FanFic: "The Mystery Castle" (+18)

Autora: Leh Chaplin Michael'Jackson

Prólogo: 

O que acontece quando duas criaturas de mundos diferentes se apaixonam e só depois se dão conta disso? Por que a sociedade tem a mania de olhar para o seu exterior e esquecer de seu interior? Bom, nem tudo é o que se parece, mas não podemos viver contra as diferenças, pois são elas que dão graça ao mundo. Não julgue os atos de alguém sem saber qual é a razão daquilo. É e o que acontece nessa história, muitos podem julgá-los por uma paixão estranha e por serem seres diferentes, mas o que se une por amor verdadeiro, nele permanece. Será que o amor tem preconceitos? É o que iremos ver... 

 “Eu vou ser
Exatamente o que você deseja ver 
É você quem está me provocando 
Porque você está me querendo 
Para ser o estranho na noite 
Estou te divertindo? 
Ou só te confundindo? 
Eu sou o monstro que você visualizou 
 E se você quiser ver 
Excêntricas Curiosidades 
Serei grotesco na sua frente 
Deixem-os todos materializarem Isso é assustador pra você, querida 
Eu sou assustador pra você, garoto”

Capítulo 1

É começava mais um dia, mas felizmente hoje estaria á passeio, hoje, bom quer dizer esse mês. Estaria de férias e a procura de novas inspirações para meu trabalho. Viver dia e noite em um pequeno apartamento nunca que as minhas ideias fluiriam.

Izzy havia combinado de passar cedo para me buscar, então acordei logo cedo e chequei minha mala, para ver se não esquecia de nada.

--- Hm... meu caderno, lápis, lingeries... roupas de frio, de calor, tênis. Acho que é isso. Falava olhando minha mala.

Me lembrava já das piadinhas de Chris no carro, e as patadas de Carly. É aquele povo todo para um mero trabalho, mas também estariam me acompanhando para passarmos as férias juntos. Acabei me lembrando dos tempos de faculdade, e aquelas férias de trabalho era como as nossas férias de verão, que passávamos na praia e parques aquáticos, saudades desse tempo.

Agora eu passava minha vida em meu apartamento escrevendo meus livros, que muitos dizem por ai como “malucos”. Em algumas poucas entrevistas que eu já tive a maioria me perguntavam se eu realmente acreditava em monstros, fantasmas ou esse tipo de coisas mal-assombrada. Na verdade eu sempre acreditei, minha avó, que havia falecido há poucos meses, contava que quando criança eu tinha o costume de falar sozinha e dizia ver algo, eu me lembro dessas coisas. Uma vez minha mãe foi chamada na escola e a professora mandou que fizessem tratamento em mim, pois deveria estar ficando louca. Meus colegas de classe riam de mim, mas eu realmente via aquele ser do meu lado! Minha mãe ao me ver ficar triste por sofrer com certos comentários dos outros, decidiu me colocar em uma clínica e a partir daí fui obrigada a parar de falar daquele ser que eu via. E o ser se afastou de mim me deixando sozinha e sem amigos nesse mundo, bom quer dizer, eu tinha esses que haviam feito na faculdade, mas na verdade eu não passava de uma jovem escritora solitária que vivia em um apartamento sem aparentes algum que sabia de sua existência.

Escutei o interfone tocar e já sabia que era Izzy, peguei minhas malas e meio desajeitada fechei a porta do apartamento e chamei o elevador, que também não demorou muito.

--- Por que não pediu ajuda? Izzy falou pegando a mala que eu levava nas mãos.

--- Porque não sabia que você iria deixar o carro no acampamento. Falei irônica.

Ele riu de meus modos, minha mãe dizia que eu não era para se cheirar. Meu humor ultimamente era dos piores e meus amigos já estavam acostumados com isso. Talvez fosse só meu dia a dia, quem sabe era só a correria da vida cotidiana. Com essas férias sabia que eu mudaria e com certeza voltaria para casa bem mais tranquila.

Passaríamos essas férias em um acampamento, com barracas e aqueles pernilongos a nos incomodar durante a noite, mas nada que não fosse normal. Era para ser algo diferente daquilo que costumávamos ter.

Cumprimentei Carly e me sentei no banco da frente ao lado de Izzy, pois com Chris não seria muito bom o clima. Izzy deu a partida e estávamos todos em total silêncio, até Chris começar a falar.

--- Cara liga esse rádio ai, quero saber o resultado do jogo de ontem. Chris falou com aquela voz estranha que só ele tem.

--- Aff cara nem começa. Coloca uma música que preste ai. Carly falou olhando o rádio.

Eu só olhava e torcia para que não colocassem naquele jogo e nem músicas loucas. E eu já sabia que ia ser uma briga chata até decidirem o que pôr. Enquanto as estradas e o tempo passavam, eu peguei meu livro e me coloquei a ler desde o capítulo onde eu havia parado.

--- Interessante, que livro é? Izzy perguntou sem tirar o olho da estrada quando percebeu eu pegar o livro.

--- Anjos e Demônios, Dan Brown. Falei direta, não estava afim de papo hoje.

--- E fala sobre o que? Chris perguntou observando as coisas passarem depressa pela janela.

Eu olhei para Chris por um instante, mas o que me fez chamar atenção foi quando Carly parou de cantar a música que tocava e o olhou séria.

--- Sobre baleias! Fala sobre baleias. Antes mesmo que eu falasse algo Carly o retrucou.

--- Nossa, sua mãe deve ter chupado muitos limões quando estava grávida de você. Só pode. Chris falou a olhando besta perante sua resposta.

Ela o olhou brava e ele virou para o lado com medo. Me fazendo rir naquele momento. Aqueles dois eram sempre assim, um retrucando o outro, mas na verdade se amavam.

Algumas horas de viagem e chegamos ao nosso destino, acamparíamos nos fundos de um enorme sítio. Haviam uma floresta e até uma cachoeira ali próximo, desci do carro e a primeira coisa que fiz foi respirar fundo aquele ar puro da natureza. Aquele cheiro de mata e aquele ar puro que era impossível ter em uma cidade cheia de carros e indústrias o poluindo.

--- O que acha de conhecermos um pouco o sítio do senhor Brian enquanto eles montam as barracas? Carly sugeriu quando me viu ali a observar aquelas enormes árvores.

--- Está bem. Falei olhando para ela.

Deixamos nossas coisas ali no local e fomos ver o que havia ali naquela enorme fazenda.

Capítulo 2

--- Nossa, quantos animais diferentes. Falei olhando para os lados e observando aqueles animais.

--- É, olha! Ameixas. Carly falou apontando para uma árvore ali próximo.

--- Ei me espere. Falei correndo atrás dela, parecia uma desesperada por frutas.

Logo vejo ela pular tentando pegar uma ameixa ali, mas foi sem sucesso, pois baixinha do jeito que era nunca pegaria. Apenas estiquei meu braço e peguei exibido á ela que me olhou sarcástica. Me olhando irritada simplesmente pegou a fruta de minha mão e comeu na minha frente, e eu ri de seu modo.

--- Eita garota mimada. Falei olhando a sua face brava.

--- Olha quem fala. Disse cuspindo as sementes da fruta.

Antes que escurecesse decidimos voltar ao acampamento. Os meninos já haviam montado as barracas.

--- Credo olhe você. Carly falou fazendo cara de nojo para Chris.

--- O que foi dessa vez garota? Chris perguntou a encarando, mas já suspeitava o que ela falaria.

--- Olhe como está suado, está fedendo que nem um porco. Falou quando passou ao lado dele.

--- Mas você não quis ficar aqui com Izzy montando barracas e carregando lenhas. Falou se levantando e tirando a sua camiseta, expondo para nós seu belo abdome bem definido.

--- Uau! Fazia tempo que eu não via um corpinho assim. Falei um tanto maliciosa e vi Carly revirar os olhos.

Os meninos decidiram ir tomar um banho na cachoeira que havia ali próximo. Fiquei observando Carly com suas manias chatas e sua voz meio irritante a dizer que tinha nojo de certo insetos. Para mim aquilo era mais medo do que nojo.

--- Oh Alex, olha só esses insetos nojentos. Falava com a voz chorosa e se batia toda tentando espantar os pequenos mosquitos.

--- Ora, ora se não é a madame Carly aqui no meio do mato morrendo de medo de bichos. Chris falou debochando dela assim que chegaram.

Acenderam uma fogueira e comemos uns petiscos que havíamos trago, aquilo não enxia muito meu estômago, mas teria que me acostumar.

Logo mais tarde Carly fez outra briga com Chris dizendo que não ia dormir na barraca, pois algum animal selvagem poderia nos matar durante a noite. É claro que ríamos perante o medo dela e suas caras e bocas irritadas, no fim acabei puxando ela para dentro da barraca comigo onde dormimos juntas.

--- Alex? Você ainda tá acordada? Perguntou medrosa.

--- O que foi, Carly? Perguntei sonolenta, na verdade estava mais dormindo que acordada.

--- Acho que tem um bicho aqui dentro. Escuta. Falou me olhando com os olhos arregalados e fazendo sinal de silêncio.

--- Carly, vá dormir. Não tem nada aqui. Falei me virando para o lado e me cobrindo.

Ela resmungou algo antes de se deitar novamente. Ela deixou a lanterna que havia dentro da barraca ligada a noite toda, me deixando com raiva daquilo. Não falei nada a ela, mas que ela me deixou de saco cheio, ah deixou! Minha vontade foi de amarrar ela, pois ela acordava de meia hora em meia hora me perguntando coisas sem sentido e cheia de medo. No outro dia acordei de mau humor que só, ninguém acorda com o sorriso na orelha quando não tem uma boa noite de sono.

--- Aff eu não irei dormir com Carly de novo. Falei me espreguiçando do lado de fora da barraca e via Izzy e Chris fazerem algo para comer.

--- Oras por que não? Izzy perguntou me olhando.

E já sabia como eu deveria estar com os cabelos desalinhados e a cara resplandecendo meu mau humor.

--- Ela acordou toda hora e não me deixava dormir, ainda por cima ficava com aquela lanterna ligada em cima de mim. Falei irritada e vi Chris vir com um pacote de biscoitos.

Eles riram de mim, por estar daquele jeito e mais tarde quando Carly acordou minha vontade foi de socar a cara dela.

--- Como dormiram? Carly perguntou se espreguiçando e parecia se sentir ótima.

--- Estou ótima querida. Falei sarcástica, ela me olhou meio cara de pau e percebeu minha revolta.

--- Desculpe, hoje não direi nada. É que eu realmente escutei barulhos. Falou me olhando completamente inocente.

Eu fiquei a manhã inteira mal humorada, com a cara fechada e sonolenta. Comemos algo ao meio dia e Carly teve a ideia de irmos na cachoeira, como não havia nada para fazer ali com aqueles dois doidos peguei minhas coisas e fui com ela.

--- Já teve alguma inspiração para seu trabalho? Carly perguntou andando a minha frente tomando cuidado com as pedras.

--- Talvez escreva um livro aconselhando meus leitores... Falei um tanto irônica, mas a mocinha não percebeu isso.

--- Aé? E sobre o que? Perguntou parando perto de uma árvore embaixo da sombra me olhando andar exatamente como uma velha chata e encrenqueira.

--- Sobre “Mil razões para não se dormir com uma amiga medrosa”. Falei ainda mais irritada e sarcástica.

--- Caramba Alex, ainda está pensando nisso? Falou tirando sua camiseta para nadar.

--- Estou pensando é o que sua mãe faz com você para dormir. Falei colocando minha mochila ali perto da árvore e já tirando meus calçados.

Ela ficou exatamente nua na minha frente e depois pulou ali, como uma criança boba.

--- Vamos Alex, tire a roupa. Vamos pule! Gritava nadando e mergulhando sua cabeça.

--- Está doida? E se Izzy e Chris decidirem vir? Não quero aqueles malucos me vendo nua. Falei tirando apenas minha camiseta e pulando me molhando toda.

--- Sei... uma bela garota com você não teria vergonha de nada. Olhe só, tem belos seios, coxas torneadas, bela barriguinha sem manchas ou coisa do tipo, sem falar nesse bumbum, né Alex? Falou rindo de mim jogando água.

--- Por acaso anda me espiando é senhorita Carly? Falei jogando água nela também e rindo.

Num instante estávamos uma se divertindo com a outra, éramos como irmãs uma seria a mais velha e a outra a mais nova.

Vi que o tempo não ficaria bom por muito tempo, pois as nuvens já estavam começando a se ajuntarem.

--- Carly, acho que está na hora de voltarmos. Falei olhando para o céu preocupada com a tempestade que viria.

--- Mas já? Agora que o sol não está tão forte. Falou manhosa como uma criança.

--- É, mas a tempestade que vira não vai nos esperar. Sem falar que não conhecemos direito o caminho. Falei molhando meus cabelos e minha face pela última vez.

Contrariada ela saiu da água e nos enxugamos, Carly colocou suas roupas e pegou sua mochila, assim como eu. Antes de irmos decidimos comer algo. Acabei rindo dela, por ter se assustado com uma pequena formiga e ter feito aquele drama dela.

--- Oh não! Já está começando a chover. Disse sentindo os pingos em meus ombros.

--- Podemos ficar debaixo daquela árvore. Falou apontando para uma árvore ali.

Ficamos algum tempo ali embaixo, mas aquela chuva piorava cada vez mais. E estava escurecendo, não podíamos ficar ali paradas, teríamos que voltar para o acampamento correndo.

--- Vamos, no três. Um... dois... três... já! Falei arrumando minha mochila nas costas e saímos correndo por aquela trilha a fora, exatamente como duas loucas.

Olhava para o chão cuidando para não cair e ao mesmo tempo cuidava com os galhos das árvores, não seria nada bom levar uma pancada de um galho.

--- Carly, tem certeza de que estamos indo na direção certa? Perguntei correndo o máximo que podia, havia vezes que meus olhos estavam cheios de gotas da chuva e eu não enxergava nada.

Perguntei a ela, pois sabia que ela ia sempre em minha frente. Por mais que aquele barulho de trovões e aquela chuva estivessem forte eu ainda poderia escutar quando ela resmungava, mas naquele momento não escutei ela responder minha pergunta. E aí me preocupei.

--- Carly? Carly! Gritava chamando por seu nome, mas nada de ela me responder.

Parei por um minuto, e olhei para os lados, mas eu não a via. A única coisa que eu via ali eram árvores, pedras, chuva e escutava relâmpagos e trovões. Comecei a andar devagar, chamando por Carly, mas ninguém me respondia.

Eu sabia que estava perdida ali, então decidi ficar ali debaixo de uma árvore esperando a chuva passar.

--- Oh céus como voltarei agora? Perguntava sozinha, acariciando meus braços e tremendo de frio.

Minha roupa estava colada em meu corpo, por causa do peso da água, parecia um pequeno pintinho abandonado.

Escutei algo diferente além daqueles barulhos da chuva, parecia ser o de um animal correndo. Antes que eu olhasse para os lados eu escutei um rugido, feroz e que me deixou amedrontada. Quando olhei para trás vi um enorme e bravo leão a correr, não sabia o que fazer e comecei a correr fugindo dele. Da onde que eu tirei a ideia que um ser humano corre mais do que um leão? Eu não sei, só que na hora do desespero foi o que meu cérebro me mandou fazer.

--- Oh droga! Falei quando escorreguei numa pedra e cai.

Eu via o grande animal vir correndo para cima de mim como uma fera. Quando eu estava me levantando ele com suas garras enormes, em sua defesa de animal selvagem me arranhou com elas. Como um tapa, só que perfurando sua pele. Não fez nada a mais comigo, apenas rugiu para mim e saiu correndo novamente.

Sem forças para correr e com meu braço ardendo e sangrando com aquela dor terrível eu fiquei ali mesmo, encolhida naquele chão.

Capítulo 3

Dormia naquele lugar como uma boneca de pano. Eu estava meio sonolenta, mas podia escutar alguém cantarolar baixinho. E pelo que eu podia perceber é que aquela pessoa que estava cantando se aproximava de mim. Eu abria os olhos, mas o clarão da manhã me fazia fechá-los novamente.

--- Ora, ora o que temos aqui? Escutei uma doce voz de uma senhora de idade e então me esforcei para abrir os olhos.

Quando eu os abri eu acabei dando de cara com uma senhora idosa a me olhar e via que dúvidas se formavam em sua mente. Ela sorriu para mim, estava vestida simples usava um vestido florido e tinha em sua mão um pedaço de pau, fiquei até com medo de ela me acertar com aquilo na cabeça. Tinha os cabelos curtos e completamente brancos, e usava óculos dando uma aparência experiente e um tanto simpática.

Me esforcei para sentar, mas senti meu braço doer o que acabou arrancando de mim um leve gemido.

--- Oh criança, seu braço. Falou ajeitando seu óculos e me olhando mais de perto, eu nada disse apenas sorri de lado.

--- Como veio parar aqui? Não me parece daqui. Falou agora me ajudando a se sentar.

--- Eu não sei. Falei limpando minhas costas com minha outra mão, tirando as folhas e alguns grãos da terra que haviam grudado em minha roupa.

--- Mas me conte, sabe pelo menos quem fez isso em seu braço? Perguntou ainda me olhando preocupada.

--- Foi um leão, talvez a senhora não acredite, mas é que... Falei sabendo que ninguém acreditaria no que eu falaria, pois se houvesse sido mesmo um leão ele teria me comido por inteira.

--- Ah minha nossa como Harold ousou não receber bem as visitas? Oh me desculpe meu anjo, irei tratar disso para você. Falou pegando em minha mão e pedia em um gesto para que eu me colocasse de pé.

O que eu estranhei foi ela falar na maior tranquilidade, aquela senhora não me parecia do sítio do senhor Brian. Ela era diferente das outras senhoras que eu já havia visto em toda minha vida. E outra coisa que me deixou confusa foi aquele leão ter nome, por acaso ela tinha um leão?

--- Como é seu nome, anjo? Perguntou analisando meu ferimento.

--- Alex, e o seu senhora? Perguntei sentindo leves dores com ela mexendo no local.

--- Mary. Pode me contar pelo menos o que você estava fazendo aqui? Não é normal pessoas virem para este lado, até porque não é muito apropriado. Falou agora analisando minha roupa.

--- Eu e meus amigos viemos passar nossas férias aqui. Sou escritora e estava procurando inspiração para meus livros, e nada melhor que a natureza para isso. E ontem naquela tempestade acabei me perdendo de minha amiga. E o leão é... Falei preocupada a olhando.

--- Você quis dizer Harold, é assim que chamamos ele. Falou simpática.

--- Será que a senhora poderia me ajudar a encontrar meus amigos? Perguntei olhando para os lados, realmente não conhecia aquele lugar.

--- Ajudar você a encontrar seus amigos? Acho que isso não seria uma coisa que eu poderia lhe ajudar, pois muitas pessoas não vêm e nem podem vir para o lado de cá. Mas preciso tratar desse seu ferimento, depois de ter seu ferimento curado você pode ir atrás de seus amigos. Agora venha comigo. Falou me fazendo pensar o porquê daquilo.

--- Está bem. Falei indo atrás dela.

Eu não sabia para onde ela me levaria, e nem sabia o porquê dela não poder me ajudar a achá-los. Só esperava que um machucado feito pelas garras de um leão não demorassem muito a se cicatrizarem.

Ela ia na minha frente cantarolando algo que eu não entendia. Parecia em estar feliz.

--- Onde estamos indo? Perguntei curiosa e já cansada por andar tanto.

--- Você verá. Falou parando em uma pequena montanha e colocou a mão na testa.

--- Uau! De quem é aquele castelo? Perguntei quando avistei o enorme castelo ali, pelo que eu podia me lembrar nunca havia falado nele.

--- Criança, apenas me siga em silêncio. Depois eu lhe explicarei. Falou descendo ali com cuidado.

Em poucos minutos estávamos em um pequeno celeiro de madeira próximo ao enorme castelo, bom até no momento não haviam animais ali. Nós não entramos pela frente e sim por trás ela disse que não queria que ninguém soubesse que eu estava ali.

Aquele celeiro era meio estranho, tinha um pequeno quarto com um banheiro e uma pequena mesa, é claro era separado dos animais, mas era no celeiro ainda assim. Os móveis eram antigos, mas tudo organizado em seu devido lugar.

--- Bom, você vai ficar aqui. Por favor, não saia. Se sair tente não deixar ninguém ver você ou não chamar a atenção. O dono do castelo não gosta muito de receber visitas inesperadas. Temos muitos empregados aqui, mas a maioria trabalha na parte da frente do castelo. Falou limpando meu machucado cuidadosamente.

--- Senhora, não irá ficar aqui comigo? Perguntei a olhando ser tão cuidadosa com uma estranha como eu.

--- Eu tenho que ir para o castelo criança. Eu trabalho lá. Mas irei sempre vir lhe ver de manhã cedo. Sempre venho ver o jardim aqui e soltar os animais. Disse amarrando um pano em meu braço por fim.

Ela me deu algo para comer e disse que se eu quisesse tomar banho ou dormir eu poderia ficar a vontade, apenas não poderia sair para não chamar atenção de ninguém. Ela não me falou se viria ali de noite, mas eu acabei tomando um banho e dormi. Aquele machucado ardia sempre que eu me mexia na pequena e velha cama.

Capítulo 4

Acordei naquela manhã com o barulho de animais, meio tonta me levantei daquela cama e abri uma greta da janela e vi o que acontecia lá fora. Eu tinha a visão do paraíso o sol não havia chegado ainda, mas já anunciava sua chegada, aquelas árvores enormes com passarinhos a cantar, cavalos passeando por ali, e naquela grama verdinha e fofinha. E lá estava ele, o grande leão a vigiar os outros animais.

Você pode achar estranho, assim como eu achei, mas ele não os comia como os outros, apenas ficava ali os observando.

Me levantei peguei uma outra roupa em minha mochila e minha escova de dente, havia acordado praticamente quebrada. Me olhei no espelho e vi um ser desalinhado e com a cara inchada de tanto que dormiu. E acabei rindo de mim mesma. Eu era como aquelas crianças pequenas quando via um espelho, eu começava a fazer caretas para mim mesma rir, tinha o costume desde muito pequena.

--- Cada dia que passa essas flores estão cada vez mais cheirosas. Escutei a voz da senhora Mary já aquela hora.

Sai do banheiro rapidamente e vi ela colocar algo sobre a mesa.

--- Trouxe algo para você comer, espero que você goste. Falou como aquelas vovozinhas doces e maravilhosas que sempre se preocupavam com a gente.

--- Bom dia, senhora Mary. Falei me aproximando dela perto da pia.

--- Bom dia, criança. Como está? E seu machucado? Perguntou sorrindo para mim e passou a mão em meus cabelos.

--- Estou bem, mas meu machucado arde toda vez que mexo meu braço. Falei vendo ela pôr algo em uma xícara, parecia um chá.

--- Acho que Harold se assustou com você, ele não costuma gostar de visitantes também. Disse se sentando na pequena mesa ali.

Eu abri a bolsa que ela havia trago com comida para mim. Havia um sanduíche e um copo de suco de laranja. Aquilo me deixou com fome.

--- Obrigado por estar se preocupando comigo. Falei sentando na mesa a frente dela.

--- Não precisa agradecer anjo. Aqui somos hospitaleiros, quando vêm nos visitar e não nos incomodar. Falou sorrindo para mim.

--- Como assim? Quem é o dono do castelo? Não me lembro de ter ouvido sobre esse castelo. Falei curiosa vendo ela se levantar e colocar a xícara na pia.

--- É melhor não conhecê-lo criança, ele não gosta muito de ser incomodado. É melhor deixarmos ele em seu canto. Falou pegando algumas coisas ali.

Se despediu de mim, e me deixou ali pensativa. Não tinha nada para fazer resolvi comer e me deitar novamente naquela cama. Mais tarde eu decido me levantar e olhar pela janela, eu não vi ninguém lá. Então sai um pouco para fora daquele celeiro, andei naquele lugar reparando as árvores e as flores.

Os cavalos estavam debaixo de uma enorme árvore ali descansando na sombra. Era quase meio dia, e eu estava ali. Sozinha, com poucas inspirações.

Me sentei próximo ao celeiro, me certificando de que ninguém me veria e me coloquei a pensar. O que Carly, Chris e Izzy estariam fazendo agora? Será que estariam preocupados comigo? Ou até tentando me achar? Eu não sei, mas eu estava ali. Não estava triste por ter me perdido, muito pelo contrário estava feliz por ver aquele lugar tão diferente, e ficava pensando em que falariam quando eu lhes contasse que uma senhora idosa tem um leão de estimação.

Acho que na verdade nunca ninguém iria acreditar no que eu falasse, nunca. Seria apenas mais uma das histórias malucas de Alex. E um devaneio se fez presente em minha mente.

Eu tinha oito anos de idade, chegava da escola e minha mãe me esperava na porta da casa me olhando brava. Ela me pegou pelos meus braços e brigou comigo, eu comecei a chorar e naquele dia ela não esperou por mais nada. Me colocou dentro do carro e saiu comigo a chorar. Me levou a clínica e me deixou lá por meses.

Eu não odiaria minha mãe por isso, somente não gostei do fato de me acharem maluca por dizer que eu sentia um ser perto de mim. Quando eu falava desse ser ficava dias sem assistir TV ou ter acesso as outras crianças. Muitas vezes me atrasei na escola, por ter que voltar a clínica. A minha sorte era que eu sempre fui estudiosa e então sempre conseguia seguir o mesmo ritmo de aprendizagem dos outros. Era triste para mim quando meus colegas riam de mim por falar sozinha, ou quando a professora brigava comigo por não prestar atenção nela para falar com o ser.

Eu me lembro ainda de tudo que eu passei, mas fantasmas existem e eu sei disso! Talvez você me ache louca por isso, mas eles existem a nossa volta. Vovó era a única que sempre acreditava em mim, papai e mamãe ainda que estivessem vivos hoje achariam isso tolice.

A noite ali naquele lugar não demorou a chegar, eu estava dentro do celeiro e novamente decidi sair para rua, pois era noite de lua cheia e o céu estava estrelado. Eu admirei ali aquele lugar por ser tão belo, onde nós estávamos acampando era muito lindo, mas ali era bem diferente, era maravilhoso.

Quão maravilhoso seria morar ali, era tudo completamente tranquilo. Sem barulhos de carros, caminhões e motos. Podíamos respirar o ar puro e ver os animais a correr livremente podia ver seus olhos brilharem de tanta alegria e paz.

--- Acho que está na hora de voltar, estou começando a ficar com frio. Falei sozinha sentindo o vento balançar meus cabelos, um arrepio tomou conta de meu corpo eu sentia alguém me espiar, olhei para os lados porém não vi ninguém.

Sacudi minha roupa e voltei para dentro, peguei uma maçã que senhora Mary havia levado para mim e decidi comer. Me sentei na cama e olhei minha mochila, eu havia deixado minhas coisas esticadas secando, por causa da chuva que teve. A sorte que meus materiais de anotações não haviam molhado, se não eu estaria doida da vida essas horas.

Joguei os restos da maçã no lixo e fui ao banheiro tomar um banho. Logo depois voltei para aquele quartinho minúsculo e me deitei.

O vento soprava lá fora, os animais dormiam tranquilamente. E eu ficava assustada com o vento forte batendo na janela e as vezes entrando pelas brechas daquelas madeiras velhas. A porta do celeiro balançava batendo uma madeira na outra fazendo um barulho intrigante.

Eu me levantei e peguei uma lamparina que tinha ali, iluminando o local eu fui até onde os animais estavam e vi um cavalo meio agitado ali no meio. Parecia ter medo, eu fui até a porta e vi que estava aberta. E a chuva fina e gelada entrava por ali. Fechei a porta e vi o animal fazer barulho, eu estranhei Harold não estar ali, afinal a senhora Mary havia dito que ele sempre ficava ali também para vigiar os outros.

--- Acalme-se. Já ira passar. Falei o acariciando e ele ficava mais calmo com aquilo, até escutarmos uivos assustadores.

Eu me arrepiei toda com aquilo, morcegos sobrevoavam e até corujas graniam. Escutava gemidos de longe, claro que fiquei muito aterrorizada com aquilo. Decidi me deitar e no dia seguinte eu perguntaria a senhora o que era aquilo.

Capítulo 5

Ainda naquela noite eu escutei a porta ser aberta por alguém, e um cavalo relinchou. Eu não tive coragem de me levantar aquela hora da noite, então fiquei ali quieta esperando aquilo passar e pedia para que ninguém me descobrisse ali.

No dia seguinte eu acordei com novamente aquele barulho na porta, eu rapidamente me levantei e corri até onde os animais ficavam.

--- Senhora Mary? Perguntei olhando para a porta, mas na verdade o que eu vi foi o vulto de alguém saindo dali.

Eu me assustei e voltei para o quarto.

Droga espero que não seja ninguém! Acho que ainda estou tonta do sono. Pensei voltando para o quarto, eu nem queria mais deitar aquela hora, com certeza não demoraria muito para a senhora Mary vir até ali. Tomei meu banho e fiquei observando aquele paraíso pela janela do quarto, a abri e senti uma brisa agitar meus cabelos me deixando com um pouco de frio, pois ainda era cedo e geralmente aquelas horas ainda não era tão quente ali.

--- Já acordada essas horas? Senhora Mary entrou junto com Harold no quarto.

Eu já estava me acostumando com ele ali, mas ainda tinha um certo receio dele, afinal ele era o culpado de minhas dores no braço agora.

--- Estou sem sono. Falei vendo ela novamente com aquela bolsa com algo para eu comer.

--- Vamos ver como está seu machucado? Falou gentilmente sorrindo para mim.

Eu assenti e vi ela pegar algumas coisas ali, como ervas e algo para limpar meu machucado. Eu senti uma leve dor quando ela desamarrou o pano, estava vermelho, podia ver a minha carne.

--- Nossa. Falei fechando os olhos, pois como dizem “o que os olhos não vê o coração não sente”.

--- Respire fundo, não vai doer muito. Falou pegando uma gaze e o limpando.

--- Senhora, você escutou os uivos essa noite? Falei olhando para ela e ela se assustou com aquilo me olhando com os olhos arregalados.

--- Você escutou? Você viu alguém? Nunca saia daqui quando os escutar, okay? Falou séria, parecia que ela sabia o que era aquilo.

--- Está bem. Harold não dormiu aqui? Perguntei enquanto ela terminava de limpar meu ferimento.

--- Não, as vezes ele fica com seu dono. Falou enrolando novamente o pano.

Eu não fiz mais perguntas, por mais que a cada segundo que se passava as dúvidas aumentavam mais. Eu sabia que ela não gostava muito de ficar respondendo, mas eu não entendo o porquê! Será que era algo com o dono do castelo? Ninguém se quer podia me ver ali e eu nem poderia pensar em sair. Será que esse tal dono do castelo seria tão estranho e queria viver a vida solitário assim?

Eu deixei minhas dúvidas de lado e tomei meu café da manhã. Ela não demorou muito para sair dali e me deixar sozinha tentando responder minhas próprias perguntas.

Comecei a mexer em minha bolsa procurando meu caderno de anotações e minha caneta, acabo deixando meu celular cair. O pego na mão e vejo as horas.

Como eu não havia me lembrado de meu celular?

Se eu tivesse me lembrado essas horas eu estaria de novo com aqueles malucos. Disquei o número do celular de Carly.

--- Isso, isso! Dizia feliz.

--- Droga! Eu não acredito. Aqui não tem sinal. Falei irritada jogando o celular na cama, é claro que ali não teria sinal, se duvidasse aquele lugar nem existia no mapa.

Alguns dias haviam se passado daquela noite dos uivos e ventos.

Peguei meu caderno e escrevi algo ali, mas não fazia sentido. Acabei arrancando a folha e jogando ela no lixo. Minha inspiração havia ido embora, meu cérebro agora estava ligado as minhas dúvidas e curiosidades não respondidas.

Eu estava tão curiosa, minha cabeça não parava eu precisava descobrir algo!

Fui até a porta do celeiro e olhei para ver se havia alguém ali, mas não havia. Então sem fazer barulho algum eu fui andando por lá. Era enorme aquele castelo e antigo muito antigo, mas não deixava de ser impressionante a cada metro que eu chegava mais perto dele. Fui andando até chegar perto de uma árvore, me escondi ali atrás para que ninguém me visse. Passei por uma enorme passagem de pedras sem ninguém me ver, mas logo corri para trás de outra árvore, pois um certo homem passou ali olhando para os lados, mas não me viu.

Escutava pessoas cantarolando e algumas passando ali depressa.

--- Senhor Jackson pediu para você arrumar o cavalo preto hoje de tarde, no final da tarde. Falou um dos homens que trabalhavam ali.

Então terei visitas hoje? Interessante. Pensei rindo mentalmente.

Esperaria ansiosa por isso.

Capítulo 6

Decidi fica ali observando aquelas pessoas e via o que cada uma fazia. Eles não eram como os outros, pareciam não ter evoluído. Viviam ali a cantar canções antigas e até as roupas que usavam eram antigas, as mulheres com vestidos e os homens sempre de calça. Eu achei interessante aquela forma de vida, era bem diferente do que eu estava acostumada, mas parecia ser normal para eles. Afinal, moravam em um antigo castelo de pedras e com enormes janelas.

Eu vi o leão chegar correndo e parecia cansado e com sede, ele olhou na direção que eu estava e eu sabia que se eu não saísse dali ele iria rugir estremecendo os céus e a terra. Ele vinha em minha direção lentamente e me olhava sério me fulminando com seus grandes olhos, e antes que alguém percebesse que algo chamava a atenção dele um senhor passou por ali e acariciou-o, tirando sua atenção de mim.

Antes de mais nada eu sai correndo dali e me escondi atrás do grande muro de pedra depois da passagem. Eu sabia que aquele animal não ia com a minha cara.

--- O que foi, Harold? Não há nada ai. Escutei a voz do homem para ele.

Ele rugiu e saiu correndo em direção aos cavalos, e eu fiquei ali esperando ele se ir para eu voltar ao celeiro. Não era muito bom ser vigiada por um enorme leão que parecia comer você com os olhos. Ele olhava para aqueles cavalos como se fossem crias dele, era incrível aquilo, nem as galinhas e os outros animais do celeiro ele comia.

Eu voltei para o celeiro escondida e as pressas, sentia uma brisa me arrepiar por inteira, tinha a sensação de que alguém me olhava. Não dei bola para aquilo e voltei ao celeiro. Me sentei na cama, estava ofegante havia corrido por trás das árvores para aquele leão não me achar, mas o danado me viu abrir a janela e rugiu feroz ele me encarou de longe eu fiz o mesmo com ele o fulminando.

--- Foi por pouco. Falei sentada na cama e suspirando.

Eu ainda estava pensativa, quem seria o tal senhor Jackson? Filho do dono do castelo? Primo? Irmão? Bom, acho que o dono do castelo não tinha família pelo o que senhora Mary havia falado. Eu o via como um velhinho triste e solitário, talvez até um pouco rude. E com esses pensamentos acabei pegando no sono.

Mais tarde novamente escutei a porta se abrir e vi os raios do sol entrarem no celeiro.

Eu esfreguei os olhos e me levantei sem fazer barulho, mas aquela cama por ser velha sempre ringia. Mas para minha sorte ninguém ouviu, porém para meu azar eu só escutei os barulhos do cavalo e um homem sair cavalgando nele rapidamente. Eu não vi sua face, eu quase nem pude enchergar o que ele vestia. Apenas vi sua figura montada naquele cavalo negro saindo pelo campo a fora pelos fundos do castelo.

Mas eu sabia que ele uma hora voltaria e eu estaria ansiosa para isso, pois queria saber quem era aquele ser misterioso. Seria ele quem esteve ali naquela noite? E seria ele o vulto que vi aquela manhã?

Oh céus essas dúvidas estão me matando por dentro!

Eu vi aquele leão vir até ali e me olhar, sempre mantia sua pose de rei e um olhar profundo e completamente sério.

--- O que você quer aqui? Não acha que já tive o bastante naquela tempestade? Meu braço ainda dói. Falei o olhando pasma.

Ele pareceu me ignorar e fez uma cara como se eu fosse uma maluca a sua frente, virou e saiu dali. Me fazendo se sentir uma pessoa abestada, eu ri de mim mesma quando ele saiu dali. Acho que eu devia estar ficando maluca.

Eu ficaria esperando aquele ser voltar, tentaria não chamar sua atenção. Se senhora Mary descobrisse que eu estive lá espiando eles me daria um de seus sermãos. Pensei que ela brigaria comigo por ter falado dos uivos aquela manhã.

Demorou até que eu pudesse escutar novamente a porta se abrir, eu estava no banheiro e pude escutar o barulho dos cavalos. Eu escutei alguém se esbarrar em algo e resmungar sozinho.

Abri a porta do banheiro lentamente e o ouvi brigar com as galinhas por estarem fazendo barulho aquela hora da noite, eu não me aguentei e comecei a rir. Mas me contive e me escondi ali apenas o observando encostada na parede. Ele vestia um capuz preto e botas, era o que eu conseguia ver. Ele se abaixou para tirar algo de sua bota, será que ele dormiria ali?

Ele se virou para a porta do quartinho e como as luzes do celeiro estavam ligadas dava uma iluminação ali, ele viu algo sobre a cama e minha mochila no chão. Ele se assustou, eu parei de espiá-lo para que ele não me visse.

Droga Alex! Pensa em alguma coisa, ele não pode ver você aqui!

Eu  o vejo entrar no quarto a passos curtos e lentos, parecia curioso. Foi até minha mochila, se agachou e ficou olhando os pequenos chaveiros que nela eu havia colocado.

Eu torcia para que ele não me visse ali, viu a cama bagunçada e algumas coisas sobre ela. Eu percebi que ele iria se virar para mim, com medo eu apertei os olhos.

Capítulo 7

Eu os abri rapidamente e olhei para o celeiro, vi alguns fenos empilhados ali então mais que depressa eu corri até ali e me escondi. Eu sabia que ele ia procurar por alguém ali, então eu mais que depressa subi uma escada ali e fui para a parte de cima do celeiro. Eles guardavam algumas coisas dos animais lá. Me agachei e como a luz ali embaixo estava acesa eu o veria se fosse ali. Ele saiu do quarto meio espantado, desligou a luz do celeiro.

Droga seu abestado! Eu não vejo nada aqui.

Eu não sabia onde ele estava, e pelo que eu pude perceber ele ainda estava ali dentro. Eu não ficaria ali, pois ele poderia me perceber, fui mais para frente e fiquei sobre uma viga de madeira que havia ali. Eu quase que cai, pois havia me desequilibrado, mas para minha sorte consegui segurar ali.

O misterioso estranho olhou para cima quando escutou a viga ringir. Eu não o via e ele também não me via, era minha sorte. Eu estava já até suando frio, pois aquele negócio ringia e ele não era tão bobo assim.

Oh não! Não, não não. Pensei quando minha mão soltou da madeira que eu me segurava no teto, acabei me desequilibrando e já esperava a pancada no chão até que sinto alguém me segurar em seus braços.

--- Cuidado moça. Escutei uma voz masculina em um tom sexy, me fazendo se arrepiar.

Seu cheiro era másculo e inebriante, suspirei quando eu o senti. Eu não podia ver sua face, apenas senti seus braços a segurar meu corpo e seu cheiro a invadir meu ser e minha alma.

Céus que homem é esse?

Eu nada disse apenas sorri de lado e o vi me colocar no chão. Eu fiquei ali parada ainda sonhando com seu cheiro, enquanto ele saía dali me deixando embriagada com sua voz e seu aroma maravilhoso.

Demorou para eu me dar conta de que eu ainda havia de dormir. Eu me deitei naquela cama, fechava os olhos e parece que eu ainda o senti me segurar e me enlouquecer com seu cheiro. Eu ainda não havia visto sua face, só tinha visto ele naquele capuz o cobrindo de cima a baixo.

No dia seguinte quando eu me acordei percebi que senhora Mary já havia ido lá. Será que dormi tanto assim? Os raios do sol entravam mais quentes do que de costume pela janela do quarto e pela porta do celeiro. Me levantei e olhei as coisas ao meu redor, vi a pequena bolsa sobre a mesa e algumas frutas ao lado. Fui até o banheiro tomar um banho para ver se tirava aquela molesa de mim.

Então meu destino era aquele, esperar aquele machucado sarar para ir embora. Eu já nem fazia mais as contas das semanas nem dos dias. Estava perdida no tempo, e minhas curiosidades a cada dia se aumentando mais. Eu me perguntava se aquele ser do capuz escuro seria o tal senhor Jackson do qual eu já escutei falarem. Os dias se passavam e eu não conseguia tirar aquele perfume de minha mente, durante a noite ficava esperando pensativa quando aquele ser iria voltar.

--- Senhora, por que Harold não come os outros animais, como fazem os outros leões? Perguntei no final daquela tarde quando ela estava ali recolhendo alguns ovos das galinhas.

--- Ele não é um leão qualquer. Ela disse me vendo em pé na porta do celeiro a olhá-lo de longe, mas logo me virei para ela.

--- Como assim? Perguntei mais curiosa ainda.

--- Me lembro de quando eu cheguei aqui, ele era apenas um pequeno filhote. Pelo que alguns empregados do castelo me contaram foi que o pequeno havia sido rejeitado pela mãe. Disse vindo com alguns ovos nas mãos e os colocava em uma pequena sacola.

--- Poxa, mas por quê? Curiosa perguntei olhando para o chão e depois olhei para o campo, ele corria com os cavalos.

--- Por ele não ser bom de caça, por não comer carne. O pequeno filhote era muito desajeitado. Disse me fazendo duvidar de suas palavras.

--- Eu não consigo entender, não entendo o porquê de ele não ter me devorado naquela tempestade. Falei me lembrando de seus olhos para os meus, parecia assustado.

Ela apenas me olhou e foi até onde eu estava. Acariciou meus cabelos e sorriu para mim, pegou a sacola com os ovos e saiu por ali a fora me deixando pensativa enquando observava o grande leão a brincar com os outros cavalos como se fosse um deles.

Capítulo 8

Sentada sobre os fenos eu observava as galinhas e via atrás delas uma fila de pequenos e amarelinhos pintinhos, me lembrei de quando saíamos a passeio com as professoras. Era exatamente assim, todos em filas e uniformes das mesmas cores, e ri diante de meus pensamentos.

Eu vi os cavalos deitados naquela grama verde olhando o pôr-do-sol e uma vontade de ir até lá se deu em mim. Olhei para o celeiro e via tudo que eu precisava para uma boa cavalgada.

Acho que ninguém mais irá vir aqui hoje. Pensei me levantando e sacudindo minha roupa.

Peguei tudo o que era preciso para eu poder cavalgar e sai do celeiro. Olhei para os lados e vi um cavalo branco perto da árvore distraído.

É você mesmo.  Pensei chegando perto dele e o acariciando, não podia assustá-lo.

Ele aceitou minhas caricias e eu aproveitei para colocar o freio em sua boca, logo em seguida colocando as outras coisas sobre ele para que eu pudesse montar nele.

--- Vamos lá Alex, você consegue… um… dois… três… já! Falei subindo nele.

Se você visse a cena talvez até desse risada, pois eu era bem atrapalhada com as coisas.

Quando eu estava sobre ele e olhei para aqueles campos abertos eu me lembrei dos tempos que eu ficava naquela clínica, faziam esse tipo de atividades para que eu esquecesse do “fantasma”. Mamãe chegou até a comprar um cavalo para mim, assim quando eu ia no sítio do vovô eu aproveitava para cavalgar. Cheguei até a fazer uma competição, uma corrida, mas acabei ficando com trauma quando cai e tive que ir para o hospital.

O cavalo andava tranquilamente, mas eu queria correr, queria sentir aquelas antigas emoções, queria sentir o vento agitando meu cabelo. Foi isso que eu fiz, comecei a fazê-lo correr por aquele lugar. A visão era maravilhosa ainda mais com aquele pôr-do-sol.

Isso é maravilhoso, a natureza é maravilhosa. Pensava sorrindo e feliz, viver na cidade e crescer lá me fez esquecer que a natureza era a perfeição de Deus.

Uma brisa passou pelo meu corpo, me fazendo se arrepiar e me fez virar para o castelo eu olhei para lá e sentia que alguém me espiava. Alguém bem longe estava me causando aquelas sensações, mas como sempre eu deveria estar ficando meio louca por estar naquele lugar, seria isso que mamãe diria para mim.

Eu fiquei alguns segundos olhando para lá, mas não via ninguém, era uma sensação um tanto estranha. Comecei a sentí-la desde o dia que decidi ir espioná-los em seus afazeres.

--- Harold? O que faz aqui? Eu perguntei ao leão que me olhava ali parecendo me dizer “quem lhe deixou pegar o cavalo?”

Eu voltei ao celeiro e coloquei o cavalo lá junto com os outros, Harold entrou e eu fechei a porta do celeiro. Cansada tomei meu banho e me deitei, tentava dormir, mas meu braço insistia em doer.

E agora? O que eu farei? Senhora Mary não está aqui. E eu não irei me arriscar a voltar lá novamente. Pensava tocando levemente meu braço por cima do lenço.

Eu vi algumas gaze sobre a mesa, mas não haviam as ervas que faziam parar de doer.

--- Eu não irei conseguir dormir assim. Eu disse me levantando e olhando no minúsculo banheiro se havia algum soro ou chá lá.

A minha única escolha era ir até o castelo e chamá-la. Peguei um casaco e a lamparina, iria até lá pedir para ela ver meu braço.

--- Fique ai, apenas irei ver o que posso fazer para passar essa dor nesse buraco que você fez em meu braço. Falei para Harold que me olhava atento enquanto eu abria aquela porta pesada do celeiro.

Havia apenas uma chuva fina, mas coloquei o casaco e o fechei bem, um enorme machucado em seu braço e mais gripe ninguém merece.

Só espero que essa lamparina não se apague. Pensei tomando cuidado com o vento.

Daria alguns minutos de caminhada do celeiro até lá e eu já estava começando a ficar com medo daquela escuridão e daquele vento que soprava cada vez mais forte.

Cheguei próximo a uma enorme porta, mas como eu iria chamar senhora Mary?

Eu me atrevi a abrir a enorme porta, ela ringuiu por causa das dobradiças velhas e entrei em uma enorme e empoeirada sala. Era sombria e fria, estava silenciosa e parecia haver poucos movéis ali. Continuei andando lentamente cuidando para não esbarrar em nada. Até porque se eu esbarrasse faria um barulho tremendo e ecoaria pelo castelo inteiro. Conseguia apenas enxergar poucas coisas, pois como era noite de lua cheia seu brilho entrava pela enorme janela e iluminava aquele lugar.

--- Senhora Mary? Falei baixinho quando escutei uma porta bater.

--- Tem alguém aí? Eu dizia tremendo de medo com aquilo.

Uma brisa passou por mim e apagou a vela da lamparinha. Droga! Eu escutei algo se arrastar por ali e um repio tomou conta de meu corpo, o vento continuava a soprar lá fora e fazia com que os galhos das árvores batessem na janela fazendo um barulho horripilante.

--- Senhora Mary? Está aí? Perguntei com a voz tremula e me abaixei depressa quando um morcego passou voando rapidamente em minha direção.

Eu estava andando e olhava para aquelas paredes que me transmitiam medo e me deixavam cada vez mais horrorizada. Eu esbarei em algo, que fez um barulho horrível, pois o vaso que estava sobre a pequena mesa balançou. Mais que rapído eu me abaixei e consegui segurá-lo para que não caísse. Acabei deixando minha lamparina cair e só escutei o vidro se quebrando em milhões de pedacinhos no chão.

Eu estava sentada naquele chão gelado quando senti algo passar do meu lado, e aquela brisa gelada passava junto com aquilo. Eu senti uma mão fria tocar meu ombro por debaixo do casaco, aquilo sim me causou mais arrepios e me fez sentir o suave cheiro que aquele mesmo homem havia segurado em seus braços tinha. Eu me encolhi e em questão de segundos eu não sabia mais o que estava fazendo ali. Minhas vistas escureceram e eu cai em um sono profundo.

Capítulo 9

Senti alguém perto de mim e pelo cheiro deveria ser senhora Mary. Ela deu alguns tapinhas em minha face e eu acordei tonta.

--- O que faz aqui, criança? Perguntou me vendo como uma completa bobona deitada naquele chão.

--- Senhora Mary? É… eu vim pegar da erva para colocar em meu braço. Falei me sentando e esfregando os olhos.

--- Deveria ter esperado até de manhã. Sabe que é perigoso vir até aqui, corro risco de perder meu emprego se alguém souber que eu trouxe pessoas de fora sem a ordem de meu patrão. Disse me levando até uma cozinha. E eu pensei seu patrão que se foda!

Ainda estava escuro e pelo que eu podia perceber deveria ser de manhã cedo, a sorte. Teria tempo para sair dali antes que alguém me visse. Ela pediu para eu sentar ali e esperar enquanto ela pegava as ervas para lavar meu braço.

Fiquei observando os enfeites daquela cozinha, os azulejos, as louças era tudo diferente do que eu estava acostumada a ver. Pareciam ser muito antigos e caros, muito caros. É aquela coisa de castelos antigos com seus reis e rainhas chiques.

Estava despercebida ali olhando, quando novamente eu vi aquele vulto passando pela porta. Quando eu ia me levantar para ver senhora Mary veio com as ervas.

--- Eu não entendo o porquê de seu machucado não estar sarando. Está quase a três semanas aqui e não vi um mero resultado diferente. Mas estou fazendo tudo o que o livro diz. Ela falou esticando meu braço e desenrolando o lenço para ver como estava.

--- Aii… Gemi quando ela tirou o lenço e suspirei, pois sabia que aquele curativo era doloroso.

--- Acho que seus amigos não sentiram sua falta. Afinal o que vieram fazer? Perguntou enquanto limpava meu braço delicadamente.

--- Viemos acampar, ficaríamos de férias durante um mês. Falei mordendo os lábios por causa da dorzinha chata.

--- É bom acharmos logo a cura para isso, senão terá que ficar aqui. Falou me olhando preocupada.

Por mais que eu estivesse ali, longe de tudo e sem ninguém conhecido a não ser senhora Mary, eu estava gostando dali. E estava até me acostumando com aquelas coisas, campos verdes, assistir o pôr-do-sol todos os dias, escutar os uivos nas noites de lua cheia, tempestades durante as noite me assustando, aquela brisa gelada que fazia meu corpo arrepiar toda vez que eu saía para fora do celeiro. Aquilo tudo já estava virando parte do meu cotidiano e até o misterioso do capuz preto que havia me salvado aquele dia. O misterioso da capa preta mais cheiroso e horripilante do mundo.

--- Pronto, agora nós vamos voltar ao celeiro antes que todos acordem. Falou pegando uma cesta com algumas coisas e abrindo uma porta para sairmos.

Em silêncio voltamos ao celeiro, abriu a enorme porta e soltou os animais para que pudessem sair e respirar o ar fresco.

--- Trouxe um pedaço de bolo para você, todos comeram. Falou abrindo a cesta e me mostrando o que havia lá.

--- Senhora, acredita em fantasmas? Perguntei vendo ela pôr as coisas sobre a mesa.

--- Talvez criança. As vezes falamos muito deles, talvez eles apenas querem ter suas vidas normais e tranquila como as dos outros. Ela falou sem olhar para mim e eu fiquei pensando o que realmente ela quis dizer com aquilo.

--- Eu devo voltar, tenho muitas coisas para fazer hoje. Tome cuidado com seu braço e espero que tenha entendido que não deve ir para o castelo. Falou me fazendo se lembrar de seus sermões durante esses dias quando eu a perguntava algo.

--- Okay. Eu disse vendo ela pegar a cesta vazia e sair por ali conversando com Harold.

Eu me encolhi na cama enquanto comia o pedaço e bolo que ela havia levado, fiquei me perguntando quem seria o ser que eu tinha visto aquela noite, e tinha sentido tocar em mim. Seu cheiro era o mesmo do homem que me segurou em seus braços na noite em que quase cai, o homem do capuz. Seria ele o ser que com suas mãos frias que tocou meu ombro? Seria ele que me espiava quando eu saía do celeiro? Queria apenas respostas para minhas perguntas.

...  

Estava tomando meu banho naquela noite tranquilamente, como a porta não tinha chave eu a deixava apenas encostada sabia que ninguém viria aquelas horas ali mesmo.

Cantarolava algo e me ensaboava com os olhos fechados, aquela brisa gelada passou por mim debaixo do chuveiro e assustada eu deixei o sabonete cair e abri os olhos para pegá-lo, meu corpo estava completamente arrepiado, ainda iria descobrir o que me causava isso.

--- Aí está você. Falei me agachando lentamente para pegá-lo.

Mas o que me intrigava era sempre aquela brisa gelada, eu me sentia como se alguém me espiasse a todos momentos. Eu olhei para a porta, pois aquilo parecia vir de lá. Mas não tive sucesso eu não via ninguém lá.

Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha. Enxuguei meus cabelos e abri a porta do banheiro para pegar uma roupa em minha mochila, a sorte que senhora Mary apesar de achar meus trajes estranhos, ela os lavava. Peguei uma simples camisola de seda e a vesti. Quando terminei de colocar minha roupa eu escutei aquele barulho na porta do celeiro. Sem dúvidas, eu tive que ir até lá ver o que era. A porta já estava aberta, então apenas passei por lá sem fazer barulho algum. Eu olhei para rua e estava meio frio e completamente escuro, mas mesmo assim eu decidi ir atrás do que era.

Fui andando pelo gramado e olhava para ver se eu achava alguém, até que eu pude ver a capa.

É ele de novo. Pensei enquanto eu o seguia, queria ver para onde ele iria.

Sem olhar para os lados eu continuava a segui-lo. Eu ainda iria descobrir o que ele fazia ali. Estava andando distraída quando escuto um rugido bravo, que me faz se assustar. Olho para trás e vejo Harold, como se estivesse me chamando para voltar ao celeiro.

--- Eu já volto. Shiii… Harold. Falei sussurrando para ele, eu iria descobrir o que aquele estranho queria ali toda noite.

Mas eu acabei me surpreendendo quando eu olhei de volta para a direção que ele ia e apenas vi uma pantera preta a correr em direção ao castelo, não vi até onde aquela misteriosa pantera foi, pois ela sumiu nas sombras da escuridão.

Para onde o homem do capuz havia ido? E da onde havia surgido aquela pantera negra? Eu ainda iria o descobrir!

Capítulo 10

Eu decidi voltar para o celeiro. Andando atrás de Harold que parecia desfilar a minha frente. As vezes me sentia uma idiota com aquele leão perto de mim.

Quando chegamos no celeiro ele correu para a parte de cima, aonde era o lugar que ele dormia.

--- Agora está ai né seu danado, nos seus aposentos de rei. Se não fosse você eu teria visto para onde aquele cara foi. Falei fechando a porta do celeiro e o vi se arrumar para dormir.

Ele se virou para mim e lançou um olhar fulminante, acho que talvez eu pudesse ser até mal agradecida,  pois ele havia me alertado sobre a pantera.

--- Está bem bonitão, você ganhou essa noite. Mas ainda irei descobrir quem é aquele cara. Falei apagando a luz do celeiro e indo para o quarto.

Eu sabia que eu não dormiria aquela noite, pois aqueles pensamentos e dúvidas não saíam de minha mente. Se senhora Mary estivesse ali com certeza, a essas horas eu estaria enchendo ela de perguntas. E sabia que suas respostas não seriam o suficiênte para cada uma de minhas dúvidas.

Eu não comi nada, apenas apaguei a vela da lamparina e me deitei ali, pensativa como nunca. Será que estou ficando louca ou eu talvez vi aquele homem se transformar em uma pantera? Acho que estou ficando louca, preciso descansar.

...  

--- Criança, acho que ficará para trás. Senão me engano hoje faz um mês de que está ficando aqui. Seus amigos devem ter deixado você. Senhora Mary falou novamente olhando meu machucado enquanto eu comia alguma coisa aquela manhã.

--- É… mas se bem que há um sítio onde estávamos acampando e o senhor que mora lá é muito gentil, acho que senhor Brian me ajudaria a voltar para a cidade. Falei dando logo em seguida um gole em meu suco.

--- Acho que um dos nossos empregados poderia lhe deixar em uma estação de trem ao coisa do tipo. Falou sorrindo amarelo, parecia que algo a preocupava.

--- Okay, acho que um dia meus amigos ficariam surpresos em saber que eu estive mais de um mês em um celeiro de um enorme castelo antigo. Daria um bom livro, não achas, senhora? Eu disse a olhando sorridente, finalmente poderia falar sobre os dias que estive ali. Que com certeza foram os dias mais horripilantes e difíceis que já tive.

Ela estava tão distraída que nem me respondeu, ou apenas não quis me responder. Porém como sempre ela saiu dali sem demorar, parecia um meio fácil para ela escapar de minhas perguntas malucas. E eu sabia que ela levava consigo grande parte das respostas que eu queria.

Eu me sentei na cama, apoiei meu cotovelo em meu joelho fazendo uma cara cansada e irritada. Sentia minha cabeça doer de tanto que eu pensava durante o dia, e agora durante a noite também.

Quando sair daqui terei que voltar naquela clínica para fazer uns bons exames.  

Carly, Izzy e Chris deveriam estar longe essas horas e eu estava ali, sozinha, assombrada, horrorizada e maluca. O que eu faria de minha vida? Seguiria ali e morreria de curiosidade ou voltava para o sítio do senhor Brian e tentaria voltar para casa.

Aquele castelo era desconhecido por todos, acho que talvez ninguém nem sabia que aquele lugar existisse, mas me lembro de já ter o visto em algum lugar.

O dia se passou, final de tarde novamente. Passeava em volta daquele celeiro, e acabei encontrando o belo cavalo branco ali de novo. O acariciei e sorria para ele, olhei em seus belos olhos e parecia que ele pedia para que eu passeasse com ele. Está bem, não insista. Irei pegar as coisas e iremos passear juntos por aqui. Pensei o olhando admirando por ser tão manso, ao contrário do cavalo negro, o mais bravo de todos. Eu nem me atrevia a chegar perto dele.

Entrei no celeiro peguei as coisas e as arrumei nele, logo já cavalgava lentamente por aquele enorme e belo campo.

Eu dormia em minha cama tranquilamente, mas eu a senti com suas mãos frias me tocar. Sempre havia uma neblina misturada com uma brisa gelada em sua volta. Eu me assustei quando a vi me olhar com uma expressão séria.

--- O castelo. Você precisa salvá-lo. Sua voz dizia em um eco pela casa.

--- Salvar quem? E que castelo? Eu falava me levantando e a seguindo pelo corredor.

--- Por favor, você precisa tirá-lo de lá. É o castelo dos Jack… E ela não terminou de falar se jogando da janela e sumia.

Eu voltei para a cama e tive um sonho, vi a entrada do enorme castelo. Pessoas com tochas, pedaços afiados de pau, facas, armas, tudo o que poderia ferir alguém. Eles gritavam pedindo que o dono do castelo saísse e fosse ter sua vida longe dali, pois o castelo pertencia á eles.

Acabei me despertando daquele devaneio quando escutei cavalgadas de um cavalo rapidamente, olhei para as montanhas e vinha de lá. O grande e valente cavalo negro vinha como um foguete para seu castelo.

Olhei para os céus e as nuvens negras se juntavam, faziam barulhos nos avisando que logo choveria.

Escapando do cavalo negro e da chuva, fiz meu maravilhoso e ligeiro cavalo branco voltar o seu caminho. Quem quer que seja que montava naquele cavalo negro, aquela pessoa era do castelo e não demoraria a passar por ali, ainda mais cavalgando com aquele cavalo que tinha vento nos cascos.

--- Bom garoto, fez ótimo seu trabalho. Uma pena termos que voltar. Falei acariciando o belo e simpático cavalo.

A maioria dos cavalos já estavam dentro do celeiro, só Harold que não havia dado sinal de vida ainda aquela semana.

Entrei no banheiro e já iria tomar meu banho, pois bem provável que faltasse luz com a tempestade que já estava vindo. E uma garota medrosa como eu tomar banho de água gelada e ainda no escuro não dava. Tinha a lamparina, mas não seria muito bom ainda assim tomar banho de água fria. Me despi delicadamente, não deixando de admirar bem a forma de meu corpo, nunca me senti tão bela desde que passei pela puberdade.

Tomei meu banho como de costume e me enxuguei, me enrolei na toalha, pois como sempre me trocaria no quarto.

Abri a porta do banheiro e escutei a primeira trovoada a dar sinal de vida. O vento também já a acompanhava e logo em seguida a próxima a chegar seria a dona chuva.

--- Droga! Eu não acredito! Escutei uma voz revoltada vir do celeiro e um barulho com a porta se fazia.

Metida e curiosa como sempre, eu abri a porta do quarto e vi um cidadão nervosinho tentando abrir a porta do celeiro. Eu comecei a rir de seu jeito, o magrelo tentava arrombar uma porta daquele tamanho. Desse jeito meu bem, você nunca vai conseguir. Pensava rindo de seus esforços que não valiam a pena.

Sem que eu esperasse o sujeito virou para mim quando escutou minha risada que escapou alta. Arregalou os olhos e gritamos por quase um minuto. Depois de gritarmos um silêncio constrangedor se fez presente. Ele veio até mim parecendo um bicho do mato, parecia nunca ter visto uma mulher vestida daquele jei… bom quer dizer, uma mulher quase nua.

--- O que faz aqui com esses trajes? Sabe por acaso o que fazemos com impostores? Falou mandão e irritante.

--- Me desculpe. E eu nem sei quem você é. O impostor aqui é você. Falei o olhando com desdém, mas por dentro ria de sua figura.

--- Olha como a senhorita fala comigo, se soubesse quem eu sou duvido se ainda estaria em minha frente! Falou me encarando bravo.

--- Aé? E quem você é? Um magrelo fracote tentando arrombar uma porta desse tamanho. Eu disse rindo de sua cara e ele me observava irritado com os braços cruzados.

--- Olha senhorita… Posso muito bem mostrar lhe quem eu sou, mas não irei discutir com uma simples garota que não tem respeito, além de responder os mais velhos se exibe com trajes inadequados. Falou furioso e procurava algo para abrir a porta.

--- Tão velho e fraco que nem uma porta de madeira consegue abrir. Eu disse colocando as mãos na cintura e segurava o riso.

--- Se fosse ao menos mais educada e digna de respeito estaria agora me ajudando a abrir essa enorme porta aqui. E se eu não tivesse o que fazer eu já teria lhe mostrar o quão fraco e velho sou minha querida. Disse convencido como se fosse o dono do pedaço.

--- Poderia ter usado a cabeça e ter se dado conta de que há uma viga ali próximo, e que você pode usá-la para abrir a porta. E por favor me chame de Alex, esse negócio de senhorita e “minha querida” só lhe ajudaram a me deixar com mais raiva de você. Disse o olhando com desdém, mas seria engraçado vê-lo tentar abrir aquilo, ele não disse nada apenas pragejou algo baixinho e começou a fazer seu esforço.

--- Bom, eu vou me trocar. Tenho que dormir aqui mesmo. Já o senhor como é mais idoso e cheio de problemas de visão deve dormir em um lugar mais comportável. Se fosse jovem acho que não ligaria em dormir em um simples celeiro como esse. Falei já sabendo que ele faria seu discurso, mas estava afim de provocar alguém. Baixinho eu debochei de sua cara.

--- Oras sua maldita garota! Venha aqui me ajuda por favor, ao invés de ficar enchendo minha paciência. Falou com raiva e sua voz já estava até rouca.

Está bem senhor mandão. Vamos ver o que podemos fazer.  Pensei indo em sua direção e o ajudei a segurar a viga e com força arremeçá-la na enorme porta.

--- Vamos. Estamos quase lá. Falou apoiando a viga em uma de suas pernas e segurando com sua mão, enquanto limpava o suor de seu rosto.

Repetimos novamente aquilo, mas o que realmente aconteceu foi uma pilha de fenos cair sobre nós nos derrubando no chão. Ele caiu sobre mim, deixando um clima tenso entre nós. Me olhava nos olhos, com seu corpo colado ao meu me fazendo se arrepiar. Seu cheiro inebriante já invadia meu ser.

Céus! É ele! Eu sei que é. Conheço seu cheiro.  Pensei olhando para sua face e seus olhos profundos.

Sentia seu cheiro invadir minha alma. Ele tirou alguns fenos que estavam sobre meu rosto, olhou para meus lábios e eu também olhei para os seus o vendo umidecê-los. Em poucos segundos sua boca estava colada a minha, sua língua duelava com a minha e o senti intensificar o beijo me deixando completamente louca por ele.

Seu membro começava acordar, tocava em meu ventre o sentindo ficar rigído a cada minuto que se passava. Nosso desejo aumentava e eu o teria aquela noite sem sombra de dúvidas.

Capítulo 11

Seu olhar no meu e sua boca na minha. Prensava seu corpo contra o meu me fazendo sentir tamanha sua ereção, que esfregava em minha cintura.

Em poucos instantes ele já descia seus beijos pelo meu pescoço, sua mão subia tocando minha coxa. Seu toque era frio e diferente dos outros, mas não deixava de ser o mais excitante de todos os que eu já havia sentido. Ele era estranho, diferente e a sua forma de beijar e deixar uma mulher louca de prazer era única.

Ele desfez o nó na toalha que eu havia feito para envolvê-la em meu corpo e ficou pasmado quando viu meu corpo completamente nu em sua frente. E vi o desejo em seus olhos crescer mais ainda.

--- Oh céus, você é perfeita. Falou enquanto rapidamente ele abria o zíper de sua calça.

Me sentei e o ajudei a desabotuar sua camiseta. Quase tive um ataque quando o vi tirar a cueca e ficar nu em minha frente, seu membro estava duro, apontado para cima e latejante.

Ele olhou para mim maliciosamente, esticou sua camiseta sobre alguns fenos que haviam ali e se sentou me puxando para ele. Sem que eu pudesse pensar ele me puxou e de uma vez só me penetrou, arrancando gemidos de minha garganta. No começo ouve uma ardência, mas logo suas investidas foram ficando cada vez mais prazerosas. Ele parecia ter uma certa fome em me penetrar daquele jeito.

Ele aumentou o ritmo e logo sinto nossos gozos se misturarem. Ele se levantou e com minhas pernas envolta de sua cintura me levou até o quarto. Se deitou e me puxou para beijá-lo, seu beijo era suave e selvagem ao mesmo tempo. Suas mãos acariciavam meus seios delicadamente, sua boca descia em direção ao meu colo. Ficou agora sobre mim, me beijava e me levava a loucura com aquilo. Beijou meus seios, mas logo já o sentia beija minha barriga ainda tocando meus seios.

Eu arranhava suas costas e minhas mãos foram para seus cabelos cacheados quando senti sua respiração próximo ao meu ponto mais fraco.

Com seu polegar direito ele acariciou meu clitóris que eu sentia latejar. Acariciou delicadamente me fazendo arfar.

Ele vai me enlouquecer.

Agora com mais dois de seus dedos ele brincava comigo, fazendo circulos em meu clitóris e mordendo os lábios me deixando cada vez mais excitada com ele. Eu me apoiava em meus cotovelos, queria ver tudo o que ele faria.

--- Bem molhadinha pra mim. Ele disse rouco quando deslizou seus dedos em minha entrada.

Eu pedia para que ele me penetrasse logo com seus longos dedos, mas ele não o fez.

Droga seu canalha! Está me deixando louca por você. Pensei indignada com aquela minha louca vontade de tê-lo dentro de mim novamente, eu nunca fui assim tão fácil!

Continuava com os circulos em meu clitóris e quando eu estava prestes a chegar ao meu orgasmo ele descia com seus dedos até minha entrada.

--- Ahh… não me… torture… assim. Ofeguei com sua brincadeira maliciosa.

--- Diga o que você quer, baby! Disse sedutor enquando ainda me torturava.

--- Quero que… oh! Gemi quando ele aproximou sua boca de minha vagina.

--- Vamos gata, diga. Falou agora dando uma leve lambida em meu clitóris.

--- Oh caramba! Me chupa. Por Favor! Gemi com o ar faltoso enquando ele me olhava desafiador.

Ele me olhou no fundo dos olhos, agarrou minhas coxas e com sua língua ele arrancou urros e gritos de prazer de minha garganta quando o senti acariciar meu clitóris com ela. Sua língua deslizava até minha entrada e voltava ao meu clitóris, fazendo movimentos parecidos, porém mais prazeroso exatamente como ele fazia com seus dedos. Me chupava e apertava minhas coxas, eu segurava em seus cachos macios e rebolava em sua boca.

--- Uhhh… vou go… vou goz… Eu gemi e acabei gozando em sua boca sentindo sua língua se deliciar ali.

Meus cotovelos perderam a força, me fazendo deitar ofegante e suada por causa daquilo. Logo senti seu corpo sobre o meu, ele me beijou e lambeu meus seios. Se deitou e me puxou para me deitar em seu peito. Acariciava meus cabelos e tocava meu bumbum, me fazendo se arrepiar com seu toque gelado.

Capítulo 12

Na manhã seguinte quando eu acordei eu já não sentia mais a presença “gelada” que aquele homem me causava, então acabei deduzindo que ele já havia indo embora. Me levantei e notei que o sol já raiava. E acabei percebendo que ainda estava nua e não seria nada bom se dona Mary chegasse ali e me visse daquela forma. Me enrolei na minha toalha que estava jogada no chão e tomei um belo banho aquela manhã, não seria legal ficar o dia todo melada dos beijos de um homem que eu nem conhecia. Por alguns minutos me senti como aquelas putas da cidade. Aff!

Enquanto eu tomava banho aquela hora eu sonhava acordada, parecia ainda sentir os toques dele, seus beijos molhados e seu cheiro embriagador. Aquele homem estava me deixando intrigada com seu jeito diferente de ser e eu me perguntei se ele era realmente real.

Assim que terminei de me arrumar senhora Mary chegou e eu sorri assim que vi ela, eu queria perguntar do homem que havia me causado aquelas reações, mas temia ela me dar uma bronca ou me olhar com desdém como fazia as vezes. Então me limitei a fazer qualquer menção dele e muito menos da noite anterior.

--- Está pensativa hoje. Está triste por causa de seus amigos? Ela perguntou tocando minha mão com carinho.

--- Sei lá senhora, as coisas tem acontecido rapidamente depois que decidi vir as férias. Eu disse pensativa e sem olhá-la.  

Ela nada disse deixou meu café da manhã e saiu para fazer seus afazeres, enquanto eu fiquei ali o dia inteiro viajando em minha mente. Parecia sonhar acordada deitada naquela cama. Em alguns minutos em que deitei e me coloquei a pensar mais nele acabei me arrepiando com as sensações que tive, pude sentir seu toque gelado em minha perna, mas quando abri os olhos notei que eu estava sozinha no quarto, a janela se encontrava aberta e um vento frio entrava me fazendo se encolher.

A noite já havia chegado e quase não acreditei que fui capaz de ficar o dia inteiro sonhando acordada com ele, e me arrependi do que eu havia feito.

É os dias se passavam e eu ia me habitando naquele lugar. O homem daquela noite não havia voltado mais, porém eu ainda me lembrava de seus toques frios e seu cheiro que me embriagava todas as noites em meus sonhos. As vezes eu ainda me perguntava se realmente eu o vi e tive um caso com ele, sua presença não era real, era completamente fora do normal e as vezes eu imaginava que estaria ficando louca novamente por falta de viver no meu antigo mundo.

A cada dia que passava eu ia me sentindo mais louca do que o “normal”, todas as noites de lua cheia escutava uivos, gemidos e gritos que pareciam estar sufocados durante algum tempo. Por isso, agora sempre procurava ir dormir cedo quando eu sabia que seria uma daquelas noites atormentadas de lua cheia. Até cheguei a me perguntar se aquilo vinha de Harold, talvez fosse possível, mas sentia que aquilo não vinha de um animal, mas sim de um ser realmente apavorador e horripilante.

Minha ferida não fechava, apenas me fazia gemer com algumas coisas que eu me atrevia a fazer.

Depois do dia em que aquele homem veio nunca mais me atrevi a ir até o castelo, aquele castelo era realmente o pavor daquele lugar, toda vez que eu o olhava me lembrava de filmes de terror que eu já havia assistido e de velhas histórias sobre castelos.

Estava cansada de ficar dentro daquele celeiro e decidi ir ver os animais na rua, Harold estava deitado vendo os cavalos correrem.

Estava andando despercebida até que de repende senti algo em meus pés.

--- Oh droga! Não acredito! Eu disse olhando para meus pés e vendo onde eu tinha pisado.

É não tinha sido nada agradável aquilo e eu comecei a resmungar ali que nem uma velha. E percebi que parecia que aquele leão ria de mim.

--- É você deveria me ajudar ao invés de ficar ai me olhando com essa sua cara de rei ai. Aff! Eu disse irritada tirando meus calçados e tampando meu nariz e fui em direção a uma pequena pia que havia ali, minha cara de nojo era a pior de todas naquele momento.

Lavei aquele calçado e o deixei ali secando, tive que voltar para o celeiro descalço o que me fez resmungar mais ainda. Acabei levando um susto quando fui entrar no celeiro e vi o belo e temido cavalo preto é ele estava ali. Acabei concluindo que o senhor “gelado” estaria ali.

--- Você poderia ter mais cuidado com seu belo cavalo e ver onde ele faz suas necessidades. Eu disse entrando revoltada e vi ele arrumar o cavalo para já sair.

--- Lá vem a mocinha da cidade que nunca sujou os pés. Nossa tadinha. Ele falou em tom de deboche e eu não tolerei aquilo. Ele já sabia o que estava por vir.

--- Olha aqui seu idiota não é só porque está aí todo arrumadinho para sair a cavalgar no seu belo cavalo que eu terei de ficar aqui cheirando essa nojeira que ele fez, então por favor pode ir limpando isso aí.  Eu falei dando as costas para ele e encarando emburrada a janela do quarto.

Eu não escutei mais as reclamações dele durante alguns segundos, então decidi olhá-lo para ver o que ele estava fazendo. E quando eu me virei para a direção não pude acreditar no que ele estava fazendo, quase não aguentando meu riso eu o abafei colocando minhas mãos na frente da boca, não exageraria de sua boa vontade.

--- Está bom assim para você? Ele falou com uma pá na mão com as fezes do cavalo e eu assenti séria, mas eu ria por dentro e fiz uma cara debochada para ele sem perceber.

No momento em que eu o vi montar no cavalo uma tremenda curiosidade passou por mim, e eu precisava saber aonde ele iria aquelas horas. Ou melhor, aonde ele sempre ia para chegar quase de manhã no celeiro de volta.

--- Onde está indo agora? Perguntei simpática, mas notei ele se enrudecer e me olhar com desdém.

--- Acho que isso não é de sua conta, garota. Ele falou sem me olhar encarando o caminho que tinha para cavalgar pela frente.

--- Bom, só perguntei... não precisava ser tão grosso, mas já sei que você quis apenas me usar naquele dia. Pensei que por morar em um castelo seria mais gentil. Eu falei fingindo um certo tom de tristeza, queria fazê-lo me contar algo sobre o castelo e o tal “rei”.

--- Óh isso? Ainda está pensando naquilo? Pois saiba que eu já até esqueci. Agora por favor, se me der licença, eu preciso sair. Ele falou ainda mais ignorante e minha raiva subiu.

--- Escuta aqui seu idiota não estou pensando no que tivemos, se quer saber nem chega aos pés dos caras com quem eu já fiquei. Deve estar tanto tempo preso dentro desse castelo que se esqueceu de como se leva uma mulher a loucura. Eu disse com certo nojo dele e o vi ficar com fúria nos olhos a ponto de descer do cavalo.

--- Garota, se quer saber não ligo para o que tivemos, só peço que me respeite e por favor trate de achar que só porque está aqui a um bom tempo que esse lugar pertence a você. Deveria saber o que o dono do castelo faz com as visitas indesejadas. Ele falou pegando em meus braços e me encarando, nos seus olhos eu podia ver a fúria saltando deles, parecia que ele não desejava aquilo, mas não conseguia conter.

--- Oh cuidado! Olhe o que está fazendo seu idiota! Eu falei quando senti ele apertar meu braço no local ferido dando um leve gemido e acabei me irritando com ele.

Ele soltou meu braço e ficou ainda me encarando, só que agora parecia ter medo de ter feito algo comigo sem mesmo perceber.

Eu fui em direção ao banheiro, fechei a porta na sua cara e desenrolei o pano que envolvia meu machucado.

--- Você está bem? Desculpe se foi algo que fiz. Hey, abra a porta! Deixe-me ajudar você. Ele falou batendo na porta e como a dor era muita acabei fazendo o que ele pedia. Voltei a chave da fechadura e me sentei no vaso olhando meu braço.

--- Você está bem? Ele perguntou preocupado e notei arregalar os olhos quando viu a marca em meu braço. Ligeiramente ele olhou para suas mãos, estranhei aquilo, mas não o questionei sobre seu gesto.

--- Está ardendo um pouco. Dói quando mexo. Eu disse temendo tocar minha ferida enquanto ele olhava meio preocupado.

--- Quem fez isso? Ele perguntou carinhosamente e sorri sem ele perceber.

--- Aquele leão maluco que vocês criam aqui. Não se conformam em ter apenas um cachorro? Tem que ser um leão? Eu perguntei irônica e ele deu uma leve risada.

Durante alguns minutos ainda me observou, até que pude sentir uma brisa gelada em meu braço e notei que ele havia assoprado o local do ferimento.

--- Como está? Melhorou? Ele perguntou tocando meu braço com delicadeza e eu me levantei do vaso e fiquei o observando.

Seu toque era gelado, e ainda me causava arrepios, mas estava gostando daquela brincadeira.

--- Obrigado. Sorri para ele, e ele retribuiu.

Trocamos olhares alguns minutos, ele tocou minha face com sua mão gelada hesitei um pouco, mas logo o vi sorrir para mim. Sem que pudéssemos perceber nossas bocas estavam coladas uma na outra e nossas línguas trocavam carinhos dentro delas.

Em um instante em que toquei as costas dele o senti se assustar. Ele acabou parando o beijo e me olhou com os olhos arregalados e sua respiração faltava.

--- Garota, por favor, esqueça isso. Eu preciso ir! Ele falou gaguejando e em cerca de segundos montou em seu cavalo e saiu a cavalgar no comecinho da noite.

Ele acabou me deixando ali cheia de dúvidas e minha cabeça que antes se preocupava em ter que ir embora, e agora se perguntava o porque dele agitar daquela maneira. Seria um servo que corria risco de ser punido por ter relação com uma estranha no castelo?

Capítulo 13

Bem eu ainda tinha minhas dúvidas a respeito do dono do castelo, mas eu não tinha com quem conversar ali, por isso eu comecei a desabafar o que eu guardava para mim em meu caderno. Estava escrevendo tudo desde o dia que eu havia chegado ali, e com certeza quem lê-se aquilo acharia que eu estava ficando louca, principalmente nas partes onde eu descrevia o leão brincando com os cavalos, está bem ninguém acredita!

Dona Mary acabava de chegar aquele final de tarde, colocara os animais para dentro do celeiro e já dava a última refeição dos animais aquele dia.

Eu estava sentada na mesa e anotava algumas coisas em meu caderno e percebi ela me olhar sem saber o que eu estava fazendo, não demorou para que ela perguntasse o que eu estava fazendo.

--- O que faz, Alex? Ela perguntou vindo em minha direção do celeiro e chegou atrás de mim tocando meu ombro.

--- Oh dona Mary, nada! Apenas estou escrevendo algumas coisas, me sinto inspirada hoje. Sou escritora de alguns livros já publicados ai por esse mundo a fora. Eu falei fechando o caderno não deixando ela ver o que eu anotava, era a noite que eu havia tido com aquele ser.

--- Interessante. Sobre o que gosta de escrever? Ela falou se sentando na mesinha ali junto comigo e eu hesitei se eu realmente deveria falar sobre o que eu escrevia, pois sentia que aquele lugar me trazia lembranças de minha infância e muitas das coisas que eu escrevi em alguns de meus livros eu comecei a presenciar ali.

--- Escrevo em diversos gêneros, mas geralmente o tema são fantasmas, monstros, almas que vagam por aí... gosto de escrever coisas assim. Eu falei olhando para ela e a vi me olhar sem ações.

Ela apenas sorriu e tocou minhas mãos e simplesmente disse “que bom que está inspirada hoje”, logo saindo dali me deixando sozinha como sempre. Comecei a escrever e quando percebi que já havia escrito o suficiente para aquele dia decidi parar e ler para relembrar aqueles momentos. Acabei rindo sozinha quando eu li a parte onde eu havia ido até o castelo e me assustado com os barulhos que lá se encontravam. Era realmente assustador, mas por algum momento me senti medrosa.

Eu tomei meu banho e me deitei naquela pequena e velha cama que fazia um barulho irritante sempre que eu decidia me mexer.

Estava calor aquela noite e eu não conseguia dormir, me mexia para um lado e para o outro, mas o sono não vinha. Olhei em meu celular e percebi que já não era tão cedo assim quanto eu pensava. Sem ligar a luz do quarto para não acordar os animais, eu me levantei e fui até a janela para abri-la.

Fui tropeçando nas coisas e resmungando até chegar na janela. A abri e quando eu decidi voltar para a cama um barulho me chamou a atenção, mesmo estando ainda “meio dormindo” eu fiquei ali procurando com os olhos de onde vinha aquele barulho.

Olhei para os lados, mas a escuridão era tanta que eu não enxergava nada. Fiquei por mais alguns minutos ali encarando o nada em minha frente, mas algo horripilante invadiu meu ser. Uma brisa gelada tomava conta de mim e me fazia se arrepiar e eu pude sentir uma respiração ofegante como de um animal bravo próximo a mim. Decidi ligar a lanterna que havia em meu celular, mas segundos depois eu acabei me arrependendo.

Assim que eu liguei a lanterna e coloquei em direção a janela eu pude ver ali um ser completamente assustador, apavorante e ele olhou em meus olhos com uma fúria que ali eu acabei ficando com medo de ele fazer algo comigo. Ele continuou me encarando enquanto eu estava ali imóvel perante ele.

--- Você não viu nada garota. Ele falou com uma voz rouca e grossa para mim, logo em seguida me deixando ali.

Eu senti minhas vistas escurecerem, minhas pernas haviam perdido as forças e eu já não podia mais sustentar meu corpo sobre elas. Então, eu acabei caindo ali no chão e adormecendo até a amanhã seguinte.

Na manhã seguinte acabei acordando com os tapinhas de dona Mary em minha face e tive um sobressalto e me sentei rapidamente quando me lembrei da noite passada. Olhei para os lados e fiquei intrigada quando percebi que eu estava deitada na cama.

--- Está tudo bem com você? Dona Mary perguntou quando me viu se sentar na cama e esfregar os olhos.

Ela me ofereceu algo para tomar e eu aceitei, tomei rapidamente e fiquei observando as coisas que estavam em minha volta.

--- Estou sim, dona Mary. Eu disse sem olhar para ela e me levantei tocando minha cabeça.

--- Vim aqui lhe acordar, pois estava dormindo o dia inteiro. Acho que você está franca, veja está até pálida. Tem certeza de que está tudo bem? Ela perguntou me olhando preocupada e tocando meus cabelos.

--- Sim dona Mary... eu só acho que... Eu não terminei de falar, pois fiquei mais intrigada ainda quando vi a janela aberta do mesmo jeito que eu havia deixado aquela noite.

E meus pensamentos já haviam começado com as perguntas, como eu acordei na cama? Eu realmente me lembro de ter visto aquela coisa. Pude perceber que meu celular também estava ali no chão e senti minha cabeça doer.

Aquilo realmente tinha acontecido ou era apenas fruto de minha imaginação?

Capítulo 14

Estava sentada sobre alguns fenos lendo meu livro quando dona Mary chegou aquela tarde cantarolando, trazia comida para as galinhas e uma cesta vazia, e eu sorri ao vê-la.

--- Boa tarde criança, como está sua cabeça? Ela perguntou espalhando os grãos para as galinhas no chão.

--- Está bem melhor, o que não melhora aqui é meu machucado, acho que ficarei a eternidade aqui. Eu falei rindo e vi ela sorrir para mim também.

Eu já estava considerando ela como uma avó para mim.

--- Bom, acho que hoje tenho uma tarefa para você. Ela falou pegando a outra cesta e agora olhava para mim.

--- Queria que você me ajudasse a pegar alguns frutos das árvores mais altas, sei que pode subir com menos dificuldades do que eu. Ela falou pegando em meus cabelos e eu assenti afirmando que iria ajudá-la.

Fomos até a parte de trás do celeiro e subi até uma árvore para pegar algumas frutas. Dona Mary ficava embaixo para pegá-las quando eu as jogasse. Tive que subir umas três árvores altas, mas no fim acabei matando minha saudade, adorava fazer isso quando menina.

--- Acho que está bom por hoje, Alex. Ela falou pegando a última fruta e as ajeitando na cesta para que não ficassem machucadas.

Enquanto ela seguia sem caminho de volta para o castelo me agradecendo eu fiquei ali e decidi pegar uma goiaba, estavam tão bonitas que eu não as resisti. Estava observando o pôr do sol ali e me encantando mais uma vez com a beleza daquele lugar, os pássaros voavam e havia ali uma eterna paz e um silêncio maravilhoso.

Eu me perdia na grandeza daquele paraíso e as vezes pedia para que eu nunca mais saísse dali, era realmente surreal. Mas infelizmente tudo que é bom nunca dura muito e foi o que aconteceu com minha paz aquele momento, havia se ido em um piscar de olhos.

--- Ora ora, invadindo meu espaço novamente, não é garota? Pensa que aqui é o que? Abrigo para turistas? É aquele estranho com medo de mulheres falou alto me fazendo se desconcentrar e se desequilibrar do galho onde eu estava, mas novamente ele estava lá para me amparar o que me deixou com mais raiva ainda.

--- Ah seu maluco! Idiota! Poderia falar mais delicadamente. Eu falei quando senti ele me envolver em seus braços, mas naquela hora não dei chances para ele e fiz logo que ele me colocasse no chão.

--- Não tenho culpa se você fica ai despercebida. Ele falou com aquele tom mandão dele e eu me virei para olhá-lo e dizer umas boas verdades a ele, mas me arrependi, pois não sabia que ele estaria tão próximo assim de mim.

E naquele instante acabei dando um selinho nele o qual me fez estremecer por dentro. Foi um selinho demorado, mas me surpreendi ainda quando eu iria sair por ali a fora resmungando e ele me puxou e me levou até encostar na parede do celeiro e começar a me beijar exatamente como um louco.

Eu não podia acreditar naquilo, mas eu o queria, eu o desejava e agora precisava dele mais do que tudo para saciar o que estava crescendo dentro de mim. Com uma de suas mãos ele explorava meu corpo e com a outra ele acarinhava meus cabelos, e foi assim que ele fez com que eu me entregasse a ele. Me senti tola e ridícula por estar fazendo aquilo, mas eu já não podia negar que eu o queria.

Acabamos nos amando ali no por do sol, bem eu não sei se nós nos amamos, mas eu estava começando a me sentir atraída por ele, o que me entristecia as vezes.

Ele desabotoou sua camiseta e colocou minhas mãos sobre seu peito o arranhei e mordisquei seu pescoço. Ele colou nossos corpos e me fez senti algo que crescia ali entre nós, e eu sorri por ele já estar preparado.

Não demorou para que nós nos despíssemos e estivéssemos um invadindo o corpo do outro. Eu encostava meu rosto em seu pescoço o escondendo de seus olhares e guardando para mim cada vez mais um pouquinho de seu cheiro embriagador, suas mãos geladas tocaram minhas costas e eu me arrepiei, ele sorriu e beijou meu pescoço.

A cada investida que ele dava mais desejo nós sentíamos. Ele aumentou o ritmo e assim nos levou ao nosso orgasmo. Ele sussurrou alguma coisa em meu ouvido, porém não pude entender. Ainda abraçado a mim ele me deu um beijo carinhosamente e colocou meus cabelos para trás da orelha.

Aquilo talvez pudesse ter parado ali, se eu não tivesse me mexido e o despertado.

Como a noite já havia chegado e estava tudo praticamente escuro, então ele com cuidado e sem desgrudar nossos corpos me levou em seus braços até o quarto do celeiro. Me deitou naquela pequena e barulhenta cama, e conforme as estocadas que ele dava, cada vez mais aquela cama fazia barulho.

Após nos entregarmos ao prazer e recuperarmos nosso fôlego acordamos de volta para a vida real. O que me fez se arrepender grandemente depois de ter feito aquilo, depois de ter me entregado a ele daquela forma.

--- Me desculpe, isso realmente não acontecerá mais. Eu estava fora de mim, por favor me desculpe. Ele falou depois de alguns minutos estarmos ali em silêncio abraçados, e aquilo só serviu para que eu ficasse com mais raiva ainda dele e me sentisse apenas usada.

Ele se levantou da cama em um pulo e logo se vestiu. Estava mais pálido que o normal e parecia ter vergonha de estar daquele jeito na minha frente.

--- Como assim seu imbecil? Vai sair e me deixar aqui? Realmente eu lhe entendo quando uma mulher dá de graça é mais fácil não é mesmo? Sou uma idiota mesmo por ter me entregado a você. Eu te odeio seu... seu! Eu falei me levantando e segurando o lençol para que não descobrisse meu corpo e o vi arregalar os olhos.

--- Escute aqui, também me sinto muito arrependido. Eu não deveria estar me envolvendo com você da forma que estou. Se alguém descobre estou perdido! Por favor, garota me perdoe, e me esqueça o mais rápido possível. Isso não poderia acontecer. Eu... eu... não sou o que você realmente pensa. Me esqueça. Ele falou gaguejando e apavorado, parecia ver um fantasma a sua frente.

Ele terminou de pegar suas coisas e saiu correndo dali totalmente apavorado e eu novamente fiquei com as perguntas, as drogas das perguntas que sempre me cercavam!

Quem era aquele cara?

Capítulo 15

Faziam já quase 2 meses que eu estava ali. E eu já estava quase me sentindo uma nativa dali.

Estava me habituando aquela vida diferente e “calma” agora, tirando as noites de lua cheia, que para mim era o inferno. Eram quase as mesmas coisas todos os dias, dona Mary aparecia pela manhã com lanches, soltava os animais e depois acabava voltando somente de noite para colocá-los no celeiro. E é claro continuava cuidando de meu machucado para que não infeccionasse, o que eu já estava me preocupando pelo tempo que ele estava demorando a se cicatrizar.

Eu já não me perguntava mais tanto sobre o que deveria acontecer naquele enorme castelo de dia e de noite, não me perguntava mais sobre o porquê de dona Mary fugir sempre das minhas perguntas quando o assunto era o castelo e seu dono. Agora o que rondava pela minha mente era quem seria o senhor gelado esquisito.

Por que ele veio atrás de mim e depois fugiu como um maluco? Alguém o ameaçava no castelo? Eu estava a ponto de ficar louca, pois a cada dia da minha vida era uma coisa nova que eu tinha que descobrir.

As folhas das árvores começaram a cair naquele mês, e apenas restavam poucas para cair então acabei deduzindo de que o inverno se aproximava.

A noite já ameaçava sua chegada, e a temperatura já mudava de acordo com as horas que iam passado. O dia havia sido calor, mas agora o frio já aparecia para minha alegria, pois aquele lugar era horrível quando estava muito quente.

Eu havia acabado de sair do banho, e sentada sobre os fenos observando os animais já se aconchegarem para dormir eu tomava um chá. Não era muito meu hábito estar tomando chá, porém quando se está naqueles dias terríveis e com cólicas quase iguais às de parto não se tem outra opção.

Observei a noite chegar ali junto aos animais e quando percebi que eles queriam sossego para descansarem então eu fui para o quarto. Acendi a lamparina e peguei meu caderno para ler minhas últimas anotações daquele dia.

Estava concentrada em minha leitura ali, quando um trovão me fez se assustar e deixar meu caderno cair no chão.

Levantei da cama e o peguei no chão, voltei a lê-lo. Mas não demorou muito para que minha paz fosse tirada novamente. Escutei alguém resmungar e tentar abrir a porta do celeiro por fora, no início fiquei com medo, mas logo decidi espiar pela janela e acabei percebendo que alguém estava na chuva fria e lutava contra o vento.

--- Espere um momento. Eu gritei de dentro do celeiro, seja lá quem for se o leão não me matou ninguém mais me matará.

Eu abri a grande e pesada porta com dificuldade e quando vi de quem se tratava eu soltei um riso sarcástico e voltei para o quarto sem olhá-lo.

--- Você... Ele falou sem graça e entrou no celeiro escorrendo água.

Eu me sentei na cama e fiquei ali lendo meu livro, fingindo que ele não estava ali.

Ele foi até o banheiro e ficou lá cerca de alguns segundos, mas nem dei importância. Hoje eu não daria chances á ele.

Não pude desviar meus olhos quando eu o vi sair do banheiro somente com uma calça e sem camisa. Seu corpo pálido e magro não deixava de ser mais desejoso que de alguns caras que eu já havia saído. Ele tinha poucos músculos, mas os que tinha realmente deixavam qualquer mulheres com desejos carnais por ele.

Nós nada dizemos um para o outro, nem se quer nos olhamos, mas o peguei me olhando várias vezes sem que ele percebesse.

Ele estava curioso para saber o que eu lia e eu percebi isso logo. O que não demorou muito para ele matar suas curiosidades.

--- O que você tanto lê aí? Ele perguntou se aproximando um tanto acanhando e se sentou na beira da cama.

--- Algumas anotações que faço. Sou escritora. Eu falei sem olhá-lo enquanto ele me encarava ainda curioso.

Não falou mais nada e ficou ali em silêncio por mais alguns longos minutos. Ele olhava para a janela que ficava atrás de mim, mas eu sabia que as vezes ele desviava seus olhos para mim.

--- Oh droga, não acredito! Isso de novo. Ele falou se levantando rapidamente e indo até a janela me fazendo também olhar para rua.

A chuva vinha cada vez mais forte, um vento completamente forte também já se fazia presente. Mas o pior veio depois, que eram os trovões, relâmpagos e raios.

E os trovões cada vez mais ficavam assustadores, as lamparinas eram balançadas e algumas até apagadas pela força do vento, mesmo estando tudo fechado. Os animais começaram a se assustar e a se agitar, os cavalos empurravam e davam coices uns nos outros e nas paredes. As galinhas corriam de um lado para o outro e até Harold estava ali desesperado.

Em poucos segundos em que o ser estranho foi ao banheiro tentar achar algo para acender as lamparinas, os animais se agitaram tanto que conseguiram abrir a enorme porta do celeiro e saírem correndo sem rumo e sem controle. Estavam completamente apavorados, assim como eu. Pareciam não estarem acostumados com aquilo.

--- Onde estão todos? Ele perguntou logo assim que voltou do banheiro com uma lamparina acesa.

--- Escaparam para a chuva, estão todos desesperados. Eu falei sentindo meu coração quase sair do peito de tão rápido que batia pelo meu nervosismo aquele momento.

--- Venha, rápido! Precisamos tirá-los da chuva! Ele falou pegando em minha mão e me puxando junto com ele para rua.

Eu estava somente de pijama ali e ele só de calça, saímos completamente desprotegidos pisando em poças e correndo o máximo que podíamos atrás de todos.

Ele soltou a minha mão e correu até seu cavalo preto, pois assim seria mais fácil de chamar os outros. Montou em seu cavalo e com apenas uma corda ele conseguiu fazer todos voltarem. Bom, quase todos, pois de todos ali Harold era o mais difícil de lidar.

As galinhas já haviam voltado para os seus lugares com os cavalos juntamente com o senhor gelado. E eu tentava colocar aquele leão para dentro, mas ele nunca me ouvia.

--- Quem você pensa que é para se mandar assim? Hey volte aqui! Ah seu... seu enorme você vai ver! Eu falei correndo atrás dele na chuva como uma maluca e ele de propósito pisava nas poças para me molhar.

Eu estava quase desistindo de correr atrás dele quando ele decidiu parar e vir até mim. Me olhou tão furioso quanto naquele dia e novamente atacou meu braço, o que me fez xingá-lo e gritar de dor. Filho da mãe!

--- Harold! Eu escutei a voz daquele estranho enquanto eu segurava meu braço que agora sangrava e se misturava com aquela água da chuva parecendo que ia sair meu sangue todo por ali.

Eu estava de joelhos no chão segurando meu braço quando ele chegou perto de mim no meio da chuva e se agachou do meu lado.

--- Acho que você precisa de ajuda. Ele falou tentando me pegar em seus braços, mas ele não se atreveria em mexer em meu ferimento, ou eu acabava com ele!

--- Ah seu filho da mãe, não se atreva a mover meu braço daqui! Me solte! Vamos. Eu gritei como se ele tivesse me matando e ele se assustou.

--- Poderia pelo menos uma vez ser menos orgulhosa e me deixar ajudá-la. Ele falou ainda comigo em seus braços.

É eu desisti de lutar, deixei que ele me levasse, pois aquela dor era tão forte que eu já não sentia nem mais meu corpo. Sem falar no seu cheiro que ainda permanecia com ele, mesmo naquela situação, ele ainda estava cheiroso como sempre e sua brisa permanecia com ele.

Capítulo 16

Ele me levou para dentro e eu insisti para que ele deixasse eu no banheiro. Ele me deixou sentada no vaso ainda sentindo aquela dor infernal e vendo o sangue escorrer por meu braço.

Olhei para ele e também vi que estava sujo de sangue e pedi desculpas.

--- Por que você também sangra no meio das... pernas? Ele perguntou olhando intrigado e demorou alguns segundos para ele entender do que se tratava e eu fiquei com vergonha.

--- Bom, acho melhor você tomar um banho e fazer um curativo. Ele disse percebendo o modo como eu havia ficado sem jeito. Então fechou a porta do banheiro e me deixou ali tomando meu banho.

Eu pedi para que ele pegasse minha roupa e assim ele fez, mas não notei de que eu iria precisar de ajuda para me vestir. Eu não conseguia soltar nem mover meu braço, pois doía muito e eu tinha vontade de chorar. Então acabei tendo que pedir para ele me ajudar.

--- É... bom, você. Digo o senhor, poderia me ajudar a me vestir? Eu perguntei abrindo uma frecha da porta do banheiro e colocando apenas minha face para fora, e acabei me lembrando de que eu ainda não sabia seu nome.

Ele entrou no banheiro e ficou me olhando sem jeito. Desenrolei a toalha do meu corpo e virei de costas para ele, não queria dificultar as coisas para ele.

Entreguei minha calcinha para ele e percebi ele engolir seco. Se agachou atrás de mim e me ajudou a vesti-la.

--- Por favor, não olhe. Eu falei colocando um pequeno pano por causa da minha menstruação na calcinha.

--- Isso é normal, não fique com vergonha. Ele disse rouco e eu não demorei para dar meu sutiã a ele.

Ele me ajudou a colocar as alças do sutiã e depois já o fechou atrás. Peguei um vestido que eu tinha li e ele também me ajudou a vestir.

Saímos do banheiro exatamente como dois estranhos, parecíamos que acabávamos de trair nosso cônjuge com a melhor das transas que já poderíamos ter tido naquele banheiro. E eu ri baixinho.

--- Oh não, ainda sangra. Eu falei ficando nervosa quando soltei meu braço e vi minha mão cheia de sangue.

--- Posso ver? Ele perguntou segurando em meu punho olhando minha mão e logo em seguida olhando para meu ferimento.

--- Será que você poderia me ajudar a fazer o curativo? Perguntei baixinho tentando não me agitar com aquilo.

Ele assentiu, me pegou em seus braços e me colocou sentada sobre a pequena mesa ali. Lhe falei onde senhora Mary costumava guardar as ervas e gazes e ele pegou-as. Enquanto ele fazia o curativo eu contava a ele como tudo havia acontecido.

--- Não posso acreditar de que Harold fez isso em você. Realmente lhe peço perdão. Ele dizia tocando com cuidado em meu machucado.

Delicadamente ele passava a gaze molhada com a erva, melhor ainda do que dona Mary. Ele olhava em meus olhos e sorria.

--- Ai! Eu resmunguei quando ele apertou demais para secar.

--- Oh me desculpe. Ele falou preocupado, mas eu logo sorri para não deixá-lo nervoso.

Ele enrolou o pequeno lenço que eu sempre mantinha ali e me ajudou a descer da mesinha. E é claro me levou até a cama, e eu queria beijá-lo por ser tão cuidadoso quando queria.

Eu me sentei na cama encolhida olhando para fora enquanto ali chovia, porém não tão exageradamente como antes. Enquanto ele guardava as coisas. E acabei nem percebendo quando ele se sentou atrás de mim.

--- A lua está linda. Ele disse me fazendo sentir seu cheiro e sua brisa excitante perto de mim.

--- Sim, obrigado por estar aqui comigo. Obrigado por cuidar de mim. Eu falei me virando para ele e sorrindo.

Ele retribuiu meu sorriso, pegou minha mão e deu um leve beijo. E eu acabei procurando sua mão para segurá-la.

Fiquei olhando para ele, em seus olhos e notei o quão lindo ele ficava com aquela pouca iluminação ali, sua face parecia angelical. Assim como seus cabelos e sua pele alva. Aproximei meus lábios dos deles e o beijei. Beijei com toda a minha vontade, pegando em seus cachos macios e o abraçando.

Ele me encostou em seu peito, me abraçando e beijando meu pescoço, me cobriu ali e ficamos a noite inteira observando a lua e o céu maravilhoso.

Capítulo 17

Quando eu acordei infelizmente ele não estava mais lá, e fiquei triste por não poder acordar sentindo sua brisa gelada e seu cheiro embriagante. Por outro lado, me alegrei por saber que ele havia passado a noite inteira comigo, e que me abraçou me “esquentando” naquela noite, por mais que sua presença sempre me trouxesse aquela sensação gelada.

Assim que abri meus olhos e os passei por aquele local percebi de que senhora Mary já estava ali.

--- Deitada ainda, criança? Ela indagou sem me olhar, parecia ter percebido de que eu já havia acordado.

Sem dizer nada me sentei na cama para me levantar, meu corpo cambaleou, minhas vistas embaraçaram e senti minha cabeça latejar. Era o efeito da noite passada.

--- Querida? Não se sente bem? Senti dona Mary tocar em minhas costas e em minha testa e quando abri meus olhos a vi me olhar preocupada.

--- Acho que peguei uma gripe. Eu disse baixinho.

Meu corpo doía e sentia a sensação de que minha cabeça iria explodir.

--- Acho que você tem poucas roupas de frio aqui. Vou pegar folhas para fazer um chá para você. Sinto de que está com febre. Ela falou saindo do quarto e seguindo para a rua me deixando ali sozinha.

Passei a mão naquela cama e me lembrei da noite com aquele homem misterioso de que eu havia de descobrir o nome.

Decidi me levantar e fazer minhas higienes aquela manhã. Segurando nas paredes para que eu não caísse. Assim que sai do banheiro vi dona Mary me esperando ali na pequena mesa com o chá. Ela pediu para que eu me sentasse e bebesse o chá enquanto ela fizesse o curativo.

--- Hm… parece bem melhor, não está tão bom como deveria, mas está melhor. Ela falou olhando de perto segurando seus óculos com uma de suas mãos.

Ela se despediu e prometeu voltar naquela mesma noite.

Foram três longos dias em que tive que passar na cama com febre e dores em todo meu corpo. O carinha estranho? Nem veio me visitar, o que acabava me deixando para baixo, e começava a me arrepender de ter ido aquele lugar, sentia de que estava tendo atrações por ele. E era o que eu menos queria naquele momento.

Era uma bela tarde no meio da primavera. O sol estava presente naquele local como todos os dias e uma brisa que vinha junto com as árvores. Observei da janela os cavalos a passearem por ali calmamente enquanto Harold os acompanhava com os olhos, como sempre.

Cansada de estar ali decidi pegar minha mochila com algumas coisas, meu caderno, canetas, lápis, borracha e uma pequena garrafa de água. Sairia dali alguns instantes em busca de inspiração.

Andei cerca de minutos para longe daquele celeiro, me sentei próximo a um tronco caido e ali fiquei. Observei aquela natureza por alguns segundos e finalmente me certifiquei do que eu iria escrever naquele momento. Comecei alguns rascunhos.

Concentrada ali eu escrevi algumas páginas enquanto aquela tarde passava. Olhei em meu relógio, passava das quatro da tarde. Novamente me coloquei a escrever.

De repente meu corpo começava a se arrepiar, aquela brisa vinha junto, aquele cheiro embriagador acompanhava também, até que…
--- Olá para você também senhor gelado! Eu falei sentindo grandes mãos geladas cobrirem meus olhos me impedindo de ver qualquer coisa então acabei deduzindo que fosse ele, bom como não sabia seu nome apenas o chamava de “senhor gelado”, mas acho que hoje era dia de eu arrancar essa curiosidade de mim.

--- Olá, Alex! Ele falou sorridente se sentando em minha frente.

Eu não o olhei muito, apenas continuei a escrever. Fingindo de que ele não estava ali. Mesmo sem ele perceber eu notava sua curiosidade para o que eu estava escrevendo, ele nada perguntava apenas observava. Hoje é meu dia de deixá-lo curioso.

--- O que você tanto escreve aí? Ele finalmente perguntou depois de um longo minuto me analisando.

--- Um poema. Sobre a natureza para ser mais exata. Eu disse dando o caderno para ele para deixá-lo ler.

Assim que ele leu sorriu para mim e pediu meu lápis emprestado. Entreguei na sua mão e o vi virar uma página e a começar a fazer alguns rabiscos ali, que só entendi quando realmente chegaram a sua forma.

--- Essa sou eu? Perguntei assim que ele terminou e me devolveu o caderno.

--- Depende. Disse acanhado encarando suas mãos.

--- Como assim? Eu olhei para ele sem entendê-lo e ele ainda olhava para suas mãos.

--- Se você gostou é você, senão… Ele disse finalmente levantando sua cabeça e sorrindo timidamente com suas bochechas coradas.

--- Mas é claro que gostei! É perfeito! Eu falei sorrindo e encostando o caderno no lado de meu rosto para que ele pudesse ver a grande semelhança entre seu desenho e minha face.

Ele sorriu ainda tímido e acabei me encantando. Aquele homem me maravilhava mais e mais a cada dia que passava. Começamos a fazer desenhos e a escrever frases. Ele era ótimo naquilo e fiquei pensando que seu talento deveria ser divulgado por aí.

Ele me questionou sobre minha profissão, e pediu para que eu lhe contasse algumas das histórias das que eu já havia escrito e aquelas que eu planejava escrever.

--- Olhe, como a lua está bela hoje. Eu disse apontando para o céu e vi seus grandes e belos olhos acompanharem meu dedo.

--- Oh não! Olha quão tarde está. Desculpe eu preciso ir. Ele falou se levantando rapidamente e sacudindo sua roupa.

--- Ei onde você vai? Está cedo. São apenas… Eu ia dizer a hora quando já o via andar a certa distância.

--- Tchau Alex! Ele gritou já de boa distância abanando a mão para mim.

--- Posso saber pelo menos seu nome? Eu gritei pensando até que ele não mais me escutaria.

--- É Michael! Michael Jackson! Ele gritou em minha direção e começou a correr novamente.

Uma sensação estranha percorreu meu corpo, me senti meio tonta, minha sorte era estar ali sentada. Será que eu realmente tinha entendido seu nome? Aquele nome me soava familiar, mas eu não conseguia me lembrar. Droga outra coisa para rondar minha mente agora!

Capítulo 18

--- Boa tarde, querida. Vejo de que está ocupada. Disse dona Mary entrando no quarto e me notando escrever ali.

--- Boa tarde, senhora Mary. Estou apenas anotando algumas ideias antes que eu as esqueça. Eu falei olhando para ela, ela colocou uma pequena cesta sobre a mesa e voltou a me olhar.

--- Bom, gostaria que você me fizesse um favor. Ela falou tocando em meus cabelos e eu já imaginava com o que seria, e com certeza não rejeitaria ajudá-la.

Assenti e então ela começou a dizer o que gostaria que eu fizesse.

--- Você me ajudaria a colher algumas frutas? Vejo que já estão ótimas nesse começo de verão. Ela falou pegando a cesta e já ia em direção a porta do celeiro.

--- Claro, por que não? Eu falei seguindo atrás dela e assim ela me dizia cada uma das árvores das quais eu deveria subir e entregar as frutas a ela.

Com um pouco de dor por causa do meu braço eu subi naquelas enormes árvores. Confesso que estava com saudade de fazer aquilo, era meu costume desde pequena. Não ter amigos na minha infância me fazia subir em árvores e passar horas ali observando.

--- Muito obrigado. Fique com está goiaba, tenho certeza de que vai gostar. É bom lavá-la antes de provar. Ela falou me entregando uma goiaba que realmente me soava suculenta.

Eu ia calmamente em direção ao pequeno tanque que havia ali próximo ao celeiro para lavar a goiaba, quando senti mãos cobrirem minha boca e me arrastar para a parte de trás do celeiro.

--- O que você está fazendo seu idiota?! Eu gritei abafada, pois a mão dele estava ainda sobre minha boca.

--- Shh! Venha, sem fazer barulho. Ele falou tirando sua mão da minha boca e me levando para longe dali, eu estava hesitando, onde é que esse maluco pensa que vai me levar?

Não demorou muito até chegarmos próximo ao seu belo cavalo negro. Ele me abraçou e deu um leve selinho em meus lábios o que me fez tocá-los segundos depois me perguntando o que ele planejava fazer.

--- Você pode me dizer pelo menos para onde vamos? Eu perguntei enquanto ele me ajudava a subir em seu belo cavalo.

--- Vou lhe mostrar um lugar, você vai adorar. Ele falou começando a cavalgar por ali.

--- E dona Mary? Ela vai notar que eu sai. Eu falei abraçada a ele para não cair.

--- Tem tantas coisas para ela fazer no castelo que tenho certeza que ela já esqueceu de você. Ele falou sorrindo e indo cada vez mais rápido com aquele cavalo.

Levou alguns minutos para chegarmos até onde ele queria, estava já començando a achar de que chegaríamos a cidade. Ele parou o cavalo e me ajudou a descer, era uma bela floresta cheia de árvores, o que me fez lembrar do dia em que dona Mary me achou ali e o dia em que me perdi de Carly, e é claro o motivo pelo qual me fez ficar ali todos esses meses, o machucado que Harold me fez.

--- O que você está fazendo? Perguntei sentindo Michael ficar atrás de mim e colocar suas mãos em meus olhos os cobrindo.

--- Quero que você veja somente quando chegarmos lá. Ele falou colocando um pano em meus olhos e o amarrou para que eu não o tirasse. Segurando minha mão e me guiando por ali nós iamos juntos.

Quando ele falou de que já estávamos chegando comecei a escutar barulho de água por ali, mas não era um simples barulho de água parecia vir de uma… uma cachoeira! Sim uma cachoeira.

--- Prontinho. Pode abrir os olhos. Ele falou tirando o pano de meus olhos e assim que esfreguei meus olhos e os abri pude ver onde estávamos.

Era a mesma cachoeira em que eu e Carly tínhamos tomado banho naquela tarde. Só estávamos do outro lado dela.

--- O que foi? Não se agradou? Ele perguntou desmanchando seu sorriso quando me viu ficar ali parada de boca aberta enquanto um transe passava em minha mente agora.

--- Não… é exatamente perfeito esse lugar. É que a última vez que estive aqui… bom deixa pra lá. Eu falei e quando fui me virar para ele, ele me jogou na cachoeira.

--- Oh seu… seu… aff! Eu gritei voltando à superfície e logo senti aquela água respingar em mim, sim ele também tinha pulado.

Assim que ele voltou a superfície vi um sorriso malicioso em meus lábios e quando olhei para onde estávamos antes de ele me jogar ali, lá estava a roupa do danado.

--- Gostou? Ele perguntou enquanto nadava.

--- E se eu não soubesse nadar em seu idiota? Eu perguntei seguindo ele com os olhos e ele nadava completamente pomposo ali.

--- Eu a salvaria. Ele falou tão próximo de mim que pude sentir seu hálito.

Ele sorriu para mim e ali minha fúria foi por água abaixo. Virei para ele e o encarei alguns instantes antes de sentí-lo invadir minha boca com sua língua e seu gosto. Ele me levou para mais perto da borda daquela cachoeira e me arrepiei quando senti minhas costas baterem contra uma pedra.

Ele desceu seus beijos para meu pescoço enquanto eu me segurava nele e já sentia seu membro crescer entre nós.

--- Oh Alex, eu a quero. Agora. Ele falou entre gemidos, já arrancando de mim minha camiseta, com certa dificuldade por causa do peso da água.

Não demorou para que ele tirasse minhas roupas e jogasse para fora da cachoeira. Prensava seu membro em meu ventre, me fazendo cada vez mais e mais querer tê-lo dentro de mim. Um gemido foi arrancando de nossos lábios assim que Michael me penetrou de uma vez só, fazendo seu membro entrar completamente dentro de mim. Um ato doloroso, porém não deixava de ser um tanto prazeroso para ambos.

Michael me ajudava a manter a cabeça fora da água enquanto ali nós nos amávamos, bom era o que eu achava, ou tínhamos uma relação.

Um procurava pelos lábios um do outro para abafar nossos gemidos que com certeza qualquer um escutaria a certa distância dali. A cada vez que eram dadas as estocadas nossos corpos pediam mais e mais, fazendo Michael me penetrar mais rápido e mais rápido.

Michael e eu começávamos a dizer palavras sem sentido um para o outro quando juntos chegamos ao nosso êxtase.

Aquilo não acabou por ali. Logo assim que Michael recuperou seu fôlego me levou em seus braços para fora da cachoeira. Me deitou sobre sua roupa que ali estava no chão. Ele começou a acariciar meu corpo. Desde minhas pernas até meus seios, me deixando arrepiada com seu toque gelado. Aquele toque que tanto me excitava, como só ele era capaz de fazer.

Massageou meus seios e com sua língua brincou com os mamilos, me fazendo clamar rouca pelo seu nome. Beijou meu ventre e com dois de seus dedos deslizou os desde meu umbigo até minha parte mais íntima. Michael beijou a parte interna de minhas coxas e quando pensei de que aquela brincadeira, que mais parecia uma tortura para mim, havia acabado acabei me enganando.

Ele delizou sua língua em minha intimidade fazendo movimentos de circulos com ela e brincava com seus dedos em minhas entranhas.

Eu estava seu fôlego naquele momento, segurava nos cabelos molhados de Michael e pedia para que ele fizesse aquilo cada vez mais rápido. Quando estava prestes a chegar ao meu momento no auge do prazer, ele parou e em cerca de segundos ele me penetrava como um louco. Algumas estocadas após Michael ter me preenchido eu já delirava de prazer e já me entregava a ele. Não demorou muito também para que ele junto comigo se entregasse e desabasse sobre mim, suado e ofegante.

--- Acho que deve estar com frio. Está com os lábios roxos. Michael falou me entregando sua camiseta enquanto estávamos ali sentados apreciando aquele belo lugar.

--- Obrigado. Eu falei pegando o casaco e o vendo me ajudar a vestir.

Ele voltou a me abraçar, beijou minha testa e me interrogou sobre se eu havia gostado dali. Ficamos ali abraçados, perdidos um no sentimento no outro. Eu me perguntava agora se o que eu vinha sentindo por ele era realmente amor ou apenas atração física.

Eu estava ali perdida em meus pensamentos, sentia a respiração de Michael próximo a mim enquanto eu me questionava sobre aquela minha situação. Eu não poderia ter realmente me apaixonado por aquele homem. Nós iríamos sofrer. Éramos completamente de mundos diferentes, ele vivia naquele enorme castelo estranho sei lá eu fazendo o que, e eu vivia a muitos quilômetros de distância dali. Estava perdida e com certeza na primeira oportunidade que eu tivesse para sair daquele lugar eu certamente o deixaria. Mas meu pensamento sobre aquilo começava a mudar, eu não queria mais sair dali, era isso? Eu agora amaldiçoava o dia em que decidi fazer aquela viagem.

Capítulo 19

Michael e eu acabamos nos divertindo muito aquela tarde, então acreditei que nunca mais seria tão feliz como fui aquela tarde.

Ele colheu flores daquele imenso campo e as me deu, beijava minha mão e sorri para mim o tempo inteiro, me fazendo acreditar que aquilo era apenas um sonho e logo assim que eu acordasse estaria em meu quarto em Los Angeles. Mas para minha infelicidade e para que eu me sentisse cada vez mais triste aquilo era verdade. Eu gostava de estar com Michael, sua presença gelada para mim agora fazia falta em momentos que ele não se encontrava comigo. E era esse meu medo, ter me entregado a ele e se arrepender de tudo o que eu havia feito.

Os dias agora passavam mais rápido do que o normal, era verão então todas as manhãs e tardes dona Mary me visitava. Ajudava ela a colher suas frutas e as vezes ela deixava algumas para mim.

Naquela tarde agora eu estava observando dona Mary lavar algumas frutas e separá-las daquelas que não estavam boas. Senti um arrepiou passar por meu corpo,  me levantei de onde eu estava ali sentada e senti  minha cabeça “girar”. Decidi correr até o banheiro, pois algo de meu estômago subia para minha boca.

--- Você está bem, querida? Escutei dona Mary perguntar vindo atrás de mim.

Eu não consegui responder. Assim que cheguei no banheiro me ajoelhei próximo ao vaso e ali joguei tudo que eu tinha no estômago para fora. Uma sensação estranha percorreu meu ser e então senti minhas vistas escurecerem e minahs pernas não sustentarem mais meu corpo.

--- Querida? Escutei senhora Mary gritar ao longe.

Quando eu acordei eu já não lembrava mais o que havia acontecido comigo. Sentia alguém me tocar e vozes que falavam tão baixo que era quase impossível de entender o que diziam.

Abri meus olhos lentamente e notei que aquele local não me parecia nada com o velho quarto do celeiro. Era completamente diferente e não cheirava a animais para minha sorte. A primeira pessoa que consegui distinguir ali foi dona Mary que me encarava preocupada.

--- Vejo de que acordou. Ela falou sorrindo e tocando minha testa.

Escutei uma outra voz, um tanto diferente. Parecia ser de um homem, será que era Michael? Não, não era… a voz de Michael é mais suave.

--- Olá senhorita, sou doutor Jacob. Dona Mary encontrou você caida no banheiro e ficou preocupada, pediu ajuda para mim e assim a trazemos até aqui. Estou apenas examinando você. Se é o que você deve estar se perguntando agora. Um senhor que me parecia muito gentil falou ao meu lado e sorriu me dando confiança.

--- Mas senhora e se alguém mais descobrir que estou aqui? Eu perguntei me sentando rapidamente e me segurando por causa daquela tontura que ainda me perseguia.

--- Não se preocupe, doutor Jacob é de confiaça e nunca recusaria ajudá-la. Ninguém saberá de nada. Ela falou tocando minhas mãos e eu sorri por ela estar ali comigo.

--- Bom, vou tirar sangue para ver o que há com você. Pelo que dona Mary me contou está um bom tempo aqui. Acredito que deva estar sentindo falta de suas atividades na cidade, talvez seja algo normal. Ele disse esticando meu braço e com dois de seus dedos procurava veias para injetar a agulha.

Ele injetou a agulha ali e eu sentia novamente aquela coisa subir pela minha garganta.

--- Criança está bem? Está pálida, tem traumas de agulhas? Dona Mary perguntou tocando em minha testa.

--- Está acabando, não vai demorar. Três… dois… um… prontinho. Aquele tal de Jacob falou retirando a agulha e colocando um pequeno curativo.

Antes mesmo que eles falassem alguma coisa eu sai correndo e fui a uma porta que havia ali, na qual deduzi que seria o banheiro. Assim que cheguei lá novamente despejei tudo que havia dentro de mim para fora. Eu suava frio naquele momento, sentia o ar faltar cada vez mais e notava eles me olharem ali na porta do banheiro  como se eu fosse um monstro de sete cabeças.

Dona Mary me ajudou a lavar minha face e me levou até uma pequena área que ficava em uma das partes de trás do castelo.

--- Fique aqui tomando um pouco de ar para passar essas náuseas. Dona Mary falou apontando aquela cadeira.

Me sentei ali e fiquei segurando meu ventre que parecia estar girando naquele momento, assim como minha cabeça. Acabei me distraindo e esquecendo daqui observando os pequenos e velos passarinhos que estavam por ali.

Escutei algo se mover entre aquelas plantas que estavam ali,  notei um vulto passar e senti um arrepio tomar conta de mim ali naquele lugar. Olhei para trás e nada vi ali. Assim que olhei novamente para onde os passarinhos estavam percebi aquele vulto tomar forma e sorri quando vi de quem se tratava.

--- Alex, você por aqui? Michael falou saindo de trás daqueles arbustos sorridente e ao mesmo tempo impressionado por eu estar ali, realmente eu não deveria estar ali, pelo menos não naquela hora do dia.

--- Acabei passando mal essa manhã e quando acordei estava aqui sendo examinada por um tal de “Jacob”. Dona Mary pediu para que eu ficasse aqui para tomar um ar. Eu disse me arrepiando ainda mais ali na presença de Michael, era ele quem me causava aquilo desde o começo.

--- O que aconteceu com você? Ele perguntou se agachando em minha frente com o semblante preocupado.

--- Nada de mais, apenas sinto algumas ânsias de vômito e tonturas. Eu estou bem, acredite. Eu falei tocando em sua mão que estava sobre meu joelho.

--- Espero mesmo. Ele falou sorrindo de um modo pelo qual eu já era perdidamente apaixonada.

Ele ficou algum tempo ali me observando sem dizer nada parecia ter algo a me dizer, eu podia notar aquilo em seus grandes olhos castanhos.

--- Onde você vai? Perguntei vendo ele se levantar e olhar pelo mesmo lugar de onde tinha vindo.

--- Quero lhe mostrar uma coisa. Venha! Ele falou sorridente me chamando com sua mão e fiquei curiosa para saber o que ele iria aprontar agora.

--- E se dona Mary vier atrás de mim novamente? Perguntei sendo “arrastada por ele por aquele lugar que eu nunca havia passado, a sorte que ninguém ali poderia nos ver.

--- Acredito que dona Mary tem bastante coisa para fazer agora, ela vai esquecer de você por algum tempo. Ele falou me guiando por ali até que entramos em uma porta um tanto grande.

Assim que Michael a abriu ela ringiu, parecia um lugar que era pouco visitado, mas não ficamos por ali. Michael me ajudou a subir com cuidado pela falta de luz ali em uma escada espiral. Chegamos em mais outra porta, dessa vez um pouco menor. Ele a abriu, e logo assim que passei por ela Michael a fechou. Soltou minha mão e foi até algo que eu descrevi como uma mesa. Tirou um lençol que estava sobre ela, caminhou uma certa distância daquela mesa até um enorme porta janelas, onde abriu a cortina e os raios solares entraram naquela sala me fazendo pôr a mão sobre meus olhos.

Quando olhei para a tal mesa, percebi que não era uma mesa, mas sim um belo e enorme piano. Michael sentou no pequeno banco que estava ali em frente ao piano. Tocou ali um pequeno trecho de uma canção.

--- Conhece? Ele perguntou continuando a tocar sorridente ali.

--- Não… Eu falei pensativa me aproximando dele e tentando descobrir de quem era aquela canção que ele tocava ali.

--- É uma de minhas músicas favoritas. Smile de Charles Chaplin. Ele falou tocando as últimas notas e me indicando o outro pequeno banco que estava ao seu lado.

--- Você sabe cantá-la? Perguntei me sentando ao seu lado e olhando suas grandes mãos deslizarem rapidamente sobre cada nota ali.

--- Claro. Mas quero que você me acompanhe tocando. Ele disse parando de tocar e pegou em uma de minhas mãos.

--- Mas eu não sei tocar piano! Na verdade não sei tocar nenhum instrumento! Eu disse vendo o seu jeito carinhoso de pegar minhas mãos e colocar meus dedos sobre as teclas do piano.

--- Como pode saber se nunca tentou? Vamos vai ser fácil. Ele falou sorrindo para mim e pegandou minha outra mão e também as posicionando sobre as teclas do piano.

Minhas mãos ficaram embaixo das deles, era quase impossível ver minhas mãos ali de tão grande que as dele eram.

--- Smile

Though your heart is aching

Smile

Even though it's breaking

When there are clouds in the sky

You'll get by

If you smile

With your fear and sorrow

Smile and maybe tomorrow

You'll find that life is still worthwhile

If you just… Ele cantava calmamente me ajudando sempre a posicionar minhas mãos ali.

--- That's the time

You must keep on trying

Smile

What's the use of crying?

You'll find that life is still worthwhile

If you just... smile. Cantamos juntos aquela parte daquela bela canção e acabamos dando risadas assim que terminamos de cantar.

--- Eu disse que você conseguiria. Ele falou tocando minha face e sorrindo para mim da forma mais bela possível.

Sem notar o quão próximo estávamos e o que nossos corpos pediam agora, quando nos demos conta estávamos um invadindo a boca do outro. Podia sentir seu gosto ali e a vontade de amá-lo que me consumia agora.

Minhas mãos deslizaram pelos botões camiseta macia de Michael. O sentia acariciar minhas costas e passear com sua mão por debaixo de minha blusa. Michael parou de me beijar e me fez levantar meus braços, se livrando de minha blusa. Ainda segurando meus braços ele voltou a me beijar completamente louco. Enquanto uma de suas mãos seguravam meus punhos com a outra ele abriu o fecho de meu sutiã. Soltou minhas mãos para que eu pudesse tirá-los, mas logo voltou a erguê-las.

Ele encarou meus seios umedecendo seus lábios. Lambeu cada um de meus mamilos e depois assoprou ambos, me fazendo novamente se arrepiar, pois até seu hálito era gelado como seu toque. O que me fazia sentir mais prazer do que o normal.

Ele deu um leve selinho em meus lábios, e logo voltando a me torturar beijando meus seios. Michael agora havia soltado minhas mãos e assim decidi tirar sua camiseta social e acariciar seu peitoral. Assim que me livrei daquela sua camiseta social, arfei ao vê-lo com uma camiseta regata branca que ficava completamente justa em seu corpo. Também a tirei para que pudesse acariciá-lo.

Michael pegou uma de minhas mãos e colocou sobre o volume que se fazia agora em sua calça. Michael abriu minha calça e pediu para que eu me levantasse, assim me ajudando á tirá-la. Me fez sentar em seu colo de costas para ele. Fechou a tampa do piano, por cima de minha pequena e delicada calcinha ele acariciou minha intimidade, e arfou ao sentí-la completamente molhada.

Abaixou minha calcinha até metade me minha coxa e ali fez um estrago em mim, acariciando minha intimidade com seus dedos. Acabei gritando seu nome quando o senti adentrar seus dedos em meu ponto mais fraco. E ali Michael acabou me deixando novamente louca por ele, fazia movimentos rápidos e com seu dedo polegar de sua mão esquerda ele fazia circulos ali. Senti que não demoraria muito para eu chegar ao ápice do prazer ali com ele. Michael me fez levantar e empinar meu bumbum para ele e apoiar minhas mãos sobre o piano. Ele continou ali com aquela brincadeira até que eu gozasse com aquilo. Tremula e ofegante eu fazia o máximo para me manter de pé ali.

Escutei o zíper de sua calça ser aberto, segundos depois Michael me puxa me fazendo sentar em seu colo me penetrando de uma forma que novamente me fez puxa o ar entre os dentes e gemer seu nome rouca. Ele tornou a me fazer ficar de pé ali. Quase deitada sobre o piano ele agora me penetrava com volúpia e gemia baixinho. Michael se sentou novamente no banco ali e me fez agora se virar para ele e sentar no seu colo. Segundos depois de alguns movimentos nos sentimos completos nos entregando ao total prazer.

Ficamos ali um abraçado no outro recuperando o fôlego, até que ouvimos batidas na porta. Naquela hora senti meu coração querer saltar da boca, e então ouvi uma voz conhecida.

--- Querido, está tudo bem aí? Ouvi gritos pensei que fosse algo com você. Quer algo para comer? Dona Mary perguntou do outro lado da porta, a nossa sorte foi que ela não abriu a porta senão estaríamos ferrados.

--- Está tudo bem, não obrigado. Ele falou colocando a mão em minha boca antes que eu falasse algo.

Assim que ela saiu dali Michael tirou as mãos de minha boca e eu olhei para ele completamente incrédula. Mas antes que eu pudesse falar algo para ele, comecei a sentir uma sensação estranha naquele momento. Eu estava ali com ele, mas eu me sentia perdida com aquilo tudo, eu queria chorar e não entendia aquilo. Aquela coisa ruim voltou para mim, então a única coisa que fiz foi me levantar e sem dizer nada catar minhas roupas que estavam no chão e vestí-las rapidamente deixando Michael confuso e sem respostas para suas perguntas que agora eram feitas.

--- Alex, o que há com você? Por favor me diga! Eu vou morrer nessa aflição! Ele falava vindo atrás de mim enquanto decíamos a escada.

--- Michael por favor, me deixe ir. Preciso de um tempo só. Me desculpe, apenas não sei o que há comigo. Eu falei parando assim que os degraus terminaram e olhei para ele.

Michael ia tocar meu ombro, mas antes que ele fizesse isso apenas o impedi segurando sua mão e sem querer encarar seu olhar eu a soltei e sai dali correndo, sem saber o porquê daquilo estar acontecendo comigo.

Capítulo 20

Ainda rolava em meus pensamentos o porque de eu ter saído aquele dia daquele jeito. Eu mesma não conseguia entender o que acontecia comigo agora. Eu não me sentia mais a mesma pessoa. Eu vinha me sentindo fraca e sentimental. Passava o dia me sentindo tonta e agora além de me irritar facilmente também não conseguia mais suportar o cheiro dos animais algumas vezes.

--- Bom dia, querida. Dona Mary me comprimentou assim que chegou ali naquela manhã.

--- Bom dia, dona Mary. Eu falei saindo do banheiro e fui até minha mochila para pegar uma escova para pentear meu cabelo.

--- Como se sente hoje? Ela perguntou tirando o lanche que sempre trazia para mim da cesta e o colocando sobre a mesa.

--- Levantei algumas vezes essa noite com naúseas, mas apenas vomitei uma vez. Sinto fome agora, o que trouxe para comer hoje? Eu perguntei terminando de pentear meus cabelos e assim guardei minha escova e fui até ela na mesa.

--- Trouxe algumas frutas, doutor Jacob pediu para que comece coisas mais leves. Também trouxe esse suco que sei que tanto gosta. Ela falou mostrando aquelas coisas para mim e escutei meu estômago roncar.

Ela logo foi fazer seus afazeres ali e se desculpou dizendo que não poderia voltar aquela noite. Comi algumas das frutas que ela havia levado e dei alguns goles naquele suco, porém com medo de vomitar tudo de volta não comi muito.

Naquela manhã nada me restou a fazer se não ficar ali lendo alguns de meus rascunhos e observar de longe os animais.

Eu agora já havia me acostumado com muitas coisas daquele lugar, uma delas era a visita de Michael uma, duas ou até três vezes por semana. Ele sempre se desculpava por não poder vir mais, dizia que sempre tinha muitas coisas a fazer no castelo e então sempre que ele tivesse um tempo livre ele viria me visitar.

Nunca havia o interrogado sobre o que ele fazia no castelo, mas acreditava que o seu papel era dos importantes ali. Fazia alguns dias que eu não o via e então eu já começava a sentir saudades dele, era quase uma semana sem vê-lo e então eu começava a pensar na merda em que eu havia feito aquele dia. Não deveria ter saído daquele jeito, mas eu sabia que não devia continuar naquele lugar.

Me encolhi naquela cama e comecei a chorar, após pensar em tudo que aconteceu com os garotos em que me apaixonei. Eu não sabia o que havia comigo, mas eu apenas ficava daquele jeito e começava a chorar.

Depois de chorar ali sozinha perdida nos meus pensamentos, então eu me concetrei em meu caderno. Comecei a escrever tudo o que vinha acontecendo comigo nos últimos dias, e então novamente escrevendo eu chorava e soluçava. Até que acabei levando um susto quando vi Harold ali no quarto me olhando como se eu fosse a pessoa mais idiota que ele já havia visto.

--- O que você tanto me olha seu… seu estranho? É fácil para você a vida, você é apenas um leão idiota! Eu falei o olhando e enxugando aquelas lágrimas que eu tanto tentava segurá-las.

--- Alex? Está… cho… chorando? Michael entrou me olhando preocupado e eu fiz de tudo para que ele não percebesse minhas lágrimas.

--- Tire esse leão daqui, por favor! Eu falei apontando para Harold que parecia me olhar embasbacado.

--- Por favor, Harold. Michael falou tocando na cabeça dele e ele saiu dali sem acreditar que Michael mesmo o havia expulsado dali.

--- Alex, está chateada comigo? Fui algo que fiz? Espero respostas de você desde aquele dia. Ele falou se sentando na beira da cama e me olhando confuso.

Eu cheguei mais perto de Michael e o abracei como nunca havia feito antes. Eu naquele momento precisava matar a saudade que tinha dele dentro de mim. Precisava sentir seu toque gelado e seu cheiro pelo qual me deixou louca por ele desde o dia em que eu o vi.

--- Michael… eu não sei o que há comigo. Eu estou mudando a cada dia que passa. Choro por qualquer coisa, não posso sentir o cheiro dos animais as vezes e me irrito fácil. Eu queria uma resposta para isso. Eu falei abraçada a ele, minha cabeça encostada em seu peito enquanto ele acariciava meus cabelos.

--- Você ainda não pegou os resultados dos exames? Deve ser porque não está acostumada com tudo o que está passando aqui. Acredite você vai melhor logo. Ele falou me acariciando e cada vez me fazendo se arrepiar com seu toque, assim como eu amava.

--- Michael eu não quero passar por louca novamente! Eu não quero entrar em depressão de novo. Eu falei chorando mais uma vez.

Em certa época de minha adolescencia, com tudo que acontecia comigo naquela época eu acabei entrando em depressão por algum longo tempo. Mas eu sentia que o que estava acontecendo comigo agora não era como antes, era completamente diferente. Não eram as mesmas sensações, eu tinha apenas desejo de chorar e não de me matar, o que me deixava confusa e de certa forma melhor, por aquilo não ter voltado a ser como era antes.

--- Você vai ficar bem, não chore. Não quero ver você assim, sabe disso. Ele falou erguendo minha face e colhendo com seu dedo polegar todas minhas lágrimas.

Permaneci ali abraçada com ele, seu cheiro e sua presença me acalmavam e de certa algo que havia dentro de mim agora.

Michael prometeu passar aquela noite ali comigo

Capítulo 21

--- Sabe Alex, amo a cor de seus cabelos. Michael falou enquanto eu fazia cafuné em sua cabeça que estava em meu colo.

--- Minha avó me chamava de menina dos cabelos de fogo. Eu falei acariciando sua face.

--- Como é que pode ser tão linda? Ele perguntou agora se levantando e me encarando com um belo sorriso acariciando minha face.

--- E como você pode me fazer se perder por você? Eu simplesmente estou apaixonada perdidamente por você. Eu disse enquanto com seu dedo polegar ele contornava meus lábios.

--- Eu também. Nunca achei que eu poderia estar sentindo essas sensações novamente. Ele disse aproximando seus lábios dos meus, de tal forma que eu já podia quase sentir o sabor de seus lábios nos meus.

Michael roçou seus lábios nos meus e foi ali que nosso fogo acendeu naquela noite. Ele me abraçou acariciando minhas costas enquanto nos beijavamos loucos um pelo outro. Fazendo com que nossas línguas duelassem em nossas bocas sentindo um o sabor do outro.

Ainda nos beijando, Michael se deitou na cama e puxou meu corpo para cima do seu. Podia já sentir o quanto ele já me desejava ali, e para não prolongarmos muito com aquilo, pois sabíamos um o desejo do outro. Então Michael logo tirou de mim  minha camiseta e meu sutiã, revelando assim meus seios para ele. Ele pegou em minha bunda a apertando sobre a minha calça e com sua língua roçando em meus mamilos ele me fazia gemer seu nome.

Rebolando sobre seu membro que quase arrebentava o zíper de sua calça por causa de sua excitação, eu sentia ele brincar com meus seios em sua boca. Ele estava tão louco ali, que sem demorar se livrou de nossas calças e assim que senti seu membro roçar em minha intimidade gemi. Mas não era ainda aquilo que Michael queria, então me colocou de costas para ele e me penetrou lentamente, enquanto suas mãos massageavam meus seios. Ele estava me deixando louca com aquilo.

Michael me penetrava ali lentamente, porém profundo o que me fazia gemer por mais e mais. Ele estava começando a aumentar o movimentos e então pediu para que eu ficasse de quatro para ele. E assim eu fiz. Bom, ali não era o melhor lugar para fazer aquilo, pois aquela cama ringia a todo instante que pensávamos em nos mexer, mas nosso desejo gritava mais alto naquele momento.

Assim que fiquei do jeito que ele pediu, senti minha bunda arder quando ele deu um tapa sobre ela, arrepiando meu corpo por completo. Ele queria brincar comigo naquela noite e sim ele sabia me deixar louca por ele de uma forma que eu não queria, mas também não conseguia vencer meus desejos por ele. Com seus dedos ele deslizou em minha intimidade e ali gritei por seu nome.

--- Oh Michael, por favor. Eu falava sentindo ele brincar com seus dedos ali.

Mas a coisa iria piorar ainda, pois Michael agora passava sua glande em minha entrada e aquilo já estava me deixando maluca. Eu precisava tê-lo dentro de mim.

--- Diga o que você quer, Alex. Ele dizia continuando com aquela brincadeira, até que não pude mais me segurar e esperá-lo para fazer aquilo então comecei a me masturbar na sua frente.

--- Oh Michael… assim! Eu gemia me masturbando com dois de meus dedos enquanto ele me observava segurando seu pênis e sabia que ele não demoraria com aquilo.

Mas percebi que havia me enganado, pois Michael também começou a se masturbar exatamente louco. Gemia meu nome rouco e ia cada vez mais rápido com os movimentos em sua mão. Parei de fazer aquilo e empinei minha bunda para ele batendo nela pedindo para que ele me penetrasse. Ele não pensou muito, largou seu pênis e me penetrou de uma vez só arrancando gemidos cheios de palavrões de nossas bocas.

Ele me penetrava agora cada vez mais e mais rápido, mas nossos corpos acabavam pedindo mais e mais, e já sabíamos que logo teríamos nosso orgasmo ali. Em um gemido Michael e eu nos entregamos ao êxtase. Sentindo nosso prazer ali um se mesclar com o outro, Michael desabou na cama e me puxou para seus braços.

Deitei minha cabeça em seu peito suado enquanto ele me fazia se arrepiar com seus toques em minhas costas.

--- Alex, eu a amo. Eu a quero para sempre em minha vida. Ele falou ofegante em meu ouvido com sua voz rouca, e pela primeira vez pude escutá-lo dizer aquilo para mim.

Eu não sabia se eu sentia o mesmo por ele, então apenas dei um selinho em seus lábios e voltei a deitar minha cabeça em seu peito.

Capítulo 22

Naquela noite ainda eu acordei depois de um pesadelo. Eu não conseguia me lembrar, pois apenas conseguia ver sombras e vultos naquele sonho. Eu me sentei no meio da cama e olhei ali a figura de Michael dormir calmamente. Realmente ele trazia paz para meu ser, ao mesmo tempo em que me deixava confusa sobre meus sentimentos por ele.

Novamente aquela náusea me invadiu. Acabei saindo correndo da cama e fazendo um enorme barulho, parecia que estava morrendo, mesmo não querendo acordar Michael, agora havia sindo impossível.

--- Alex, você está bem? Michael perguntou chegando na porta do banheiro e acendendo a luz e me vendo ali sentada no chão vomitando como se estivesse bebido muito.

Assim que consegui ficar algum tempo sem vomitar, o olhei e o vi ali parado na porta do banheiro a me olhar. Estava somente com sua calça e seus cabelos desalinhados, completamente sexy.

--- Eu não sei… Eu falei logo começando a vomitar novamente.

O vi vir até mim e segurar meus cabelos e passar a mão em minha testa. Ele me ajudou a se levantar dali e a lavar meu rosto.

--- Veja como está pálida. Ele falou me dando uma toalha para enxugar meu rosto.

--- Michael esse cheiro dos animais não está dando para mim. Eu falei cobrindo meu nariz com a toalha.

--- Venha, vou ajudar a se vestir e vamos andar um pouco na rua para ver se passa essa sua náusea. Sente algo mais? Ele disse me pegando em seus braços e me colocando sentada na cama.

Passou a mão em meus cabelos e viu que eu suava. Eu realmente não entendia aquilo que acontecia comigo, mas deixei as minhas dúvidas para notar seus cuidados para comigo.

Ele me ajudou a pôr meu vestido e minhas roupas intímas. Ele pegou em minha mão com carinho e assim fomos dar uma caminhada aquela madrugada, o que eu não gostava muito, pois já tinha visto diversas coisas acontecerem ali.

--- Por que segura minha mão tão forte? Michael perguntou enquanto caminhávamos calmamente por ali.

--- Eu não sei, eu tenho receio de andar por aqui quando está escuro. Já vi muitas coisas aqui. Eu falei olhando para o chão para não tropeçar em nada.

--- O que por exemplo? Michael falou com os olhos arregalados e parecia temer algo.

--- Bom, deixa pra lá, não é bom lembrar disso agora. Eu disse desviando a conversa para outro assunto, falar sobre aquilo não era bom. As pessoas me criticavam por sempre contar a verdade, pois nunca acreditavam no que eu falava, então era melhor não tocar no assunto.

--- Tudo bem… Alex, você já pegou os resultados dos exames com o doutor Jacob? Michael perguntou agora olhando para o céu e parecia que o dia já estava para chegar.

--- Não… preciso falar com dona Mary sobre isso. Eu disse olhando os primeiros raios de sol darem sinal aquela manhã.

Caminhamos até a hora que Michael percebeu que deveria voltar para o castelo, pois dona Mary não demoraria a chegar.

Para minha sorte assim que voltei para o celeiro eu já não sentia mais aquelas náuseas e então tentei voltar a dormir, mas logo dona Mary chegou e soltou os animais o que fez meu sono ser espantado por eles.

--- Querida, doutor Jacob já está com seus resultados prontos. Dona Mary falou enquanto eu comia meu lanche aquela manhã.

--- A senhora viu o que eu tenho? Perguntei dando um gole em meu suco e a vi voltar do celeiro com alguns ovos nas mãos.

--- Não, mas acho que já sei o que pode ser. Ela disse colocando os ovos na cesta e já pegava suas coisas para voltar ao castelo.

--- E o que será senhora? Perguntei sem entender os motivos dela.

--- Você vai entender logo logo criança. Até mais tarde. Ela falou acenando para mim e já saindo dali, me deixando novamente confusa.

Alguns dias se passavam depois daquela noite maravilhosa que tive com Michael. Minhas náuseas continuavam, minha tontura continuava de vez enquanto e agora não era apenas isso, mas também meus pesadelos também haviam voltado. E eu ficava cada vez mais e mais preocupada com minha saúde.

Sentada sobre os fenos no celeiro comendo uma laranja enquanto observava Harold passear pelo campo, eu escutei alguém vir correndo até o celeiro, mas antes que desse tempo de eu me esconder eu vi aquele vulto se formar ali na minha frente. E para minha alegria, era Michael.

--- Alex, eu quero que você venha ficar conosco no castelo. Você não pode e nem tem mais condições de ficar aqui. Por favor, arrume suas coisas. Ele falou tentando recuperar seu fôlego e parecia ter corrido do castelo até o celeiro.

Capítulo 23

Michael estava ali na minha frente ofegante e parecia preocupado com algo. Estava mais pálido do que seu normal, parecia vê-lo ficar quase transparente ali na minha frente.

--- O que há com você Michael, por favor me conte! Está me assustando. Eu falei temendo chegar perto dele, pois não entendia o que ele expressava ali naquele momento.

--- Apenas venha comigo, você vai entender. Ele falou pegando em minha mão e olhando em meus olhos.

Ele me ajudou a arrumar minhas coisas na minha mochila, e sem entender nada e sem ouvir mais uma única palavra de Michael, eu o segui até o castelo.

Nós entramos por aquela mesma enorme porta que entrei quando fui até o castelo naquela noite pedir ervas para dona Mary. Michael e eu passamos por algumas escadas e lugares que eu jamais pensei que existiam naquele lugar. Até que entramos em um local onde me parecia familiar. Era o consultório do doutor Jacob.

--- Ora, ora, vejo que veio pegar os resultados de seus exames, senhorita Alex. Doutor Jacob disse logo assim que eu e Michael entramos ali sem dizer nada.

--- E como estão? Deu algo muito grave? Perguntei já sem querer ouvir a resposta, pois pelo modo como Michael me olhava agora eu acabava me assustando. E também me lembrava agora das palavras de dona Mary.

--- Sentem-se, preciso conversar com vocês. Já quero lhe deixar ciente de que Michael já sabe disso tudo. Ele falou apontando a cadeira para nós e ali eu hesitei por alguns longos instantes antes de me sentar.

--- Doutor Jacob, está me assustando… Falei sentindo minhas mãos tremerem e meu sorriso querendo virar em lágrimas, mas eu me segurei ao máximo que pude.

--- Querida, você está… bem você vem sentindo esses sintomas porque há um pequeno ser se formando dentro de você. Está esperando um bebê… está grávida! Ele falou sem saber como explicar e naquele momento senti o chão se abrir e eu cair em um enorme buraco escuro.

--- Não é maravilhoso isso, Alex? Michael me perguntou se virando para mim e um sorriso brilhante se encontrava em sua face.

--- Bom… é… mas eu acredito que não esperava isso agora. É uma grande surpresa para mim, como vamos fazer para contar isso para todos? Michael é eu… Eu iria falar temendo magoar Michael, pois aquela notícia parecia a melhor de todas que ele já tinha ouvido em sua vida.

--- Bom, acho que devem discutir isso depois. Essa criança agora mais do que tudo precisa de carinho e amor de vocês. E sei que vão fazê-lo como devem. A partir de manhã começaremos a fazer seu acompanhamento da sua gravídez. Vou deixar vocês um momento a sós, vou pegar seus exames de sangue. Doutor Jacob falou se levantando e saindo porta a fora me deixando ali em um clima estranho com Michael.

Depois de alguns longos minutos sem querer encarar a cara de Michael, eu acabei tendo que olhá-lo, pois sabia que ele também estava confuso naquilo tudo e precisávamos conversar mais do que nunca. Agora eu não podia imaginar que depois de tudo que vinha acontecendo agora, a culpa de tudo aquilo que eu sentia era o pequeno ser que estava dentro de mim.

--- Alex, eu sei como deve estar se sentindo agora. Saiba que também fiquei espantado quando soube. Você… você é apenas uma menina normal que vive na cidade. Mas se quiser pode ficar aqui até ele ou ela nascer e parar de mamar pode ir quando quiser, eu aceito isso. Tem sua total liberdade, mas enquanto estiver aqui saiba de que vai estar sobre meus cuidados e meus olhos. Não deixarei mais você ficar naquele celeiro, daremos um jeito de contar a todos sem que se espantem. Ele falou tudo aquilo parecendo segurar lágrimas em seus olhos enquanto segurava minha face em suas mãos geladas.

--- Michael, não irei deixar essa criança aqui. Iremos cuidar dela juntos, assim como quando a fizemos. E com amor. Eu só peço que me entenda, as coisas tem acontecido de pressa. Um dia desses eu apenas tinha saído de casa para passar as férias e olhe onde estou! Em um castelo enorme grávida. Mas acredite eu não me arrependo de tê-lo conhecido. Eu falei deixando algumas lágrimas escaparem, e sem querer mostrava a ele o quão importante ele já havia se tornado em minha vida em tão pouco tempo.

Não demorou para que o doutor Jacob logo estivesse ali de volta, e com uma receita escrito tudo o que eu deveria fazer desde a hora que eu me levantasse até a hora de eu me deitar.

--- Bom, nos seus exames constatou de que você está com anemia. Quero que leve isso e tome todas as manhãs em jejum uma colher de sopa desse líquido. Ele falou dando uma garrafa com um líquido verde dentro e eu fiz careta quando vi aquilo.

--- Cuidarei bem Alex, doutor Jacob. Seguiremos todas as suas descrições. Michael falou pegando a garrafa com o líquido e o papel onde o doutor havia escrito.

--- Estão dispensados por hoje. Doutor Jacob falou sorrindo e se levantando.

Ele acompanhou Michael e eu até a porta e pediu que eu não fizesse muito esforço durante aquele dia. Bom, agora eu sabia de algo: meus dias seriam mais estranhos naquele castelo do que no celeiro. E eu teria muita coisa para desvendar ali ainda.

Capítulo 24

--- Bem, ficaremos aqui nesse quarto. Acredito que seja bem mais confortável do que naquele celeiro com aquela cama que range a noite inteira. Michael falou logo assim que entramos naquele quarto e colocou minha mochila na cama.

O castelo podia ter a pior das aparências por fora, mas por dentro ele era exatamente perfeito. Com movéis antigos e luxuosos. O quarto que Michael me levou para ficar parecia o lugar mais chique dali.

Ele foi até a janela e abriu a cortina. Eu me sentei naquela enorme cama que tinha ali.

--- Eu tenho que descer para fazer algumas coisas, deixarei você um pouco sozinha colocando sua cabeça no lugar ok? Ele falou indo em direção a porta, mas ainda precisava conversar com ele e me senti insegura quando ele falou que me deixaria ali sozinha.

--- Michael… Eu disse chamando de volta sua atenção.

--- Sim. Ele disse se virando para mim com aqueles enormes olhos negros a me fitar.

--- E o dono do castelo? E se ele aparecer e me ver aqui? Eu receio que alguém descobre que estou aqui com você. Eu falei sentindo algumas lágrimas virem aos meus olhos, eu sentia falta de casa agora.

--- Não se preocupe, ninguém vai fazer nada se descobrí-la aqui. Irei avisar a todos sobre você hoje no jantar. E quanto ao dono do castelo… bem, ele vai entender. Michael falou vindo até mim e beijou minha testa, e antes que ele saísse dali eu o agarrei por sua cintura e o abracei.

--- Agora descanse, estarei aqui mais tarde. Dona Mary vai vir aqui para lhe ver daqui a pouco, então se precisar de algo peça à ela. Só peço para que não saía andando sem mim por aí. Ali há roupas limpas, se quiser tomar um banho sinta-se á vontade. Agora eu preciso ir. Ele falou se agachando em minha frente e assim que terminou de falar aquilo deu um selinho em meus lábios e saiu do quarto.

Eu fiquei alguns minutos ali observando e decidir ir até o enorme porta janelas matar minha curiosidade. Realmente aquele lugar era encantador. O sol estava completamente radiante e aquele lugar lhe trazia uma sensação de paz e o desejo de nunca mais querer sair de lá. Os cavalos corriam pelo campo, pude ver também o celeiro, tendo a certeza de que era Michael o ser que sempre me causou aqueles arrepios quando me observava aquelas manhãs. E bem, lá estava ele, o poderoso e belo Harold em sua pose pomposa.

Ele olhou em direção a sacada e em um sorriso de deboche  eu pensei “bem dessa vez eu ganhei garotão”.

Eu decidi ir até o banheiro e quase cai para trás ao ver o tamanho luxo que aquele lugar era. Havia uma enorme e bela banheira ali. As toalhas eram tão brancas que pareciam pedacinhos de nuvens ali. Eu liguei a banheira e coloquei alguns sais.

Enquanto a banheira enchia eu me despi e desenrolei o pano de meu braço para poder ver como estava aquele machucado. Estava do mesmo jeito, porém não tão vermelho e agora eu já me acostumava com a dor que sentia sempre que mexia nele. Eu procurei por algo ali para que eu pudesse limpá-lo, mas não o achei. Então, simplesmente coloquei a gaze de volta no seu lugar e enrolei o pano novamente o amarrando em meu braço para que não se soltasse.

Passei pelo espelho em frente a pia e ali eu me observei por alguns minutos. Fazia algum tempo em que não me olhava nua em frente a um espelho, pois o que havia no celeiro era tão pequeno que só conseguia ver minha face.

Pela primeira vez depois que soube daquela grávidez eu toquei em meu ventre. Eu ainda não me sentia tão mãe, acho que só começaria a sentir aquilo quando minha barriga estivesse maior. Me admirei por meu corpo estar exatamente da mesma forma de quando sai de minha casa naquela manhã.

Finalmente entrei na banheira e matei a saudade que eu tinha de ficar horas e horas em uma banheira pensando na vida. Haviam vezes em que eu até dormia. Me afundei ali e fechei meus olhos. Me coloquei a pensar então em tudo o que vinha acontecido comigo. As vezes eu me sentia arrependida por tudo que estava acontecendo, eu não deveria ter me apaixonado por Michael, talvez tudo aquilo tinha sido apenas um erro. O que aconteceria depois que aquela criança indefesa nascesse? Eu teria que dar tempo ao tempo, senão voltaria a ficar maluca como quando era criança.

Logo que terminei meu banho enrolei meus cabelos molhados em uma toalha e enxuguei meu corpo. Pentiei meus cabelos e como aquelas minhas roupas estavam sujas, sai do banheiro e fui até o quarto e abri uma das portas daquele enorme guarda-roupa. Tudo o que achei ali foram vários camisetes sociais e de seda vermelhos. Um monte deles e agora entendia o porquê de Michael usá-los com frequência, pois tinha vários. Abri outra porta e ali vi algo que Michael sempre vestia, suas camisetas brancas. Estavam separadas em manga longa, camisetas sem mangas e mangas curtas simples. E é claro todas com decote V.

Peguei uma de manga curta, vesti minhas roupas intímas e coloquei a camiseta por cima. Era tão grande que chegava em metade de minhas coxas. Me deitei naquela enorme e macia cama, e acabei pegando no sono.

Mais tarde acordei com batidas insistentes na porta, esfreguei meus olhos e pedi para que entrasse. Era dona Mary.

--- Olá criança, está tudo bem? Vim apenas saber se quer algo. Está com fome? Estou preparando um lanche. Ela falou vindo até mim sorrindo e me senti segura quando a vi ali.

--- Estou bem, gostaria que fizesse um novo curativo. Senhora, que horas são? Perguntei me sentando na cama e esfregando meus olhos.

--- São quase quatro horas da tarde. Michael pediu para lhe avisar que não demoraria muito a voltar. Ela falou pegando uma pequena maleta que parecia ser um kit de primeiros socorros.

--- Senhora, já sabia do meu envolvimento com Michael? Perguntei desamarrando o pano de meu braço.

--- Sim… faz algum tempo. Desde seus primeiros encontros. Desconfiava de Michael não estar dormindo aqui no castelo. Ela disse começando a fazer o curativo enquanto eu apenas a observava.

--- E sobre minha grávidez? Bom… Eu disse tentando me explicar, mas não sabia como.

--- Eu sempre suspeitei. Michael nunca me contou tudo como gostaria de saber, mas acabei com minhas suspeitas quando percebi você sentir esses sintomas. Ela falou limpando meu ferimento e logo deixando uma única gaze ali e amarrando o pano novamente.

--- Eu não esperava que isso acontecesse comigo. Não agora. Eu falei vendo ela arrumar todo dentro da pequena maleta e ir guardá-la.

--- Michael também ficou um tanto surpreso. Mas pode acreditar nada o fará mais feliz agora do que essa criança. Você foi um presente na vida de Michael, ele estava precisando mesmo de alguém para se apaixonar, amar e cuidar. Ela falou indo até a porta, mas parou e olhou para mim.

--- Ele lhe ama Alex. Vou pegar seu lanche. Ela falou abrindo a porta e logo saiu dali me deixando pensativa como sempre.

Capítulo 25

Mais tarde me levantei, lavei minha face e escovei meus dentes. Quando sai do banheiro dona Mary chegou com meu lanche da tarde. Ela deixou eu ali sozinha comendo e disse que desceria, pois tinha muitos afazeres ainda.

Estava ali comendo aquilo que já parecia revirar em meu estômago, quando Michael chegou sorridente no quarto e veio até mim na cama.

--- Como está? Ele perguntou se sentando próximo a mim na cama.

--- Estou bem. Eu falei dando um gole em meu suco.

--- E você meu pequeno? Como está? Se comportou? Ele falou tocando minha barriga e eu toci quando eu estava tomando o suco, quase me afogando. Eu ainda não estava acostumada com aquilo.

--- Me… me desculpe, Alex. Sei que ainda não se acostumou com isso. É que sabe… eu me sinto honrado por isso tudo estar acontecendo. Ele disse encarando suas mãos e eu ri com seu jeito acanhado como um garotinho como sempre.

--- Tudo bem, acredito que para um homem na sua idade. Bem… digo, você sabe. Deve ser um prazer. Eu falei terminando de comer e toquei minha barriga ao sentir aquilo se revirar em meu estômago.

Eu não tive escolhas a não ser ir correndo como uma maluca até o banheiro, me agachei na frente do vaso e em instantes tudo o que eu havia comido naquele dia estava ali. Logo escuto os passos de Michael até mim.

--- Alex, você está bem? Ele falou entrando correndo no banheiro meio preocupado e veio até mim ao me ver ali agachada jogando tudo pra fora.

--- Michael, até esse menino nascer acho que virarei um palito. Ele nunca se agrada de nada que eu como! Eu disse em um momento em que consegui parar de vomitar e me sentei no chão sentindo minhas vistas escurecerem.

--- Alex, você está bem? Está pálida. Alex fala comigo! Michael falou logo se agachando perto de mim e me amparando em meus braços eu sentia meu corpo esfriar.

Eu senti ele me pegar em seus braços e me levar até a pia. Eu sentia meu ar faltar, não conseguia falar com Michael e via o seu desespero ali perante mim, mas nada podia fazer. Minhas forças haviam ido embora.

Ele me levou até a pia e com dificuldades, pois eu estava mole em seus braços, ele lavou minha face e minha boca. Foi até o vaso o fechou, puxou a descarga e me colocou ali sentada em seu colo. Ele pedia para que eu falasse com ele, mas eu não conseguia.

Michael pegou uma toalha e começou a me abanar até que eu conseguisse voltar ao normal. Eu segurei em seu punho para que ele se sentisse melhor, sabia que também estava nervoso.

--- Michael, eu estou bem. Eu falei tocando sua face e ele tocou a minha testa.

--- Você não sabe como fiquei preocupado. Pensei que perderia vocês. Ele falou me virando para ele e me apertando em um abraço.

--- Não se preocupe, estamos bem. Essas coisas vivem acontecendo comigo agora. Eu disse baixinho em seu ouvido tocando seus cabelos.

Michael olhou em meus olhos profundamente, estávamos ali um observando a face do outro. Eu pude notar ele umedecer seus lábios e já estava pronta para seu beijo. Com minhas mãos eu acariciava sua face naquele beijo maluco que dávamos ali no banheiro. Michael estava me deixando completamente maluca com aquilo. Suas mãos geladas fizeram meu corpo arrepiar-se quando senti seu toque. Ele segurava agora meu quadril, e agora podia sentir suas mãos irem subindo e assim erguendo minha camiseta junto.

Podia notar já seu membro começar a enrijecer, e eu sabia que aquilo não pararia por ali. Michael enfim tirou minha camiseta e a jogou em um canto qualquer do banheiro. Eu também o queria nu ali comigo então o ajudei a se livrar de sua camisa social. Abri os botões enquanto mordiscava seus lábios e as vezes seu queixo. Ele pegou minhas mãos e me fez sentar agora com minhas pernas abertas de frente para ele. Eu estava beijando seu peitoral quando ele pegou minhas mãos e colocou sobre seu pênis, me fazendo sentir o quão duro e latejante ele já estava.

Desci o zíper da calça de Michael e o massageei por cima de sua cueca. Michael estava com suas mãos sobre as minhas e sentia minhas caricias de olhos fechados.

Eu me levantei de seu colo e assim notei ele abrir seus olhos, me observou de cima a baixo. Estava quase completamente nua na sua frente. Me virei de costas para ele e tirei minha calcinha rebolando e me agachando em sua frente. Quando me virei para ele novamente, segurando minha calcinha pela ponta, eu o vi como um louco a se masturbar na minha frente. Seu pênis ficava cada vez mais e mais rijo conforme suas investidas. Joguei a calcinha para ele o qual pegou com as duas mãos, a cheiro e beijo, me fazendo ficar mais excitada do que já estava.

Michael veio até mim, me abraçou por trás roçando seu membro em meu bumbum e me levou até a pia. Colocou minhas mãos sobre a pia me fazendo se empinar para ele. Bateu em meu bumbum e assim me penetrou rápido e fundo. De frente para aquele enorme espelho eu via as suas expressões faciais mudarem a cada estocada que ele dava.

--- Oh Alex, você me deixa louco. Ele gemia com sua voz rouca e puxava o ar com dificuldade.

Ele me penetrava cada vez mais rápido e minhas pernas já estavam começando a ficarem bambas com aquilo. Ele pegou em meus peitos e os apertava enquanto me penetrava exatamente louco. Quando achei que chegaríamos junto ao auge daquilo. Michael saiu de dentro de mim, me pegou em seus braços. Ele se sentou no vaso e logo me colocou sentada em seu colo me penetrando, començando com movimentos lentos, porém fundos.

--- Mais Michael! Mais! Eu sei que pode mais. Eu falava começando a me mover mais rápido ali enquanto ele me segurava ainda me penetrando lentamente.

--- Não Alex, eu quero assim. Preciso sentí-la. Ele falou rouco e ofegante me fazendo gemer seu nome quando sua mão gelada tocou a minha intimidade.

Comecei a sussurrar seu nome e fechei meus olhos sentindo ele se mexer lentamente dentro de mim. Michael subiu sua mão que estava em minha intimidade e pegou em meu seio. Ele ainda se mexia lentamente, mas eu queria mais do que aquilo, então comecei a fazer movimentos rápidos e ele sem querer cedeu para o que eu estava fazendo. Estava o enlouquecendo, podia ver isso em suas palavras que ecoavam ali naquele banheiro enquanto nos amávamos.

Nós já não estávamos mais aguentando aquilo, eu estava tremendo nos braços de Michael e ele já murmurava palavras sem nexo. Nosso suor já se misturavam um ao outro, Michael me apertou segurando em minha cintura, enquanto eu, colada ao seu corpo eu mordia seu ombro e segurava em seus braços.

--- Oh Alex, eu não aguento mais. Michael gemeu em meu ouvido me fazendo se arrepiar e poder sentir meu orgasmo mais próximo cada vez.

Cerca de segundos depois pude sentir ele se “derramar” dentro de mim, e logo também me entreguei a ele desabando ofegante e cansada em seus braços ali.

Ficamos alguns minutos sentados ainda junto até recuperarmos nosso fôlego. Michael olhou em meus olhos e sorriu lindamente, passou a mão em meus cabelos e deu um selinho em meus lábios.

--- Você está bem? Ele perguntou acariciando minha face e eu assenti sorrindo.

--- Sim, estamos bem. Eu falei pegando na mão dele e a colocando sobre meu ventre, queria lhe mostrar que eu amava aquela criança, mas apenas estava meio assustada com as coisas.

--- Você está vendo meu amor, como a mamãe e o papai são? Eu falei tocando minha mão por cima da de Michael e ele deu risada quando eu conversava com meu pequeno bebê, e eu sabia que esse pequeno já nos conhecia.

--- Sua mãe acaba de passar mal e olha o que acabamos de fazer. Eu preciso ficar de olho em mim… e em você também, mamãe! Ele falou sorrindo e acariciou meus cabelos com sua outra mão.

--- Alex, quero que se arrume para descermos para o jantar. Irei apresentar você para todos. Ele falou depois de longos minutos que passamos em silêncio apenas acariciando meu ventre.

--- Michael, você não tem medo disso dar errado? Perguntei para ele com minha mão ainda sobre a sua, mas agora eu acariciava seu braço.

--- Eu confio em você, sei que não fará nada demais. Ele falou tocando minhas costas com carinho e olhando em meus olhos me deu um longo beijo.

Me levantei de seu colo e assim Michael também se levantou dali e ligou a banheira. Tomamos banho juntos, nada fizemos dessa vez. Apenas conversamos sobre nosso bebê e trocamos carinhos. E agora tudo o que minha mente e meu coração pediam era para que eu não me acordasse em meu apartamento em Los Angeles.

Capítulo 26

Após tomarmos banho, Michael se arrumou e pediu para que eu o esperasse ali no quarto. Aproveitei o tempo para me arrumar e escrever algumas linhas em meu caderno.

Fui ao banheiro pentear meu cabelo e quando voltei, olhei para a cama e vi uma pequena caixa vermelha. Michael estava se observando no espelho e fui até ele abraçá-lo, parecia que não o tinha visto fazia algum tempo.

--- Você viu o que tem dentro da caixa? Ele perguntou pegando em minhas mãos e me trazendo para sua frente.

--- Ainda não. Eu falei o beijando e ainda o abraçava o apertando em meus braços, seu cheiro já me embriagava naquele momento.

--- Alex, o que há com você? Ele falou tocando em meu rosto enquanto eu sentia seus cachos macios em minhas mãos.

--- Eu não sei, minutos longe de você e me parece a eternidade. Eu disse dando um selinho nele e ele sorriu malícioso, por um instante achei que voltaríamos a fazer aquilo novamente, para minha tristeza não foi o que aconteceu.

--- Se arrume, precisamos descer ou viram atrás de nós. Ele falou me soltando dos seus braços depois de ter me deixado embriagada já por ele.

Eu fui até a cama e abri a caixa. E quase não pude acreditar no que eu vi quando a abri, era simplesmente o vestido mais lindo e encantador que eu já havia visto. Um tanto estranho para mim, pois quase não era acostumada a usar aquilo, e confesso que fiquei com medo de vestí-lo com medo de estragá-lo.

--- E aí gostou? Dona Mary quem o fez. Ele falou se sentando na beirada da cama e me via ali encantada com o vestido nas mãos.

--- Oh Michael, é simplesmente lindo! Eu falei indo para frente do espelho colocando o vestido em frente ao meu corpo.

Eu o vesti com a ajuda de Michael e depois voltei a me olhar no espelho. Tinha ficado simplesmente perfeito.

--- Michael, como que dona Mary consegui fazer esse vestido sem tirar minhas medidas? Perguntei vendo já as medidas perfeitas que ele tinha para meu corpo.

--- Boa pergunta, eu também não sei. Só sei que ela é uma ótima costureira e esse vestido ficou perfeito em você. Ele falou agora me abraçando por trás e beijou meu pescoço me fazendo se arrepiar. Céus eu já o queria de novo!

Eu me virei para ele e o beijei intensamente, o mostrando o quanto eu já o queria. Michael estava sendendo às minhas caricias até sentir meu vestido, e se lembrar de que ainda teríamos que ir para o jantar.

--- Está pronta? Todos já estão nos esperando. Ele falou indo já em direção a porta enquanto eu ainda maravilhada me admirava no espelho.

--- Estou. Eu disse indo até ele e já pegando em sua mão.

Passamos por aquele enorme corredor que agora era inuminado por lamparinas assim como a enorme escada que descemos. Logo nos direcionamos a sala de jantar onde todos já se encontravam esperando por nós.

Eles sorriram para Michael e o cumprimentaram enquanto eu sorria tímida me escondendo atrás de Michael. Alguns me olharam com desdém, me fazendo se sentir cada vez mais estranha ali no meio deles, mas eu sabia que eu realmente era uma intrusa no território deles.

Haviam apenas dois lugares ali sobrando, onde deduzi que o da ponta seria o de Michael e o outro logo a sua direita seria o meu. Eu não entendi o motivo de Michael poder se sentar ali na ponta, sendo que ele não era o dono do castelo. Eu não precisava morar naquele lugar para entender que apenas os “reis” se sentam na ponta da mesa.

Deixei aquilo de lado e foquei minha atenção nos diversos e saborosos pratos que eram servidos ali. Aquela mesa era repleta de comidas deliciosas e não havia uma que não desse água na boca apenas de olhar, mas meu pequeno ainda não estava de bem comigo e então não me deixou comer nada do que tinha ali. Meu estômago estava se revirando ali e eu sentia minha face ficar verde ali.

Olhei para Michael e o vi comendo aquilo, acabei me sentindo estranha no meio deles. Eu não queria demonstrar de que eu não conseguia comer aquilo, mas não teve jeito. Dona Mary me serviu e me olhou preocupada, ela entendeu o que acontecia ali e me ajudou a sair daquela situação.

--- Oh querida, não se preocupe. Peço licença à todos. Preciso falar com a nossa mais nova hóspede. Ela falou pegando em minha mão e se levantando, logo chamando a atenção de todos para nós.

Alguns me olharam preocupados e outros não tinham reação. Eu sabia que eles procuravam em mim algo que fosse semelhante à eles, mas eu era simplesmente muito diferente de todos. Eu me sentia perdida naquele enorme lugar cheio de gente, enquanto eles se sentiam apenas felizes por mais um dia juntos. Seus estilos de roupas antigas confessava o quão pouco evoluidos eles eram. Aquelas lamparinas espalhadas pelo enorme castelo de pedras, no lugar de simples lâmpadas.

Dona Mary me levou até a cozinha, pediu que eu me sentasse ali na pequena mesa e esperasse pelo que ela faria para eu comer.

--- Dona Mary, será que ficarei muito tempo sentindo essas naúseas? Perguntei tocando meu ventre sentindo meu estômago se revirar apenas em sentir o cheiro da comida.

--- Só os três primeiros meses, geralmente são os mais difíceis. O bebê está muito sensível nessa época, e também por pouca coisa pode perdê-lo em um piscar de olhos. Tome o máximo de cuidado possível, não sabe o quão feliz essa criança está tornando Michael. Ela falou me dando uma xícara com um chá com uma cor verde que só de vê-la senti algo subir pela minha garganta, mas eu precisava tomar aquilo.

Dei alguns goles e senti meu corpo suar frio, joguei minha cabeça para trás a encostando na parede e a erguendo. Eu precisava de ar.

--- Logo vai passar, o chá vai logo fazer efeito. Dona Mary disse tocando minha testa e meu ventre enquanto eu ainda suava ali.

Assim que aquela sensação horrível passou dona Mary disse que voltaria ao jantar, mas não demorava a voltar. Fiquei ali acariciando meu ventre e sentindo meu pequeno bebê, que já me dava muito trabalho, ir se acalmando. Escutei batidas na porta da cozinha e pedi para que entrasse.

--- Não vai ir jantar? Michael perguntou entrando na cozinha e estremeci ao ver sua figura ali em pé preocupado comigo, ainda assim muito sexy.

--- Seu filho está de mal ainda. Não acho uma boa ideia. Quero voltar para o quarto. Eu falei o vendo vir até mim e se agachar em minha frente, acabei bocejando já sentindo o sono me invadir. No celeiro estava acostumada a ir dormir cedo.

--- Vou me despedir de todos e pedirei desculpa por sua ausência, e assim já subiremos, ok? Ele disse beijando minha mão e logo se levantou.

Eu esperei Michael voltar e assim voltamos para o quarto. Michael foi ao banheiro e eu acabei me deitando na cama com aquele vestido e logo adormeci ali. Quando acordei vi Michael me beijando e tentando tirar aquele vestido de mim.

--- Podia me acordar não é senhor gelado? O que acha que seu filho vai pensar. Eu disse me sentando na cama e tirando as alças do vestido deixando meu sutiã a amostra.

--- Ele só vai pensar que o papai está tentando deixar a mamãe mais confortável. Ele falou beijando meu pescoço e logo me ajudando a tirar o vestido por completo, ficando apenas de roupas intímas na sua frente.

--- Sei papai. Eu disse o puxando para cima de mim ali na cama.

Michael estava ainda com sua calça social, estava sem camisa o que me deu a oportunidade de arranhar suas costas. Michael não demorou para se livrar de meu sutiã e estar com suas mãos sobre meus seios os massageando. Ele estava no meio de minhas pernas e eu já podia senti seu membro endurecido em minhas entranhas.

Toquei em seu pênis por cima de sua calça e ele gemeu rouco em meio aos nossos beijos. Michael parou seus beijos e abri minhas pernas, apalpou minha vagina por cima da minha calcinha. Ele afastou minha calcinha e logo eu pude sentir sua respiração em minha intimidade. Michael tocou meu clitóris com sua língua e desceu a mesma até a entrada de minha vagina, me fazendo gritar por seu nome.

--- Oh Michael! Eu gemia segurando em seus cabelos enquanto ele me torturava.

Fez circulos com sua língua em meu clitóris e eu gemia cada vez mais, sentindo meu orgasmo se aproximar. Michael começou agora a deslizar seus dedos em minha vagina, eu pedia para que ele acabasse com aquilo e me masturbasse, mas ele não o fazia. E eu já sentia logo aquele orgasmo chegar até quando eu estava quase chegando lá. Ele se levanta da cama, tira sua calça e sua cueca me fazendo encarar seus pênis mais que duro e pulsante ali. Ele tornou a ficar no meio das minhas pernas e assim tocou novamente minha intimidade, só que dessa vez com algo maior. Não demorou para que ele me penetrasse e nos levasse a loucura com aquilo. As investidas foram dadas e em poucos minutos eu já gozava em Michael assim como ele em mim.

Ele caiu ao meu lado na cama, e assim me puxou para seus braços.

Mais tarde naquela mesma noite acordei após um pesadelo. Eu não senti Michael na cama, mas deixei de lado, talvez ele tivesse ido apenas tomar água. Me virei para o outro lado e quando olhei para a sacada vi uma sombra passar, mas deixei aquilo de lado. Fechei meus olhos e cai no sono novamente.

Capítulo 27

Logo que o dia amanheceu eu acordei novamente não encontrei Michael ao meu lado. Sendo assim me levantei e me arrumei. Tomei uma colher daquele troço que o doutor Jacob pediu, realmente era tão ruim que fiz diversas caretas tomando aquilo.

Era cedo e então resolvi descer até a cozinha para tomar café. O pessoal ali acordava realmente muito cedo e já logo colocava a mão na massa.

--- Bom dia, dona Mary. Falei entrando na cozinha e a vi olhar algo no pequeno forno.

--- Bom dia, criança. Dormiu bem? Ela perguntou ainda sem me olhar enquanto secava suas mãos no seu avental.

--- Dormi… a senhora viu Michael? Perguntei a ela enquanto ela parecia fazer meu café da manhã.

--- Bom é… ele saiu a pouco tempo. Pediu para que eu fizesse esses biscoitos para você. Ela falou gaguejando e eu entendi que havia algo de errado ali.

Eu tomei meu café da manhã com aqueles biscoitos sem questioná-la, logo voltei para o quarto e fiquei observando tudo o que acontecia lá embaixo da sacada.

--- É pequeno parece que seu pai sumiu. Eu falei sentada no chão do quarto acariciando meu ventre.

A manhã já estava quase terminando e eu estava ali naquele quarto luxuoso e enorme sem fazer nada. E então algo começou a trabalhar em minha cabeça. Eu precisava explorar um pouco daquele lugar. Foi então que decidi dar uma volta nos andares de baixo do nosso quarto, pois o quarto de Michael ficava no último andar daquele castelo, e no andar de seu quarto não haviam mais quartos, a não ser cômodos muito chiques e bem arrumados e limpos.

Desci as escadas olhando para aquelas janelas e aqueles quadros enormes que estavam espalhados por todo castelo, confesso que alguns me deixavam com medo as vezes.

Estava andando no terceiro andar, era muito belo aquele lugar, mas não tão quanto ao andar em que eu e Michael ficávamos. Se Michael não é o dono do castelo por que ele pode sentar na ponta da mesa e ainda dormir no mais chique e confortável andar? Eu pensava andando por ali e matando minha curiosidade cada vez mais.

Estava andando por aquele lugar sem medo, porém ainda muito curiosa. Explorei todo aquele local, e agora estava decidida a ir para o próximo andar. Descia os degraus com a mente longe dali, até que comecei a escutar alguém andando ali junto comigo. Eu parei no degrau que eu descia e assim pude escutar ainda a escada ringir, e eu sabia que não eram meus passos ali. Eu olhei para os lados, porém nada via e aquele barulho parecia vir se aproximando de mim.

Eu continuei ali parada até começar a sentir uma brisa arrepiar meu corpo. Olhei para o fim da escada e procurei por Michael, somente ele conseguia me causar aquilo, mas não o vi. E aquela brisa era diferente, mas muito parecida com a que Michael me causava. Eu senti algo gelado passar por meu corpo, me arrepiando e me fazendo achar que aquilo podia ser da minha mente, mas era totalmente estranho. Porque não era um sonho, eu realmente sentia aquela sensação. Assim que percebi aquilo passar eu olhei para a cima e pude ver aquilo ir se afastando de mim a cada segundo, e ia sumindo junto com os passos na escada.

Eu me sentei no chão por causa de uma tontura que começava a surgir. Agora eu podia sentir algo estranho em meu ser. Encostei minha cabeça na parede e ali adormeci.

Acabei tendo um pesadelo, era ela de novo. Minha “amiga” fantasma. Eu podia sentir ela tocar em mim e me falar algo agora. Ela apenas sussurrava, e não entendia ainda. Eu a via ali do meu lado na escada, ela tocava meu braço, mas quando fui tocar em sua mão eu levei um choque e por algum motivo acabei acordando.

Assim que abri meus olhos vi Michael ali em minha frente. Eu ainda estava tonta então por isso não conseguia manter meus olhos totalmente abertos.

--- Alex? Meu amor? Alex! Ele falou tocando minha face.

--- Michael. Foi apenas o que eu consegui dizer naquele momento.

Senti Michael me pegar em seus braços rapidamente e descer as escadas.

--- Michael para onde está me levando? Eu estou bem. Eu falei tentando sair de seus braços, porém ele me segurava com força.

--- Alex, preciso levá-la até o doutor Jacob, temos que saber o que acontece com você. Ele falou parando já em frente a porta do consultório dele.

Doutor Jacob abriu a porta sorridente e pediu para que nós entrássemos. Contrariada eu tive que entrar.

--- Então o que há com essa moça? Ele perguntou pedindo para que Michael me colocasse na maca e logo pediu para que eu me sentasse.

--- Doutor Jacob, é normal Alex está desmaiando? Estou começando a ficar preocupado. Ela já desmaiou duas vezes essa semana. Michael falou em pé ao meu lado segurando em minha mão, enquanto doutor Jacob me examinava com seus aparelhos.

Ele levou alguns minutos para responder as perguntas de Michael, e eu estranhei aquilo. Parecia ter pensado várias vezes antes de dizer o que realmente tinha que dizer, porém acabou não falando o que ele sabia que era certo.

--- Acredito que é por sua idade. É, é isso! Essa gravidez não será nada fácil para você. Sua pouca idade irá dificultar um pouco, você vai notar isso ao passar dos meses. Mas não se preocupem é normal. Tomou o remédio hoje de manhã? Ele perguntou colocando aquele aparelho gelado em minhas costas para escutar meu coração.

--- Tomei. E também tomei café da manhã hoje. Eu disse descendo da maca com a ajuda de Michael.

Ele pediu para que eu comece algo e saísse um pouco de dentro do castelo. Eu sai dali mais confusa do que eu tinha entrado. O que realmente vinha acontecendo comigo? Eu estava ficando maluca?

Capítulo 28

Naquele castelo as coisas eram mais estranhas do que no celeiro. Brisas geladas passavam por mim a qualquer instante. Portas se fechavam sozinhas, vozes ecoavam por lá, e eu notava vultos muitas vezes quando estava andando pelos corredores, algumas vezes até evitava, porém eu não podia permanecer naquele quarto dia e noite.

Aquele dia não havia sido um dos melhores, pois havia percebido vários vultos e o castelo estava mais agitado do que os outros dias. Eu não tinha visto Michael até a hora da janta, e acabei me sentindo uma intrusa ali, novamente.

Eu sentia que aquele lugar não era para mim. Nenhum deles pareciam normais, alguns não me olhavam, apenas abaixavam suas cabeças e seguiam. Outros me encaravam com desdém, e aquilo me fazia se sentir mal.

Nós jantamos mais cedo aquela noite. Michael pediu para que eu subisse e logo também já viria. Eu tomei meu banho, escrevi algumas páginas de meu caderno e logo acabei caindo no sono.

Houve um momento em que eu não me sentia nem dormindo nem acordada, eu podia até estar em transe, mas aquilo era tão real que eu não conseguia entender. Era ela novamente, ela estava ali na minha frente. Sim, minha amiga fantasma resolveu voltar para me atormentar novamente.

--- Você! Ela disse apontando para mim na cama, ela estava parada próximo a porta.

E agora eu pude relembrar os belos traços que ela tinha, sua pele alva, cabelos negros, olhos grandes e também claros. Aquele seu vestido sujo de terra e sangue. E também é claro a sua brisa e aquela espece de névoa que sempre estava junto á ela.

Eu então me levantei e a vi sair do quarto, então comecei a seguí-la.

--- Você precisa salvá-lo. Ela falava seguindo pelos corredores enquanto eu ia atrás dela.

Continuei a seguindo até vê-la parar em frente a uma janela e se jogar ali, e então sumiu.

--- Querida? O que faz uma hora dessas acordada? Dona Mary tocou meu ombro me fazendo se assustar e logo olhar para ela.

--- Oh dona Mary, quer que eu perca o filho do senhor gelado? Perguntei tocando meu ventre e via ela me olhar ali também assustada, parecia temer algo.

--- Desculpe… acho melhor voltar para cama. Não é bom ficar passeando por aqui de noite. Ela falou andando em minha frente indo em direção ao meu quarto e de Michael.

Ela me levou até a porta do quarto e disse que voltaria para seu quarto que era logo no andar de baixo, e se eu precisasse de algo era só chamá-la.

Eu entrei no quarto e percebi que Michael ainda não estava lá.

--- Senhora…? Eu falei voltando ao corredor, mas ela já não estava mais ali. Então decidi descer e tentar encontrar Michael.

Eu queria descobrir porque haviam dias em que eu não o encontrava de noite na cama, principalmente aquelas horas da madrugada.

Estava descendo lentamente os degraus da escada para não ranger e não chamar a atenção de dona Mary, para que ela não me fizesse subir novamente. Mas infelizmente meu plano não deu certo. Eu não vi o último degrau e assim acabei tropeçando e quase cai.

--- Alex? Ela perguntou abrindo a porta do quarto dela que ficava naquele andar.

--- Só estava indo pegar água senhora. Eu falei olhando para ela pedindo em minha mente para que ela me deixasse descer.

--- Oh, volte para o quarto, já levarei para você. Ela falou vindo em minha direção com uma lamparina nas mãos que iluminava todo o corredor.

--- Mas gostaria de andar um pouco. Preciso pegar um ar. Eu falei tocando meu ventre e finjindo uma tontura.

--- Suba e deixe o porta janelas aberto, não tem perigo aqui como na cidade. Ela disse sorrindo para mim e contrariada acabei tendo que subir.

Eu voltei para o quarto, abri o porta janelas e me deitei. Logo dona Mary trouxe a água e pediu para que eu descansasse. Também me deu um comprimido para a tontura, mas eu sabia que era para me dar sono.

Eu sabia que ela estava evitando de que eu descobrisse algo, porém mais cedo ou mais tarde eu vou descobrir. Ah eu irei descobrir porquê o senhor Jackson sai durante a noite da cama.

Capítulo 29

Assim que acordei aquela manhã me espreguicei e quando me mexi na cama eu pude sentir Michael deitado ali ao meu lado. Eu me levantei e fui fazer minhas higienes aquela manhã, meu pequeno bebê já sentia fome aquela hora.

Me arrumei, tomei aquele xarope horrível, fui até a cama dei um selinho nos lábios de Michael, que parecia ter pegado o sono a pouco tempo, e desci para tomar meu café da manhã.

--- Bom dia, querida. Melhorou de sua tontura? Dona Mary perguntou assim que cheguei na cozinha, e eu pude notar seu tom de irônia, mas deixei aquilo de lado.

--- Bom dia, estou melhor agora. Eu disse me sentando na mesa e logo a vi me servir o café.

Eu logo tomei meu café, dei minha caminhada matinal e decidi subir para o quarto, queria falar com Michael antes dele sair do quarto.

Subi aquelas enormes escadas e para minha sorte dessa vez não passou nenhum vulto ou coisa do tipo, já estava me considerando uma maluca.

Entrei no quarto e me surpreendi ao ver Michael já acordado e pronto para sair. Mais um pouco e eu não teria o visto sair.

Aquelas suas roupas de galã e me excitei ao vê-lo todo lindo, cheiroso e com seus cachos penteados ali se olhando no espelho.

Fui até ele e o abracei por trás, notando que ele havia levado um susto.

--- Alex, pensei que estava caminhando essas horas. Ele disse tocando minhas mãos enquanto eu com minha cabeça encostada em suas costas me embriagava com seu perfume aquela manhã.

--- Estava, mas senti saudades de você. Eu disse descendo minhas mãos que estavam em seu peito até sua calça.

Michael voltou a se observar no espelho, perguntando para mim o que eu achava de seu traje. Eu apenas resmungava algo, pois o que eu queria ele ainda me daria. E sem roupas.

Desci minha mão até seu membro e o acarinhei por cima da calça. Fazendo Michael parar de se olhar no espelho e puxar o ar pesadamente quando me viu fazer aquilo.

Eu continuava acariciando e notava que ele já começava a se excitar. Abri seu zíper e assim continuei o tocando, porém agora o sentindo por cima do tecido de sua cueca. Michael tentou tirar minhas mãos de seu membro, mas ele sabia que não podia mais negar minhas caricias, ele estava amando.

--- Oh Alex… agora não, eu preciso des… Ele resmungou com a voz rouca tentando tirar minhas mãos dali, porém fui mais rápida e puxei seu membro ereto para fora.

Ele estava de boca aberta ali na frente do espelho me observando o masturbando. Minhas mãos subiam e desciam em seu pênis ereto e completamente latejante. Ele estava ficando louco com aquilo, pois eu podia notar pelas caras que ele fazia em frente ao espelho.

Ele não estava mais aguentando aquela tortura. Ele se virou para mim, beijou meus lábios ferozmente, me pegou em seus braços, me fazendo sentir seu pênis tocar meu bumbum por cima da calça. Michael tirou minha camiseta como um maluco, abriu meu sutiã e o jogou longe, logo assim tendo a visão que ele queria dos meus seios. Em cerca de segundos que ele passeou seus lábios e sua língua em meus seios, logo o sinto tirar minhas calças e minha calcinha jogando-as longe. Michael me fez gemer ao sentir minhas costas baterem na parede, tirou sua calça e sua cueca e logo me penetrou profundo e rápido.

Michael começou a se mover dentro de mim lentamente, arrancando suspiros de mim. Ele não demorou muito para me penetrar com volúpia cada vez mais louco, enquanto beijava meus seios e os mordiscava me levando a loucura. Céus como ele podia me deixar louca por ele daquele jeito em poucos instantes.

--- Oh Michael, eu sei que pode mais. Mais Michael! Mais, vamos me mostre quem você é! Eu gemia em seus braços mordendo seu pescoço enquanto ele me penetrava cada vez mais e mais forte.

--- Assim Alex? Assim que quer? Oh céus! Ele gemia rouco fazendo o que eu pedia.

Eu tirei a camiseta dele o deixando nu assim como eu estava. Seu casaco chique e estiloso estava agora pelo chão junto com nossas outras roupas, enquanto nós nos amávamos completamente malucos um pelo outro ali. Quando estávamos daquela maneira parecia que tudo lá fora não existia mais. Parecia que nada acontecia no mundo enquanto estávamos daquele jeito.

Eu podia sentir que Michael logo chegaria ao êxtase daquele prazer, pois gemia e as vezes chamava por Deus. Assim como eu que também não aguentava mais segurar aquilo. Michael aproximou sua face de meu ouvido e assim podia ouvir sua respiração e algumas palavras que ele gemia baixinho. Ele mordeu meu pescoço e logo junto o sinto se derramar dentro de mim, logo também me fazendo se derramar sobre ele segundos depois.

Ficamos ali um junto ao outro recuperando o fôlego abraçados. Michael saiu lentamente de dentro de mim me fazendo ficar em pé no chão. Andou pelo quarto pegando nossas roupas, e eu enlouqueci outra vez vendo seu corpo nu a passear pelo quarto. Eu só conseguia olhar para seu bumbum e morder meus lábios. Eu acabei me excitando com ele daquele jeito e novamente eu o desejei. O que estava acontecendo comigo? Aquele homem ia me deixar uma tarada louca por ele.

Michael estava colocando sua cueca quando me olhou e viu o estado que eu estava.

--- Alex, que cara é essa? Ele perguntou vindo até mim somente de cueca, e me revoltei por ele ter cobrido o que eu tanto queria ver nele.

--- Oh Michael, eu o quero de novo. Eu disse manhosa encostando minha cabeça em seu peito e pegando em seu membro dentro da cueca.

--- Ah… de novo? O que há com você? Ele perguntou sentindo minhas caricias e tocando em meu ventre, logo subindo suas mãos para meus seios.

--- Eu não sei… simplesmente algo vem em minha mente quando eu o vejo assim… nu! Eu disse tirando a cueca dele e o vi morder o lábio inferior.

Não tive que provocá-lo muito, pois Michael logo já estava pronto para outra. Ele pegou em minha nuca e beijou meus lábios loucamente roçando seu membro em meu ventre. Me pegou em seus braços e me levou até uma poltrona que havia ali no quarto.

Michael me colocou ali sentada, me fez erguer as pernas e abrí-las para ele. Ele estava em pé em minha frente me olhando completamente sedutor. Michael tocou minha intimidade com seus dedos, deslizando desde meu clitóris até a entrada de minha vagina. Chupou seus dedos na minha frente e depois começou a se masturbar. Eu ia pirar com aquela visão na minha frente, eu o queria de uma vez e ele ainda ficava enrolando aquilo.

Sem que Michael esperasse eu comecei a apertar meus seios e gemer pedindo para que ele me penetrasse, mas ele não o fazia.

Depois de se masturbar na minha frente enquanto eu apenas babava e me excitava mais com aquilo, ele passou sua glande em meu clitóris e logo deslizou para dentro de mim. Suas estocadas eram fortes e profundas me fazendo gritar por seu nome. Ele continuava ali em pé, segurando minhas pernas e tendo uma visão total de seu membro saindo e entrando em mim, e eu sabia que aquilo o excitava ainda mais.

Eu gemi seu nome rouca tentando manter minha cabeça ereta para poder vê-lo, mas o tamanho prazer que eu sentia já estava me deixando cansada, suada e tremula. Acabei me entregando ao êxtase e segundos depois Michael também se entrega, ele diminuiu as estocadas as deixando lentas até por fim parar.

Michael saiu de dentro de mim outra vez, me pegou em seus braços, se sentou na poltrona e me fez se sentar em seu colo agarrada ao seu peito.

--- Eu te amo, meu amor. Ele disse baixinho em meu ouvido me abraçando.

--- Eu também o amo, Michael. Eu falei erguendo minha cabeça e o olhando.

Ele olhou para mim, sorriu e deu um leve selinho em meus lábios.

Michael me fez dormir em seus braços, me levou até a cama e me cobriu. Se arrumou e logo desceu.

Capítulo 30

Eu estava dormindo tranquilamente aquela noite, até acordar quando ouvi um eco de um grito. Eu abri meus olhos e me virei para Michael, me arrependendo logo depois, pois ela havia resolvido voltar novamente. Estava parada ao lado da cama perto de Michael.

--- O que você quer aqui? Eu sussurrei e a vi andar até a porta novamente.

Me levantei rapidamente e coloquei meus calçados, eu iria de novo atrás dela. Como naquela noite, ela saiu pelo corredor dizendo as mesmas palavras de sempre: “você precisa salvá-lo!”. Ela sussurrava fazendo aquelas palavras ecoarem pelos corredores, mas parecia que só eu podia ouvir o que ela dizia.

--- Eu preciso salvar quem? Perguntei a vendo continuar a “flutuar” até parar em frente aquela janela.

Sem dizer nada e ela se jogou dali novamente.

Eu fiquei ali parada observando ela sumir e me deixar sem respostas ali. O que tinha de errado com aquele lugar? Por que meus pesadelos estavam voltando agora? Eu precisava descobrir o porquê daquilo tudo. Fazia algum tempo que não via ela desde aquela noite que dona Mary me pegou ali.

Estava ali pensando quando Michael quebrou o silêncio.

--- Alex, o que faz aqui? Ele perguntou chegando ao meu lado tocando minhas costas.

--- Ela voltou… Eu sussurrei ainda em transe, mas não queria entrar em detalhes. Michael não entenderia.

--- Ela quem? Ele perguntou me observando preocupado.

--- Nada… deixa para lá. Acho que tive um pesadelo. É melhor voltarmos para a cama. Eu falei sorrindo para ele e pegando em sua mão.

Nós voltamos para cama, porém eu não consegui mais pegar no sono aquela noite. Certas perguntas ainda rondavam minha mente, desde o momento em que entrei naquele celeiro.

Os dias iam passando, um mais estranho que o outro. Porém pior do que o dia, era a noite. Aquele lugar era aterrorizante, ouviam-se sussurros, gritos ecoarem, uivos, gemidos, se ouvia de tudo naquele lugar durante a noite. Mas haviam dias que eram piores, parecia que almas rondavam aquele castelo. E eu ainda queria descobrir o que Michael fazia nessas noites que nunca estava na cama.

Era noite de lua cheia, e como de costume jantamos cedo e todos logo já estavam em seus quartos. Michael subiu para o quarto e quando chegou me encontrou lendo. Não nos amamos aquela noite. Ele tomou banho, e quando saiu do banho com certeza eu já estava dormindo. Não o vi deitar aquela hora.

Mais tarde naquela mesma noite estranha, minha amiga resolve voltar e dessa vez eu podia ver que ela chorava. Eu não podia entender o que ela dizia com aquilo, mas se era algum sinal para mim eu o descobriria.

Michael novamente não estava na cama aquela noite. Era por volta de 3 horas da manhã e nada de ele voltar para o quarto. Os uivos aquela noite estavam de mais, estava horrível aquele lugar. Completamente perturbador.

Eu tive insônia e por isso descidi descer para ver de onde vinham aquilo, pois sempre parecia vir do próprio castelo. Comecei a seguir conforme eu escutava aqueles ecos horripilantes. Desci as escadas e eu sabia que estava me aproximando do local de onde vinha aquilo. Meu corpo começava a se arrepiar e tremer por conta do pavor que eu sentia ali. Ia caminhando lentamente segurando a lamparina em minha mão que tremia mais do qualquer coisa naquele momento.

Fui até a sala de jantar e eu sabia que estava próximo dali. Eu vi que a lareira da sala estava acesa e percebi que aqueles barulhos vinham de lá, notei também que sombras eram emitidas através da luz da lareira.

Eu achei que Michael poderia estar ali então me acalmei enquanto eu caminhava em direção à sala. Os sons iam aumentando e não tive como segurar meu nervosismo. Até chegar lá e realmente perceber o que se tratava.

Eu fiquei ali parada de boca aberta, eu senti minhas pernas ficarem bambas, meu corpo se arrepiou e eu simplesmente perdi meus sentidos ali. Era impossível acreditar no que eu via!

Michael estava ali com um semblante totalmente estranho. Sua face não era nada angelical, seus traços estavam completamente horrorosos. Não somente os dele, mas também o de todos que estavam ali, que deduzi que seriam as pessoas que trabalhavam ali no castelo. Michael gritava batendo seu pé enquanto eles batiam seus pés todos juntos causando um barulho completamente aterrorizante. Pareciam ter algum tipo de revolta.

--- Alex? Michael chamou meu nome ficando paralizado ali fazendo todos me encararem.

--- Michael… o… o que… o que significa isso? Eu perguntei gaguejando e vendo as lágrimas rolarem pela minha face, mostrando o choque que levei naquele momento.

--- Alex, eu posso explicar! Não é o que você  está pensando! Ele falou vindo até mim e eu estava assustada com aquilo.

--- Saia! Me deixe em paz! Eu gritei horrorizada saindo correndo dali.

--- Alex! Michael gritou ainda com aquela voz horripilante.

Eu sai correndo daquele lugar. Eu não podia mais ficar ali.

--- Eu sabia que você escondia algo de mim, Michael! Como vou contar para meu filho que seu pai é um monstro? Eu disse saindo dali correndo o máximo que eu pudia e eu o vi vir atrás de mim.

--- Alex, por favor! Ele falava vindo atrás de mim, mas eu não queria escutá-lo agora. Meu coração estava a mil, eu precisava sair dali.

--- Pare de me seguir! Não vê que fujo de você? Eu falei sentindo ele me pegar pelo meu braço e me fazer encarar seu semblante pertubador.

Ele olhou para mim, de seus olhos não saiam lágrimas como nos meus, porém eu via uma certa aflição quando ele notou que meus olhos expressavam terror e medo.

Ele me soltou e assim eu continuei a correr.

--- Ah! Eu o ouvi gritar e dar um soco na parede do castelo.

Eu sai do castelo e corri em direção ao celeiro em meio a uma tempestade que se formava ali. Eu abri com dificuldade a enorme porta, pois senti meu braço doer. Ele geralmente doía quando eu ficava nervosa daquele jeito. Toda molhada em meu joguei naquele monte de fenos cansada e com meu braço começando a sangrar.

Desamarrei o lenço e coloquei meu braço sobre um feno que estava ali do meu lado. Vejo Harold descer de seus aposentos e vir até mim. Ele notou meu estado perante ele. Nada fez dessa vez. Ele se deitou ao meu lado, parecia entender minha dor ali. Ele me encarou por alguns segundos e então eu hesitei. Ele olhou para meu ferimento e quando percebeu que eu não me movia perante ele, passou sua língua no local. Por alguns instantes eu achei que pioraria, porém sua saliva no meu machucado começou a fazer um efeito que os curativos de dona Mary não faziam. Parou de arder e de latejar, dando lugar para uma sensação estranha ali. Eu deitei minha cabeça próximo a de Harold e o acariciando dormi ao seu lado.

Capítulo 31

Assim que acordei eu pude perceber que eu não estava sozinha naquele lugar. Michael me observava sentado ou meu lado em um feno. Eu me levantei rapidamente assustada.

--- Vá embora! Eu gritei correndo para o quarto do celeiro onde lá fechei a porta e fiquei me lembrando da noite passada logo sentindo minhas lágrimas lavarem minha face.

--- Alex, por favor. Me desculpe, okay? Ele falou com uma voz um tanto embargada e eu sabia que havia algo de errado ali.

--- Como vou lhe desculpar? Por que nunca me contou? Como vou dizer ao meu filho que seu pai é um fantasma, um monstro? Eu disse encostando minha cabeça na porta chorando por ele não ter confiado em mim e não ter me contado.

--- Eu simplesmente não podia, Alex. Você saíria assustada como todos, ou talvez nem acreditasse em mim! Ele disse também se aproximando da porta, pois eu podia sentir sua presença próximo a mim. Aquela brisa que sempre estava com ele, agora fazia sentido.

--- Eu simplesmente não sei o que dizer sobre isso Michael, eu… sempre o achei estranho, mas não sabia que se transformava naquela coisa. Eu falava lembrando de seu semblante me aterrorizando na noite passada.

--- Está vendo? Você é como todos os outros. Nunca vão entender. Isso não acontece porque eu quero, eu simplesmente não posso controlar isso. Ele falava agora baixinho e eu sabia que ele também chorava.

Naquele momento eu me coloquei a pensar e realmente vi o quão injusta eu estava sendo com ele. Eu precisava dar uma chance para ele me contar o que acontecia. Eu tinha que tentar ajudá-lo, não podia deixar nosso amor se esfriar por conta disso. E então eu estava decidida a lhe dar uma chance.

Nós ficamos longos minutos ali um próximo ao outro, porém separados por uma porta. Michael estava tão magoado e abatido como eu. Eu abri a porta e assim o encostado na parede do celeiro a encarar o teto enquanto suas lágrimas rolavam, mostrando sua fraqueza.

Sem dizer nada eu o abracei, encostei minha cabeça em seu peito e segurei minhas lágrimas. Eu não queria ser injusta com ele, sabia que ele também não acreditaria se eu falasse de minha amiga fantasma. Ambos carregávamos um mal em nossas vidas, mas acredito que o dele era bem pior.

--- Michael, eu quero que me conte tudo isso, ok? Eu falei pegando em sua mão e o levando para dentro do quarto no celeiro.

Ele assentiu e me prometeu contar toda a história. Nos sentamos na cama e então ele começou a contar sua horripilante história de vida.

--- Era 1752, partindo de navio da Inglaterra para a América do norte, assim chegamos aqui. Papai e mamãe começaram a conhecer o local, e logo fizeram amizade com o rei Roger, na época era o mais poderoso rei  nesse lugar. Rei Roger, junto com sua família, costumavam passar várias datas comemorativas aqui em nosso castelo. Até que certo dia acabou fazendo uma proposta com papai, queria que papai me fizesse aceitar eu a me casar com sua filha mais velha, Mabel. Mabel era um tipo de moça que todos odiavam estar perto, era arrogante, linda, porém mimada e antipática. A moça era bela, mas seus modos estragavam com sua aparência. Ela dizia na frente de todos de que eu era o amor de sua vida, mas para o seu azar meu coração já pertencia a outra mulher. Helena, era a filha de um de nossos empregados aqui, era bela, simpática e simplesmente ao contrário de Mabel.

Certo dia sem aceitar que eu a rejeitasse, Mabel foi até uma terrível bruxa e assim pediu para que matassem meus pais. Em 1760, anuncio meu casamento com Helena, sete dias depois recebo a notícia de que meus pais havia morrido em um naufrágio em sua viagem para Europa. Meu inferno começava ali, mas para minha sorte meu casamento com Helena se aproximava e eu mal podia esperar para poder me casar com ela e ser livre daquela mulher que me atormantava. Meu casamento com Helena havia sido o mais chique possível, eu podia ver Mabel sentada ao lado de seus pais com um sorriso malicioso no rosto, e eu sabia que algo estava errado ali. Estava dançando distraido quando pode notar a falta de Helena na festa. Rapidamente eu comecei a procurá-la em todo lugar do castelo. Decidi subir as escadas, olhei nos diversos cômodos e quando cheguei no último andar e olhei para o fim do corredor lá estava ela, vestida lindamente com seu vestido de noiva, anunciado o mais caro e mais chique da época. “Helena, meu amor, você não vem dançar?”, eu perguntei a vendo encarar a janela, ela não me olhou. Ela simplesmente se jogou dali e eu não pude entender o porquê. “Não!”, eu gritei indo até a janela onde ela estava antes e a observei caida lá embaixo já sem vida. Quando eu me virei para sair dali e ir até Helena, eu pude perceber Mabel ali, ela ria maleficamente de mim, enquanto me via chorar desesperado a sua frente. “Não era isso que você queria, baby? Você vai pagar por tudo que me fez!”, ela falou pegando meus braços e me prensando na parede. Assim que ela me soltou eu comecei a sentir algo estranho ali. Parecia que algo possuía meu corpo, eu cai no chão segurando meu ventre, pois algo revirava meu estômago, eu sentia vontade de gritar, mas não consegia. Meu ser começou a entrar em desespero, porém eu nada podia fazer. Já era tarde demais, eu já estava amaldiçoado. Alguns anos depois Mabel se matou, ela morreu, porém sua maldição continua em minha vida. Eu tenho passado de gerações a gerações me transformando desse modo, não só eu como todos do castelo. Eu posso me transformar em diversas coisas, se quiser posso possuir seu corpo agora e fazer tudo o que eu desejo finjindo que eu sou você, mas eu não sinto que isso seja algo que é de certa forma favorável para mim. Eu posso me transforma a qualquer instante e controlar isso, exceto nas noites de lua cheia. Nas noites de lua cheia eu simplesmente me transformo naquele monstro horrível que você viu, da meia noite até o amanhacer, é algo que nem eu e nem ninguém do castelo controla. É horrível, Alex. Ele falava soluçando enquanto suas lágrimas banhavam seu rosto.

---  Michael, por favor, me perdoe. Eu não sabia que isso era possível acontecer. Apenas quero que você saiba que eu estarei aqui sempre que precisar. Eu quero estar ao seu lado agora, não importa o que vier. Eu o amo, como nunca amei ninguém. Eu falei o abraçando e acariciando suas costas.

Seus soluços foram parando, eu colhi todas as suas lágrimas e dei um beijo suave e puro em seus lábios o confortanto daquilo.

Eu estava ali abraçada a ele, pensando em minha amiga fantasma agora. Comecei a ligar os pontos, ela sempre estava com vestido de noiva, suas características eram realmente semelhantes as que Michael falou de Helena, sempre que sonhava com ela agora ela se jogava de uma janela, e me lembrava de sua frase “Salve ele, o liberte”, era o que ela me dizia. Será que a fantasma que me assombrava era a alma de Helena pedindo para que eu ajudasse Michael? Mas como? Eu precisava conversar com Michael sobre aquilo.

Capítulo 32

Ainda abraçada a Michael eu pensava em toda a sua história, e agora também me perguntava se aquela maldição podia ser de algum modo quebrada.

--- Michael… se você… bom, se você é um fantasma, como conseguiu me engravidar? Eu perguntei enquanto tocava suas mãos que por sinal eram enormes, e macias.

--- Eu também não sei. Houve um certo tempo em que pensei que nunca mais iria me apaixonar. Eu não sentia nada, além de uma terrível angústia que sempre me perseguia. Ainda bem que você apareceu e mudou essa situação. Eu a amo Alex! Muito, do fudo do meu coração. Ele disse pegando em meu queixo e inclinando minha cabeça para si e logo me deu um beijo.

--- Eu também o amo Michael, eu quero estar aqui para você. E para o nosso pequeno também é claro. Eu falei o olhando nos seus olhos, pegando sua mão e a colocando em meu ventre que começava a crescer agora.

--- Nosso pequeno fantasminha. Michael falou rindo enquanto beijava meu pescoço e tocava meu ventre.

--- Alex, onde está o seu lenço? Michael perguntou depois de perceber que meu lenço não estava em meu braço, o qual eu já até esquecia que estava ferido.

Eu olhei para meu braço e notei que já não estava tão vermelho como de costume, e também quase não sentia aquela dor irritante.

--- Ontem quando vim para cá eu acabei sentindo dor novamente, tirei o lenço e deixei ali sobre os fenos. Eu disse vendo Michael andar pelo quarto procurando o lenço.

--- Parece que está melhorando… ainda dói? Ele perguntou indo até o celeiro e logo voltando com o lenço nas mãos para me ajudar a colocá-lo.

--- Não, acho que esteja melhorando, depois que Harold lambeu. Eu falei vendo Michael dar um nó e me olhar espantando quando falei que Harold lambeu.

--- Sério que Harold lambeu seu ferimento? Não acha que vai prejudicar? Ele perguntou olhando para mim preocupado, me fazendo achar aquilo fofo nele.

--- Sabe, no exato momento em que ele lambeu eu não senti mais dor. Acho que isso não é um motivo para se preocupar. Eu falei sentada ainda na cama vendo ele todo lindo naquela pose com cara de preocupado ali em pé em minha frente.

--- O que acha de voltar para o castelo? Acredito que estejam com fome… e você precisa tomar seu remédio, mamãe. Ele falou se agachando e tocando meu joelho me fazendo se arrepiar.

Eu assenti, arrumei meus cabelos e logo voltamos para o castelo. Enquanto caminhávamos até lá em silêncio observando a beleza daquele lugar durante o dia, eu começava a me encher de perguntas novamente.

Eu precisava saber se a minha fantasma e a falecida noiva de Michael tinham ligação. Eu não sabia se Michael ia acreditar em mim em relação aquilo, pois não era de agora que eu sonhava com ela, era desde sempre. Desde pequena eu sonhava com ela, minha infância foi marcada por ela. Me chamavam de louca e estranha por causa dela, até que um dia ela foi embora e decidiu voltar só agora.

--- Michael, eu nunca desconfiei nada de dona Mary, nunca senti o mesmo com ela. Sabe quando eu estou perto de você eu me arrepio, sinto seu cheiro de longe e essa sua brisa me invade o corpo de uma tal forma, que eu realmente não sei explicar. Por que com dona Mary é diferente? Eu perguntei enquanto ainda caminhávamos em direção ao castelo dos horrores.

--- Dona Mary, não está aqui desde aquela época. Veio para cá a mais ou menos uns 20 anos atrás. Ele falou me abraçando por trás e beijando meu pescoço.

Nós voltamos para o castelo, tomei aquele xarope e Michael pediu para dona Mary levar nosso café da manhã no quarto.

…

Michael e eu tínhamos acabado de voltar do jantar. Eu me deitei na cama exausta e fiquei esperando Michael sair do banho.

A lareira estava acesa e assim que Michael saiu do banho pude notar pela sua sombra pelo quarto, andava nu. Estava apenas o observando ele com certeza achava que eu já dormia, porém eu estava o assistindo a colocar sua roupa, que logo logo seria tirada por mim mesma.

Ele não demorou para se deitar, a noite estava fria então Michael colou seu corpo ao meu me fazendo gemer pelo frio que senti por conta de sua brisa.

Ele ainda não desconfiava de que eu estava acordade, então comecei a me mexer fazendo com que meu bumbum tocasse seu membro. Eu não tinha dúvidas de que ele logo se excitaria com aquilo.

--- Oh Alex! Ele gemeu baixinho pegando em meu quadril e assim novamente colou seu corpo ao meu me fazendo sentir sua ereção.

Eu começava a me esfregar nele e sentia sua ereção crescer cada vez mais. Michael pegou em meu bumbum e o apertou, depois começou a me provocar passando seu membro em meu bumbum. O que eu me irritava agora era por estarmos ainda com roupas, eu queria logo me livrar daquilo.

Me virei para ele e me excitei só de ver o sorriso safado que ele mantinha nos lábios. Eu o puxei para um beijo demorado e cheio de amassos. Michael e eu logo estávamos despidos e cheio de tesão um pelo outro, Michael se sentou na cama e me puxou para sentar em seu colo. Estávamos ali nos preparando para matar aquele desejo que estava nos deixando malucos. Porém quando sentei no colo de Michael, aquilo não deu certo.

--- Oh não! Justo agora. Eu falei reclamando ao ver o quanto aquela barriga havia crescido, e agora estava tão pontuda que eu podia sentir ela bater em Michael.

--- O que foi? Ele perguntou sem entender nada, me observando ali louca de tesão por ele ter que pensar em outra forma para aquele ato.

--- Veja está pontuda, não vai dar de fazermos isso assim. Sinto minha barriga na sua. Eu falei quase chorando ali na sua frente, droga eu queria amá-lo!

--- Hm… parece que comeu uma melância. Mas olhe podemos dar um jeito nisso. Ele falou rindo da minha cara ali por querê-lo agora mais que tudo.

Ele me fez sentar de costas para ele e assim começou a se movimentar lentamente dentro de mim, mas aquilo ainda não dava certo.

--- Ah não, Michael, você tocando na minha barriga desse jeito não dá. Esse menino acorda e vai só mexer aqui. Eu falei me levantando saindo do colo de Michael resmungando e me deitei chateada, eu precisava saciar aquela vontade.

Michael não disse mais nada, deitou atrás da mim, pegou em meu bumbum e então começou a me penetrar novamente. Não era tão bom quanto queríamos que fosse, mas naquele momento era o único jeito de fazer aquilo.

--- Oh Michael… Eu gemia enquanto ele me penetrava com luxúria apertando minhas pernas.

Michael começou a apertar meus seios enquanto nos beijávamos e nos amavámos ali nos satisfazendo cada vez mais.

Cerca de minutos depois pude sentir Michael chegar ao topo de seu prazer, e logo também me fazendo chegar com ele.

--- Eu te amo muito, Alex. Por favor, nunca vá embora. Ele disse saindo de dentro de mim com cuidado e beijando minhas costas.

--- Eu te amo mais, Michael. Eu falei o sentindo me abraçar e juntar seu corpo ao meu.

E assim acabamos caindo no sono.

Capítulo 33

Outra noite se passava e novamente minha amiga fantasma havia voltado. Eram 3 horas da manhã e eu me encontrava novamente nos enormes corredores daquele lugar.

Eu senti uma brisa vir em minha direção e eu já deduzia que Michael se aproximava.

--- Alex, o que faz aqui novamente? Ele perguntou tocando meu ombro e eu me arrepiei.

Eu não sabia se eu devia fazer aquilo, mas eu sentia de que eu devia contá-lo sobre isso tudo que vinha acontecendo comigo.

--- Meu amor, vamos voltar para a cama, amanhã você tem consulta com doutor Jacob e alguns exames semanais para fazer, precisa descansar. Ele falou quando me virei para ele e ele me olhava preocupado e com ternura ao mesmo tempo.

Eu o abracei e senti vontade de chorar em seus braços. Aquela gravidez estava me deixando tão sensível que por pouca coisa eu logo começava a chorar.

Eu acabei não me segurando e eu chorei, chorei por amá-lo tanto e querer ele para mim para sempre. Chorava por saudade de minha casa, chorava por estar confusa com as coisas ali.

Ele me pegou em seus braços e me levou chorando para a cama.

--- Alex, me conta, o que está acontecendo? Ele falou me colocando delicadamente na cama e acendeu uma lamparina que estava no criado mudo.

--- Eu não sei, Michael. É essa gravidez… está me deixando sensível. Eu falei escondendo minha face em minhas palmas das mãos, me derramando em lágrimas ali.

--- Tudo bem, eu entendo. Mas por que você fica no corredor as vezes durante a madrugada? Ele perguntou me fazendo olhar para ele.

Eu fiquei alguns instantes pensando se eu realmente devia contar a ele aquilo. Parecia tão bobo, mas de certa forma mexia comigo, e eu sentia que aquilo tinha algo em comum com a vida passada de Michael.

Eu respirei fundo e decidi contá-lo.

--- Sabe Michael, desde muito pequena eu me lembro de nunca estar sozinha. Você pode me chamar de louca, mas eu sentia aquele ser ali, eu podia ver ela. Era tão real… ela falava comigo, brincava comigo. Mas ela teve que se afastar de mim, quando percebeu que sua presença no mundo dos “humanos” não era bem aceita. Alguns anos depois que completei uma certa idade, ela voltou a aparecer. Só que dessa vez era diferente, aparecia em meus sonhos. Ela começava a andar no corredor, mas assim que via a maldita janela ela se jogava dali e sumia, me deixando confusa. Eu falei me lembrando de todas as vezes que aquilo acontecia.

--- Ela dizia algo para você? Como ela era? Ele perguntou pensativo enquanto amparava minhas lágrimas com seu polegar.

--- Ela sempre sussurrava “você precisa salvá-lo”, então eu perguntava “quem?”, mas ela não respondia e então logo sumia.  Ela sempre está “flutuando” e com aquela neblina envolta dela. Usa um vestido muito bonito, porém sujo de terra e sangue. Sua pele é tão alva quanto a neve, sua face angelical e seu jeito delicado encatariam qualquer um que não tivesse medo dela. Eu realmente não a entendo Michael, eu a vejo com frequência agora aqui no castelo. Eu falei me deitando ao lado de Michael virada para ele enquanto ele tocava minha face com suas mãos frias.

Ele ficou alguns minutos pensando sobre o que eu havia falado, agora era a sua vez de juntar os pontos e os conectar um ao outro.

--- Alex, eu não sei. Me parece muito confuso. Eu não queria ter que acreditar que a história de Helena tem a ver com você. Eu não aceito lhe perder agora. Por favor, não se vá. Ele falou me puxando para seus braços, pegando em meus cabelos e escondendo sua face começando a chorar.

--- Vai ficar tudo bem, eu estou aqui, não estou? Eu te amo Michael, muito mais do que você pensa. Eu dizia escutando ele chorar baixinho próximo ao meu ouvido, e aquilo acabou me comovendo e o pequeno ser que estava em mim também.

Eu peguei a mão de Michael e a coloquei no meu ventre, para que ele pudésse sentir juntamente comigo nosso bebê se mexer. E de certa forma aquilo acabou fazendo Michael ficar todo bobo e esquecer daquilo.

--- Veja, Alex, veja como se mexe! Ele falava completamente orgulhoso ali parecia que nosso filho tinha ganhado um troféu de ouro de tão orgulhoso que ele estava.

Nós acabamos passando a noite daquele jeito. Abraçados. Michael ficou acariciando meu ventre a noite inteira, enquanto cantava músicas em meu ouvido.

Capítulo 34

--- Hey Michael, me espere. Eu falava tentando alcançar Michael enquanto caminhávamos aquele final de tarde, na verdade ele corria feito um louco e eu igual uma boba tentava alcançá-lo.

--- Vamos, fraquinha. Ele falava alto debochando e rindo de mim enquanto estava muito mais a frente que eu.

--- Acha que é fácil com essa barriga? Se não fosse esse menino você veria. Eu falei irritada, pois aquela gravidez não estava me facilitando nada.

Para minha sorte aquelas náuseas e tonturas já não davam mais sinal. Claro que quando eu ficava nervosa.

Eu me abaixei segurando em meus joelhos tentando recuperar o fôlego, estávamos caminhando a quase meia hora e eu já começava a ficar cansada.

--- Alex, está bem? Michael gritou de longe e eu olhei para ele sorrindo.

Logo o vi vir correndo até mim e me olhar preocupado. Mas assim que percebeu que eu sorria de sua cara de bobo ele também sorriu.

--- Michael, o que está fazendo? Eu gritei de batendo em seus braços quando ele me pegou.

--- Uma ajudinha, amor. Ele falou me pegando em seus braços e então me convenci de que ele era mais forte que eu, então não adiantaria lutar contra ele.

Ele me levou até o castelo em seus braços enquanto eu fingia estar zangada com ele. Mas ele sabia o quão eu adorava aquele jeito todo cuidadoso e preocupado dele.

--- Ta bom, pode me soltar agora, não é mesmo papai bobo? Eu falei olhando para ele e fazendo beiço e ele riu daquilo.

--- Agora vamos falar com o doutor Jacob, precisamos ver o que ele nos dirá dos últimos exames. Ele falou me colocando no chão e carinhosamente tocou meu queixo inclinando minha face para ele, logo com seus lábios doces ele me deu um beijo.

--- Olá crianças. Dona Mary falou pigarreando e fazendo eu e Michael pararmos de se beijar ali.

--- Olá, dona Mary. Falei me lembrando de todas as manhãs que a via no celeiro.

--- Como está seu braço, querida? Ela perguntou vindo até nós com um sorriso estampado nos lábios.

--- Está melhor, agora só tem as marcas, nada mais além disso. Melhorou muito depois que Harold lambeu. Eu falei erguendo a manga da minha camiseta e a mostrei.

--- Acho que descobrimos a cura para isso. Ela falou indo em direção da cozinha rindo.

Realmente aquele ferimento sarou muito rápido depois daquele dia.

Michael e eu fomos até o consultório do doutor Jacob.

--- Olá, mamãe e papai. Como estão? Ele perguntou nos cumprimentando simpático e pediu para que nós nos sentássemos ali.

--- Estamos bem. Michael falou pegando em minha mão e eu sorri, estávamos ansiosos para saber o que acontecia com nosso bebê aquela semana.

Doutor Jacob pediu para que eu me sentasse na maca e assim pediu para erguer minha camiseta, para poder escutar os sons do bebê. Michael estava sempre ao meu lado segurando em minhas mãos e sorrindo todo bobo.

--- Ele ou ela… está bem. O doutor falou tirando o aparelho dos ouvidos sorrindo para nós.

--- Michael, pegaria um copo de água para mim? Eu falei tocando em seu braço delicadamente.

Arrumei aquela desculpa para poder ficar a sós com o doutor ali, e tentar tirar algumas dúvidas que circulavam em minha mente sobre aquela gravidez.

Assim que Michael saiu eu percebi doutor Jacob me olhar sorridente e eu contribui seu sorriso. Logo que se sentou em minha frente eu o questionei.

--- Doutor Jacob, eu tenho algumas dúvidas a respeito dessa criança. Com certeza, já sabe de que eu descobri sobre a maldição do castelo. Eu não me preocupo com isso, só me preocupo em relação ao meu filho. Essa criança tem chances de nascer… sabe? Amaldiçoada? Eu falei olhando diretamente em seus olhos, eu queria uma resposta para aquilo.

Não seria bom para Michael nosso filho nascer amaldiçoado por algo que havia acontecido a séculos atrás. Michael realmente se decepcionaria.

--- Eu não sei, Alex. É difícil lhe dar uma resposta a respeito disso. Todos aqui no castelo sofrem essa mutação nas noites de lua cheia, menos aqueles que chegaram aqui depois. Como você, dona Mary e eu. Mas essa criança é um herdeiro de Michael, ela tem chances de nascer assim também. Como já sabe a maldição foi lançada sobre Michael, o que logo depois acabou afetando todo o castelo. Ele falou tocando em minhas mãos e eu rezava em meus pensamentos para que aquilo não pesasse e tivesse efeito no nosso filho que estava por vir.

--- Doutor, só peço para que não comente nada com Michael, não quero deixá-lo abatido. Ele ama muito essa criança e sofreria muito se soubesse de algo. Eu disse me lembrando da manhã que ele chegou no quarto após sua mutação e chorou.

--- Não se preocupe. Ele falou vendo Michael já entrar com o copo de água e vir até mim completamente sorridente.

Agora tudo o que eu pedia era para que aquele sorriso nunca saísse de sua face.

Os dias se passavam e agora eu já estava mais que acostumada com as noites de lua cheia e as frequentes visitas de minha amiga fantasma.

Após uma longa noite de amor com Michael nós agora descansávamos um junto ao outro. Suados e ofegantes como sempre. Michael acariciava meu ventre sussurrando palavras em meu ouvido docemente.

Estávamos em um momento tão único para nós que não nos lembrávamos do mundo lá fora. Fomos despertados por insistentes batidas na porta do quarto, nos fazendo se assustar.

--- Michael? Está me ouvindo? Dona Mary perguntou alto do outro lado da porta sua voz tinha um tom alarmado e estranhei aquilo.

--- Estou dona Mary. O que aconteceu? Michael perguntou se levantando com pressa pegou sua calça no chão e a vestiu rapidamente.

--- Michael, estamos sendo atacados novamente. Ela falou com a voz aterrorizada e começou a chorar quando Michael abriu a porta do quarto.

Como assim estávamos sendo atacados? Por quê? E por quem? Essa eram minhas dúvidas agora.

--- Eles o querem! Eles estão gritando para abrir os portões. Ela chorava agora abraçada a Michael que tentava acalmá-la.

Eu vi Michael pedir para dona Mary ir para seu quarto e também ordenou para que ninguém saísse dos quartos, a não ser que ele chamasse.

--- Michael o que há? Eu perguntei o vendo pegar uma camiseta e colocar seus calçados.

--- Alex, fique aqui. Eu logo darei um jeito nisso e estarei de volta. Ok? Ele falou vindo até mim e me abraçou e deu um selinho demorado em meus lábios.

Pegou um capuz negro e sai dali as pressas.

Eu notava que algo de muito estranho acontecia ali. Em seus olhos eu podia percerber a fúria que ele tinha agora. Eu deixei ele sair do quarto e me enrolei no lençol. Michael já não estava mais no corredor, provavelmente estaria lá embaixo.

Fui até uma das janelas do castelo que dava para sua parte da frente e assim eu pude notar vários pontinhos iluminados ao longe, é claro que na frente do portão.

Os portões foram abertos e assim os pontinhos iluminados começaram a andar e a criar forma.

Capítulo 35

Os portões foram abertos e assim os pontinhos iluminados começaram a andar e a criar forma. Eu me assustei quando vi uma multidão de pessoas a andarem em direção ao enorme e temido castelo.

Eu os observava escondendo minha face entre a cortina, abrindo apenas uma pequena brecha para vê-los.

Eles começaram a gritar algo, tinham cartazes, tochas de fogo nas mãos. Em seus cartazes podía ser lido “queremos a cabeça do fantasma”, “vá embora monstro, vá”.

A porta principal do castelo abriu e assim entraram. Logo após que todos entraram a porta fechou atrás deles fazendo com que tentassem abrir, porém sem sucesso. Eles continuaram andando e algumas portas iam se fechando em os dar direito a passar por ali.

Até que a enorme porta do salão principal foi aberta e assim eles entraram. Eu queria ver cada detalhe do que iria acontecer ali. Então comecei a descer as escadas e cheguei até o enorme salão, fiquei os observando da escada escondida para que ninguém me visse.

Eles olhavam tudo atentos e a cada barulho que se dava ali eles procuravam assustados, e eu ri baixinho.

Aquele lugar era belíssimo a noite, porém durante o dia não havia um que não se temesse andar por ali. Acho que escolheram uma má hora, amigos. Eu pensei rindo deles, pois por mais que todos ali fossem fantasmas eu sabia que ninguém me machucaria.
Eu percebi que eles olhavam para algo atentos, porém daquele ângulo da escada era impossível notar. Relâmpagos se davam e eu sabia que eles viam algo ali, nada do que eu já não tivesse visto antes.

Eles viram algo ali e então todos recuram um se segurando no outro. Eu me abaixei com uma certa dificuldade por causa da minha barriga e me sentei ali no chão, então agora eu podia ver tudo o que eles também viam.

Eu não estava tão assustada quanto eles, mas também podia ver a caveira que vestia um capuz preto. E pelo capuz eu deduzi que era Michael com suas palhaçadas.

--- Assustei vocês? Ele perguntou após tirar a mascara de caveira que estava na frente de sua face.

Eles olharam mais aliviados, e então o homem de terno e metido o olhou com raiva.

--- Você não me assustou. Pode ter assustado a eles, mas a mim não! Ele falou irritado.

--- Mas que pena. Vou ter que me esforçar mais da próxima vez. Michael falou ironico o encarando.

--- Criança o que faz aqui? Dona Mary perguntou baixinho tocando em meu ombro e me fazendo e assustar.

--- Estou apenas observando. Quero ver até onde isso vai dar. Eu falei a vendo se sentar ali ao meu lado e também olhar atenta ao que acontecia ali embaixo.

--- Quem é aquele homem senhora? Eu perguntei apontando para o homem de terno e ela ajeitou seus óculos para olhá-lo.

--- É o prefeito, ele não gosta nem um pouco de Michael. Ela falou com um tom de tristeza na voz, mas eu logo parei de olhá-la e voltei a minha atenção ao dois ali.

--- Não haverá próxima vez. O prefeito falou ainda irritado enquanto Michael tirava seu capuz e o colocava em um sofá, junto com a mascara.

--- Verdade? Ele perguntou sem olhá-lo.

--- Verdade. Respondeu seco para Michael que logo voltou sua atenção para as pessoas que estavam ali.

--- Nada de próxima vez? Por que não? Michael perguntou meio aborrecido.

--- Nós queremos você fora dessa cidade. Temos uma cidade normal, com pessoas e crianças normais. Nós não queremos doidos, falando de fantasmas. O tal prefeito falava praticamente cuspindo aquelas palavras e Michael não o olhava.

--- Você não tem vergonha do que fez? Uma mulher disse se manifestando no meio daquela multidão.

--- Você é esquisito, você é estranho e eu não gosto de você. Está assustando nossas crianças vivendo aqui sozinho. O prefeito voltou a falar e Michael o encarou.

--- Eu não estou sozinho. Você tem razão, eu gosto de assustar as pessoas, mas é apenas para curtir. Michael falou rindo do prefeito enquanto ele o encarava embasbacado.

--- A curtição acabou. Volte para o circo, monstro! E faça um favor a si mesmo, ok? Não nos force a ser duros com você. Porque seremos se for necessário. Ele falou grosseiramente olhando no fundo dos olhos de Michael.

--- Está tentando me assustar, não está? Tive uma ideia vamos jogar, quem curte brincar? Olá! Hora de jogar! Ele falou alto batendo palmas e todos ali se assustaram perante ele.

--- Quem ficar assustado tem que ir embora. Que tal? Michael continuou falando enquanto eles o encaravam assustados.

--- Eu não jogo com monstros! O prefeito falou encarando Michael com desdém, e eu estava doida ali naquela escada quase parindo aquele menino de tão ansiosa para ver no que aquilo iria dar.

--- Não precisa ser grosso. Michael falou o encarando e eu pude perceber o efeito que essas palavras faziam nele.

--- Você vai embora ou eu vou ter que te machucar? O prefeito falou ainda furioso o encarado e Michael estava ali sem acreditar que ele realmente queria que ele fizesse aquilo.

--- Você está tentando me assustar, eu acho que não tenho escolha. Vou ter que assustar você. Preste atenção. Fala pra mim, acha que isso assusta? Michael rindo deles e então começou a fazer caretas engraçadas, virando os olhos.

--- Isso é ridículo. Não tem graça! O prefeito gritou com Michael enquanto as demais pessoas riam do que Michael fazia.

--- Tudo bem, então, que tal isso? Te assustei? Michael tornou a fazer as caretas deixando o prefeito mais irritado do que já estava.

--- Você ouviu o que eu disse, monstrinho? É hora de você ir embora. Ele falou perdendo a paciencia com Michael, mas eu sabia que ele não pararia por ali.

Capítulo 36

Estava realmente a fim de jogar.

--- Isso te assusta? Michael perguntou pegando em seus olhos e sua boca e os puxando para os lados, ficando realmente estranho e assustador, eu nunca tinha visto ele fazer aquilo.

Ele tirou a sua face como se fosse uma mascara ficando apenas com sua caveira. Eu peguei nas mãos da senhora e a abracei. Eu agora estava com medo.

Michael quebrou aquela caveira com suas mãos como se fosse feita de vidro, logo ficando a sua forma normal. Aquelas pessoas tentaram correr para fora, mas a porta se fecho deixando eles sem saída, teriam que aguentar agora.

--- Vamos a algum lugar? Tarde de mais, são meus convidados. A propósito contei que não estava sozinho? Conheça a família. Michael falou apontando para uma porta a qual abriu fazendo uma corrente de ar entrar por ali.

Ele apontava para os lugares e então começava a sair algo de sua mão e os fantasmas do castelo, ou melhor, todos aqueles que viviam no castelo e possuiam a maldição começaram a surgir em sua forma de mutação.

Michael estava deixando todos chocados e aterrorizados com aquilo. Eles surgiam das paredes, da lareira, do chão, simplesmente saiam por todos os lugares.

Ele começou a fazer algo que eu nunca pensei que fosse capaz, dançava e cantava agora em um ritmo que era até agradavel de se dançar. Eu me surpreendia com ele mais uma vez. Será que eles haviam passado anos treinando aquilo? Pois faziam muito bem.

O prefeito e todos os outros o encaravam assustados, enquanto eu o olhava admirada dançar ali daquela forma.

Os fantasmas começaram a correr de um lado para o outro, pareciam estar loucos. Enquanto Michael gritava e batia seu pé no chão com alguns outros. Agora eu podia ver eles olharem completamente diferente para eles, pareciam encantados com a dança e com o que eles faziam.

Alguns começaram a subir pelas colunas do castelo até chegar ao teto, e então lá caminhavam normalmente. E Michael continuava ali no mesmo lugar com os braços levantados balançando sua cabeça em um ritmo.

Ele começou a abaixar os braços então todos começaram a descer do teto e voltar ao chão. Michael se abaixou e puxou sua calça e tirando aquela roupa, como havia acontecido com a sua face a instantes atrás, porém agora podíamos ver apenas o seu esqueleto. Logo ele começou a dançar novamente.

Michael, ou seu esqueleto, foi até o prefeito, que o olhava de uma forma que parecia que seus olhos iriam sair de tão arregalados que estavam, e o puxou pela sua grava o trazendo para onde ele dançava antes.

Michael subiu até uma pequena espécie de palco, onde ficava em todas as noites de sua transformação e ali começou a gritar, chamando a atenção de todos. Inclusive dos seus fantasmas.

Ele começou a permitir que os seus fantasmas se aproximassem do prefeito o assustando, por causa de seus rostos deformados e suas aparências realmente apavoradoras. Eles se abaixaram e se encolheram no chão. Pareciam animais furiosos, batiam com seus pés no chão formando um som estranho. E então voltaram a dançar.

Eu estava segurando nas mãos da senhora que me perguntava se ela não sentia dor de tanto que eu as apertava. Os fantasmas cercaram o prefeito e assim o levaram até Michael, que agora se transformava naquele monstro horrível.

--- Já está com medo? Ele perguntou próximo ao prefeito e qualquer um ali podia percerber que seus olhos transmitiam medo e agonia.

Michael segurou a cabeça do prefeito com uma mão e com a outra abriu sua boca, logo entrando dentro do tal prefeito. E agora o prefeito estava possuído por Michael.

Michael fez com que ele dançasse como ele havia dançado antes, ele estava mandando no corpo do prefeito agora, e então podia fazer o que queria. Ele o levou até um espelho e o fez se encarar ali, até que uma transformação começou a mudar sua aparência, e agora ele era tão horrível quanto os outros.

--- Quem assusta agora? Quem é o monstro? Monstro! Aberração de circo! Monstro! Quem está assustador? Quem é o esquisito agora? Michael falou usando a boca do prefeito enquanto todos o olhavam com medo.

Michael saiu do corpo do prefeito e logo ambos voltaram a sua forma normal. O prefeito agora parecia temer Michael, enquanto Michael apenas o observava andando a sua volta.

--- Então, ainda me querem fora daqui? Michael perguntou mostrando a eles que realmente ele não podia ficar fora dali, ali era o seu lugar.

Todos negaram com a cabeça, menos o prefeito.

--- Sim! Sim! O prefeito gritou ainda insatisfeito.

--- Tudo bem, eu vou. Michael falou com uma certa tristeza na voz.

Ele se jogou no chão e assim começou a bater suas mãos. Ele estava se transformando em pó. Sua face começou a cair, parecia que era um boneco de areia, então por fim deitou sua cabeça no chão se transformando em apenas pó e cinzas. O vento levou aquilo que restou de Michael, deixando apenas todos ali observando aquilo e o chão sem vestigios de sua presença.

Eu olhei para dona Mary e comecei a chorar. Por que tinham que ter feito aquilo? Por que queriam destruí-lo? Ele apenas morava ali em paz, ou pelo menos tentava, pois aquela maldição sempre o cercava.

--- O que eles fizeram com o homem que eu amo? Michael! Não! Eu sussurrei sentindo minhas lágrimas banharem minha face.

--- Querida se acalme. Você se agitar assim não vai fazer bem para o bebê. Dona Mary falou tocando minha face.

Mas eu queria saber de Michael agora, eu não podia deixá-lo simplesmente sumir dessa forma.

Capítulo 37

Dona Mary me fez voltar para o meu quarto, pediu para que eu ficasse ali deitada e não saísse por nada. Alguns instantes voltou com uma xícara de chá para me acalmar.

Eu não consegui dormir aquela noite, eu rolei de um lado para o outro na cama. Eu ia até a sacada, tocava meu ventre, andava pelo quarto, escrevia em meu caderno, mas eu não me sentia bem. Parecia que uma parte de mim estava morta, eu queria Michael comigo.

Os dias começaram a se passar, nada de Michael e nem dos outros darem sinal de vida no castelo. O pessoal da cidade já havia tomado conta do lugar e aquilo me intristecia, eram quase três dias já de festa ali.

Naquela madrugada eu tentava dormir, desde que Michael havia sumido meu bebê não se mexia dentro de mim, as vezes começava a pensar que aquela criança tinha morrido.

Eu já tinha caminhado pelo quarto inteiro tocando meu ventre, mas aquele menino não acordava e então eu comecei a chorar. Fui até a sacada e o vento balançou meus cabelos.

Comecei a sentir sensações estranhas, aquela brisa próximo a mim e meu bebê se mexia agora dentro de mim, tinha acordado após dias. Notei que não estava sozinha no quarto.

Eu me virei para dentro do quarto e vi Michael, ele estava em sua forma de fantasma agora, parecia minha amiga. Estava pálido e muito gelado, eu não podia tocar nele e nem fazer nada a não ser ouví-lo, mas abri um sorriso quando eu o vi ali na minha frente.

--- Michael! Eu sorri tocando meu ventre e indo até ele, mas pediu para que eu não me aproximasse muito.

--- Michael, o que há com você? Eu preciso de você aqui, não consigo sentir nosso filho dentro de mim quando estás longe. Não consigo dormir, eu não posso ficar sem você Michael. Eu disse começando a chorar o mostrando o quanto eu precisava dele agora.

--- Eu voltarei dentro do meu próprio tempo, Alex. E não irá demorar. Ele falou isso logo sumindo e me deixando com minhas dúvidas.

Continuei passando meus dias sem Michael e eu sempre pedia para que um dia ele pudesse voltar para meus braços.

Eu estava tomando um banho ali naquela enorme banheira conversando com meu bebê aquela noite.

--- Está com saudades de seu pai meu amor? Eu falava passando o sabonete líquido em meu ventre e senti meu pequeno se mexer dando a mim a resposta de minha pergunta.

Nos salões do castelo podíamos escutar aquele barulho horrível noite e dia daquelas festas que estavam fazendo. Eu se quer descia para lá. Eu quase não conseguia dormir aquelas noites, ainda mais com aquelas músicas que eles cantavam e dançavam.

Eu nem tinha mais feito minhas caminhadas matinais, eu nem saía mais daquele quarto, era impossível sair com aquela desordem que estava agora.

Eu terminei meu banho, enrolei meus cabelos em uma toalha e enxuguei meu corpo. Peguei uma camiseta de Michael e uma calça minha de moletom, não queria nada que apertasse meu ventre.

Eu estava penteando meus cabelos quando começou uma forte tempestade. Relâmpagos e fortes trovões, deixando o castelo dos horres mais assustador do que nunca. Eu costumava dormir abraçada em Michael quando isso acontecia, mas agora ele não estava mais ali.

Sabia muito bem que eu não conseguiria dormir com aquela tempestade. Peguei meu roupão e uma lamparina, decidir dar uma olhada no que acontecia lá embaixo que nem aquela tempestada fazia eles pararem.

Eu desci aquelas enormes escadas e fiquei observando aquele povo todo festejar no castelo, que antes era de um homem que só queria paz.

Eles faziam banquete na enorme mesa, e a sua ponta podia se encontrar o rude e insuportável prefeito.

Os vendo daquele jeito lembrei do primeiro dia em que estive ali e da forma como fui tratada, hoje eu podia ver a forma como eles eram hospedeiros e gentis. Me sentia já uma deles.

O prefeito se levantou e ficou na frente de todos e então começou a dar um discurso bobo no qual nem prestei atenção.

Estava perdida em meus pensamentos quando as lamparinas do castelo começaram a falhar, as velas estavam quase todas se apagando. Uma forte corrente de ar passou no local onde eles estavam. Meu bebê se agitou dentro de meu ventre eu entendi o porquê minutos depois.

As luzes se apagaram, um barulho horrível foi ouvido por todos chamando a atenção. De repente quando uma frecha de luz acerta o local todos tiveram sua atenção chamada para o que estava atrás do prefeito.

Olharam assustados e eu também não podia acreditar no que eu via.

Capítulo 38

Eles apontaram para o prefeito para que ele olhasse para trás, mas ele continuava a dar seu discurso.

Assim que ele notou que todos olhavam para algo que estava atrás dele com a face completamente aterrorizada. Ele se virou e quando seus olhos contemplaram a terrível criatura que estava atrás dele, o mesmo saiu correndo e pulou na primeira janela que viu, não importando se estava fechada, o que restou foi apenas sua forma no vidro.

Michael agora já se encontrava em sua forma normal, olhou para todos e sem dizer uma única palavra os viu sair um por um. Alguns até pediam desculpas pelo incomodo, porém Michael nada disse.

Eu não pude mais me conter, eu precisava ir até Michael. Precisava ficar em seus braços.

--- Michael! Gritei descendo as escadas rapidamente e o vi se assustar quando notou minha presença ali.

--- Alex. Ele sussurrou em meu ouvido quando eu o abracei fortemente.

Eu comecei a beijá-lo com saudade, precisava sentir o seu sabor agora, eu precisava matar aquela saudade que tinha dele.

Michael me soltou de seus braços e beijos e eu me assustei pelo seus modos, nunca havia agido daquela forma.

--- Alex, você quer se casar comigo? Quer viver para sempre aqui nesse castelo estranho e mal assombrado? Ele perguntou se ajoelhando na minha frente e sorrindo lindamente para mim, eu quase não podia acreditar no que ele dizia.

--- Oh Michael! Eu quero sim! Eu o amo tanto, meu amor. Eu falei já com lágrimas descendo de meus olhos.

O puxei para mais um abraço e um longo beijo. Logo as lamparinas se acendem de volta e eu vejo todos do castelo ali a nossa volta nos aplaudindo.

--- Iremos casar daqui uns dias, eu quero que seja minha. Para sempre minha. Michael falou pegando em minha mão e a beijando delicadamente.

…

Eu agora colocava meu vestido para meu casamento, eu só não entendia porque eu receava tanto. Eu estava temendo que algo acontecesse, mas não sabia o que era. Eu sentia algo dentro de mim, um aperto, uma angústia sem tamanho. Parecia que aquele dia estava sendo para mim um tormento, sendo que eu não queria me sentir assim. Me sentia confusa.

--- O que há, querida? Está tão calada hoje. Dona Mary falou terminando de arrumar meu vestido e logo me fazendo despertar daquelas perguntas em minha mente.

--- Eu não sei senhora, sinto algo diferente em mim. Sinto que algo vai dar errado. Eu falei sentindo meus olhos encherem de água.

--- Não se preocupe. É apenas impressão, vai dar tudo certo. Venha, olhe quão bela estás. Ela falou me puxando para a frente do espelho e me encantei.

Meu ventre enorme tinha um destaque ali o que também deixaria Michael encantado e todo bobo, ele agora babava com aquela barriga enorme.

--- Querida vamos descer? Todos estão á sua espera. Dona Mary falou me observando da porta e eu me olhei mais uma vez na frente do espelho e a segui.

“Seja o que Deus quiser”, pensei deixando aqueles pensamentos esquisitos de lado.

O nosso casamento seria no jardim do castelo. Estava tudo bem arrumado e completamente encantador. Flores de diversos tipos e cores se encontravam espalhadas por ali.

Eu pude contemplar todos sorrirem para mim assim que comecei a caminha no pequeno corredor para ir de encontro ao meu amor.

Ele estava muito belo aquela manhã. Seus cachos molhados e bem penteados, podia sentir seu cheiro ao longe, e céus aquela sua pose de rei estava me deixando maluca. Guardaria aqueles meus desejos para depois.

Não demorou muito para que estivéssemos casados e já formando uma família feliz. Eu estava descansando após ter dançado com Michael. Ele estava conversando com nossos “convidados” enquanto aquela minha agonia estranha voltava. Céus o que era aquilo? Eu pensei me levantando e sentindo aquela falta de ar terrível.

Algo invadiu meu ser de repente eu só queria correr e sair dali. Eu segurei meu vestido para não tropeçar e então comecei a subir as escadas correndo, eu ouvia vozes em minha mente. Risos altos e tudo parecia um devaneio enquanto eu corria ali. Eu estava no último andar, o andar onde eu e Michael ficávamos. Comecei a andar mais devagar naquele corredor, mas aquelas vozes estavam me enlouquecendo, parecia que eu iria desmaiar a qualquer hora.

Eu parei em frente a janela e fiquei observando ali aquele lugar onde Michael havia me contado que sua noiva Helena havia morrido.

Alguém me chamou e eu tentava me esforçar para sair daquele transe, daquele estado horrível que eu estava. Apoiei minhas mãos na janela agora eu não me sentia mais impedida, eu precisava fazer aquilo, mas alguém novamente me chamou alto e logo me tocou.

Capítulo 39

Pelo toque gelado que me fez arrepiar eu acordei, e quando voltei a mim lá estava ele. Sua voz ainda se fazia presente em minha mente quando ele gritou meu nome. Ele me abraçou e pude notar o quão tremúlo ele estava. Ele chorava e sua face estava completamente apavorada.

--- Alex, eu não quero perdê-la. Ele falava em meu ouvido chorando como um bebê.

--- Eu estou bem agora meu amor, eu não sabia o que havia acontecido comigo. Sei que estou bem agora. Eu disse sorrindo para ele e ele me abraçou novamente mais forte.

Michael me soltou e então começou a passar mal ali na minha frente, estava ficando pálido e segurava seu ventre.

--- O que há, meu amor? Você está bem? Eu perguntei preocupada tocando seus ombros e o via se agachar ali na minha frente.

--- Eu não sei o que há comigo Alex! Ele falou gemendo e gritou alto me fazendo tampar meus ouvidos.

--- Michael! Socorro, Michael está passando mal! Eu gritei por ajuda o vendo se ajoelhar no chão e ainda segurando seu ventre, parecia que ia morrer na minha frente daquele jeito.

--- Alex, não se preocupe. É o efeito da maldição, ele vai ficar logo bem. Dona Mary falou tocando meu ombro logo que chegou ali e eu me senti mais aliviada.

Michael desmaiou ali no chão e eu ficava apenas o observando. Não sabia e nem entendia o porque daquilo.

Doutor Jacob logo chegou e com a ajuda de dona Mary o levaram até o quarto, onde ficou até acordar.

--- Ele não vai demorar muito para acordar, Alex. Não se preocupe. Bom, não tenho visto você esses dias, mas tenho uma boa notícia. Seu bebê não irá demorar muito para nascer. Doutor Jacob falou saindo do quarto e eu sorri com suas palavras, não via a hora de ver o rostinho de meu bebê, estava ansiosa.

Michael agora estava ali deitado naquela cama, parecia um anjo descansando. Eu peguei sua mão e a beijei. Meu bebê se mexeu e então comecei a conversar com eles ali.

--- Seu pai vai logo ficar bem meu pequeno anjo, e assim poderemos brincar juntos. Eu falei tocando meu ventre com uma mão e com a outra eu segurava a mão de Michael.

Eu jantei aquela noite e como Michael ainda dormia, decidi ir tomar meu banho e me deitar ao seu lado. Acabei não demorando naquele banho. Coloquei uma calcinha e uma das camisetas brancas de Michael para ficar mais confortável. Me deitei ao seu lado e o abracei.

--- Boa noite, meu amor. Eu falei dando um selinho em seus lábios e notei que um sorriso se formou em seus lábios, ele tinha acordado.

--- Boa noite, minha rainha. Ele falou acariciando minha face.

Eu comecei a estranhar, Michael estava quente, não podia mais sentir aquela sensação gelada que ele me dava.

--- Michael, você se sente bem? Está quente meu amor. Eu falei o olhando preocupada passando minha mão pela sua face e o vi sorrir.

--- Nunca estive tão bem. Veja, eu posso sentir o sangue correr pelas minhas veias novamente Alex, posso sentir meu coração bater! Eu me sinto como antes! Ele falou empolgado e eu via o brilho de seus olhos voltar para ele.

--- O que isso quer dizer? Perguntei me sentando na cama e o olhando ainda sem entender.

--- Alex, a maldição! Foi quebrada! Eu era capaz de me sentir assim, eu sei que não sou mais um fantasma, me sinto humano agora! Tudo graças a você meu amor, você mostrou o quanto você me ama. Ele falou cada mais eufórico e eu sentia já meus olhos se enxerem de lágrimas.

Eu o abracei sentindo agora seu hálito quente rente a mim. Michael me puxou para um beijo e eu não resisti, o gosto de seus lábios acabaram me deixando louca por ele. Eu o queria, eu o desejava. Precisava sentí-lo dentro de mim mais que tudo agora.

Ele já procurava meus seios por de baixo de minha camiseta. Eu acariciei seu membro por cima da calça e podia sentí-lo pulsar. Michael tirou minha camiseta expondo meus seios para ele e o vi molhar seus lábios.

--- Oh amor, como eu tenho saudades de você. Michael gemeu pegando em um dos meus seios e brincando com sua língua nele me fazendo puxar o ar com dificuldade.

Eu tirei a camiseta dele e beijei seu peitoral, não demorou para que Michael arrancasse minha calcinha e a jogasse longe. Acariciou minha pernas e as abriu tendo uma total visão de minha intimidade encharcada e rosada para ele.

Michael tocou minha vagina com dois de seus dedos e eu estremeci, estava doida para tê-lo logo dentro de mim. Eu estava me sustentando sobre meus cotovelos e minhas pernas estavam bem abertas para Michael. Ele se levantou tirando o resto de suas roupas e a minha sanidade também. Se encaixou em minha frente e me penetrou devagar, porém fundo.

É aquela manobra era feita para que pudéssemos nos amar, pois com aquela barriga enorme eu pouco podia fazer.

Capítulo 40

Ele começava a se movimentar dentro de mim, e conforme nossos sexos pediam ele ia cada vez mais rápido e mais fundo.

--- Oh Michael! Oh meu amor! Como senti saudades disso. Eu gemia enquanto ele me encarava e me penetrava mordendo seu lábio inferior.

--- Isso meu amor, você gosta disso. Ele gemia rouco e tentava se controlar para não gemer alto.

Eu já não estava mais aguentando aquelas estocadas fundas de Michael.

--- Aaaahh… assim… assim… Alex. Michael gritou tão alto que me assustei.

Eu olhei para ele com os olhos arregalados e ele sorriu safado.

Estávamos quase alcançando nosso clímax quando alguém nos despertou dali. Era dona Mary batendo na porta.

--- Alex? Queria? Está bem? Ela perguntou batendo na porta, a sorte que não a abriu.

--- Esta...mos… senhora… é… oh God! Estamos bem! Eu falei gemendo enquanto Michael ainda me estocava e eu me enfureci.

--- Escutei gritos, pensei que fosse você. Qualquer coisa me chamem. Ela falou logo saindo dali e eu queria matar Michael agora.

--- O que pensa que está fazendo seu idiota? Eu perguntei brava depois dele me ter feito chegar a um orgasmo no momento em que dona Mary estava ali atrás da porta.

--- Estava terminando nosso trabalho. Ele disse saindo de dentro de mim com um sorriso safado.

--- E se ela tivesse abrido a porta? Como estaríamos agora? Eu disse brava o vendo pegar nossas coisas no chão.

--- Relaxa Alex, não foi nada demais… Ele disse aquilo ainda malicioso, como podia me deixar brava e louca por ele ao mesmo tempo?

--- Você geme igual um cabrito o que posso fazer? Falei brava ainda com ele me enrolando em um lençol.

--- Para onde vai? Ele perguntou me seguindo com os olhos enquanto me via andar pelo quarto.

--- Vou tomar banho. Falei sem olhá-lo andando em direção ao banheiro.

Ele veio atrás de mim sem dizer nada e eu fiz de conta que ele nem estava ali. Eu deixei o lençol delizar pelo meu corpo e liguei a banheira. Coloquei sais e a deixei encher bem para que pudésse entrar e descansar um pouco lá. Michael apenas me olhava da porta do banheiro completamente nu.

Eu entrei na banheira sem olhá-lo, mas eu sabia que ele sorria maliciosamente para mim.

--- Não vai me convidar? Ele perguntou fingindo estar triste e eu ri por sua cara de bobo.

--- E eu preciso? Perguntei o chamando com meus dedos e mordendo o lábio inferior.

Ele veio como um cachorrinho e notei que seu membro já começava a despertar novamente.

Nós acabamos nos amando naquela banheira novamente. Assim que estávamos cansados e satisfeitos ficamos ali descansando juntos. Michael estava atrás de mim e eu no meio de suas pernas, enquanto ele acariciava meu ventre e sussurrava em meu ouvido.

Eu agora quase nem conseguia entender o que Michael falava, pois umas dores começavam a se dar em meu ventre, eram pontadas fracas, mas de instantes em instantes aumentavam. Será que eram as contrações?

--- Eu te amo, Alex. Como é bom estar com você agora. Michael disse beijando meu pescoço, mas eu estava tão agoniada com aquilo que a única coisa que fiz foi gemer.

--- Michael… Michael… Eu o chamava baixinho, pois era a única coisa que eu podia fazer enquanto me contorcia de dor ali.

--- Ai, amor! Ele resmungou quando eu apertei sua coxa por causa da minha dor agoniante, queria que ele percebesse que eu passava mal ali.

--- Michael! Eu gritei segurando meu ventre.

--- O que foi? Ele perguntou preocupado vendo minha situação ali e notou que eu estava completamente pálida.

--- SEU FILHO QUER VIR AO MUUUUUNDO! Eu gritei o vendo arregalar os olhos e parecer passar mal na minha frente.

--- Homem, pelo amor de Deus, me ajude! Eu falei me contorcendo novamente, não queria ter meu filho dentro daquela banheira.

--- Está… está bem… vai ficar tudo bem… olhe… é… bom… eu vou chamar… aquele… é o doutor… Jacob em um…. segunda… te amo meu amor… Ele disse gaguejando e saindo da banheira.

--- Vá logo Michael! Eu gritei o fazendo se assustar e o vi sair correndo para o quarto para pegar seu roupão.

Eu fiquei ali gemendo e tocando meu ventre pedindo para que aquela criança esperasse pelo doutor Jacob.

--- Querida, está bem? Michael disse que está em trabalho de parto. Dona Mary falou me vendo ali na banheira suando frio e apertando os olhos a todo momento.

--- Dona Mary, eu preciso sair daqui. Poderia pegar meu roupão ali, por favor? Eu disse apontando para meu roupão que estava pendurado.

--- É melhor você esperar por Michael. Não feche suas pernas. Querida, você sabe se a bolsa já estourou? Ela perguntou me olhando ali toda agoniada com aquilo.

Logo Michael chegou com doutor Jacob e pediu a ele que esperasse no quarto. Michael me ajudou a vestir meu roupão e me pegou em seus braços.

Ele me colocou em nossa cama e ficou ali segurando minhas mãos. Doutor Jacob pediu para que eu abrisse bem minhas pernas e fizesse força quando ele pedisse.

Foram minutos agoniantes tanto para mim quanto para Michael, eu apertava tanto sua mão que as vezes podia jurar que a tinha quebrado.

Capítulo 41

--- Eu sei que você consegue meu amor. Você vai conseguir. Michael dizia aquelas coisas em meu ouvido e eu já estava me irritando.

--- Caaaaalaaa a boooca! Eu gritei o pertando mais e o doutor Jacob pedia para que eu fizesse mais um pouco de força e logo estaria com meu bebê em meus braços.

--- Quase… mais um pouco querida. Dona Mary falou empolgada parecia ver a cabeça do bebê ali.

Instantes depois eu já podia ouvir meu bebê abrir seus pulmões e começar a chorar ali. Então eu cai cansada e suada na cama soltando a mão de Michael.

--- É um menino, Alex. É um lindo e forte menino! Michael disse indo até ele e vendo dona Mary o limpar para trazer até mim.

--- Traga até mim, quero ver meu menino que dança igual ao pai. Eu falei sorrindo e vi Michael vir todo bobo com ele no colo.

Ele ainda chorava e assim que o peguei em meus braços e ele pareceu me conhecer, logo parando de chorar.

--- Veja Michael, ele já me conhece. Eu disse beijando seu rostinho de um pequeno anjo.

Ficamos alguns minutos ali o paparicando, até aquela dor terrível me consumir de novo. Havia algo de errado ali.

--- Alex… acho que… acho que são gêmeos! Doutor Jacob falou quando me viu começar com aquelas dores de novo e então eu tive que fazer aquele processor sofrido e doloroso novamente.

Michael já tinha enrolado nosso pequeno em um cobertor e o foi mostrar para os outros do castelo que aguardavam lá embaixo, mal ele sabia que mais um estava por vir.

Outro chorinho foi ouvido, mas esse parecia vir lá do fundo da garganta e tremia de frio.

--- Oh é uma menina! Dona Mary falou a pegando nos braços e me mostrando seu rostinho.

Dona Mary a lavou enquanto eu ficava ali naquela cama tentando recuperar meu fôlego suada.

--- Todos adoraram ele, precisamos pensar em um nome. Michael disse chegando no quarto sem perceber que dona Mary estava com nossa outra pequena.

Ele estava tão bobo.

--- Serão dois nomes para pensar Michael. Eu falei o vendo trazer o nosso pequeno e não entender o que eu dizia.

--- Como assim Alex? Ele perguntou vindo até mim, até que dona Mary chega ao meu lado e me entrega nossa menina.

Seus olhos se arregalaram quando ele viu que nós dois segurávamos agora nossos dois herdeiros. Ele começou a chorar e eu fui junto com ele.

--- Não são lindos meu amor? Eu falei segurando nossa pequena e a dando sua primeira refeição.

--- São perfeitos. Eu nunca imaginei que poderia ser mais feliz. Dois! De uma vez só! Ele sorriu lindamente.

Os nossos dias estavam passando, e eu jamais pensei que um dia poderia ser tão feliz ao lado daqueles dois pequenos e do meu grande amor. Michael me mostrava a cada dia o quanto me amava, me mostrava que não importa o quão diferente nós éramos para amarmos um ao outro.

A sua maldição foi quebrada graças a força de nosso amor. Bom, meu ferimento ainda tinha cicatrizes, mas para mim agora não era apenas uma cicatriz e sim uma marca de como começou a minha nova história, minha nova vida. Eu tinha prazer de carregar aquela marca comigo.

Nossos pequenos anjos agora corriam com Michael e Harold no campo e eu sorria ao vê-los de longe. Michael parecia uma criança como eles.

Minha menina tinha os belos cachos de seu pai, e seus cabelos eram cor de fogo assim como o meu. Meu pequeno era tão lindo e encantador quanto o pai, cabelos negros e a pele tão alva e macia quanto a de um fantasma que conheci.

FIM