chegou seus lábios em meu ouvindo um pouco, para sussurrar.
-Diz isso para o meu pau. _Gargalhei de novo.
-Amor, para! _Dei uma bronca de leve.
Estávamos absortos em nossa conversa quando a porta de aço se abriu mais uma vez nos tirando atenção. Michael e eu olhamos para saber de quem se tratava. As vezes Luke aparecia por lá, mas sempre íamos juntos, nunca eu primeiro e ele depois. Até porque eu sabia que estava ocupado demais com a empresa.
Foi ai que a figura ansiosa e assustada de Jane despontou fazendo com que Michael se impressionasse com a sua presença depois de tanto tempo, e eu da mesma forma.
-Mamãe? _Sua voz foi um pouco arrastada por finalmente ver Jane diante de si.
Eu sabia o quanto havia sofrido por causa do silêncio da mãe nesses dias. E por mais que não falasse e não demonstrasse, eu sabia que era tudo que precisava. Ele queria conversar, queria lhe pedir perdão, confortá-la e seu distanciamento eu sabia que o matava aos poucos. Mas ela a amava, e isso era muito claro.
Jane caminhou até próximo de Michael, olhava com admiração para o filho, um pouco desnorteada, parecia que havia chorado antes de chegar até ali.
-Eu precisava vir. _Começou ela. -Precisava olhar em seus olhos e dizer..._ Havia lágrimas em seu rosto enquanto falava. -Que eu te amo tanto Michael.
Michael aliviou sua expressão e lágrimas escorreram por seu rosto igualmente. Aquelas palavras significavam tanto para ele, tanto que o perturbava.
-Não foi culpa minha mãe, eu juro ele..._Michael tentava se explicar, mas Jane pós a mão em sua boca fazendo-o calar.
-Eu sei Michael, e eu nunca o culpei por isso. Eu só tinha medo, medo de olhar em seus olhos e ver que meu filho era parecido com o pai. Aquele homem que me traumatizou.
-Eu fui mãe, eu fui sim. Mas hoje... hoje eu quero mudar, eu não quero ser esse homem, quero dar orgulho a você e principalmente ao Roy.
-Ao seu pai. _Corrigiu ela. -Porque Roy é o seu pai, assim como foi de Luke, ele sempre deixou isso bem claro. Ele só...só não conseguiu lidar com os traumas. Roy nunca pensou mal de ninguém, nunca ofendeu ninguém que quando fez... o que fez com Bernad, ele surtou.
-Ele surtou porque viu a minha imagem em Bernad mamãe. _Consertou Michael com lamentação.
-Eu sinto muito meu filho. _Jane foi sincera, dava pra ver que sentia, dava pra ver que queria que essa história se resolvesse de uma vez e eu o mesmo.
-Eu também sinto mamãe. _A voz de Michael embargou. -Aquele desgraçado... te maltratou tanto... _O ódio de seu pai biológico aparecia em seu olhar e em sua forma de range os dentes.
-Shiuuu. Acabou, acabou meu menino. Para sempre está bem?
Michael se jogou nos braços da mãe a abraçando com ânsia, um verdadeiro encontro de reconciliação e perdão. Algo lindo que eu esperava por tanto tempo que eu tinha certeza absoluta que Michael também esperou a vida toda. Não fiquei imune à aquela emoção, não teve como não chorar. Aquela chance maravilhosa que Michael teve na vida, algo descomunal.
Jane o perdoou de uma forma que eu sabia que nada mais importaria, as ações de Michael foram perdoadas por uma mãe com um anseio de amar o seu filho, de coloca-lo no colo e cuidar, como se todos os seus pecados fossem sido absolvidos.
Capítulo 32
Cinco anos depois
Nesses cinco anos aconteceram tanta coisa, Michael havia mudado tanto nesse período de tempo. Sorria fácil, conversava com todos, agradecia demais, reclamava de menos. Mas como na vida algumas coisas não mudam, continuava sendo o mesmo debochado de sempre, o mesmo irônico de sempre e o mais safado de sempre.
E eu dou graças a Deus por isso, foi isso que me encantou em Michael, foi isso que me fez querer-lo para mim e eu acho que essas são as maiores qualidades que tinha. Conhecer essa nova façanha de Michael Jackson me fez ver que é possível as pessoas mudarem sim, e para melhor.
Quando se é uma criança ou um adolescente que não se tem o essencial na vida, que é o amor de um pai, elas se tornam perdidas em um mundo onde já há tanta intolerância que se perder seria o mais provável. Mas eu acho que saber da história real fez bem para Michael o libertou. Seu coração se tornou menos odioso. Ainda magoado, com aquela sensação de vida incompleta, mas ainda assim liberto. Luke e Jane sempre estava ao seu lado, o visitando nos mesmo dias que eu, lhe dando o total apoio. Como uma família deve ser.
Até que Luke fez um proposta ao Michael que eu tive certeza que adorou. Luke chamou Michael para dirigir a empresa ao seu lado e como presidente. Acontece que Luke nunca soube lidar com os negócios assim como Michael, sendo assim queria o irmão ao seu lado para poder levar o legado do pai. De começo Michael negou, por incrível que pareça, pois não queria aquela sensação ruim de ter que lidar com tudo que fez para conseguir aquele posto. Só que Luke insistiu e disse que tudo havia ficado no passado e que se eles quisessem se aproximar e recuperar o tempo perdido eles deviam estar juntos, como sempre deveria ter estado. Sendo assim Michael aceitou, apertaram as mãos e selaram aquela parceria com Michael sendo o presidente e Luke o vice, até porque Michael sempre quis aquilo muito mais que Luke.
Mas as novidades não pararam por ai, meu relacionamento com o Michael crescia cada vez mais e eu sempre o amei por todos esses anos e parecia que isso só aumentava exponencialmente. Por isso alguns dias atrás com Michael ainda na cadeia eu havia recebido a melhor das propostas. Ele me pediu em casamento! Me senti tão feliz que só pensava nisso. Eu nunca que imaginei Michael Jackson pedir alguém em casamento, e muito menos que esse alguém fosse eu. Não pensei duas vezes e aceitei, é claro. Mas ele precisava ainda sair da cadeia e é por isso que eu estava junto com Jane e Luke do lado de fora da penitenciária só esperando que ele aparecesse.
-Michael! _Dei um grito assim quando o vi saindo pelos portões daquela cadeia finalmente. Meu Deus finalmente ele estava livre, voltaria para nós. -Amor.
Corri para os seus braços deixando Jane e Luke no chinelo, tamanha era minha saudade. O abracei com força, beijando sua boca em desespero, suas mãos me tocando finalmente, pois quando eu o visitava sempre estava algemado e aquilo era frustrante. Suas mãos me pegaram de uma forma intensa que minha ânsia daquele homem crescia cada vez mais.
-Eu estou livre, livre amor. _Disse empolgado.
Jane e Luke o abraçou e Michael pôde voltar para casa, completamente limpo e com sua dívida paga para poder refazer a sua vida e ser feliz, coisa que sempre desejou.
(....)
Agora estava eu aqui, vestida de noiva pronta para me casar com o homem que eu amo. Eu estava tão feliz que mal me cabia dentro de mim. Não via a hora de ser mulher dele.
Acontece que ser mulher de um homem como o Michael era como ganhar o melhor prêmio do mundo, todas as mulheres queria um homem como ele eu tinha certeza. Um homem intenso, inteligente, lindo, bom de cama, e acredite ou não... romântico!
Sim romântico. Pude conhecer esse lado de Michael nesses anos, sempre dizendo que me amava, sempre me olhando com ternura, sempre usando palavras doces para expressar o que sentia. Eu estava adorando esse lado que eu conheci. Michael sabia me conquistar de todas as formas possíveis.
Caminhei em sua direção pelo tapete vermelho, estava um sol lindo de verão naquele jardim, todos os nossos amigos e familiares por perto. Os meus pais estavam lá sorrindo para nós. No começou foi complicado aceitar Michael, mas depois eles viram o quanto eu o amava, o quanto havia mudado. Além disso Michael foi insistente, lutou até o final para provar a cada um que me amava de verdade. Quando ele queria algo não largava até conseguir... que bom que foi por uma justa causa dessa vez!
Papai se chateou quando descobriu tudo que fiz junto a Michael, mas depois de tanta conversa ele acabou me perdoando. Ainda bem porque eu morreria se não tivesse amor deles comigo. Eu conhecia os meus erros, e lhes garanti que nunca mais faria tal coisa.
Luke estava ao lado de uma mulher bonita e loira, era sua noiva. Finalmente encontrou uma mulher que o amava, e eu estava muito feliz por ele. Eu sabia o quanto era um homem puro e honesto, e merecia o melhor da vida. Jane era só alegrias junto com o seu coroa de 50 anos ao lado. Um empresário que havia conhecido em um de suas viagens a Paris. O cara era legal e Michael sempre tirava sarro dizendo que era um vovô enxuto. Como se um homem de 50 anos fosse tão velho assim, mas ele era grisalho então...
Quando fui dada à Michael como mulher por meu pai, eu enxergava nos olhos daquele homem o amor que nós sentíamos e percebi que tudo havia valido a pela, absolutamente tudo.
-Quando um homem encontra uma pessoa que o conecta ao mundo, ele se torna uma pessoa diferente.... Ele se torna uma pessoa melhor! _Esse último discurso que Michael deu assim que o juiz de paz pediu para que falássemos os nossos votos de casamento, foi algo significativo para mim.
Era como ele se sentia naquele momento, e eu me senti uma mulher completa por ter sido de alguma forma responsável pela mudança de Michael. Não fui totalmente, pois nenhuma mulher muda um homem se ele não quer. Mas Michael quis, ele lutou, e por isso mereceu.
-Quando uma mulher encontra uma pessoa que a desperte sua ânsia de justiça, ela se torna uma pessoa obstinada, forte e destemida. Porque tudo que ela quer é um homem que a faça ser capaz de qualquer coisa, que confia e a protege... Ela se torna amada.
Nosso sorriso cúmplice mostrava absolutamente tudo o que nós estávamos querendo dizer, pois apenas nós entendíamos. Michael colocou a aliança no meu dedo e eu no dele. Fomos declarados marido e mulher.
Capítulo 33
Nossos beijos aumentavam gradualmente a medida que nosso desejo aumentava. É que Michael e eu estávamos nos amando em nossa cama naquela manhã.
Eu estava louca por aquele corpo, estava louca por meu homem assim como eu ficava todas as vezes que estávamos prestes a fazer amor. Suas mãos me tocavam com ânsia, seus beijos me mordiscavam. Senti seu dedo tocar o meu clitóris agora, com urgência. Percebi na hora o tipo de sexo que queria.
Acontece que naquele momento eu estava muito apaixonada por ele, assim como sempre, mas eu queria tê-lo de uma forma mais calma, onde apenas nossas almas se encontravam, onde nosso amor fosse o mais importante.
-Ei, ei, calma! _Disse manhosa me desvencilhando. -Vamos com calma, sim?
Segurei seu rosto fazendo me olhar, ajeitando a mexa de seu cabelo. Sua cara não estava nada boa.
-Hum, é só mostrar um pouco de romantismo, e uma mulher não quer mais outra vida não é? _Sorri pela bronca que me deu.
-Não é isso meu bem, é que preciso do seu amor, do seu carinho. _Continuei manhosa tentando convencê-lo, mas foi totalmente em vão.
-Eu vou dar carinho sim, mas bem aqui. _Michael puxou minhas pernas de vez de encontro a ele, sem cerimônia abocanhando minha vagina com uma fome impressionante, me excitando completamente, sentindo o prazer me consumir.
Bom, não consegui ficar imune a aquele prazer que estava me proporcionando, pois quando Michael ficava determinado com algo não havia como interrompe-lo. Então não tive outra escolha a não ser me entregar. Sua língua ia fundo com uma habilidade que só ele tinha, Michael sabia como fazer e como o meu corpo funcionava em relação aos seus toques. Sabia o ponto certo para me deixar louca e completamente molhada por ele.
Meu corpo arfava com os movimentos de sua língua, seus olhos coberto por êxtase e luxúria me deixava ainda mais excitada. É... com aquele homem não adiantava ir com calma, simplesmente porque não podia e definitivamente eu não queria.
Sua língua brincava com o meu clitóris freneticamente agora, com intensidade, chupando e circulando, minhas mãos apertavam o seus cabelos, meus gemidos ecoavam. Eu estava fora de órbita, completamente dada a ele, completamente a mercê do meu marido insaciável. Eu estava quase lá, respiração ofegante quase perto de me libertar e gozar para ele de uma forma vulgar, mas o filho da mãe parou de repente me deixando com um sentimento de frustração fora do normal. Tive vontade de soca-lo.
Os lábios de Michael subiram para o meu ventre abocanhando com força, mordiscando minha pele me fazendo excitar mais uma vez. Suas mãos nos meus seios, completamente dele.
-Ohh Michael. _Murmurei. -Me dê. Por favor me dê.
-Quer ir com calma ainda? Eu faço. _Quem queria ir com calma sabendo que tinha um homem extremamente excitado e cheio de determinação para entrar dentro de mim como estava?
-Não. _Sussurrei. -Enfia tudo, de uma vez.
As mãos dele me incitavam, sem contar com um orgasmo preso louca para se libertar que havia me deixado. Realmente eu tinha um marido horrível.
-Hum, tem certeza? É que você queria tanto um momento romântico. _Sua ironia naquele momento me irritou um pouco.
É isso que dar querer jogar com um homem experiente que adora se vingar e virar a situação contra você mesmo.
-Michael, para! _Reclamei. -Anda logo. _Choraminguei e ele riu com aqueles dentes lindos perfeitos iluminados para mim.
-Eu só achei que você... _Tentou insistir com aquilo e eu me irritei ainda mais.
-Enfia logo amor! _Alterei um pouco a voz e ele gargalhou.
-Tudo bem então. Depois não fala que eu não perguntei. _Ele adorava provocar só pode.
Levei minhas mãos em sua nuca e o puxei para mim, tomando sua boca com vontade, mostrando que não queria mais enrolação. Senti Michael se enterrando em mim com gana, me alargando inteira, me fazendo sua como ele sempre foi capaz de fazer.
-Uau baby! Uma mulher fogosa assim, não quer ir com calma.
-Depois que me deixou, não é mesmo? _Ele riu.
Os movimentos era frenéticos, nossos gemidos eram altos. Seus dentes mordiscavam meu pescoço, suas mãos seguras com firmeza em minhas coxas ajudava os movimentos nada delicados. Era esse homem que eu gostava, era esse tipo de prazer que eu queria, e eu simplesmente não podia evitar isso.
Enfiei minhas mãos dentro de seu bumbum puxando cada vez mais para mim. Aquela bunda avantajada e sexy era minha e de mais ninguém, aquele pênis entrando e saindo de dentro de mim com rapidez era meu. Pênis enorme, grosso que me atingiam em lugares que me fazia ver estrelas sem olhar para o céu era meu. Aquela boca me chupando com necessidade, que beijava como nunca, arrancando o meu fôlego, arrancando suspiros e gemidos era minha.
E aquele orgasmo que eu acabava de sentir agora, o levando comigo, gemendo alto com ele, me apertando envolta de seu pênis, sentindo o pulsar em mim, pulsando para ele da mesma forma. Era ele que me dava.
Acarinhei o seu rosto com suavidade, olhando dentro de seus olhos, completamente encantada com o meu marido. Sua boca me beijou com carinho, nossos línguas experimentando o nossos gostos. Seus longos dedos esfregavam com carinho os meus lábios enquanto nos olhávamos com devoção.
-Eu estou grávida. _Comentei calmamente, tendo a certeza que esse seria o melhor momento para lhe dar aquela notícia.
Vi o choque na expressão de Michael, ele estava surpreso, abismado.
-Ai meu Deus! _Vi Michael se levantando de pressa da cama, completamente apavorado.
Quando descobri que estava grávida eu sabia muito bem que essa seria sua reação, por isso não me alarmei, sabia que Michael não receberia a notícia com fogos de artifício até porque era algo novo em sua vida. Michael nunca soube lidar com isso, mas quando o teste deu positivo isso me fez ter forças. Seria mais uma etapa de nossas vidas que eu precisava estar ao seu lado, e por mais que se sentisse inseguro, eu tinha certeza que ficaria ao meu lado.
-Vick eu..._Sentou de volta na cama passando a mão em seu rosto sorrindo ainda em choque e mordeu os lábios. -Eu não sei lidar com isso. _Me levantei o abraçando por trás, sabendo o medo que estava sentindo naquele momento.
-Eu sei que você vai ser o melhor pai do mundo. _Beijei suas costas com carinho.
-Até pouco tempo eu queria dominar o mundo, só pensava em mim e agora eu vou ser pai? Cuidar de outro ser que vai nascer e crescer. Eu irei formar um caráter? Logo eu? _Vi lágrimas formar uma camada em seus olhos, aquilo mexeu com ele.
-Você não é o Roy, Michael. Você não tem traumas que de alguma forma irá influenciar essa criança. Você mudou tanto, se abriu para vida, se abriu para o amor. Por que não ser pai?
-Porque eu tenho medo do que eu possa fazer com essa criança. -Seu olhar apavorado ainda me encarava e eu senti um palpitação no meu coração.
-E o que irá fazer com essa criança? Ama-lo, cuida-lo, ser um papai totalmente diferente de Roy porque você já passou por isso que tenho certeza que não quer para o seu filho? Michael encara isso como uma nova experiência, mais uma chance de mudar tudo. _Michael olhou para mim com a expressão mais calma agora.
-Você sempre levou fé em mim não é? _Aquele olhar de menino assustado era realmente adorável.
-Claro que sim. Eu sei que você vai tirar de letra tudo isso, eu estarei ao seu lado como sempre estive, confiando em você te amando. E esse filho vai ser um homem de bem, um homem que você deveria ter sido desde o início. Se fosse algum tempo atrás eu estaria apavorada agora, teria medo do futuro dessa criança e até mesmo do meu, mas agora não Michael, agora eu sei que tudo vai dar certo. _O sorriso de Michael se abriu com ternura.
-Eu te amo Vick, te amo tanto. _Michael me abraçou tão forte que naquele abraço eu senti o quanto estava feliz, o quanto me amava e quanto queria aquele filho, exatamente como eu sempre soube. -Eu sempre achei que era mais forte do que você, mas pelo visto você é bem mais....Eu serei o melhor pai do mundo eu prometo. _Sussurrou antes de me dar um beijo doce nos lábios, selando assim aquele momento de pura emoção, beijando o meu ventre sorrindo para mim.
Epílogo
-Uau gracinha que bundão hein? _Michael havia entrando no nosso banheiro apenas para vim com gracinha tentando me seduzir pelo enésima vez. Eu estava me arrumando, acabei de tomar banho, e estava penteando os meus cabelos.
Acontece que os anos não deixaram Michael menos safado, muito pelo contrário ele ficava ainda mais.
Olhei de soslaio sabendo que ele precisava ir para a empresa trabalhar, pois estava atrasado. Estava pronto, com o seu costumeiro terno e gravata. Mas invés de ir trabalhar estava atrás de mim beijando a minha nuca querendo algo a mais.
-Michael para, daqui a pouco Luke aparece ai e você ainda está aqui, tentando me levar pra cama.
-Muito melhor aqui do que na empresa. _Comentou me girando para sua frente começando a acariciar os meus seios.
-Olha quem diria! Uma mulher sendo mais importante que sua empresa. Como os tempos mudam não é?_Riu com desdem.
-Haha! Acontece que essa mulher aqui me da muito mais que a empresa... A empresa tem uma boca maravilhosa como a sua? Não. A empresa tem um corpo gostoso como o seu? Não. Tem uma vagina apertada e suculenta como a sua? Acho que não.
-Tarado! _Bradei.
Michael colocou meus seios para fora acariciando com determinação.
-Papai, o tio Luke cheg....
Foi quando Lui de cinco anos entrou no banheiro de vez contemplando aquela cena, fiquei ruborizada. Cena essa que jamais ele deveria presenciar com uma idade tão pouca.
-O que você está fazendo com a mamãe pai? _Senti meu sangue drenar do corpo. Como explicar aquela situação para um menino de cinco anos de idade?
Mas como sempre Michael sabia muito bem sair daquela situação. Caminhou até Lui e agachou para ficar do seu tamanho.
-Acontece filho que a mamãe tem uns... peitos... peitos que são.... _Coloquei a mão no rosto envergonhada pela forma tranquila que Michael explicava as coisas para uma crianças da idade de Lui. -...Que são lindos e o papai adora.
-Michael! _Briguei, mas não adiantou nada.
-Quando você se tornar adulto, também vai adorar, eu tenho certeza. Bom, assim eu espero. _Cutuquei Michael mais uma vez.
-Mas eu mamava quando era um bebê e eu adorava também. _O inocente garotinho se sentia confuso com a explicação do pai.
-Sim, exato. O papai também mama, mas a diferença é que não sai mais leite.
-Michael, por favor! _Dei a última bronca incrédula.
Ele parecia que conversava um assunto normal, tão tranquilo que parecia não saber a gravidade da situação. Esse era o Michael Jackson de ser.
-Calma amor, ele tem que saber.. Não liga pra mamãe Lui, mulheres. _Sussurrou para o filho revirando os olhos e ele riu junto ao pai.
Não, Michael não era sempre assim com o filho, lhe contando coisas de adulto de uma forma descontraída. Michael é um pai amoroso, adora ter Lui por perto. Acontece que certas coisas, acha que o menino tem que saber, mesmo tendo pouca idade. Assim ele não se torna um adulto cheio de frescuras, é assim que se justificava. Eu confiava no pai do meu filho e sabia que Lui se tornaria um homem de verdade.
Quando Lui nasceu era Michael quem cuidava. De madrugada quando chorava, ele estava lá o consolando. Havia noites que não encontrava Michael ao meu lado da cama e quando ia procurar, lá estava ele com Lui no colo dançando ao som de uma música lenta acabando com o seu choro. Enquanto eu ficava lá só observando babando como uma boba, achando meu filho e o pai dele a coisa mais fofa do mundo. Achei que poderia ser difícil Michael lidar com tudo, criar um filho nunca esteve em seus planos, mas acho que tirou tudo de letra e a cada dia que passava eu tinha orgulho do homem que se tornou. Mesmo cometendo essas tipos de gafe com frequência. Esse era o jeito dele, e eu adorava, e sabia que não iria mudar totalmente esse lado, mas eu não queria mesmo que mudasse.
Lui era um menino forte, inteligente, curioso. Sempre perto do pai querendo saber de tudo, o que está fazendo, o que é isso, o que é aquilo. Mas também era muito carinhoso, generoso com todos e todos nós amávamos ter Lui por perto. Percebi que Lui tem um pouco da personalidade de Michael e Luke entronizado dentro de si. Era bastante curioso e perfeito.
Luke estava na porta de entrada esperado Michael para ir à empresa começar mais um dia de trabalho, tudo estava bem. Os dois irmãos agindo como parceiros era lindo de se ver.
-Precisamos fechar essa conta ainda hoje Michael, ande logo. _Luke incitava Michael a ir depressa.
-E vamos conseguir Luke, Sr Smith não irá sair no lucro nessa. Ele quer pagar menos do que vale, mas está muito engando.
-É isso ai mano, vamos mostrar como se faz um negócio.
Sim, era lindo de se ver os dois irmãos trabalhando assim com concordância e eu me perdia sorrindo todas as vezes que presenciava esse tipo de coisa.
-Tchau filhão até mais tarde. _Michael deu um beijo no topo da cabeça de Lui. -A noite papai vai terminar aquele barco de madeira com você, falta muito pouco.
-Sim, e eu vou ganhar a competição. _Comemorou ele juntando os bracinhos e fechando os olhos com esperança.
-Claro que vai. Papai vai te ajudar e você vai ganhar esse prêmio de todo mundo. _O menino ficou com brilho nos olhos. -Tchau amor. _Ele caminhou até a mim beijando meus lábios.
-Tchau.
-Até logo Vick. _Disse Luke, e eu respondi. Brincou um pouco com o sobrinho e os dois saíram juntos para o trabalho.
Se fosse pensar na minha vida como ela foi e como ela é hoje, a de hoje venceria com honras, mas se fosse pra passar por tudo que passei. Enfrentar a personalidade difícil de Michael, batendo de frente com ele para ser perfeito como é hoje, eu faria tudo de novo.
Não há como vencer se não lutar, não tem como sorrir se não sofrer. E isso me fez ser a mulher feliz e realizada que sou hoje. Com um marido com defeitos, mas disposto a se corrigir cada vez mais, e se tornar cada vez melhor. E um filho, cheio de saúde, inteligente e adorável como Lui era.
Antes eu me arrependi de ter entrado nessa família, agora daria tudo para ficar e não ser capaz de sair nunca mais.
JÁ DISPONÍVEL A SEGUNDA TEMPORADA!!!
Como sempre as da Tay sou eu que posto, aqui Ficam as palavras da Tay : "Olá meninas cheguei aqui com essa fic nova para vcs
ResponderExcluirQueria dizer que essa fic ela é digamos... intensa demais
Há muitos acontecimentos que sempre estão envolvendo outros
é assim até o final, então queria muito que vcs prestassem atenção em cada detalhe.
O Michael nessa fic é um vilão beirando a insano kkkk
Acontece que aqui ele é todo doidão e muito inteligente.
Nessa fic quem vai narra-la completa é a personagem principal a Vick, e ela
vai dizer todos os detalhes que nós precisamos saber.
Então ela vai descobrir tudo junto com a gente.
Quero dizer que me entreguei completamente nessa fic e espero muito que gostem
quero muito que participem realmente da história, tanto positivo, quanto negativo eu quero
ler é comentário kkkkkkkk prometo que vou tentar interagir com vcs mais."
Bom até breve amores.
Adorei,ansiosa pra ler.
ResponderExcluirBom, meninas postado
ResponderExcluirSerá que a Vick vai mesmo sentir repulsa de Michael?
kkkkkkkk
Na próxima iremos conhecer o vilão Jackson
Até mais
Ameeeeeeeeei
ResponderExcluirJá estou amando
ResponderExcluirpor favor postem mais esse final de semana.
ResponderExcluirKKKkkk Michael descobriu um medo da Vick
ResponderExcluir*O*
Bom amores até mais beijão
vei voces vao deixar eu doida, #Vihfontinely
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, simplesmente amando essa fic..
ResponderExcluirMike louco to imaginando cada cena kkkkk
Genteeee cheguei com mais ....Opa Jane deu algumas dicas ai?
ResponderExcluirE Vick parece curiosa demais sobre o caso
Será que ela vai descobrir?
Preciso muito que vcs prestem atenção em cada fala ok?
beijão amores até mais
Postado amores
ResponderExcluirVick já está envolvida e ela não tem mais forças pra recuar
agora o papai Michael é que manda aqui
Beijão próximo cap tem algumas revelações
e mais aproximação de Vick e Michael
Até mais lindas <3
EU QUERO MICHAEL COM ELA UEAHEUA !
ResponderExcluirSerá que Vick pode confiar em Michael ?
ResponderExcluirSerá que ele foi capaz de contar a verdade pra ela?
Meninas essa estória não acabou por ai
Próximo cap tem mais, e mais aproximação deles
Espero que estejam gostando, comentem muito kkkkk
Carraraaa!!!Termina logo isso afgf -_- cansei de espera,posta logo,POSTA LOGO POQ,TERMINA LOGO N GOSTO QND DISPERTAM MINHA CURIOSIDADE!
ResponderExcluirAmeiiii continua
ResponderExcluirAgradeço que quem comenta como anônimo que comente com a sua conta do google ou outra, nem sabemos quem é a comentar, se não voltamos a cortar os comentários em anônimo... Mt Obg
ResponderExcluirDONA
Capítulos 13 e 14 já postados , boa leitura, deixem vossos comentários
ResponderExcluir~Uiiiii Michael delícia~
ResponderExcluirEspero que tenham gostado do hot '-' kkkk
Segunda tem mais *-*
Capítulo 15 já postado , boa leitura, deixem vossos comentários... ATENÇÃO NO FINAL DO CAPÍTULO TEM LÁ UM RECADO DA AUTORA...
SIM! SIM! SIM!
ResponderExcluirClaro que eu quero parte 2 !! Esse Michael safadinho e quase insano é uma loucura baby ! <3 continuuue , amei o hot *-*
ResponderExcluirContinua :)
ResponderExcluirOMG , uma segunda parte claro que quero!
ResponderExcluirTo amando demais esse lado do Michael :3
Continua tá perfeito meu ovários estão gritando.
ResponderExcluirCapítulo 16 já postado , boa leitura, deixem vossos comentários
ResponderExcluirvei que isso '-' puro tesao
ResponderExcluirAaaaaaaa
ResponderExcluirVick e Michael estão juntos agora
ResponderExcluire Ela vai começar a conhecer o seu sedutor
de uma forma que vai gamar ainda mais
A partir de agora a vida da Vick vai mudar completamente
Beijão até mais
gente eu sou a vick flw flw kkk !
ResponderExcluirTo adorando essa fic <3 ahhhhh
Michael e seus mistérios. O que vcs acham meninas, Michael
ResponderExcluirestá mesmo usando a Vick?
Até o próximo <3
OMG tomara que ele não esteja usando a Vick.. eles formam um casal tão tão fofo rs..
ResponderExcluir:p
ResponderExcluirPostado amores
vamos ver o que o Michael pilantra vai conseguir com isso
:v
Meninas a partir de agora vou postar um cap por vez ta
pq ainda não terminei a segunda parte :S
Beijão e até mais
Meu deus ele é louco de carteirinha kkkk
ResponderExcluirPostado suas lindas
ResponderExcluiressa história tem ainda muito pano pra manga
vishh
Espero que não esteja chato hauahaua
Bom até mais
Aameeeii, coontinuua!
ResponderExcluirPostado amores
ResponderExcluirPróximos caps vamos esclarecer algumas coisas
da história, não tudo, mas um das partes hauaha
Até mais beijão
to adorando <3
ResponderExcluirPERFEITO! CONTINUA!
ResponderExcluirMaais! ! Preciisoo!
ResponderExcluirEu disse que vcs não iam acertar kkkkk
ResponderExcluirBom gente postado
próximo cap temos o Michael fofo hauahaua
Beijão
CONTINUA!
ResponderExcluirTem gente apaixonado vishh :v
ResponderExcluirBom, amores até mais
Próximo cap vai ter uma reviravolta doida aqui
Já ta quase acabando eu prometo :v
Até mais
Falo mais nada beijos até mais
ResponderExcluir:p hauahaua
caraca parece filme LOL. eu quero que ele viva por favor :(
ResponderExcluirPostado amores
ResponderExcluirgrandes emoções no penúltimo capítulos
Sexta eu voltarei com o final, ok?
RECADO DA TAY:
E quero fazer aquela nova pergunta
Querem mesmo a segunda parte?
Eu já escrevi ela até o cap 17
Mas queria saber de vcs se querem que a fic termina assim mesmo
do jeito que ela está com Michael e o irmão sendo amigos e tudo mais
Ou a segunda parte que voltará a ter reviravoltas nessa história
colocando Michael encurralado em todos os momentos. Sendo que ele vai narrar.
Não vai ser o vilão de como era no começo da fic claro, mas vai continuar com a
mesma personalidade e bastante apaixonado pela Vick.
Bom, espero a resposta de vcs. Podem opinar pelo negativo se assim queiram
eu não ficarei chateada até prefiro a verdade kkkkk
Bom é isso falem o que querem. Até mais.
CONTINUA! SEGUNDA TEMPORADA PELO AMOR DE DEUS!
ResponderExcluirQuero dizer duas coisas:
ResponderExcluir- TU ME FEZ CHORAR FIA DA MÃE !! Fiquei debulhando em lagrimas depois que terminei de ler ..
- Claro que queremos segunda temporada !! Será muito bem vindaa !! heehee !
Tá ótima, e continuaa !
Palavras da Tay:
ResponderExcluirBom, chegamos ao final da primeira parte amores
Espero que tenham gostado dessa fic
eu quero dizer que eu amei escrever, me dediquei ao máximo
e foi uma experiência maravilhosa para mim independente do resultado
Levar o Michael nesse nível foi um desafio bem grande acho que quem
escreve deve me entender. Espero que tenha feito do jeito certo
e tenha correspondido as suas expectativas, ou não kkkk
Bom, em fim Obrigada por tudo
e Não acabou ainda
Teremos Vick, Michael e Luke na próxima parte.
Dessa vez quem narra é o Michael
Queria agradecer a todas vcs que estiveram aqui e agradecer as leitoras novas
muito obrigada mesmo amores e espero todas vcs em Eu quero Você: Obstinados
Vamos embarcar em uma nova aventura assim eu espero
Beijão.
Ótima fanfics, e q venha a segunda parte
ResponderExcluirJÁ DISPONÍVEL A SEGUNDA TEMPORADA!!!
ResponderExcluirhttp://michaeljacksonfanfics.blogspot.com/2014/12/fanfic-eu-quero-voce-ii-obstinados-18.html
Tay, parabéns por essa fic tão intensa. Confesso que me surpreendi com a reação do Luke no final. E falando em final, esse que vc escreveu foi simplesmente perfeito. Tanto sofrimento merece um final feliz. Vou ler a segunda parte marrada pelo Michael, espero que a dose de sofrimento seja quase nula, é duro ver meu baby sofrendo...kkkkk. Bjs, linda.
ResponderExcluireu queria postar uma fic minha
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