terça-feira, 30 de dezembro de 2014

FanFic: "Outra parte de mim" (+18)



Autora: Ianna Jackson


Sinopse:

O amor é uma coisa engraçada: ele nos pega nas piores e melhores situações. Ele nos faz viajar, sentir coisas que nunca sentimos. Digo isso por que o amor surgiu pra mim do ódio. Um ódio inexplicável que acabou se transformando no melhor sentimento... e posso dizer? Tenho certeza absoluta que ele, Michael Jackson é a outra parte de mim!

Capítulo 1


Por Annie

 Sou Annie. Tenho 20 anos, sou e moro com minha prima, que se tornou praticamente minha irmã mais velha. Estou com ela porque meus pais faleceram em um acidente de carro. Eu tinha 12 anos quando tudo aconteceu, e só escapei por que não quis viajar com eles. Não tenho namorado e nunca tive. E sim, antes que você fique se perguntando, sou virgem. Ah, devo dizer uma coisa antes: enquanto ela ama e idolatra o tal do Michael Jackson, eu o odeio! E essa história só tá começando.

- Esse cara de novo, Amy? Você não cansa de ouvir essa música? – Perguntei a ela. Já era bem a décima vez que ela colocava Human Nature pra tocar.

- Que foi? Eu gosto! – Ela me respondeu chateada! Eu realmente pegava no pé dela. Às vezes era só zoação, mas nesse dia eu estava irritada.

- Pela décima vez a mesma música? Poxa, troca aí, vai! – Respondi, jogando uma almofada nela.

- Ai, sua chata! – Ela se levanta e troca de música. Era uma música legal, que até então eu não tinha escutado. O início dela tinha uma batida de baixo, eu fiquei fascinada, e por mais que eu tentasse, não conseguia descobrir de quem era a voz. Só sabia que era uma voz marcante, masculina.

- Cara, que musica legal... de quem é? – perguntei para Taty, que estava arrumando o armário

- Do Mike – ela me respondeu toda animada. Era assim ela o chamava.

- Olha, uma música que presta! – caçoei dela, pois eu sabia que ela se irritaria com meu comentário.

- Una! – Ela me deu língua. – Então, vai fazer aquele brigadeiro? – Ela amava meu brigadeiro, e essa tarde íamos assistir a um filme. Como era sábado, e eu não tinha aula na faculdade e nem trabalho, resolvemos passar a tarde nos divertindo.

- Vou, mas você não vai nem me dizer qual o filme? – Perguntei curiosa, pois até então ela não tinha dito o que íamos assistir.

- Não! É surpresa! Agora vai fazer o brigadeiro e a pipoca enquanto eu termino tudo por aqui! – Ela me empurrou porta a fora. 

Fui até à cozinha, comecei a fazer o brigadeiro e a pipoca e enquanto eu preparava tudo, me peguei pensando na tal música. Billie Jean, o nome dela. 
Fiquei pensando:


 pensamento on

“Que tipo de homem faz um filho na mulher e não assume e ainda diz que o filho não é dele e nem que a mulher é namorada”... “Billie Jean is not my lover...”.

pensamento off 

Taty está na minha frente, balançando sua mão em frente ao meu rosto, me tirando dos devaneios.

- Hey, o brigadeiro vai queimar, garota! – Ela me repreende e vou ao fogão ver o brigadeiro, que por pouco não queima. – No que estava pensando? Devia estar pensando em alguém, né! Fala, quem é! – Quando ela colocava uma coisa na cabeça, só parava quando conseguia, e a coisa da vez era conseguir um namorado pra mim.

- Nas minhas aulas, Taty! Nas minhas aulas! – Respondi enfática, pois sabia que ela encheria a minha paciência por muito tempo. – Vamos assistir o tal filme? - E fomos ao quarto assistir o tal filme.


Por Michael

Sou Michael, e tô no meu ápice de carreira! Tenho 25 anos, e estou desenvolvendo um novo disco e algumas coisas de cinema. Nessa minha vida difícil, só tive duas namoradas até agora: A Tatum O’Neal e a Brooke Shields. 
Mas nenhuma delas me fez feliz. Falta alguém, mas mínguem nunca me chamou a atenção. E meu amigo Frank me enche a paciência por causa disso.

- E aí Michael – Frank me cumprimentou – e as novidades?

- Nenhuma. – respondi desanimado – Só pensando em que música devo colocar em “The intergalactic man” – falei. Na verdade eu tava pensando em outras coisas, mas não queria que ele soubesse.

- Michael, já pensou em trocar esse nome desse filme? – Perguntou Frank. Ele 

discordava do nome, e eu no fundo não tinha gostado muito. – Sei lá, fala com os caras, você é o Michael Jackson, eles não vão negar. – De fato, eles não negariam nada pra mim

- Você tem razão, mas não sei que nome colocar – Respondi a ele, quem sabe ele não tinha uma ideia. – Você sabe do que se trata a história, né? – Perguntei, por que o nome do filme tinha que ter algo relacionado ao enredo.

- Não, mas pelo o que eu entendi, você vai ser o protagonista como sempre – 

Respondeu Frank, brincando com o fato

- Pois é né, sou o galã do momento – brinquei também, o que levou Frank às gargalhadas. – Então, eu vou ser o capitão de uma nave extraterrestre que vai levar uma encomenda a uma rainha “má”. Mas não sei o que acontece depois.

- Ok então. Vamos ver... – Frank pensava em um nome pro filme enquanto eu nos servia de suco de laranja, meu preferido. – Que tal “Os extraterrestres”? – sugeriu Frank, o que me levou às risadas.

- Não, eu sou humano capitão, não extraterrestre – respondi tentando me recompor

- Ah sim.. então, que tal “Captain EO”? – Perguntou. Confesso que eu tinha gostado do nome

- hum, interessante, mas o que significa EO? – perguntei, pois não sabia o que significava.

-Não sei, mas posso procurar – Falou, procurando um livro na vasta biblioteca que eu ostentava em Neverland – eu li em algum lugar dessa biblioteca e gostei do nome

- Tá aí, gostei. Depois eu procure de onde vem esse termo – Agradeci pela sugestão. – Bem, eu vou até o estúdio, discutir isso com eles. Você vem comigo? – convidei

- Não, se não se importa, vou mergulhar nessas belezinhas aqui – disse apontando para os livros.

- Claro que não me importo! Se precisar de alguma coisa... – Chamei Dulce, uma das empregadas do rancho. – Dulce, se o Frank precisar de alguma coisa, sirva-o, vou sair e não demoro. Dulce assentiu e eu saí.
Fui em direção à garagem, pedir ao motorista que me levasse ao estúdio. 
Estava ansioso, pois o filme me deixaria noites pensando em tudo. Seguimos pelas ruas de Sta. Bárbara até que ouvi um barulho de algo batendo no para-brisa. Me assustei, e o carro parou. O que devia ter acontecido?


Capítulo 2

Por Annie



Assistimos o filme Gosthbusters: os caça-fantasmas e depois Amy me fez assistir ‘Thriller’. Meu Deus, que coisa chata! Zumbis, lobisomens, sei lá, só sei que aquele clipe era estranho. Esse tal de Michael Jackson tinha péssimo gosto! Deus me livre! Depois que limpamos as louças que sujamos, resolvi dar uma volta nas ruas daquela cidadezinha aconchegante onde eu morava. Ficava perto de um estúdio da Disney, onde gravavam filmes, takes, enfim, essas coisas. 
Meu passeio estava maravilhoso, até que resolvi atravessar a rua, que havia pouca movimentação. Senti um baque em meu corpo, que foi jogado ao chão devido ao impacto. Eu tinha sido atropelada, mas estava tonta demais pra abrir os olhos. Até que veio alguém e se abaixou perto de mim.

- Você está bem? – Disse aquela voz que entoava preocupação. Era uma voz masculina, doce, e ao mesmo tempo forte. – Você pode me ouvir?


- Estou bem, preciso ir.


Tentei me levantar do chão, mas senti a mão da pessoa encostar em meu ombro, forçando-o a descer novamente ao chão. Estava esperando minha cabeça recostar no asfalto duro, porém o que encontrei foi um par de coxas torneadas, que serviam de apoio para minha cabeça. Depois disso não lembro mais de nada.

Acordei, e ainda de olhos fechados, pude ouvir cochichos muito longe. Estava desconfortável, minha perna e costas estavam doendo devido à queda, mas meu braço queimava, devido a agulha que estava nele. Abri os olhos e concluo 
que estou em um hospital, caro, diga-se de passagem. Penso em várias coisas. 
Lembro de como tudo aconteceu, até que um senhor entra no quarto, vestido de branco, acredito que seja o médico.

- Olá, sou o doutor Gómez, como se sente? Está bem? – Perguntou, checando a bolsa de soro que estava ligada ao meu braço. Minha vontade era de responder que não, eu tinha acabado de ser atropelada por um louco, como eu iria estar bem? Mas tudo o que consegui foi assentir, com um leve movimento de minha cabeça.


- Bem, - continuou – Você foi atropelada – “Disso eu já sabia”, pensei – mas nada de grave, apenas um susto. – Disse, anotando algo em sua prancheta.


- Quando vou poder ir pra casa? – Perguntei ansiosa, pois não queria ficar por muito tempo naquele lugar.


- Amanhã mesmo. Uma moça chamada Amy está aí fora, dizendo ser sua prima, devo deixar que entre? – Perguntou ele, se dirigindo à porta.


- Claro, por favor! – Finalmente alguém conhecido, pensei – Obrigada, Doutor.


Ele assente e se retira do quarto e Amy entra, com os olhos marejados


- Annie, que bom que acordou! – Disse ela, sentando ao meu lado na cama – Como se sente?


- estou bem – suspiro levemente – um pouco dolorida, e incomodada com esse negocio no meu braço, mas de resto, tá tudo bem.


- O Dr. Gómez disse que você poderia sair pela manhã. – Respondeu, inquieta, então ela continuou.– Você sabe quem te atropelou Annie?


- Não. – Respondi. – Você sabe? – Perguntei. É obvio que ela sabe! Só queria ter certeza


- O carro do Michael Jackson. – Respondeu ela.


- O QUÊ ? – Gritei, indignada. – Ah, mas isso não vai ficar assim! Mas não vai mesmo!




Por Michael


Quando desci do carro, pude perceber que meu motorista tinha atropelado alguém. Observei-o com as mãos na cabeça e fui em direção ao tumulto que se formava ao redor. Consegui chegar até ela, e ninguém impediu, por se tratar de uma coisa grave. Ela era linda! Morena, cabelos enrolados, lábios desenhados, uma verdadeira deusa.


- Você está bem? – Perguntei, mas eu sabia que ela não estava – Você pode me ouvir? –Insisti e obtive resposta.


- Estou bem, preciso ir – Ela respondeu. Meu coração gelou ao ouvir sua voz.


Fiz ela deitar de volta e apoiei sua cabeça em meu colo. Perguntei seu nome, mas ela não me respondeu, pois já estava desmaiada. Então a ambulância chegou e fomos para o hospital. Fui com ela na ambulância, enquanto meu motorista ficou no local para dar esclarecimentos à polícia. Durante o caminho fui segurando a mão dela e nessa altura do campeonato, me esqueci completamente da reunião no estúdio.

Chegando ao hospital, liguei para o estúdio explicando o que acontecera, e liguei para o número que havia numa agenda, na parte de “Em caso de emergência, avisar à”.

Ligação


- Alô, é a Amy? – perguntei à voz que me atendera


- É sim, quem gostaria? – falou-me, com a voz calma


- Você conhece uma moça chamada Annie? – Perguntei, repetindo o nome várias vezes em minha mente


- Conheço, o que aconteceu? – perguntou, já preocupada


- Ela foi atropelada, está no hospital – passei o endereço pra ela – não demore.


- Ok, obrigada, seja lá quem você for – e desligamos


Fiquei aguardando a tal Amy chegar, até que eu vejo uma mulher, alta, morena, caminhando a passos largos. Parou no balcão, pediu informação e veio em minha direção. Quando chegou mais perto, empalideceu. Fui em sua direção e pude ver uma lágrima em seus olhos.


- Creio que seja a Amy – Perguntei, cumprimentando-a. – Você já deve me conhecer


- Ah meu Deus, não creio – Me disse – Conheço sim, sou sua fã. Mas pera aí foi você que ligou pra minha casa? Como sabe meu numero? Cadê a Annie? – Disparou


- Foi eu sim, sinto muito, meu motorista atropelou a Annie, não a vimos, e depois a trouxemos pra cá. Acredito que isso seja dela – estendi minha mão com a bolsa dela.


- Ah sim, é dela, obrigada. Onde ela está? – Perguntou, inquieta e preocupada


- Ela já está no quarto – Respondi, vendo o médico se aproximar


- Então Sr. Jackson, a moça está bem, só um susto. Amanhã mesmo ela sai – 


Disse o senhor de cabelos grisalhos. – Você é a? – dirigindo-se à Amy


- Amy, prima da Annie – Respondeu Amy, cumprimentando o médico


- bem, vou ver se ela já acordou, vocês esperam aqui, ok – entrando no quarto


Esperei o médico sair. Amy entrou e eu fiquei ansioso, pois não sabia qual seria a reação de Annie ao saber que meu carro a tinha atropelado. Fico andando de um lado a outro do corredor, até que me assusto com o grito que ouço vindo de dentro do quarto. O que será que aconteceu pra ela estar gritando assim? Confesso que girei nos calcanhares para ver o que acontecera, mas me controlei e fui pra casa, tentar descansar.





Capítulo 3

Por Annie

 Estava estressada! Queria dar na cara do tal Michael! Queria levantar e ir atrás dele até no Alaska, mas fui impedida pela agulha que eu esqueci que estava afundada em meu braço, me fazendo gritar, agora de dor.
- Ai, droga de agulha maldita! – Praguejei, desejando que essa agulha estivesse no braço dele, e não no meu
- Calma! – Amy disse, fazendo eu me encostar na cama de novo – Eu sei que você odeia o cara, mas foi sem querer! – tentou defendê-lo
- Ah, sem querer! – Olhei indignada para Amy – Dane-se, só quero matar esse cara! Ele acha que é rei! Pode até ser do pop, mas da rua não é! – Protestei
- Procura descansar! – sugeriu Amy, mas ela sabia que eu não ia descansar. – Se você quiser depois você fala poucas e boas pra ele, mas agora descansa e ponto! – ordenou Amy
- Tá bom! – disse, vencida
 Virei para o lado e acabei adormecendo. Durante a noite, sonhei com Michael. Eu queria esquecê-lo, deletá-lo dos meus pensamentos, mas era impossível! Não conseguia mais tirá-lo da cabeça. Amy dormia desajeitada ao meu lado, na cama pequena, e tinha a sensação de ter mais alguém no quarto, mas era só uma sensação. Levantei e caminhei até o banheiro, joguei uma água no rosto, voltei e me sentei na cama, pois não conseguia mais dormir. Por mais que eu fugisse, Michael sempre voltava para os pensamentos, e eu me odiava por estar pensando nele. Sempre que eu tentava afastá-lo, ele voltava com mais força.
 Olhei para Amy, que dormia como um anjo, e fiquei nos devaneios até adormecer novamente. Sonhei que estava correndo em um campo verde, acompanhada por Michael que me perseguia. Estávamos felizes e sorridentes, brincando como duas crianças, até que aparece um ser estranho e tenta me pegar, Michael tenta me salvar, não pode fazer nada.
 Acordei assustada, suada e gritando:
- Saaai, nãaao! – Acordei Amy, que logo me abraçou, tentando me acalmar, pois eu não parava de tremer e chorar
- Calma, shhhh, passou – Ela dizia – Foi só um pesadelo
- Foi horrível – dizia entre os soluços – Me abraça mana – pedi, chorosa
- Claro, meu amor, vem aqui – Amy abre os braços e ali eu me aninho, recebendo proteção. Ela espera eu me acalmar, até que os soluços cessam – Agora me conta, o que aconteceu? – Perguntou ela, querendo saber do sonho. Claro que eu ia omitir a parte do Michael
- Não sei, um ser estranho queria me pegar, e eu não tinha como escapar, e o menino de branco que estava comigo não pode fazer nada também, depois só gritava por ajuda – expliquei
- E quem era o menino de branco? – Perguntou Amy, curiosa
- Eu não sei, não vi o rosto dele – menti, até que o médico entrou no quarto
- Annie, seus exames estão prontos. Você está bem, não quebrou nada, só vai precisar tomar esses remédios pra dor – me deu a receita. – Ah, tem um rapaz aí fora, querendo falar com você – disse
- Ok – Disse desconfiada, até que vejo Michael entrar em meu quarto com um buquê de tulipas vermelhas, minhas preferidas. Como ele adivinhou?
- Olá – Disse ele – como você está?
- O que você está fazendo aqui? – Perguntei enfurecida, o que o deixou assustado.
~ Por Michael
 Confesso que dormir esta noite, foi uma missão quase impossível, pois eu não conseguia parar de pensar em Annie. Quando dei por mim, o dia já tinha amanhecido. Fui ao banheiro, tomei um banho rápido e me vesti como gosto: calça preta, blusa de veludo vermelha, com uma faixa preta no braço direito, sapatos pretos, óculos escuros e meu chapéu. Desci as escadas da casa e fui até a cozinha, tomei apenas um copo de suco de laranja. Pedi para meu motorista me levar até o hospital, pois queria ver como Annie estava, e no meio do caminho, vi um buquê de tulipas vermelhas, lindos. Comprei, daria a ela em sinal de desculpas pelo ocorrido. Chegamos ao hospital e soube que Annie ainda não tinha saído, o que me deixou feliz e apreensivo ao mesmo tempo. Conversei rapidamente com o medico que nos atendera no dia anterior ele disse que estava indo dar alta para Annie. Pedi a ele que dissesse que queria falar com ela, mas que não citasse meu nome. Minutos depois o médico sai e pede que eu entre. Meu coração estava acelerado. Tomei coragem e entrei, mas não fui bem recebido por ela. Fiquei assustado com a reação dela, mas respondi:
- Queria saber como você está – disse – o Médico disse que você sairia hoje de manhã, então vim pedir desculpas – estendi o buquê, que foi pego por Amy
- Bem, vou deixá-los a sós – disse Amy, indo em direção à porta, e pude ver o olhar de reprovação de Annie
- Já não basta me atropelar, ainda tem que ficar me rondando? – Disse Annie, me encarando – Olha aqui, ‘rei do pop’, se pensa que eu vou esquecer disso, está muito enganado!
- Só queria conversar com você, fiquei preocupado, de verdade – Depois de dizer isso, deixei escapar uma lágrima, estava realmente preocupado com aquela garota, que agora estava em pé na minha frente – desculpe, de coração
- Michael, se veio aqui, com medo de que eu tente tirar dinheiro... – interrompi a frase
- Não, não vim aqui por isso! Eu vim pra saber como você estava, só isso! – desabafei
- Pois eu digo – ela me respondeu, com lágrimas nos olhos – graças ao seu motorista, agora estou toda dolorida, e tive que relembrar tudo o que passei há anos atrás! Sabe como é ter os fantasmas do passado te assustando de novo depois de anos?
- Sim , eu sei, Annie! – Disse, com a voz tremula
- Meus pais morreram em um acidente de carro, e agora tudo tá voltando, a começar pelos pesadelos!
 Ela falava e eu ia cada vez mais me afundando em lágrimas, quando dei por mim estava abraçado a ela, acariciando seus cabelos macios. Nada mais importava, naquele momento éramos apenas nós dois.
 Nunca tinha sentido nada igual, parecia que nos conhecíamos há anos, mas depois saímos do êxtase e nos desfizemos do abraço.
- Desculpa... eu... – tentava me explicar. Em vão. – por favor, deixa eu levar vocês pra casa.
- Não! – ela disse, até que mudou de ideia – tudo bem, não temos como ir mesmo. Só não sei como vou pagar esse hosp...
- Eu já paguei, não se preocupe – interrompi - vamos?
 Ela assentiu, coloquei meus óculos pra ninguém perceber que eu tinha chorado e fomos pra casa dela, em silencio.



Capítulo 4

Por Annie

 Despejei em cima de Michael toda aquela dor e angústia, e percebi que ele estava entregue às lágrimas assim como eu. Confesso que eu duvidava desse lado sensível que a Amy sempre citava, mas ali eu tive a prova. Em questão de minutos, estávamos abraçados, meu Deus, como era bom aquele abraço! Ter aquele corpo magro envolto em meus braços me fez esquecer por segundos do quanto eu tinha raiva dele, até que nos soltamos e tudo voltou a ser como era antes. Ele pediu para nos levar pra casa e logo de cara eu disse que não, mas como não tínhamos como voltar, acabei aceitando, e viemos o caminho todo em silencio, até que chegamos em minha casa.
- Obrigada – disse, seca. Não tínhamos muito o que conversar
- Não precisa agradecer. – Ele disse, doce – é o mínimo que eu podia fazer. Amy, posso falar com você, um segundo? – Pediu ele
- Claro Mike – respondeu e levou as mãos à boca em sinal de espanto – Posso te chamar assim, né?
- Pode sim Amy. – respondeu ele, rindo da situação. Confesso que fiquei com vontade de rir também, mas me retirei do carro e deixei os dois conversando. Vai ver era um lance de ídolo pra fã.
 Minutos depois vejo Amy adentrar meu quarto. Eu já estava deitava, pois meu corpo todo doía. Ela abre as cortinas e a janela para circular uma brisa que por ali passava.
- Então, Amy – Disse, me sentando na cama – O que ele queria?
- Nada, só queria me pedir desculpas pelo ocorrido – Respondeu ela, mas eu sabia que tinha algo mais – E também me disse que se precisássemos de alguma ajuda com os remédios, era só procurá-lo.
- Não vamos precisar de ajuda – Disse, revirando os olhos – São poucos remédios, e eu já me sinto melhor.
- Tudo bem, mas foi só – Respondeu ela. – Quer algo?
- Só um copo de água! Nessa brincadeira, não tomei um pingo de água sequer né! Pode pegar, por favor? – pedi
- Claro – respondeu ela indo em direção à cozinha – Já volto
- Obrigada – Agradeci e fiquei pensando em tudo o que aconteceu.
- Aqui está sua água – Disse ela me estendendo o copo – E aqui o seu remédio!
- Mas já? – Pergunto, fazendo cara de nojo – Mal acabo de tomar remédio no hospital, já tenho que tomar em casa? – Estava indignada
- Já, mocinha – Disse me estendendo dois comprimidos de paracetamol – Recomendações médicas.
- Argh – bufei de raiva – Espero que isso acabe logo! – Desejei, ingerindo os comprimidos.
- Então, o que vocês conversaram? – Perguntou sobre minha “conversa” com Michael – Não ouvi nada quebrando, nenhum grito, isso é um bom sinal – brincou ela.
- Hahaha, muito engraçado. Ele só me pediu desculpas pelo acidente, que a culpa não foi dele, mas ele se sentia culpado e esse discurso do mocinho indefeso – revirei os olhos, e omiti o abraço. – Nada demais. Satisfeita?
- Por incrível que pareça, não! – respondeu Amy – Mas não vou forçar nada, e nem te obrigar a gostar dele. Ele foi solícito, e quando ele disse que se sentiu culpado, pode ter certeza que ele realmente se sente culpado.
- Ok, agora, pode me dar licença, quero descansar – pedi. Ela assente e sai.



 Por Michael

 Chegamos à casa de Annie, nos despedimos, e ela saiu do carro, mas pedi para falar com Amy, que logo aceitou.
- Amy, por favor, me mantenha informado sobre o estado da Annie – pedi, mas era óbvio que eu queria mais que isso – Fiquei realmente preocupado.
- Claro Mike – Disse Amy, e eu tinha certeza que ela já sabia o que eu queria – eu te falo. Espero que ela não tenha sido rude com você e...
- Não, claro que não – interrompi, e menti, ela tinha sido rude comigo, mas eu entendia – Não precisa se preocupar com os remédios dela, eu arcarei com tudo.
- Nossa, obrigada. – ela agradeceu – Bom, tenho que ver como ela está.
- Tudo bem, Amy, só não fala pra ela que eu pedi que você me contasse sobre ela – pedi, pois sabia que Annie não ia gostar
- Não te preocupa, Michael – Disse, me abraçando – Não falarei nada. Obrigada pela carona, até mais
- De nada. – Deixei-a ir e acenei.
 Entrei em meu carro, e fui o caminho todo pensando em Annie, e em como ela era única, não só por seu jeito, mas por não me tratar como todos me tratam. Meu Deus, o que está acontecendo?
 Cheguei no rancho, e fui direto para a biblioteca, onde estava Frank.
- EO: do grego, significa amanhecer. Logo, Captain Eo significa “Capitão do Amanhecer” – Disse ele, segurando um livro grosso nas mãos – E então, como está a tal garota? – Perguntou ele, colocando o livro de volta na prateleira.
- Recebeu alta hoje, e fui deixá-la em casa – falei, sentando numa poltrona – E irredutível! A garota está me odiando!
- Ora ora, se o rei do pop está sendo menosprezado por uma menina! – gargalhou – Que feio hein, Sr. Jackson!
- Menina não, mulher – Corrigi – E que mulher!
- Como ela é? – Perguntou ele – Digo fisicamente, por que já vi que a garota tem uma personalidade forte.
- Estatura mediana, morena, cabelos pretos e ondulados, olhos marcantes – Disse, sem hesitar – uma verdadeira deusa
- Ou Rainha desse Rei – Gargalhou, me fazendo rir junto – O Michael tá apaixonado – cantarolou 3 vezes
- Até parece – Falei, disfarçando – Impossível, meu caro! – Disse, mas era óbvio que eu estava apaixonado por Annie.
 Depois fomos até o estúdio tentar trocar o nome do filme. No começo hesitaram, mas depois aceitaram, pois era um nome curto e fácil para as crianças pronunciarem. Voltamos ao rancho, ficamos Frank e eu conversando amenidades, e ele vai embora. Vou para o quarto, tomo um bom banho, me arrumo e vou jantar, pois era domingo e eu não havia comido nada o dia inteiro. Depois do jantar, sigo para o estúdio que tinha em Neverland e ali me entreguei totalmente à dança, esquecendo até de Annie. Mas, felizmente, ela voltava para meus pensamentos, me fazendo parar pra compor algumas músicas. Se entrariam no álbum novo, que estava em processo de criação, eu não sabia, mas sabia que só aquilo aliviava meus pensamentos. Me dei conta do quão estava tarde e voltei para casa, levando comigo alguns papéis, e meus sapatos na mão, pois meus pés doíam de tanto dançar. Entrei em meu quarto, vesti um pijama, me joguei na cama e adormeci por causa do cansaço. Perdi as contas de quantas vezes havia sonhado com ela.



Capítulo 5

Por Annie

 Remédio. Dor. Pesadelo. Esse é um pequeno resumo da noite que eu tive. Mais uma vez tive pesadelos e cada vez um diferente. Comecei a ter pesadelos depois da morte dos meus pais, e deixei de tê-los por volta dos 15 anos, quando fui a um psicólogo. Mas agora, graças a esse acidente, tudo estava voltando a ser como antes.
- ahhhhhhh – eu gritava e me agitava sobre a cama – socorro!
- Meu Deus Annie, outra vez! – Dizia Amy assustada com meus gritos – Já passou meu amor, passou – Dizia ela, como se eu fosse uma criança indefesa. Talvez até fosse mesmo.
- Eu não aguento mais Amy, já é o terceiro só nesse período de 48 horas depois do acidente! – Chorei mais – Tá acontecendo tudo de novo
- Calma minha flor, isso vai acabar – Amy tentava me reconfortar, mas era em vão
- Você lembra que só acabou quando eu tomei aqueles remédios caros – Disse, já mais calma – E não temos dinheiro para pagar um psicólogo de novo
- Tem razão, mas eu vou dar um jeito, não se preocupe! – Disse Amy, indo em direção à porta – Vou pegar um copo d’água pra você, não demoro
- Amy – ela virou-se pra mim – Obrigada por tudo
- Não precisa agradecer – sorriu e eu retribuí o sorriso – Já volto.
 Fiquei ali relembrando o pesadelo, e me dei conta que Michael não estava nele, pois o primeiro, ele estava. Amy volta com a água e com um comprimido, que eu julguei ser mais um dos remédios que eu tinha que tomar.
- Pegue, vai se sentir melhor – Amy me estendeu a água e o comprimido e os ingeri.
- Mais um? –Perguntei, depois de tomar mais um gole da água
- Dessa vez não, isso é pra te fazer dormir, mas só por essa noite – Amy pega o copo de minha mão e beija o topo da minha cabeça – Amanhã a gente pensa no que faz, boa noite.
- Fica aqui comigo essa noite, estou com medo de ter outro pesadelo – E realmente estava, pois eles pareciam reais – Por favor.
- Okay, bebêzona! – Ela riu e atirei uma almofada nela
- Chata! – retruquei, dando língua a ela. Ela deixa o copo em cima da mesinha e se deita do meu lado
- Nem acredito que eu conheci o Mike – Disse ela, apertando uma almofada
- E eu não acredito que você vai ficar falando desse cara! – Estava incomodada, e parece que o remédio começava a fazer efeito
- O que posso fazer se ele é perfeito? – Ergueu a cabeça e ficou me olhando – e ele ficou caidinho por você, que eu sei!
- Ele não é perfeito! – Disse, irritada – E ELE NÃO ESTÁ A FIM DE MIM! – dizia quase gritando – e quer saber, esse remédio maluco já está fazendo efeito, boa noite
- Boa noite, Srta. Annie – ela virou para o lado e dormiu
 Fiquei pensando no porquê de ele estar sempre presente na minha vida. Aonde eu ia ele estava, não pessoalmente, mas sua música sempre estava tocando, e eu sempre insistia em não querer ouvi-lo. Definitivamente, não sabia mais o que estava acontecendo. Minutos depois eu já dormia como um anjo e não havia nem sinal dos pesadelos.


Por Michael

 Acordei naquela segunda-feira decidido a resolver questões pendentes do filme. Fui ao banheiro e comecei a me olhar no espelho. Estava sem maquiagem, então pude perceber que mais manchas brancas apareciam em meu corpo. No começo, eu não liguei muito, mas depois que fui ao médico, veio a notícia do que eu tinha: Vitiligo. Depois que descobri isso, passei a ir clareando mais a maquiagem que eu usava. Não estava tão negro como na Triumph Tour, e nem tão mais branco como na Victory, mas a tendência era piorar, pois mais manchas apareciam, e quanto mais apareciam, mais preocupado eu ficava. Nisso, Frank chega ao rancho e espera eu descer. Resolvo descer sem maquiagem mesmo, pra eu ir me acostumando com aquilo tudo.
- Bom dia Michael! – Frank me cumprimentou, percebendo que eu estava sem make – Resolveu sair da toca? – Perguntou, fazendo referencia à maquiagem.
- bom dia Frank – cumprimentei-o de volta – e respondendo à sua pergunta, não, pelo simples fato de que eu vou depender de maquiagem o resto da vida!
- Enfim, mas vejo que as manchas já estão aumentando... – comentou Frank
- O que significa que vou ter que entrar no tratamento, e clarear a maquiagem, disso tudo eu sei – falei, sentando-me no sofá
- Isso mesmo! – disse Frank – mas, e aí, notícias da tal Annie?
- Nada! – Respondi desanimado, pois queria muito saber como ela estava – Nem sinal dela
- Calma, quando você menos esperar... – O toque do telefone interrompeu noss
a conversa. Caminhei até o telefone, e atendi.
~ Ligação on
- Alô – Falei primeiro
- Oi, gostaria de falar com o Michael – respondeu a voz feminina
- É ele, quem gostaria? – perguntei, pois a voz não havia se identificado
- Oi Mike, é a Amy, prima da Annie – Respondeu Amy, e nisso, olhei para Frank, apontei para o telefone comemorando
- Oi Amy, tudo bem? Como está Annie? – Perguntei, e se tivesse um espelho ali, eu veria minha cara de bobo apaixonado
- Comigo está tudo bem, estou falando com meu ídolo – rimos, e ela continuou – Bem, sobre Annie eu prefiro conversar com você pessoalmente.
- Ótimo, pode vir aqui em Neverland agora – estava preocupado
- Posso, dentro de meia hora eu chego aí, não fuja – brincou
- Ok, estarei aqui, até logo – Nos despedimos e desliguei – Amy vem aqui dentro de meia hora – Disse a Frank
- hummmm, safado! – gargalhou – o que ela vem fazer aqui? É bonita? – perguntou, interessado
- Vem conversar sobre Annie, me disse que por telefone não seria possível – respondo, me sentando novamente – e sim, ela é tão bonita quanto Annie, são primas.
- Ah sim, conte mais – sorriu, malicioso
- De jeito nenhum, Frank! – Disse, repreendendo – Se quiser ficar, fique, mas nada de dar em cima dela, não perto de mim e não enquanto eu estiver por perto, tá me ouvindo! – disse como um pai que protege a filha
- Ok, Sr. Estressadinho! E recomendo que vá lá em cima colocar a maquiagem, pois ela chega em alguns minutos! – Me alertou sobre eu estar de ‘cara limpa’
- Ok, já volto – respondi, e fui colocar a maquiagem para esconder as manchas



Capítulo 6


Por Annie

 Amy e eu trabalhamos o dia inteiro: eu em uma empresa como estagiária e ela em uma escola de artes como recepcionista, e a noite eu faço faculdade de Administração de empresas.
- Annie, vou trabalhar – disse, colocando os brincos de pérola – por favor, evite dormir ou fazer esforço enquanto eu estiver fora – me recomendou – volto no almoço
- Sim senhora – bati continência – mas o que eu farei durante esse tempo todo?
- Não sei, escute música, estude – olhei pra ela com cara de tédio – ou desenhe! Faz tempo que não vejo você desenhando!
 Verdade, há tempos não desenhava
- Tá bom, não precisa se preocupar com os remédios, tomarei tudo! – disse, fazendo graça
- Isso mesmo, boa menina! Preciso ir! Tchau! – Saindo em direção à rua
- Tchau, cuidado! – acenei e fui ver o que tinha na geladeira – vamos ver... pão, mortadela, ovos, bacon, cereal, leite – listei – o que eu como? – Perguntei, falando sozinha
 Optei por ovos, bacon e suco, pois estava há dois dias sem tomar um café da manhã de verdade. Preparei os ovos e o bacon, comi e deixei a louça
na pia. Fui até o quarto, peguei um caderno, lápis de cor, e vários grafites e me dirigi à mesa que servia para meus estudos. Comecei a desenhar coisas variadas e depois comecei a desenhar elementos dos meus pesadelos: monstros, carros batidos, desenhei duas pessoas correndo em um campo verde, em referencia ao segundo sonho.
 Analisei meus desenhos e depois lembrei da roupa que Michael usava no segundo sonho.
- Porque não? – me perguntei em voz alta.
 Me pus a desenhar a tal roupa, mas não ficava bom. Depois de duas horas, consegui terminar o desenho da roupa: jaqueta branca com alguns detalhes de metal e detalhes coloridos, blusa de algodão branca, com detalhes coloridos na frente, calça branca com metais também, e botas brancas. Quando finalizei o desenho, tomei meus remédios, liguei a TV e fiquei esperando Amy chegar com o almoço.
 Uma hora depois, Amy chega, com o almoço
- E aí, Annie, tudo bem? – perguntou, fui em direção a ela, para ajudar com as sacolas que traziam nosso almoço
- Tudo bem, as dores estão diminuindo – respondi, indo em direção à mesa
- E o que você fez essa manhã toda? – perguntou, pondo os pratos na mesa
- Desenhei, e assisti TV. – Respondi, mexendo as sacolas – o que tem hoje?
- arroz, feijão, carne assada e salada – respondeu ela – Passei naquele restaurante brasileiro que tem na rua da escola.
- Huuuuummm, comida brasileira, adoro! – rimos
 Almoçamos, deixamos as louças na pia, e fomos pra sala, para mostrar meus desenhos a ela.
- Annie, vamos ao psicólogo, e rápido – disse depois de olhar meus desenhos – Você vai ter que ir de um jeito ou de outro – olhei pra ela com cara triste
- Você tem razão, tenho que ir, e logo! – disse, recolhendo os desenhos.
 Mas como ela havia conseguido o dinheiro?



Por Michael

 Depois de me arrumar, desci e fiquei conversando com Frank sobre o filme, aguardando Amy chegar. Passaram-se alguns minutos até que ela chegasse. Frank ficou encantado com a beleza de Amy, mas, particularmente, eu preferia Annie.
- Mike! – Gritou e assim que me viu, me abraçou – obrigado por me receber aqui nesse paraíso – falou, me soltando do abraço
- Que isso Amy, sempre que quiser, pode vir! – falei, até que Frank pigarreou – ah, sim, este é meu amigo Frank, Frank, esta é Amy, prima da Annie – conduzi Amy até Frank
- Satisfação enorme te conhecer – Disse ele, beijando a mão de Amy, que a essa hora já estava vermelha
- Satisfação é minha, Frank – disse ela, retribuindo o sorriso que Frank lhe lançara – Mike, preciso conversar sobre Annie, é muito sério – disse ela, com olhar preocupado
- Bom, vamos dar uma volta no rancho, assim te mostro o que tem nele e conversamos direito – disse a ela, já pegando meu chapéu – Frank, sinta-se a
vontade
- sempre me sinto! Bom passeio a vocês – disse ele, indo para biblioteca. Ele amava aquele lugar.
 Saímos da casa e fui mostrando cada detalhe do rancho.
- Então Amy – comecei – o que tem de tão grave com Annie? Espero que não seja por causa do acidente
- Não é, quer dizer, em partes, fisicamente ela se recupera bem, mas parece que tudo o que ela viveu na infância e adolescência, está voltando, por causa do atropelamento – explicou Amy, olhando o zoológico
- E o que aconteceu? – perguntei, confuso
- Bem, quando ela tinha 12 anos, os pais dela decidiram tirar férias,mas ela não queria ir, pois eu estava na cidade, e nessa época eu morava em outra cidade. Eles viajaram de carro, iam à Toronto, pra um show seu, aliás, mas no caminho, eles sofreram um acidente que lhes tirou a vida. Desde então, ela passou a sofrer com pesadelos, eles pioraram quando minha mãe faleceu, por ataque cardíaco, e eles só pararam aos 15 anos, quando levei ela a um psicólogo e ela teve que tomar uns remédios caros. Mas agora, não temos como pagar nem o psicólogo e nem os remédios, e eu não sei o que fazer. – Despejou toda aquela informação em cima de mim, e eu tive que segurar pra não chorar ali mesmo
- Bem Amy, eu sinto muito pelo acontecido. Me sinto até culpado – Falei, lamentando pela vida difícil que elas tiveram – eu vou pagar todo o tratamento dela.
- Mas ela não vai gostar, alias, a garota te odeia! – rimos
- Ela não precisa saber que sou eu, né! – disse, traçando um plano – mas eu tenho uma ideia, que preciso fortalecer, depois te falo o que é – disse, planejando tudo em minha mente.
- Ah Mike, sei nem como agradecer – Falou me abraçando – Sério mesmo! Ih, preciso ir, tá quase na hora do almoço, e ainda não comprei nada! – Verdade, nem vimos o tempo passar
- Ta bem, fique a vontade pra voltar!
- Tá, quando eu vier, eu aviso, só mais uma coisa: Não precisa passar maquiagem quando eu vier aqui, por favor! Beijo


- tá bem, farei isso por você! - Nos despedimos e ela foi embora, e eu fiquei sonhando acordado enquanto voltava pra mansão.


 Capítulo 7

Por Annie



 Estava intrigada com a rapidez de Amy ao conseguir o dinheiro para o psicólogo. Eu sabia que ela era virada, mas sabia também das dificuldades.

- Amy, posso saber onde você conseguiu o dinheiro? – Ela me olhou com cara de confusa

- Dinheiro pra? – Perguntou ela, com um ponto de interrogação enorme na cabeça

- Pro psicólogo, oras! – Respondi, como se a resposta fosse óbvia

- Ah sim – respondeu, parecendo ter sua dúvida respondida – não consegui, mas vou dar um jeito! E conheço um psicólogo que leva o filho pras aulas de pintura, e ele sempre conversa comigo, posso pedir pra ele segurar até eu arrumar o dinheiro!

- Hum – respondi, desconfiada – e como você pretende arrumar isso?

- Não sei Annie! – Amy estava apressada – olha, vou trabalhar, e ver se falo

com o psicólogo! As mesmas recomendações da manhã, e por favor, não desenhe nada sobre seus pesadelos! É assustador! – rimos

- Ok, nada de desenhos surreais! – respondi, sentando à mesa novamente – bom trabalho!

- Tchau! – Amy respondeu

 Depois de descansar, voltei aos desenhos. Desenhava o que vinha à mente. Há tempos não desenhava como agora e isso era tão divertido! Reolhei meus desenhos da manhã e enquanto analisava a roupa do Michael, notei que faltava algo.

- A capa e as luvas! – exclamei, em voz alta

 Desenhei o que faltava e dei o trabalho por encerrado, pois do jeito que eu era, eu ia acabar redesenhando tudo! Passaram-se horas entre desenhar, olhar, colorir, comparar, até que Amy chegou novamente, trazendo uma pizza de calabresa, a qual adorávamos!

- Oi! – Disse Amy, adentrando a sala – Quem vai querer uma noite regada à coca-cola, sorvete e pizza? – perguntou ela, deixando as coisas em cima da mesa

- eu! – gritei, pulando da cadeira, morrendo de felicidade – mas assim eu me acostumo mal mesmo! Comida brasileira no almoço, pizza na janta... tenho a melhor prima do mundo! – falei, abraçando ela

- Ai, eu sei que sou o máximo mesmo! – ela me abraçava de volta, mas ela apertou de mais e eu senti dor na costela

- Aiii – reclamei, me soltando dela e colocando a mão na costela – cuidado, maluquinha

- Desculpa – disse ela, levando as mãos à boca – eu tinha esquecido, foi sem querer! – Ela falava, enquanto me sentava no sofá

- Tudo bem, só não faz de novo! – fiz biquinho, fingindo estar triste, e ela riu da minha cara

- como você é ridícula fazendo esse biquinho! – disse, rindo sem parar – mas enfim, falei com o psicólogo, e depois de amanhã mesmo podemos ir ao consultório dele!

- Ah, que ótimo! – comemorei – vamos logo assistir esse filme!

 Assistimos filme, comemos muita pizza, foi uma noite bastante divertida. Às 22h já me arrumava para dormir, ou para mais uma sessão de pesadelos e suadeira.

 Até quando isso vai continuar?


Por Michael



 Voltei ao rancho e fui até a cozinha, onde Frank estava. Quando ele não estava na biblioteca, estava na cozinha, comendo

- ê vida boa, hein, Sr. Frank! – exclamei, fazendo-o olhar pra mim – Bolo, frutas, um parque de diversões à sua disposição... essa é a vida que eu pedi a Deus – Disse, sentando-me à mesa junto com ele

- É, mas alguém precisa trabalhar pra manter isso tudo – disse, brincando, o que me fez rir – estou brincando, sabe que eu amo esse lugar tanto quanto você. Mas e aí, como foi a conversa com Amy?

- Foi boa, mostrei uma parte do rancho pra ela – falava, colocando as mãos atrás da cabeça – e a coisa é mais séria do que eu pensava

Como assim? – Perguntou, confuso

- Annie teve uma vida difícil, perdeu os pais, e logo depois a tia, ficando só com a Amy, e com isso teve uma série de problemas psicológicos – contei, lamentando – agora entendo porque ela disse algo sobre “os fantasmas do passado” voltarem

- E isso tem jeito? – perguntou Frank, já preocupado com Annie

- Tem. Segundo Amy, ela só melhorou depois de tomar uns remédios caros pra caramba...

- Ih, já vi tudo – disse ele, levantando-se e eu seguindo-o – Você vai pagar o tratamento dela – sugeriu - Acertei?

- Na prática, sim, mas na teoria, a coisa muda – respondi – mesmo por que ela não pode saber que eu vou pagar por tudo

- E como você pretende fazer isso? – Perguntou ele – sabe que pode contar com minha ajuda sempre

- Eu sei, obrigado por isso – Agradeci, pois ele sempre me ajudava – Então, Amy deixou escapar que trabalha em uma escola de artes, aqui perto, mas que ela gosta mesmo é de dançar, então, pensando nisso, posso contratá-la como dançarina pro filme, e é como se ela conseguisse o dinheiro, entendeu?

- Entendi. E acho que vai dar certo, pois seria também uma forma de se desculpar, mesmo você não sendo culpado

- Verdade! – Falei, pois não tinha pensado nisso

- Já temos uma boa desculpa – Falou Frank – Então, já decidiu as músicas que vão entrar nesse filme?

- Ainda não... É uma escolha difícil sabia! – falei, rindo

- Mas você é o rei do pop, devia ser fácil – Disse ele, rindo também

- Ser isso também é difícil! – Respondi – Mas enfim, voltando ao assunto Annie e Amy, fico feliz por elas terem conseguido seguir em frente, mas fico triste com tudo isso.

- Cada um com seus problemas, Michael – Respondeu ele, enquanto tomava um gole da água que tinha na mesa de centro

- Pois é! E eu tenho vários, a começar por um chamado “Captain EO”, né! – Disse, me levantando do sofá

- Não sei, pode ser até uma solução – disse ele – Onde vai?

- Ao estúdio do rancho, tô compondo uma música, na verdade, reescrevendo – respondi

- Posso saber o nome?

- Ainda não, mas posso te dizer que só não coloquei no Álbum Victory com meus irmãos porque já estava completo.

 E me dirigi ao estúdio, deixando Frank na sala de mídia.



Capítulo 8

Por Annie

 Essa noite foi mais tranquila, não tive pesadelos, mas me incomodava muito com as dores. Maldita hora que eu fui atravessar a rua.
- Hey, o que tanto pensa? – Perguntou Amy, que se arrumava pra sair
- No tanto de aula que eu tô perdendo, por causa dessas dores que não passam – disse, triste
- Mas calma, eu sei que você é inteligente, e pegará o ritmo das aulas fácil – Disse ela, tentando me confortar
- É, pode ser – Disse desanimada – Então, já pensou como conseguir esse bendito dinheiro?
- Não, mas eu vou dar um jeito, não se preocupe – Disse ela, beijando o topo da minha cabeça.
 Minutos antes de Amy sair, a campainha toca e eu vou atender.
- Bom dia, senhorita – disse o rapaz – a Srta. Taylor, por favor?
- bom – comecei a rir – qual das duas? – ele riu também
- Desculpe, não sabia que tinham duas – disse ele, sem graça – A Srta. Amy Taylor, por favor.
- Agora sim – disse, descontraída – vou chamá-la
 Deixei o rapaz esperando e fui chamar Amy, que rapidamente veio me seguindo. Fiquei lá pra escutar a conversa
- Pois não – Disse Amy, cumprimentando o rapaz – em que posso lhe ser útil
- Bem, sou o Dérick, e fui até à escola de artes daqui procurar dançarinas para fazerem participação em um filme, mas lá me disseram que não tinham dança, porém disseram que conheciam uma dançarina e me indicaram seu endereço. Essa informação confere?
 Antes que Amy respondesse, pensei “Pronto, a solução pros nossos problemas”, e ela ficou muda, não sabia o que responder, mas eu tomei a frente e falei por ela
- Sim, a informação confere sim – respondi animada, enquanto ela se recompunha – mas, pra que tipo de clipe, de quem?
- Essa informação será mantida em segredo, até que ela resolva aceitar a proposta, mas posso adiantar que o cachê é muito bom.
- Ok, o que preciso fazer? – perguntou Amy, tão animada quanto eu
- Precisa ir à esse estúdio, às 14h de hoje – Dérick entrega o cartão à Amy – Bem, boa sorte!
 Depois que fechamos a porta e Dérick se foi, Amy pulava que nem uma louca, e eu só dava pequenos pulinhos, por causa da dor nas pernas
- ahhhhhh – Amy gritava, em comemoração – não acredito! Senhor, obrigado
- também nem acredito, mas pare de pular – pedi, abraçando-a – Essa proposta veio em boa hora!
- Verdade! Vou ao trabalho e depois vou pra esse tal estúdio – disse ela, olhando o cartão, onde pude ler “MJJ”, e o resto não pude ler
- Amy, espero que você consiga! Agora vá! Já está atrasadíssima
- Verdade! Fui! – Disse Amy, correndo em direção à porta
 Pouco tempo depois, já estava entregue aos desenhos de novo, revivendo minha infância toda, pois amava subir em árvores e ficar desenhando tudo o que via lá de cima, mas aquela sigla me intrigava.
- MJJ – pensei – ah, não deve ser nada, esquece isso Annie!! – me repreendi


Por Michael

 Depois de tanto pensar, fui até o estúdio Disney e disse que tinha um nome para uma das dançarinas, e impus que a queria, nem que fosse a última coisa que eu conseguisse. Eles aceitaram na hora e fui falar com o coreógrafo.

- Dérick – chamei-o – preciso que me faça um favorzão!
- Pois não chefinho – era assim que ele me chamava – diga
- Quero que vá a esse endereço – entreguei um papel contendo o endereço e um cartão da minha empresa - e fale com Amy Taylor...
 Depois de passar as instruções pra ele, voltei para o rancho e fui falar com Frank.
- Agora é só esperar ela vir – disse, colocando o chapéu em cima da mesa
- Ela quem, alma? – perguntou ele
- Amy, ora essa! – Exclamei indignado – esqueceu do plano?
- Aaaaahhh sim – batendo com a mão na testa – deu certo?
- Não sei, vou descobrir se ela aparecer por aqui – sorri
 Frank e eu almoçamos na companhia de Dulce, que era uma das empregadas de minha inteira confiança, depois fomos assistir a uns filmes, para inspirar-me a escrever algumas músicas, pois isso sempre funcionava.
 Às 13h50, mandei um carro ir buscar Amy no trabalho, para trazê-la ao rancho, pois se viesse sozinha, iria estragar a surpresa.
 Minutos depois, vejo-a adentrando meu estúdio, completamente vendada, e com roupas de ginástica. Como eu gosto de traquinagens, resolvi brincar um pouco: coloquei um aparelho de distorção de voz para que ela não descobrisse quem eu era. Como era tudo controlado por uma cabine fechada, não daria pra ela me ver
- Olá Amy – comecei – Tudo bem?
- Olá – disse ela com a voz assustada – quem é você?
- Bem, quem eu sou não importa – continuei – o que importa é o que você veio fazer aqui.
- Eu não sei, era pra eu estar num estúdio de dança agora, mas seja lá quem você for, está me atrapalhando!
- hummm, interessante. Tire a venda por favor – Ela tirou a venda e pude ver seu queixo cair – Está num estúdio de dança, agora, mostre-me o que sabe!
- Mas sem música? – disse ela
- O que sugere, então? – perguntei
- Sei lá! Michael Jackson? – Perguntou
- OK!
 Coloquei Beat It, e ela começou a dançar. Quando estava perto do refrão, entrei na sala sem que ela me visse, e fiquei observando seu desempenho. A garota realmente mandava bem!
 Tocaram mais duas músicas minhas da época dos The Jacksons, finalizando com Billie Jean, que ela tirou de letra. Ela tinha talento, e agora, eu estava mais que disposto a tê-la como dançaria. Ao fim, ela se sentou no chão e fez uma espécie de prece e chamou por alguém
- Está contratada – Disse, agora sem a distorção. Ela se virou pra mim e começou a chorar
- Meu Deus não acredito que você fez isso Mike! – Disse ela, me abraçando.
- Agora, você está oficialmente contratada, bem vinda à nave do Captain EO!

 Assinamos todos os papéis, ela me agradeceu e voltou pra casa.



Capítulo 9

Por Annie

 Amy chegou em casa por volta de 17h, com um pote de sorvete, mas
nem um pouco cansada. Deduzo então que ela tenha vindo de ônibus, mas deixo esse questionamento de lado quando lembro que ela tinha ido para o tal teste
- E então – digo, assim que ela põe as coisas na mesa – conseguiu? – ela abre os braços e eu entendo aquilo como um sim
- Consegui Annie! – Disse ela me abraçando, sem me apertar muito – Agora vou poder pagar teu tratamento!
- Ah minha irmã, obrigada! – abracei-a, chorando – não sei nem como te agradecer!
- Me agradeça indo para as sessões de terapia! – Disse, brincando, e rimos
- Vamos comemorar agora!
 Colocamos sorvete nas taças, e brindamos como se fosse bebida
- à nova fase – disse eu – à dança
- à noites de sono melhores a partir de agora – eu ri com esse brinde, mas tudo bem.
 Ficamos tomando sorvete, até que ouço a campainha tocar. Amy vai atender e demora um pouco, e com isso vou atrás dela e não acredito no que vejo: Michael Jackson, vestido com uma jaqueta preta com uma faixa vermelha no braço, blusa vermelha, calças e sapatos pretos, do jeito que só ele sabe se vestir. Meu coração acelera e eu perco totalmente o ar. Minha pressão baixa e antes que eu fale algo, tudo se apaga na minha frente. Acordo minutos depois, com a cabeça apoiada no mesmo par de coxas que me apoiara no dia do acidente, recebendo tapinhas em meu rosto
- Ah, graças a Deus – Exclama Amy – Que susto menina!
- Você está bem? – Michael pergunta preocupado. Penso em respondê-lo mal, mas vejo a preocupação estampada em seu olhar
- Eu to bem, gente – respondi, me sentando no sofá.
- O que foi isso menina? – perguntou Amy, segurando uma das minhas mãos, pois a outra era segurada por Michael
- Não sei, pressão baixa talvez. – Respondi, olhando pro chão – Ou o sorvete foi todo pro cérebro – disse fazendo os dois rirem
- Definitivamente, Annie, amanhã a gente vai ao médico – disse ela, se pondo na minha frente
- Eu levo vocês! – disse Michael
- Não, não precisa – disse, olhando pra ele – Sério, não precisa. Mas, que mal te pergunte, o que veio fazer aqui?
- Vim convidá-las para um jantar que vai ter no rancho, só para uns amigos, em comemoração ao meu aniversário. Não faço festas, mas sempre faço um jantarzinho
- Ah, Mike, vamos sim, né Annie? – Perguntou ela, me olhando com cara de “aceita senão te dou umas porradas”
- Michael, não sei, posso pensar? – Respondi.
- O tempo que quiser, até dia 29 de agosto – disse ele, nos levando ao riso
- Ok, agora, se me dão licença, vou descansar. – Disse indo em direção ao quarto
- Tudo bem Annie, melhoras, espero sua resposta! Amy, qualquer coisa me avise, ok
- ok, até mais Mike! – Amy disse e eu fui pro quarto pensar no convite dele.



Por Michael


 Tudo tinha dado certo. Agora Amy era a primeira dançarina contratada de Captain EO e eu estava radiante, pois iria ajudá-la com o tratamento de Annie. Meu aniversário era dali há alguns dias, e passou pela minha cabeça em convidá-las para o jantar que iria fazer pra família e amigos. Resolvi pedir conselho para Frank.
- E aí, Michael, deu certo? – Disse ele, assim que me viu
- Deu cara! – respondi – Mas, agora tô com outra ideia e preciso de sua opinião
- Pois então diga – Ele respondeu, sentando-se à minha frente
- Tô pensando em convidá-las pro jantar que eu vou fazer aqui em casa, o que você acha?
- Acho uma boa ideia, quem sabe a garota não cede um pouco né! – ele tinha razão
- tá bom, obrigado, vou lá na casa delas.
 Parti, rumo à casa de Annie. Chegando lá, sou recebi por Amy.
- Oi Mike, que surpresa! – Disse Amy, me abraçando
- Oi, Amy – Nos soltamos do abraço
- Danado você né! Por isso mandou aquele carro ir me buscar né! – Disse ela, rindo
- Desculpa, queria fazer surpresa! – Respondi, rindo mais
- Tudo bem, eu amei. Agora diga, chefinho Mike, o que te trouxe aqui? – ela pergunta
- Bem, na verdade...
 Não dá tempo de completar a frase, pois vejo Annie desmaiando, atrás de Amy.
- Annie!!!! – exclamo, correndo para não deixá-la cair
- Ai meu Deus, põe ela aqui – apontou para o sofá. Sentei e pus a cabeça dela no meu colo, até que ela acorda.
 Pensei que ela ia me tratar mal, ou me responder atravessado como das outras vezes, mas ela me responde normal, e faz até piada com o ocorrido. As convido para o jantar, com medo de que Annie recuse, mas, para minha surpresa, ela pede um tempo para pensar. Volto para casa radiante, pois já era um pequeno passou que eu tinha dado para conquistar o coração dela. Chego em casa, e vou dar a notícia à Frank
- Ela prometeu pensar Frank – Disparei, entrando na sala
- Meu Deus! Isso já é um progresso! – Disse animado
- Imagina minha felicidade. Mas fiquei preocupado com ela
- Por quê? – perguntou Frank
- Ela desmaiou, não sei por qual motivo – disse, visivelmente triste
- Mas ela tá bem agora? – perguntou ele, também preocupado
- Agora está, mas isso não anula minha preocupação. O que essa garota fez comigo cara?
- O que ela fez, eu não sei, mas que você tá caidinho por ela, isso eu tenho certeza – disse ele, se levantando – Bem, preciso ir, boa noite Michael
- Boa noite Frank
 Nos despedimos e ele foi embora. Subi para meu quarto, tomei banho, vesti um pijama confortável e fiquei pensando em Annie, até pegar no sono
~ 10: Por Annie
 Fiquei pensando no convite do Michael, até Amy entrar no quarto, pois desde o acidente, ela tem dormido comigo.
- Annie? – perguntou – Tá acordada?
- Tô sim – respondi, me virando pra ela
- E aí, vai aceitar o convite do Mike? – Ela pergunta, enquanto se arruma pra deitar
- Não sei, Amy, eu odiava ele há alguns dias atrás!
- Oi? Odiava? Não odeia mais? É um milagre Senhor! – disse ela, brincando
- Você me entendeu, gaiata! Enfim, ele pode ter vindo aqui só porque você é fã dele, ou como forma de pedir desculpas. E se aceitarmos, teremos que levar presente. Eu não sei o que dar pra uma pessoa que já tem tudo!
- Hum, se está pensando em presente, é porque está pensando em aceitar!
- Já disse que não sei Amy!
- Bem, se você não for, ele vai ficar triste, mas pensa direitinho, não vou te obrigar a ir, mas depois não se arrependa! – ela me aconselha.
- Vou pensar, mas não sei o que pode acontecer daqui pra frente.
- Sinto que um coração está derretendo! – ela diz
- Sinta o que quiser, porque eu vou dormir, boa noite – Eu digo, virando-me para o lado
- Boa noite Annie – ela responde, apagando a luz
 Enquanto o sono não vem, fico pensando no convite do Michael. Não sei mais o que está acontecendo. Toda vez que o ouço cantar, meu coração acelera, e só de vê-lo parado em minha porta, minhas pernas fraquejaram e meu corpo entrou em choque. Será que estava me apaixonando logo pelo cara que eu mais odiava no mundo?
 Deixei meus pensamentos de lado e dormi. Sonhei com Michael de novo, e o segundo pesadelo se repetira, só que invertido. Dessa vez tentavam pegá-lo. Acordei assustada, e, novamente, acordando a pobre da Amy
- ahhhhh, nããããããããão – Eu não parava de gritar, então me dei conta que tinha acordado, sentindo Amy me abraçar
- Annie, calma, já passou – ela dizia
- De novo, Amy – eu soluçava e tremia, dos pés a cabeça – Dessa vez foi pior
- O que aconteceu? – Amy perguntou, e agora eu tinha que falar de Michael
- Eu vi Amy, tentaram levar o Michael e eu não pude fazer nada
- Michael? Michael Jackson? – Ela perguntou e eu assenti com a cabeça, chorando muito
- Era ele o menino, agora eu tenho certeza – dizia a ela – eu quero vê-lo Amy, por favor
- Calma, Annie, amanhã eu te levo ao rancho – ela tentava me confortar, mas era mais forte que eu
- VOCÊ NÃO TÁ ENTENDENDO, EU QUERO VÊ-LO AGORA – falei gritando
- Tá, espera, vou ligar pra ele, calma meu anjo
 Continuei chorando, abraçada às pernas, enquanto Amy ligava para que Michael viesse à nossa casa. Não sei se ele viria, mas eu queria vê-lo de qualquer forma, e estava decidida a aceitar o convite dele. Minutos depois Amy adentra o quarto e me abraça de lado
- Ele já está vindo, acalme-se querida
 Fiquei ali, apenas sentindo o abraço dela e deixando as lágrimas caírem pelo meu rosto.
~ Por Michael
 Estava sonhando com Annie, mas algo me fez acordar. Era o telefone tocando. Estiquei a mão até o criado-mudo para pegar o aparelho.
- Alô – disse, com a voz sonolenta
- Alo Mike – já sabia que era Amy – desculpe estar te ligando uma hora dessas
- Tudo bem, Amy – disse, já despertado do meu sono – o que aconteceu?
- Annie teve outro pesadelo e dessa vez a coisa parece ter sido séria. Ela não explicou direito, mas ela quer que você venha aqui agora. – Dei um pulo da cama.
- Tá, estarei aí em alguns minutos!
- Obrigada Mike, desculpe mais uma vez – nos despedimos e desligamos
 Me dirigi até a garagem, peguei as chaves do carro e parti, rumo à casa de Annie. Nem lembrei do motorista, pois estava com muita pressa. Dirigi até a casa delas, e chegando lá, estacionei em frente ao prédio delas. Sorte que a rua estava vazia. Subi as escadas, bati duas vezes e Amy abre a porta.
- Ah Mike, desculpa – Ela não parava de pedir desculpas
- Não precisa pedir desculpas – Notei que nem lembrei de trocar de roupas, estava de pijama e pantufas – eu que devo pedir desculpas, to de pijamas ainda, ai que vergonha – fiquei vermelho
- Tudo bem Mike, vamos lá com ela. Ela não para de chorar
- Vamos – respondi, enquanto ela me conduzia até o quarto
 Entrei no quarto e pude ver a fragilidade de Annie, que estava abraçada às pernas, soluçando e de cabeça baixa
- Annie? – Chamei. Ela levantou a cabeça e chorou mais ainda. Ela se levantou da cama e se jogou em meus braços. – Calma princesa, já passou
- Foi horrível Michael – dizia Annie entre os soluços. Amy foi para o outro quarto e lá adormeceu
 Ficamos abraçados um tempo e sem que ela percebesse, fui conduzindo ela para cama e sentei-a. Sentei ao lado dela, e ela não desgrudava de mim. Até agora ela não disse o por quê de ter me chamado, e nem perguntei, pois não queria forçar nada.
- Vou pegar água pra você – Disse a ela, que assentiu. Fui pegar a água e senti que ela estava mais calma.
- Desculpa Michael – Ela disse, depois de beber a água – Não queria que isso acontecesse
- Tudo bem, já passou, como se sente? – perguntei, sentando na frente dela.
- Assustada! Mal, por fazer você vir aqui, e por ter acordado Amy – Ela respondeu, de cabeça baixa.
- Quanto a mim, não tem problema. – Disse a ela, pondo dois dedos no queixo dela, fazendo-a olhar pra mim – Quer me dizer, como foi esse sonho? Se não tiver problema pra você. – ela assentiu
- Eu estava correndo num campo gramado, lindo, cheio de árvores e flores, e um menino vinha atrás de mim. Nós brincávamos até que uma espécie de monstro apareceu e tentou me matar. Eu estava desesperada e o menino não pode fazer nada. Agora eu sonhei a mesma coisa ao contrário e vi que o menino era você! – nesse momento eu paralisei. Será que o subconsciente de Annie havia dito a ela exatamente o que acontecera comigo, desde minha infancia ate agora? Sim , porque a mídia é um monstro da qual você tenta escapar mas acaba sendo engolido por ela. Deixei meus pensamentos de lado e  fiquei confortando-a, mas estava tarde. Me levantei e ia me despedindo Dela, mas ela me chamou
- Michael? – Virei pra ela – Fica aqui essa noite, por favor? Estou com medo
- Tudo bem, ficarei aqui. Durma, você precisa descansar. Boa noite – beijei a testa dela e me acomodei numa poltrona. Fiquei observando-a até dormir.



Capítulo 10

Por Annie


 Acordei com o sol batendo na janela do quarto. Virei pro lado e vi Michael dormindo desajeitado numa poltrona e ri baixinho. Algumas mechas do seu cabelo enrolado caiam no rosto, deixando-o lindo, com o cabelo bagunçado. Ele estava de pijama e um uma pantufa fofinha. Amy entrou no quarto, fiz sinal de silencio e apontei pra ele.
- O café ta pronto, deixa ele dormir mais um pouco – Amy sussurrava
 Assenti e ela saiu primeiro. Passei por ele e pude perceber algumas manchas brancas em seu rosto. Manchas que até então eu não tinha percebido. Saí do quarto e fui pra sala.
- Bom dia Amy – sentei à mesa
- Bom dia Annie, está melhor? – ela perguntou
- Estou sim, obrigado por tudo e desculpa qualquer coisa – Disse, de cabeça baixa
- Tudo bem Annie, você sabe que pode contar comigo – Ela disse depois de tomar um gole do café – e agora pode contar com o Mike
- Meu Deus, não acredito que fiz ele vir aqui, que vergonha
- Ele gostou de se sentir importante pra você – Amy estava com um sorriso no rosto. Me controlei, mas não segurei a curiosidade
- Amy, o que são aquelas manchas no rosto dele?
- Ele tem uma doença chamada vitiligo, onde a pele da pessoa vai perdendo a cor. Se ela é negra, ela fica branca. Se a pessoa já é branca, ela fica mais branca ainda.
- E tem cura?
- Não, mas tem tratamento. Ele usa maquiagem pra esconder as manchas, e a coisa tende a piorar, daqui há algum tempo, ele vai ter que clarear a maquiagem.
- Nossa, que triste - e fiquei pensando como isso poderia acontecer com ele que sempre procurou fazer o bem pras pessoas...
 Alguns minutos depois, ele sai do quarto.
- Bom dia meninas, por que não me acordaram? – ele perguntou
- Bom dia – respondemos em uníssono – por que você quase não dormiu a noite – Amy respondeu
- Eu pedi que Amy não te acordasse, aliás quero te pedir desculpas por esse transtorno todo
- Não precisa se desculpar, iria até o lugar mais difícil pra poder ajudar alguém, ainda mais você! – ele disse carinhoso – ah meu Deus! – ele colocou as mãos no rosto
- O que foi Michael? – Amy pulou da cadeira indo em direção a ele e eu fiquei imóvel, assustada
- Preciso ir – ele falou sem tirar as mãos do rosto, mas eu pude ver uma lágrima e fiquei preocupada.
- Calma, Michael, você não pode ir, não nesse estado – falei, indo em direção a eles
- Não Annie, não chega perto – ele disse e eu paralisei – você não pode me ver assim?
- Assim como? – acho que ele estava se referindo à maquiagem
- Assim, sem maquiagem – ele responde, soluçando alto. Corri até ele, era minha vez de ajudá-lo

- Ei, Michael – ajoelhei-me na frente dele – calma, eu sei que é difícil, mas eu já tinha visto, não precisa ter vergonha, a culpa não é sua – disse, abraçando ele, enquanto Amy nos observava.





Capítulo 11

Por Michael

 Dormi pouco, e acordei com um pouco de dor nas costas, mas eu não ligava. Saí do quarto, mas senti que algo estava faltando. Falei com as meninas, e lembrei que estava sem maquiagem: era isso que faltava. Eu sentia vergonha do meu rosto, e saber que Annie me viu assim, foi uma facada no peito. Comecei a chorar ali mesmo, na sala delas, mas, para minha surpresa Annie veio me confortar. Tive certeza que tinha me apaixonado por uma mulher incrível.
- Annie, você não entende, todo mundo me julga, acha que eu quero mudar de cor. Eu amo a minha raça! Essa doença tá acabando comigo! – Solucei mais ainda, de cabeça baixa
- Michael – ela levantou minha cabeça – Amy e eu não somos todo mundo! E não ligue pro que todo mundo fala! Só agora pude perceber o quanto você é lindo por dentro e por fora! – Fiquei mais calmo, e faltei soltar fogos de artifício quando ela disse a última frase.
- Annie tem razão Mike, eu acho você lindo! Eu até casaria com você, sabia? – Amy disse, nos fazendo rir.
- Tudo bem, me desculpem, mas eu preciso ir mesmo – disse, tentando sair daquela situação. Annie já tinha voltado à mesa e estava tão vermelha quanto eu
- Não senhor! Vai comer algo primeiro! – disse Amy, me puxando para a mesa e me fazendo sentar ao lado de Annie. Depois de comermos, agradeci a elas por tudo.
- Meninas, obrigado, e, Annie, sempre que precisar, só me chamar
- Ah, Michael, não sei como te agradecer. – Ela disse e uma ideia surgiu em minha cabeça e eu na hora coloquei em prática
- Mas eu sei como vocês podem me agradecer! – Disse, com um sorriso nos
lábios. Annie me olhou com os olhos arregalados e Amy com um sorriso malicioso
- Como? – Annie me perguntou. Amy já entendera. Ela parecia mais minha irmã do que qualquer outra coisa, pois já entendia meus planos em apenas num olhar
- Indo ao jantar que eu convidei – disse, calmo - Topam?
- Claro que sim, Mike – Amy falou animada - Annie? – Olhamos pra ela
- Tudo bem, eu vou! – Annie falou, com um sorriso lindo
- Então, meninas, vou indo! Até mais! – Me despedi delas e parti pra casa.
 Lembrei que tinha ido sozinho e fiquei pensando em como ir embora. Andei de um lado para o outro e sentei na escada do prédio. Pensei em pedir ajuda para Frank, mas não tinha telefone por perto e subir de volta à casa das meninas não era opção. Passaram algumas crianças, arrumadas pra escola.
- Ei tio, porque o senhor tá de pijama ainda? – perguntou-me uma delas, que aparentava ter 8 ou 9 anos
- Por que o tio não sabe como voltar pra casa. – respondi, desanimado
- Poxa tio, se eu não tivesse indo pra escola, eu te ajudava – respondeu o outro menorzinho
- Tudo bem, obrigado, agora vão, senão vocês vão se atrasar! Boa aula pra vocês, cuidado!
- Tchau tio! – gritaram, atravessando a rua
 Não tinha mais escolha: ou eu ficava ali até alguém sentir minha falta ou subia pra pedir ajuda. Resolvi subir. Bati na porta e Annie me atendeu. Amy estava perto da porta.
- Alguma de vocês sabe dirigir? – Falei, morrendo de vergonha, enquanto ela ria de mim.




Capítulo 12

Por Annie

 Depois que Michael foi embora fiquei me perguntando da onde tirei coragem pra dizer aquilo pra ele. Amy me tira dos devaneios
- Garota, é impressão minha ou você tá apaixonada pelo mike? – ela estava se arrumando para o trabalho
- Claro que não! – disse rápido demais – não odeio mais ele, mas também não tô apaixonada por ele! – Mentira.
- Hum, sei não heim! – ela disse – “Você é lindo por dentro e por fora” – ela imitava minha voz
- Cala a boca Amy! – Dei um tapa no braço dela
 Ouvimos a campainha tocar e eu fui atender. Mal podia acreditar que ele estava de volta. Mas quando ele perguntou se alguma de nós sabia dirigir, não aguentei e tive que rir. Pobrezinho! Controlei o riso e fiz ele entrar. Ele estava mais vermelho que pimenta.
- Mike, ainda tá por aqui? – Amy falou, sentando ao lado dele
- Pois é. Ontem na pressa vim sozinho, mas não sei dirigir com muita gente nas ruas. Não tenho como ligar pra ninguém, me ajudem por favor e pare de rir Annie. – Ele tava realmente sem saída
- Calma, Michael – disse, mais contida – Eu levo você! Amy, aproveito e deixo você no seu trabalho
- Perfeito! – Amy disse – podemos, né, Michael?
- Claro – Michael disse, ainda corado – ai Senhor, cada uma que eu passo – ele ria, e eu o achava cada vez mais lindo
- Então – Amy se colocando diante da porta e estendendo o braço – vamos, bonitos?
- Vamos, sua chata! – disse à Amy
- Ela tem razão, Amy – Michael dizia – você é chata! – Michael disse, dando língua à ela
- Você também é Michael! – Amy retrucou, dando um tapa no braço de Michael
- Vamo parar né! Rindo desse jeito eu enfio o carro num poste! – nós rimos – As chaves, Michael, por favor
- aqui estão – disse, entregando-me as chaves
- Obrigada!
 Descemos e entramos no carro. Como o caminho era longo, resolvi colocar música, mas, advinha o que tinha? Isso, Michael Jackson
- Ei, sério que vocês vão ouvir fita, tendo o original aqui? – ele apontava pra si
- Vai Mike, canta! – Amy dizia animada, no banco de trás – canta aí ‘Human Nature’, amo essa música
- tá! – Michael confirmou e começou a cantar
 Sua voz era mais bonita pessoalmente. Não sei como pude odiá-lo por tanto tempo! Mas a partir daquele momento, eu estava decidida a recuperar o tempo perdido.
 Deixamos Amy na escola de artes e partimos rumo à Neverland, desde então não trocamos mais nenhuma palavra. O caminho era longo, acho que ele viera até a minha casa em alta velocidade, pois ele chegara muito rápido. 30 minutos se passaram até que avisto os belos portões de Neverland. Entrei com o carro na propriedade e ele me instruía até a garagem, que mais parecia um pátio de automóveis raros. Estacionei o carro e descemos.

 Quando descemos, ficamos um de frente para o outro. Meu coração gelou e senti as famosas borboletas no estomago, mas tinha que disfarçar. Ele quase implora pra que eu espere na sala, e eu não recuso. Entramos pela porta da garagem e vamos à sala. Chegando lá, percebo que tem gente. É o amigo dele, que fica surpreso ao me ver ali. Cumprimento-o e aguardo o motorista, que não demora a chegar.
- Frank, diga ao Michael que eu já vou, e que eu agradeço e peço desculpas por qualquer coisa – disse ao Frank – Obrigada, viu, até mais
- Digo sim, Annie, até mais, espero vê-la novamente – ele me responde com um sorriso no rosto. Eu sorrio de volta e penso “Você verá, Frank”. Sigo o motorista, que me leva ao carro que eu dirigi há poucos minutos. Ele me pede instruções e vou guiando-o até chegar em casa. Quando chegamos, agradeço ao motorista Louis e subo pra minha casa. Resolvo estudar um pouco e coloco Michael Jackson pra tocar, exatamente a música que ele cantou pra nós mais cedo. Não consigo me concentrar e acabo dormindo no sofá, ao som daquela voz doce. Amy me acorda e eu sento no sofá, sonolenta.
- Hey, meio-dia, acorda, bela adormecida – ela me balança – tava ouvindo Michael é? – Ela já havia desligado o som
- Tava sim, e pare de me balançar, já acordei – digo, esfregando os olhos – tô com fome...
- Vamos almoçar – Amy vai em direção à cozinha.
- O que tem pra hoje? – Perguntei, vendo Amy mexer nas sacolas que havia trago.
- Frango frito, arroz, salada... – Amy respondeu. A vantagem de comprar comida fetia, é que vinha feita e dava pra variar. A desvantagem era que gastávamos uma boa quantia com isso.
- Hum... Amanhã eu já volto pro trabalho – falei desanimada
- Mas já? Pensei que ia ficar mais uns dias em casa – Amy colocava os pratos na mesa e eu ajudava.
- E eu até posso, mas não quero ficar sem fazer nada.
- Tá, então, o psicólogo que eu te falei tá disponível agora pela tarde, vamos lá? – Ela me disse, animada
- Vamos sim, mas que horas? – perguntei
- pode ser às 15h, ele não tem pacientes por hoje...
- tá bem então. – Respondo, um pouco ansiosa
 Terminamos de almoçar, lavamos as louças e Amy vai pra sala, ligar pro trabalho avisando que não ia mais hoje. Me sento à mesa onde estavam meus desenhos e vejo o desenho da roupa que Michael usava no sonho, mas ele estava borrado demais, então desenhei outro, reproduzindo o anterior, mas dessa vez com menos borrados. As horas passam, termino meu desenho e vou me arrumar para ir ao psicólogo. Eu já tinha ido antes, mas estava ansiosa, não sei por quê. Amy faz o mesmo. Quando terminamos de nos arrumar, tomamos um copo de suco antes de sairmos.
- Vamos? – Amy estende a mão pra mim
- Vamos! – Eu respondo, pegando a mão dela
 Partimos rumo ao consultório do tal psicólogo


Por Michael


 Sentamos ao sofá e ele me encara.
- O que foi? – perguntei incomodado com o olhar dele e ele começa a rir
- Nada, tô olhando pra essa sua cara de bobo – ele respondeu, e eu devia estar mesmo
- Aff! – respondi, com cara de tédio
- Então, vai me contar o que aconteceu? – ele tava ansioso pra saber
- Vou – virei de frente pra ele, colocando uma das pernas no sofá – bem, tudo começou essa madrugada. Eram duas da manhã quando Amy me ligou, dizendo que Annie tinha tido outro pesadelo e queria desesperadamente me ver.
- Annie queria te ver? Por quê? – ele perguntou confuso
- Calma, vou chegar lá. Enfim, saí apressado daqui, do jeito que eu estava, pois queria muito vê-la. Peguei o carro e fui pra casa dela. Quando cheguei lá, ela estava desesperada, assustada e com medo. Deixei ela se acalmar e pedi que ela me contasse o sonho, e ela contou que tava num campo bonito comigo e depois uns seres estranhos tentaram me sequestrar, e que ela não pode fazer nada. Contou também que já havia sonhado isso, mas da primeira tentaram levá-la. Então conclui que ela queria me ver pra ter a certeza de que eu estava bem. Como estava tarde e ela estava assustada, pediu que eu ficasse lá, fiquei e acabei dormindo lá, numa poltrona. Quando amanheceu, Amy e ela já estavam tomando café da manhã. Depois lembrei que estava sem maquiagem e você sabe como eu sou, acabei sendo fraco ali mesmo, mas Annie veio me confortar, disse até que eu era lindo, mesmo com tudo isso. Depois eu tomei café e vinha embora, mas lembrei que estava sem motorista e eu na rua com outras pessoas sou um perigo, estava com vergonha de subir de volta pra pedir ajuda, e acabei ficando minutos sentado na escada, até que me dei por vencido e subi. Annie se prontificou a me trazer e ela veio até aqui, dirigindo. Em resumo, foi isso! – terminei de contar a história e ele riu de mim
- Cara, que viagem! Ah, ela pediu pra eu te agradecer por ela e pediu desculpas por qualquer coisa. – Frank disse e eu fiquei feliz, pois pensava que ela tinha ido sem se despedir
- que bom... ah, ela aceitou vir pro jantar. Você vem né? – perguntei a ele
- Claro! Primeiro que eu não quero perder esse jantar por nada! E segundo, porque Amy vai estar aqui! – riu
- Hum, sei! Toma cuidado com Amy! Se eu souber de algo errado que você fez a ela, eu parto a sua cara! – ameacei, mas no fundo era brincadeira e ele sabia disso
- Tá, tá bom! – disse, com as mãos pra cima, como se estivesse se rendendo
- Melhor assim! – respondi e ri dele
- Mas e aí, e quanto ao filme? – Eu tinha esquecido dele
- Eu tenho que decidir pelo menos uma música, pros ensaios começarem
- E já escolheu? – Ele perguntou
- Já, se chama We are here to change the world. Compus ela há algumas semanas e tava testando outras, mas vai ficar essa mesmo. A outra música eu ainda não escolhi.
- Bom, pelo menos meio caminho já está andado.
- É! Vou começar a organizar o jantar. Vamos lá me ajudar?

- Vamos lá, por que esse jantar promete – Frank estava com um sorriso malicioso nos lábios. Saímos em busca de algumas coisas pelo rancho.



Capítulo 13

Por Annie

 Saímos rumo ao consultório. Ficava um pouco distante, o significava que teríamos que ir de ônibus. Estava me recuperando do acidente, mas minha perna doía, portanto eu não conseguiria andar longas distancias. Pegamos o ônibus e depois de longos 35 minutos, saltamos em frente a um prédio branco com detalhes verdes.
- É aqui, Annie – Amy me tira da pequena observação que eu fazia ao prédio –
- Vamos logo acabar com isso – suspirei e entramos no prédio.
Amy falava com a recepcionista enquanto eu aguardava sentada. Alguns minutos depois, Amy sentou ao meu lado
- Ela disse pra aguardar um pouco, pois surgiu um paciente de ultima hora e era urgente.
- Tudo bem – sorri pra ela, em sinal de conforto. Passamos alguns minutos olhando pro teto até alguém anunciar meu nome. Depois entro no consultório que tinha muitos desenhos enquadrados pelas paredes, um divã cor vinho e no centro uma mesa média, com duas cadeiras e a cadeira principal por de trás da mesa. Viro meus olhos para o tal doutor: loiro, olhos verdes e pele branca. Me sento em uma das cadeiras à frente da mesa, pois já minha perna já estava doendo.
- Olá, Annie! – Ele aperta minha mão – sou o Dr. Ronald
- Oi – respondi um pouco sem graça
- A Amy me disse meio por alto o que aconteceu – Ele começou – Você quer me explicar com mais detalhes? – Dei um suspiro de leve e comecei a falar:
- Bom, Dr., Amy já deve ter dito que eu tive muitos pesadelos na adolescência, por causa da morte dos meus pais e que precisei de acompanhamento médico por causa disso. Mas tudo voltou a acontecer de novo e eu não sei como controlar isso!
- E como tudo aconteceu? – Ele perguntou
- Bem, sábado passado, depois de assistir um filme e um vídeo com Amy, resolvi dar uma volta no parque que tem perto do nosso prédio. Depois que fui espairecer, voltei pra casa, e acabei sendo atropelada pelo carro do Michael Jackson – Nessa hora os olhos dele arregalaram-se – e depois os pesadelos voltaram e eu não consigo definir o que sinto por ele
- O que você sentia antes desse acidente?
- Eu odiava ele, na verdade desde pequena, eu não gostava dele, mas agora, tá tudo tão confuso
- hum... e depois disso vocês tiveram algum tipo de contato?
- Sim, depois eu tive um pesadelo com ele e o fiz vir até minha casa só pra me certificar se ele estava bem, e ele acabou dormindo na minha casa, e antes ele foi nos convidar pro aniversário dele, e só.
- E você aceitou? – ele perguntou, colocando as mãos sobre a mesa
- De inicio eu pedi pra pensar, pensei em recusar, mas depois acabei aceitando
- Bom Annie, a gente precisa descobrir primeiro porque você não gostava dele, pra depois resolvermos esse problema dos pesadelos. De início, você não vai precisar tomar nada, mas vai vir me ver regularmente, okay?
- Okay. – respondi, sorrindo
- Bem, semana que vem você volta aqui e conversamos mais sobre isso, tá?
- Ta bem, doutor, obrigada! – despedi-me dele com um aperto de mãos
- De nada Annie, até semana que vem
            Saí da sala e chamei Amy para irmos embora


Por Michael

Depois de procurarmos alguns itens pro meu jantar, voltei para a mansão, e liguei pra Janet
~ Ligação On
- Janet? – Perguntei, depois de escutar a voz dela dizendo alô
- Maninho, tava pensando em você agorinha menino! – Janet era a irmã mais próxima, éramos ligados de uma forma sobrenatural – Está tudo bem?
- Oi mana, tá tudo sim, só preciso de sua ajuda – respondi
- Ajuda pra que?
- Pra organizar o jantar do meu aniversário de 26 anos, falta uma semana e não tem nada pronto! – respondi em um tom desanimado
- Uhu, festa, adoro – ela ria do outro lado da linha
- vai com calma, é só um jantar, não uma festa de arromba! – ri também
- Tá, vou aí agora, me espera!
- Tá bem Janet, te amo minha irmã.
- Também te amo meu Peter pan lindo! – eu ri e desligamos
            Depois fui à biblioteca, enquanto esperava por Janet. Olhava alguns livros, mas Annie não saía dos meus pensamentos. Peguei um livro de mitologia grega pra ler e me entreguei completamente à leitura. Algum tempo se passou até que eu senti uma presença na biblioteca.
- Buuh! – Janet, assim como eu adorava uma traquinagem.
- Ai – quase pulei da cadeira – quer me matar de susto? – disse a ela, rindo sem parar
- Isso é pra você ficar esperto comigo! – disse ela, me abraçando – então, qual o problema que a super-Janet aqui tem que resolver?
- haha, super-Janet é? – coloquei o livro em cima da mesa – preciso que você organize um jantar e não sei nem por onde começar...
- Quem vem tanto? – perguntou ela, olhando pros livros
- Bem, vem vocês, Frank, algumas pessoas do filme, e duas novas amigas – Falei pra ela, enquanto contava nos dedos
- Hum, amigas é? – Janet me olhou desconfiada – posso saber quem são?
- Conheci as duas de uma forma estranha, elas são primas... Amy e Annie
- E como vocês se conheceram, Michael?
- Eu estava indo pro estúdio, e acabamos atropelando Annie, depois é como se estivéssemos ligados. Fora que Amy é minha fã assumida! – eu ri, lembrando que vi um monte de posters meus na casa delas.
- Huuum, sinto que alguém está apaixonado – Janet ria da minha cara – qual te interessou? Aliás, qual foi a reação da que foi atropelada?
- Ela me odiava! Mas parece que tá baixando a guarda, porque aceitou vir ao jantar... e foi exatamente por ela que eu me apaixonei – nesse momento coloquei as mãos na boca e abri os olhos exageradamente – droga, falei demais.
- Nada Maninho, melhor, que assim eu preparo tudo do bom e do melhor pra ela! Vou caprichar! – ela piscou pra mim
- Ai Janet, o que seria de mim sem você, hein! – apertei as bochechas dela
- Não sei, só sei que vou te ajudar!
- Obrigada Jan!
- De nada Peter!
            Ficamos horas discutindo sobre o que iríamos servir no jantar, como estava tarde, Janet acabou dormindo em Neverland.



Capítulo 14

Por Annie

            Depois que saímos do psicólogo, resolvemos parar em uma sorveteria que ficava à poucas quadras de casa. Pedimos dois sorvetes: Amy de Creme com cobertura de chocolate e eu de chocolate com cobertura de morango.
- E então, como foi lá? – Amy puxou assunto
- Foi bom – Respondi, dando uma colherada no meu sorvete
- O que ele disse?
- Ele disse que agora eu não vou precisar tomar nada, mas que vou ter que ir mais vezes lá.
- Hum, mas ele disse porque? – Amy estava curiosa
- Sim, ele disse que precisa saber porque eu não gostava do Michael na minha infância pra poder resolver o problema dos pesadelos. – deduzo que ele ache alguma ligação nisso.
- Nossa, eu também tô doida pra saber! – ela ri e eu rio junto com ela
- Você não presta mesmo hein! – falo, limpando a boca que estava toda suja de sorvete
            Terminamos de tomar o sorvete e fomos pra casa.
(1 semana depois)
- Annieee! – Amy gritava
- O que foi, a casa tá pegando fogo? – respondi sonolenta
- Não, mas tô a ponto de colocar! – Amy andava de um lado pro outro com as mãos na cabeça
- Calma e fala!
- Hoje é o jantar na casa do Michael e eu não sei com que roupa ir! – Amy sentou na poltrona do quarto com as mãos na cabeça
- Meu Senhor! – Dei um pulo da cama e Amy olha pra mim assustada – Não comprei o presente dele, e também não sei com que roupa ir!
- Agora danou-se! – Ela começou a rir
- Tá rindo porque, doida? – Perguntei confusa, pois não estava entendendo nada
- A gente, nesse negócio de não saber “com que roupa eu vou”.
- Aff, palhaça – Ri dela – Vamos logo ver o que vamos vestir – puxei ela pelo braço, rumo ao guarda-roupa
- Vamos ver – tirei um vestido rodado, de cor vermelha – que tal esse? – disse a Amy
- Pra quem? Pra mim, pra você ou pra vovó? – Eu gargalho com o comentário dela
- Tá ok, próximo! – Tiro o próximo: preto, com detalhes de metal, curto
- Periguete demais! Lembre-se que a mãe dele vai estar lá! – Verdade, eu tinha esquecido disso!
- Ah, quer saber, vamos sair e comprar roupas novas! – Saí em direção ao banheiro, enquanto Amy ainda analisava as roupas do armário.
- Você tem razão, não tem nada que preste aqui! – ela bateu a porta do guarda-roupa.
            Depois que tomei banho, Amy entrou no banheiro e saiu de lá rapidamente, vestindo uma calça jeans, blusa regata rosa, uma jaqueta jeans e tênis simples. Eu estava vestida com um short de alfaiataria, uma blusa regata branca e all star roxo.
            Tomamos café, e partimos para o centro comercial. Eu estava ansiosa. Já sabia que presente daria a Michael, mas não sabia se ele iria gostar.


Por Michael

            Tudo estava corrido em Neverland. Era a noite do meu jantar, e eu não sabia se Annie viria, como prometeu. Resolvi ligar para a casa dela, mas ninguém atendeu, o que me deixou um pouco triste. E se ela não viesse? Só de pensar aquilo meu coração doía. Janet percebeu que eu estava uma pilha de nervos e foi me consolar.
- Ei mano, calma, ela vai vir – Janet me abraçava de lado
- Ah Janet, não sei, vai que ela caiu em consciência e percebeu que me odeia mesmo? – respondi desanimado.
- Michael Joseph Jackson! Pare já com isso! – Janet ralhou, o que me fez rir.
- Tá bem Janet! Vou ser confiante e pensar que ela vem. – respondi me levantando do sofá – mas se ela não vier, eu juro que dou 10 voltas no balde de vomito, até não aguentar mais!
- Ela vem! Pare com isso! – Janet foi ver os preparativos do jantar e eu fui ao meu quarto, separar a roupa que eu usaria na festa. Acabei escolhendo uma camisa branca, uma jaqueta cheia de brilho azul com uma faixa transpassada na frente, dourada. Calça preta e mocassim preto.
            O dia passou rápido, e mamãe chegou ao fim da tarde. Ela iria se arrumar em Neverland, por causa de Janet, o que significa que todos viriam junto. Fiquei na escada esperando ela chegar, até que ela chegou e fui correndo ao encontro dela
- Mamãe – abracei-a, pois há dias não a via – que saudade!
- também estava morrendo de saudade de você meu pequeno – minha mãe adorava me chamar assim – Então, vai me apresentar a moça que roubou o coração do meu bebê?
- Janet!!! – exclamei, enquanto ela ria de mim, que estava vermelho de vergonha.
- Desculpa Mike, mamãe ficou me pressionando, eu tive que contar! – Janet disse, se pondo atrás de D. Kathe, o que ela fez muito bem, pois eu queria voar no pescoço dessa linguaruda
- Ah, mãe – disse, de cabeça baixa
- Nem adianta menir, mocinho! Já ficou todo vermelho, e eu te conheço muito bem, Michael Jackson!
- Tá, mãe, ela vem para o jantar, mas ela não é minha namorada, ok! Ela ainda é uma amiga! Que aliás, me odiava há alguns dias atrás
- Tá bem, depois você me apresenta ela, mas agora quero descansar, a viagem pra cá foi um pouco cansativa.
- Tudo bem mamãe, Dulce te acompanha – Ela foi seguindo Dulce até o quarto, onde ela ficaria

            A noite chegou de pressa e me arrumei para receber os convidados. Tudo já estava em ordem e perfeitamente arrumado, quando lembrei que Amy e Annie não tinham como chegar aqui. Mandei um carro buscá-las e enquanto elas não chegavam, outros convidados começaram a chegar: Frank, Liz, Ryan e mais um pessoal do filme. O tempo foi passando e eu começava a ficar preocupado. Será que Annie desistiu no último minuto? Mas, não queria pensar nisso. Ela viria e ponto final. Fui socializando com todos da festa até que escuto Dulce me chamar, informando que o carro havia acabado de chegar. Meu coração disparou e por um segundo pensei que ia desmaiar de tanta felicidade. Fui correndo para a frente da casa, aguardar a chegada delas. Frank foi comigo, para recebê-las.

Capítulo 15

Por Annie

            Compramos roupas e sapatos novos, e mandei enquadrar um desenho que fiz de Michael, com a roupa que eu vi no sonho. Não mostrei para Amy por que achei que não havia necessidade, mas decidi dar de presente a ele. Chegamos em casa, nos arrumamos: Eu estava com um vestido vermelho, com alguns detalhes em dourado e salto preto; cabelos soltos, partido de lado e algumas mechas caindo sobre o rosto. Maquiagem carregada nos olhos e uma cor clara na boca. Amy estava com um vestido azul marinho, com detalhes em paetês de mesma cor, salto preto e cabelo amarrado. Boca extremamente carregada com um batom vermelho e nos olhos um rosa clarinho.
- Então? – perguntei, dando uma volta
- Está divina! Michael vai ficar doido quando te ver! – Amy respondeu animada
- Ah, que nada! – Falei, um pouco desanimada
- Tá linda, mas e o presente? – Ela perguntou curiosa, pois não sabia o que eu iria dar a ele.
- Quando chegarmos lá, você verá! – disse, com um sorriso nos lábios. – e o seu?
- Já está embalado. É um ursinho de pelúcia e um livro. – Disse ela, olhando para a embalagem.
- Tudo lindo e maravilhoso, mas como vamos chegar lá? – Perguntei a Amy
            Mal acabei de fazer a pergunta e ouvimos uma buzina na frente de nosso prédio. Amy foi até à janela e se voltou pra mim
- Vamos de carro. – Amy disse, com um sorriso de felicidade nos lábios
- Não acredito... Vamos logo então! – disse eu, pegando o quadro e ela o pacote do presente dele.
            Trancamos tudo, descemos e o Motorista nos esperava. Ele abriu a porta, nós entramos e partimos rumo a Neverland. A cada quilômetro, meu estomago se contorcia de ansiedade, pois eu não sabia quem estava lá, ou se ele ainda esperava por mim e por Amy.
- Tá nervosa? – Amy perguntou
- Eu? Não, imagina! – respondi comum sorriso amarelo
- Tá bem, com as mãos suando desse jeito, e essa perna que não para quieta, difícil acreditar! – Amy sorriu e eu ri junto
- Tá bom, tô nervosa sim!
- Eu sabia!! – Amy exclamou
            Em menos de 1h avistei os portões de Neverland se abrindo e isso me deu mais nervoso ainda.
- Calma, vai dar tudo certo! – Amy dizia para mim, mas era em vão
- tomara,  Amy, qualquer coisa, a culpa é sua! – falei, rindo e ela também!
- Ah tá, gaiata! Vai nessa! – Amy me deu um tapa de leve no braço, e riu
            Até que sentimos o carro parar. Congelei por um instante e fiquei sem ação. Até que Amy me puxou para sair do carro e eu pude ver Michael descendo a escada, vindo em nossa direção.
            Não pude deixar de perceber que ele estava lindo como sempre esteve. E eu, muito nervosa por estar ali.

Por Michael

Assim que o carro parou, desci às escadas e a cada degrau que eu descia minha expectativa aumentava. Vi Amy saindo do carro, ela estava linda, mas não como Annie deveria estar.
- Mike! – Amy me abraçou – feliz aniversário! – Me estendeu um pacote embrulhado delicadamente, eu peguei de suas mãos e senti o que estava dentro.
- Obrigada Amy – agradeci – posso abrir?
- Claro, abre!
Abri o pacote e ri com o primeiro objeto
- Um ursinho de pelúcia! Que fofo! Obrigada! – Beijei a bochecha de Amy e tirei o segundo objeto – Um livro! Exatamente o que eu queria: mitologia nórdica!
- Eu escolhi esse porque li em uma revista que você é apaixonado pelas mitologias, mas não tinha nenhum livro de mitologia nórdica, então, comprei esse pra você
- Obrigado mesmo, Amy!
            Frank já tinha cumprimentado Annie enquanto eu conversava com Amy e depois cumprimentou Amy, me deixando a vontade para falar com Annie
- Oi Michael – Annie disse tímida – feliz aniversário!
- Obrigada por ter vindo, Annie – disse, um pouco tímido também – Agradeço muito mesmo. Você está linda! – e ela realmente estava
- Obrigada, Michael – ela ficou corada – Aqui está meu presente pra você.
- Não precisava Annie. – Disse, pegando o pacote,um pouco grande – Devo deduzir que seja um quadro – disse sorrindo levemente, para quebrar o clima tenso
- É quase – ela respondeu – abra e verá.
- tudo bem!

            Fui rasgando os papéis que cobriam o quadro e notei que ele estava voltado para baixo. Terminei de abrir e virei-o para cima. Vi um desenho, feito à lápis, com a assinatura dela. O desenho era com meu rosto, mas as roupas eram um pouco diferentes. Fiquei maravilhado com aquela obra em minhas mãos e Frank e Amy se aproximaram para ver o desenho:



- Foi você que fez, Annie? – Frank perguntou sem tirar os olhos do quadro
- Sim, foi eu – ela respondeu um pouco tímida
- É simplesmente perfeito – falei, olhando pra ela – obrigada, os presentes que vocês me deram foram os melhores que eu ganhei essa noite – Annie sorriu e Amy também.
- Vamos entrar? Tem uma festa rolando! – Frank disse a nós e todos rimos
            Amy logo engatou uma conversa com Frank, e eu fui apresentando Annie aos convidados, e logo depois à minha mãe.
- Mãe – ela se virou pra mim – Essa aqui é Annie, a moça que eu disse que lhe apresentaria mais cedo – virei-me para Annie – essa é minha mãe, D. Katherine
- Mas pode me chamar de Kathe! – minha mãe respondeu – Como você é linda!
- Obrigada D. Kathe, é um prazer conhecer a senhora – Annie respondeu
- Vem, Annie, vou te mostrar o parque. Depois nós voltamos mãe  !
            Puxei Annie pela mão e ela me seguia, até que conseguimos sair da casa e fomos em direção ao parque iluminado. A noite estava calma e uma brisa leve corria pelo rancho.



Capítulo 16

Por Annie

            Michael me apresentou a mãe dele e a todos da festa. Depois me chamou para conhecer o parque que ele tinha em Neverland. Fui guiada por ele até chegarmos aos brinquedos. Havia uma roda gigante, um carrossel, e mais um monte de brinquedos.
- Esse é meu parque, onde eu volto a ser criança – Michael me disse – quer ir em qual?
- Podemos? – olhei pra ele com cara de interrogação – mas e o jantar?
- Não tem problema – ele respondeu com um sorriso – vamos, escolha! Senão escolho por você!
- Tudo bem! Quero ir na roda gigante
- Ok, vamos lá!
            Michael pediu pra parar a roda, subimos e ele mandou ligá-la de novo
- Então, Annie – ele perguntou - gostou?
- Gostei – disse, maravilhada – demais – olhei pra ele
- Annie, posso te fazer uma pergunta? – ele se virou pra mim
- Se eu puder responder...
- Por que você me odiava tanto?
- Ah, Michael, não sei... – Eu respondi, visivelmente triste, mas logo meu rosto alegrou-se – Mas o que eu sei é que agora eu não te odeio mais.
- E isso é bom – rimos, e ficamos um olhando pro outro.
            Senti o corpo dele mover-se para perto de mim e levou uma das mãos ao meu rosto. Acariciou meu rosto suavemente.
- Você é tão linda Annie – disse ele, quase como um sussurro
- Você também é lindo Michael – me aproximei mais dele – não me responsabilizo por nada aqui – fechei os olhos e apenas sentia o momento
- Nem eu – respondeu, já de olhos fechados também
            Ele tomou meus lábios em um beijo suave. Sua língua macia pediu passagem para adentrar minha boca e eu deixei sem nenhum problema. Estávamos entregues aos beijos, até que a roda parou e paramos no topo. Paramos o beijo e eu olhei pra ele, assustada, o que o deixou apreensivo, mas eu comecei a rir e ele me acompanhou.
- Tá rindo de que? – perguntou ele
- Essa roda que parou do nada – eu ria mais ainda
- Ah sim – ele abaixou a cabeça – desculpa pelo beijo
- Michael – Levantei a cabeça dele, depositei um selinho em seus lábios macios e sorri – agora vamos, você precisa mandar servir esse jantar, estou faminta!
- Vamos, pois eu também estou! – rimos e a roda começou a girar novamente até parar para descermos.
            Fomos em direção à casa de mãos dadas. Não sabia mais o que estava acontecendo, mas de uma coisa eu tinha certeza: Eu já o amava e ele também me amava na mesma proporção. Chegamos à casa e ele pediu que todos se sentassem à mesa, pois o jantar iria ser servido, mas antes precisava fazer o discurso.
- Bem gente, quero agradecer a vocês por estarem dividindo esse momento comigo, agradecer primeiro a Deus e depois à minha família, pois sem ela eu não estaria aqui. Aos meus amigos Liz, Mac e Frank que sempre me apoiam, à minha equipe, que torna meus sonhos realidade e às minhas duas novas amigas, Amy e Annie, que são muito especiais pra mim. – ele piscou discretamente pra mim e eu sorri de volta – Obrigado a todos – todos bateram palmas pra ele e o jantar foi servido


Por Michael

            Depois que o jantar foi servido, fiquei conversando com meus irmãos
- Então Michael, Porque você sumiu? – Randy me perguntou
- Fui mostrar o parque para Annie – disse, olhando para os lados, à procura de Annie – ela não conhecia, só Amy que já tinha vindo aqui...
- E porque vocês demoraram? – Jermaine indagou
- Por que fiz ela andar na roda gigante, por isso demoramos – respondi, um pouco frustrado por não achar Annie. – Alguém viu a Annie por aí?
- Ela subiu com a mamãe, Michael – Janet disse – Acho que elas foram conversar sobre o belo partido que você é! – Todos riram
- hahaha Janet, muito engraçadinha, como sempre! – Disse a ela, dando língua
- E você sempre muito adulto Sr. Applehead! – Janet me deu língua também e eu ri
Estava visivelmente preocupado com essa conversa entre as duas... tinha rolado um beijo, ok, aliás, que beijo! Mas eu não sei se Annie realmente gostava de mim ou se foi o calor do momento. Não sei se depois de hoje ela vai me tratar diferente. Deixei os pensamentos de lado e decidi ir atrás delas. Fui subindo degrau por degrau muito apreensivo. Pude ouvir vozes vindas do quarto onde mamãe estava instalada.
- ... siga seu coração menina! Você é linda! Não deixe que coisas do passado atrapalhem sua felicidade – Minha mãe dizia a Annie
- Obrigada D. Kathe! A senhora me ajudou muito!
Abri a porta devagar e vi Annie com lágrimas nos olhos, a maquiagem um pouco borrada, abraçada à minha mãe. Tive que interrompê-las
- Posso saber o que as duas mulheres mais lindas da festa estão fazendo escondidas? – Perguntei às duas, o que fez elas rirem
- Nossa, muito bonita mesmo, tô parecendo um urso panda com esses olhos borrados! – Annie me respondeu, olhando pro espelho. Enquanto isso, mamãe se aproximava de mim
- Mike, vou lá pra baixo, com a Janet e com a Rebbie, mais tarde a gente se vê! – Minha mãe disse
- Tá mãe, vou ajudar a Annie e já descemos – Dei um beijo na testa dela e observei-a descer as escadas. Ainda pude ouvir um “Juízo aí”, vindo dela e ri baixinho - Annie? – fiz ela olhar pra mim
- Sim Michael! – Ela respondeu
- Tem maquiagem no banheiro, se quiser pode usar. – Eu disse, um pouco tímido. Maldita timidez!
- Tá Michael, acho que vou precisar! – ela riu e eu ri também.
            Fiquei sentado na cama enquanto ela se dirigia ao banheiro. Ouvi um soluço de espanto e ri sozinho. Minutos depois ela sai de “cara limpa” do banheiro.
- Sabe passar delineador? – ela perguntou de cabeça baixa e olhei espantado
- Você não sabe passar maquiagem, Annie? – perguntei de boca aberta
- Sei, mas nos outros, em mim eu não sei passar! – Ela me pareceu sincera e envergonhada. Levantei da cama e fui em direção a ela.
- Vem, eu te ajudo. – Puxei Annie pela mão pra dentro do banheiro
            Maquiei Annie com todo cuidado do mundo, e tinha a certeza que aquilo se repetiria mais e mais vezes.


Capítulo 17



Por Annie


            Depois de ajeitar o estrago que eu havia feito por causa das lágrimas, descemos de braços dados as escadas. Quando descemos, fiquei um pouco corada, pois todos olhavam para nós. Depois fomos em direção à Amy e Frank, que conversavam animadamente.
- Annie, o que foi que aconteceu, você sumiu – Amy perguntou
- A mãe do Michael me chamou pra conversar, e você sabe como eu sou, acabei me emocionando e borrei toda a maquiagem... – Eu respondi, puxando Amy para longe de Frank e Michael, que conversavam – E aí, o que tá rolando entre vocês? – Perguntei e vi que Amy corou, de vergonha
- Ah, nada ué! – ela respondeu, olhando pros lados, era óbvio que tinha algo mais
- Sei, nada! Te conheço Amy Taylor! Diga logo! – Amy já estava vermelha e eu não parava de rir dela
- Para de rir! Tá bom, rolou um beijo, e Frank me pediu em namoro! – Amy respondeu, escondendo o rosto com as mãos
- Me diga que aceitou! – Eu disse a ela
- Sim, aceitei, ele é um cara legal!
- E parece gostar muito de você! Olha só a cara de apaixonado! – Disse a ela, observando Michael e Frank
- O Michael também não fica muito atrás não! Já rolou algo entre vocês que eu sei! – Amy pegava as coisas no ar, então resolvi contar de uma vez a ela
- Ta, rolou um beijo, lá na roda gigante, e ele me ajudou. Tá vendo essa perfeição de maquiagem? – Amy assentiu – Pois é, foi ele que fez! Eu simplesmente estou apaixonada por ele!
- Uau! Quem diria! Annie Taylor apaixonada pelo rei do pop! – Amy ria como uma adolescente
- Pare, não é para tanto! – Eu ria também – Afinal, tudo quanto é mulher no mundo já foi, é, ou será apaixonada por ele!
- Verdade! – Amy olha por cima de meus ombros e vê algo. Tento virar para ver também, mas ela me impede
- Não olha agora! Tem uma vadia dando em cima dele descaradamente!
- O que!? – quase gritei, de raiva – Vou já lá acabar com essa palhaçada!
- Calma, não aja por impulso – Amy me alertou.
- Espere e verá! – Dei um riso irônico e fui marchando em direção a eles, com uma chama de ódio nos olhos! Que ciúmes era aquele! Eu mal tinha me apaixonado por ele e já tava tendo que lidar com isso! Santa paciência!
            Apressei o passo, e Amy veio atrás de mim. Ela parou ao lado de Frank e eu ao lado de Michael.
- Annie, essa aqui é Brooke Shields – Michael disse e estendi a mão pra loira azeda – essa é Annie – Ela me cumprimentou, e apertou minha mão de leve, e eu, confiante como estava, apertei sua mão com certa segurança e força
- Muito prazer, Brooke! – Disse eu e ela apenas sorriu
- Ela é uma amiga de longa data – pude perceber o brilho nos olhos dele, brilho esse que só pude perceber quando ele estava comigo
- Que isso Michael! Podemos dizer que somos amigos íntimos – ela disse e concluí que eles já tiveram algo. – Não é Michael?
- Brooke... – ele estava envergonhado – Por favor! – Ele ri nervosamente.
- Michael, sua mãe pediu que eu lhe chamasse, ela precisa de você. – Eu sei, eu menti. Queria tirá-lo de perto daquela mulher! Já estava a ponto de pegar-lhe os cabelos e pô-la pra fora de Neverland a pontapés, mas meu gênio controlado falou mais alto. E também por que não queria estragar aquela noite que estava sendo tão mágica até agora...
- Ok, vamos lá então – ele disse e eu agarrei seu braço, deixando a entender pra ela que eu não estava ali só como convidada. Ainda pude ouvi-la balbuciar algo como “quem é essa vaca”, mas ignorei e pedi mentalmente que Michael não estivesse escutado esse insulto.
- Desculpa, eu tinha que tirar você de perto dela – pronunciei assim que tomamos uma distancia segura.
- Tudo bem, se você não o fizesse, eu mesmo faria. – Ele sorriu levemente pra mim e fomos em direção à porta da cozinha, que dava direto para o parque iluminado. – Aliás, está com ciúmes da Brooke, Annie? – agora ele mostrava seus dentes alinhados e brancos em um sorriso escancarado. Uma mistura de vitória com curiosidade
- Não... eu... – não conseguia formular uma frase que me tirasse daquela situação. Então resolvi falar a verdade – Tá, eu fiquei com ciúmes! Satisfeito, Sr. Jackson?
- Agora sim – ele sorri mais, vitorioso.
- O que você tá fazendo comigo hein – perguntei, retoricamente, e ele cora. Aí vejo a timidez dele, mais uma vez.
- Eu que pergunto, Annie! – Ele disse, brincando com os strass da única luva que trazia na mão direita.



Por Michael


            Depois daquela situação estranha e engraçada com Brooke e Annie, tive que perguntar. Eu estava louco para tê-la. De qualquer jeito, em qualquer circunstancia, a qualquer custo.
- Annie, tenho uma coisa a falar – Olhei pra ela e notei que ela transformara seu semblante, já um pouco preocupada, em alerta
- Então fala, Michael, tá me deixando nervosa! – Ela já batia o pé, de tão nervosa
- Vem comigo! – Puxei-a pela mão até sairmos da cozinha.
            Fui levando-a até à sala e deixei Annie perto de Frank e Amy. Subi dois degraus e pedi que abaixassem a música. Independente do que tivera acontecido àquela noite, eu iria pedi-la em namoro. Mas muitas coisas facilitaram, então, decidi que seria a hora. Aquela era a hora de vencer a timidez, e meu problema de pele. Isso não influenciava em nada no meu sentimento e ela deixou bem claro que também não tinha diferença.
- Queria a atenção de todos, por favor! – minhas mãos derretiam de tanto nervoso, me apoiei no corrimão da escada para que eu não caísse e pude ver a cara de “o que você vai fazer, louco” de Annie – Todos sabem que estou completando 26 anos e nada me faz mais feliz do que ter vocês aqui comigo. Mas, pra minha felicidade ficar completa, quero fazer um pedido – Desci os dois degraus, fui em direção à Annie. Parei diante dela, tirei a caixinha de veludo do bolso e pego a mão dela. – Eu poderia me declarar através de um poema, me esconder atrás de uma música ou simplesmente deixar passar, mas a vida te trouxe de forma inesperada para minha, fez nossos caminhos cruzarem... acredito que tudo tem uma razão, e a coisa que mais tenho certeza é que eu quero você na minha vida pra sempre, Annie. Quer namorar comigo? – Ela já estava emocionada e a cada palavra proferia por mim, eu deixava cair uma lágrima de felicidade.
- Ah Michael, aceito! Mil vezes aceito! – Ela disse, coloquei o anel de brilhantes no dedo dela, abracei-a e beijei-a com intensidade ali mesmo. Todos aplaudiam e gritavam.
            Soltei-a e disse apenas com o movimento dos lábios “Eu te amo” e ela respondeu da mesma forma “Eu te amo mais”, enquanto nossos amigos e familiares vinham nos cumprimentar. Percebi a cara que a Brooke fez quando fiz o pedido para Annie. Por um momento fiquei mal, pois sei o quanto Brooke gostava de mim e eu não queria magoá-la, mas por outro lado, não queria perder a oportunidade de deixar Annie passar pela minha vida e nada acontecer. Era dela que eu gostava, nunca senti isso por ninguém. Deixei meus pensamentos de lado e fui me divertir, ao lado dos meus amigos, da minha família e da minha namorada!
            As horas passam depressa e já está muito tarde. Minha mãe, que ficou toda orgulhosa de mim, já havia se recolhido. A maioria dos convidados já tinha ido embora e só ficaram Janet, Amy, Frank, Annie e eu. Estávamos jogados no sofá, exasperados por causa da festa, que ficou mais animada depois que pedi Annie em namoro. Estávamos conversando amenidades quando Janet se levantou do sofá.
- Ih, acho que tô sobrando aqui.. Juízo os 4 aí! – rimos, nos despedimos e ela subiu para o quarto.
- Acho que temos que ir também! – Annie se pronunciou
- Ah não! – disse, manhoso – fica vai, tem quarto pra todo mundo.
            De tanto eu insistir, ela e Amy acabaram ficando, assim como Frank.




Capítulo 18


Por Annie

            Nossa! Nunca imaginei que um dia isso viria acontecer! Há algumas semanas atrás eu simplesmente não podia sequer ouvir o nome Michael Jackson ser pronunciado, agora estou aqui, na vida dele, no rancho dele, como namorada dele! Que reviravolta louca! Tá, esse pedido foi melhor que eu esperava. Depois de muito discutirmos sobre quartos e alojamentos, fica decidido que Amy e Frank vão para um dos chalés da propriedade, enquanto eu e Michael, bem... ficamos no quarto dele. Quando ele quer, consegue vender até casa pegando fogo!
            Nos despedimos de Frank e Amy e subimos em direção ao quarto. Sobre o quarto dele? Duas vezes maior do que o apartamento que Amy e eu dividimos. Dois andares: o primeiro só com jogos de fliperama (ah, saudades, infância), e o segundo um quarto real, com uma cama king size no centro da parede. Um closet e o banheiro. Uau!
- Michael – olho pra ele com cara de preocupação – Não trouxe pijama
- Não tem problema meu amor – ele diz meigo – pode pegar um meu
- Ah, Michael – fico envergonhada – tudo bem, só essa vez! – toco o nariz dele com a ponta do meu dedo e ele me dá um selinho.
- pode ir, no closet tem – ele indicava com a mão, enquanto tirava a jaqueta e os sapatos.


            Fui em direção ao closet. Notei que era meio bagunçado, uma coleção de figurinhas da Gang do Lixo me chamou a atenção e ri baixinho. Homens, sempre desorganizados. Procurei por algum pijama e não encontrei, mas encontrei as tradicionais camisas pretas e vermelhas, com a faixa, isso devia servir. Tirei meu vestido, deixei pendurado em um cabide a parte e vesti a camisa. Ficava enorme em mim, e eu estava morrendo de vergonha. Tudo bem, éramos namorados, mas tudo aconteceu rápido demais, por isso a insegurança. Entrei para o banheiro e levei um susto: maior que o meu, e com muitos produtos pra pele. A primeira coisa que vi foi aquele creme à base de hidroquinona, para tratar o vitiligo. Avistei o removedor de maquiagem, então peguei, despejei um pouco em um disco de algodão e removi a maquiagem. Depois de limpar o rosto, fui para o quarto de fato. Ao adentrá-lo, vi Michael, sem camisa, apenas com a calça e aquilo me fez arfar. Ele estava de costas e antes que chegasse perto suficiente, vi as manchas da doença. Mas eu o amava de qualquer forma! Até se ele fosse azul eu o amaria, por toda a eternidade...



Por Michael

            Eu estava eufórico por dentro, mas contido por fora. Deixei meus sapatos, meias e camisas num canto do quarto, e fiquei apenas com a calça. Depois de arrumar a cama, parei alguns segundos, tempo suficiente para sentir braços passando pela minha cintura e beijos sendo depositados aleatoriamente pelas minhas costas. Fiquei surpreso, não tive reação de primeira mas depois virei-me para olhá-la. Ela estava linda com aquela camisa larga, com o rosto lindo e iluminado naturalmente, os cabelos ondulados soltos, moldando perfeitamente seu rosto angelical.
- Você tá linda com essa camisa – Ela corou envergonhada
- Você também está lindo com essa calça, Michael – Agora foi a minha vez de corar
- Quer deitar? Deve estar cansada – Eu disse, estava meio sem jeito
- Por incrível que pareça, não estou cansada, e olha que hoje foi um dia longo, cheio de... grandes emoções – rimos e sentamos na cama enorme
            Peguei suas mãos e fiquei admirando-a. Como ela podia ser tão perfeita! Só podia ser sonho! Me aproximei dela e tomei seus lábios em um beijo suave, que logo ficou intenso e cheio de segundas intenções. Puxei-a pra mais perto de mim, apertando sua cintura, enquanto ela mordia meu lábio inferior. A partir daquele momento, toda minha timidez foi-se embora, e nessa altura, eu já estava tão excitado que era possível ver um volume extra na minha calça. Annie atacava meus lábios com avidez e eu retribuía seus toques quentes. Fui deitando-a lentamente, sem nos desgrudarmos, e coloquei meu corpo sobre o dela. Enquanto ela passeava suas mãos em minhas costas, eu ia passando minha mão em suas coxas e apertava a cintura dela. Depois fui abrindo botão por botão da camisa que ela estava vestindo e deixei-a apenas de calcinha e sutiã. Meu membro já pulsava dentro da calça diante daquela visão.
- Annie, se você não quiser, eu vou entender – Eu disse a ela
- Eu quero sim, Michael, só vai com calma – Ela disse, desabotoando minha calça e me deixando apenas de cueca Box.
Continuamos a nos beijar e nos tocar. Mas algo me incomodava e parei de súbito, deixando-a com uma cara frustrada e surpresa.
- Porque parou, Mike? – ela me perguntou um tanto frustrada – algum problema? Se for comigo, vou ent... – interrompi na hora, por Deus, com certeza o problema não era ela.
- Não, é que... – Será que eu falava logo a verdade?
- É que, o que, Michael Joseph Jackson? – Ela se pôs ajoelhada na cama e com as mãos na cintura. Estava espetacular. Não podia mentir pra ela. Primeiro por que não fazia meu estilo mentir. Segundo por que não fazia sentido mentir sobre uma coisa tão séria.
- Tá, mas não ria, por favor! – Ela assentiu e comecei a falar. – Eu ... nunca fiz isso – levei as mãos ao rosto, morrendo de vergonha. Pude ouvi-la rir. – Você disse que não ia rir! – jóquei um travesseiro nela, fazendo-a dar gargalhadas deliciosas.
- Mas Michael... Sério? – Ela agora estava um pouco surpresa. – E a Brooke? Vi a cara dela quando me pediu em namoro... Achei que vocês... Sei lá...
- Não, nunca aconteceu nada. Ela era mais minha conselheira do que namorada. Eu gosto dela, mas nunca fiz isso por que não a amo. Ela tentou me persuadir e me levar pra cama, mas eu fiquei tão assustado, que não fiz nada, a não ser sair correndo do quarto – eu ri e ela apenas me abraçou, deixando que eu colocasse minha cabeça em seu colo.
- Posso te contar um segredo? – ela disse e eu assenti, acarinhando seu braço.
- Eu também nunca fiz isso – Ela levou as mãos ao rosto e saí de seu colo, ficando de frente para ela.



Capítulo 19

Por Annie


            Depois daquela revelação de Michael, achei por bem falar que eu também era virgem. Não queria que ele ficasse assustado e muito menos desconfortável comigo.
- É sério? – Ele me perguntou e eu assenti
- Na verdade, meu primeiro beijo foi lá na roda gigante – senti meu rosto queimar e ficar vermelho.
- Nossa... – ele abaixou a cabeça, um pouco envergonhado – me sinto lisonjeado e importante – Ele deu um sorriso, aquele que só ele tem, e que me deixa mais apaixonada. Não deixei mais ele falar nada, Dei um beijo nele, daqueles de tirar o fôlego mesmo. Como estávamos apenas em trajes íntimos, era possível notar que ele estava bastante excitado.
            Deixei-o no controle. Sem cessar o beijo, ele me deitou lentamente na cama, e foi salpicando beijos molhados pelo meu rosto e pescoço, e foi descendo para o colo e eu apenas me embriagava com as sensações que sentia naquele momento.
- Não vou fazer nada que você não queira. – Ele dizia enquanto beijava minha barriga
- Não tem nada que eu não queira fazer com você Mike... – eu me arrepiava a cada toque dele.
            Michael foi subindo devagar, até chegar sob meus seios, afastou meu sutiã e depositou vários beijos sobre eles. Foi descendo com os beijos até chegar em minha barriga novamente e depois tirou minha calcinha. Eu abria as pernas enquanto ele beijava a parte interna das minhas coxas. Segurei nos cabelos dele e ele logo alcançou minha intimidade. Fazia movimentos circulares em meu clitóris, fazendo-me arquear.
- Oh Mike, isso meu amor... – Eu dizia entre os dentes enquanto ele sugava minha intimidade.
- Minha gostosa, você é minha! – Michael respondia entre uma chupada e outra.
            Michael estava a ponto de me fazer chegar no limite, colocando um de seus dedos longos dentro de minha intimidade e parou. Olhei para ele com cara de reprovação, mas ele sorria pra mim, com uma cara de safado indescritível.
- Por que parou? – Perguntei, com a voz um pouco trêmula.
- Porque quero gozar junto com você! – ele respondeu, se colocando em cima de mim.
            Eu apenas sorri e tirei a cueca Box de Michael. Fiquei um pouco assustada com o tamanho do membro dele, mas esse susto passou rapidamente e ver aquele membro rijo com a glande totalmente molhada era de dar água na boca. Peguei com cuidado nele, fazendo movimentos de cima para baixo. Michael gemia e dizia coisas sem sentido enquanto eu o massageava. Sem esperar mais, Michael, que já estava bem excitado assim como eu, veio vagarosamente para cima de mim, pondo seu membro em minha entrada.
-Oh Michael, não me torture... – eu dizia ofegante
- Relaxe minha princesa.. – ele dizia sussurrando em meu ouvido.


            Relaxei o quanto pude e senti seu membro entrar devagar em minha intimidade. Ele fazia com carinho, beijando minha testa enquanto acarinhava meu rosto com uma mão e se apoiando na cama com outra. Senti uma dor inicial, mas que logo deu lugar ao prazer.


Por Michael

            Eu estava sentindo um prazer imenso ao fazer aquilo. Meu cérebro ordenava que eu fosse mais rápido, mas eu sabia que devia ir com calma, e assim o fiz, fazendo um movimento cadenciado para dentro de Annie. Sua intimidade apertava meu membro levemente enquanto ela balbuciava palavras que eu não compreendia por estar tão absorto naquele momento.
- Oh, Michael, faça assim – Annie dizia, entre os dentes.
            Ela gemia enquanto eu aumentava o ritmo das estocadas, e cada vez eu ia mais fundo, até que senti uma onda de prazer invadir meu corpo, um calor de súbito que me fazia suar e tremer ao mesmo tempo. Senti a intimidade de Annie apertar meu membro com mais força. Olhei nos olhos dela enquanto nós chegávamos ao ápice juntos, com ela apertando entre os dedos os lençóis da cama e eu urrando de prazer. Tombei para o lado, exausto, respirando pesadamente.
            Annie colocou sua cabeça em meu peito e senti um sorriso despontar em seus lábios, e sorri também. Estava me sentindo o homem mais feliz do mundo. Ter Annie ali, em meus braços, era um deleite.
- E esse sorriso bobo? – Ela perguntou, com uma das mãos apoiando sua cabeça, me fazendo abrir um enorme sorriso para ela.
- Estou me sentindo o homem mais sortudo da terra. – Coloquei uma mecha solta de seu cabelo atrás de sua orelha, acarinhando sua face angelical.
- Eu que estou me sentindo a mulher mais sortuda da terra. Acho até que estou realizando o sonho de algumas de suas fãs. – caímos na risada.
- Só você mesmo Annie. – Sorri pra ela enquanto ela bocejava e esfregava os olhos. – Hum, acho que alguém por aqui está com soninho. Vamos dormir, amanhã temos um dia cheio pela frente.
- Michael? – ela acariciava meu rosto, com o dorso de sua mão. – Como vai ser daqui pra frente? Eu e você... – sentei-me na cama, de frente pra ela, com suas mãos entre as minhas.
- Annie, o que quer que aconteça, não solte das minhas mãos, promete? – Ela me olhava confusa.
- Mas, Michael, o que você quer dizer com isso? – Ela perguntou, com o semblante carregado de preocupação.
- Só me promete, Annie.
- Prometo Michael. Prometo. – Ela disse com convicção.
- E não se preocupe com nada, eu estou com você agora. – Beijei Annie com delicadeza, depois ajeitei os lençóis, e Annie e eu dormimos de conchinha.
            Depois de uma noite de sono tranquila, acordei com os raios de sol batendo em meu rosto. Passei a mão pela cama, à procura de Annie, mas encontrei a cama vazia. Tomei um susto e me levantei rapidamente, e saí do quarto, pedindo que tudo o que acontecera noite passada não fosse um mero sonho. Passei pela escada, e quando estava entrando na cozinha, acabei derrubando a bandeja de café da manhã que Annie levava, todinha em cima dela.
- Meu Deus, o que eu fiz! – Falava com as mãos na cabeça, tão desesperado, que não tive reação alguma.
- Você é louco ou o quê, Michael Jackson? – Annie tentava se levantar, totalmente furiosa – Vai me ajudar ou não, seu idiota, você não olha por onde anda?
- Calma, eu vou te ajudar! – Ajudei Annie se levantar, e quando nossos olhares se encontraram, explodimos em uma gargalhada, daquelas de doer a barriga.



Capítulo 20

Por Annie

Acordei com aquele sol forte batendo na janela, e ao olhar para Michael, que dormia serenamente, meu coração se encheu de alegria. Resolvi fazer uma surpresa, fazendo um café da manhã especial para ele, mas quando estava levando o café da manhã, Michael faz o favor de derrubar tudo aquilo que eu preparei para ele. Ver aquela carinha de assustado não me causou outra reação a não ser rir muito daquela situação.
- Bom dia, meu amor – Michael disse, com sua testa colada na minha.
- Bom dia, meu bem – respondi, depois de depositar um selinho naqueles lábios delicados e carnudos que faziam-me perder a noção das coisas.
- Por que não me acordou, te ajudava a fazer o café... – Ele dizia, em um tom lascivo
- Me ajudar, sei ... – mordi o lábio inferior, enquanto olhava para ele.
- Você não sabe o quanto eu estou feliz por tê-la do meu lado... – Ele disse, com uma lágrima teimando em rolar de seus olhos.
- Ei, meu amor, não fique assim... – Limpei sua lágrima com o polegar. – Estamos juntos agora, e nada, nem ninguém vai ser capaz de nos separar. – Beijei seus lábios castamente. – Agora vamos limpar essa bagunça, antes que Amy e Frank cheguem aqui.
Mal acabei de falar tais palavras, ouvi uma sonora gargalhada bastante conhecida por mim.
- Eita, que o dia começou bem, hein! – Amy adentrou a sala, dizendo. – Olha, Michael, ela é um perigo na cozinha, viu, recomendo que não a deixe sem supervisão de um adulto. – ela ria sem parar, e eu apenas bufava de raiva! Essa garota é doida, ou o que?
- Amy, não diga besteiras! – Vociferei a ela. – A culpa dessa bagunça é dele, ó – apontei para Michael, que sorria que nem bobo.
- Verdade, Amy, a culpa foi minha. – Ele me abraçou de lado – Ela só queria fazer um café da manhã e eu estraguei tudo...
- Tudo bem... Ah, Michael, Frank precisa falar com você, ele está lá na sala de mídia, ok?
- ok Amy. – Michael me dá um selinho. – Vou lá ver o que ele quer.
Michael sai à procura de Frank e, Amy me ajudava com a bagunça que estava a sala.
- Então, Amy, como foi a noite? – vi Amy enrubescer – Já vi que foi otimamente ótima né!
- Pare com isso, sua retardada! – Amy me empurra de leve. – Foi boa sim! Vai dizer que sua noite com Michael também não foi boa?
- Amy, melhor, impossível... – Disse, toda abobalhada. – E cheguei à conclusão que não quero mais saber o porquê daquele ódio todo... Quando olhei no fundo dos olhos dele, eu descobri o amor... – Amy a essa altura já tinha lágrimas nos olhos.
- Minha menina já virou mulher e eu nem vi – Rimos. – Mas, Annie, quero que você e Michael sejam muito felizes. – Abracei Amy, um pouco emocionada também.
- Obrigada, mana, mas vamos parar com esse chororô, só tenho motivos pra sorrir agora! – terminamos de limpar e fomos para a cozinha, preparar outro café da manhã, dessa vez para todos.


Por Michael

Fui até à sala de mídia, onde encontrei Frank lendo algo em um jornal.
- E aí Frank, tudo beleza? – Perguntei assim que adentrei a sala.
- Mais ou menos... sei que não devia te incomodar com isso logo agora, que Annie está aqui, mas você precisa saber disso – Frank liga a TV, onde passava um daqueles programas fúteis de fofocas
“... Ontem o rei do pop completou mais um ano de vida, e segundo informações, ele comemorou com uma festa de arromba em seu mundo particular chamado ‘Neverland’. Mas, vocês não acham estranho um rapaz de 26 anos não ter sequer um relacionamento? Ele tem medo de mulheres ou é gay mesmo? Seria uma pena se fosse...”
Não consegui ver aquela palhaçada até o final... joguei a o controle da TV contra a parede, que fez ele se espatifar todo.
- Quem essa mulherzinha pensa que é pra falar desse jeito de mim? Será que eles não tem o mínimo de respeito por mim? – eu gritava, com os punhos cerrados.
- Isso não é nada. Olha o jornal. – Peguei o jornal, que trazia uma foto minha, da mão de Frank e comecei a lê-lo em voz alta. – “Preto ou Branco: quem é Michael Jackson?”. – Senti uma enorme vontade de chorar. – Porra! – Quebrei parte da mobília da sala, sentei no chão e chorei copiosamente.
Sabe quando você sente que milhares de facadas atingem seu peito? Era assim que eu me sentia. Uma dor lancinante insistia em se instalar em meu peito que gritei. Eu, considerado um dos homens mais importantes do mundo da música, me sentia incapaz. Incapaz de me mover sem tomar um soco da mídia que me bombardeava direto. Aquilo me machucava. Doía profundamente.
- Michael, não ligue pra essas bobagens da mídia! Você é Michael Jackson, o rei do pop! Essas pessoas sabem que isso te atinge e por isso fazem isso com você... - Frank me aconselhava e eu apenas assentia. – Dê a volta por cima! Você é maior que tudo isso!
Frank tinha razão. Desde meus 5 anos minha vida tem sido assim. E eu, o garotinho de Gary, o menino prodígio, o maldito anão de 42 anos como me chamavam, tinha dado sempre a volta por cima, não ia ser agora que eu ia fraquejar. Não por mim, mas porque tenho por quem lutar agora. Annie é minha razão agora. Levantei, limpei as lágrimas que turvavam minha visão e abracei Frank, silenciosamente. E ele sabia que eu daria a volta por cima.
Fui em direção a um banheiro e lavei meu rosto, olhando as marcas que o vitiligo já tinha causado. Minha face estava um borrão bicolor, metade do meu nariz estava tomado por uma enorme mancha branca, minhas bochechas tinham manchas pequenas, mas em grande quantidade, deixando minhas maçãs do rosto em um tom disforme. Não importava isso agora, iria dar um jeito naquilo.
Saí do banheiro, e, enquanto me dirigia para a casa principal, encontrei Dulce pelo caminho.
- Bom dia, Sr. Jackson. – Ela disse, docemente, com uma voz suave.
- Bom dia, Dulce. Já disse pra me parar de chamar de Sr. – dei um sorriso largo para ela e ela retribuíra. – Sabe me dizer onde Annie está? – notei seu semblante ficar mais fechado. O sorriso de segundos atrás sumira ao pronunciar o nome de Annie.
- Ela está na cozinha. – ela respondeu, seca.
- Ok, obrigado – Sorri, mas ela não sorriu de volta.
Achei estranha aquela reação de Dulce, mas nem liguei muito. Fui andando a passos largos ao encontro de Annie.


Capítulo 21

Por Annie

Amy e eu conversávamos animadamente sobre o novo trabalho dela, quando senti o perfume abaunilhado de Michael. Dei um largo sorriso, que Amy pensava ser pra ela. Como ela estava de costas para a porta da cozinha, ela não vira Michael chegar.
- Eu aqui falando que minha vida vai ficar mais difícil, e você rindo que nem idiota? – Ela falava, mas não prestava muita atenção nas palavras dela.
- Esse é o efeito Michael Jackson, querida. - Michael se pronunciou, fazendo Amy virar-se de uma vez e cair da cadeira.
- Não, esse sim é o efeito Michael Jackson! – eu ria desesperadamente da queda de Amy, enquanto ela se levantava.
- Você me paga Michael Joseph Jackson! – Ela acabou rindo também. Quando juntava Amy e Michael, era pura diversão.
- Eu? – ele colocou a mão no peito, afetado – o que eu fiz? Sou completamente inocente! – ele sentou-se ao meu lado e se serviu de suco de laranja.
- O que Frank queria? – Perguntei, enquanto colocava uma fatia de queijo em meu pão.
- Nada, coisa do meu trabalho, não se preocupe. – Michael deu um beijo em minha testa, me deixando ainda mais encucada com sua mudança repentina de comportamento. Amy me olhou e balançou a cabeça negativamente.
- Então, o que os pombinhos pretendem fazer hoje? – Amy perguntou, desconversando.
- Não sei... – respondemos ao mesmo tempo.
- Eu tenho uma ideia – ouvimos a voz de Frank invadir o ambiente.
- Então fala! – Exclamei
- Vamos brincar de guerra de balões d’água! – Ele disse animadamente, fazendo Michael saltar da cadeira que estava
- Vamos!! – Michael parecia uma criança de 5 anos, prestes a ir ao parquinho.
- Eu topo! – me pronunciei, com a boca cheia de pão.
- Eu também. – Amy disse por fim.
- então, vamos comer que temos um dia inteiro pela frente! – Frank disse, sentando-se à mesa, seguido por Michael.
Enquanto os meninos comiam e conversavam coisas referentes a um filme que assistiram, sabe Deus que filme, Amy e eu saímos da cozinha.
- Annie, eu sei que você está há apenas um dia com o Michael, mas você não achou a atitude dele meio estranha? Nunca na vida que Michael e Frank se juntaram para falar de trabalho, logo hoje? Ah, qual é, aí tem coisa!
- E tem mesmo... apesar de todas as brincadeiras, senti ele meio triste, sei lá, parece que recebeu uma notícia que não lhe agradou...
- e vamos combinar que a presença dessa tal Dulce não me agrada nem um pouco! Acho que ela gosta do Michael, de uma forma diferente.
- Não sei, ela nunca me tratou mal, mas te confesso que ela é meio estranha...
Encerramos o assunto quando Michael e Frank vieram até a sala nos chamar para irmos nos divertir.  Fomos até o vasto gramado, que vi se transformar em uma grande fortaleza para esse tipo de guerra. Michael e eu ficamos no mesmo time e vale lembrar que os irmãos de Michael também participaram da brincadeira. Ficamos ali por horas, um tentando acertar balões d’água no outro.



Por Michael

Depois que Amy e Annie saíram da cozinha, ainda ficamos comendo, mas mudamos de assunto.
- Michael, eu sei que Annie percebeu que você tá estranho... Amy também, como sua fã, ela conhece quando seu ídolo tá mal... – Frank me alertou – Quando pretende contar a ela que sua vida não é o mar de rosas que ela pensa que é?
- Não sei, Frank, não quero que ela pense que eu estou a usando pra me livrar desses boatos, que não tem fundamento nenhum...
- É, Michael, mas você não acha que será pior se ela souber por outras pessoas? Cara, ela te ama, dá pra perceber, a forma que ela te olha, a forma como ela aceita essa doença, toda a sua fama. Ela é a certa pra você, meu amigo, só não deixe a imprensa estragar tudo.
- Tá bem, vou contar... Mas na hora certa...
Levantamos e partimos para o gramado. Meus irmãos, que ainda estavam em Neverland, brincaram conosco, enquanto minha mãe apenas assistia e se divertia com os tombos e gritos de todos. Joe não apareceu na noite anterior e confesso que eu fiquei bem aliviado de não ter que olhar pra cara dele. Amo muito meu pai, mas não me esqueci de tudo o que ele fez a nós.
Paramos um pouco pra descansar. Amy, Annie e Janet foram sabe Deus onde, Frank e Randy foram encher mais balões d’água e eu sentei ao lado de mamãe.
- Meu menino, eu sei que algo te aflige. – Minha mãe, assim como Janet sentia a coisa errada comigo de longe.
- Muitas coisas, mãe, mas prefiro não falar sobre isso. – Pus o chapéu Fedora que eu usava em cima da mesinha.
- Filho, muitas vezes a gente precisa se abrir pra pelo menos diminuir a angustia do peito – ela colocou sua mão direita sob o lado esquerdo do meu peito – não deixe que isso o impeça de ser feliz.
- E não vai impedir, mãe, eu lhe juro! - Dei um beijo em sua testa. Avistei Frank e Randy trazendo um balde cheio de balões.
Gritei por Annie, mas foi em vão, pois apenas recebia o silencio como resposta. 10 minutos se passaram quando elas finalmente apareceram.
- Finalmente hein! – Frank exclamou
- Achei que tinham desistido de levar uma surra! – Randy se pronunciou.
- Você que pensa, Sr. Randy! – Janet exclamou.
- Preparem-se pra perder, Ladies! – Frank provocou.
- Oh, iludidos! Você vão se arrepender de ter nos provocado! – Amy disse, rindo
- Vamos recomeçar! – gritei – Em suas posições! Já!
Saímos correndo uns em direção aos outros, com balões d’água na mão. Acertei Janet e Amy, enquanto Annie sempre se esquivava e acertava os outros meninos. Elas tinham tramado algo, mas não sabia o que era.
Annie tropeça e cai, e eu corro para ajudar, mas minutos depois, sinto minha roupa ficar molhada. O plano era me distrair pra me atacar. E funcionou. No fim, elas ganharam, pois ninguém conseguiu molhar Annie.


Capítulo 22

Por Annie

Depois de muito brincarmos e o nosso time ganhar, fomos tomar banho. Mas, como eu não tinha trazido roupa, só a da festa, estava usando de novo uma daquelas camisas vermelhas de Michael. Amy estava usando alguma roupa de Janet, que tinha o mesmo tamanho que ela. Dulce tinha acabado de nos chamar para almoçar e durante o almoço, notei alguns olhares estranhos de Dulce para Michael.
- Amy, - sussurrei – você tinha razão, essa tal Dulce tá olhando estranho pro Mike.
- Eu não te disse, mana, eu sabia. Cuidado. – Amy me alertou
- Do que vocês estão falando? – Janet me cutucou
- Depois a gente te fala. O assunto tá perto. – Dispensei, pois Dulce tinha acabado de servir Randy, que estava sentado próximo a mim.
- Tá, já percebi. – Nós voltamos a comer e a conversar animadamente sobre amenidades.
Depois de terminarmos o almoço, Janet inventou que ia nos levar até a biblioteca, enquanto os meninos arrumaram algo pra fazer. Fomos em direção à biblioteca. Quando entrei, me encantei, pois nunca tinha visto tantos livros juntos. A biblioteca da faculdade não chegava aos pés da que Michael tinha em casa. Janet começou.
- Tá bom, parem de babar pelos livros e me contem.
- Estávamos falando de Dulce. – eu disse.
- É, eu tinha dito à Annie que tinha notado uns olhares estranhos dela pro Mike.
- Ah meninas... já falei pra ele que essa menina não é  uma boa pessoa, mas ele não me escuta. Quando passei uma temporada aqui, logo que Michael comprou o rancho, dois vestidos meus sumiram. Encontrei-os perto do alojamento dela, totalmente destruídos.
- Ela pegou seus vestidos? Que vadia! – Amy exclamou
- Você disse a ele? – eu perguntei.
- Disse, mas o Michael não acreditou. Disse que podem ter sido os cachorros que tinham aqui.
- Temos que dar um jeito nisso! – Amy disse.
- Vamos dar, podem contar comigo. Eu nunca fui com a cara dela, não sei por que motivos Michael ainda a mantém aqui.
- Eu não sei gente... e se for coisa da nossa cabeça?
- Não viaja Annie! Tá na cara que essazinha é uma vilãzinha de quinta! – Amy disse. – Pare de ser tão boba!
- É Annie, nosso sexto sentido não nos engana. – Janet falou, folheando algum livro.
Encerramos o assunto, pois alguém batia à porta. Amy foi ver quem era e se deparou com Frank. Janet continuava sentada na poltrona e eu fiquei passeando pelas estantes abarrotadas de livros que eu nem imaginava que existia.  Decidi sair da biblioteca e dar uma volta pelo rancho sem a companhia de Michael. Era bom saber que aquele sentimento de ódio que eu sentia por Michael se foi e no lugar só existia o mais puro e sublime amor.



Por Michael

Depois de terminarmos o almoço e as meninas resolverem fazer uma reunião secreta na biblioteca, subi para meu quarto, e fiquei organizando meus jogos que os meninos tinham bagunçado. Frank e Randy ficaram comigo por um tempo, mas logo foram embora, me deixando sozinho.
Depois de guardar todos os jogos, desci pra tomar água e vi pela janela da cozinha, que dava para o vasto gramado, Annie brincando sozinha, como uma menina inocente, sem noção dos perigos do mundo. Sorri, encantado com a cena. Mas a presença de alguém me despertou daquele torpor momentâneo. Me virei e vi Dulce, arrumando os pratos no aparador.
- Dulce, que bom que está ai!
- Pois não, sen... Michael. – Rimos levemente.
- Preciso que você prepare um belo café da tarde para dois, e ponha em uma bandeja. Levarei para o quarto. E pretendo não ser incomodado.
- Sim senhor. – Dulce disse, um pouco fria. – E quanto aos outros?
- Continue servindo-os, eles são donos da casa tanto quanto eu.
- Sim senhor. Com licença. – Dulce se retirou, um pouco diferente. Dei de ombros e fui atrás de Annie.
Andei pelo gramado à procura de Annie, mas não a encontrei. Decidi ir até a piscina, mas ela não estava lá também. Já estava me arrependendo de ter comprado um lugar tão grande. Vou ao zoológico e antes que eu chegue lá, ouço a voz suave de Annie falando com os cavalos.
- Annie! – Gritei para que ela me visse.
- Michael, vem aqui. – Ela me chamou, sorrindo que nem uma criança.
- Não posso Annie, vem aqui, por favor!
- Tá, espera. – Annie saiu da área dos cavalos e veio em minha direção. – O que foi? Por que você não pode entrar lá? Eles são tão mansos...
- Sim, amor, eu sei que são, eu mesmo os escolhi, só que eu sou alérgico, preciso tomar dois remédios pra poder chegar perto deles. O pelo deles me deixa com espirros insuportáveis.
- Ah, amor, desculpe, não sabia.
- Tudo bem, meu anjo. Mas tô aqui pra te fazer uma proposta. – Entrelacei meus dedos em volta de sua cintura – e não aceito não como resposta!
- Hum, me parece interessante então minha resposta é sim.
- Nossa, e você costuma aceitar propostas às cegas assim? – Annie sorri
- Só quando é um moreno, alto, de cachinhos lindos e olhos estonteantemente pretos, que se chama Michael Jackson. – Rimos mais um pouco. Ela me divertia e me fazia sentir o cara mais sortudo do mundo.
- tá, então esse cara aí que você disse quer te fazer a seguinte proposta: vamos tomar um café lá no quarto? Mais tarde, sem esse povo enchendo o saco.
- Como disse, aceito. – Annie me beija suavemente. Fomos até a casa principal para ficarmos um pouco com o pessoal.
Depois de chegarmos lá, Janet e Randy e mamãe disseram que tinham que ir, pois Joe os chamava. Nos despedimos deles e ficamos um tempo jogando conversa fora. Ao dar exatamente 17h00, Dulce me chama na cozinha para dizer que a bandeja está devidamente arrumada.



Capítulo 23

Por Annie

Como D. Kathe, Janet e Randy foram embora, ficamos apenas Amy, Frank, Michael e eu. Depois de algum tempo, Dulce chama Michael, Frank vai junto e eu fico um pouco desconfiada. Procuro afastar os pensamentos ruins da minha cabeça, enquanto espero pela volta de Michael. Frank volta da cozinha, fala algo para Amy, que logo pisca pra mim e os dois saem em silêncio da sala.
Sinto o cheiro forte e adocicado do café invadir o ambiente e vejo Michael com uma linda bandeja de café nas mãos.
- Vamos, querida? – Michael me chama, com um sorriso dançando em seus lábios. Eu não digo nada, apenas assinto, sorrindo como uma criança.
Subimos as escadas em silêncio, apenas trocando olhares cúmplices, de quem vai fazer alguma travessura. Chegando no quarto, eu abro a porta para ele entrar. Ele deixa a bandeja em uma mesinha de madeira bem trabalhada, próximo à cama e me puxa para um beijo. Me perco em seus lábios, sinto meus pés saírem do chão, meu ar ficar mais pesado, meu coração palpita alegremente apenas com um beijo.
- Isso é algum tipo de retribuição? – eu digo, depois de cessarmos o beijo
- Como assim? – Ele pergunta meio confuso
- Você quer me retribuir o café que você praticamente derrubou em cima de mim hoje de manhã?
- Ah, digamos que sim! - ele responde, sorrindo.
- Hum, que bom saber! – Dou mais um beijo nele.
- Então, vamos comer antes que esfrie. Aliás, sabe que eu tô morrendo de fome! – gargalhei
- Tudo bem, vamos!
A bandeja tinha de tudo: bolo, pão, geleias, suco, café, frutas... Estava bastante farta para apenas duas pessoas. Comemos, entre sorrisos e conversas. Depois de comermos, Michael me puxou para a sacada de seu quarto. De lá dava pra ver quase tudo do rancho, e como a lua estava cheia, e o céu estrelado, tudo ficava mais mágico. Parecia que eu estava em um conto de fadas. Se alguém me dissesse, há 4 meses atrás, que aquilo aconteceria comigo, eu diria que a pessoa era louca.
- Annie – Michael me chamou, me tirando do torpor que aquela vista me trazia.
- Sim Michael – Ele abraçou minha cintura, por trás, beijando o topo de minha cabeça.
- Eu te amo sabia?
- Eu também te amo, Michael. Não sei por que e nem como, mas, eu te amo.
Começamos a nos beijar, primeiro calidamente, suave, mas depois o beijo se intensificou, a suavidade deu lugar ao desejo. Sem cessar o beijo, fomos andando até a cama. Michael passeava suas mãos por meu corpo, e eu acariciava sua nuca. Senti a parte de trás de meu joelho bater em algo macio. Michael me empurrou levemente para que eu caísse na cama. Vindo ele por cima de mim, distribuindo beijinhos carinhosos pelo meu colo e pescoço. Entrelacei meus dedos em seus cabelos, arqueando meu corpo a cada toque de seu lábio em minha pele. Ele desabotoa a camisa que eu estava vestindo, me deixando apenas de calcinha de renda vermelha, sutiã, também vermelho.
- Eu te amo, Annie!
- Eu também te amo, Michael!



Por Michael



Depois de deixar Annie apenas de calcinha e sutiã, ela começa a tirar minha camisa, e depois minha calça, me deixando apenas de cueca boxer branca. Fui depositando beijos pela barriga de Annie, fazendo-a arquear. Tirei seu sutiã e me apressei em deleitar-me naqueles seios redondos e durinhos de Annie. Primeiro mordisquei levemente o mamilo direito e comecei a chupá-los, com delicadeza. Fazia círculos com a língua, alternando entre o seio esquerdo e o direito, enquanto Annie se contorcia e gemia. Fui descendo, depositando selinhos em sua barriga, acariciando a parte interna de suas coxas.
Cheguei em sua intimidade e constatei que sua calcinha já estava bastante molhada. Sem mais delongas, tirei a calcinha dela e chupei sua intimidade com vontade, alternando entre lambidas e mordiscadas em seu clitóris, inchado de prazer. Annie gemia, pedindo que eu a invadisse e a fizesse minha, e foi isso que eu fiz: fiquei por cima dela e coloquei meu membro em sua entrada.




Capítulo 24


Penetrei-a com cuidado para não machucá-la, e de forma gradual, aumentei o ritmo das estocadas, num vai-e-vem cadenciado, sem perder a delicadeza do momento. Annie gemia alucinadamente, e eu urrava de prazer a cada investida, ouvindo o impacto de nossos corpos se chocando. Trocamos de posição, e Annie ficou por cima de mim, rebolando cada vez mais rápido. Eu já estava quase no ápice quando ela anunciou que estava chegando ao orgasmo. Com mais algumas reboladas, nos desmanchamos e entregamo-nos ao prazer ao mesmo tempo, intenso, eu diria. Annie tombou em cima de mim, respirando pesadamente. O suor de nossos corpos se misturava e deixava um cheiro marcante pelo quarto. O céu, que antes estava tomado por estrelas, estava agora parcialmente tingido em um tom vermelho e negro prenunciando uma torrencial chuva. Fomos para o banheiro tomar um banho e colocar roupas confortáveis. Para a surpresa de Annie, pedi à Janet que comprasse algumas roupas para ela, para que ficassem no rancho. Annie vestiu uma calcinha de renda preta e um baby-doll também de renda, só que da cor vermelha. Annie fica vermelha de vergonha, mas aceita meus presentes.
- Michael, não precisava ter comprado tudo isso. Uma calcinha e um pijama já bastava. – Disse ela, divertida.
- Pra você,o melhor de tudo!
- Isso deve ter custado uma grana! Você tem noção do quanto custa uma peça dessas?
- Na verdade não, mas isso não importa!
- Obrigada meu amor! – Annie me beijou com volúpia e sensualidade.
- De nada, Princesa!
- Mas, sabe que tenho que voltar pra casa amanhã, não é?
- Sei sim, e isso me deixa triste. – fomos caminhando até a sacada.
- Não precisa ficar assim, mas eu tenho que trabalhar.
- Eu sei. Aliás, as dores passaram, né?
- Passaram sim, não se preocupe.
Abracei Annie, por impulso, como se quisesse protegê-la de um perigo eminente.
- Qualquer coisa me avise.
- Avisarei, Michael. – Ela me deu um selinho. – Vamos pra cama?
- Hummm, já tá querendo de novo, danadinha? – olhei com lascívia para ela,que desatou a rir
- Não, seu bobo – Annie dá um tapinha leve em meu braço. – Preciso dormir, você me deixou cansada!
- Ah tá! Então vamos... - Caminhamos até a cama abraçados.
- Sem gracinhas, viu, Sr. Michael Joseph Jackson!
- tudo bem Sra. Annie Taylor Jackson!... Ah, qual o seu nome completo mesmo?
- É Annie Sophia Taylor. Boa noite, meu anjo! – Annie beija minha testa
- Jackson! – Completei.- Boa noite, minha princesa. – Beijo seus lábios macios.


Nos acomodamos na cama e adormecemos agarradinhos.



Capítulo 25

Por Annie

Depois da surpresa que Michael fez para mim, dormimos de conchinha, por causa do frio que fazia. No meio da noite, comecei a me mexer e a suar muito. Via imagens soltas, de Michael desmaiado no chão, de Amy sangrando muito, depois via um enorme labirinto escuro, cheio de ratos e aranhas, por onde eu corria, tinha um bicho maior ainda, e muita, muita chuva, um verdadeiro circo dos horrores. Tentava gritar, mas não conseguia. Num impulso, consigo agarrar a mão de alguém e finalmente minha voz sai, em um grito horripilante, e eu acordo, sentindo alguém chacoalhar e me chamar ao mesmo tempo. Meus olhos estavam cobertos por lágrimas, eu estava ofegante e encharcada de suor. A roupa grudava em meu corpo, me deixando ainda mais agoniada. Sinto os braços de Michael passarem pelo meu corpo e sua mão acariciar minha cabeça, enquanto eu chorava e soluçava.
- Calma, já passou, tô aqui... – Michael tentava me confortar, me trazendo à realidade. – Calma, querida, foi só um pesadelo, já passou.
- Água. – Era só o que eu conseguia dizer em meio a vários soluços. Michael se vira para o criado-mudo, enche um copo de água e me oferece. Pego o como com as mãos tremendo, totalmente desorientada e nervosa. Michael continua a passar sua mão pelos meus cabelos, em sinal de conforto. Depois de beber o líquido, entrego o copo a ele.
- Quer me contar, o que foi? – Eu nego com a cabeça. – Tudo bem, vamos tentar dormir, eu tô aqui, não se preocupe.
- Obrigada, Mike. – falo com um olhar triste. Agarro a mão dele, e em questão de minutos adormeço outra vez.
O dia amanhece dublado, tinha chovido muito a noite toda, então, tudo estava soando meio melancólico e triste, inclusive Michael, que já tinha acordado, e observava a paisagem. Levantei-me da cama, relutante, pois queria continuar ali. Fui ao banheiro, tomei um banho de água morna e me vesti com as roupas que Janet comprara pra mim, a mando de Michael. Saí do banheiro e fui ao encontro de Michael que ainda estava contemplando a paisagem.
- Bom dia anjo. – Falei, quase como um sussurro
- Bom dia... – Respondeu ele, vagamente.
- Michael, não precisa ficar triste...
- Eu sei, Annie, mas não é por causa de sua ida que eu estou triste, são outras coisas, a respeito da minha carreira.
- Entendo... Agora preciso ir... Me leva até lá embaixo?
- Sim, mas, vamos tomar café primeiro, Amy já está lá embaixo com Frank. Eles se deram muito bem, né? – Ele sorria
- Sim, mas eu já imaginava, Amy não dá bola tão fácil pra ninguém, nesse quesito somos iguais.
- Mulheres... – Ele gargalhou e eu fingi estar brava. Cruzei os braços e fiz aquele biquinho que Amy dizia ser ridículo.
- Há há , mas sem nós, vocês homens não seriam nada!
- Verdade. Veja eu, sem você, não existiria o mínimo de alegria em mim.
- Não seja bobo, Mike
- Mas é verdade, Annie.
- Tá, Michael, vamos, que eu tenho que trabalhar ainda hoje.
- Vamos.
Michael me deu um selinho e descemos as escadas.


Por Michael

Chegamos na sala, onde estavam Mac, Amy e Frank. Dulce se encontrava na cozinha, com certeza pondo a mesa, pois dava para sentir o cheiro de café invadindo a sala. Mac quase se joga em cima de mim quando me vê.
- E aí, cabeça de maçã? Vamos curtir o dia hoje? Ah, oi Annie! – Mac dá um abraço em Annie também
- Oi Mac! – Annie retribui o abraço
- Vamos... Já tomou café? – Perguntei a ele, indo os três em direção à cozinha
- Não, vim ver o que você tem por aqui! – Damos gargalhadas e chegamos à cozinha.
A mesa estava farta, como sempre. Sentei-me à cabaceira da mesa, Annie ao meu lado direito e Mac ao lado dela. Amy e Frank já estavam sentados do lado esquerdo. A conversa fluía normalmente, mas em um momento fiquei meio pensativo, e acho que Amy percebera, pois a todo o momento tentava me incluir de alguma forma na conversa, mas meus pensamentos estavam longe.
Depois de terminarmos o café, fomos para a sala, para Annie e Amy se despedirem, pois teriam que voltar para suas rotinas.
- Michael, sabe que eu não vou sumir, você sabe onde eu moro, tem meu telefone. Não fique assim, ok? – Annie beijou castamente meus lábios e dei meio sorriso a ela.
- Tudo bem, princesa, eu vou ficar bem. Ligue assim que chegar ao trabalho.
- Eu ligo Michael. E Mac, cuide bem desse moço aqui, faça ele se divertir muito hoje.
- Sim senhora! – Mac bateu continência à Anne e caímos na risada. – Agora, vamos Capitão? – Mac se dirigiu a mim
- Vamos, soldado! – Mac saiu correndo pro quarto de jogos. – Vou sentir saudade, Annie. – Beijei suas mãos e sua testa.
- Também vou, Michael. Até logo. – Demos um ultimo beijo antes de elas partirem.
Amy me deu um longo abraço e disse que iria cuidar de Annie por mim. As vi atravessar a porta e logo entrarem no carro para irem embora. Depois de vê-lo atravessando os portões do rancho, segui para onde Mac estava e passamos horas brincando, até que Dulce veio nos chamar para o almoço. Devo dizer que Dulce tem sido mais que uma empregada, tem sido minha amiga desde que a contratei. Terminamos de almoçar as famosas panquecas de dona Remy e voltamos a brincar, desta vez no parque do rancho que ele me ajudara a desenhar. Apesar de Macaulay ser uma criança, eu me entendia muito bem com ele. Gostávamos das mesmas coisas e ele entendia o meu lado.
- Mike, eu sou uma criança, certo? – Mac perguntou depois de alimentarmos os macacos do zoológico.
- Sim, mas, por que a pergunta? – Olhei-o confuso com a pergunta
- Porque, mesmo eu sendo uma criança, eu posso sentir o clima entre os adultos, saber do que eles falam e com você não é diferente, ainda mais que você é meu melhor amigo.
- O que você tá querendo dizer com isso? – perguntei efusivamente
- Estou querendo dizer pra abrir os olhos com as pessoas que dizem ser seus amigos. Não estou falando de mim ou do Frank, óbvio, mas não quero que se machuque por erros dos outros. Confie no que estou lhe dizendo, Mike, minha intuição não falha. Vou pegar um pedaço de bolo. Até mais. – Vi Mac sair correndo até sumir do meu campo de visão. Suas palavras ficaram pairando em minha mente. O que será que ele quis dizer com isso? E o mais importante: De quem ele estava falando?




Capítulo 26

Por Annie

Deixar Michael com aqueles olhos tristes me partiu o coração. Mas, fazer o quê? O trabalho me espera. Deixamos Amy na escola de Artes e depois seguimos para a empresa onde eu trabalho. Louis parou o carro em frente ao opulento prédio. Me despedi dele, que já havia se tornado meu amigo. Estava vestida como uma verdadeira executiva: camisa de botão, social, azul marinho, saia preta de cintura alta, scarpan preto e o cabelo preso no alto de minha cabeça. Maquiagem leve e discreta. Sim, eu sabia que estava um arraso. Quem me visse, acharia que eu era uma das acionistas da empresa, e não uma relis estagiária. Logo chego à minha mesa e Dora, uma colega de trabalho, começa a puxar assunto comigo
- Bom dia, Annie! – Dora deixa alguns papéis em cima de minha mesa.
- Bom dia, Dora – respondo, olhando para os papéis. – Mas já tem papel? – rio com meu comentário e Dora me acompanha.
- Pois é, menina. O Sr. Melville já veio entregando isso. Parece que é de alguma instituição de caridade. Projeto novo por aí. – Ela disse, animada. Sim, delo dizer que trabalho numa empresa que ajuda empresários a se reerguer, faz projetos e cria esse tipo de instituição. – Aliás, como foi seu fim de semana? Você tá um arraso com essa roupa nova. – Corei com o comentário dela
- Ah, foi normal, quanto às roupas, resolvi mudar um pouco. – Desviei meus olhos para a enorme pilha de papéis que jazia em minha mesa desde sexta-feira.
- Hum, e o namorado novo? – arregalei meus olhos diante de sua pergunta
- Como assim, Dora, viajou foi? – Ela riu
- Tá, Annie, você pensa que me engana. Não consegue nem disfarçar essa sua cara de boba! – rimos baixinho, pois várias pessoas já passavam pelo local
- É sério, não viaja. –
Me ative a organizar os papéis. Dei uma olhada naqueles que Dora pôs em minha mesa. Falava sobre uma ONG, chamada Heal The World, mas não dizia quem a planejava e quem pretendia abri-la, porém, as proporções me chamaram atenção: mais de 35 cidades ao redor do mundo seriam beneficiadas, e o dinheiro para mantê-las viria de um mantenedor sigiloso até segunda ordem.
- Dora, essa ONG aqui que fala no papel, tem previsão pra ser finalizada?
- Não, só um projeto, e muito bom por sinal. O mantenedor deve ser podre de rico, pois vai ser implantado em mais de 35 cidades.
- Eu vi, por isso estou perguntando. Não é daquelas ONG’s que estamos acostumados a lidar. Isso é um projeto milionário.
- Verdade. Quem sabe depois Sr. Melville te fala algo sobre... – O telefone da mesa dela tocou e voltei a olhar os valores exorbitantes desse projeto. Fiquei maravilhada como alguém pode pensar tanto no bem-estar do próximo sem pedir nada em troca. – Annie, falando nele, Sr. Melville pediu para você ir até à sala dele.
Assenti e me dirigi à sala do meu chefe, um senhor adorável de 50 anos. Adentrei sua sala, que era repleta de quadros com fotos de seus ilustres clientes em inaugurações de ONG’s e empresas filantrópicas. Parecia utópico, mas ele ganhava dinheiro com isso.
- Sr. Melville, me chamou? – Perguntei ao senhor que recostava-se na cadeira presidencial.
- Sim, Annie, preciso de você numa reunião, pra ser minha secretária Ad-Hoc, algum problema?
- Não, imagine. Mas, é sobre o que?
- Então, vou me reunir com os representantes de meu cliente. Ele quer montar uma ONG para crianças com câncer, sabe, mas ele não quer aparecer. Sabe como é.
- Sei sim. Não se preocupe, estarei lá. Só me passe o local e o horário, esta bem?
- Obrigada, Annie, aliás, está linda, com todo respeito. – Senti meu rosto esquentar.
- Obrigada, com licença. – saí rumo à minha mesa, ansiosa pela reunião.



Pro Michael

Depois de um dia divertido com meu amigo Mac, os afazeres de adulto me chamavam. Ensaiei e gravei a música que entraria pro filme. Mas ainda sim, a outra música me tirava a paciência, pois eu não tinha ideia do que escrever, ou fazer. Trabalhei em algumas músicas do novo álbum, que vinha com um conceito mais elaborado que Thriller. E, digamos que quando se está apaixonado e de bem com a vida, as coisas fluem bem.
Estava absorto em minhas composições e não percebi a figura feminina que adentrara meu estúdio. Ela veio por trás de mim, que estava de costas para a porta, e tocou meu ombro. Levantei em um sobressalto, soltando um grunhido de susto.
- Calma, Michael. – Dulce falou, um pouco assustada. – Desculpa – os olhos dela carregavam um pesar.
- Tudo bem, Dulce, estava concentrado, não lhe vi. O que deseja?
- Desculpe mais uma vez, vim perguntar se precisa de algo, já que está há horas enfurnado nesse estúdio.
- Oh, Dulce, gentil da sua parte. Na verdade quero sim, sabe aquele bolo que Remy fez pro Mac? Quero que me traga um pedaço, duas fatias de melancia e um copo de suco de laranja. É suficiente. Depois pode se recolher, já está tarde – Falei depois de fitar o relógio de parede.
- Sim, com licença. – Dulce girou nos calcanhares e rumou para a porta, mas antes parou e se voltou a mim de novo. - Ah, esqueci de dizer que os advogados ligaram mais cedo e disseram que já marcaram a reunião com o responsável pelas obras dos Centros. Não entendi muita coisa, mas foi o que disseram.
- Obrigada pelo recado Dulce.
Ela assentiu e passou pela pesada porta de madeira do estúdio. Voltei minhas atenções para o que estava fazendo e depois de alguns minutos, Dulce bate à porta, carregando uma bandeja com tudo o que eu pedi. Agradeci e peguei a bandeja de suas mãos, deixando-a ir se recolher.
Comi aos poucos, fazendo pausas para escrever ou remixar músicas, até que uma onda de euforia perpassou pelo meu corpo, via apenas Annie em meus pensamento e me pus a escrever freneticamente. Depois de exatamente 23 minutos depois, uma nova música estava ali ma minha frente. Dei uma olhada na letra e vi que estava perfeita. Veio na hora certa.
Arrumei tudo no estúdio e fui para meu quarto. Esperei o dia todo pela ligação de Annie, mas ela não aconteceu. Fiquei pensando nela e me joguei na cama, pensando, e outra vez, me peguei escrevendo algo. Decidi que faria parte de uma música, mas não sabia de qual. Peguei no sono assim que larguei o bloco de papel e a caneta no criado mudo.


Capítulo 27

Por Annie

            Depois de sair da sala do Sr. Melville, o telefone de minha mesa toca incansavelmente. Atendo, já em seus últimos toques.
- Escritório Dr. Melville e associados, boa tarde. – falei, educadamente
- Boa tarde, gostaria de falar com Annie, por favor? – uma voz masculina ecoou do outro lado da linha
- É ela, quem gostaria?
- Annie, sou o Dr. Ronald, pedi seu número à Amy, fiz mal? – falou afável
- Oh, imagine! – um meio sorriso brotou de meus lábios – o que deseja?
- gostaria de marcar a próxima consulta, já que a mocinha trabalha demais e esqueceu-se de me procurar – ele ri e eu acompanho
- desculpe, realmente, o trabalho me enlouquece as vezes. Bem,já que tive a honra de receber sua ligação, que tal o Dr. me dizer quando está disponível?
- Bem, Annie, pensei que poderíamos marcar para amanhã a tarde, tudo bem pra você?
- Sim, Dr. Melville certamente me deixará ir. Bem, agora preciso voltar ao trabalho, tenha uma boa tarde!
- Boa tarde Annie, até amanhã. – ele desliga o telefone.
            O expediente finalmente acaba e vou embora para casa. Amy me ligara mais cedo, pedindo que eu levasse comida para a janta. Passei em um restaurante de comida italiana, comprei o que precisava e me dirigi pra casa, a pé, já que ficava à duas quadras dali. Chego em casa, e vejo Amy arrumando a mesa, pondo pratos e talheres sob ela.

- Oi Amy. – Cumprimentei-a
- Oi, flor, como foi o trabalho? – ela perguntou, já mexendo nas sacolas. – Italian Bistrô hoje? Adoro! – gargalhamos
- Foi tudo bem, Sr. Melville está uma pilha de nervos, mas sempre muito gentil, como sabe.
- Pilha de nervos, por que?
- Um investidor está prestes a fazer uma ONG para ajudar crianças carentes.
- Mas, isso não é normal até demais pra ele? – perguntou confusa
- Seria, se esse investidor não quisesse beneficiar 35 cidades. – falei, despreocupadamente, notando o espanto de Amy – Acredite, quando li os papéis, fiquei com essa mesma cara de boba.
- Meu Deus, isso é tão... Altruísta! Utópico! Chega a ser meio inacreditável que uma pessoa queria ajudar tanta gente desse jeito. – Amy senta-se à mesa, junto com Annie – E vamos combinar, é o tipo de coisa que o Mike faria...
- pois é, pensei em Mike também, mas parece que nunca irei conhecer esse anjo, pois Sr. Melville me disse que ele não quer mídia nenhuma sobre isso, ele está fazendo somente por amor, humanitarismo e caridade. Ainda é só um projeto, mas bastante visionário. Isso me faz acreditar na humanidade... – suspirei, pesarosa – Ah, Dr. Ronald também ligou, marquei a próxima consulta para amanhã a tarde.
- Graças a Deus!
- Agora vamos comer, pois estou ficando verde de fome! – rimos e começamos a nos servir.
            Após o jantar agradável, fui me deitar. Dormi feito pedra, acordando só no dia seguinte. Fiz minha higiene, coloquei uma das roupas que Mike me deu e fui pra sala. Falando em Mike...
- Droga, esqueci completamente de ligar pra ele ontem! – saí atordoada do quarto.
- Bom dia Annie, aconteceu algo? – Disse Amy, notando minha cara preocupada. – É por causa da consulta?
- Bom dia, não, é porque ontem prometi a Michael ligar pra ele, e esqueci completamente. Ele vai pensar que eu esqueci dele...
- Calma, ele não vai pensar nada. Ligue agora, aproveite e diga que terá consulta com o psicólogo, ele ficará feliz. – parei. Ela está certa.
            Me encaminhei para o telefone e fiz a ligação.


Por Michael

            Acordei um pouco animado, pois hoje meus advogados se reuniriam com o responsável pela abertura da ONG que eu quero criar, na verdade inspirado em Annie, depois de toda experiência traumática que ela passara, me doía o coração saber que muitas crianças estavam nas mesmas condições, ou piores; mas ainda sim triste, Annie me prometera ligar e até agora...
            Ouvi o som estridente do telefone tocar, e paralisei alguns segundos. Poderia ser Annie, a garota que invade meus pensamentos, como poderia ser um de meus advogados falando algo sobre a ONG ou até mesmo sobre o filme que estava sendo gravado inicialmente apenas com uma música, mas essa dúvida só seria sanada se eu atendesse e foi o que eu fiz. Estiquei a mão e alcancei o telefone em cima do criado-mudo.
- Alô – falei em desânimo
- Oi Mike – reconheci a voz feminina em questão de milésimos.
- Annie! – Exclamei feliz – tudo bem? Não me ligou ontem...
- Desculpe-me, quando cheguei ao trabalho tinha uma pilha de papéis em minha mesa para resolver e acabei me perdendo completamente do horário.
- Tudo bem meu anjo, entendo, tem dias que eu me esqueço que existe vida fora dos estúdios. – um sorriso bobo dançava em meus lábios. – Como está minha fã número 1?
- Sua fã numero 1 está bem, morrendo de amores por você, mesmo sabendo que a prima dela pode matá-la – gargalhamos – mas não liguei pra falar sobre ela. Liguei pra dizer que não esqueci de você e que hoje marquei minha próxima consulta com o psicólogo.
- Oh, que ótimo, anjo, quer que eu vá com você? Annie, eu faço questão de arcar com isso, em certa parte a culpa é minha... - Falei um tanto pesaroso.
- Não Mike – falou incisiva – Amy e eu estamos dando conta de tudo. Não quero seu dinheiro.
- Não é questão de você não querer, a questão é que eu me sinto culpado caramba! – senti um nó se formar em minha garganta. – Mas, tudo bem, não vamos discutir sobre isso. – forcei um sorriso – estou feliz que tenha me contado.
- Ah Mike, por favor, me desculpe, sim? Aliás, como vou hoje pela tarde pra consulta, quero que venha jantar aqui. E não aceito “não” como resposta. Amy está me dizendo que quer comemorar o trabalho novo.
- Tudo bem, mocinha, eu vou sim, diga a ela que comemoraremos.
- Okay então, até a noite, preciso ir trabalhar. Te amo cabeça de maçã! – sorrimos
- Também te amo, deusa do amanhecer.
            Desligamos e fui para a adega, escolher um bom vinho para a noite. Deduzi que Frank também iria por ser namorado de Amy, então nem me preocupei em falar com ele.


Capítulo 28

 Por Annie

            Depois de finalizar a ligação e tomar café da manhã com Amy, saímos para o trabalho. Amy já não trabalhava mais na escola de artes, estava dedicada aos ensaios do tal filme que contrataram-na. Ela pouco falava sobre, mas disse que eu teria uma grande surpresa.
            Cheguei ao trabalho exatamente às 8h00 e já fui tratando dos assuntos da empresa com os advogados que adentravam o prédio atrás de soluções para suas empresas quase em falência, ou para suas ONG’s prestes a serem abertas. Agora estava resolvendo a papelada de uma empresa de materiais esportivos que estava se reerguendo através de um plano de economia. É, a vida de assistente não era fácil. Quando deu aproximadamente 11h00, bati à porta de Sr. Melville, para pedir para me liberar a tarde, o que ele fez sem pestanejar. Ele sabia dos meus “problemas” psicológicos e me dava total apoio para fazer as consultas. Parti para o consultório de Ronald, que ficava na zona leste de Sta. Bárbara.
            Depois de almoçar em um restaurante próximo ao consultório, parti para lá. Fui recebida pela secretária, avisando que ele me receberia em 20 minutos. Esperei o tempo ditado pela secretária, e exatos 20 minutos depois, adentro a sala de Dr. Ronald, muito receptivo com aquele costumeiro sorriso nos lábios.
- Boa tarde Annie. – apertei sua mão em forma de cumprimento. – Como está se sentindo?
- Estou bem. As dores cessaram... – Sentei-me em uma cadeira de frente para sua mesa
- Oh, que ótimo! E os pesadelos? – Meneou a cabeça, esperando uma resposta enquanto suspirei
- Bem, tive um esse fim de semana... – abaixei a cabeça e apertava minhas mãos entrelaçadas sob meu colo nervosamente – E não gostei do que vi.
- E pode contar-me o que aconteceu nesse sonho?
            Um gelado perpassou minha espinha. Relembrar aquele sonho me fazia suar frio.
- Bem... a princípio eu só via chuva e um ambiente obscuro, depois via imagens soltas de Amy muito machucada. – engoli em seco, não podia falar de Michael a ele – e depois eu acordei suando muito. – Ronald recosta-se na cadeira que está sentado.
- Okay, Annie, isso não é muito normal, as vezes a gente sonha o que está em nosso subconsciente, mas, no seu caso, o medo despertou algo mais que eu não sei identificar o que seja.
- E esses sonhos podem ser, sei lá, avisos?
- As vezes sim, as vezes não. Alguns podem ser déjavus, outros podem ser realmente previsões. É uma parte da psicologia bem complexa, que envolve paranormalidade, hipnose, e entre outros... mas, no seu caso, como você sofreu com esses pesadelos anos atrás, pode ser um trauma antigo, despertado novamente pela pessoa que o atropelou, no caso, Michael Jackson...
- Mas, Doutor, eu não quero mais saber por que eu odiava o Michael. – fitei-o, nervosamente.
- tudo bem, Annie, mas, posso saber porque? – arregalei os olhos minimamente. E agora?

Por Michael

            Gravações, ensaios, gravações, mais ensaios... tudo tinha que sair perfeito! Fui pro estúdio, ensaiar a música que eu ia cantar no filme, aproveitei e levei Amy comigo, afinal de contas, além de quase-cunhada, ela era fã... merecia ver aquela mágica acontecer de perto, além de ir pegando os passos da música.
- Então, Michael, tudo pronto, podemos começar? – James, o produtor, veio me perguntar. – Oh, Michael, quem é a bela moça? – James tomou a mão de Amy e beijou o dorso, fazendo-a ficar corada e sem reação.
- Tira o olho, James... – avisei, divertido...
- Vai dizer que... – o interrompi na hora, sabia o que ele ia dizer.
- Não... ela é namorada do Frank, minha fã e uma das bailarinas do filme.
- Ah ta – vi seu rosto suavizar. – Então, Joker, tenho umas ideias pro arranjo, queria que você desse uma olhada antes de gravarmos.
- Tudo bem, já estou indo. – James foi embora, ajeitar os arranjos. – Amy, estou indo gravar. Fique a vontade, se precisar de algo, não tenha medo de me interromper, okay?
- Imagina se eu vou interromper o gênio no meio de uma mágica! – rimos – vai lá, eu fico quietinha, só te vendo trabalhar! Aproveito e vou treinando junto à música aqueles passos que você me ensinou. – Amy me dá um abraço e eu beijo o topo de sua cabeça.
            Fui em direção ao estúdio, pra ficar praticamente trancafiado lá dentro por horas. Mas, era divertido, eu sempre mandava voltar, pois nunca estava do jeito que eu quero. Esse filme tem que sair perfeito! Não que eu estivesse com minha carreira indo para o buraco, longe disso, mas aquele filme era muito importante, afinal, dele sairia uma música pra entrar no novo álbum.
            Estava entusiasmado com tudo aquilo, cada arranjo, cada letra, cada melodia, estava saindo tudo exatamente como planejado.
- Vamos mais uma vez! – gritei de dentro do estúdio
- Mas, Michael, tá perfeito! – James disse em meus ouvidos pelos fones
- Eu sei que está, mas posso melhorar mais um pouco. –
- Tá, mais uma vez – James fez sinal e continuamos a gravar.
            Repetimos a mesma música pelo menos 30 vezes até ficar do jeito que eu imaginei. Demos uma pausa e fui falar com Amy.
- Mike, você é incrível! – Ela falou entusiasmada, e eu apenas fitei o chão, envergonhado.
- Que isso Amy, faço apenas meu trabalho...
- Hey, vamos parar com essa modéstia. Você é bom e pronto. – Sorrimos e fomos caminhando à mesa que continha algumas garrafas de água. Notei Amy meio incomodada com algo...
- Amy , tem algo te incomodando? O que aconteceu? – Ela franze o cenho, como se estivesse com medo de falar.
- Não é nada, Michael... relaxe... – Ela desvia os olhares enquanto fala, sinal de que está mentindo. Levo minha mão até seu queixo, fazendo-a olhar pra mim.
- Amy, não se atreva a mentir pra mim... – tiro minha mão do queixo dela.
- Só toma cuidado com quem você acha ser seu amigo, tá... Não se deixe enganar pelas aparências. O lobo pode estar em pele de cordeiro. – Fitei-a confuso enquanto ela diz que vai ao banheiro.


            Primeiro o Mac, depois a Amy, me falando praticamente a mesma coisa... O que eles querem dizer com isso? Mas, o mais importante: De quem eles estão falando?



Capítulo 29

Por Annie

 Meu Deus, o que responder agora? Falar a verdade ou não? Por mais que eu quisesse, eu não podia arriscar perder a confiança de Michael.

- Porque acho desnecessário. – tentei falar com desdém- Tudo bem, Annie, se é assim que quer, assim será, mas eu preciso entender o que se passa, ou seus pesadelos nunca terão fim... – o interrompi- okay, eu sei – fitei o chão – não é nada demais, só que eu acho desnecessário... ele está se mostrando uma ótima pessoa...- Annie, tá bom. Mas, como você se sente a respeito disso?- Bem... – hesitei – normal... Ele é legal, foi gentil comigo, acho que aquela impressão errada se foi.- Você pretende dar uma chance a ele? – ele pigarreia e complementa a frase – digo, pretende ser amiga dele? – finjo pensar um pouco- Talvez, porque não? – respondi, da forma mais natural possível.- hum... okay. – notei um certo desconforto em Ronald e um clima pesado se instalou na sala.- Mas, enfim, é isso. Os pesadelos vão e voltam, mas, fazer o que... – suspirei, cansada.- É Annie. Se os pesadelos persistirem, volte aqui. Pois, vou começar a introduzir os medicamentos que você tomava antigamente.- Está bem. – me levantei e estendi minha mão para Ronald. – até mais então. – ele pegou-a e beijou o dorso.- Até mais, Annie. – sorri, boba.- Costuma ser galante com suas pacientes, Dr. Ronald? – perguntei divertida- Não... – pôs a mão no queixo e pausou breves segundos. – só com as mais belas. – corei de vergonha. Meu Deus, ele estava dando em cima de mim!- Okay, me deixou envergonhada. – rimos da situação. – Até mais ver.

            Saí de seu consultório e rumei para casa. Depois de muita caminhada, notei que havia uma Rolls-Royce estacionada na frente do prédio, e sorri, pois sabia quem já estava à minha espera. Subi as escadas ansiosa, com um frio na barriga, era estranho e ao mesmo tempo encorajador. Adentrei o apartamento e vi Michael e Amy sentados no sofá, assistindo e comentando o videoclipe Thriller. 

- Oi, será que atrapalho? – sorri observando Michael vir ao meu encontro. Estava com o costumeiro mocassim preto e meias brancas, mas a roupa me chamou atenção. Uma camisa de botão vermelha e gravata preta.- Claro que não, minha princesa – Mike me dá um selinho.- Vish, já vi que tô sobrando – Protestou Amy.- Não seja bobona Amy! – gargalhei.- Okay, vou tomar um banho , meu chefe me fez trabalhar muito hoje, sabe... – ela falou e Mike riu. Aí tem.- Okay. – ele disse – e pra você mocinha, tenho uma proposta irrecusável. – entrelaçou suas mãos atrás de minhas costas.- Já disse que você fica mais sexy quando me faz propostas? – sorri e ele também.- Ainda não, mas é bom saber que agrado minha namorada. Mas, vamos direto ao assunto: topa jantar hoje comigo?- Jantar... – meu estomago fez um barulhão e rimos – acho que isso responde sua pergunta Sr.Jackson!- Acho que responde, futura Sra. Jackson.- Okay, então me dê alguns minutos, preciso trocar de roupa e avisar Amy que vou jantar fora. - Não se preocupe com Amy, daqui a pouco o Frank chega. Trouxe o vinho pra eles, conversei com ela antes de chegar e achei por bem deixar que ela comemore a nova conquista de forma mais... a vontade. – Me olhou de forma safada e sentou. Dei um selinho nele e rumei para o banheiro.

Por Michael

Estava sentado no sofá da sala, há 15 minutos esperando Annie descer. Frank já estava aos beijos com Amy na cozinha. Ouço o toc-toc de seus sapatos batendo contra o assoalho de madeira. Me levanto e vejo Annie com um vestido verde-esmeralda, com saltos pretos e cabelo solto. Maquiagem leve, apenas destacando a cor amendoada de seus olhos.

- Pronta para uma noite inesquecível, baby? – tomei sua mão e beijei delicadamente o dorso da mesma. Annie me olhava com curiosidade e lascívia.- Com você eu estou pronta pra tudo. – sorriu e depositei um beijo em seus lábios macios.

 Nos despedimos de Amy e Frank e fomos ao restaurante que eu havia reservado. Era Italiano, um dos restaurantes dos Cascio. Sr. Dominic reservou ele todinho apenas para que Annie e eu tivéssemos uma noite agradável, sem precisar se esconder da mídia.Adentramos o restaurante e fomos recebidos pelo pai de Frank. Apresentei ele à Annie e depois fomos direcionados à mesa que haviam preparado pra nós. Escolhemos nossos pratos, e pedi o melhor vinho da adega. Enquanto nossos pratos não chegavam, conversávamos sobre amenidades, me contou sobre a consulta com o psicólogo e mal sabia ela que eu já havia pago tudo. E eu esperava que nunca soubesse.Nossos pratos chegaram e comemos entre risos e mimos, como, um dar comida na boca do outro. Parecíamos um casal adolescente descobrindo o amor... adolescentes talvez não fôssemos mais, mas estávamos apaixonados como tais. Depois de terminarmos o jantar, continuamos a conversar.

 - Então, Annie, vamos? Quero te mostrar uma coisa. – ela olha pra mim, curiosa.- Vamos pra onde? – ela pergunta.- Você precisa conhecer um lugar. Meu lugar preferido. – Disse eu, dando o ultimo gole no vinho. Já havia acertado tudo com Dominic, então, partimos para o lugar.

 Seguimos o caminho todo conversando sobre o meu filme. Ela estava encantada com tudo o que eu lhe dizia, até que paramos em um prédio bonito. Era o mais alto prédio da cidade.

- Por que me trouxe aqui, Michael?- Quero que veja uma coisa.

 Peguei sua mão e entramos no prédio escuro. As luzes estavam apagadas, mas o elevador funcionava. Entramos e subimos 33 andares até chegar à cobertura. Dei passagem para Annie, que foi hesitante até a sacada. Levou um mini-susto diante do que via. Brilhavam no horizonte pequenos pontos de luz, dali dava pra ver toda a cidade e ainda as estrelas mais de perto. Abracei-a por trás.

- Aqui é meu lugar preferido depois do rancho. Quando enjoo de tudo, é pra cá que venho, pensar, botar as ideias no lugar, escrever algumas músicas... – disse rente ao seu ouvido.- É magnífico Mike – disse ela, extasiada.

 Virei seu corpo para mim, e beijei-a com delicadeza, mas o beijo foi tomando proporções maiores, fazendo-me excitar.

- Annie, deixe-me amá-la aqui. – era loucura o que estávamos prestes a fazer, mas eu estava morto de tesão e aquilo seria uma experiência inesquecível, tanto pra mim, quanto pra ela.- Oh Mike, sou inteiramente sua. – Annie deu permissão para ir com aquela loucura a frente.


Capítulo 30


Por Annie



Louco. Insano. Um Michael totalmente diferente eu acabara de conhecer, e, agora, tenho a certeza que ele combina comigo, afinal, o que seria da vida sem certas loucuras?

            Michael me beijava com volúpia e desejo, nossas línguas se enroscavam com vontade, me fazendo ter sensações em meu baixo ventre. Sua mão vagava entre minha cintura e meu pescoço , puxando-me cada vez mais pra ele, com isso , fazendo-me sentir seu membro já teso.

- Como você é capaz de me enlouquecer em segundos, sua danada? – Michael me perguntou com a voz rouca. – Você me faz sentir coisas que eu nunca senti, baby!

Eu não respondi, ataquei seus lábios avidamente, como se precisasse daquele beijo para viver. Desapertei a gravata dele, e abri sua camisa, expondo seu peitoral magro e barriga definida.

- E como você consegue ser tão gostoso assim, Mike? – eu passava as unhas sobre seu peito, deixando ali pequenas marcas.

            Michael me pegou no colo e num impulso me fez sentar no degrau que antecedia o parapeito, me dando certa segurança. Em questão de segundos, meu vestido foi arrancado e ouvi Michael suspirando. Ele afastou meu sutiã e atacou meus seios. Abocanhou o mamilo direito, circundando sua língua em tono dele, deixando pequenos chupões e mordidas. Eu me arqueava, extasiada pelas sensações que aquele homem me fazia ter. Passou a dar atenção ao esquerdo, enquanto eu enroscava meus dedos em seus cachos, trazendo-o mais pra perto de mim. Sua mão apalpava meu seio direito e passeava pelo meu corpo até chegar ao meu sexo, já encharcado de desejo.

- Porque tão gostosa, Annie, hum? – Michael apertou seus dedos em cima do meu monte de Venus, e circulava-lo, me estimulando. Eu gemia descontroladamente, devido ao prazer que sentia.

            Levei minha mão até seu pênis ereto. Libertei-o de sua cueca boxer e fazia movimentos de vai-e-vem, estimulando-o. Senti suas veias bombeando sangue, e ele parou o que fazia.

- Não continue. – Ordenou.

- Michael, cala a boca e me fode, agora! – supliquei e vi um sorriso safado brotar de seus lábios.

            Ele me deu um selinho e posicionou seu membro em minha entrada. Foi deslizando sua glande molhada para dentro de mim e eu apenas fechei os olhos, provando do torpor do prazer. Era como uma droga, quanto mais sentia, mais eu queria. Depois de se posicionar todo em mim, enlacei minhas pernas em volta de sua cintura, e Michael me levou para o outro lado da mureta, encostando minhas costas em uma parede. Começou a se movimentar dentro de mim, e eu sentia cada centímetro de seu membro entrar e sair. A princípio, em um movimento cadenciado, calmo, que depois se transformou em estocadas fortes e precisas. Cravei minhas unhas em suas costas, e mordi com força seu ombro. Certamente ficaria uma marca ali.

- Ah, garota, tão apertada pra mim! – Michael urrava de prazer e eu gemia igual uma gata no cio.

- Não pare, gostoso! Oh, isso – eu dizia entre os dentes.

            Já estava cansando da posição, e Mike também. Ele saiu de dentro de mim e mais que depressa, me fez debruçar sobre a mureta. Depositou um tapa forte em minha nádega direita, o que fez minha libido aumentar. Entrou sem nenhum aviso em minha intimidade e me estocava selvagemente, enquanto eu delirava de prazer e gritava por seu nome.

 


Por Michael

 

Estocava sem parar, Annie gritava por meu nome. Desferi dois tapas na bunda de Annie. Já estava vermelho por conta do outro tapa que eu havia lhe dado.

- Ah, baby, estou quase lá, goze pra mim! – Dizia com a voz falha.

- Oh Mike, não pare, oh Deus, gostoso – Annie não dizia nada com coisa alguma, e sua voz falha fazia um efeito descomunal em mim.

- vamos baby, faça sua bucetinha engolir meu pau todo.

- Ah, vamos, mais rápido! – Annie gritava.

            Senti uma reverberação forte dentro de mim quando Annie apertou sua intimidade e gritou. Gozei, sentindo nossos líquidos se misturarem. Retirei meu membro de dentro dela e segurei-a para não cair, pois suas pernas não tinham mais forças. Sorrimos um para o outro.

- Menina, você não tem ideia de como eu te amo! – Disse, acariciando seu rosto suado e corado.

- Pois eu te amo mais – beijou-me, com volúpia, terminando o beijo com mordidinhas em meu lábio inferior.

            Nos vestimos e ainda ficamos ali, conversando sobre coisas da vida, e o que mais me encantava em Annie era saber que ela pouco sabia da minha história.

- Mas Michael, o que deu na sua cabeça de fazer um clipe com zumbis? – estávamos encostados na mureta, com a vista para a cidade. Meu braço repousava sobre os ombros dela.

- Eu sinceramente não sei – rimos. – mas, foi a melhor coisa que me aconteceu... – vi seu rosto esmorecer minimamente – ...na vida profissional. Na pessoal, foi conhecer a mulher da minha vida.

- Oh Mike, sempre tão romântico. Ainda fabricam homens como você? – dei um sorriso.

- Talvez não. Mas, baby, mesmo se ainda existir homens como eu, nenhum será tão sortudo como eu sou. – beijei o dorso de sua mão e ela ficou envergonhada.

- Ah Mike, olha só, me deixou envergonhada – me deu um tapa leve no braço. - Vamos? Está ficando tarde e amanhã tenho trabalho.

- Vamos, princesa. – Saímos da cobertura, tomamos o elevador e entramos no carro. Minha gravata estava frouxa, a Annie um pouco descabelada, uma aparência pós-foda indescritível.

- Louis, nos leve pra Neverland, por favor! – Eu disse ao motorista.

- Mas Michael eu disse que... – Annie protestou mas eu interrompi.

- Annie, meu amor, você certamente não vai querer atrapalhar os pombinhos apaixonados que deixamos na sua casa, não é? – Annie sorriu divertida – Foi o que eu pensei. – dei um selinho nela.

            O caminho para Neverland foi tranquilo, e na metade do caminho, Annie dormira feito um bebê. Levamos quase duas horas para chegar a Neverland, pois o rancho era quase fora da cidade.

- Princesa – sacudi Annie, com o intuito de acordá-la, mas ela apenas resmungou e voltou a dormir tranquilamente. Tive que levá-la pro quarto no colo. Chegando lá, tirei seus sapatos, seus brincos de pérola e seu vestido. Peguei o pingente que o colar trazia, e acariciei-o com as pontas dos dedos. Era uma coroa. Não sabia qual o significado daquilo, mas devia ter um muito forte, pois ela não o tirava nem para dormir. A vesti com uma camisa minha, tirei minha roupa, fui até o banheiro, tomei uma ducha rápida. Me enxuguei, coloquei uma calça folgada de pijamas, nem me preocupei em vestir uma camisa, e deitei ao seu lado.

- Eu te amo, menina! – Sussurrei em seu ouvido. Cobri nossos corpos com o edredom pois fazia frio, me acomodei atrás dela, em posição de conchinha. Segurei a mão dela e adormeci, com o barulho de sua respiração.

Continua....

84 comentários:

  1. oi meninas , cheguei com o primeiro capitulo da fanfic , e espero que vcs gostem do estilo de narrativa. Os dois narram no mesmo capitulo sua visão e assim a historia vai se desenrolando. O que posso dizer é que teremos muita treta , muita confusão e claro , muito romance ! BJinhos , boa leitura !!

    ResponderExcluir
  2. Estou amando a fic!! Quais serao os de que vai postar a fic?

    ResponderExcluir
  3. Boa noite, chegei com o capítulo 2 , boa leitura, obg pelos comentários :)

    ResponderExcluir
  4. desculpem nao postar ontem , fiquei sem internet e não pude fazer nada. Os dias de postagem são segundas , quartas e sextas. Obrigada pelos comentarios , isso me ajuda muito .. bjos , boa leitura ! ;*

    ResponderExcluir
  5. Capítulo 4 já postado, deixem vosso comentário aqui :)

    ResponderExcluir
  6. Continua logo aê mana. Orgulhosa aqui viu. U.u <3

    ResponderExcluir
  7. Capítulos 6 e 7 já postados, deixem vosso comentário aqui pfv

    ResponderExcluir
  8. Isto está muito confuso!Cadê o capítulo 6?Cadê os outros capítulos anteriores?

    ResponderExcluir
  9. |Recado e Actualizada|

    Boa noite, quando postamos na quarta feira o capítulo 6 e 7 houve um problema e do cap 2 passava para o 7, já está o problema resolvido, voltamos a postar os cap e já actualizamos , tudo está certo agora, desculpem o incomudo

    FanFic: "Outra parte de mim" (+18) , Capítulo 8 já postado, deixem vosso comentário aqui

    ResponderExcluir
  10. Capítulo 9 já postado, deixem vosso comentário aqui

    ResponderExcluir
  11. Continuaaaa ...muito bom...esses dois vao formar um lindo par

    ResponderExcluir
  12. Kkkk, Michaem é uma onda!! Continua.

    ResponderExcluir
  13. |IMPORTANTE|


    Gente, volto a falar deste assunto por causa dos comentário nas fics, existe ainda muitas leitoras fantasmas, por causa disso a Larissa Rabelo uma das nossas autoras, saiu do blog e apagou a fic dela, por falta de comentários, as visualizações aumentavam mas os comentários não.
    Já não é o primeiro caso que acontece no nosso blog, peço de tudo deixem o vosso comentário lá no blog, nem que seja um simples "continue" , para as autoras é muito importante.

    Espero que isto faça refletir sombre as meninas/meninos que leêm e não comentam, ja pensaram se todas as autoras fizerem isso o blog acaba, e tb se fossem vcs a postarem tb iriam querer comentários... PEÇO QUE COMENTEM PFV

    Dona do blog

    ResponderExcluir
  14. Respostas
    1. Hoje mesmo vou postar 2 capítulos.. só daqui bocado

      Excluir
    2. Vai me desculpar, mas só posso postar amanhã, estive até agora actualizar todas as fics do blog e já é 1h da madruga e tenho curso, mas amanhã prometo que venho com 3 caps

      Excluir
    3. Ok.. Sem problemas... So que so irei comentar terça... *-*

      Excluir
    4. Mas num desses eles irão ficar juntos né? Kkk

      Excluir
  15. Oi gente, cheguei, desculpem demorar tanto a postar esta fic, a ianna é que me manda os capítulos por email, ai ela teve sem net, por isso só postei agora...

    Capítulo 11 já postado, deixem vosso comentário ;)

    ResponderExcluir
  16. Capítulo 11 já postado, Mt por deixarem os vossos comentários.
    Ate mais ;)

    ResponderExcluir
  17. Esse jantar promete mesmo ein !? *-*

    ResponderExcluir
  18. Capítulo 12 e 13 já postado, deixem vosso comentário :)

    ResponderExcluir
  19. Boa noite, os novos capítulos que seria hoje só irei postar amanhã, pois a minha internet está ruim ai não deixa postar aqui no blog, peço desculpa

    ResponderExcluir
  20. Capítulo 14 e 15 já postado, deixem vosso comentário pfv, Boa leitura

    ResponderExcluir
  21. Ai,ai,ai!O que será que vai acontecer nesse parque?Curiosíssima aqui oh!Atualize logo!Please!!!

    ResponderExcluir
  22. cooonnntttiiinnnnuuuuuaaaaaaaaaaaaaa

    ResponderExcluir
  23. Aiiinnnn,atualizem logo!Estou ficando impaciente!

    ResponderExcluir
  24. |Autora|

    Desculpem o atraso. Perdi o arquivo, e estou em semana de provas na faculdade... Projetos, Artigos e uma pá de coisa pra fazer... mas não esqueci de vocês. Bjos.

    ResponderExcluir
  25. ccccooonnnnnntttttttttttttiiiiiiiiiiinnnnnnuuuuuuaaaaaa que lindo até me emocionei <3 <3

    ResponderExcluir
  26. Finalmente se declarou ein, Michael !!
    Continua logoo !

    ResponderExcluir
  27. contiiiinuuuuuuuuuuuuuuuuuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa morrri de riirr rsrsrsrsrsrssrsrssrsrssrssrsrsrsrssrsrsrsrsrsrssrssrssrsrsrssrsrsrrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs

    ResponderExcluir
  28. GENTE,QUE ISSO? CONTINUA PELO AMOR DE DEUS

    ResponderExcluir
  29. Cadê a continua ?? Já faz um tempo que não posta mais :-(

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Lorena, bem vinda.

      Eu já falei com a Ianna a pedir cap novos, pedi agora mesmo, de novo, ela tem esquecido de me enviar

      Excluir
  30. Capítulo 20, 21, 22 e 23 já postado, Mt por deixarem os vossos comentários.
    Ate mais ;)

    ResponderExcluir
  31. QUE ISSO DEUS? SOCORRO!!!!!!!!!!! CONTINUA

    ResponderExcluir
  32. noossssaaaaaaaaaa contiiiiinnuuuuaaaaaaaaaaa

    ResponderExcluir
  33. Oi meninas. Venho através deste dar uma noticia ruim, tanto pra mim, como pra vocês: eu decidi dar uma pequena pausa na fic. Estou passando por uma época apertada de provas e projetos da faculdade (quem faz faculdade sabe que o bicho pega fim do semestre), e ainda, um dos meus melhores amigos está passando por problemas muito, muito complicados de saúde e problemas na família , por isso peço a compreensão de vocês. Orem, rezem, peçam a Deus ou simplesmente me mandem energias positivas para tudo se ajeitar. A previsão pra volta da fanfic é pra fim de julho ou início de agosto... Bem, this is it, obrigado por todo o carinho, cada incentivo, cada comentário, isso me ajudou bastante e continuará a ajudar. Amo todas vocês, de coração. Que Deus abençoe vocês!

    Love,

    Ianna Jackson

    ResponderExcluir
  34. tudo bem, e olha o seu amigo vai sair dessa, tenha fé e boa sorte com as provas eu espero pela fic e que diga a seu amigo que eu vou horar pro ele bjs :*

    ResponderExcluir
  35. Capítulo 26 já postado, deixem vosso comentário

    ResponderExcluir
  36. Aeee Girls , voltei ! Desculpem pela demora ! Pra informá-las sobre o que aconteceu , não se preocupem , meu amigo está ótimo.. foi luta , mas conseguimos vencer a batalha ! Agradeço a cada uma que mandou energias positivas pra nós , deu super certo .. e com isso , minha inspiração aflorou novamente , por isso estou de volta !

    Trago um capítulo fresquinho pra vocês. Neste Capítulo , Annie entra em contato com o projeto utópico e milionário de Michael , sem saber que o projeto é dele. Já Michael tem inspiração para fazer uma música para seu album (Chutam qual é? :v). A partir de agora , as coisas vão ficar tensas. Mal começaram a namorar e já passarão por provações .. aguardem os próximos capítulos.

    B3ijos , Ianna Jackson

    ResponderExcluir
  37. Capítulo 27 já postado, deixem vosso comentário

    ResponderExcluir
  38. Continua :O jantar pois *-* acho mais que será um longo jantar kkkk

    ResponderExcluir
  39. Olá ! Sei que tem um tempão que eu não posto, por isso vim aqui, pois acho que vcs tem o direito de saber o que aconteceu: desde quando voltei com as postagens, meu notebook já vinha apresentando vários problemas, tanto no sistema, quanto na tela. Eu tentei consertar os erros do sistema, e deu quase certo... mas acabei perdendo o arquivo, demorando um pouco mais pra retomá-la, a minha sorte é que tenho uma parte desses capítulos posteriores no chat do facebook com a Mikaela, e além disso, meu notebook apagou e passou uma semana sem ligar a tela, ou seja, nem dava pra atualizar, e nem pra continuar escrevendo. Além do mais, tem uma semana que meu celular deu problema e estou usando um "analógico" (daqueles de teclado físico, sem touch , a Mikaela sabe) ... Consegui o notebook da minha mãe pra deixar esse recado pra vcs... minha vida tá bem complicada, tecnologicamente falando, voltei pra era das cavernas, fora que estou estudando pra concurso público e pra passar nas provas da faculdade, pois esse é meu último semestre, ou seja, minha mente tá uma bagunça kk

    Bem, espero que não tentem me matar por isso, mas eu estou fazendo o meu melhor pra vcs, ainda essa semana posto mais um capítulo pra ! Beijos, amo vcs ! <3

    ResponderExcluir
  40. Oii Mikaela. Sou Juliana, queria saber se você já postou a continuação da Fanfic depois do capítulo 28?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Juliana, Boa noite.
      Bem como pode vez não sou eu a postar a fic e sim a própria autora a Ianna.
      Ela tem tido uns problemas com o notebook dela, e uns probleminhas pessoais, mas principalmente o que atrasa ela é o notebook, deixou de funcionar e ela não tem como escrever. temos de aguardar anjo :\

      Excluir
  41. Entendo, muito obrigada por responder.

    ResponderExcluir
  42. Gente, perdão. Sei que falhei miseravelmente com vocês mas o meu note e meu celular me abandonaram há algum tempo, por isso não tinha como postar ou escrever. Escrevi algumas coisas à mão, mas como eu sou um poço de má sorte, acabei perdendo, junto com algumas coisas da faculdade. A fic está pausada, saí da administração do blog por um pedido meu, mas pretendo voltar assim que meu pc não estiver mais com tantos problemas como antes. Minha vida continua a bagunça que tava, mas agora dá pra respirar melhor, já que a facul finalmente acabou \o
    Espero que voltem a lê-la, assim que possivel voltarei com os capítulos. Obrigada a todas que estão lendo, as novas leitoras e as antigas. Obrigado mesmo ! This Is It

    IannaJackson

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sempre estarei aqui minha vida *-* ansiosa por mais, mas leve o tempo que necessitar ;)

      Eu te amo muito <3

      Excluir
    2. Espero que tudo se resolva <3 <3

      Excluir
  43. Mikaela suas fanfics são maravilhosas inclusive esta mas cadê o resto da história espero ansiosa

    ResponderExcluir
  44. Aiin meu deus... Tem como continuar a fic... Super gostei dela!! Por favor continuuaaaa

    ResponderExcluir

Por favor , deixe o seu comentário aqui...